Imagem de Manipulação do DNA é a base da nova revolução alimentar no megacurioso

Agrônomo brasileiro foi um dos primeiros pesquisadores a usar a técnica Crispr em tomates

Em 2018, o mundo foi alertado sobre a extin&ccedil;&atilde;o da mais popular (e comercial) esp&eacute;cie de banana, dizimada por uma praga ainda sem nenhum controle. A fruta &eacute; apenas uma entre dezenas de esp&eacute;cies de plantas comest&iacute;veis cuja manipula&ccedil;&atilde;o humana deixou pelo caminho a variedade gen&eacute;tica &ndash; o que os cientistas est&atilde;o tentando recuperar com a ajuda da manipula&ccedil;&atilde;o dos genes atrav&eacute;s do Crispr, t&eacute;cnica em que uma enzima bacteriana &eacute; usada para editar sequ&ecirc;ncias de DNA.
Um dos expoentes na &aacute;rea &eacute; o agr&ocirc;nomo e bot&acirc;nico L&aacute;zaro Eust&aacute;quio Pereira Peres, especialista em fisiologia vegetal. Ele e sua equipe da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de S&atilde;o Paulo (Esalq-USP), em vez de tentar consertar mil&ecirc;nios de domestica&ccedil;&atilde;o, se voltaram para a esp&eacute;cie selvagem e, a partir da&iacute;, usaram a edi&ccedil;&atilde;o do DNA para recuperar algumas das melhores caracter&iacute;sticas do tomate.
<figure style="position: relative; display: inline-block;"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2020/08/30/30194558174014.jpg" alt="." /> <a class="fonte_imagem" href="https://www.nationalgeographic.com/environment/future-of-food/food-technology-gene-editing/">&nbsp;National Geographic/&Aacute;lvaro Vali&ntilde;o E Kelsey Nowakowski/Reprodu&ccedil;&atilde;o&nbsp;</a></figure>
&ldquo;Combinamos caracter&iacute;sticas agronomicamente desej&aacute;veis com outras &uacute;teis, presentes em linhagens selvagens. Com a domestica&ccedil;&atilde;o, houve altera&ccedil;&atilde;o n&atilde;o somente na morfologia como no tamanho, no n&uacute;mero de tomates em cada ramo e no seu valor nutricional. As caracter&iacute;sticas ben&eacute;ficas das esp&eacute;cies selvagens, como resist&ecirc;ncia a doen&ccedil;as e toler&acirc;ncia ao estresse, foram perdidas&rdquo;, explica ele no estudo publicado na Nature.
<figure style="position: relative; display: inline-block;"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2020/08/30/30195711725019.jpg" alt="." /> <a class="fonte_imagem" href="https://www.nationalgeographic.com/environment/future-of-food/food-technology-gene-editing/">&nbsp;National Geographic/&Aacute;lvaro Vali&ntilde;o E Kelsey Nowakowski/Reprodu&ccedil;&atilde;o&nbsp;</a></figure>
<h2>Mais nutritivo e resistente</h2>
Um dos primeiros resultados foi um tomate geneticamente modificado que produz 500% mais licopeno (um antioxidante celular) em rela&ccedil;&atilde;o ao tomate selvagem. Em dois anos, eles partiram de um tomate melhor, por&eacute;m min&uacute;sculo, para frutos tr&ecirc;s vezes maiores, com dez vezes mais tomates em cada ramo, e mantendo as mesmas caracter&iacute;sticas aprimoradas.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2020/08/30/30194717128015.jpg" alt="O tomate selvagem &eacute; resistente, mas min&uacute;sculo; foram precisos mil&ecirc;nios de sele&ccedil;&atilde;o humana para chegar ao fruto que consumimos hoje." />O tomate selvagem &eacute; resistente, mas min&uacute;sculo; foram precisos mil&ecirc;nios de sele&ccedil;&atilde;o humana para chegar ao fruto que consumimos hoje.
Controlar os caminhos gen&eacute;ticos pode ser a chave para conseguir vegetais mais nutritivos e resistentes tanto a pragas como aos elementos, como o frio e a seca. Peres &eacute; um entre milhares de pesquisadores ao redor do mundo, em centenas de laborat&oacute;rios de pesquisa e desenvolvimento, trabalhando naquela que &eacute; considerada a pr&oacute;xima revolu&ccedil;&atilde;o alimentar.
A Crispr (acr&ocirc;nimo para Clustered Regularly Interspaced Short Palindromic Repeats, ou Repeti&ccedil;&otilde;es Palindr&ocirc;micas Curtas Agrupadas e Regularmente Interespa&ccedil;adas) est&aacute; sendo usada hoje desde no clareamento de cogumelos (que escurecem quando fatiados) &agrave; cria&ccedil;&atilde;o de gr&atilde;os de caf&eacute; sem cafe&iacute;na e trigo com n&iacute;veis reduzidos de gl&uacute;ten, passando pela sobreviv&ecirc;ncia de frutas altamente consumidas mundialmente, como a j&aacute; citada banana e o cacau, ambos atacados por pragas ainda sem rem&eacute;dio, cuja &uacute;nica cura &eacute; a incinera&ccedil;&atilde;o de toda a planta&ccedil;&atilde;o.
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<h2>Arqueologia arb&oacute;rea</h2>
A busca por ancestrais de alimentos est&aacute; acontecendo tamb&eacute;m em um canto id&iacute;lico da It&aacute;lia, pelas m&atilde;os da agr&ocirc;noma especializada em gen&eacute;tica Isabella Dalla Ragione &ndash; plantas que n&atilde;o sobreviveram &agrave; transi&ccedil;&atilde;o para a agricultura industrial, nos anos 1950, quando variedades que n&atilde;o cresciam rapidamente, tinham baixo rendimento ou n&atilde;o podiam ser colhidas mecanicamente foram abandonadas.
Isabella procurou em arquivos, campos abandonados e pomares de monast&eacute;rios &ndash; at&eacute; perceber que as melhores pistas estavam em museus e pal&aacute;cios italianos: afrescos e pinturas renascentistas como o quadro de Albrecht D&uuml;rera "Madonna e a crian&ccedil;a com a pera" &ndash; que &eacute;, na verdade, uma ma&ccedil;&atilde;.
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<div style="left: 0; width: 100%; height: 0; position: relative; padding-bottom: 75%;"><iframe width="300" height="150" style="border: 0; top: 0; left: 0; width: 100%; height: 100%; position: absolute;" src="http://cdn.iframe.ly/RfyG6DI?media=1" allowfullscreen="allowfullscreen"></iframe></div>
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Depois de encontrar uma esp&eacute;cie perdida, a agr&ocirc;noma planta tr&ecirc;s amostras em sua fazenda; depois que elas frutificam, ela oferecer mudas no site da Archeologia Arborea, a organiza&ccedil;&atilde;o que fundou h&aacute; mais de 20 anos. &ldquo;Algumas dessas frutas est&atilde;o crescendo em lugares distantes como os EUA ou a Austr&aacute;lia&rdquo;, diz ela.<a href="https://www.tecmundo.com.br/ciencia/177160-manipulacao-dna-base-nova-revolucao-alimentar.htm">Manipulação do DNA é a base da nova revolução alimentar</a> via <a href="https://www.tecmundo.com.br">TecMundo</a>

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Manipulação do DNA é a base da nova revolução alimentar

Imagem de Humanos de hoje têm DNA de neandertais e de ancestral desconhecido no megacurioso

Cientistas já sabiam que nossos ancestrais cruzaram há 50 mil anos, mas novas análises de DNA mostram que aconteceu muito mais que isso

<head></head><body>Hoje em dia, existe só uma espécie de humano — o Homo sapiens —,&nbsp;mas há milhares de anos existiam também outros ancestrais, como os Homo erectus, os neandertais, os denisovanos... E tudo indica que as espécies cruzavam bastante entre si.Os cientistas já sabiam que muitos <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/113316-estudo-comprova-maior-presenca-de-dna-de-neandertal-em-grupos-africanos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">cruzamentos entre neandertais e Homo sapiens</a> aconteceram quando a nossa espécie migrou em massa da África para a Europa, entre 50 e 30 mil anos atrás. Um estudo de 2010 apontou que uma parte do DNA dos humanos modernos da Europa e Ásia, de 1% a 4%, vem dos <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/112379-e-se-os-neandertais-ainda-estivessem-entre-nos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">neandertais</a>. Outras pesquisas mostraram que pessoas em ilhas do Pacífico têm amostras de material genético de outro hominídeo antigo, os denisovanos.Agora, um novo estudo mostra que nossos ancestrais fizeram ainda mais cruzamentos entre espécies do que se pensava.&nbsp;<span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;Wikimedia Commons&nbsp;" data-fonte-url="https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/3/39/Skeleton_and_restoration_model_of_Neanderthal_La_Ferrassie_1.jpg/720px-Skeleton_and_restoration_model_of_Neanderthal_La_Ferrassie_1.jpg?download"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2020/08/09/09214711853056.jpg" alt="Tem um pouco de DNA neandertal nos seres humanos modernos. (Fonte: Wikimedia Commons)">Tem um pouco de DNA neandertal nos seres humanos modernos. (Fonte: Wikimedia Commons)<h2>Ancestral desconhecido</h2>Uma equipe de três cientistas se uniram para realizar esse estudo, que sequenciou os genomas de um neandertal, um denisovano e os comparou com o DNA de dois humanos modernos. Os resultados da experiência foram publicado no início de agosto no jornal científico PLOS Genetics.Uma das descobertas do estudo é que os Homo sapiens já "se envolviam" com os neandertais muito antes do que os estudos anteriores tinham calculado: há evidências de cruzamentos entre as espécies entre 200 e 300 mil anos atrás.&nbsp;<span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;Wikimedia Commons&nbsp;" data-fonte-url="https://pt.wikipedia.org/wiki/Controle_do_fogo_pelos_primeiros_humanos#/media/Ficheiro:Diorama,_cavemen_-_National_Museum_of_Mongolian_History.jpg"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2020/08/09/09214957120059.jpg" alt="Sequenciamento de DNA também indica que nossos ancestrais cruzaram com o homo erectus&nbsp;(Fonte: Wikimedia Commons)">Sequenciamento de DNA também indica que nossos ancestrais cruzaram com o homo erectus&nbsp;(Fonte: Wikimedia Commons)Além disso, os cientistas calcularam que cerca de 1% do DNA dos <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/112137-rosto-de-denisovano-e-recriado-pela-1-vez-gracas-a-amostra-de-dna.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">denisovanos</a> vem de um ancestral que ninguém sabe qual é — cerca de 15% desses genes podem ter passado para os seres humanos modernos. Entre tantas porcentagens, a conclusão é que a genética da nossa espécie passou por uma história bem mais complexa do que costumamos imaginar.&nbsp;Uma teoria diz que esse ancestral desconhecido seria o Homo erectus, já que ele também andava por aqueles lados da Ásia e Pacífico, na mesma época. Mas, como o DNA dessa espécie ainda não foi sequenciado, não é possível comprovar se isso é verdade.</body>

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Humanos de hoje têm DNA de neandertais e de ancestral desconhecido

Imagem de DNA de cadeia quádrupla abre caminho para terapia contra o câncer no megacurioso

Visualizada pela primeira vez em células saudáveis, a estrutura pode levar a terapias que inibam o processo de reprodução de tumores

Pesquisadores da Cambridge University descobriram que a h&eacute;lice dupla do DNA (onde toda a informa&ccedil;&atilde;o gen&eacute;tica dos seres vivos est&aacute; guardada) pode dobrar sobre si mesma, formando uma cadeia qu&aacute;drupla (DNA G-quadruplexes, ou G4s) est&aacute;vel em c&eacute;lulas humanas saud&aacute;veis. Ela j&aacute; havia sido identificada apenas em c&eacute;lulas cancer&iacute;genas e em experimentos de laborat&oacute;rio.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2020/07/21/21182050263341.jpg" alt="G4s s&atilde;o estruturas que se formam brevemente dentro das c&eacute;lulas." />G4s s&atilde;o estruturas que se formam brevemente dentro das c&eacute;lulas.
Essa estrutura s&oacute; &eacute; poss&iacute;vel por causa de uma das quatro bases hidrogenadas &ndash; a guanina, que, juntamente com a citosina, a adenina e a timina, une as duas fitas de polinucleot&iacute;deos, formando os degraus da &ldquo;escada&rdquo;. A dobradura acontece quando a guanina se liga a si mesma, criando uma estrutura semelhante a um quadrado.
Para visualizar o rearranjo, a equipe anexou um novo tipo de marcador fluorescente ao DNA de c&eacute;lulas vivas. Antes, para ver a forma&ccedil;&atilde;o do DNA qu&aacute;druplo era necess&aacute;rio matar as c&eacute;lulas ou, ainda, usar altas concentra&ccedil;&otilde;es de sondas qu&iacute;micas &ndash; por&eacute;m, isso fazia com que estas se inserissem no DNA, interrompendo-o e causando a forma&ccedil;&atilde;o de G4s (e n&atilde;o a observando se formar naturalmente).
Um dos coautores do estudo e respons&aacute;vel pelo desenvolvimento da nova t&eacute;cnica, o biof&iacute;sico da University of Leeds Aleks Ponjavic, explica que &ldquo;a sonda se liga &agrave; G4 por apenas milissegundos sem afetar sua estabilidade, o que nos permite estudar o comportamento do DNA sem influ&ecirc;ncia externa e entender seu papel biol&oacute;gico&rdquo;.
<h2>Novas terapias contra o c&acirc;ncer</h2>
As G4s se formariam para manter a mol&eacute;cula aberta, facilitando a leitura do c&oacute;digo gen&eacute;tico na forma&ccedil;&atilde;o do RNA e, consequentemente, a produ&ccedil;&atilde;o de prote&iacute;nas e a quantidade de cada uma. Essa fun&ccedil;&atilde;o &eacute; desempenhada normalmente por marcadores qu&iacute;micos no DNA, cujo papel &eacute; aumentar ou diminuir a atividade dos genes. A estrutura qu&aacute;drupla do DNA teria papel semelhante.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2020/07/21/21182947147348.jpg" alt="G4s foram identificadas anteriormente em c&eacute;lulas cancerosas, como no caso acima." />G4s foram identificadas anteriormente em c&eacute;lulas cancerosas, como no caso acima.
"Essa descoberta nos for&ccedil;a a repensar a&nbsp;<a href="http://www.tecmundo.com.br/biologia/" target="_blank" title="Biologia">biologia</a> do DNA e pode melhorar nossa compreens&atilde;o de como o material gen&eacute;tico divulga suas informa&ccedil;&otilde;es. &Eacute; uma nova &aacute;rea, com potencial para abrir caminhos no diagn&oacute;stico e na terapia de doen&ccedil;as como o c&acirc;ncer&rdquo;, diz o cientista molecular Marco Di Antonio, pesquisador do Imperial College e principal autor do estudo publicado agora na revista Nature Chemistry.
Para os pesquisadores, a t&eacute;cnica vai permitir que as G4s encontradas em c&eacute;lulas de tumores sejam rastreadas, determinando seu papel na express&atilde;o da doen&ccedil;a e revelando novos alvos para terapias e medicamentos que interrompam o processo.<a href="https://www.tecmundo.com.br/ciencia/155414-dna-cadeia-quadrupla-abre-caminho-terapia-cancer.htm">DNA de cadeia quádrupla abre caminho para terapia contra o câncer</a> via <a href="https://www.tecmundo.com.br">TecMundo</a>

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DNA de cadeia quádrupla abre caminho para terapia contra o câncer

Imagem de DNA e tipo sanguíneo podem afetar resistência à covid-19 no megacurioso

Segundo estudos recentes, a resistência à covid-9 seria hereditária e pessoas do tipo sanguíneo A seriam mais propensas a desenvolver quadros clínicos mais graves

Pesquisadores acreditam que a resist&ecirc;ncia &agrave; covid-19 pode estar ligada &agrave; gen&eacute;tica e, portanto, ter um car&aacute;ter heredit&aacute;rio. <a href="https://www.tecmundo.com.br/ciencia/154787-imunidade-covid-19-maior-indicam-testes-diz-estudo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Isso explicaria por que certos pacientes (inclusive idosos) parecem ter uma prote&ccedil;&atilde;o contra o v&iacute;rus Sars-CoV-2</a>, enquanto outros s&atilde;o especialmente vulner&aacute;veis.
Para apurar essa hip&oacute;tese, a Faculdade de Medicina da Universidade de S&atilde;o Paulo (SP), em parceria com o Centro de Pesquisas Genoma Humano, vai analisar o DNA de pacientes que apresentaram resist&ecirc;ncia extrema &agrave; doen&ccedil;a.&nbsp;
A coordenadora do Centro de Pesquisas Genoma Humano da USP, Mayana Zatz, explica que o grupo de pesquisadores vai transformar as amostras desses pacientes em c&eacute;lulas-tronco para deriv&aacute;-las em diferentes linhagens e infect&aacute;-las com o Sars-CoV-2.
A partir desse procedimento, ser&aacute; poss&iacute;vel observar se o v&iacute;rus penetra ou n&atilde;o nessas c&eacute;lulas e qual &eacute; a resposta dessas diferentes linhagens em pacientes resistentes &agrave; doen&ccedil;a.
<h2>Homens s&atilde;o mais vulner&aacute;veis</h2>
<figure style="position: relative; display: inline-block;"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2020/07/06/06150811971217.jpg" alt="a" /> <a class="fonte_imagem" href="https://unsplash.com/photos/1RskUx-C0A8">&nbsp;Unsplash/Reprodu&ccedil;&atilde;o&nbsp;</a></figure>
A Universidade de Yale, nos Estados Unidos, tamb&eacute;m est&aacute; estudando como a gen&eacute;tica pode interferir na capacidade de recupera&ccedil;&atilde;o. Segundo a microbiologista Carolina Lucas, que faz parte da pesquisa, mulheres s&atilde;o naturalmente mais resistentes &agrave; doen&ccedil;a.
Estudos anteriores j&aacute; indicavam essa possibilidade. <a href="https://www.tecmundo.com.br/ciencia/151184-vape-cigarro-aumentam-risco-infeccao-grave-coronavirus.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Contudo, essa baixa resist&ecirc;ncia era ligada ao tabagismo, que &eacute; mais presente na popula&ccedil;&atilde;o masculina</a>. "Existem certas diferen&ccedil;as, como homens gerando um quadro inflamat&oacute;rio maior e as mulheres gerando uma resposta de c&eacute;lulas T que &eacute; mais importante no controle da carga viral", explica a microbiologista.
<h2>Interfer&ecirc;ncia do tipo sangu&iacute;neo</h2>
<figure style="position: relative; display: inline-block;"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2020/07/06/06150701252215.jpg" alt="a" /> <a class="fonte_imagem" href="https://unsplash.com/photos/tV-RX0beDp8">&nbsp;Unsplash/Reprodu&ccedil;&atilde;o&nbsp;</a></figure>
Outro estudo, realizado na It&aacute;lia e na Espanha, identificou que pessoas do tipo sangu&iacute;neo A t&ecirc;m 50% mais chances de desenvolver complica&ccedil;&otilde;es respirat&oacute;rias, enquanto as de tipo O possuem 35% menos chances. Nessa pesquisa, 1.610 pacientes foram analisados.
Entre as in&uacute;meras hip&oacute;teses que explicam essa diferen&ccedil;a, est&aacute; a ideia de que o tipo sangu&iacute;neo A facilitaria a forma&ccedil;&atilde;o de co&aacute;gulos no organismo, o que obstruiria a circula&ccedil;&atilde;o, atrapalhando a a&ccedil;&atilde;o do sistema imunol&oacute;gico.&nbsp;
<h2>Diferentes abordagens cl&iacute;nicas</h2>
Qual ser&aacute; o efeito pr&aacute;tico caso essas diferen&ccedil;as gen&eacute;ticas sejam comprovadas? O coordenador da Rege Gen&ocirc;mica do IPEC, David Livingstone, explica que a partir desses resultados, <a href="https://www.tecmundo.com.br/ciencia/154833-boas-noticias-vacina-covid-19-chega-brasil-video.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">as equipes m&eacute;dicas poder&atilde;o desenvolver abordagens mais eficazes</a>, conhecendo as particularidades de cada grupo.<a href="https://www.tecmundo.com.br/ciencia/154874-dna-tipo-sanguineo-afetar-resistencia-covid-19.htm">DNA e tipo sanguíneo podem afetar resistência à covid-19</a> via <a href="https://www.tecmundo.com.br">TecMundo</a>

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DNA e tipo sanguíneo podem afetar resistência à covid-19

Imagem de Tecido cerebral neandertal é recriado em laboratório no megacurioso

Estudos tentam entender como se desenvolveu o cérebro desse ancestral do homem moderno

Em 2010, o geneticista Svante P&auml;&auml;bo conseguiu extrair e sequenciar o DNA a partir de ossos de tr&ecirc;s mulheres neandertais; uma d&eacute;cada depois, os genes desse ancestral humano agora florescem, em placas de vidro, na forma de tecido cerebral neandertal.
Tr&ecirc;s elementos foram usados para criar os "minic&eacute;rebros": DNA neandertal, o editor de genoma CRISPR e organoides (estruturas com origem em c&eacute;lulas-tronco e que se parecem com um tecido original espec&iacute;fico &ndash; nesse caso, o tecido cerebral). &nbsp;
Uma equipe da University of California, San Diego (UCSD), liderada pela geneticista Alysson Muotri, conseguiu que essas bolhas de tecido modificado se expressassem como o c&oacute;rtex cerebral. Na apar&ecirc;ncia, eles t&ecirc;m tamanhos diferentes, formando redes neurais de maneira diversa &agrave; de organoides com DNA humano moderno. "Estamos tentando recriar mentes neandertais", disse Muotri &agrave; Science Magazine.
<h2>Forma e estrutura diversas</h2>
A pesquisa (ainda n&atilde;o publicada) usa um dos 200 genes neandertais que mudaram no H. sapiens &ndash; especificamente, o que codifica a prote&iacute;na NOVA1, ligada ao autismo e &agrave; esquizofrenia (entre homem moderno e ancestral, a diferen&ccedil;a &eacute; de apenas um par de bases).
Usando o CRISPR, a equipe inseriu as &ldquo;bases neandertais&rdquo; no gene humano. Depois de meses, as c&eacute;lulas-tronco com DNA ancestral se converteram em organoides (ou &ldquo;neanderoides&rdquo;, como diz Muotri) at&eacute; o est&aacute;gio em que foram detectados sinais el&eacute;tricos. E as diferen&ccedil;as surgiram logo &agrave; vista: os &ldquo;neanderoides&rdquo; t&ecirc;m a forma de uma pipoca, enquanto os &ldquo;humanroides&rdquo; s&atilde;o redondos.&nbsp;
<span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;Alysson Muotri/Divulga&ccedil;&atilde;o&nbsp;" data-fonte-url="https://www.nbcnews.com/mach/science/why-tiny-neanderthal-brains-are-now-growing-petri-dishes-ncna886986"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2020/06/23/23004825587506.jpg" alt="C&eacute;lulas modificadas com gene neandertal (&agrave; esquerda) se desenvolvem de maneira diferente das com gene humano (&agrave; direita)." />C&eacute;lulas modificadas com gene neandertal (&agrave; esquerda) se desenvolvem de maneira diferente das com gene humano (&agrave; direita).
Por uma raz&atilde;o ainda desconhecida, os neur&ocirc;nios modificados migram dentro das bolhas de tecido mais rapidamente ao se organizarem em estruturas, formam menos conex&otilde;es sin&aacute;pticas e criam redes neurais anormais.
Segundo Muotri, esse desenvolvimento tem similaridade com o que ela encontrou em tecido cerebral de crian&ccedil;as com autismo. &ldquo;Nos humanos modernos, essas mudan&ccedil;as est&atilde;o ligadas a defeitos no desenvolvimento cerebral necess&aacute;rio &agrave; socializa&ccedil;&atilde;o. Se acreditamos que essa &eacute; uma das nossas vantagens sobre os neandertais, a descoberta &eacute; relevante".
<h2>Longe de um c&eacute;rebro real</h2>
Para Svante P&auml;&auml;bo, hoje diretor do Max Planck Institute for Evolutionary Anthropology, &eacute; muito dif&iacute;cil descobrir quais diferen&ccedil;as gen&eacute;ticas s&atilde;o "funcionalmente relevantes", j&aacute; que organoides "est&atilde;o longe de nos dizer como os c&eacute;rebros adultos funcionam".
O geneticista fez parte de um estudo, publicado na revista Stem Cell Reports, que tamb&eacute;m usou organoides de tecido cerebral a partir de c&eacute;lulas-tronco humanas modificadas com DNA e prote&iacute;nas neandertais.&nbsp;
O objetivo &eacute; entender como neandertais e humanos modernos se relacionam. Como exemplo de genoma humano moderno, os geneticistas escolheram o de indiv&iacute;duos do Reino Unido e do norte da Europa &mdash; popula&ccedil;&atilde;o altamente prov&aacute;vel de ter genes ancestrais. O neandertal usado foi o de refer&ecirc;ncia, extra&iacute;do em 2010 por P&auml;&auml;bo.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2020/06/23/23005410292508.jpg" alt="A maior parte do DNA ancestral foi extra&iacute;do de ossos de tr&ecirc;s mulheres neandertais, encontrados na caverna Vindija, na Cro&aacute;cia." />A maior parte do DNA ancestral foi extra&iacute;do de ossos de tr&ecirc;s mulheres neandertais, encontrados na caverna Vindija, na Cro&aacute;cia.
"Quer&iacute;amos descobrir quais partes derivam dos neandertais &ndash; cada indiv&iacute;duo tem entre 1% e 4% do genoma ancestral", disse &agrave; CNN o geneticista da University of Basel Grayson Camp, principal autor do estudo.
A equipe tamb&eacute;m criou organoides com genes de chimpanz&eacute;s para determinar a linha evolutiva do c&eacute;rebro humano e de outros grandes primatas.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2020/06/23/23005938107509.jpg" alt="A equipe europeia criou ainda organoides com genes de chimpanz&eacute;s." />A equipe europeia criou ainda organoides com genes de chimpanz&eacute;s.
&ldquo;N&atilde;o s&atilde;o &lsquo;c&eacute;rebros neandertais cultivados em laborat&oacute;rio&rsquo;; s&atilde;o c&eacute;lulas humanas que possuem DNA neandertal dentro delas", frisou Camp.&nbsp;
Segundo ele, futuramente tecidos de outros &oacute;rg&atilde;os poder&atilde;o ser cultivados e estudados dessa maneira, como forma de entender como os genes neandertais teriam moldado o homem moderno.<a href="https://www.tecmundo.com.br/ciencia/154444-tecido-cerebral-neandertal-recriado-laboratorio.htm">Tecido cerebral neandertal é recriado em laboratório</a> via <a href="https://www.tecmundo.com.br">TecMundo</a>

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Tecido cerebral neandertal é recriado em laboratório

Imagem de Incesto e poder: estudo de DNA revela ‘Era dos Reis’ na Irlanda no megacurioso

Hierarquia social que exigia relacionamentos entre parentes próximos é uma das mais antigas já encontradas

<head></head><body>O estudo do DNA de um homem enterrado em Newgrange, tumba do Conjunto Arqueológico do Vale do Boyne, na Irlanda, revelou histórias sobre a existência de elites sociais na Idade da Pedra. A configuração hierárquica sugerida é uma das <a href="https://www.tecmundo.com.br/ciencia/153081-descobertas-evidencias-antigas-humanos-modernos-europa.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">mais antigas descobertas pela humanidade</a> e foi determinada pela constatação de que os pais do exemplar analisado eram parentes de primeiro grau, possivelmente irmão e irmã.Elites irlandesas se estabeleceram no Período Neolítico, de 8.000 a.C. até 5.000 a.C., em que civilizações iniciaram a prática do cultivo de alimentos. Após a extração da sequência genética de 44 indivíduos encontrados em <a href="https://www.tecmundo.com.br/ciencia/152709-conheca-maiores-conquistas-antropologia-ultima-decada.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">pesquisas antropológicas</a> locais, cientistas se depararam com uniões incestuosas, que, sendo relativamente raras no intervalo de tempo em questão, alvos de tabu e normalmente ligadas a dinastias consideradas divinas por seus povos, corroboram a ideia de que havia um grande e poderoso clã na região.Lara Cassidy, professora da Trinity College e líder do estudo, afirma que nunca viu algo parecido. “Todos herdamos duas cópias genômicas, uma de nossa mãe e outra de nosso pai. Neste indivíduo, ambas são extremamente similares, um sinal forte de consanguinidade próxima. De fato, nossa análise permite afirmar que os pais do exemplar eram parentes de primeiro grau.”<img src="https://mega.ibxk.com.br/2020/06/17/17193634919021.jpg" alt="Interior de Newgrange, tumba do Conjunto Arqueológico do Vale do Boyne.">Interior de Newgrange, tumba do Conjunto Arqueológico do Vale do Boyne.<h2>Game of Thrones Neolítico? Não foi desta vez</h2>Casamentos entre irmãos e irmãs ocorriam entre faraós no Antigo Egito e reis divinos do Império Inca, na América do Sul – sendo que os pais de Tutancâmon, por exemplo, podem ter sido gêmeos. Nestas culturas, governantes se valiam de aspectos religiosos para legitimar seus poderes, representados por monumentos extravagantes – como o Newgrange.&nbsp;Mais velho que as pirâmides de Gizé, o sítio antropológico no Vale do Boyne é famoso por seu alinhamento solar anual, momento em que a câmara interna se ilumina completamente, criando uma exibição única dos restos mortais do homem encontrado e dos adereços junto a ele. “O prestígio do enterro torna muito provável uma união socialmente aceita e reproduz uma hierarquia extrema, em que que apenas parceiros da mesmo família eram dignos de se juntarem”, explica o professor Dan Bradley, coautor da pesquisa.<img src="https://mega.ibxk.com.br/2020/06/17/17193814825024.jpg" alt="Vista aérea do local em que está enterrado o exemplar da pesquisa.">Vista aérea do local em que está enterrado o exemplar da pesquisa.A comunidade científica, claro, ficou impressionada com as novidades. Tom Booth, cientista do Francis Crick Institute, de Londres, celebra os resultados dos colegas: “É o cenário genético mais detalhado das pessoas que viveram na Grã-Bretanha e na Irlanda durante o Período Neolítico. Considerando quão distantes essas sociedades estão das nossas e como entendemos monarquias nos tempos atuais, aqueles que pensavam em um Game of Thrones Neolítico podem ter se desapontado”.Indo além, a equipe descobriu uma rede de <a href="https://www.tecmundo.com.br/ciencia/150603-ancestrais-humanos-relacionaram-especie-desconhecida.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">conexões familiares</a> entre o homem de Newgrange e outros indivíduos em túmulos por todo o país. Entretanto, nos locais mais distantes, não foram encontrados laços genéticos semelhantes em enterros de menor prestígio.<span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;Ken Williams&nbsp;" data-fonte-url="https://static01.nyt.com/images/2020/06/17/science/17SCI-IRISH3/merlin_173592681_b99302d8-768e-421e-88ec-280d54cf82f2-superJumbo.jpg?quality=90&amp;auto=webp"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2020/06/17/17193932028025.jpg" alt="Um pedaço da História.">Um pedaço da História.<h2>Muita história para contar</h2>Junto a tantas novidades, também foi constatado o caso mais antigo já encontrado de Síndrome de Down, algo raro em pesquisas arqueológicas – uma vez que pessoas com condições semelhantes sofreram processos de invisibilização social.Entre tantas idas e vindas migratórias, dada a falta de ocorrência desses eventos familiares em períodos não anteriores ao revelado, Tom Booth cogita: “Os desenvolvimentos sociais que levam a fortes associações entre famílias e tumbas megalíticas podem ter sido específicos para as sociedades neolíticas posteriores na Irlanda”.&nbsp;Por fim, Cassidy revela sua opinião sobre o assunto: “Esta é a metodologia mais extrema aplicada por elites: realizar casamentos entre parentes para manter o poder em um clã próprio”, complementando que, se incesto era tabu, quebrar regras fazia parte do jogo: “Assim, você provavelmente se tornaria ainda mais divino ao olhar alheio.”</body><a href="https://www.tecmundo.com.br/ciencia/154271-incesto-estudo-dna-revela-reis-irlanda.htm">Incesto e poder: estudo de DNA revela ‘Era dos Reis’ na Irlanda</a> via <a href="https://www.tecmundo.com.br">TecMundo</a>

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Incesto e poder: estudo de DNA revela ‘Era dos Reis’ na Irlanda

Imagem de CRISPR pode gerar consequências graves em embriões, indica estudo no megacurioso

Edição genética em embriões humanos pode prejudicar desenvolvimento e causar câncer quando mais velho

Uma nova experimenta&ccedil;&atilde;o de edi&ccedil;&atilde;o gen&eacute;tica usando a t&eacute;cnica CRISPR, cientistas chegaram a resultados assustadores. Edi&ccedil;&otilde;es em embri&otilde;es de 14 dias de matura&ccedil;&atilde;o tiveram consequ&ecirc;ncias indesej&aacute;veis e podem at&eacute; levar a defici&ecirc;ncias durante o parto e c&acirc;ncer em idades mais avan&ccedil;adas.
O experimento utilizou 25 embri&otilde;es humanos &mdash; sete deles sem qualquer edi&ccedil;&atilde;o, servindo como grupo de controle. O grupo de cientistas &mdash; liderado por Kathy Niakan e composto por outros estudiosos do Instituto Francis Crick &mdash; tentou editar o gene POU5F1, uma prote&iacute;na envolvida na auto-renova&ccedil;&atilde;o de c&eacute;lulas tronco embrion&aacute;rias indiferenciadas. Entretanto, o resultado da aplica&ccedil;&atilde;o do CRISPR teve consequ&ecirc;ncias n&atilde;o esperadas e que podem prejudicar a sa&uacute;de durante seu desenvolvimento ou c&acirc;ncer quando mais velho.
&ldquo;Edi&ccedil;&otilde;es gen&eacute;ticas n&atilde;o desejadas surgiram em aproximadamente 22% das c&eacute;lulas embrion&aacute;rias analisadas&rdquo;, afirma o relat&oacute;rio. Em uma analogia, CRISPR pode ser comparada a uma grande faca, ao inv&eacute;s de &ldquo;tesouras moleculares&rdquo;, j&aacute; que sua aplica&ccedil;&atilde;o desencadeia um &ldquo;efeito domin&oacute;&rdquo; sobre o desenvolvimento do embri&atilde;o.
<figure style="position: relative; display: inline-block;"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2020/06/17/17173423168352.jpg" alt="a" /> <a class="fonte_imagem" href="https://visualhunt.com/photo3/48472/">&nbsp;VisualHunt&nbsp;</a></figure>
Todos os embri&otilde;es estudados e modificados &mdash; at&eacute; mesmo o grupo de controle &mdash; foram descartados ap&oacute;s o experimento. Por fim, o grupo espera que esse resultado sirva como aviso para poss&iacute;veis consequ&ecirc;ncias em beb&ecirc;s modificados atrav&eacute;s do CRISPR.
<h2>Por que fazer edi&ccedil;&otilde;es gen&eacute;ticas?</h2>
Para os cientistas, levar edi&ccedil;&otilde;es gen&eacute;ticas aos seres humanos &eacute; a tentativa de garantir o surgimento de pessoas mais saud&aacute;veis e menos propensas a ao desenvolvimento de defici&ecirc;ncias durante o desenvolvimento e ap&oacute;s o nascimento.
Contudo, as pesquisas relacionadas est&atilde;o constantemente em discuss&atilde;o. Cr&iacute;ticos da &aacute;rea avaliam esse tipo de experimenta&ccedil;&atilde;o como &ldquo;brincar com fogo&rdquo;, podendo gerar consequ&ecirc;ncias ainda n&atilde;o conhecidas e nunca previstas. Al&eacute;m disso, esse tipo de tecnologia tamb&eacute;m sofre cr&iacute;ticas &eacute;ticas: a ideia de pais poderem comprar genes de outros humanos para cria&ccedil;&atilde;o de filhos mais saud&aacute;veis ou com outras caracter&iacute;sticas &eacute; um risco evidente. Em um cen&aacute;rio hipot&eacute;tico onde h&aacute; controle e seguran&ccedil;a na edi&ccedil;&atilde;o gen&eacute;tica, a humanidade poderia caminhar para a cria&ccedil;&atilde;o de crian&ccedil;as de uma etnia &uacute;nica.
<figure style="position: relative; display: inline-block;"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2020/06/17/17173436621353.jpg" alt="sa" /> <a class="fonte_imagem" href="https://visualhunt.com/photo3/48472/">&nbsp;VisualHunt&nbsp;</a></figure>
<h2>Estudos j&aacute; avan&ccedil;ados</h2>
A edi&ccedil;&atilde;o gen&eacute;tica n&atilde;o &eacute; novidade e est&aacute; em discuss&atilde;o na comunidade cient&iacute;fica desde a &uacute;ltima d&eacute;cada. Em 2018, He Jiankui &mdash; cientista chin&ecirc;s &mdash; afirmou ter aplicado CRISPR para tornar dois irm&atilde;os g&ecirc;meos imunes ao HIV. Esse experimento foi fortemente recha&ccedil;ado pela comunidade cient&iacute;fica e acabou sendo batizada como o &ldquo;os beb&ecirc;s CRISPR&rdquo;.
Ambas nasceram aparentemente saud&aacute;veis, mas a atual condi&ccedil;&atilde;o delas &eacute; um mist&eacute;rio. Posteriormente, em dezembro de 2019, Jiankui confirmou que outra crian&ccedil;a editada atrav&eacute;s do CRISPR nasceu.
Na R&uacute;ssia, o bi&oacute;logo Denis Rebrikov defendeu a edi&ccedil;&atilde;o embrion&aacute;ria em uma entrevista para o Nature. Em seu argumento, o CRISPR poderia ser um grande aliado para evitar o nascimento de crian&ccedil;as surdas. Segundo ele, cinco fam&iacute;lias russas j&aacute; se voluntariaram para ter seus respectivos embri&otilde;es editados.
At&eacute; o momento, todas essas pesquisas s&atilde;o totalmente experimentais e essa tecnologia est&aacute; distante do p&uacute;blico. &Eacute; prov&aacute;vel que a aplica&ccedil;&atilde;o de CRISPR n&atilde;o seja autorizada at&eacute; o fim do debate cient&iacute;fico sobre a &eacute;tica dessa t&eacute;cnica e em quais casos deve ser utilizada.<a href="https://www.tecmundo.com.br/ciencia/154266-crispr-gerar-consequencias-graves-embrioes-indica-estudo.htm">CRISPR pode gerar consequências graves em embriões, indica estudo</a> via <a href="https://www.tecmundo.com.br">TecMundo</a>

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CRISPR pode gerar consequências graves em embriões, indica estudo

Imagem de China recolhe DNA de cidadãos para criar banco de dados genéticos no megacurioso

O país coleta dados desde 2017 sob a justificativa de melhorar a resolução de investigações criminais, contudo, as campanhas estão sendo realizadas sem analisar o histórico criminal dos cidadãos

A China est&aacute; reunindo amostras de sangue dos homens do pa&iacute;s para criar um banco nacional de dados gen&eacute;ticos, aponta um novo estudo. Para tanto, a pol&iacute;cia chinesa tem feito visitas &agrave;s escolas e at&eacute; mesmo &agrave;s casas dos cidad&atilde;os h&aacute; tr&ecirc;s anos para recolher as informa&ccedil;&otilde;es necess&aacute;rias.
As primeiras campanhas de coletas ficaram restritas &agrave;s regi&otilde;es do Tibete e Xinjiang. No final de 2017, contudo, o Minist&eacute;rio de Seguran&ccedil;a P&uacute;blica da China expandiu as campanhas para todo o pa&iacute;s sob a justificativa de melhorar a capacidade dos &oacute;rg&atilde;os de seguran&ccedil;a p&uacute;blica de solucionar investiga&ccedil;&otilde;es criminais.
No entanto, o pa&iacute;s est&aacute; recolhendo DNA de cidad&atilde;os do sexo masculino sem considerar hist&oacute;ricos criminais &mdash; incluindo alunos da pr&eacute;-escola, entre 3 e 5 anos de idade.&nbsp;
<figure style="position: relative; display: inline-block;"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2020/06/17/17170225317339.jpg" alt="a" /> <a class="fonte_imagem" href="https://www.aspi.org.au/report/genomic-surveillance">&nbsp;Money Times/Reprodu&ccedil;&atilde;o&nbsp;</a></figure>
Segundo o estudo, divulgado nesta quarta-feira (17) pelo&nbsp;Instituto de Pol&iacute;tica Estrat&eacute;gica da Austr&aacute;lia, essa estrat&eacute;gia n&atilde;o s&oacute; viola as leis chinesas, como os direitos humanos &mdash; o que pode ser ainda mais grave, caso essas informa&ccedil;&otilde;es sejam associadas a outras ferramentas de vigil&acirc;ncia e controle.
Atrav&eacute;s deste banco gen&eacute;tico, o estado chin&ecirc;s poder&aacute; rastrear qualquer cidad&atilde;o atrav&eacute;s dos homens da fam&iacute;lia. &ldquo;A capacidade das autoridades de descobrirem quem est&aacute; mais intimamente relacionado a quem, dado o contexto da puni&ccedil;&atilde;o de fam&iacute;lias inteiras como resultado do ativismo de apenas uma pessoa, ter&aacute; um efeito assustador na sociedade como um todo&rdquo;, afirmou a pesquisadora Maya Wang ao The New York Times.
Diversas&nbsp;<a href="http://www.tecmundo.com.br/empresas-e-instituicoes/" target="_blank" title="Empresas e institui&ccedil;&otilde;es">empresas</a> especializadas em biotecnologia est&atilde;o auxiliando o governo chin&ecirc;s nesta empreitada, como a multinacional Thermo Fisher Scientific que tem sede nos Estados Unidos, al&eacute;m de chinesas como AGCU Scientific e Microread Genetics. Caso a viola&ccedil;&atilde;o de direitos humanos seja comprovada, as empresas parceiras do projeto tamb&eacute;m poder&atilde;o ser acusadas.<a href="https://www.tecmundo.com.br/ciencia/154265-china-recolhe-dna-cidadaos-criar-banco-dados-geneticos.htm">China recolhe DNA de cidadãos para criar banco de dados genéticos</a> via <a href="https://www.tecmundo.com.br">TecMundo</a>

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China recolhe DNA de cidadãos para criar banco de dados genéticos

Imagem de DNA dos manuscritos do Mar Morto revelam pistas sobre sua origens no megacurioso

Desde sua descoberta há 80 anos, os pergaminhos vinham sendo analisados apenas visualmente. Agora surge uma nova tecnologia.

<head></head><body>Numa declaração feita no início deste mês (2) ao site EurekAlert, o professor Oded Rechavi, da Tel Aviv University, em Israel, afirmou que os mais de 25 mil fragmentos de antigos pergaminhos conhecidos como os Manuscritos do Mar Morto apresentam dois grandes desafios para a ciência.O primeiro é que a maioria deles não foi achada inteira, mas desintegrada em milhares de fragmentos que tiveram que ser montados como um grande quebra-cabeça com muitas peças perdidas para sempre, e outras, no caso das composições não bíblicas, das quais não se tem a <a href="https://www.megacurioso.com.br/historia-e-geografia/novidades/">menor ideia</a> de como o texto deve ser ordenado.O segundo desafio refere-se à origem dos pergaminhos, pois a maioria deles não foi obtida diretamente das 11 cavernas de Qumran perto do mar Morto, mas sim de <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/114631-reliquia-iraquiana-adquirida-ilegalmente-sera-devolvida-ao-pais.htm">antiquários</a>. Como essa origem dos fragmentos não está clara, torna-se muito difícil reuni-los e "montá-los" em seu contexto histórico original.A metáfora do quebra-cabeça não é imprópria, pois desde o descobrimento dos manuscritos nas décadas de 1940 e 1950, o que os estudiosos têm feito é tentar encaixar as peças pelas suas propriedades visíveis e até utilizando técnicas de <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/114610-novas-inscricoes-sao-descobertas-nos-manuscritos-do-mar-morto.htm">imagem multiespectral</a>. Porém, ficam sempre limitados à comparação visual dos elementos.<span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;Israel Antiquities Authority/Shai Halevi&nbsp;" data-fonte-url="https://cdn.iflscience.com/images/3c2b2901-b23e-5c36-99d3-fd094f10bbdc/content-1590777201-this-image-shows-one-of-the-qumran-caves-where-the-dead-sea-scroll-fragments-were-found-credit-courtesy-of-the-israel-antiquities-authority-photographer-shai-halevi-1.jpg"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2020/06/10/10144355293107.jpg" alt="Uma das cavernas de Qumran onde os pergaminhos foram encontrados">Uma das cavernas de Qumran onde os pergaminhos foram encontrados<h2>Pesquisando o DNA</h2>O que Rechavi está propondo, num estudo realizado com seu colega de universidade Noam Mizrahi e com o sueco Mattias Jakobsson da Universidade de Upsala, são outras pistas. De cada peça, eles extraíram o antigo DNA dos animais cuja pele foi utilizada para fazer os pergaminhos. Depois, como nas análises forenses do tipo <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/107147-quanto-tempo-a-policia-tem-para-usar-um-morto-e-desbloquear-seu-celular.htm">CSI</a>, eles correlacionam características dos animais com a linguagem dos textos.Um fato inicial que ainda não era cientificamente comprovado é que a maioria dos pergaminhos é feita de pele de ovelhas. Os pesquisadores então perceberam que peças feitas com a pele da mesma ovelha deveriam estar correlacionadas, assim como de outras ovelhas intimamente ligadas, rejeitando-se outras espécies de ovelhas e outros animais.Rechavi reconhece que, embora essas evidências do <a href="https://www.megacurioso.com.br/corpo-humano/novidades/">DNA</a> aumentem a compreensão, elas são capazes apenas de "revelar parte da imagem e não resolver todos os mistérios".Porém, à medida que mais amostras sejam testadas, o que se espera é um "<a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/112933-populacao-brasileira-tera-o-genoma-mapeado-pela-primeira-vez.htm">genoma</a>" completo dos pergaminhos do Mar Morto que pode ajudar a desvendar — ou pelo menos esclarecer mais — esse mistério milenar.</body>

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DNA dos manuscritos do Mar Morto revelam pistas sobre sua origens

Imagem de Genoma de HIV mais antigo da história é encontrado no megacurioso

O genoma é quase completo e estava em uma amostra de 1966

O HIV (V&iacute;rus de Imunodefici&ecirc;ncia Humana),&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/medicina-e-psicologia/85261-pura-aflicao-cientistas-gravam-virus-hiv-se-mexendo-em-corpo-vivo.htm" target="_blank" title="Pura afli&ccedil;&atilde;o: cientistas gravam v&iacute;rus HIV se mexendo em corpo vivo">causador da AIDS</a> (S&iacute;ndrome da Imunodefici&ecirc;ncia Adquirida), &eacute; um dos v&iacute;rus mais investigados e estudados do mundo, j&aacute; que a doen&ccedil;a causada por ele mata pessoas h&aacute; anos e ainda&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/114525-como-funciona-o-tratamento-que-pode-evitar-a-infeccao-por-hiv.htm" target="_blank" title=" Como funciona o tratamento que pode evitar a infec&ccedil;&atilde;o por HIV?">n&atilde;o existe uma cura de fato</a> ou vacina preventiva.&nbsp;
Recentemente foi descoberto que, talvez, as muta&ccedil;&otilde;es que geraram o v&iacute;rus da AIDS tenham come&ccedil;ado muito antes do esperado. O primeiro caso registrado de infec&ccedil;&atilde;o do v&iacute;rus no mundo &eacute; do come&ccedil;o dos anos 1980, entretanto, uma pesquisa da Universidade Cat&oacute;lica de Leuven (KU Leuven), na B&eacute;lgica; Universidade do Arizona, nos Estados Unidos; e outras entidades, descobriu uma amostra de 1966 que continha um genoma quase completo do HIV.&nbsp;
<h2 class="inserted">A pesquisa da KU Leuven</h2>
O estudo &eacute; produto de um trabalho feito por v&aacute;rios pesquisadores. Entre eles, tr&ecirc;s da Universidade do Arizona, dois da KU Leuven, dois da Universidade de Kinshasa, no Congo, e um membro da UCB Pharma, tamb&eacute;m na B&eacute;lgica. O trabalho foi publicado no peri&oacute;dico online&nbsp;Proceedings of the National Academy of Sciences.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2020/05/26/26193334172466.jpg" alt="(Fonte: Pexels)" />(Fonte: Pexels)
A pesquisa foi feita com uma amostra de tecido colhida no ano de 1966, na regi&atilde;o do Congo, onde foi confirmada a sequ&ecirc;ncia de genoma do HIV mais antiga, superando uma de 1976 que havia sido encontrada no mesmo pa&iacute;s. Essas sequ&ecirc;ncias de genes antecessoras ao v&iacute;rus da AIDS encontrado em 1983 auxiliam os cientistas a entender os momentos de&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/111408-bebes-geneticamente-modificados-podem-morrer-ainda-jovens-aponta-estudo.htm" target="_blank" title="Beb&ecirc;s geneticamente modificados podem morrer ainda jovens, aponta estudo">muta&ccedil;&atilde;o gen&eacute;tica</a> do HIV.&nbsp;
Descobrir as muta&ccedil;&otilde;es e transforma&ccedil;&otilde;es de gene que o v&iacute;rus sofreu ajudam os cientistas focados no HIV a rastrear a propaga&ccedil;&atilde;o dele e a encontrar o momento em que come&ccedil;ou a infectar os humanos.&nbsp;
<h2 class="inserted">A data &eacute; novidade para os cientistas</h2>
A cientista Sophie Gryseels, coautora do trabalho e pesquisadora de p&oacute;s-doutorado em virologia evolutiva e computacional na KU Leuven, comentou que, na verdade, a data coincide com as especula&ccedil;&otilde;es geradas pelas pesquisas que s&atilde;o feitas para entender melhor a evolu&ccedil;&atilde;o do HIV.&nbsp;
Segundo a virologista, a sequ&ecirc;ncia encontrada no genoma de 1966 se encaixa muito bem na perspectiva dos pesquisadores sobre o momento do nascimento do v&iacute;rus da AIDS, o que gerou um conforto e extrema gratifica&ccedil;&atilde;o entre os cientistas envolvidos.&nbsp;
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2020/05/26/26193128969462.jpg" alt="(Fonte: Pexels)" />(Fonte: Pexels)
<h2 class="inserted">O HIV</h2>
O HIV &eacute; um retrov&iacute;rus causador da AIDS, que &eacute; uma doen&ccedil;a que ataca o sistema imunol&oacute;gico da pessoa, em especial os linf&oacute;citos T CD4+. Ser portador do HIV n&atilde;o quer dizer ter AIDS, por&eacute;m o risco existe e pessoas podem ter o v&iacute;rus por tempos antes de come&ccedil;ar a apresentar os sintomas. Entretanto, ainda podem infectar os outros.
O HIV pode ser transmitido por meio de rela&ccedil;&otilde;es sexuais sem prote&ccedil;&atilde;o, compartilhamento de seringas e, caso as medidas de preven&ccedil;&atilde;o n&atilde;o sejam tomadas, pode contaminar durante a gravidez ou amamenta&ccedil;&atilde;o.&nbsp;

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