Imagem de Como a ativação de uma proteína pode desencadear o câncer no megacurioso

Estudo investigou a atuação de uma proteína específica que está presente em alguns tipos de tumores

<head></head><body>Se descobrir mais sobre as proteínas atuantes no desenvolvimento de câncer se configura como um desafio para os pesquisadores que se debruçam sobre o tema, agora eles já podem encontrar um novo caminho para explorar na busca da cura da doença.Um estudo publicado na Revista Life Science Alliance trouxe as descobertas que uma equipe de cientistas teve a partir da investigação sobre algumas das formas de câncer mais recorrentes: o câncer de pele, de pâncreas e o tumor cerebral infantil.O que chamou a atenção dos estudiosos da Universidade da Califórnia em Irvine, nos Estados Unidos, é a presença da proteína GLI1, ativa tanto na renovação celular quanto em várias espécies de tumores.O mecanismo da interação em que ela está envolvida, por sua vez, é bastante complexo: uma vez que a proteína GLI1 é ativada pela de sinalização Hedgehog (HH), um processo relacionado ao desenvolvimento de células embrionárias e de renovação dos tecidos, ela acaba ligada a uma outra proteína chamada SUFU, que a suprime e impede de ativar os genes das células.&nbsp;Entretanto, o enfraquecimento dessa ligação pode ocorrer em circunstâncias específicas e dá espaço para que a proteína GLI1 entre no núcleo das células e provoque o crescimento desordenado delas, aumentando a chance de um indivíduo apresentar <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/122193-novo-tratamento-consegue-curar-pacientes-com-cancer-de-colon.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">câncer</a>.&nbsp;<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/08/15/15114852077124.jpg" alt="O objetivo da pesquisa é possibilitar avanços na compreensão do mecanismo em que a proteína GLI1 está envolvida. (Fonte: Unsplash)">O objetivo da pesquisa é possibilitar avanços na compreensão do mecanismo em que a proteína GLI1 está envolvida. (Fonte: Unsplash)<h2>A busca pela prevenção</h2>Outro ponto importante levantado nessa investigação é que várias mutações presentes na proteína SUFU foram detectadas em outros tipos de tumores em virtude da transcrição feita a partir da GLI1, reforçando o quanto o papel da interação entre essas partículas merece ser cuidadosamente analisado.A busca por formas de prevenir o surgimento dos tumores tem sido constante e a medicina tem conseguido obter avanços significativos nesse sentido. Hoje, temos como exemplo o fato de novas <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/119390-voce-sabe-como-surgiram-as-vacinas.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">vacinas</a> serem resultados destas conquistas.&nbsp;No caso das doenças provocadas por vírus, a vacina quadrivalente, que protege contra o HPV, é capaz de prevenir a formação de câncer no colo do útero. O desafio, contudo, é o de reduzir a ocorrência de outros tipos de tumores de forma eficaz.Se essas descobertas sobre a atuação das <a href="https://www.megacurioso.com.br/boa-forma/81257-proteina-ossea-e-capaz-de-queimar-gordura.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">proteínas</a> presentes no câncer soam promissoras, é porque também abrem a possibilidade de desenvolver tratamentos menos invasivos para os pacientes futuramente.</body>

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Como a ativação de uma proteína pode desencadear o câncer

Imagem de Onesimus: o escravo que contribuiu para vacinação contra a varíola no megacurioso

Sem ele, certamente teria levado muito mais tempo para que os norte-americanos começassem a se vacinar

<head></head><body>A origem exata da varíola como doença natural é muito nublada na História. Alguns cientistas acreditam que ela tenha surgido em meados de 10 mil a.C., durante os primeiros assentamentos agrícolas no nordeste da África, enquanto outros atribuem às erupções semelhantes descritas em <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/122217-por-que-as-pessoas-comecaram-a-comer-mumias-egipcias.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">múmias egípcias</a> há pelo menos 3 mil anos. Por outro lado, a primeira descrição de uma doença exatamente como a varíola aconteceu na China do século IV d.C.As <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/113909-as-10-piores-pandemias-e-epidemias-da-historia.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">piores epidemias</a> aconteceram nos Estados Unidos entre 1721 e 1775, especificamente em Boston, Massachusetts, despertando um medo incontrolável nas pessoas devido a sua gravidade e índice de mortalidade. Estima-se que, em média, 3 em cada 10 pessoas morreram ao contraírem a doença, sendo que aquelas que sobreviveram ficaram com cicatrizes permanentes que poderiam ser graves.A <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/112069-virus-da-variola-deve-ser-mantido-para-estudo-ou-destruido.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">varíola</a> não conheceu barreiras, derrubando homens e mulheres, velhos e jovens, brancos e negros; sendo responsável até pela redução da população nativa americana em 50% desde os estágios iniciais da <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/120638-como-os-colonizadores-trouxeram-doencas-para-a-america.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">colonização</a>. Na América, a <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/120736-a-obsessao-da-medicina-do-seculo-xix-pelas-sanguessugas.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">sangria</a> foi uma tática usada para tentar controlar a doença, enquanto o Oriente Médio e partes da Ásia praticavam a inoculação – a exposição deliberada ao vírus como maneira de evitá-lo. No entanto, isso ainda resultou em casos da doença, porém com sintomas mais leves e maior chance de sobrevivência.<h2>O frenesi</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/07/22/22083151928018.jpg" alt="(Fonte: Los Angeles Urban League/Reprodução)">(Fonte: Los Angeles Urban League/Reprodução)Nos EUA, a inoculação foi bastante usada por homens e mulheres escravizados como uma maneira de tentar sobreviver no apogeu da escravidão na América, quando o tráfico negreiro transportava mais de 30 mil pessoas por ano em situações doentias durante viagens de mais de um mês.Mas como a credibilidade do povo negro era inexistente na comunidade médica ocidental, o método foi ostensivamente ignorado até o surto de 1721, em Boston. Em uma carta do infame Cotton Mather, conhecido por seu envolvimento nos <a href="https://www.megacurioso.com.br/historia-e-geografia/100333-a-bizarra-historia-por-tras-das-famosas-bruxas-de-salem.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Julgamentos de Salém</a>, ele contou que seu escravo, Onesimus, explicou o método de inoculação que o salvou da varíola após contraí-la antes da epidemia.Mather explicou que a operação, que deixou Onesimus com uma cicatriz no braço, o impedia de contrair a doença de maneira letal, pois seu organismo já havia sido exposto. A prática de introduzir pus, contendo o vírus da varíola de pústulas maduras, em uma incisão superficial na pele ou diretamente na veia da pessoa a ser inoculada, foi sugerida por Mather ao Dr. Zabdiel Boylston como prevenção à doença naquele ano.<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/07/22/22083315412019.jpg" alt="Cotton Mather. (Fonte: American Antiquarium/Reprodução)">Cotton Mather. (Fonte: American Antiquarium/Reprodução)O procedimento causou um distúrbio na comunidade médica por ser considerado perigoso e podendo causar morte. O clero foi o primeiro a se opor ao método, trazendo o pensamento medieval ao dizer que a varíola havia sido formulada como uma maneira de Deus punir pecadores, e tentar evitá-la era o mesmo que interferir no plano divino.Os médicos, por outro lado, se mostraram indignados porque a inoculação era "coisa de gente preta", com base em misticismo, magia negra, vodu e que não carregava nada de científico.Em jornais, como o The New England Courant, os anti-inoculadores escreveram sobre sua desconfiança em inocular um corpo saudável com a doença, independentemente de se tratar de um surto pequeno. Eles também aproveitaram para acusar os médicos de encobrir mortes relacionadas às inoculações. Ou seja, a polarização tomou conta de todos os aspectos, uma situação não muito diferente de hoje.<h2>Um caminho para salvação</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/07/22/22083506553022.jpg" alt="Dr. Zabdiel Boylston. (Fonte: Framingham Biographies/Reprodução)">Dr. Zabdiel Boylston. (Fonte: Framingham Biographies/Reprodução)Após inocular o próprio filho com sucesso, Boylston vacinou seus escravos contra a doença antes de começar a fazer o mesmo com outros cidadãos que acreditavam que o método poderia, sim, ser eficaz. Das 242 pessoas inoculadas, apenas 6 morreram, ou seja, uma em cada 40, em contraste com a taxa de uma em cada 7 mortes da população que recusou o procedimento.Naquele ano, a epidemia de varíola ceifou a vida de 844 pessoas em Boston, mais de 14% da população, servindo como caminho definitivo para a campanha de vacinação promovida por Edward Jenner, em 1796. A inoculação desempenhou um papel crucial na conscientização sobre a vacina porque mais soldados americanos morreram de varíola durante a Guerra Revolucionária Americana do que lutando contra o exército britânico. Seu uso correto reduziu a taxa de mortalidade para 2%.<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/07/22/22083745553023.jpg" alt="(Fonte: Corbis/Getty Images)">(Fonte: Corbis/Getty Images)George Washington, antes oposto a ideia, inoculou todo seu exército em meados de 1777. Mas é importante considerar que tudo isso só foi possível porque um homem branco e privilegiado, como Mather, legitimou a prática aos olhos dos americanos, inclusive levando todo o crédito por isso.O testemunho vivo de Onesimus foi constantemente escondido pela História, portanto, precisa ser creditado cada vez mais.</body>

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Onesimus: o escravo que contribuiu para vacinação contra a varíola

Imagem de Pesquisadores confirmam 4º caso de paciente curado do HIV no megacurioso

O homem, de 66 anos, testou positivo para o vírus da AIDS no final da década de 1980

Um novo caso de cura do HIV foi confirmado por pesquisadores do City of Hope National Medical Center, nos Estados Unidos, no dia 27 de julho. O an&uacute;ncio feito durante a Confer&ecirc;ncia Internacional de AIDS em Montreal, no Canad&aacute;, &eacute; o quarto caso de paciente que <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/113689-segundo-paciente-curado-de-hiv-e-confirmado-por-medicos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">entrou em remiss&atilde;o para o v&iacute;rus</a> usando o mesmo tratamento.
O paciente em quest&atilde;o &eacute; um homem de 66 anos, que testou positivo para o v&iacute;rus da imunodefici&ecirc;ncia humana (HIV) em 1988. Ele n&atilde;o teve a identidade revelada, mas foi apelidado de &ldquo;Cidade da Esperan&ccedil;a&rdquo;, em refer&ecirc;ncia ao centro m&eacute;dico no qual recebeu o tratamento.
Conforme os especialistas da institui&ccedil;&atilde;o americana, o homem ficou livre do <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/120188-hiv-como-o-virus-da-aids-se-tornou-algo-tratavel.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">v&iacute;rus causador da AIDS</a> ap&oacute;s receber um transplante de medula &oacute;ssea para tratar leucemia. O doador possu&iacute;a uma muta&ccedil;&atilde;o gen&eacute;tica rara, denominada CCR5 Delta 32 homozig&oacute;tica, que torna as pessoas resistentes ao HIV.
Ainda de acordo com o hospital, o transplante objetivava cuidar do c&acirc;ncer do sangue, detectado aos 63 anos. No entanto, o tratamento n&atilde;o s&oacute; o curou da leucemia, como tamb&eacute;m o fez entrar em remiss&atilde;o para o HIV, com a&nbsp;muta&ccedil;&atilde;o CCR5 impedindo a replica&ccedil;&atilde;o do v&iacute;rus no seu organismo.
<h2>Sem tomar rem&eacute;dios h&aacute; 17 meses</h2>
O paciente curado do HIV no centro de pesquisa dos EUA recebeu o transplante de c&eacute;lulas-tronco h&aacute; tr&ecirc;s anos. Desde ent&atilde;o, vem sendo monitorado pelos m&eacute;dicos, que n&atilde;o encontraram mais nenhuma evid&ecirc;ncia do v&iacute;rus no seu corpo ap&oacute;s o procedimento.
Ele n&atilde;o usa mais o tratamento antirretroviral desde mar&ccedil;o de 2021, alcan&ccedil;ando o status de cura da doen&ccedil;a. Os medicamentos poderiam ter sido retirados antes, mas o enfermo preferiu esperar at&eacute; receber a vacina contra covid-19.
&ldquo;Estamos orgulhosos de ter ajudado o paciente a alcan&ccedil;ar a remiss&atilde;o do HIV e da leucemia. &Eacute; gratificante saber que nossa ci&ecirc;ncia pioneira em transplantes de medula &oacute;ssea e c&eacute;lulas-tronco, juntamente com nossa busca pela melhor medicina de precis&atilde;o contra o c&acirc;ncer, ajudou a transformar a vida desse paciente&rdquo;, comemorou o CEO da institui&ccedil;&atilde;o, Robert Stone.
Quem tamb&eacute;m celebrou a cura foi o pr&oacute;prio paciente, que comparava o diagn&oacute;stico com uma senten&ccedil;a de morte. &ldquo;Nunca pensei que viveria para ver o dia em que n&atilde;o tivesse mais HIV&rdquo;, disse ele.
<h2>Uso da terapia em casos semelhantes</h2>
O m&eacute;todo utilizado neste caso, o mesmo adotado no &ldquo;Paciente de Berlim&rdquo;, como ficou conhecido o primeiro homem a vencer a AIDS, pode ajudar na cura de idosos que tenham HIV e <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/113192-leucemia-casos-crescem-entre-quem-trabalhou-no-11-de-setembro.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">leucemia</a>. Mas para tanto, &eacute; essencial identificar o doador certo, segundo a infectologista Jana Dicker, l&iacute;der da pesquisa.
A especialista ressalta que o procedimento possui efeitos colaterais significativos, podendo n&atilde;o ser adequado para grande parte dos doentes. Com isso, a t&eacute;cnica envolvendo o transplante de medula &oacute;ssea deve ficar restrita a casos espec&iacute;ficos

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Pesquisadores confirmam 4º caso de paciente curado do HIV

Imagem de Como o lítio revolucionou o tratamento para transtornos mentais no megacurioso

O lítio — que é um metal leve — mudou a vida de milhares de pessoas com transtorno bipolar

<head></head><body>O <a href="https://www.tecmundo.com.br/ciencia/231912-litio-importante-o-futuro-sustentavel-humanidade.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">lítio</a>,&nbsp;que é o mais leve de todos os metais, é um elemento que serve para múltiplas funções, que vão da produção de eletrônicos ao uso como fonte de energia. Mas certamente o seu emprego mais louvável foi o impacto que ele teve (e tem) nos tratamentos das <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/121452-conheca-6-transtornos-mentais-dos-mais-assustadores.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">doenças psiquiátricas</a>.Isto por o lítio ser o princípio ativo que foi usado no primeiro medicamento psiquiátrico de todos os tempos, e transformou a vida de milhões de pessoas que sofriam de transtornos mentais. É esta história — que está contada no livro Lithium: a Doctor, a Drug and a Breakthrough, de Walter A. Brown — que será lembrada neste texto.<h2>A descoberta do uso de lítio para os tratamentos mentais</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/07/06/06124203830197.jpg" alt="(Fonte: Twitter)">(Fonte: Twitter)Esta história começa há mais de 70 anos. Foi em 1949 que um psiquiatra australiano chamado John Cade descobriu o uso do lítio como medicamento para o tratamento do <a href="http://tecmundo.com.br/ciencia/230612-transtorno-bipolar-sintomas.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">transtorno bipolar</a>, doença que afeta 1 a cada 100 pessoas no mundo todo.O transtorno é seríssimo: sem tratamento adequado, a pessoa doente convive com um humor que se intercala entre altos e baixos emocionais. As pessoas com este transtorno são 20 vezes mais propensas a cometer <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/120243-animais-tambem-cometem-suicidio.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">suicídio</a> em relação à população geral.Segundo o autor Walter Brown, a descoberta de Cade foi muito impressionante, uma vez que ele não tinha acesso a tecnologias modernas da medicina nem a instalações muito adequadas. Portanto, sua pesquisa teve que ser feita por métodos mais simples e sem ajudantes.Durante a <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/45071-8-misterios-da-segunda-guerra-mundial-que-continuam-sem-resposta.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Segunda Guerra Mundial</a>, John Cade ficou responsável por três anos da seção psiquiátrica no campo de prisioneiros de guerra japoneses em Changi, em Cingapura. Lá, ele começou a notar que havia ligação entre deficiências alimentares e o aparecimento de doenças.&nbsp;Quando a guerra acabou, Cade continuou seu trabalho no Bundoora Repatriation Mental Hospital, na Austrália. Ele começou a fazer um experimento: coletava amostras de urina de pessoas com depressão, bipolaridade e <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/104569-conheca-a-esquizofrenia-um-pouco-melhor-com-estes-13-fatos-interessantes.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">esquizofrenia</a>, a fim de verificar se algum elemento na urina poderia ter a ver com os sintomas apresentados por elas. Em seguida, ele injetava a urina em cobaias. Logo, começou a notar que a urina das pessoas com bipolaridade era especialmente letal para os animais, &nbsp;pois era muito tóxica.&nbsp;Sua primeira hipótese era a questão do ácido úrico, mas ela se revelou falsa. Logo, o psiquiatra começou a testar também o carbonato de lítio (remédio que era usado apenas para o tratamento de gota) nestas cobaias. Passou a observar que o medicamento parecia acalmá-las: os roedores mais inquietos ficavam tranquilos.&nbsp;<h2>O uso do lítio no transtorno bipolar</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/07/06/06124340861198.jpg" alt="(Fonte: Intramed)">(Fonte: Intramed)O próximo passo, então, seria usar o lítio em humanos, e Cade experimentou o remédio em 10 pacientes com bipolaridade. Segundo relatou em um artigo em 1949, estas pessoas passaram a ter melhoras rápidas e muito significativas.Não significa que não houve entraves neste processo. O próprio artigo de Cade não foi levado muito a sério inicialmente, e seu método foi questionado. Como se trata de um metal, houve o medo de intoxicação dos pacientes - o que de fato acontecia, de acordo com a dose ministrada.O que foi se descobrindo aos poucos é que o problema era a medida. Em doses adequadas, o lítio foi se revelando extremamente benéfico a alguns pacientes. Pessoas com transtorno bipolar passaram a ter menos variações de humor e, por consequência, diminuem-se os riscos de suicídio associados à doença.Isso não significa que outras drogas não tenham sido inventadas desde 1949, mas o fato é que o lítio (que até hoje é usado) foi capaz de mudar a vida de milhares de pessoas que puderam finalmente ter melhores condições de vida.</body>

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Como o lítio revolucionou o tratamento para transtornos mentais

Imagem de "Loucura do tomate": quando ketchup era vendido como remédio no megacurioso

E as pessoas realmente achavam que ele curava de diarreia a reumatismo

<head></head><body>Se já entre as décadas de 1930 e 1940, os <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/120332-cigarros-ja-foram-permitidos-como-medicacao-no-seculo-xx.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">anúncios de cigarro</a> já se aproveitavam da autoridade médica para afirmar que fumar poderia melhorar, por exemplo, uma irritação na garganta, o que levou a um extenso mercado de venda e compra do produto como medicamento —, descobrir que algo similar aconteceu durante o século XIX, quando até <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/120505-sanguessugas-cocaina-e-opio-os-medicamentos-do-velho-oeste-americano.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">sanguessugas</a> eram usadas na medicina, não é de se surpreender.Até a década de 1830, o famoso ketchup de hoje em dia era feito de cogumelos ou peixe, mas quando o médico Dr. John Cooke Bennet adicionou tomates à receita, ele alegou que também estava acrescentando uma infinidade de vitaminas e antioxidantes ao molho, o que poderia curar indigestão, diarreia, reumatismo e até icterícia.Mas não era bem assim.<h2>Venenosos e da cor da alma</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/07/06/06000240351633.jpg" alt="(Fonte: Ripleys/Reprodução)">(Fonte: Ripleys/Reprodução)Essa informação não foi em nada bem recebida pelos europeus, que desde meados do século XV, estavam convictos que tomates eram venenosos, e que sua cor vermelha estava associada ao sangue das almas que os comiam.O molho ketchup percorreu um longo caminho, começando na China em algum momento do passado, onde era conhecido como "Ge-thcup" ou "Koe-cheup": um molho fermentado feito das vísceras de peixe e com soja, cujo cheiro era pungente.<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/07/06/06000600007634.jpg" alt="(Fonte: Recipe Reminiscing/Reprodução)">(Fonte: Recipe Reminiscing/Reprodução)Em 1732, os marinheiros britânicos faziam o molho fervendo dois litros de cerveja envelhecida e meio quilo de anchovas. Em 1812, o americano James Mease criou a primeira versão do ketchup feito à base de tomate, aprimorada por Henry Heinz, anos depois, adicionando tomates maduros, vinagre destilado, açúcar mascavo, sal e outras especiarias.Quando, finalmente, tanto os ingleses quanto os americanos, chegaram à conclusão de que os tomates não eram venenosos, embarcaram na obsessão criada por Bennet, entre 1834 e 1850, de que o famoso molho de tomates curava doenças.<h2>A "loucura do tomate"</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/07/06/06000724617635.jpg" alt="Dr. John Cooke Bennett. (Fonte: The Joseph Smith Papers/Reprodução)">Dr. John Cooke Bennett. (Fonte: The Joseph Smith Papers/Reprodução)A ideia se tornou tão popular, que Bennet criou até pílulas com ketchup para facilitar a venda como medicamento. Com ajuda do empresário Alexander Miles, na época vendedor de um medicamento patenteado chamado American Hygiene Pill, rapidamente se interessou pelo empreendimento e propôs uma parceria à Bennet, que não hesitou em tornar o produto a Pílula de Extrato de Tomate.A publicidade nos jornais foi tão pesada, arrebatando milhares de pessoas, que não demorou muito para que despertasse a antipatia dos<a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/118752-sangue-ossos-e-gordura-assim-eram-os-remedios-no-seculo-xvi.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">&nbsp;fabricantes de remédios</a> tradicionais, conforme foram perdendo dinheiro com a nova invenção que não sabiam como superar.O excesso de popularidade das pílulas atraiu, como moscas, os charlatões, que adicionaram diversos produtos para tentar emular os efeitos do remédio, gerando uma queda na tendência, mas também a impulsionando.Isso porque mais empreendedores entraram no negócio e passaram a fazer a própria versão das pílulas de Bennet e Miles, inflando o mercado do ketchup exponencialmente, atingindo um ponto tão lucrativo que até os vendedores de remédio passaram a enxergá-lo com bons olhos.<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/07/06/06000905601636.jpg" alt="(Fonte: Onedio/Reprodução)">(Fonte: Onedio/Reprodução)Mais uma vez, a popularidade incitou outro campo em toda a indústria: o científico, levando especialistas a pesquisarem os reais benefícios curativos do ketchup, conforme as alegações de Bennet foram ficando cada vez mais absurdas.A medicina, porém, acabou descobrindo que nada do que o médico havia dito era verdade, e que toda a "loucura do tomate", como esse período ficou conhecido, não passava de uma farsa milionária — ainda que as pesquisas de Bennet tenham sido pioneiras no estudo da fonte nutricional dos tomates, e que ele tenha contribuído para destruir a ideia de que tomates eram venenosos.</body>

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'Loucura do tomate': quando ketchup era vendido como remédio

Imagem de Diclofenaco e Ibuprofeno aumentam riscos de infarto, diz estudo no megacurioso

Pesquisa analisou dados de pessoas que sofreram infartos após o consumo dos medicamentos

<head></head><body>Talvez você não saiba exatamente o que são&nbsp;anti-inflamatórios não esteroides (AINEs). No entanto, é bem possível que você já tenha consumido por conta própria ou até recomendando para um parente <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/122271-bayer-ja-vendeu-medicamentos-contaminados-com-virus-hiv.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">medicamentos</a> como ibuprofeno e diclofenaco.Pois bem, tanto um quanto o outro são categorizados como AINEs. E ambos são largamente usados para tratar inflamação e dor, especialmente porque podem ser adquiridos sem receita.<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/07/12/12112733620145.jpg" alt="(Fonte: Shutterstock}">(Fonte: Shutterstock}O "porém" é que pesquisas envolvendo os anti-inflamatórios não esteroides indicaram que eles podem aumentar suas chances de ter um ataque cardíaco, mesmo que você nunca tenha tido problemas de coração antes. Obviamente, os riscos aumentam para quem já tem alguma condição que afete a saúde do coração.<h2>O que dizem os estudos</h2>Já faz um bom tempo que pesquisadores da área médica têm realizado estudos envolvendo os AINEs. Muitos deles apontavam para alguma relação entre esses medicamentos e problemas cardiovasculares.&nbsp;Contudo, em 2017, uma equipe do Hospital Universitário Aarthus, na Dinamarca, decidiu avaliar mais a fundo essa questão. E os resultados não foram nada animadores.<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/07/12/12112736104146.jpg" alt="(Fonte: Shutterstock)">(Fonte: Shutterstock)Segundo os dados levantados pelos pesquisadores, os AINEs, especialmente o diclofenaco, estão associados a riscos aumentados de derrames e ataques cardíacos em comparação com pessoas que usam outros tipos de analgésicos e anti-inflamatórios.Os pesquisadores analisaram dados de pacientes que receberam a recomendação médica para tomar diclofenaco por um período mínimo de um ano e de forma contínua. Então, eles compararam as informações desses pacientes com aquelas de pessoas que tomaram outros medicamentos, bem como com os de um grupo de pessoas que não usaram nenhum <a href="https://www.megacurioso.com.br/drogas-e-novos-medicamentos/46959-como-alguns-medicamentos-comuns-interagem-com-o-alcool.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">remédio para dor.</a>O levantamento dos pesquisadores dinamarqueses considerou dados obtidos entre 1996 e 2016. Além de um período de análise tão extenso, quase 30 mil pessoas participaram do estudo. Conforme os resultados, 28.947 indivíduos sofreram um infarto fora do hospital no decorrer de uma década. Desse número, 3.376 receberam tratamentos a base de AINEs cerca de um mês antes da ocorrência do ataque. Os AINEs mais utilizados por eles foram o ibuprofeno e o diclofenaco.O diclofenaco é decomposto especialmente pelo fígado e, assim como o paracetamol, seus efeitos negativos sobre esse órgão também já eram conhecidos. No entanto, foi a partir do relatório dinamarquês que a comunidade médica mundial começou a entender melhor a ligação direta entre os AINEs e a saúde do coração.<h2>Falsa segurança</h2>O Gunnar H. Gislason, um dos responsáveis pelo estudo citado, por ocasião da apresentação dos resultados chegou a comentar que permitir que <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/119751-6-remedios-comuns-que-podem-provocar-uma-overdose.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">medicamentos como ibuprofeno e diclofenaco</a> sejam comprados sem receita passa à população uma falsa imagem de que são seguros e de que, por isso mesmo, podem ser consumidos à vontade.<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/07/12/12112739745147.jpg" alt="(Fonte: Shutterstock)">(Fonte: Shutterstock)Ainda segundo o professor, nenhuma pessoa deveria tomar mais de 1.200 mg de ibuprofeno por dia. O diclofenaco, por ter mais riscos, deveria ser evitado pela população em geral e, especialmente, por pacientes com alguma doença cardíaca.&nbsp;Segundo o especialista, além de exigir receitas, a ciência deveria estar buscando por opções mais seguras. No entanto, estamos em 2022 e quase nada mudou, ao menos no Brasil. Nem receitas, nem pesquisas mais sólidas sobre novos medicamentos que poderiam substituir os AINEs foram realizadas nos últimos anos.O diclofenaco, por exemplo, continua sendo largamente usado por crianças, seja por recomendação médica ou dado aos filhos pelos pais sem nenhuma prescrição para qualquer dor ou inflamação. Fica o alerta!</body>

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Diclofenaco e Ibuprofeno aumentam riscos de infarto, diz estudo

Imagem de Quais são os métodos mais eficazes de controle de natalidade? no megacurioso

Conheça quais são os principais métodos contraceptivos existentes no mercado atualmente e qual é a eficácia de cada um deles

A <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/120993-descubra-como-funcionam-os-testes-de-gravidez-de-farmacia.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">gravidez</a> n&atilde;o planejada &eacute; uma realidade em nossas sociedades e um medo de muitas pessoas, principalmente das popula&ccedil;&otilde;es mais jovens. Isso significa que todo tipo de controle de natalidade impedir&aacute; completamente que uma mulher fique gr&aacute;vida? N&atilde;o exatamente.
Apesar de serem projetados para n&atilde;o permitir a fecunda&ccedil;&atilde;o dos &oacute;vulos, nenhum m&eacute;todo contraceptivo possui 100% de efic&aacute;cia e podem, sim, apresentar falhas em casos mais raros. Por&eacute;m, &eacute; preciso ressaltar que algumas dessas ferramentas s&atilde;o mais eficientes do que outras. Para te ajudar no entendimento desse processo, n&oacute;s separamos uma lista para explicar as particularidades dos principais m&eacute;todos de controle de natalidade. Veja s&oacute;!
Leia tamb&eacute;m:&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/121484-anticoncepcional-masculino-tem-99-de-eficacia-em-testes-com-ratos.htm" target="_blank">Anticoncepcional masculino tem 99% de efic&aacute;cia em testes com ratos</a>
<h2>1. DIU</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/07/05/getty-images-plus-05164819942442.jpg" alt="Getty Images Plus" />(Fonte: iStock/Getty Images Plus)
O dispositivo intrauterino, chamado recorrentemente apenas de DIU, &eacute; um pequeno objeto de pl&aacute;stico em formato de T inserido no &uacute;tero para atuar como um contraceptivo. Em m&eacute;dia, um objeto desses pode continuar funcionando por at&eacute; 10 anos dentro do corpo de uma mulher, dependendo do seu tipo.
Os DIUs podem ser separados em dois principais tipos: hormonais e n&atilde;o-hormonais. Um DIU n&atilde;o-hormonal normalmente utiliza cobre ou prata para prevenir a gravidez, uma vez que esses metais afetam a forma como os espermatozoides se movem. O DIU hormonal, por sua vez, libera progestina para prevenir a ovula&ccedil;&atilde;o. Esse horm&ocirc;nio faz com que n&atilde;o exista &oacute;vulo para os espermatozoides fecundarem.&nbsp;
Em ambos os casos, a efic&aacute;cia chega perto dos 99%, n&atilde;o sendo necess&aacute;rio se lembrar de dosar algum tipo de medicamento ou realizar algo com esse m&eacute;todo.
Leia tamb&eacute;m:&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/118141-10-servicos-que-o-sus-oferece-e-voce-nao-sabia.htm" target="_blank">10 servi&ccedil;os que o SUS oferece e voc&ecirc; n&atilde;o sabia</a>
<h2>2. Depo-Provera</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/07/05/getty-images-plus-05165101554449.jpg" alt="Getty Images Plus" />(Fonte: iStock/Getty Images Plus)
A Depo-Provera &eacute; uma inje&ccedil;&atilde;o &agrave; base de progestina, que precisa ser realizada uma vez a cada tr&ecirc;s meses. Logo, precisa de manuten&ccedil;&atilde;o cont&iacute;nua para manter a efic&aacute;cia. Esse &eacute; um m&eacute;todo recomendado por m&eacute;dicos para mulheres que n&atilde;o querem tomar <a href="https://www.megacurioso.com.br/mito-ou-verdade/99982-7-perigos-da-pilula-anticoncepcional.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">p&iacute;lulas</a> todos os dias ou tiverem problemas de sa&uacute;de como anemia, convuls&otilde;es ou doen&ccedil;a falciforme.
Segundo estimativas, s&oacute; seria poss&iacute;vel engravidar 12 semanas depois da &uacute;ltima inje&ccedil;&atilde;o. Em termos de efic&aacute;cia, a inje&ccedil;&atilde;o Depo-Provera fornece 94%, mas pode subir para 99% de efic&aacute;cia se removermos o erro humano &mdash; que &eacute; n&atilde;o receber a inje&ccedil;&atilde;o no intervalo correto.
<h2>3. Adesivo anticoncepcional</h2>
<span data-fonte="(Fonte: iStock/Getty Images Plus)" data-fonte-url="https://www.gettyimages.com.br/detail/foto/male-shoulder-with-medical-adhesive-patch-isolated-imagem-royalty-free/1273447092/" class="img-fc"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/07/05/getty-images-plus-05165909355454.jpg" alt="Getty Images Plus" />(Fonte: iStock/Getty Images Plus)
O adesivo anticoncepcional &eacute; colado na pele das mulheres e libera estrog&ecirc;nio e progestina por um m&ecirc;s para evitar a ovula&ccedil;&atilde;o e a gravidez. Ao todo, &eacute; necess&aacute;rio colar um adesivo uma vez na semana durante tr&ecirc;s semanas. Na quarta semana, a aplica&ccedil;&atilde;o &eacute; pulada para que a mulher possa menstruar.
Com uso perfeito, o m&eacute;todo possui 99% de efic&aacute;cia, mas cai para 91% se considerarmos o erro humano. Para melhorar, &eacute; preciso ter certeza de que o produto est&aacute; firme na pele e de que ele seja trocado no mesmo hor&aacute;rio todas as semanas. A prote&ccedil;&atilde;o &eacute; imediata caso o adesivo seja colocado nos primeiros cinco dias da menstrua&ccedil;&atilde;o.
<h2>4. P&iacute;lulas anticoncepcionais</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/07/05/getty-images-plus-05165737183453.jpg" alt="Getty Images Plus" />(Fonte: iStock/Getty Images Plus)
As p&iacute;lulas anticoncepcionais s&atilde;o dividas principalmente entre as que cont&ecirc;m estrog&ecirc;nio e as que cont&ecirc;m progesterona. Ambas as op&ccedil;&otilde;es s&atilde;o capazes de interromper ou reduzir a ovula&ccedil;&atilde;o, sendo que algumas s&atilde;o usadas at&eacute; mesmo para pular o per&iacute;odo da menstrua&ccedil;&atilde;o.
Assim como os adesivos, as p&iacute;lulas possuem efic&aacute;cia de 99% com uso perfeito, mas que tamb&eacute;m cai para 91% ao considerar o erro humano. O ideal &eacute; que cada capsula seja tomada no mesmo hor&aacute;rio todos os dias, definindo um alarme no celular para ajudar no controle da preven&ccedil;&atilde;o.
As p&iacute;lulas, no entanto, tamb&eacute;m apresentam menor efic&aacute;cia caso a pessoa apresente v&ocirc;mitos e diarreia ou tenha feito o uso de antibi&oacute;ticos, antif&uacute;ngicos e mais alguns medicamentos.
<h2>5. Preservativos</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/07/05/getty-images-plus-05170217825457.jpg" alt="Getty Images Plus" />(Fonte: iStock/Getty Images Plus)
Os <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/105483-voce-conhece-a-historia-da-camisinha.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">preservativos</a>, seja o externo para cobrir o p&ecirc;nis ou o interno colocado na vagina, funcionam como uma barreira de l&aacute;tex feita para criar uma barreira para o espermatozoide. Dessa forma, o gameta masculino n&atilde;o conseguir&aacute; fertilizar o &oacute;vulo e a gravidez n&atilde;o ser&aacute; poss&iacute;vel.
Esse &eacute; um dos m&eacute;todos contraceptivos mais tradicionais e difundidos ao longo dos anos, tamb&eacute;m ajudando a diminuir o risco de contrair as doen&ccedil;as sexualmente transmiss&iacute;veis (DSTs). Em m&eacute;dia, os preservativos possuem 98% de efic&aacute;cia com uso perfeito e 85% considerando erros humanos.

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Quais são os métodos mais eficazes de controle de natalidade?

Imagem de Bayer já vendeu medicamentos contaminados com vírus HIV no megacurioso

E o mais perturbador é que a corporação fez isso de maneira consciente, para não abrir mão de seus lucros

<head></head><body>O problema foi dinheiro, como sempre costuma acontecer quando escândalos dessa magnitude atingem corporações grandes como a Bayer AG, empresa química e farmacêutica alemã pioneira no ramo de saúde, com 150 anos de existência. Contudo, no caso da Bayer, cujo lema até hoje ressalta o respeito e paixão pela saúde, o quanto a ganância falou mais alto foi simplesmente perturbador, mostrando que a vida pode, sim, vir em segundo lugar quando enormes quantidades de dinheiro precisam ser trocadas de mão em mão todos os dias.Em outubro de 1984, os Laboratórios Cutter, da Bayer, permitiram que fossem vendidos na América Latina e na Ásia, toneladas de medicamentos destinados aos hemofílicos contaminados com o vírus <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/120188-hiv-como-o-virus-da-aids-se-tornou-algo-tratavel.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">HIV</a>. Milhares de pessoas morreram como resultado da priorização dos lucros sobre as pessoas, mas essa não foi a primeira vez.Em <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/121961-incidente-de-cutter-quando-a-vacina-da-polio-causou-mortes-e-doencas.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">1955</a>, em uma busca desenfreada para ganhar a corrida pela <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/119390-voce-sabe-como-surgiram-as-vacinas.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">vacina&nbsp;</a>contra <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/121431-poliomielite-baixa-vacinacao-traz-novos-casos-e-sinal-de-alerta.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">poliomielite</a>, a empresa produziu 120 mil doses do imunizante contendo o vírus vivo, não inativado, que deveria garantir a segurança das crianças que o tomasse. Isso gerou 40 mil casos de pólio, dos quais 200 deixaram graus variados de paralisia, e 10 levaram ao óbito.A dianteira da Bayer em escândalos na área da saúde, dessa vez, porém, foi longe demais.<h2>Matando por dinheiro</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/06/23/23134131992300.jpg" alt="(Fonte: CBG Network/Reprodução)">(Fonte: CBG Network/Reprodução)Foi em meados de 1803 que o médico da Filadélfia (EUA), John Conrad Otto, reconheceu um distúrbio genético hemorrágico que chamou de <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/120708-a-doenca-que-a-rainha-vitoria-espalhou-pelas-familias-da-europa.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">hemofilia</a>, cujo rastro da doença vinha de um ancestral feminino que vivia em Plymouth, New Hampshire (EUA), em 1720.&nbsp;A doença afeta a coagulação do sangue devido à falta das proteínas (elementos responsáveis pelo crescimento e desenvolvimento de todos os tecidos do corpo). Em caso de hemofilia do tipo A, os portadores são deficientes em fator VIII; já na hemofilia do tipo B, é o fator IX que acaba sendo afetado.Foi em 1965 que a Dra. Judith Graham Pool, da Universidade de Stanford, descobriu que o precipitado deixado pelo descongelamento do plasma sanguíneo era rico em fator VIII, bem em uma época em que a expectativa de vida de um hemofílico beirava os 20 anos. Demorou até 1984 para que surgisse o Fator VIII como medicamento, aprovado para uso profilático nos Estados Unidos pelo Food and Drug Administration (FDA).<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/06/23/23134516195310.jpg" alt="(Fonte: The Seattle Times/Reprodução)">(Fonte: The Seattle Times/Reprodução)Ao mesmo tempo, a década de 1980 vivia o horror causado pela contaminação pelo vírus do HIV e o desenvolvimento de sua doença, a <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/114678-genoma-de-hiv-mais-antigo-da-historia-e-encontrado.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">AIDS</a>. Assim que o Centro de Controle de Doenças (CDC) identificou a doença, ela foi rapidamente associada aos homossexuais, viciados em heroína, haitianos e hemofílicos — ainda que não soubessem como realmente era transmitida, criando estigmas sociais que se estendem até hoje.Foi só em 1985 que os cientistas desenvolveram um exame específico para detecção do HIV, mas a essa altura, a Bayer já vendia produtos contaminados no exterior. O mais assustador nisso é que, em 3 de dezembro de 1982, o CDC enviou uma carta à Divisão Biológica Cutter de Miles Laboratories, alegando uma série de relatos de AIDS em hemofílicos do tipo A, o que levantava a uma grave questão sobre possível transmissão de HIV através do sangue e seus derivados.<h2>Lucro acima de tudo</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/06/23/23134716914314.jpg" alt="(Fonte: Factor 8/Reprodução)">(Fonte: Factor 8/Reprodução)Isso porque o Fator VIII precisava de um banco de doadores de sangue grande para sua produção. Em fevereiro de 1983, a Bayer disse que estava testando doadores para HIV, mas não havia um exame detector para o vírus ainda. Documentos internos que surgiram após o escândalo ganhar um processo, alegam que a Bayer fez seu medicamento a partir da compra de sangue de presidiários, usuários de drogas e homens gays de alto risco, provavelmente os que viviam em situação de prostituição.Mas havia uma alternativa de a gigante farmacêutica continuar fazendo o Fator VIII ao aquecer o concentrado de plasma, método desenvolvido pelos seus laboratórios naquele ano. O processo torna o HIV inativo, reduzindo a taxa de infecção para zero, porém o tratamento térmico do fator VIII era seis vezes mais caro de produzir. Portanto, a Bayer optou por se manter com o método antigo, mesmo que custasse a vida de milhares de pessoas.<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/06/23/23135510937332.jpg" alt="(Fonte: Science &amp; Society/Reprodução)">(Fonte: Science &amp; Society/Reprodução)Estima-se que 90% daqueles que receberam Fator VIII contaminado por HIV, foram infectados. Os produtos foram retirados do mercado norte-americano, mas não pararam de ser comercializados até 1 ano depois no exterior, quando os estoques produzidos se esgotaram. Tudo para que a Bayer não perdesse bilhões de dólares.Até 1992, os medicamentos contaminados infectaram com HIV pelo menos 5 mil pessoas hemofílicas na Europa, das quais duas mil delas desenvolveram AIDS. Um total de 1.250 pessoas morreram da doença. Foi descoberto que, em meados da década de 1990, a maioria das 4 mil pessoas com AIDS no Japão eram hemofílicas, e o motivo foi rastreado até o escândalo da Bayer nos EUA. Pelo menos 700 casos de HIV foram ligados ao uso de hemoderivados contaminados na América Latina.<h2>"Responsabilidade e ética"</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/06/23/23135928078334.jpg" alt="(Fonte: The Times/Reprodução)">(Fonte: The Times/Reprodução)Na década de 1990, quatro empresas foram processadas e tiveram que pagar US$ 640 milhões em danos para resolver um processo semelhante. E apesar de todos os relatórios e documentos vazados, além de uma busca enorme por evidências, durante o processo de 2003 lançado contra a Bayer, o presidente da megacorporação divulgou, em maio daquele ano, uma declaração alegando que a empresa "havia se comportado de forma responsável, ética e humana" durante toda a crise da década de 1980 envolvendo os riscos das transfusões de sangue.Em um novo comunicado, a Bayer disse que a empresa não pode ser mais julgada por comportamentos adquiridos há 20 anos. No final das contas, o mais perturbador é que, a corporação não fez nada nem mesmo para se reparar, ainda que continuasse cobrindo com um longo tapete de dinheiro sua reputação.</body>

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Bayer já vendeu medicamentos contaminados com vírus HIV

Imagem de Como o Viagra surgiu a partir da dinamite? no megacurioso

Em 1846, o químico Christian Friedrich Schönbein estava fazendo experimentos na sua cozinha quando descobriu uma fórmula 'mágica'

O Viagra &eacute; de longe um dos medicamentos mais vendidos na hist&oacute;ria da humanidade. Desde que a f&oacute;rmula original passou a ser comercializada em 1998, a farmac&ecirc;utica Pfizer viu uma oportunidade de lucrar muito dinheiro. Inclusive, a empresa chegou a faturar US$ 2 bilh&otilde;es por ano com a venda da droga causadora de ere&ccedil;&otilde;es em homens.
Entretanto, essa droga milagrosa que ajuda 62 milh&otilde;es de homens pelo mundo inteiro a funcionarem sexualmente quase n&atilde;o existiu se n&atilde;o fosse um experimento inusitado envolvendo <a href="https://www.megacurioso.com.br/fisica-e-quimica/102000-confira-5-das-substancias-quimicas-mais-explosivas-ja-criadas.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">dinamite</a>. Curioso para saber como essa hist&oacute;ria termina? Ent&atilde;o conhe&ccedil;a um pouco mais do Viagra e de que maneira ele surgiu no meio "dessa bagun&ccedil;a"!
<h2 class="uk-text-justify">Experimentos qu&iacute;micos</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/06/20/20193718182504.jpg" alt="(Fonte: Shutterstock)" />(Fonte: Shutterstock)
Em 1846, o qu&iacute;mico alem&atilde;o-su&iacute;&ccedil;o Christian Friedrich Sch&ouml;nbein estava em casa, na Basileia, fazendo experimentos. Por acidente, ele acabou derramando uma mistura de &aacute;cido sulf&uacute;rico e n&iacute;trico no balc&atilde;o da cozinha. Para limpar tudo, ele decidiu pegar o pano mais pr&oacute;ximo que encontrou e depois o pendurou no fog&atilde;o para secar.
Assim que o avental de algod&atilde;o secou, ele explodiu prontamente. Foi ent&atilde;o que Sch&ouml;nbein descobriu que havia criado a nitrocelulose, o primeiro explosivo de nitrato do mundo, algo que revolucionaria a hist&oacute;ria nos pr&oacute;ximos 100 anos. Esse se tornou o primeiro substituto pr&aacute;tico para a p&oacute;lvora em armas de fogo.
No ano seguinte &agrave; descoberta de Sch&ouml;nbein, o qu&iacute;mico italiano Ascanio Sobrero, trabalhando com o qu&iacute;mico franc&ecirc;s Th&eacute;ophile-Jules Pelouze, na Universidade de Turim, combinou a mesma mistura de &aacute;cido n&iacute;trico-sulf&uacute;rico com glicerina para produzir um l&iacute;quido oleoso que ele chamou de piroglicerina ou simplesmente nitroglicerina. Ent&atilde;o, a situa&ccedil;&atilde;o escalou.
<h2 class="uk-text-justify">Nitroglicerina na Medicina</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/06/20/20193720807505.jpg" alt="(Fonte: Shutterstock)" />(Fonte: Shutterstock)
A nitroglicerina acabou virando o primeiro alto explosivo verdadeiro do mundo, principalmente pela capacidade de se decompor quimicamente por meio de uma onda de choque explosiva que passa pelo material em velocidades supers&ocirc;nicas. Por ser um composto altamente inst&aacute;vel, a nitroglicerina precisa de muito cuidado para ser usada industrialmente.
Anos se passaram e diversos inventores tentaram "domar" a nitroglicerina, at&eacute; que Alfred Nobel conseguiu combin&aacute;-la para virar uma subst&acirc;ncia mais flex&iacute;vel e control&aacute;vel chamada de "dinamite". Anos se passaram at&eacute; o&nbsp;m&eacute;dico brit&acirc;nico William Murrel descobrir que a nitroglicerina dilu&iacute;da poderia ser usada para tratar pacientes que sofriam de angina e <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/118484-6-sintomas-que-podem-indicar-hipertensao-arterial.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">hipertens&atilde;o</a>, em 1878.&nbsp;
Nas d&eacute;cadas seguintes, a nitroglicerina foi cada vez mais prescrita para todas as variedades de doen&ccedil;as card&iacute;acas. Em todos os casos, o princ&iacute;pio ativo &eacute; dilu&iacute;do a uma concentra&ccedil;&atilde;o de 1%, eliminando o potencial explosivo. Durante 100 anos, o produto foi experimentado clinicamente, e mais informa&ccedil;&otilde;es foram sendo descobertas sobre ele.
<h2 class="uk-text-justify">Cria&ccedil;&atilde;o do Viagra</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/06/20/20193723400506.jpg" alt="(Fonte: Shutterstock)" />(Fonte: Shutterstock)
Com o passar do tempo, os cientistas descobriram que o uso da nitroglicerina ajudava na expans&atilde;o dos vasos sangu&iacute;neos, algo chamado de vasodilata&ccedil;&atilde;o. Esse efeito fisiol&oacute;gico fez mais estudiosos acharem que o elemento nitrog&ecirc;nio era a chave para que mais processos acontecessem.
Essa conex&atilde;o foi estabelecida apenas em 1970. Em 1977, o farmacologista Ferid Murad e seus colegas da Universidade da Virg&iacute;nia descobriram que a nitroglicerina e compostos semelhantes funcionavam estimulando a libera&ccedil;&atilde;o de uma subst&acirc;ncia que eles chamaram de fator relaxante derivado do endot&eacute;lio.&nbsp;
Com isso, uma revolu&ccedil;&atilde;o foi criada na Farmacologia, e foi da&iacute; que surgiu o sildenafil, medicamento semelhante produzido pela Pfizer nos anos 1990. O medicamento n&atilde;o se mostrou t&atilde;o efetivo para casos de hipertens&atilde;o, mas os pacientes demonstraram um efeito colateral inusitado: ere&ccedil;&otilde;es incontrol&aacute;veis.
Por completo acidente, os farmac&ecirc;uticos descobriram que o &oacute;xido n&iacute;trico liberado pelo&nbsp;sildenafil n&atilde;o estava agindo como esperado, ou seja, sobre os vasos sangu&iacute;neos do cora&ccedil;&atilde;o, mas sim sobre os corpos cavernosos dos p&ecirc;nis dos pacientes. Foi a&iacute; que o medicamento passou a ser usado em casos de disfun&ccedil;&atilde;o er&eacute;til e come&ccedil;ou a ser vendido sob o nome&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/corpo-humano/33556-mito-ou-verdade-o-viagra-pode-melhorar-o-desempenho-esportivo-de-atletas-.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Viagra</a> no mundo todo em 1998 &mdash; tudo fruto de muito estudo e coincid&ecirc;ncia.

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Como o Viagra surgiu a partir da dinamite?

Imagem de Tomar doses pequenas de veneno nos torna imunes a ele? no megacurioso

Será que se resolvermos tomar um pouco de veneno todos os dias ele deixa de ser letal?

<head></head><body>Sabe aquela frase que diz: a diferença entre o remédio e o <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/118293-4-coisas-que-voce-nao-sabia-sobre-venenos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">veneno</a> é a dose? Pois bem, muita gente se pergunta se é real que, se tomássemos pequenas doses de veneno, poderíamos ficar imunes a ele.Essa preocupação não é nova e já existia na Antiguidade. Uma história famosa é a do rei Mitríades, um turco que morria de medo de ser assassinado: em 120 a.C., seu pai havia sido envenenado, supostamente por meio de uma conspiração feita por sua esposa.Traumatizado, Mitríades resolveu passar a beber uma pequena dose de veneno todos os dias na tentativa de desenvolver <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/120312-exposicao-a-sujeira-aumenta-nossa-imunidade.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">imunidade</a>. Ele ia aumentando a quantidade: uma gota num dia, duas no outro, três no próximo, e assim por diante.Em uma batalha contra o <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/119808-imperio-romano-so-1-a-cada-4-imperadores-morreram-de-causas-naturais.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Império Romano</a>, em 66 a.C., Mitríades foi derrotado e preso. Ele foi então condenado a cometer <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/120243-animais-tambem-cometem-suicidio.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">suicídio</a> tomando o mesmo veneno que matou seu pai. Mas como ele já havia desenvolvido uma imunidade, Mitríades sobreviveu.Em sua homenagem, esta prática acabou sendo chamada de mitridização. A palavra denomina o processo de sensibilização dos organismos vivos por doses crescentes de veneno, de forma a desenvolver anticorpos a eles. Mas será que sempre dá certo?<h2>A mitridização funciona?</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/06/11/11102622398003.jpg" alt="(Fonte: Medium)">(Fonte: Medium)A resposta é: sim e não. A capacidade de um organismo de tolerar veneno vai depender de sua capacidade de metabolizar esta substância em uma forma menos tóxica. Isto é feito pelo fígado, que contém enzimas que agem nesta composição. É o que o corpo faz, por exemplo, com o <a href="https://www.megacurioso.com.br/bebidas-alcoolicas/" rel="noopener noreferrer" target="_blank">álcool</a>. Conseguimos digerí-lo, mas em grandes quantidades pode ser fatal.Este é o mesmo princípio de funcionamento de várias vacinas. A da <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/120816-7-fatos-surpreendentes-sobre-as-vacinas.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">varíola</a>, por exemplo, foi descoberta depois que uma aristocrata inglesa chamada Mary Wortley Montagu notou que mulheres na Ásia aplicavam pequenas doses de pus nos seus filhos e assim eles acabavam não desenvolvendo a doença, que era fatal.Mas, novamente, a questão é a dose e a capacidade do organismo. Em uma pessoa que bebe com frequência e em grande quantidade, o <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/121843-qual-e-a-verdadeira-funcao-do-figado.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">fígado</a> pode ser estimulado a acelerar nesta metabolização, construindo um tolerância maior. O resultado é que a pessoa passa a beber cada vez mais e acaba desenvolvendo uma doença hepática.<h2>O homem que injeta veneno de cobra</h2><span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;Pal Hansen&nbsp;" data-fonte-url="https://images.squarespace-cdn.com/content/v1/5c6bd5f54d546e480d70927d/1570030358117-WWVRHRQEYYLV0BXCO9EP/Steve_Ludwin-0008101+copy.jpg?format=1000w"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/06/11/11100605772000.jpg" alt="(Fonte: Pal Hansen)">(Fonte: Pal Hansen)Esta prática da ingestão regular de veneno continua sendo usada até hoje, embora não seja recomendada pelos médicos. Um músico americano chamado Steve Ludwin mantém em sua casa 17 cobras (15 delas venenosas) e diz que injeta o veneno delas há mais de 30 anos. A primeira vez que ele fez isso foi em 1988.Ele diz que acredita que o veneno o torne mais jovem, mas não há evidências científicas disso. No entanto, ele viaja regularmente para a Dinamarca, onde um grupo de pesquisadores da Universidade de Copenhague coleta seu sangue para analisar. A expectativa é que esta pesquisa consiga gerar um antídoto universal para todas as picadas de cobra.</body>

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