Imagem de A cultura do consumo de True Crime: obsessão ou autopreservação? no megacurioso

Você acha que ler ou assistir sobre crimes te tornou uma pessoa mais ansiosa ou atenta?

<head></head><body>Em 21 de setembro desse ano, estreou a série <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/123121-jeffrey-dahmer-transtornos-que-moldam-um-assassino.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Dahmer: Um Canibal Americano</a>, do produtor Ryan Murphy, detalhando a jornada de vida e crimes cometidos pelo infame serial killer Jeffrey Dahmer, nos Estados Unidos da década de 1970. A atração se tornou o terceiro produto mais visto na história da Netflix, acumulando 196 milhões de horas assistidas nos primeiros cinco dias, fechando as quatro semanas iniciais no catálogo do serviço de streaming com 856 milhões de horas – ficando atrás apenas de Round 6, que tem 1,6 bilhão de horas.A série foi renovada para uma segunda temporada, mas para além dos impactos midiáticos, econômicos e complicações de interesse interno – o contrato de Murphy com a empresa acabaria em 2023 –, o produto rendeu uma onda de críticas acerca da quantidade de peças midiáticas falando sobre crimes hediondos e mentes psicóticas, até mesmo para a plataforma, que possui um catálogo extenso, indo de Ted Bundy a Charles Cullen –, e o quanto isso pode perturbar e influenciar pessoas.Então, qual é o impacto do true crime na sociedade?<h2>Uma legião obsessiva</h2><span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;Extra Online&nbsp;" data-fonte-url="https://extra.globo.com/noticias/page-not-found/mulher-choca-com-tatuagens-de-serial-killers-em-perna-proposito-da-vida-25321409.html"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/11/07/07232245756019.jpg" alt="Britnee Chamberlain. (Fonte: Extra Online/Reprodução)">Britnee Chamberlain. (Fonte: Extra Online/Reprodução)No Halloween desse ano, o empresário brasileiro Alan Moséna viralizou nas redes sociais e foi criticado por ter se fantasiado de Dahmer para uma festa, em Manaus, capital do Amazonas. Além da caracterização, o homem também segurava um pó, simulando a droga usada pelo assassino para dopar as vítimas antes de cometer os crimes.Para os usuários das redes, como o Twitter, a principal crítica à fantasia é que ela remetia a alguém que realmente existiu e trouxe dor e desgraça para as vidas das pessoas, se tornando famoso apenas por isso. “Se fantasiar de algo fictício, como vampiro ou bruxa, é uma coisa, agora de um assassino que matou pessoas reais?”, criticou um internauta.Mas Moséna está muito longe de ter sido o único. Britnee Chamberlain, de 28 anos, possui uma tatuagem com o rosto de Dahmer e sua emblemática frase: “Se não puder vencê-los, coma-os”. Em muitas entrevistas, a jovem alegou que sua intenção não era glorificar a imagem de um indivíduo que assassinou 17 homens e meninos, desmembrou-os e os comeu, mas sim retirar o sentido metafórico da citação – que seria algo como "não se deixar ser derrotado pelos outros".<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/11/07/07232445599020.jpeg" alt="(Fonte: ETC e Pop/Reprodução)">(Fonte: ETC e Pop/Reprodução)Chamberlain ainda ressaltou que ficou simplesmente curiosa e obcecada sobre <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/123099-4-motivos-que-explicam-a-obsessao-por-historias-de-true-crime.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">serial killers</a> e suas motivações, embora não tolere seus atos. Esse tipo de declaração é a síntese da aura fabulesca por trás da cultura da espetacularização do absurdo alimentada, principalmente, pelos norte-americanos, esta que, inclusive, foi retratada de maneira brilhante pelo cineasta Jordan Peele em seu mais recente filme Nope.A jovem de 28 anos faz parte de uma verdadeira avalanche de pessoas que prosperam no conteúdo true crime impulsionados pelo interesse psicológico e desejo de compreender a realidade de atos horríveis que a mente humana não consegue prospectar.<h2>A eterna predação</h2><span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;Texas Public Radio&nbsp;" data-fonte-url="https://www.tpr.org/podcast/the-source/2022-10-28/societys-true-crime-obsession-contains-ethical-questions-about-the-genres-exploitive-nature-and-biases"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/11/07/07232607772021.jpg" alt="(Fonte: Texas Public Radio/Reprodução)">(Fonte: Texas Public Radio/Reprodução)O cientista comportamental Colton Scrivner chama de "curiosidade mórbida" o fenômeno referente à tendência de buscar informações sobre circunstâncias perigosas, o que alimenta a indústria cinematográfica do&nbsp;true crime.Em termos psicológicos, o especialista determina que isso faz parte do comportamento de inspeção de predadores, algo comum na natureza, especialmente entre os subadultos, e consiste na inspeção de um predador à distância, permitindo que a presa aprenda mais sobre como seu predador se parece, quais são seus hábitos e seu estado motivacional atual.É uma característica humana imaginar eventos e experimentá-los por meio de simulação mental, podendo gerar cenários onde o benefício de aprendizagem percebido é alto, porém o custo de aprendizagem é baixo. Essas situações atraem nossa atenção agindo como doces para mentes ansiosas, e está no centro da curiosidade mórbida. Perguntas do tipo “como um assassino age?” nos intrigam porque atingem a necessidade de evitar predação, o que, consequentemente, leva à busca obsessiva por análises – ou seja, conteúdo.<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/11/07/07232743283023.jpg" alt="(Fonte: Forbes/Reprodução)">(Fonte: Forbes/Reprodução)Por outro lado, de acordo com uma pesquisa publicada no&nbsp;Sage Journals, o consumo de notícias, matérias, filmes, documentários ou qualquer outra mídia envolvendo crimes, pode levar a um medo maior de se tornar uma vítima. E para aqueles que são sobreviventes da violência, pode ser ainda pior.Para a professora de criminologia da Universidade do Sul da Flórida, Dawn Cecil, os fóruns de true crime espalhados pela internet – destinados a questionar e apontar erros judiciais ou analisar casos – também se tornaram câmaras de eco que alimentam o medo ou reforçam crenças preexistentes. O excesso de consumo de conteúdo true crime pode distorcer a percepção das pessoas sobre o crime e reforçar estereótipos. Um exemplo muito próximo disso foi o podcast A Mulher da Casa Abandonada, da Folha de SP, contando o caso de Margarida Bonetti, que envolveu o público e o polarizou de maneira que o crime entrou para o rol de circos midiáticos que prejudicaram investigações com o excesso de opinião pública.<h2>O passatempo da América</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/11/07/07232855695025.jpg" alt="(Fonte: The Des Moines Register/Reprodução)">(Fonte: The Des Moines Register/Reprodução)Quando em 10 de junho de 1912, em Villisca, Iowa, <a href="https://www.megacurioso.com.br/misterios/113519-o-assassino-do-machado-o-inexplicavel-massacre-de-villisca.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">seis membros da família Monroe</a> e dois hóspedes foram brutalmente assassinados, a cena do crime foi totalmente destruída por populares que queriam muito mais do que saber o que havia acontecido, mas experimentar a situação de maneira tão intensa a ponto de roubar um crânio do local. Pessoas do mundo inteiro viajaram para a cidadezinha para fazer uma visita à casa dos Monroe, que se tornou uma espécie de museu assombrado.Essa motivação deu início aos primórdios do turismo macabro que, apesar de ter sido definido apenas em 1996, quando foi percebido um aumento no turismo em locais onde <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/121916-por-que-a-roupa-ensanguentada-de-jackie-kennedy-nunca-mais-foi-vista.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">John F. Kennedy</a> foi assassinado, data do século XIX. A obsessão pelo que aconteceu em Villisca foi catapultado pelo crime de <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/117377-o-crime-de-lizzie-borden-se-tornou-a-cultura-de-um-seculo-2.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Lizzie Borden</a>, em 1892, considerado a cultura do século devido ao seu contexto de tragédia grega e detalhes obscenos.Atualmente, o mercado do turismo macabro foi avaliado em US$ 30 bilhões, com estimativa de alcançar até 35,6 bilhões em 2032. Isso são séculos de obsessão por crimes que, inclusive, segundo a mídia, estão sendo responsáveis por <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/123276-a-sociedade-se-tornou-menos-empatica.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">dessensibilizar a população</a> com o excesso de informação sobre violência.<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/11/07/07233127805031.jpeg" alt="(Fonte: Medium/Reprodução)">(Fonte: Medium/Reprodução)A opinião de Melanie Haughton, professora de psicologia da Universidade de Derby, é de que as pessoas são atraídas para certos locais com uma história sombria, como Auschwitz, mais por associação a elementos históricos, do que efetivamente curiosidade humana, como acontece no caso do turismo macabro onde serial killers viviam ou cometeram seus crimes violentos. Para ela, a mídia tem sim muito a ver com isso.Sarah Ward, autora da série&nbsp;DC Childs, já acredita que as pessoas são ótimas em compartimentar o que é real, o que aconteceu no passado e o que é ficção, podendo preservar seu choque perante um crime.Dean Fido, professor de psicologia na University of Derby, enxerga que a obsessão da sociedade pelo true crime ao longo do tempo normalizou esses eventos e fez as pessoas pensarem que podem ser vítimas em potencial, mesmo que seja estatisticamente improvável.Afinal, por este ângulo, esse ainda são os EUA da década de 1950, onde a morte e o crime criaram da selva de pedras que é Nova York, com os crimes de Richard Cottingham, ao interior do Texas, com o assassinato da família Clutter. Esta obsessão fascinante pelo choque está nos olhos de Truman Capote, que em seu A Sangue Frio,&nbsp;levou leitores do mundo inteiro a um mergulho intenso, humanizado, perturbador, brutalmente cativante e muito similar às falas de Dahmer em entrevistas que tentaram entender quem era o homem para além dos óculos aviador e do olhar placidamente vazio.</body>

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A cultura do consumo de True Crime: obsessão ou autopreservação?

Imagem de O que devemos fazer diante da bandeira e do Hino Nacional? no megacurioso

Muita gente ainda tem dúvida sobre qual é a postura esperada quando os símbolos nacionais estão por perto.

<head></head><body>Nos últimos anos, alguns dos símbolos nacionais (como a bandeira e o Hino Nacional) têm sido apropriados por interesses de alguns partidos políticos. Por isso, é preciso lembrar que tanto a bandeira do Brasil (que foi criada pelo decreto organizado por Rui Barbosa e assinado pelo Marechal Deodoro da Fonseca em 19 de novembro de 1889) quanto o Hino Nacional (criado em 1831 por Francisco Manuel da Silva, com letra de Joaquim Osório Duque Estrada) são de todos.Há quem fale sobre regras que devem ser cumpridas quando os cidadãos estão em frente a estes símbolos. Mas o quanto disto é verdade? Neste texto, esclarecemos as principais dúvidas sobre este tema.<h2>A postura perante o Hino Nacional e a bandeira&nbsp;</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/11/07/07190325944359.jpg" alt="(Fonte: Jovem Pan)">(Fonte: Jovem Pan)Esta é uma questão que faz muita gente ficar pensando. Desde criança, ficamos em dúvida sobre o que devemos fazer quando começa a tocar o <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/122097-quem-escreveu-o-hino-nacional-e-como-eram-as-outras-versoes.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Hino Nacional</a>. Devemos cantar juntos, bater palmas no final ou nos virarmos em direção à bandeira?A parte da Constituição que rege a questão dos símbolos nacionais é a lei n.º 5.700/71. No que diz respeito ao hino, os artigos 24 e 25 falam que os presentes “devem tomar atitude de respeito”, algo que pode ser relativamente vago.Mas há orientações mais específicas. De acordo com a lei, durante a execução do hino, todos devem permanecer em pé e em silêncio, sugerindo então que não se deve cantá-lo. Bater palmas ao final também é inadequado conforme a lei.Já no artigo 30, que fala sobre o <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/120426-voce-conhece-todas-as-bandeiras-que-o-brasil-ja-teve.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">hasteamento da bandeira</a>, é dito que “todos devem tomar atitude de respeito, de pé e em silêncio, os civis do sexo masculino com a cabeça descoberta e os militares em continência, segundo os regulamentos das respectivas corporações”. É vedada, portanto, outras formas de saudação, como as que foram feitas por certos grupos, levando à evocação de símbolos nazistas.<h2>Fazer continência diante da bandeira</h2><span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;El País&nbsp;" data-fonte-url="https://imagens.brasil.elpais.com/resizer/XyFAvt_MPnaqgfdFRUZ2mRqVXSg=/980x980/cloudfront-eu-central-1.images.arcpublishing.com/prisa/644SZNJCENCBVOXLIDQLN3JHSQ.jpg"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/11/07/07190416446360.jpg" alt="(Fonte: El País)">(Fonte: El País)Há também quem preste <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/106107-a-origem-de-7-gestos-universais-que-fazemos-com-as-maos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">continência</a> com a mão na testa perante a bandeira nacional. Mas é correto fazer isso? De acordo com a legislação, é correto — desde que você seja um <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/119063-ditadura-militar-no-brasil-6-mentiras-contadas-sobre-o-regime.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">militar</a>.Vejamos novamente a legislação: no artigo 31 da lei n.º 5.700/71, lê-se que "durante a cerimônia do içamento ou arriamento da Bandeira Nacional, nas ocasiões em que ela se apresentar em marcha ou cortejo (...) nas oportunidades referidas neste artigo, os militares farão continência regulamentar e os civis, do sexo masculino, descobrir-se-ão, não podendo os estrangeiros eximir-se deste comportamento. Os civis, de ambos os sexos, deverão sempre manter-se de pé e em postura respeitosa".Ou seja, a continência é o cumprimento dos militares. Por isso, é inadequado que qualquer civil faça essa saudação. A orientação, então, é que se permaneça em pé, sem fazer nenhum tipo de sinal, até que o hino se encerre.<h2>O que não se deve fazer com a bandeira</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/11/07/07190742907363.jpg" alt="(Fonte: Marie Claire)">(Fonte: Marie Claire)A lei ainda estabelece certas regras do que não pode ser feito perante estes símbolos nacionais. Não se pode, por exemplo, apresentar a bandeira em mau estado, mudar suas cores ou "usá-la como roupagem, reposteiro, pano de boca, guarnição de mesa, revestimento de tribuna ou como cobertura de placas, retratos, painéis ou monumentos a inaugurar".Segundo o capítulo II do Decreto-lei n.º 314, de 13 de março de 1967, desrespeitar os símbolos nacionais (o que significa infringir algumas das regras descritas acima) é um crime passível de punição, podendo gerar a pena de 1 a 3 anos de prisão. Por isso, é importante ter noção de todas estas orientações e segui-las à risca.</body>

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O que devemos fazer diante da bandeira e do Hino Nacional?

Imagem de Ato de consumir sangue humano já foi considerado medicinal no megacurioso

Prática antiga e utilizada por vários povos criou o conceito de 'sanguinários', classificando pessoas que realmente acreditavam em propriedades curativas

<head></head><body>Ninguém sabe ao certo quando ou por que as pessoas começaram a consumir <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/121074-6-fatos-pouco-conhecidos-sobre-o-sangue-humano.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">sangue humano</a> como prática curativa. Desde a Roma Antiga, quando Plínio, o Velho (23-73), naturalista do primeiro século d.C., descreveu as batalhas de <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/121723-6-curiosidades-desconhecidas-sobre-os-gladiadores-romanos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">gladiadores</a> como atos brutais onde os guerreiros bebiam o sangue de seus adversários mortos, essa curiosa ação provou ser ainda mais misteriosa, com implicações em rituais, na medicina e em crenças globais.Historiadores modernos acreditam que o primeiro consumo de sangue humano ocorreu entre a civilização dos etruscos, grupo pré-romano que habitou a península itálica a partir do século IX a.C. Esse povo teria emprestado não apenas a prática para as nações posteriores, mas também suas ideias sobre valores medicinais e mágicos, chegando a alcançar culturas para além do eixo europeu — como a <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/118396-6-coisas-sobre-a-china-que-voce-talvez-nao-saiba.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">China</a>.Segundo Thomas DeLoughery, hematologista da Oregon Health &amp; Science University, a maioria das culturas históricas provavelmente deduziu uma conexão entre o sangue e a vitalidade, observando os efeitos da perda de plasma e dos efeitos diretos no organismo. Assim, como as pessoas ficam naturalmente cansadas, pálidas e fracas quando há esse déficit, era natural acreditar que a ingestão fortaleceria alguém, incorporando a "essência" de outro ser como uma "chave para a vida".<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/11/07/07092426432043.jpeg" alt="(Fonte: Atlas Obscura / Reprodução)">(Fonte: Atlas Obscura / Reprodução)Logo, essas práticas se basearam no conceito de "medicina simpática", que sustentava a teoria de que a melhor forma de curar uma aflição era o contato ou consumo de algo relacionado ao próprio corpo. Essa teoria não descartava a ingestão de partes de animais, mas reforçava essencialmente o sangue humano como um tônico superior. Romanos, por exemplo, recorriam ao tratamento para tratar a <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/114883-algoritmo-de-rede-cerebral-pode-ajudar-no-combate-a-epilepsia.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">epilepsia</a> e sorviam sangue de um portador saudável com a esperança de aliviar suas dores.Foi assim que o método ganhou mais força: devido à natureza temporária da epilepsia. Como poucas pessoas compreendiam a doença na <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/122527-conheca-as-esquisitices-da-vida-cotidiana-dos-romanos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Roma Antiga</a>, quando aplicavam sangue em um paciente e o viam recuperado dias depois, a ação começou a ser amplamente aceita. A hematofagia na região cessou (em maior parte) logo após o advento do cristianismo, que encerrou as disputas de gladiadores e os impediu de continuarem assassinando rivais em troca de seu sangue e da diversão popular.<h2>O sangue medicinal</h2>A história forneceu o aval para que o sangue humano fosse visto como elemento potencialmente curativo, e cada vez mais ideias surgiam sobre seu uso. Quanto mais se imaginava que o plasma de um homem jovem e saudável era melhor, mais se imaginava como ela poderia ser preparado e destilado a fim de prover nutrientes para pessoas necessitadas. Curiosamente, nem todo sangue era válido; muitas vezes, o menstrual, por exemplo, era encarada como tóxico e impróprio para aplicação.&nbsp;As primeiras críticas à hematofagia começaram a surgir no século XVI, quando o herbalista Leonhart Fuchs denunciou todas as formas de medicina de cadáver como canibalismo inconcebível. Porém, apesar desses comentários, a prática começou a perder força na Europa no final do século XVIII, quando cientistas afirmaram não haver panaceia comprovada e trouxeram implicações em tons de preocupação sobre a hereditariedade e os perigos de se comer carne humana.<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/11/07/07092548686044.jpg" alt="(Fonte: Jordi Play - Biomedcentral / Reprodução)">(Fonte: Jordi Play - Biomedcentral / Reprodução)Ainda é comum ouvir pessoas convictas mencionarem o poder dos “laços de sangue”. Recentemente, em 2018, uma pesquisa publicada pelo site Snopes desmistificou equívocos compartilhados na web sobre os benefícios de beber sangue para os jovens. Segundo as mensagens, a reinfusão do sangue de pessoas mais velhas em grupos de jovens e saudáveis seria capaz de gerar efeitos positivos na saúde. Porém, esses conceitos de “parabiose” foram quebrados pela própria ideia da mudança da composição sanguínea com o envelhecimento.Estimativas apontam que, atualmente, existem cerca de 5.000 sanguinários apenas nos Estados Unidos. Em entrevistas, a maioria dessas pessoas diz que começou a beber sangue humano por influência de lendas vampíricas ou da medicina de cadáveres. Eles também indicam que o interesse foi despertado por meio de uma compulsão, ou seja, sem qualquer relação com possíveis propriedades curativas ou necessidade de melhorar o bem-estar físico — eles relatam sentir-se deprimidos, cansados ou simplesmente terríveis.Esses casos são raros, mas não incomuns. No início deste ano, Machine Gun Kelly e Megan Fox confirmaram ter um fetiche sexual no consumo de sangue. Enquanto isso, em 2011, Jamie Vulva, uma mulher que administra um café à base de plantas em Olympia, Washington, narrou experimentar seu fluido menstrual em receitas e na culinária caseira por capricho, apesar de não sentir compulsão de beber sangue. Não necessariamente as pessoas atribuem noções antigas e poéticas sobre plasma ou suas essências vitais.</body>

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Ato de consumir sangue humano já foi considerado medicinal

Imagem de Dissonância cognitiva: o que é e para que ela serve? no megacurioso

O conceito de dissonância cognitiva ajuda a explicar por que, às vezes, pensamos uma coisa e fazemos outra

<head></head><body>A dissonância cognitiva é um conceito da <a href="https://www.megacurioso.com.br/medicina-e-psicologia/" rel="noopener noreferrer" target="_blank">psicologia</a> bastante importante na compreensão sobre o que leva uma pessoa a manter certo comportamento. O termo foi descrito por Leon Festinger em 1957, e tem sido usado para tentar entender o que conseguiria levar à quebra de um hábito nocivo.Por dissonância cognitiva, entendemos o mal estar que é provocado pelo conflito causado pelo que uma pessoa pensa, sente e faz. Digamos, por exemplo, uma pessoa que ache que ter <a href="https://www.megacurioso.com.br/comportamento/40201-conheca-a-historia-da-mulher-mais-ciumenta-do-mundo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">ciúmes</a> é ruim e nocivo, mas mesmo assim não consegue parar de sentir esta emoção. Alguns psicólogos acham que, mesmo que a dissonância cognitiva provoque sensações desagradáveis, ela é um instrumento importante para o crescimento pessoal.<h2>Exemplos práticos de dissonância cognitiva</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/11/07/07132944420188.jpeg" alt="(Fonte: Pexels)">(Fonte: Pexels)Todo mundo, em algum momento, passa por isso. Pense, por exemplo, em uma pessoa fumante que sabe que fumar faz muito mal à saúde, mas mesmo assim não consegue largar o cigarro. Ou alguém que se dedica a uma dieta rigorosa para perder peso, e de repente se vê comendo uma porção enorme de&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/121778-termopolio-o-restaurante-de-fast-food-mais-antigo-da-historia.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">fast food.</a>O momento político brasileiro é outro exemplo claro. Quando se enxerga o país dividido entre dois espectros políticos, percebem-se nuances deste fenômeno. Pode-se dizer que todo mundo acredita que <a href="https://www.megacurioso.com.br/politica/89115-10-praticas-de-corrupcoes-que-quase-todo-mundo-faz-diariamente.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">corrupção</a> é ruim. Mas algumas mensagens que circulam na rede social provocam que os cidadãos pensem mais sobre a dissonância: "você é contra a corrupção, mas fura a fila", ou "você é contra a desigualdade social, mas explora seus funcionários".A ideia de expor isso a público parte do pressuposto que, se a pessoa sentir o mal estar provocado pela ciência da situação, ela irá refletir sobre os seus atos e eventualmente irá mudá-los. Mas será que funciona assim?<h2>Para que serve a dissonância cognitiva?</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/11/07/07133032980189.jpeg" alt="(Fonte: Pexels)">(Fonte: Pexels)Sentir a dissonância cognitiva não é ruim, mas pode se tornar. "Quando as pessoas evitam lidar com desconforto mental – a menos que o problema se resolva por conta própria, o que geralmente é improvável com um conflito interno – isso pode levar a problemas no futuro", explica o psiquiatra Grant H. Brenner.O problema futuro é esta sensação se tornar uma <a href="https://www.megacurioso.com.br/medicina-e-psicologia/99148-9-fatos-sobre-transtornos-de-ansiedade.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">ansiedade</a> generalizada, causando um sofrimento exagerado, que leva à paralisia, ao invés de instigar a mudança de um hábito. O que pode também ocorrer é o sujeito começar a justificar ou racionalizar comportamentos destrutivos.“Tenho pacientes que acessam aplicativos de namoro e me dizem que tudo o que recebem é rejeição. Eu gosto de lembrá-los que eles rejeitaram algumas pessoas também, e não foi grande coisa. Eles não os odiavam. Mas quando eles se voltam contra si mesmos, eles são mais duros e internalizam o pensamento de 'eu sou horrível'. Esse padrão destrutivo de pensamento reforça a dissonância e pode moldar comportamentos para repetir esse ciclo negativo a longo prazo”, fala Thea Gallagher, diretora do ambulatório do Centro de Tratamento e Estudo da Ansiedade.Por isso, quando se identifica que se está experimentando a dissonância cognitiva, o ideal é aproveitar a oportunidade para fazer uma análise sóbria e ver o que precisa mudar na sua vida.</body>

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Dissonância cognitiva: o que é e para que ela serve?

Imagem de Por que é possível sentir tanto medo de espelhos? no megacurioso

Elemento recorrente em filmes de terror, espelhos estão relacionados a lendas antigas e revelam um passado dedicado a superstições e outras crenças

<head></head><body>Inspiração tanto para cenas de <a href="https://www.megacurioso.com.br/terror/" rel="noopener noreferrer" target="_blank">terror</a> quanto para cenários deslumbrantes, os espelhos são artefatos que, quanto mais se exploram, mais mistérios parecem revelar. Suas lendas são muito mais antigas do que se imagina e, de acordo com a folclorista da Universidade de Binghamton, Elizabeth Tucker, as histórias envolvendo peças e reflexos consistem, quase que na totalidade de sua essência, em contos <a href="https://www.megacurioso.com.br/sobrenatural/" rel="noopener noreferrer" target="_blank">sobrenaturais</a>.A lenda primordial do poder destrutivo dos espelhos faz referência à <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/118926-pessoas-narcisistas-sao-mais-violentas.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">mitologia de Narciso</a>, que de tanto encarar sua própria face refletida na água, morreu de desgosto e amaldiçoado por não conseguir possuí-la. Já na Antiga Roma, acreditava-se que os artefatos vítreos tinham o poder de prender a alma das pessoas, exigindo que o espírito humano permanecesse preso por até sete anos antes de ser liberado — a origem da famosa história dos sete anos de azar.Com o tempo, deram início às primeiras superstições, quando o período medieval incentivou discursos sobre a “magia do amor”. Segundo as histórias, jovens que queriam se casar encaravam os espelhos em rotinas programadas enquanto recitavam rimas — uma espécie de ritual de invocação. Caso, em algum momento, a imagem de seu amado aparecesse refletida, a crença teria funcionado. Caso aparecesse uma caveira, a dama morreria antes de celebrar matrimônio.<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/11/06/06211215110003.jpg" alt="(Fonte: Getty Images / Reprodução)">(Fonte: Getty Images / Reprodução)Cercado de mais mistérios e sendo visto como um elemento que reservava um certo temor às pessoas, o <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/105404-voce-conhece-a-historia-do-espelho.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">espelho</a> tornou-se recurso explorado em larga escala por filmes de terror. Desde obras sobre vampiros — cujos reflexos não apareciam — até a popularização das lendas urbanas, como nos casos de <a href="https://www.megacurioso.com.br/misterios/117862-descoberta-assustadora-no-tiktok-revela-caso-real-de-crime.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Candyman</a> e <a href="https://www.megacurioso.com.br/historias-macabras/37596-conheca-5-das-mulheres-mais-demoniacas-da-historia.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Bloody Mary</a> — e aqui no Brasil a "<a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/119790-6-origens-de-lendas-urbanas-brasileiras.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Loira do banheiro</a>" —, conceitos do cinema utilizavam as molduras de vidro para fortalecer sustos e pegadas mais assombradas, dando sobrevida ao elemento do jumpscare.“Uma mente subconsciente, não importa onde esteja, está sempre procurando o perigo. Está sempre olhando para as coisas e tentando decidir se é seguro ou uma ameaça”, diz Leonard Pickel, proprietário da empresa de design de casas mal-assombradas Hauntrepreneurs. “Quando o cérebro não consegue decidir se é amigo ou inimigo, essa é a sensação assustadora que você tem quando o cabelo fica em pé na nuca.”<h2>Como a ciência explica o medo de espelhos?</h2>Do ponto de vista psicológico, o cérebro humano é condicionado a interpretar mal o que é visto em um espelho. Assim, quando o <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/120183-sera-que-voce-ja-viu-seu-reflexo-verdadeiro.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">reflexo</a> não corresponde às expectativas de quem o observa, é comum se desconectar desse senso de identidade e encarar algo que não está certo ou que é assustador.&nbsp;Há 20 anos, enquanto estudava o <a href="https://www.megacurioso.com.br/medicina-e-psicologia/89236-conheca-5-casos-famosos-e-fascinantes-de-multiplas-personalidades.htm#:~:text=Na%20verdade%2C%20o%20problema%20é,no%20lugar%20da%20personalidade%20principal." rel="noopener noreferrer" target="_blank">transtorno dissociativo de identidade</a>, o psicólogo da Universidade de Urbino, Giovanni Caputo, realizou um estudo com 8 espelhos. As peças foram colocadas ao redor dos voluntários e sofreram a incidência de diferentes níveis de iluminação. Rapidamente, os resultados imediatos mostraram que, em condições de maior escuridão, os rostos refletidos pareciam mudar e ganhar aspectos de distorcidos. Essa pesquisa patenteou a expressão conhecida como "ilusão do rosto estranho".<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/11/06/06214531684010.jpg" alt="(Fonte: Getty Images / Reprodução)">(Fonte: Getty Images / Reprodução)Essas visões assustadoras, que incluíam não apenas os rostos dos observadores, mas também de entes queridos ou falecidos e, até mesmo, de monstros, não são resultados de algo sobrenatural. É fácil compreender que se tratam de interpretações cerebrais influenciadas por fatores externos e impactantes, capazes de distrair a atenção. Além disso, pessoas com maior capacidade focal podem ser incapazes de visualizar qualquer efeito distinto.“Quando fiz esse experimento, algumas pessoas ficaram bastante assustadas com o que aconteceu. E acho que isso apenas demonstra para as pessoas, fundamentalmente, que nossas experiências visuais são construídas em nossa mente, e elas não representam diretamente o que estamos tentando ver”, conclui Joanna Mash, doutoranda em psicologia na Universidade de Hertfordshire, Inglaterra.</body>

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Por que é possível sentir tanto medo de espelhos?

Imagem de Hashi: como o palitinho asiático foi inventado? no megacurioso

Conheça mais sobre a história por trás da criação de um dos utensílios preferidos dentro da culinária asiática

<head></head><body>Se você é apreciador da culinária asiática, provavelmente já viu os tradicionais garfos e facas sendo substituídos pelo hashi, os famosos palitinhos de madeira, plástico ou metal usados como um dos principais utensílios de alimentação nessa parte do mundo.Porém, você sabe de onde eles surgiram e qual a sua história de origem? Curiosamente, os hashis existem a mais de cinco mil anos e possuem uma história bastante interessante. Ficou curioso para saber mais sobre tudo isso? Então veja um pouco mais sobre esses objetos diferenciados nos próximos parágrafos!<h2>Origem milenar</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/11/04/04180555387192.jpg" alt="(Fonte: Unsplash)">(Fonte: Unsplash)Conforme acreditam os historiadores, os palitinhos asiáticos não eram nada mais que um simples galho usado para pescar comida de panelas na Ásia. Acredita-se que os primeiros exemplares de hashi surgiram em 1200 a.C., descobertos na província de Henan, na China — onde também foram encontradas as primeiras versões de utensílios de escrita na humanidade.No entanto, ao passo em que as <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/123384-5-alimentos-que-voce-nao-deve-reaquecer-no-micro-ondas.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">práticas culinárias</a> foram se desenvolvendo, os chefs de cozinha perceberam que poderiam cozinhas alimentos mais rápido e economizar combustível se eles fossem cortados em pedaços menores. Nesse sentido, esse método acabou eliminando a necessidade das facas na mesa de jantar e fez com que o uso de pauzinhos se tornasse algo predominante.No século V, evidências mostram que eles já eram muito mais comuns na cultura asiática. A popularidade desse tipo de utensílio na <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/122672-farta-producao-de-bronze-na-china-antiga-foi-enfim-desvendada.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">China</a> também se deve muito ao fato de que Confúcio, um dos principais pensadores asiáticos de todos os tempos, era totalmente contra a violência e acreditava que objetos pontiagudos não deveriam estar presentes na hora de comer.<h2>Expansão pela Ásia</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/11/04/04180531291191.jpg" alt="(Fonte: Pixabay)">(Fonte: Pixabay)Por volta de 500 d.C., os hashis deixaram de ser um utensílio exclusivo da China e também se tornaram um item básico em residências no <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/123410-as-4-religioes-mais-comuns-no-japao.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Japão</a>, Coreia e Vietnã. As primeiras versões dos pauzinhos usadas naquela época eram unidas na parte superior por um pedaço de bambu — sendo usadas majoritariamente em cerimônias religiosas.Durante a dinastia chinesa, pessoas de alto escalão costumavam usar os palitinhos de prata para suas refeições. Naquele tempo, existia o mito de que a prata ficaria imediatamente preta caso tocasse em veneno. Embora a prata realmente possa mudar de cor se entrar em contato com determinados alimentos, isso ocorre devido ao sulfeto de hidrogênio, que é liberado por comidas como alho, cebola ou até mesmo ovos podres.O design e a função desses utensílios pouco mudaram desde suas primeiras aparições até as versões modernas que vemos atualmente. Porém, uma coisa é certa: saber usá-los corretamente é uma medida de etiqueta caso você queira visitar um país asiático. Se para nós, ocidentais, o garfo e a faca são utensílios do dia a dia, para os orientais o hashi é muito mais do que um mero objeto, mas também uma forma de expressão de suas culturas e algo que representa seu passado!</body>

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Hashi: como o palitinho asiático foi inventado?

Imagem de Qual é o dia da semana com mais acidentes de trânsito? no megacurioso

Pesquisa feita pela empresa Zignet em parceria com a Unicamp revela informações sobre o perfil dos acidentes de trânsito no Brasil

<head></head><body>Os dias em que mais se registram <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/123030-o-primeiro-acidente-de-carro-no-brasil-foi-a-4-km-h.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">acidentes de trânsito</a> talvez não seja surpreenda muita gente: sexta-feira, em primeiro lugar, seguida pelo sábado. Ou seja, os dias em que as pessoas mais saem de casa para relaxar ou ir a festas, e muitas vezes acabam ingerindo álcool e provocando problemas no trânsito.Segundo estudo feito pela empresa Zignet, em parceria com a Unicamp, a partir de dados governamentais provindos das secretarias de trânsito, do DETRAN e do IBGE, sexta e sábado são seguidos em número de incidentes pela segunda-feira, em terceiro lugar. Já o dia que menos registra acidentes é o domingo (quando se diminui a circulação de carros nas ruas). Vejamos, a seguir, mais informações constatadas pela pesquisa.<h2>Por que os acidentes são mais frequentes nestes dias?</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/11/02/02200734689012.jpg" alt="(Fonte: Agis Pneus)">(Fonte: Agis Pneus)Segundo Anna Maria Garcia Prediger, instrutora na área de trânsito, a questão é comportamental. “Sexta-feira é o dia de início da folga da maioria das pessoas. É nesse dia que o pessoal relaxa e que também ocorrem os encontros sociais, a balada, o <a href="https://www.megacurioso.com.br/boa-forma/76866-nao-deixe-o-happy-hour-virar-fat-hour.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">happy hour</a>, o barzinho, etc. Esse 'relaxamento' por si só já pode provocar a perda de atenção e do foco no trânsito”, disse em entrevista ao Portal do Trânsito.Imagina-se que todo mundo tenha ciência de que é proibido beber <a href="https://www.megacurioso.com.br/bebidas-alcoolicas/" rel="noopener noreferrer" target="_blank">álcool</a> e dirigir. Ainda assim, muitos brasileiros não respeitam a regra. “Essa droga, além de lícita, é altamente social, e nas rodas de amigos, acaba sendo quase uma exigência que todos a consumam. E muitas pessoas acabam bebendo, mesmo sabendo que é proibido para a condução de um veículo, por conta dessa pressão social”, explica.<h2>Outros fatores sobre os acidentes de trânsito no Brasil</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/11/02/02200638128011.jpg" alt="(Fonte: Quatro Rodas)">(Fonte: Quatro Rodas)A pesquisa da Zignet traz mais dados referentes aos acidentes de trânsito no Brasil. Há, por exemplo, os dados demográficos: a maioria dos acidentes ocorre com homens. A quantidade de acidentes registrados com a participação deles é sempre maior do que entre mulheres, independente de qual seja a faixa etária.Mas, se formos olhar à idade, há outro dado relevante. Os acidentes são mais frequentes com pessoas entre a faixa de 18 a 24 anos e entre 40 e 49 anos, independente de qual seja o gênero.Já no que envolve os tipos de veículos, algumas categorias têm maior prevalência. A maioria dos acidentes ocorre com automóveis (mais de 600 mil). Em seguida, vem as <a href="https://www.megacurioso.com.br/motos/" rel="noopener noreferrer" target="_blank">motocicletas</a> (mais de 200 mil) e, por fim, caminhonetes (cerca de 100 mil). Já entre os tipos de acidentes, o mais comum é a colisão (traseira e lateral). Mas há um grande número de acidentes cuja natureza não foi informada no registro da ocorrência.Sobre a gravidade dos acidentes, a maioria das notificações (mais de 600 mil) não informa sobre isso. Na sequência, aparecem acidentes sem feridos (629 mil ocorrências), seguidos de feridos com lesões leves (cerca de 222 mil), lesões graves (cerca de 80 mil) e os que causaram <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/123351-e-possivel-ter-um-pulmao-saudavel-apos-anos-fumando.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">óbitos</a> (cerca de 20 mil).</body>

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Qual é o dia da semana com mais acidentes de trânsito?

Imagem de 41 brasileiros superinteligentes são identificados pela Mensa no megacurioso

Com o propósito de aumentar o conhecimento da sociedade sobre a superinteligência, entidade fará nova rodada de testes neste mês 

<head></head><body>A Associação Mensa Brasil, representante oficial no país da Mensa Internacional, identificou 41 brasileiros <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/122867-brasil-e-o-pais-com-maior-numero-de-superdotados-da-america-do-sul.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">superinteligentes</a> em uma primeira rodada de testes. Com o propósito de reunir pessoas com altas capacidades intelectuais, a organização confirmou que realizará uma próxima etapa experimental às 10h do dia 26 de novembro (horário de Brasília) em diversas cidades brasileiras, com admissões já sendo aceitas via <a href="https://mensa.org.br/admissao/" rel="noopener noreferrer" target="_blank">site oficial</a> ou <a href="mailto:testes@mensa.org.br">e-mail</a>.Todos os aprovados, distribuídos entre 18 cidades do Brasil, foram convidados a se associar à entidade. Eles se destacam por possuírem <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/118090-nota-de-qi-define-inteligencia-veja-as-pessoas-mais-inteligentes-do-mundo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">quociente de inteligência (QI)</a> muito acima da média. De acordo com um FAQ no site da Mensa, não há um número mínimo desses indicadores exigido, pois o valor pode variar de acordo com a metodologia aplicada. Porém, para fazer parte da seleta equipe, é preciso estar no percentil 98, ou seja, nos 2% da população de mais alto QI.<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/11/03/03092646878042.jpg" alt="(Fonte: Getty Images / Reprodução)">(Fonte: Getty Images / Reprodução)Confira abaixo uma tabela com o local e a respectiva quantidade de candidatos testados e aprovados:<ul><li>Araraquara (SP) — Testados: 3; Aprovados: 1</li><li>Salvador (BA) — Testados: 7; Aprovados: 2</li><li>Campinas (SP) — Testados: 8; Aprovados: 1</li><li>Fortaleza (CE) — Testados: 8; Aprovados: 3</li><li>Brasília (DF) — Testados: 5; Aprovados: 3</li><li>Goiânia (GO) — Testados: 5; Aprovados: 1</li><li>Belo Horizonte (MG) — Testados: 11; Aprovados: 8</li><li>Belém (PA) — Testados: 1; Aprovados: 0</li><li>Curitiba (PR) — Testados: 15; Aprovados: 5</li><li>Rio de Janeiro (RJ) — Testados: 18; Aprovados: 3</li><li>Natal (RN) — Testados: 3; Aprovados: 1</li><li>Porto Alegre (RS) — Testados: 7; Aprovados: 3</li><li>São Paulo (SP) — Testados: 24; Aprovados: 9</li><li>Timóteo (MG) — Testados: 3; Aprovados: 0</li><li>São José dos Campos (SP) — Testados: 2; Aprovados: 1</li></ul>“Para contribuir na ampliação desse mapeamento, a Associação Mensa Brasil está comprometida em aumentar o conhecimento da sociedade sobre a superinteligência. Além disso, trabalhamos para ampliar a identificação de pessoas com QI muito acima da média, por meio das nossas rodadas de testes, bem como criar um ambiente positivo e estimulante para que estas pessoas possam interagir e evoluir”, comenta Rodrigo Sauaia, presidente da Mensa Brasil.<h2>Quais os requisitos para se inscrever?</h2>Qualquer pessoa com mais de 17 anos e que esteja cursando ou tenha cursado <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/103590-pessoas-com-ensino-superior-tendem-a-reprovar-em-testes-de-direcao-sabia.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">ensino superior</a> pode se candidatar para uma vaga na Associação Mensa Brasil. Após realizar a admissão no site, os interessados serão avisados, de forma privada e individual, onde será realizado o teste. Todo o processo ocorre de forma presencial e segue as diretrizes do Conselho Federal de Psicologia (CFP).“Temos uma das maiores populações do planeta. Cerca de 2% dos habitantes do Brasil podem apresentar sinais de altas habilidades, com um QI muito acima da média. Porém, ainda não há um mapeamento abrangente destes indivíduos”, comenta Sauaia.Para saber mais sobre a Mensa Brasil e sobre a procura pela superinteligência, basta clicar <a href="https://mensa.org.br" rel="noopener noreferrer" target="_blank">aqui</a>.</body>

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41 brasileiros superinteligentes são identificados pela Mensa

Imagem de Os esquemas de enriquecimento rápido mais bobos da história no megacurioso

Na história, muita gente pobre enriqueceu por sorte, mas muito rico se deu por erros idiotas

<head></head><body>Os antigos já ensinavam: dinheiro que vem fácil, vai fácil. Mas, ao longo da história, não foram poucas as pessoas que acreditaram que haveriam caminhos para enriquecer rapidamente. Algumas, inclusive, se deram bem. Neste texto, contamos dois casos de pessoas que enriqueceram por sorte ou trapaça, e uma história de um homem muito rico que tomou atitudes muito burras.<h2>1. A sorte de Timothy Dexter</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/10/31/31161251310271.jpg" alt="(Fonte: All That's Interesting)">(Fonte: All That's Interesting)Timothy Dexter foi um empresário de Massachusetts, que viveu entre 1747 e 1806. Mesmo tendo nascido em família pobre, ele foi bem-sucedido em vários aspectos.Para começar a sua ascensão à alta sociedade, ele casou com uma viúva rica, mais velha que ele, e que já tinha quatro filhos. Mas os "sangues azuis" de sua época não o viram com bons olhos e o tratavam como um interesseiro de pouca instrução.Mesmo assim, Timothy Dexter não desistiu de subir na sociedade. Ele resolveu gastar todas as suas economias para comprar a moeda continental, que não valia nada. Todo mundo o julgou como um idiota. Mas, logo em seguida, o governo pagou pelas suas moedas e ele teve vários ganhos inesperados, tornando-se rico.Com os lucros, Dexter abriu uma transportadora para fazer negócios com a Europa e as Índias Ocidentais. Ele comprou panelas de aquecimento para tentar vender para as pessoas aquecerem suas camas no inverno.Só que a ideia parecia não ser muito esperta, já que as Índias eram muito quentes. Contudo, Timothy Dexter mais uma vez teve sorte e vendeu as panelas como cadinhos de fundição para a indústria do melaço, e lucrou novamente.Por fim, ele enviou luvas de lã para as Índias Ocidentais. Mas ao invés de perder dinheiro, ele teve a sorte de que comerciantes asiáticos que estavam lá comprassem o produto para revendê-las na Sibéria.<h2>2. O erro crasso de Marco Licínio Crasso</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/10/31/31165244924309.jpg" alt="(Fonte: Vernici Firewall)">(Fonte: Vernici Firewall)Marco Licínio Crasso (115 – 53 a.C.) foi o homem mais rico de Roma no tempo em que viveu. Sua fortuna era de 200 milhões de sestércios - o que significava que, hoje, ele seria 34 vezes mais rico que <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/113706-elon-musk-teme-nao-estar-vivo-quando-a-humanidade-chegar-em-marte.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Elon Musk,</a> cuja riqueza é avaliada em US$ 200 bilhões.Mas ser tão rico não o impediria de tomar uma decisão que destruiria a sua vida. Crasso era um aliado do ditador Sula, e enriqueceu ao comprar propriedades confiscadas dos inimigos do Estado. Após a morte de Sula, ele continuou a acumular fortuna.Os prédios de Roma eram propensos a incêndios, então, quando um queimava, Crasso corria para comprar a propriedade em chamas por um preço bem baixo. Depois que o acordo se concretizava, os bombeiros que trabalhavam para Crasso finalmente entravam em ação para apagar o fogo.Na década de 70 a.C., Marco Licínio Crasso alavancou o poder de políticos como <a href="https://www.megacurioso.com.br/personalidades/102528-7-licoes-de-lideranca-do-grande-conquistador-romano-julio-cesar.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Júlio César</a>. Seu objetivo, no fim, era conquistar a glória militar. Para isso, ele liderou um exército de 50 mil para invadir a Pártia. Ele confiou em um chefe local para guiá-lo, mas era um enrascada. O exército foi conduzido a uma rota árida, levando ao um local em que as tropas (e Crasso) se deram de frente com os partos, que estavam preparados com uma artilharia pesada.Embora fossem mais numerosos, os soldados romanos foram massacrados e desmoralizados. Crasso foi incapaz de pensar em um plano. Ele resolveu então mandar seu filho para liderar o exército, mas ele foi rapidamente derrotado. Os partos provocaram o pai ao trazer a cabeça do filho de Crasso na ponta de uma lança.Por fim, Crasso abandonou os milhares de feridos e fugiu do conflito. Os partos o convidaram para negociar, e ele acabou indo. Foi o seu maior erro. O encontro se tornou uma batalha, os generais romanos foram mortos e os partos derramaram ouro na garganta de Crasso. Ele acabou se tornando um símbolo de alguém que enriqueceu rápido, mas que não era muito inteligente.<h2>3. A fraude da tribo de Tasaday</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/10/31/31165134567306.jpeg" alt="(Fonte: Oswald Iten)">(Fonte: Oswald Iten)Em 1971, uma notícia da NBC revelou a existência de uma pequena tribo de pessoas vivendo em uma selva nas <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/117872-4-curiosidades-fascinantes-sobre-as-filipinas.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Filipinas</a>. Esta tribo, chamada de Tasaday, teria um modo de vida que remetia ainda à idade da pedra.Quem cuidou do manejo desta tribo foi Manuel Elizalde, então chefe do órgão do governo filipino encarregado de proteger as minorias culturais. Foi ele que anunciou que aquela era um tribo isolada há mais de mil anos. Ele os descreveu assim: "eles não sabiam que existia um país. Eles não perceberam haver um mar além de Mindanao… eles nem sabiam o que era arroz. Eles não têm palavras para armas, hostilidade ou guerra".Entretanto, acabou-se descobrindo que os Tasaday era, na verdade, um golpe armado para que Elizalde enriquecesse. Os Tasaday apareceram na capa da National Geographic e imagens da tribo foram parar em noticiários do mundo todo. Até um livro foi escrito sobre eles, e celebridades se candidataram para visitá-los.<div data-pbjs-key="728x90" data-sizes="[[728,90],[1,1]]">O esquema de fraude só foi revelado depois da queda do ditador filipino <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/122318-5-figuras-historicas-com-habitos-estranhos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Ferdinand Marcos</a>, em 1986. Quando os jornalistas e antropólogos tiveram acesso aos Tasaday, descobriram que eles não eram primitivos. Na verdade, eles viviam em casas e usavam roupas modernas. Mas contaram que foram forçados por Elizalde para parecer viverem na Idade da Pedra.</div>A essa altura, Elizalde havia arrecadado milhões de dólares para protegê-los, e havia fugido com todo o dinheiro saqueado da fundação criada para os Tasaday.</body>

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Os esquemas de enriquecimento rápido mais bobos da história

Imagem de Zoom dysmorphia: como videochamadas criaram um distúrbio de imagem no megacurioso

Com o excesso de reuniões online, você passou a se questionar sobre a saúde de sua aparência?

<head></head><body>O <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/116547-hikikomori-o-fenomeno-japones-que-ja-afeta-pessoas-no-mundo-todo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">isolamento social</a> instaurado em 2020 como medida de segurança para controlar a propagação do coronavírus, que se tornou um caso de pandemia, desconstruiu vários aspectos da vida de um cidadão, inclusive as dinâmicas de trabalho.O home office se tornou a única maneira que empresas encontraram para continuar operando, portanto, o tempo de tela, um antigo vilão da sociedade contemporânea, como reflexo do tempo gasto online, aumentou exponencialmente. Um estudo da Lenstore indicou que 75% da população, entre 16 e 24 anos, estão passando mais tempo em seus telefones, enquanto 45% aumentaram a quantidade de tempo nos computadores.<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/11/01/01081833491022.jpg" alt="(Fonte: Henry Ford Health/Reprodução)">(Fonte: Henry Ford Health/Reprodução)De acordo com Bhavin Shah, optometrista comportamental, olhar para essas telas pode ter um impacto na visão embaçada transitória, aumento da necessidade de usar óculos, no desconforto dos olhos e no desempenho no próprio trabalho.Para além dos efeitos físicos e associação ao aumento do estresse, níveis baixos de motivação e muito sentimento de solidão –, o tempo excessivo de tela desencadeou um novo fenômeno chamado Zoom dysmorphia.<h2>"Piores do que o normal"</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/11/01/01082013156023.jpg" alt="(Fonte: PureWow/Reprodução)">(Fonte: PureWow/Reprodução)Essa "dismorfia do Zoom" foi apelidada pela médica dermatologista e professora da Harvard Medical School, Dr. Shadi Kouroush, para categorizar os efeitos causados por passarmos tempo demais nos vendo por vídeo durante videochamadas, o que pode ter resultado em um colapso de como percebemos nossa própria imagem.Quando as clínicas reabriram em 2021, Kouroush notou um aumento nos pedidos de consultas relacionadas a problemas com a aparência, sendo que muitas pessoas se queixavam de que estavam visualmente "piores do que o normal".A maioria dos pacientes questionados sobre o motivo de estarem procurando um tratamento dermatológico responderam que se ver muito por câmera durante o trabalho os fez perceber como sua aparência não parecia adequada o suficiente.<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/11/01/01082130619028.jpg" alt="(Fonte: Oxygenetix/Reprodução)">(Fonte: Oxygenetix/Reprodução)O resultado direto do excesso de tempo diante das câmeras, em reuniões de equipe todos os dias, distorceu a autoimagem das pessoas, que passaram a se preocupar com a flacidez da pele ao redor do pescoço e bochechas; com o tamanho e a forma do nariz; ou com a palidez de sua pele. Portanto, a busca incansável por intervenções estéticas, desde aplicação de Botox até cirurgias plásticas, se tornou a única alternativa possível.Essa resposta coincidiu com os avisos feitos por vários especialistas, como a Dra. Katharine Philips, psiquiatra do Hospital Presbiteriano de Nova York, que alertou sobre a possibilidade de aumento da dismorfia corporal naqueles que já eram afetados e naqueles em risco, sobretudo porque as redes sociais, começando pelo Snapchat, já havia catapultado essa dismorfia com seus filtros que alteram drasticamente vários aspectos da imagem de uma pessoa – o que piorou com a criação do Instagram Stories. Ela apontou que uma simples foto nas redes pode ser um gatilho imenso para essas pessoas, e que ser obrigada a se olhar por várias horas e se perceber, é ainda pior.<h2>O falso reflexo</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/11/01/01082245168031.jpg" alt="(Fonte: The Kit/Reprodução)">(Fonte: The Kit/Reprodução)“As pessoas não estão olhando para um reflexo verdadeiro de si mesmas. Elas não percebem que é um espelho distorcido”, ressaltou a Dr. Kourosh, em entrevista ao The Guardian, lembrando que os fatores como ângulo e o quão perto a pessoa pode estar da câmera mascaram e distorcem a nossa aparência.A preocupação envolvendo a Zoom dysmorphia entre os especialistas depois do estudo de Kouroush, aumentou porque o fenômeno não está recuando, apesar do fim da pandemia pelo mundo. Os pacientes continuam procurando médicos e dermatologistas com demandas irreais e não naturais, tendo como base fotos de celebridades recortadas de uma revista, como se procedimentos estéticos fossem uma tendência banal.Uma pesquisa publicada no International Journal of Women’s Dermatology, feita com um grupo de 7 mil pessoas, descobriu que 71% delas estavam ansiosas ou estressadas com o retorno às atividades presenciais, e quase 64% procuraram um tratamento mental devido às cicatrizes deixadas pela pandemia. Três em cada dez pessoas disseram que investiriam em sua aparência como estratégia de enfrentamento para lidar com o trabalho presencial, com ganho de peso, descoloração da pele, rugas e acne entre as preocupações principais da lista – tudo exacerbado pela quantidade de tempo gasto em chamadas do Zoom, FaceTime, Google Meet ou Teams.<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/11/01/01082351498036.jpg" alt="(Fonte: Quartz/Reprodução)">(Fonte: Quartz/Reprodução)Mesmo antes das reuniões online, os psicólogos descobriram que as pessoas que se olhavam no espelho se tornavam mais autoconscientes. A diferença é que a tela de um celular ou computador, distorcida pela lente de uma câmera, está muito longe de ser nosso real reflexo, principalmente quando nossos rostos não estão relaxados.Para resolver o problema, alguns passos podem ser adotados e incentivados para reduzir o risco da Zoom dysmorphia, como melhorar a qualidade da imagem online com o uso de ring lights, câmeras de maior resolução e a escolha de um ângulo adequado que limitam a distorção.No entanto, essas medidas são consideradas apenas práticas e paliativas. A psicóloga e conselheira Alaokika Bharwani encoraja que as pessoas evitem repetir pensamentos negativos sobre sua imagem diante de uma câmera e se concentrem na qualidade de seu trabalho e em apreciar outros aspectos da vida.A conscientização mundial sobre essa dismorfia é fundamental para que as vítimas possam enxergar que não são as únicas, e que, geralmente, não há nada de errado com sua aparência.</body>

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