Imagem de Macho pra quê? Conheça as fêmeas que conseguem engravidar sozinhas no megacurioso

Diversas espécies de insetos, peixes e répteis conseguem se reproduzir sem esperma – algumas são formadas apenas por fêmeas

N&oacute;s aprendemos nas aulas de biologia que apenas seres vivos mais simples, como bact&eacute;rias e protozo&aacute;rios, se reproduzem de forma assexuada, criando pequenas c&oacute;pias de si mesmos. Por outro lado, os animais e plantas precisam de esperma e &oacute;vulos, masculino e feminino, para que a reprodu&ccedil;&atilde;o sexuada aconte&ccedil;a. Por&eacute;m, nem sempre &eacute; assim...
H&aacute; alguns anos, cientistas descobriram que algumas esp&eacute;cies de animais se reproduzem com um processo chamado partenog&ecirc;nese &mdash; ou nascimento virgem, em grego. Por&eacute;m, ao contr&aacute;rio de outras hist&oacute;rias de <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/119424-quando-uma-estatua-da-virgem-maria-foi-condenada-por-bruxaria.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">nascimentos virginais</a>, esses aqui n&atilde;o t&ecirc;m nada de milagrosos: &eacute; simples quest&atilde;o de sobreviv&ecirc;ncia.&nbsp;
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/01/09/09205951691002.jpg" alt="Imagem: Wikimedia Commons" />Imagem: Wikimedia Commons
<h2 class="uk-text-justify">Eu dou um jeito sozinha!</h2>
As f&ecirc;meas humanas, racionais, podem fazer tudo sem os machos da esp&eacute;cie &mdash; embora ainda precisem de um banco de esperma caso queiram ter filhos. Isso porque os &oacute;vulos s&oacute; tem uma metade dos 46 cromossomos necess&aacute;rios, precisando dos outros 23 vindos do esperma.&nbsp;
J&aacute; algumas esp&eacute;cies conseguem por ovos e gerar descendentes sem esperma: as f&ecirc;meas, por conta pr&oacute;pria, multiplicam seus pares de cromossomos e "se fertilizam" sozinhas. Nisso, alguns animais acabam sendo clones da pr&oacute;pria m&atilde;e, enquanto outras at&eacute; conseguem misturar seus pr&oacute;prios genes para criar filhotes diferentes de si.&nbsp;
Esse fato &eacute; mais comum nos lagartos, mas depois foi observado nas cobras e, mais recentemente, em peixes e tubar&otilde;es. S&atilde;o esp&eacute;cies que se reproduzem sexualmente, com machos e f&ecirc;meas acasalando, mas, mesmo assim, as f&ecirc;meas desenvolveram a capacidade de se reproduzirem sozinhas. Assim, elas n&atilde;o dependem de nenhum macho para gerar descendentes. Al&eacute;m disso, algumas cobras j&aacute; foram observadas gerando machos por partenog&ecirc;nese, para depois cruzar com eles, j&aacute; que n&atilde;o havia outros dispon&iacute;veis.&nbsp;
<ul class="uk-text-justify">
<li>Leia tamb&eacute;m:&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/119831-milagre-filhote-de-tubarao-nasce-de-mae-virgem-na-italia.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Milagre? Filhote de tubar&atilde;o nasce de m&atilde;e virgem na It&aacute;lia</a></li>
</ul>
<h2 class="uk-text-justify">Com a ajuda das amigas</h2>
Em algumas esp&eacute;cies de animais que se reproduzem por partenog&ecirc;nese isso n&atilde;o &eacute; nem uma quest&atilde;o de "se virar" sem machos, pois, na verdade, s&oacute; existem f&ecirc;meas mesmo. Esse &eacute; o caso de v&aacute;rias esp&eacute;cies de bicho-pau, abelhas, moscas e grilos: as f&ecirc;meas se reproduzem sozinhas, geram outras f&ecirc;meas que fazem o mesmo e por a&iacute; vai; ent&atilde;o, simplesmente n&atilde;o existem machos.
J&aacute; os lagartos do g&ecirc;nero Cmenidophorus s&atilde;o um dos poucos casos em que isso acontece em animais vertebrados. Em algumas esp&eacute;cies, h&aacute; somente lagartos-f&ecirc;mea, que produzem filhotes sozinhas. O curioso &eacute; que elas simulam os atos sexuais: quando uma lagarta est&aacute; para produzir ovos, outra f&ecirc;mea vem e acasala com ela. Em 2 semanas, quando uma estiver f&eacute;rtil, os pap&eacute;is se invertem.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/01/09/09205740129000.jpg" alt="Imagem: Wikimedia Commons" />Imagem: Wikimedia Commons
Nesse g&ecirc;nero, outras esp&eacute;cies t&ecirc;m machos, mas f&ecirc;meas se reproduzem sozinhas &mdash; e se, por acaso, elas encontrarem machos, eventuais filhotes ter&atilde;o tr&ecirc;s conjuntos de cromossomos.
O mais curioso ainda &eacute; o que acontece em algumas esp&eacute;cies de salamandra: elas t&ecirc;m conjuntos de cromossomos "de sobra" para se reproduzirem sozinhas, por&eacute;m ainda precisam do material gen&eacute;tico masculino para estimular a produ&ccedil;&atilde;o dos ovos. Ent&atilde;o, elas "roubam" o esperma dos machos de outras esp&eacute;cies para isso &mdash; embora o material gen&eacute;tico do bicho seja descartado na produ&ccedil;&atilde;o do filhote.&nbsp;
<ul>
<li><a href="https://www.megacurioso.com.br/animais/" rel="noopener noreferrer" target="_blank" class="uk-text-justify">Leia outras mat&eacute;rias sobre animais no Mega Curioso</a></li>
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Macho para quê? Conheça as fêmeas que conseguem engravidar sozinhas

Imagem de Proximidade genética entre raças de cães aumenta risco de doenças no megacurioso

Estudos indicam que laços de consanguinidade entre raças caninas contribui para maiores casos de doenças e problemas de saúde ao longo da vida

Seja as curtas patas e o corpo alongado de um Dachshund, seja o focinho encurtado e amassado de um pug, seja o corpo todo pintado de um d&aacute;lmata, voc&ecirc; pode citar in&uacute;meras diferen&ccedil;as entre as variadas <a href="https://www.megacurioso.com.br/animais/42726-10-racas-de-caes-que-nao-existem-mais.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">ra&ccedil;as</a> de cachorro, n&atilde;o &eacute; mesmo? Entretanto, a gen&eacute;tica que faz cada um desses animais se parecer assim &eacute; frequentemente fruto da consanguinidade.&nbsp;E o que isso significa?
A consanguinidade &eacute; caracterizada pelo cruzamento de dois indiv&iacute;duos geneticamente semelhantes &mdash; algo bastante comum entre cachorros de ra&ccedil;a. E, para piorar a situa&ccedil;&atilde;o, a falta de variedade gen&eacute;tica parece afetar diretamente a sa&uacute;de dos c&atilde;es, isso &eacute; o que diz um novo estudo publicado na Canine Medicine and Genetics.
<h2 class="uk-text-justify">&nbsp;Consanguinidade entre cachorros</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/12/22/22124340078302.jpg" alt="(Fonte: Shuttertstock)" />(Fonte: Shuttertstock)
"Embora estudos anteriores tenham mostrado que c&atilde;es pequenos vivem mais do que os grandes, ningu&eacute;m havia relatado morbidade ou presen&ccedil;a de doen&ccedil;a nesses indiv&iacute;duos. Este estudo revelou que se os c&atilde;es s&atilde;o de tamanho menor e n&atilde;o consangu&iacute;neos, eles s&atilde;o muito mais saud&aacute;veis do que c&atilde;es maiores com alta consanguinidade", relatou Danika Bannasch, autora do estudo e veterin&aacute;ria geneticista na Universidade da Calif&oacute;rnia (Estados Unidos).
Com base na an&aacute;lise de 227 ra&ccedil;as de cachorros, a equipe de pesquisadores conseguiu constatar que a taxa de compartilhamento gen&eacute;tico entre esp&eacute;cimes chega a 25%, em m&eacute;dia, o que seria equivalente ao compartilhamento de material gen&eacute;tico que temos com um irm&atilde;o de mesmo pai e m&atilde;e.&nbsp;
Esses n&iacute;veis s&atilde;o considerados bem mais altos do que o seguro para a reprodu&ccedil;&atilde;o de humanos e at&eacute; mesmo de animais selvagens. Em humanos, altos &iacute;ndices de <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/112926-incestos-foram-responsaveis-por-deformidades-em-maxilares-de-reis.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">consanguinidade</a> &mdash; que ficam entre 3% e 6% &mdash; t&ecirc;m sido associados ao aumento da preval&ecirc;ncia de doen&ccedil;as complexas, bem como de outras condi&ccedil;&otilde;es.
<h2 class="uk-text-justify">Doen&ccedil;as complexas</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/12/22/22124343141303.jpg" alt="(Fonte: Shutterstock)" />(Fonte: Shutterstock)
Segundo os pesquisadores, estudos derivados de outras esp&eacute;cies mostram que fortes la&ccedil;os de consanguinidade costumam ser seguidos de uma maior predisposi&ccedil;&atilde;o para o desenvolvimento de <a href="https://www.megacurioso.com.br/medicina-e-psicologia/37583-3-doencas-super-raras-que-voce-talvez-desconheca.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">doen&ccedil;as complexas</a>, como c&acirc;ncer e doen&ccedil;as autoimunes. Portanto, o compartilhamento gen&eacute;tico entre as ra&ccedil;as de cachorro seria realmente perigoso.
Para Bannasch, alguns c&atilde;es dividem mais &aacute;cido desoxirribonucleico (DNA) do que outros por terem popula&ccedil;&otilde;es menores e os seres humanos os for&ccedil;ar a se reproduzirem apenas entre si para que a ra&ccedil;a n&atilde;o perca certos tra&ccedil;os gen&eacute;ticos. Esse &eacute; um problema que acontece principalmente entre esp&eacute;cies criadas para parecem mais "fofinhas" para o p&uacute;blico.
<h2 class="uk-text-justify">Controle populacional de c&atilde;es</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/12/22/22124345344304.jpg" alt="(Fonte: Shutterstock)" />(Fonte: Shutterstock)
O estudo tamb&eacute;m demonstrou que existe uma maior taxa de mortalidade entre c&atilde;es de cr&acirc;nio curto do que aqueles de nariz alongado, algo que n&atilde;o era exatamente uma surpresa para os cientistas. Quanto aos problemas causados pela consanguinidade, Bannasch n&atilde;o soube responder se existe uma sa&iacute;da para isso.&nbsp;
Por mais que novas tecnologias de monitoramento das taxas de compartilhamento gen&eacute;tico possam surgir no futuro, a pesquisadora disse em seu artigo que a melhor sa&iacute;da no momento para algumas ra&ccedil;as &eacute; garantir que suas popula&ccedil;&otilde;es n&atilde;o diminuam nos pr&oacute;ximos anos, o que acarretaria uma perda gen&eacute;tica ainda maior.
Para as ra&ccedil;as que j&aacute; t&ecirc;m baixo n&iacute;vel de consanguinidade, a cientista ressalta que todos os esfor&ccedil;os devem ser feitos para elas continuarem sendo vastas geneticamente.

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Proximidade genética entre raças de cães aumenta risco de doenças

Imagem de Amostras de DNA ajudam reescrever a história da Era do Gelo no megacurioso

Segundo uma pesquisa recente, alguns animais antigos começaram a desaparecer antes do que se pensava

Em 2010, <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/120156-5-fatos-que-voce-provavelmente-nao-sabia-sobre-a-era-do-gelo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">amostras do permafrost</a> do Canad&aacute; foram retiradas e guardadas em um freezer, mas at&eacute; hoje nenhum trabalho havia sido conduzido a partir delas.&nbsp;
Contudo, uma an&aacute;lise recente sugere que essas amostras de gelo, recolhidas h&aacute; mais de uma d&eacute;cada, podem ajudar a reescrever a hist&oacute;ria sobre como os&nbsp;animais da Idade do Gelo, a exemplo do mamute peludo, desapareceram.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/12/15/15133328388326.jpg" alt="(Fonte: Chemistry World/ Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Chemistry World/ Reprodu&ccedil;&atilde;o)
De acordo com um estudo publicado na Nature Communications, as amostras de DNA encontrados no gelo revelaram que bis&otilde;es da estepe, cavalos selvagens e mamutes peludos s&oacute; come&ccedil;aram a andar pela Terra h&aacute; 5 mil anos.&nbsp;
Essas novas evid&ecirc;ncias s&oacute; foram poss&iacute;veis gra&ccedil;as &agrave; iniciativa da arque&oacute;loga especialista em &aacute;cido desoxirribonucleico (DNA) antigo, Tyler Murchie, que encontrou as amostras de solo por acaso em um freezer na Universidade McMaster (Canad&aacute;) e decidiu investig&aacute;-las com mais aten&ccedil;&atilde;o.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/12/15/15133536872327.jpg" alt="(Fonte: Beringia/ Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Beringia/ Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Em uma entrevista para o site Gizmodo, Murchie disse que estava &agrave; procura de um novo projeto para ocupar o tempo enquanto fazia seu doutorado. A principal autora da pesquisa tamb&eacute;m comentou que uma de suas responsabilidades era cuidar da manuten&ccedil;&atilde;o do freezer no antigo centro de DNA da universidade, ent&atilde;o ela tinha uma expectativa de que poderia encontrar algo legal que estivesse apenas "esperando" algu&eacute;m para estud&aacute;-lo.
<h2 class="uk-text-justify">Novas possibilidades</h2>
Quando se fala em amostras de DNA, a maioria das pessoas pensa em cabelos e ossos. No entanto, elas podem ser encontradas em res&iacute;duos gen&eacute;ticos que ficaram presos no solo pelos quais os animais passaram.
A equipe liderada por Murchie come&ccedil;ou a pesquisar como e por qual motivo grandes animais que viveram na Am&eacute;rica do Norte sobreviveram por v&aacute;rios milhares de anos antes de serem extintos.
Entre 11 e 14 mil anos atr&aacute;s, durante a transi&ccedil;&atilde;o do Pleistoceno-Holoceno, o clima do planeta Terra sofreu uma s&eacute;rie de mudan&ccedil;as r&aacute;pidas, o que ocasionou a extin&ccedil;&atilde;o de diversas esp&eacute;cies comuns na Idade do Gelo, como os tigres dente-de-sabre e os mastodontes.
Com base nas pesquisas feitas at&eacute; agora, os cientistas imaginavam que a extin&ccedil;&atilde;o desses animais estava relacionada a dois fatores principais: a ca&ccedil;a excessiva por humanos e o <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/118272-o-que-foi-a-pequena-era-do-gelo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">aquecimento do clima</a>.
Para a CBS News, Murchie disse que, utilizando cerca de 0,5 e 1 grama de sedimentos, &eacute; poss&iacute;vel reconstruir todo um ecossistema, incluindo a variedade de animais que viveram na regi&atilde;o. Ali&aacute;s, no artigo publicado, a equipe da pesquisadora apresentou registros de DNA tanto animal quanto vegetal de 30 mil anos atr&aacute;s.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/12/15/15133901825329.jpg" alt="(Fonte: Phys/ Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Phys/ Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Analisando as amostras com recursos tecnol&oacute;gicos de ponta, como a data&ccedil;&atilde;o por radiocarbono, Murchie e seus parceiros descobriram que os <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/105931-cientistas-afirmam-que-cometa-causou-era-do-gelo-ha-12-mil-anos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">grandes mam&iacute;feros da Era do Gelo</a> j&aacute; estavam desaparecendo antes mesmo de a temperatura do clima come&ccedil;ar a subir &mdash; ao contr&aacute;rio do que se pensava at&eacute; agora.
Estudar o permafrost &eacute; uma excelente forma de compreender o aconteceu no passado do planeta Terra. No entanto, pesquisas assim podem estar com os dias contados: com o aquecimento do planeta, as camadas de gelo de milh&otilde;es de anos est&atilde;o derretendo em uma escala crescente, fazendo desaparecer resqu&iacute;cios de qualquer material que possa ser analisado por meio de DNA.

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Amostras de DNA ajudam reescrever a história da Era do Gelo

Imagem de Parto empelicado: a ocorrência considerada raríssima por médicos no megacurioso

Casos de partos empelicados chamaram a atenção da internet nesta semana e evidenciaram situações atípicas na área da obstetrícia

No in&iacute;cio desta semana, dois casos curiosos de gravidez em Goi&acirc;nia (GO) e Vilhena (RO) obtiveram grande repercuss&atilde;o na internet, quando hospitais relataram ocorr&ecirc;ncias de partos empelicados. As curiosas ocasi&otilde;es destacaram uma condi&ccedil;&atilde;o considerada rar&iacute;ssima na obstetr&iacute;cia e despertou o interesse do p&uacute;blico em conhecer um pouco mais sobre o tipo de nascimento, de forma a entender o que pode motivar a n&atilde;o deteriora&ccedil;&atilde;o da bolsa amni&oacute;tica.
V&iacute;deos divulgados nas redes sociais em 11 e 12 de dezembro exibiram, respectivamente, os beb&ecirc;s Miguel e Elis nascerem cobertos com a pel&iacute;cula amni&oacute;tica, em imagens que aparentam uma certa estranheza para quem nunca teve acesso a registros reais sobre a ocorr&ecirc;ncia. Por&eacute;m, apesar de o fato ser classificado como um feito raro e dif&iacute;cil de programar, n&atilde;o chega a ser um evento anormal ou prejudicial para a m&atilde;e ou crian&ccedil;a, j&aacute; que o <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/120428-o-bebe-mais-prematuro-do-mundo-entra-para-o-livro-dos-recordes.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">beb&ecirc;</a> continua ligado &agrave; genitora pela placenta e permanece respirando normalmente.
&ldquo;N&atilde;o existe malef&iacute;cio para a m&atilde;e e para o beb&ecirc;. Talvez o fato do beb&ecirc; n&atilde;o ter contato com a flora bacteriana vaginal da mulher possa ser um suposto malef&iacute;cio. Estudos recentes apontam que a passagem pelo canal vaginal da m&atilde;e seja importante para colonizar o beb&ecirc; com bact&eacute;rias e micro-organismos para os quais o beb&ecirc; recebeu imunidade, desta forma isso seria importante para ligar o sistema imunol&oacute;gico do beb&ecirc; de uma forma mais precoce e efetiva", explica o Instituto Nascer. &ldquo;Ent&atilde;o no parto empelicado, com a bolsa integra, o beb&ecirc; n&atilde;o ter&aacute; o contato com essa flora bacteriana importante. Mas isso s&atilde;o s&oacute; reflex&otilde;es baseada nas teorias do Microbirth.&rdquo;
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/12/15/15164446623466.jpg" alt="(Fonte: g1 / Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: G1/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Estima-se que o parto empelicado aconte&ccedil;a com um a cada 80 mil beb&ecirc;s, com frequ&ecirc;ncias de nascimento de um ou duas crian&ccedil;as por ano. Curiosamente, o fato pode oferecer at&eacute; mesmo certos benef&iacute;cios para a crian&ccedil;a, j&aacute; que a prote&ccedil;&atilde;o combate poss&iacute;veis traumas e choques de movimento, como fraturas ou escoria&ccedil;&otilde;es, e previne contra doen&ccedil;as que podem ser transmitidas via canal vaginal de soropositivas, como o <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/120431-mulher-se-livra-de-hiv-sem-tratamento-e-anima-cientistas.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">HIV</a>.
<h2>Fato dif&iacute;cil de prever</h2>
Em entrevista, o m&eacute;dico respons&aacute;vel pelo parto de Andressa Nunes Rodrigues comentou sobre a alegria de ter contribu&iacute;do com o nascimento de Miguel e revelou que &eacute; imposs&iacute;vel prever quando um beb&ecirc; pode nascer sem ter a bolsa amni&oacute;tica rompida antes de ser devidamente separado da <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/119730-frustracao-de-mae-o-lado-da-gravidez-que-poucos-enxergam.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">m&atilde;e</a>.&nbsp;
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Em ces&aacute;reas, a incid&ecirc;ncia de nascimentos empelicados &eacute; bem maior que em partos normais, especialmente por obstetras conseguirem intencionalmente retirar crian&ccedil;as ainda cobertas pela pel&iacute;cula. Dessa forma, o evento considerado &ldquo;rar&iacute;ssimo&rdquo; e com poucos casos relatados na hist&oacute;ria &eacute; aquele que acontece por via vaginal, em que os m&eacute;dicos s&atilde;o incapazes de interferir ou realizar a&ccedil;&otilde;es de maneira premeditada.
&ldquo;Quanto mais distendida estiver a bolsa &mdash; pela quantidade maior de l&iacute;quido ou pelo tamanho do beb&ecirc; &mdash; maiores as chances do rompimento&rdquo;, afirma a Dra. Lidia Hyun Joo Myung, especialista em ginecologia e obstetr&iacute;cia da Cl&iacute;nica Medicina da Mulher. &ldquo;Geralmente, na ces&aacute;rea, &eacute; poss&iacute;vel fazer o parto empelicado mais facilmente, porque podemos realizar a abertura do &uacute;tero sem romper a bolsa amni&oacute;tica. Como a bolsa &eacute; pequena, &eacute; mais simples de passar intacta pelo canal&rdquo;.

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Parto empelicado: a ocorrência considerada raríssima por médicos

Imagem de Como o trauma pode ser transmitido dos pais para os filhos? no megacurioso

Pesquisas sugerem que traumas podem passar dos pais para os filhos

Ser&aacute; que &eacute; poss&iacute;vel herdar traumas de nossos pais? De acordo com algumas das mais recentes descobertas cient&iacute;ficas, isso pode acontecer. As evid&ecirc;ncias sugerem que&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/120164-e-possivel-ensinar-o-cerebro-a-nao-sentir-dor.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">eventos traum&aacute;ticos</a> podem alterar como os genes transmitem informa&ccedil;&otilde;es entre uma gera&ccedil;&atilde;o e outra.
<h2>Bagagem epigen&eacute;tica</h2>
Para entender como os traumas dos pais podem afetar os filhos, &eacute; preciso olhar para a epigen&eacute;tica. Essa &aacute;rea do conhecimento humano &eacute; uma ci&ecirc;ncia que tenta compreender as particularidades envolvendo altera&ccedil;&otilde;es revers&iacute;veis na express&atilde;o g&ecirc;nica; isto &eacute;, como determinados fatores podem modificar a maneira como&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/120255-suas-escolhas-alimentares-sao-frutos-da-sua-genetica.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">os genes s&atilde;o lidos</a>, sem que o DNA tenha sido alterado.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/11/25/25170432263463.jpg" alt="Epigen&eacute;tica pode ajudar a explicar se traumas dos pais afetam os filhos. (Imagem: Shutterstock)" />Epigen&eacute;tica pode ajudar a explicar se traumas dos pais afetam os filhos. (Fonte: Shutterstock)
<h2>Entendendo como tudo acontece</h2>
Os sobreviventes do Holocausto e seus filhos, indiv&iacute;duos que nasceram de pais que viveram o Inverno da Fome Holandesa, assim como os filhos dos soldados confederados que foram prisioneiros durante a Guerra Civil Americana, serviram de ponto de partida para os estudos.
A suspeita de que poderia haver algo de errado com esses grupos come&ccedil;ou quando algumas an&aacute;lises indicavam que os filhos e netos das pessoas que sofreram com eventos traum&aacute;ticos como os citados apresentavam taxas mais altas de vulnerabilidade a algumas doen&ccedil;as, bem como de mortalidade maior que o resto da popula&ccedil;&atilde;o. Ou seja, havia a possibilidade de existir um elemento entre as gera&ccedil;&otilde;es.
No entanto, essa suspeita come&ccedil;ou a ser investigada seriamente h&aacute; apenas 10 anos, quando um grupo de pesquisadores publicou um estudo sobre o Inverno da Fome Holandesa &mdash; per&iacute;odo no fim da Segunda Guerra Mundial em que os nazistas bloquearam o fornecimento de alimentos, fazendo com que boa parte da Holanda passasse fome.
Entre os libertados, as gr&aacute;vidas e seus beb&ecirc;s foram os mais impactados. Os cientistas descobriram que os beb&ecirc;s que estavam no &uacute;tero de suas m&atilde;es nessa &eacute;poca tendiam a pesar mais do que a m&eacute;dia.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/11/25/25170435982464.jpg" alt="A ci&ecirc;ncia ainda busca entender a rela&ccedil;&atilde;o dos traumas entre gera&ccedil;&otilde;es. (Imagem: Shutterstock)" />A ci&ecirc;ncia ainda busca entender a rela&ccedil;&atilde;o dos traumas entre gera&ccedil;&otilde;es. (Fonte: Shutterstock)
Como as m&atilde;es dessas crian&ccedil;as estavam sofrendo com a fome, o organismo delas deu um jeito de silenciar automaticamente um gene espec&iacute;fico relacionado com a queima de gordura em seus filhos durante a gesta&ccedil;&atilde;o. Isso permitiria que os beb&ecirc;s tivessem alguma reserva energ&eacute;tica quando nascessem.
Por&eacute;m, quando essas crian&ccedil;as chegavam &agrave; meia-idade, apresentavam n&iacute;veis mais altos de LDL (colesterol ruim) e de triglicer&iacute;deos. Elas tamb&eacute;m sofriam com taxas mais altas de esquizofrenia, doen&ccedil;as do cora&ccedil;&atilde;o, obesidade e diabetes.
Quando os cientistas come&ccedil;aram a estudar o motivo de isso acontecer, acabaram descobrindo uma marca qu&iacute;mica (assinatura epigen&eacute;tica) nos genes dos filhos, associada &agrave;s&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/medicina-e-psicologia/99250-sindrome-do-estresse-pos-traumatico-por-que-acontece-e-como-superar.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">situa&ccedil;&otilde;es estressantes vivida</a>s por seus pais.
&Eacute; claro que h&aacute; estudos mais discut&iacute;veis que outros. Por exemplo, a Escola de Medicina do Hospital Mount Sinai (EUA) realizou uma pesquisa em 2015, por meio da qual se descobriu que os filhos de sobreviventes do Holocausto apresentavam mudan&ccedil;as epigen&eacute;ticas em um gene relacionado &agrave; quantidade de cortisol no organismo. Esse horm&ocirc;nio desempenha um importante papel na regula&ccedil;&atilde;o do estresse.
<h2>Por que &eacute; importante?</h2>
Saber que podemos transmitir as consequ&ecirc;ncias negativas de um trauma para nossos filhos, mesmo que sejam m&iacute;nimas, mudaria uma s&eacute;rie de aspectos, desde a medicina, passando pela sa&uacute;de mental at&eacute; a maneira como decidimos viver.
Apesar de ser tudo muito interessante, ainda n&atilde;o &eacute; poss&iacute;vel afirmar nada categoricamente. Mais estudos precisam ser feitos para determinar com clareza os efeitos dessas marcas qu&iacute;micas, at&eacute; que ponto elas podem ir ou se podem ser revertidas.
Contudo, o alerta &eacute; v&aacute;lido, especialmente considerando o momento atual de pandemia, em que uma das maiores preocupa&ccedil;&otilde;es para o futuro &eacute; com os traumas na sa&uacute;de mental que milh&otilde;es de indiv&iacute;duos poder&atilde;o apresentar.

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Como o trauma pode ser transmitido dos pais para os filhos?

Imagem de As origens e a incrível história da genética no megacurioso

Sem a genética não saberíamos quase nada do que nos faz ser o que somos

O que faz voc&ecirc; ser voc&ecirc;? Talvez voc&ecirc; tenha pensado em uma resposta filos&oacute;fica, mas cientificamente falando &eacute; a gen&eacute;tica que pode responder isso. Essa &aacute;rea do conhecimento &eacute; definida como o <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/119247-teste-de-dna-o-que-eles-podem-dizer-sobre-voce.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">estudo dos genes</a> e de como as caracter&iacute;sticas gen&eacute;ticas podem ser transmitidas.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/11/22/22192146892611.jpg" alt="(Fonte: Shutterstock/ Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Shutterstock/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Antes de tudo, &eacute; importante saber que s&atilde;o os nossos genes os respons&aacute;veis por carregar as informa&ccedil;&otilde;es que afetam nossa apar&ecirc;ncia, sa&uacute;de e at&eacute; mesmo a nossa personalidade.
<h2>Os prim&oacute;rdios da gen&eacute;tica</h2>
Os trabalhos do bi&oacute;logo, bot&acirc;nico e frade agostiniano cat&oacute;lico, Gregor Mendel (1822-1884), s&atilde;o considerados como as bases para a gen&eacute;tica como uma disciplina cient&iacute;fica, e isso l&aacute; no s&eacute;culo XIX.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/11/22/22192150033612.jpg" alt="Mendel foi fundamental para o conhecimento da gen&eacute;tica." />Mendel foi fundamental para o conhecimento da gen&eacute;tica.
Mendel suspeitou que determinados tra&ccedil;os poderiam ser herdados como unidades discretas e, mesmo n&atilde;o sabendo nada sobre a natureza qu&iacute;mica ou f&iacute;sica dos genes na &eacute;poca, conseguiu estabelecer as leis da gen&eacute;tica. Seus trabalhos com cruzamento de plantas se tornaram fundamentais para o desenvolvimento da compreens&atilde;o atual sobre o que &eacute; e como funciona a hereditariedade.
Para entender a import&acirc;ncia dos experimentos conduzidos pelo frade, basta considerar que todas as pesquisas atuais na &aacute;rea de gen&eacute;tica podem, de alguma forma, ser rastreadas at&eacute; os estudos e pesquisas que ele desenvolveu sobre as leis que regulam a heran&ccedil;a de caracter&iacute;sticas.
Curiosamente, o termo &ldquo;gen&eacute;tica&rdquo; n&atilde;o foi introduzido na biologia por Gregor Mendel e, sim, por William Bateson (1861-1926), em 1905, um dos redescobridores das pesquisas do religioso, e que se tornou um dos principais defensores da ideia e dos princ&iacute;pios de hereditariedade estabelecidos pelo bot&acirc;nico em 1886.
<h2>Bases milenares</h2>
Antes de Mendel, n&atilde;o havia evid&ecirc;ncias cient&iacute;ficas e, muito menos, pesquisas s&oacute;lidas sobre os padr&otilde;es de heran&ccedil;a gen&eacute;tica. No entanto, quando estudamos a pr&oacute;pria hist&oacute;ria da humanidade notamos que sempre estivemos interessados nos genes, at&eacute; mesmo muito antes das primeiras civiliza&ccedil;&otilde;es.
No&ccedil;&otilde;es de semelhan&ccedil;as entre grupos humanos foram essenciais para o surgimento das primeiras dinastias familiares e reais. As primeiras tribos n&ocirc;mades que domesticavam e pastoreavam animais, selecionavam seus rebanhos com base em caracter&iacute;sticas espec&iacute;ficas.
<span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;(Fonte: Sci News/ Reprodu&ccedil;&atilde;o)&nbsp;" data-fonte-url="http://www.sci-news.com/othersciences/anthropology/prehistoric-women-stronger-todays-female-athletes-05482.html"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/11/15/15191417772056.jpg" alt="(Fonte: Sci News/ Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Sci News/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Outro exemplo de como os genes eram importantes mil&ecirc;nios atr&aacute;s, s&atilde;o os primeiros assentamentos humanos que exerciam a agricultura, muito provavelmente, selecionando plantas com qualidades favor&aacute;veis &agrave; regi&atilde;o onde estavam. Isso sem contar que v&aacute;rias culturas antigas j&aacute; descreviam as linhagens de animais, como a dos cavalos.
<h2>Grandes marcos na hist&oacute;ria da gen&eacute;tica</h2>
Desde 1886, quando o austr&iacute;aco Gregor Mendel obteve seus primeiros resultados, a evolu&ccedil;&atilde;o do conhecimento no campo da gen&eacute;tica nunca parou. Ali&aacute;s, muitas descobertas importantes foram feitas ainda em sua &eacute;poca:
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/11/15/15191614804057.jpg" alt="(Fonte: PixxlTeufel / Pixabay/ Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: PixxlTeufel/Pixabay/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
<ul>
<li>1869: o bioqu&iacute;mico Johann Friedrich Miescher foi o primeiro a identificar o &aacute;cido desoxirribonucleico, o DNA.</li>
<li>1900: os trabalhos de Mendel foram redescobertos por bot&acirc;nicos e geneticistas de v&aacute;rios pa&iacute;ses, como o austr&iacute;aco Erich Tschermak von Seysenegg e o holand&ecirc;s Hugo de Vries. Come&ccedil;ava, ent&atilde;o, a ci&ecirc;ncia moderna dos estudos dos genes.</li>
<li>1928: Frederick Griffith, um bacteriologista ingl&ecirc;s, realizou experimentos que indicavam que as bact&eacute;rias poderiam passar informa&ccedil;&otilde;es gen&eacute;ticas e que essa transfer&ecirc;ncia era heredit&aacute;ria.</li>
<li>1950: Erwin Chargaff, bioqu&iacute;mico austr&iacute;aco, chegou &agrave; conclus&atilde;o de que os <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/119233-6-fatos-estranhos-porem-verdadeiros-sobre-o-dna.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">componentes do DNA&nbsp;</a>funcionavam na propor&ccedil;&atilde;o de 1 para 1. Por exemplo, a quantidade de citosina &eacute; sempre igual &agrave; de guanina, bem como a quantidade de adenina &eacute; igual &agrave; de timina.</li>
<li>1951: Raymond Gosling, Rosalind Franklin e Maurice Wilkins, por meio de pesquisas envolvendo difra&ccedil;&atilde;o de raios-X, conseguem obter as imagens da estrutura helicoidal das fibras do DNA.</li>
<li>1990: come&ccedil;a o Projeto Genoma. Em 2003, os cientistas j&aacute; tinham sequenciado quase todo o genoma humano.</li>
</ul>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/11/22/22192152627613.jpg" alt="(Fonte: Shutterstock/ Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Shutterstock/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
<ul>
<li>2002: &eacute; criado o Projeto Internacional HapMap, visando identificar varia&ccedil;&otilde;es gen&eacute;ticas que contribuem para doen&ccedil;as.</li>
</ul>
A hist&oacute;ria da gen&eacute;tica continua sendo feita e, a cada descoberta, fica evidente o quanto essa &aacute;rea do conhecimento ainda guarda <a href="https://www.megacurioso.com.br/corpo-humano/44648-e-verdade-que-as-celulas-do-corpo-humano-se-renovam-a-cada-7-anos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">segredos sobre n&oacute;s&nbsp;</a>e o mundo que nos cerca.

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As origens e a incrível história da genética

Imagem de Nikola Tesla defendia a eugenia? no megacurioso

Ele defender a ideia era, no mínimo, irônico...

Inventor, engenheiro eletrot&eacute;cnico e engenheiro mec&acirc;nico, mais conhecido por suas contribui&ccedil;&otilde;es ao projeto do moderno sistema de fornecimento de eletricidade em corrente alternada, o s&eacute;rvio <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/119111-nikola-tesla-5-invencoes-de-um-dos-maiores-genios-da-historia.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Nikola Tesla</a>&nbsp;(1856-1943)&nbsp;&eacute; considerado o &ldquo;g&ecirc;nio mais injusti&ccedil;ado da hist&oacute;ria&rdquo;.
Devido a sua carreira, marcada pela sua capacidade de coletar muitas das ideias soltas do s&eacute;culo XIX e transform&aacute;-las em novas inven&ccedil;&otilde;es que se destacaram, muitas pessoas sentem o &iacute;mpeto de querer canoniz&aacute;-lo por seus feitos profissionais e lutas pessoais para conseguir alcan&ccedil;ar o merecido reconhecimento que deveria ter tido.
Esses entusiastas de Tesla do s&eacute;culo XXI insistem que ele era a &ldquo;personifica&ccedil;&atilde;o de tudo o que h&aacute; de bom no mundo&rdquo;, sabendo lutar contra seus advers&aacute;rios, como <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/113446-thomas-edison-afinal-foi-ele-mesmo-quem-inventou-a-lampada.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Thomas Edison</a>&nbsp;(1847-1931), e passando o exemplo do que &eacute; o bem contra o mal.
Mas talvez essas pessoas tenham perdido de vista que Tesla era apenas uma pessoa como qualquer outra por debaixo de sua longa carreira pontuada por adversidades, enaltecida pelas pessoas que o reconheceram 100 anos depois e preferiram olhar para a parte que se destacava, em vez da outra que revelava a s&eacute;rie de erros que tinha.&nbsp;
<h2>A f&eacute; no futuro</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/10/26/26184903731402.jpg" alt="(Fonte: Wikipedia/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Wikipedia/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Tesla acreditava que at&eacute; o ano de 2100, a eugenia estaria universalmente estabelecida como um sistema de elimina&ccedil;&atilde;o de pessoas &ldquo;indesej&aacute;veis&rdquo; da popula&ccedil;&atilde;o. Na d&eacute;cada de 1930, alguns pa&iacute;ses da Europa j&aacute; anteviam a <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/113046-acao-t4-o-holocausto-dos-esquecidos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">A&ccedil;&atilde;o T4</a>&nbsp;que <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/117281-germania-o-plano-de-hitler-de-destruir-a-arquitetura-de-berlim.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Adolf Hitler</a>&nbsp;desenvolveria como medida inicial de seu plano para o Holocausto, e j&aacute; estavam esterilizando criminosos e doentes mentais de maneira compuls&oacute;ria. O inventor endossou a medida, mas a criticou porque n&atilde;o achava que estava indo r&aacute;pido o suficiente.
Na edi&ccedil;&atilde;o de 9 de fevereiro de 1935 da revista Liberty, que falava das previs&otilde;es de Tesla para o futuro da humanidade, o inventor defendeu abertamente a ideia de eugenia. &ldquo;Em &eacute;pocas passadas, a lei que governava a sobreviv&ecirc;ncia do mais apto eliminou as linhagens menos desej&aacute;veis&rdquo;, escreveu ele.
Tesla se queixava que o &ldquo;senso de piedade&rdquo; do homem teria sido o respons&aacute;vel por come&ccedil;ar a interferir no funcionamento implac&aacute;vel da natureza. O resultado teria sido a necessidade de a humanidade continuar se mantendo viva e criar outras pessoas &ldquo;inaptas&rdquo;. Para evitar a procria&ccedil;&atilde;o de &ldquo;inaptos&rdquo;, Tesla sugeriu a esteriliza&ccedil;&atilde;o e a orienta&ccedil;&atilde;o deliberada do instinto de acasalamento.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/10/26/26184959388403.jpg" alt="(Fonte: History/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: History/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
&ldquo;A tend&ecirc;ncia de opini&atilde;o entre os eugenistas &eacute; que devemos tornar o casamento mais dif&iacute;cil. Certamente, ningu&eacute;m que n&atilde;o seja um pai desej&aacute;vel deve ter permiss&atilde;o para produzir. Daqui a um s&eacute;culo, n&atilde;o ocorrer&aacute; mais a uma pessoa normal se acasalar com uma pessoa eugenicamente incapaz&rdquo;, pontuou ele.
N&atilde;o &eacute; poss&iacute;vel determinar se as ideias do inventor se mantiveram firmes ap&oacute;s o genoc&iacute;dio desempenhado por Adolf Hitler durante a <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/119091-jasper-maskelyne-o-magico-que-enganou-a-todos-na-2-guerra-mundial.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Segunda Guerra Mundial</a>. No entanto, &eacute; ir&ocirc;nico imaginar que Tesla, provavelmente, seria um dos cad&aacute;veres queimados e descartados pelos nazistas porque, apesar de uma mente brilhante, ele n&atilde;o era considerado &ldquo;normal&rdquo;.
Tesla tinha Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC), que o obrigava a s&oacute; fazer coisas em tr&ecirc;s, como s&oacute; ocupar um quarto de hotel cujo n&uacute;mero era divis&iacute;vel pelo <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/119736-nikola-tesla-a-mente-obcecada-pelos-numeros-3-6-e-9.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">n&uacute;mero tr&ecirc;s</a>. Em meio a sua avers&atilde;o por pombos e mulheres usando brincos, ele foi considerado exc&ecirc;ntrico. Quando novo, Tesla sofreu um colapso nervoso, e uma s&eacute;rie de problemas mentais com os quais ele nunca soube lidar, culminou em um final de vida com um poss&iacute;vel diagn&oacute;stico de dem&ecirc;ncia.
Isso provavelmente o teria colocado na categoria de &ldquo;indesej&aacute;vel&rdquo; em um regime marcado pela eugenia que defendia. Ele n&atilde;o era como os outros homens, nem de longe.

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Nikola Tesla defendia a eugenia?

Imagem de Empresa brasileira cria teste para descobrir nossa idade biológica no megacurioso

A idade biológica depende de uma série de fatores e pode ser maior ou menor do que a cronológica

Quando falamos sobre idade, a maioria de n&oacute;s pensa no <a href="https://www.megacurioso.com.br/drogas-e-novos-medicamentos/36703-existe-algum-medicamento-capaz-de-prevenir-o-envelhecimento-do-cerebro-.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">tempo cronol&oacute;gico</a>, isto &eacute;, nos dias e anos que se passaram desde o nosso nascimento. No entanto, temos outra idade, a biol&oacute;gica, que pode ser maior ou menor do que aquela confirmada pela nossa certid&atilde;o de nascimento. &nbsp;
<span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;(Fonte: Andrea Piacquadio / Pexels/ Reprodu&ccedil;&atilde;o)&nbsp;" data-fonte-url="https://www.pexels.com/pt-br/foto/filha-explicando-uma-mae-idosa-como-usar-o-smartphone-3791666/"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/10/01/01104719174085.jpg" alt="(Fonte: Andrea Piacquadio / Pexels/ Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Andrea Piacquadio / Pexels/ Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Seguindo por esse caminho, a empresa brasileira de biotecnologia Biological Age anunciou recentemente mais uma inova&ccedil;&atilde;o: um teste que pode ajudar a detectar sua idade biol&oacute;gica. Mas por que isso &eacute; importante?
<h2>Idade biol&oacute;gica vs. idade cronol&oacute;gica</h2>
A ferramenta, batizada de BioAgeTeste, faz a an&aacute;lise do DNA da pessoa por meio de uma amostra de seu sangue. No caso dessa novidade brasileira, a medi&ccedil;&atilde;o da idade biol&oacute;gica &eacute; feita a partir dos tel&ocirc;meros, nucleot&iacute;deos situados nas extremidades dos cromossomos.&nbsp;
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/10/01/01103815219079.jpg" alt="(Fonte: Polina Tankilevitch / Pexels/ Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Polina Tankilevitch / Pexels/ Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Para fazer a conta, o BioAgeTeste toma como base um n&uacute;mero de refer&ecirc;ncia a partir do qual compara o comprimento dos tel&ocirc;meros de seu DNA. E, assim, a sua idade biol&oacute;gica &eacute; definida.&nbsp;Por isso, como seres humanos, podemos dizer que temos duas idades diferentes: a cronol&oacute;gica e a biol&oacute;gica. A primeira diz respeito ao tempo real de vida de uma pessoa, ou seja, o n&uacute;mero de dias, meses ou anos que ela est&aacute; viva. J&aacute; a segunda se refere &agrave; idade que uma pessoa "parece", isso significa que voc&ecirc; pode ter 30 anos, mas seu organismo apontar ter mais ou menos do que isso.
Segundo a empresa desenvolvedora do teste, o ideal &eacute; que a idade biol&oacute;gica seja sempre menor do que a idade cronol&oacute;gica. Contudo, caso seja maior, existe a possibilidade de <a href="https://www.megacurioso.com.br/corpo-humano/70232-8-maneiras-de-voce-reverter-o-envelhecimento.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">reverter o envelhecimento</a> celular.
A idade biol&oacute;gica considera uma s&eacute;rie de fatores externos, como a dieta alimentar, o estilo de vida, h&aacute;bitos de sono ou se voc&ecirc; pr&aacute;tica exerc&iacute;cios f&iacute;sicos, apenas para citar alguns, ou seja, &eacute; influenciada por muito mais aspectos do que somente a quantidade de dias que se passaram desde o seu nascimento.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/10/01/01104155485080.jpg" alt="(Fonte: Andrea Piacquadio / Pexels/ Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Andrea Piacquadio / Pexels/ Reprodu&ccedil;&atilde;o)
J&aacute; faz algum tempo que cientistas t&ecirc;m estudado esse assunto. Atualmente, as pesquisas mais avan&ccedil;adas de medi&ccedil;&otilde;es da idade biol&oacute;gica envolvem os tel&ocirc;meros. Fundamentalmente, eles s&atilde;o respons&aacute;veis por determinar a rapidez com que as c&eacute;lulas envelhecem e morrem.&nbsp;
A cada divis&atilde;o celular, um tel&ocirc;mero se encurta e, quando esse nucleot&iacute;deo est&aacute; curto demais, ele n&atilde;o consegue proteger a c&eacute;lula como deveria, o que faz ela se tornar disfuncional. Ali&aacute;s, a ci&ecirc;ncia j&aacute; sabe que, quanto mais curtos s&atilde;o os tel&ocirc;meros de uma pessoa, mais propensa ela &eacute; de desenvolver doen&ccedil;as e dist&uacute;rbios neurodegenerativos ou de <a href="https://www.megacurioso.com.br/corpo-humano/43351-sindrome-super-rara-pode-guardar-a-chave-para-frear-o-envelhecimento.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">morrer precocemente</a>.

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Empresa brasileira cria teste para descobrir nossa idade biológica

Imagem de Spermbot: a maneira revolucionária de engravidar no megacurioso

Cientistas desenvolveram nanorrobôs capazes de impulsionar espermatozoides até o óvulo, aumentando as chances de gravidez

Um dos maiores problemas para a infertilidade masculina acontece quando os espermatozoides nadam muito devagar. Entretanto, uma equipe de pesquisadores acredita ter encontrado a solu&ccedil;&atilde;o para esse caso. O Instituto Leibniz de Pesquisa de Estado S&oacute;lido e Materiais de Dresden (IFW Dresden) desenvolveu um programa chamado &ldquo;spermbots&rdquo;.&nbsp;
Os spermbots nada mais s&atilde;o do que nanorrob&ocirc;s projetados para trabalhar como um t&aacute;xi para os espermatozoides, carregando-os em alta velocidade at&eacute; o &oacute;vulo. Navegando atrav&eacute;s de um campo magn&eacute;tico, essa nova tecnologia funciona como uma pequena h&eacute;lice de metal em forma de saca-rolhas, grande o suficiente para cobrir a cauda do gameta masculino e lev&aacute;-lo para a fertiliza&ccedil;&atilde;o.
<h2>Desenvolvendo nanorrob&ocirc;s</h2>
<iframe width="560" height="315" src="https://www.youtube.com/embed/Ww-x-VIFh-Q" title="YouTube video player" frameborder="0" allowfullscreen="allowfullscreen"></iframe>
A inven&ccedil;&atilde;o dos spermbots &eacute; a mais recente no campo de nanorrob&ocirc;s que est&atilde;o sendo projetados para navegar pelo corpo humano. Apesar do sucesso recente apresentado pelas pesquisas, o projeto teve origem h&aacute; dois anos, quando a equipe de cientistas do IFW Dresden ainda realizava testes em gametas femininos.
Embora a expectativa seja de que um dia o projeto atinja o grande com&eacute;rcio, os nanorrob&ocirc;s de fecunda&ccedil;&atilde;o n&atilde;o est&atilde;o prontos para dar o pr&oacute;ximo passo. Segundo os pesquisadores, ainda &eacute; necess&aacute;rio que um <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/88054-7-fatos-que-voce-ainda-nao-sabia-sobre-o-espermatozoide.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">espermatozoide</a> guiado por um spermbot consiga fertilizar um &oacute;vulo na vida real.
Para isso, &eacute; poss&iacute;vel que sejam necess&aacute;rios mais alguns anos at&eacute; que t&eacute;cnica esteja pronta para testes em humanos. Nesse meio tempo, a expectativa &eacute; de que o mercado de fertiliza&ccedil;&atilde;o&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/medicina-e-psicologia/69730-nova-fertilizacao-in-vitro-elimina-doencas-geneticas-em-bebes.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">in vitro</a> continue crescendo acentuadamente. Conforme a Iniciativa Nacional em Nanotecnologia dos Estados Unidos, o governo norte-americano investiu mais de US$ 22 bilh&otilde;es em pesquisa e desenvolvimento de nanorrob&ocirc;s para a medicina desde 2001.
<h2>Sucesso na fertiliza&ccedil;&atilde;o</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/09/27/27163819503374.jpg" alt="(Fonte: Unsplash)" />(Fonte: Unsplash)
Em entrevista &agrave; CBS News, o diretor do IFW Dresden, Oliver Schmidt, ressaltou que sua inven&ccedil;&atilde;o n&atilde;o &eacute; necessariamente feita para gerar um avan&ccedil;o na nanotecnologia, mas sim para &ldquo;resolver um problema espec&iacute;fico chamado de <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/103490-na-idade-media-a-cura-para-a-infertilidade-era-bastante-nojenta.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">infertilidad</a>e dos homens que sofrem com astenozoospermia (espermatozoides im&oacute;veis).&rdquo;
Segundo as pesquisas do instituto, cerca de 10% a 15% dos casais norte-americanos sofrem com infertilidade. Entre esses casos, a influ&ecirc;ncia da infertilidade masculina costuma aparecer em 40% a 50% das vezes. Caso seja comprovada, a t&eacute;cnica usada com os spermbots n&atilde;o precisaria que os ov&oacute;citos (gametas femininos) fossem cultivados fora do organismo e depois reimplantados.&nbsp;
&ldquo;A longo prazo, isso pode levar a taxas de sucesso mais altas para casais que desejam ter um filho, mas s&atilde;o &mdash; pelos padr&otilde;es atuais &mdash; considerados inf&eacute;rteis. O quanto a nanotecnologia estar&aacute; envolvida ou se tornar&aacute; a norma nesses processos &eacute; dif&iacute;cil de prever&rdquo;, explicou Schmidt.&nbsp;
<h2>Progresso em laborat&oacute;rio</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/09/27/27163915238375.jpg" alt="(Fonte: Unsplash)" />(Fonte: Unsplash)
At&eacute; o momento, os spermbots s&oacute; foram testados com esperma bovino e ainda n&atilde;o tiveram uma fertiliza&ccedil;&atilde;o de &oacute;vulo bem-sucedida. Na vis&atilde;o de Schmidt, o motor que carrega o espermatozoide ainda &eacute; relativamente ineficiente e precisa de mais trabalho at&eacute; que possa ser usado em humanos.
Ainda assim, o engenheiro acredita que o seu projeto, caso receba as atualiza&ccedil;&otilde;es necess&aacute;rias, possa servir como uma ponta de esperan&ccedil;a para casos em que &ldquo;outras t&eacute;cnicas mais estabelecidas no mercado j&aacute; falharam&rdquo;.&nbsp;

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Spermbot: a maneira revolucionária de engravidar

Imagem de Homo Ferox: livro investiga origens da violência humana no megacurioso

Até onde vai a ferocidade humana? Reinaldo José Lopes, colunista científico da Folha de S.Paulo, responde a perguntas sobre sua obra literária

Como descrever os seres humanos? Do latim Homo sapiens,&nbsp;j&aacute; demonstramos ao longo da hist&oacute;ria nossa capacidade de apresentar sabedoria e intelig&ecirc;ncia para construir sociedades complexas, inventar ferramentas impressionantes e sobretudo desenvolver sistemas de comunica&ccedil;&atilde;o que nos distinguem de outras esp&eacute;cies de animais &mdash; e aqui fica o destaque para a palavra "animal".
Mas h&aacute; quem argumente que poder&iacute;amos tamb&eacute;m nos chamar Homo ferox,&nbsp;uma terminologia em latim que tamb&eacute;m nos caracterizaria como seres cru&eacute;is e ferozes, capazes de elaborar grandes guerras, matar seus iguais por &oacute;dio e cometer v&aacute;rios tipos de atrocidade.&nbsp;
Esse &eacute; o tema de estudo do <a href="https://amzn.to/2XL0vFT" target="_blank">livro </a><a href="https://amzn.to/2XL0vFT" target="_blank">Homo Ferox</a>: as origens da viol&ecirc;ncia humana e o que fazer para derrot&aacute;-la&nbsp;(2021), do autor Reinaldo Jos&eacute; Lopes, rep&oacute;rter e colunista da editoria de Ci&ecirc;ncias da Folha de S.Paulo. Em entrevista ao Mega Curioso, Lopes falou um pouco mais sobre o que os leitores podem esperar de seu trabalho.&nbsp;
<h2>Origem animal</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/09/21/21145009796215.jpg" alt="(Fonte: Pixabay)" />(Fonte: Pixabay)
Por mais diferenciados e &uacute;nicos que os seres humanos se sintam pelo potencial de seus c&eacute;rebros e por serem os "&uacute;nicos seres racionais do universo", n&oacute;s nunca deixamos de ser mais que "animais" &mdash; &eacute; o que ressalta Reinaldo Jos&eacute; Lopes em sua obra. Para ele, a ideia de que existe um abismo entre humanos e animais &eacute; antiga em nossas sociedades, mas foi muito aumentada com o passar dos s&eacute;culos.
Embora tenhamos aprendido a trabalhar com a natureza de uma forma que outras esp&eacute;cies nunca foram capazes, ainda temos as mesmas origens. "A pr&oacute;pria B&iacute;blia diz que n&oacute;s somos animais, que temos poucas diferen&ccedil;as entre eles na hora de comer, beber, morrer, nascer e crescer", destacou o escritor, que tem base crist&atilde;-cat&oacute;lica.&nbsp;
Para o autor, o verdadeiro abismo que existe entre seres humanos e demais animais &eacute;, de fato, a linguagem, inegavelmente mais complexa e sem paralelos no reino animal. "Quando analisamos outros s&iacute;mios, como os chimpanz&eacute;s, orangotangos, bonobos ou os grandes cet&aacute;ceos, como golfinhos, orcas, algumas baleias, todos eles t&ecirc;m comportamentos sociais e emocionais muito pr&oacute;ximos &agrave; racionalidade", ele acrescentou.
Apesar da exist&ecirc;ncia da racionalidade nos seres humanos, Lopes aponta que ela &eacute; normalmente usada como "segundo passo" nas nossas tomadas de decis&atilde;o. Nesse ponto, crit&eacute;rios como a empatia podem at&eacute; surgir para evitar desastres e, para que tenhamos compaix&atilde;o por um inimigo, mas s&atilde;o frequentemente deixados de lado pelos instintos de guerra.
<h2>A viol&ecirc;ncia humana</h2>
<span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;Wikimedia Commons&nbsp;" data-fonte-url="https://commons.wikimedia.org/wiki/Category:World_War_II#/media/File:111-SC-196619_-_Weary_infantrymen_take_a_brief_rest_on_a_slope_in_the_Hurtgen_forest_in_Germany._Left_to_right,_Pfc._Maurice_Berzon,_Buffalo,_N.Y.,_SSgt._Bernard_Spurr,_Newark,_Ohio,_and_SSgt._Harold_Clessler,_Ashland,_Pa.jpg"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/09/21/21145119547216.jpg" alt="(Fonte: Wikimedia Commons)" />(Fonte: Wikimedia Commons)
Ent&atilde;o, se os homens s&atilde;o razoavelmente racionais e t&ecirc;m consci&ecirc;ncia social, automaticamente nos tornamos as criaturas mais violentas do universo, certo? Para Lopes, n&atilde;o &eacute; bem assim que as coisas funcionam: "Eu n&atilde;o acho que a gente &eacute; o animal mais cruel da natureza. A gente &eacute; apenas um animal razoavelmente cruel, assim como outros primatas, mas que ganhou poderes muito acima do normal".
Com 20 anos de carreira como jornalista cient&iacute;fico, Reinaldo enxerga no potencial armament&iacute;cio humano um verdadeiro potencializador da viol&ecirc;ncia. De acordo com o escritor, os Homo sapiens nasceram como criaturas ca&ccedil;adoras-coletoras e t&ecirc;m um n&iacute;vel de viol&ecirc;ncia n&atilde;o t&atilde;o fora da curva quando em compara&ccedil;&atilde;o com outros <a href="https://www.megacurioso.com.br/genetica/33191-cientistas-encontram-genes-que-diferenciam-os-humanos-dos-primatas.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">primatas</a>.
Para Lopes, animais que desenvolvem grandes grupos sociais e s&atilde;o territorialistas costumam apresentar um grau de viol&ecirc;ncia elevado. Entretanto, o <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/116332-primatas-com-cerebros-maiores-nao-sao-mais-inteligentes-diz-estudo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">grande c&eacute;rebro humano</a> abriu uma brecha para criarmos ferramentas muito mais complexas para o bem e para o mal. "Se dessem uma metralhadora na m&atilde;o de um chimpanz&eacute; ou para um macaco-prego, isso seria igualmente algo horroroso", ele brincou.&nbsp;Na vis&atilde;o do autor, a quest&atilde;o passa longe de uma maldade intr&iacute;nseca ao ser humano, mas sim aos meios que ficaram a nossa disposi&ccedil;&atilde;o para a arquitetar o estrago.
<h2>Imposi&ccedil;&atilde;o de ideologias</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/09/21/21145221251218.jpg" alt="(Fonte: Wikimedia Commons)" />(Fonte: Wikimedia Commons)
Por mais vastas e complexas que sejam as sociedades humanas ao passar dos s&eacute;culos, algumas coisas se repetem com frequ&ecirc;ncia ao longo da hist&oacute;ria. Como aponta o jornalista, 90% da viol&ecirc;ncia f&iacute;sica humana est&aacute; associada ao ser masculino &mdash; o que aponta para similaridades para machos de outras esp&eacute;cies &mdash; e uma cultura territorialista batizada de "n&oacute;s contra eles", o que normalmente gera os conflitos de larga escala.
Al&eacute;m das grandes guerras e dos conflitos entre grupos, preconceitos como o <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/119738-a-questionavel-luta-de-albert-einstein-contra-o-racismo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">racismo</a> e a homofobia surgem da maneira como os seres humanos constroem suas identidades em rela&ccedil;&atilde;o &agrave; identidade de outros grupos. Dessa forma, nossa evolu&ccedil;&atilde;o biol&oacute;gica e tamb&eacute;m cultural fez com que desenvolv&ecirc;ssemos um fio condutor comum para a viol&ecirc;ncia humana.
<h2>A busca pela paz</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/09/21/21145504752223.jpg" alt="(Fonte: Unsplash)" />(Fonte: Unsplash)
Em Homo Ferox: as origens da viol&ecirc;ncia humana e o que fazer para derrot&aacute;-la,&nbsp;Reinaldo Jos&eacute; Lopes destaca que a mensagem final do livro deve ser dupla: n&oacute;s n&atilde;o podemos subestimar os aspectos violentos da nossa esp&eacute;cie, mas ainda temos um espa&ccedil;o para evoluir como criaturas e &eacute; por esse percurso que as coisas t&ecirc;m caminhado.&nbsp;
"A avalia&ccedil;&atilde;o sobre o s&eacute;culo XXI &eacute; que temos algumas tend&ecirc;ncias ainda preocupantes, como a volta do nacionalismo pol&iacute;tico, o fundamentalismo religioso &mdash; embora a religi&atilde;o n&atilde;o seja o problema &mdash; e o crescimento desenfreado das redes sociais. Por&eacute;m, ainda temos um cen&aacute;rio muito positivo como esp&eacute;cie para caminharmos no futuro", ele alertou.
No livro, Lopes cita dados que mostram como a viol&ecirc;ncia humana comparativamente vem diminuindo em rela&ccedil;&atilde;o ao que ocorria nas sociedades antigas. "N&oacute;s precisamos aprender a lidar com a polariza&ccedil;&atilde;o pol&iacute;tica, ter um pouco mais de imagina&ccedil;&atilde;o para criarmos uma sociedade que se enxerga como pessoas semelhantes e que, mesmo l&aacute; no fundo, todos n&oacute;s temos conceitos parecidos do que &eacute; o bem e do que &eacute; o mal", pontuou Reinaldo.
Sendo assim, a busca pela paz ainda &eacute; algo que est&aacute; em nossas m&atilde;os e que podemos mirar no futuro, mas de maneira alguma podemos relaxar na luta por esse objetivo em qualquer momento. &nbsp;

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