Amostras de DNA ajudam reescrever a história da Era do Gelo

17/12/2021 às 12:002 min de leitura

Em 2010, amostras do permafrost do Canadá foram retiradas e guardadas em um freezer, mas até hoje nenhum trabalho havia sido conduzido a partir delas. 

Contudo, uma análise recente sugere que essas amostras de gelo, recolhidas há mais de uma década, podem ajudar a reescrever a história sobre como os animais da Idade do Gelo, a exemplo do mamute peludo, desapareceram.

(Fonte: Chemistry World/ Reprodução)(Fonte: Chemistry World/ Reprodução)

De acordo com um estudo publicado na Nature Communications, as amostras de DNA encontrados no gelo revelaram que bisões da estepe, cavalos selvagens e mamutes peludos só começaram a andar pela Terra há 5 mil anos. 

Essas novas evidências só foram possíveis graças à iniciativa da arqueóloga especialista em ácido desoxirribonucleico (DNA) antigo, Tyler Murchie, que encontrou as amostras de solo por acaso em um freezer na Universidade McMaster (Canadá) e decidiu investigá-las com mais atenção.

(Fonte: Beringia/ Reprodução)(Fonte: Beringia/ Reprodução)

Em uma entrevista para o site Gizmodo, Murchie disse que estava à procura de um novo projeto para ocupar o tempo enquanto fazia seu doutorado. A principal autora da pesquisa também comentou que uma de suas responsabilidades era cuidar da manutenção do freezer no antigo centro de DNA da universidade, então ela tinha uma expectativa de que poderia encontrar algo legal que estivesse apenas "esperando" alguém para estudá-lo.

Novas possibilidades

Quando se fala em amostras de DNA, a maioria das pessoas pensa em cabelos e ossos. No entanto, elas podem ser encontradas em resíduos genéticos que ficaram presos no solo pelos quais os animais passaram.

A equipe liderada por Murchie começou a pesquisar como e por qual motivo grandes animais que viveram na América do Norte sobreviveram por vários milhares de anos antes de serem extintos.

Entre 11 e 14 mil anos atrás, durante a transição do Pleistoceno-Holoceno, o clima do planeta Terra sofreu uma série de mudanças rápidas, o que ocasionou a extinção de diversas espécies comuns na Idade do Gelo, como os tigres dente-de-sabre e os mastodontes.

Com base nas pesquisas feitas até agora, os cientistas imaginavam que a extinção desses animais estava relacionada a dois fatores principais: a caça excessiva por humanos e o aquecimento do clima.

Para a CBS News, Murchie disse que, utilizando cerca de 0,5 e 1 grama de sedimentos, é possível reconstruir todo um ecossistema, incluindo a variedade de animais que viveram na região. Aliás, no artigo publicado, a equipe da pesquisadora apresentou registros de DNA tanto animal quanto vegetal de 30 mil anos atrás.

(Fonte: Phys/ Reprodução)(Fonte: Phys/ Reprodução)

Analisando as amostras com recursos tecnológicos de ponta, como a datação por radiocarbono, Murchie e seus parceiros descobriram que os grandes mamíferos da Era do Gelo já estavam desaparecendo antes mesmo de a temperatura do clima começar a subir — ao contrário do que se pensava até agora.

Estudar o permafrost é uma excelente forma de compreender o aconteceu no passado do planeta Terra. No entanto, pesquisas assim podem estar com os dias contados: com o aquecimento do planeta, as camadas de gelo de milhões de anos estão derretendo em uma escala crescente, fazendo desaparecer resquícios de qualquer material que possa ser analisado por meio de DNA.

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