Imagem de Quimerismo humano: Lydia Fairchild é irmã dela mesma no megacurioso

Em 2002, a mulher descobriu que seus filhos não possuíam o seu DNA. Como é possível?


<p>Em 1999, Lydia Fairchild tinha apenas 23 anos e morava em Washington, capital dos Estados Unidos, quando deu à luz dois filhos de Jamie Townsend. O relacionamento passou por altos e baixos, com muitos términos e reatamentos.</p>



<p>Em meados de dezembro de 2002, solteira, desempregada, incapaz de sustentar seus filhos e ainda com mais um a caminho (fruto de uma das vezes que encontrou Townsend), Fairchild foi solicitar assistência do governo do estado de Washington para poder sobreviver. O processo envolvia um exame de DNA dela, das crianças e de seu ex-marido.</p>



<p>No dia em que os resultados chegaram, Fairchild foi convidada para uma reunião com o Departamento de Serviços Sociais de Washington, onde ela foi confrontada por uma das assistentes sociais: “quem é você?”. No momento, ela não entendeu nada, até que uma das assistentes mostrasse os exames de DNA: Fairchild não era a mãe das crianças, apesar de Townsend ser o pai.</p>



<h2>O início de um pesadelo</h2>



<figure class="mt-2"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2020/10/21/21214327425414.jpg" alt="(Fonte: Social Gazette/Reprodução)"/><figcaption>(Fonte: Social Gazette/Reprodução)</figcaption></figure>



<p>Por um momento, a mulher ficou sem saber o que dizer; depois, recuperada, rebateu que era a mãe legítima sim. “O DNA é 100% infalível!”, Fairchild lembra que uma das profissionais explicou. Ela foi pressionada a revelar sua “verdadeira” identidade, visto que os funcionários estavam convictos de que aquele era um caso de sequestro de crianças ou tentativa de fraude na previdência.</p>



<p>Antes que Fairchild pudesse ir embora, atormentada pelos resultados e pelo episódio de opressão, ela ainda foi ameaçada por uma das assistentes.</p>



<figure class="mt-2"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2020/10/21/21214522818415.jpg" alt="(Fonte: Boredom Therapy/Reprodução)"/><figcaption>(Fonte: Boredom Therapy/Reprodução)</figcaption></figure>



<p>No dia seguinte, a família inteira da mulher foi convocada ao gabinete do procurador do estado de Washington. Todos foram testados pelo menos três vezes no escritório, no intuito de descartar todos os falsos negativos ou erros laboratoriais que poderiam ter ocorrido no primeiro teste. “Eles tiraram fotos de mim e de meus filhos”, revelou Fairchild.</p>



<p>Depois interrogaram Townsend para tentar entender quem era a mãe verdadeira de seus filhos. A princípio, eles tentaram acusá-lo de manter uma relação incestuosa com sua irmã e chegaram a sugerir que os filhos pertencessem a ela. Depois, o homem foi indagado se tinha outra esposa.</p>



<p>“Eu vi aquelas crianças nascerem de Lydia!”, afirmou Townsend no documentário <em>The Twin Inside Me</em>. “Você estava lá?”, indagou o promotor, cético e suspeito. O homem confirmou que estava, porém o promotor seguiu sem acreditar.</p>



<h2>“Não é o suficiente”</h2>



<figure class="mt-2"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2020/10/21/21214646006416.jpeg" alt="(Fonte: Alchetron/Reprodução)"/><figcaption>(Fonte: Alchetron/Reprodução)</figcaption></figure>



<p>O governo foi atrás de o Dr. Leonard Dreisbach, o obstetra de Fairchild. O médico ficou sem saber o que pensar quando ouviu da boca de sua ex-paciente que ela não era a mãe dos próprios filhos, uma vez que ele foi o responsável por trazê-los ao mundo.</p>



<p>O hospital forneceu os documentos médicos das crianças de Fairchild desde o nascimento. O Dr. Dreisbach apresentou os exames do pezinho das crianças ao lado do nome de Lydia Fairchild e todos os seus dados. “A pegada é impressa no momento em que os bebês nascem e esses cartões são feitos ainda na sala de parto”.</p>



<figure class="mt-2"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2020/10/21/21214946821418.jpg" alt="(Fonte: NewsD/Reprodução)"/><figcaption>(Fonte: NewsD/Reprodução)</figcaption></figure>



<p>Contudo, para os assistentes sociais e o promotor, isso não era o suficiente. O obstetra se lembra de como eles estavam obcecados pelo resultado apresentado pelo teste de DNA. “A tecnologia do exame do pezinho é a mais antiga e tem sido usada de maneira confiável no sistema de justiça há anos. Mas eles simplesmente se recusavam a ouvir qualquer coisa diferente”, alegou o médico.</p>



<p>Não satisfeito, o promotor público usou um polígrafo para descobrir se Lydia Fairchild estava mentindo sobre tudo. O equipamento acusou que ela estava falando a verdade, mas ninguém se convenceu.</p>



<h2>Por conta própria</h2>



<figure class="mt-2"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2020/10/21/21215147510419.jpg" alt="(Fonte: Jornal da Fronteira/Reprodução)"/><figcaption>(Fonte: Jornal da Fronteira/Reprodução)</figcaption></figure>



<p>Após ser submetida a todo o tipo de intimidação e situações vexatórias, Fairchild recebeu a temida notificação judicial acusando-a de fraude na previdência e na determinação da maternidade legal das crianças.</p>



<p>“Eu liguei para cada advogado da lista telefônica, mas nenhum deles aceitou o meu caso. Eu entrei naquele tribunal e era apenas eu contra o Estado, que tinha evidências de DNA”, se recordou Fairchild em seu documentário.</p>



<p>Assim que a sessão começou, o primeiro pedido do promotor foi que colocassem os filhos de Fairchild em tutelas separadas. Ela não teve ninguém por perto para ajudá-la, nem mesmo a própria família. Foi somente após sua terceira audiência no tribunal que a mulher finalmente conseguiu contratar o advogado Alan Tindell.</p>



<p>Depois que todas as sugestões médicas se tornaram um beco sem saída que apenas levava à condenação de Fairchild e à perda da guarda de seus filhos, o juiz decidiu que a única maneira de descobrir sobre a maternidade era durante o parto do terceiro filho da mulher. Sendo assim, o magistrado ordenou que testemunhas legais estivessem no momento do nascimento para que coletassem amostras de sangue da criança e da mãe imediatamente.</p>



<h2>O fenômeno quimera</h2>



<figure class="mt-2"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2020/10/21/21215433669421.png" alt="(Fonte: Hashtagchatter/Reprodução)"/><figcaption>(Fonte: Hashtagchatter/Reprodução)</figcaption></figure>



<p>Apesar de ter consentido que a vigiassem durante o parto, Fairchild sentiu como se o governo tivesse tirado dela  experiência do milagre da vida por estabelecer um ambiente que mais condenaria seu futuro do que o tornaria melhor.</p>



<p>O juiz abriu os resultado durante uma audiência, onde comunicou a todos que ela não era a mãe do filho que testemunharam nascer. Mais testes foram feitos, só que, dessa vez, Carol Fairchild, mãe de Lydia, forneceu sua amostra de DNA para provar que era a avó das crianças. O resultado foi compatível, o que gerou certo alívio à Fairchild, porém apenas com mais interrogações.</p>



<p>Enquanto isso, estudando maneiras de poder provar a inocência de sua cliente, Alex Tindell descobriu o caso de Karen Keegan, que foi informada que não tinha o DNA compatível com dois de seus filhos para poder efetuar um transplante de rins.</p>



<figure class="mt-2"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2020/10/21/21215643608423.jpg" alt="(Fonte: Guardian Liberty Voice/Reprodução)"/><figcaption>(Fonte: Guardian Liberty Voice/Reprodução)</figcaption></figure>



<p>Após rodadas de testes e interrogatórios, um médico foi atrás de um dos nódulos da tireoide que Keegan retirara anos antes para realizar exames nele. Incrivelmente, o código genético dos outros três filhos estava presente no nódulo. “Em seu sangue, ela era uma pessoa, mas em outros tecidos, ela tinha evidências de ser uma fusão de dois indivíduos”, explicou o Dr. Uhl, do Hospital Beth Israel.</p>



<p>Assim como Keegan, eles descobriram que Lydia Fairchild sofria de “quimerismo humano”, uma condição rara, com apenas 30 casos documentados mundialmente. Isso acontece quando um organismo possui células de dois genótipos distintos. No caso de Fairchild, ela carrega dois tipos distintos de DNA em seu organismo, sendo, biologicamente falando, sua própria irmã gêmea.</p>



<h2>Finalmente</h2>



<figure class="mt-2 size-large"><img loading="lazy" width="720" height="513" src="https://mega.ibxk.com.br/sites/2/2020/11/5fa1c471390d9.jpeg" alt="" class="wp-image-125298"/><figcaption>(Fonte: Social Gazette/Reprodução)</figcaption></figure>



<p>O juiz concordou que mais pesquisas e testes fossem feitos, assim como Fairchild foi submetida a um último exame, onde eles coletaram amostras de diferentes partes de seu corpo, incluindo o colo de seu útero.</p>



<p>Em sua audiência final, após 16 meses de batalha judicial, estresse e picos de ansiedade, Fairchild ouviu com alívio que os médicos encontraram uma conexão genética com seus filhos a partir de suas células cervicais.</p>



<p>No documentário <em>The Twin Inside Me</em>, Fairchild falou de toda a sua trajetória de angústia e revelou que o que importa é que ela se sente mãe, da cabeça aos pés, apesar de tudo.</p>


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Quimerismo humano: Lydia Fairchild é irmã dela mesma

Imagem de Herança neandertal aumenta a gravidade da covid-19 no megacurioso

Infectados que têm material genético desse ancestral correm risco 3 vezes maior de precisarem de ventilação mecânica


<p>Genes herdados de nossos ancestrais evolutivos podem ser a resposta para o fato de alguns indivíduos serem severamente afetados pelo Sars-CoV-19, o&nbsp;<a href="http://www.tecmundo.com.br/coronavirus" rel="noreferrer noopener" target="_blank">coronavírus</a>&nbsp;responsável pela pandemia que paralisou o mundo. Segundo um estudo publicado na&nbsp;<em>Nature</em>, a forma mais grave da doença é frequentemente encontrada em portadores de variantes genéticas no cromossomo 3, uma área do nosso genoma quase idêntica à de um Neandertal de 50 mil anos do sul da França.</p>



<p>&#8220;É impressionante que essa herança nos traga consequências tão trágicas&#8221;, disse o geneticista evolucionário Svante Pääbo, líder da Unidade de Genômica Evolutiva Humana do Instituto de Ciência e Tecnologia de Okinawa (OIST).</p>



<p>Mesmo&nbsp;<a href="https://www.tecmundo.com.br/ciencia/153373-supercomputador-revela-neandertais-extintos.htm" rel="noreferrer noopener" target="_blank">extinto há 40 mil anos</a>, o homem de Neandertal continuou vivo através de seu DNA. Cerca de 50% da população que hoje habita o sul da Ásia e 16% dos europeus carregam essa sequência genética depois que o humano moderno saiu do continente africano em direção à Ásia e à Europa,&nbsp;<a href="https://www.tecmundo.com.br/ciencia/150603-ancestrais-humanos-relacionaram-especie-desconhecida.htm" rel="noreferrer noopener" target="_blank">encontrando Neandertais pelo caminho</a>.</p>



<figure class="mt-2 size-large"><img loading="lazy" width="1" height="1" src="https://mega.ibxk.com.br/sites/2/2020/10/5f7f4aecef8de.gif" alt="" class="wp-image-123384"/></figure>



<h2>Risco 3 vezes maior</h2>



<p>&#8220;Essa herança genética aumenta em três vezes as chances de o infectado necessitar de ventilação mecânica ao contrair o vírus&#8221;, explica o antropólogo evolucionista Hugo Zeberg, do Instituto Max Planck de Antropologia Evolutiva e principal autor do estudo. Foi nesse mesmo instituto que, em 2013, Pääbo anunciou o sequenciamento do genoma neandertal. Desde então, o geneticista tem rastreado os genes ancestrais pelo mundo.</p>



<p>A descoberta da influência dessas variantes na região do cromossomo 3 veio do trabalho da iniciativa internacional COVID-19 Host Genetics. O genoma de 3 mil infectados foi analisado; no grupo havia de assintomáticos a pacientes hospitalizados com a forma mais grave da covid-19.</p>



<p><img src="https://mega.ibxk.com.br/2020/10/06/06200505804553.jpg" alt="Distribuição e prevalência (gráficos em pizza) das variantes genéticas de Neandertal."><em>Distribuição e prevalência (gráficos em pizza) das variantes genéticas de Neandertal.</em></p>



<h2>Direto do sul da França</h2>



<p>A região do cromossomo 3 compreende 49,4 mil pares de bases, e existem 13 variantes que aumentam a gravidade da infecção por Sars-CoV-19. O pior: essas variantes estão fortemente ligadas, então se uma pessoa tem uma é quase certo que tenha todas.</p>



<p>Dois Neandertais do sul da Sibéria e um&nbsp;<a href="https://www.tecmundo.com.br/ciencia/152709-conheca-maiores-conquistas-antropologia-ultima-decada.htm" rel="noreferrer noopener" target="_blank">Hominídeo de Denisova</a>&nbsp;não tinham essa região específica do cromossomo 3, mas um Neandertal do sul da França sim, e foi ele que passou a seus descendentes, e estes para o homem moderno, as variantes em um trecho tão longo de DNA.</p>



<p>Os pesquisadores ainda não sabem por que o gene neandertal está associado ao aumento do risco de infectados portadores dessa herança ancestral adoecerem mais gravemente. &#8220;Isso é algo que estamos investigando o mais rapidamente possível&#8221;, disse Pääbo.</p>



<h2>Variedade genômica</h2>



<p><img src="https://mega.ibxk.com.br/2020/10/06/06195949503552.jpg" alt="Um pequeno osso fossilizado do pé revelou boa parte do genoma neandertal."><em>Um pequeno osso fossilizado do pé revelou boa parte do genoma neandertal.</em></p>



<p>O homem de Neandertal deixou para o homem moderno uma herança genética que se expressa na variação fenotípica humana. Essas descobertas vieram dos estudos do projeto GTEx (Genotype-Tissue Expression ou Expressão do Genoma em Tecidos Humanos) desenvolvido desde 2010 nos Institutos Nacionais de Saúde (NIH) norte-americanos.</p>



<p>Segundo os pesquisadores do projeto, conservamos 25% do DNA neandertal, e essa parte ancestral contribui para a complexidade do genoma humano moderno e para a diversidade entre as populações. &#8220;A hibridação entre seres humanos modernos não foi apenas algo que aconteceu há 50 mil anos e com a qual não precisamos mais nos preocupar. Essas pequenas partes de DNA aqui e ali, nossas relíquias neandertais, continuam a influenciar a expressão de nossos genes de forma ubíqua e importante&#8221;, disse o biólogo evolucionário Joshua Akey, da Universidade de Princeton.</p>



<figure class="mt-2 size-large"><img loading="lazy" width="1" height="1" src="https://mega.ibxk.com.br/sites/2/2020/10/5f7f4aed01d7e.gif" alt="" class="wp-image-123385"/></figure>



<p><a href="https://www.tecmundo.com.br/ciencia/204909-heranca-neandertal-aumenta-gravidade-covid-19.htm" data-type="URL" data-id="https://www.tecmundo.com.br/ciencia/204909-heranca-neandertal-aumenta-gravidade-covid-19.htm" target="_blank" rel="noreferrer noopener">Herança neandertal aumenta a gravidade da covid-19</a> via <a href="https://www.tecmundo.com.br/" data-type="URL" data-id="https://www.tecmundo.com.br/" target="_blank" rel="noreferrer noopener">TecMundo</a></p>


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Herança neandertal aumenta a gravidade da covid-19

Imagem de Nobel de Química: descobridoras da edição de genes CRISPR ganham prêmio no megacurioso

Técnica revolucionou a manipulação genética, possibilitando a melhoria de genomas


<p>Em 2011, a microbiologista e imunologista francesa Emanuelle Charpentier se encontrou fortuitamente com a bioquímica e bióloga molecular norte-americana Jennifer Doudna em um café em Porto Rico. As duas estavam participando de uma conferência, e ali nasceu a parceria que, 1 ano depois, apresentou ao mundo a tesoura genética CRISPR-Cas 9 e deu às duas o Nobel de <a rel="noreferrer noopener" href="http://www.tecmundo.com.br/quimica/" target="_blank">Química</a> de 2020 anunciado pelo comitê sueco do prêmio nesta quarta-feira (07).</p>



<p><img src="https://mega.ibxk.com.br/2020/10/07/07132115000168.jpg" alt="Emmanuelle Charpentier (à esquerda) e Jennifer Doudna (à direita), as descobridoras do CRISPR."><em>Emmanuelle Charpentier (à esquerda) e Jennifer Doudna (à direita), descobridoras do CRISPR.</em></p>



<p>Há 8 anos, a descoberta das duas pesquisadoras revolucionou a&nbsp;<a href="http://www.tecmundo.com.br/ciencia/" target="_blank" rel="noreferrer noopener">ciência</a>&nbsp;e, a reboque, a&nbsp;<a href="http://www.tecmundo.com.br/medicina/" target="_blank" rel="noreferrer noopener">medicina</a>, a agricultura, a farmacologia e tantas outras áreas do conhecimento humano, tornando real desde&nbsp;<a href="https://www.tecmundo.com.br/ciencia/177160-manipulacao-dna-base-nova-revolucao-alimentar.htm" rel="noreferrer noopener" target="_blank">tomates mais nutritivos</a>&nbsp;até&nbsp;<a href="https://www.tecmundo.com.br/ciencia/177466-teremos-embrioes-humanos-genes-editados.htm" rel="noreferrer noopener" target="_blank">bebês melhorados geneticamente</a>.</p>



<p>Esta é a primeira vez que um Nobel de ciência é concedido a duas mulheres, as quais transformaram um pouco conhecido e compreendido mecanismo imunológico bacteriano (uma maneira de deter invasores cortando em pedaços seu código genético) em uma ferramenta simples e barata para editar genomas.</p>



<h2>Defesa imunológica</h2>



<p>A descoberta de que o CRISPR (Clustered Regularly Interspaced Short Palindromic Repeats ou Repetições Palindrômicas Curtas com Espaçamento Regular Agrupado) podia ser guiado para editar sequências de DNA foi rapidamente repetida em laboratórios do mundo todo, sendo hoje largamente usado.</p>



<p>O processo demanda programar um &#8220;RNA guia&#8221; para transportar uma enzima bacteriana (Cas) para que o DNA produza as sequências desejadas, atingindo genes específicos. A Cas então corta a fita dupla do DNA. O método é usado tanto para &#8220;sabotar&#8221; o mecanismo de reparo do DNA da célula quanto para desativar um gene ou inserir um novo trecho de DNA onde a fita foi cortada.</p>



<figure class="mt-2"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2020/10/07/07131655210164.jpg" alt="."/></figure>



<p>Emanuelle Charpentier, diretora da Unidade Max Planck para a Ciência de Patógenos em Berlim, e Jennifer Doudna, professora da Universidade da Califórnia em Berkeley, são a terceira e a quarta mulheres a receber o Prêmio Nobel de Química no século 21 entre mais de 50 contemplados.</p>



<p><a href="https://www.tecmundo.com.br/ciencia/204910-descobridoras-edicao-genes-crispr-ganham-nobel-quimica.htm" data-type="URL" data-id="https://www.tecmundo.com.br/ciencia/204910-descobridoras-edicao-genes-crispr-ganham-nobel-quimica.htm" target="_blank" rel="noreferrer noopener">Nobel de Química: descobridoras da edição de genes CRISPR ganham prêmio</a> via <a href="https://www.tecmundo.com.br/" data-type="URL" data-id="https://www.tecmundo.com.br/" target="_blank" rel="noreferrer noopener">TecMundo</a></p>


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Nobel de Química: descobridoras da edição de genes CRISPR ganham prêmio

Imagem de Cientistas retiram DNA de besouros presos em resina de árvore no megacurioso

De forma inédita, geneticistas conseguiram extrair material genético de insetos que estavam incrustados em resinas de árvores. O DNA foi obtido a par


<p>De forma inédita, geneticistas conseguiram extrair material genético de insetos que estavam incrustados em resinas de árvores. O DNA foi obtido a partir de duas amostras de âmbar retiradas de uma árvore <em>Hymenaea verrucosa</em>, em Madagascar, que continham espécimes de besouros preservados na resina enquanto ainda era &#8220;jovem&#8221; e pegajosa.</p>



<p>Até então, a retirada de DNA de espécimes presas em <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/116109-espermatozoide-de-100-milhoes-de-anos-e-o-mais-antigo-ja-descoberto.htm" target="_blank" rel="noopener noreferrer">âmbar</a> era considerada difícil devido à contaminação e a falhas em técnicas de reconhecimento genético, mas a nova descoberta abre um horizonte para aprimorar os estudos sobre tempos remotos e os organismos que viveram em épocas antigas. &#8220;Nossos novos resultados mostram que é realmente possível estudar geneticamente organismos que foram incorporados na resina, embora ainda não saibamos o limite de tempo&#8221;, enfatiza o líder do projeto, Dr. David Peris, do Instituto de Geociências e Meteorologia da Universidade de Bonn, Alemanha.</p>



<p>Segundo os cientistas, as amostras coletadas tinham cerca de 2 a 6 anos de idade e seu material genético foi replicado graças à técnica de reação em cadeia da polimerase, que permite a multiplicação do DNA e a sua condensação em tubos de ensaio. “Esse método nos permitiu realizar várias verificações de autenticidade para que pudéssemos ter certeza de que o <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/116307-gene-neandertal-pode-aumentar-risco-de-casos-graves-de-covid-19.htm" target="_blank" rel="noopener noreferrer">DNA</a> detectado em nossos experimentos era, de fato, de besouros preservados na resina”, comentou Kathrin Janssen, do Instituto de Microbiologia Médica.</p>



<div class="mt-2"><figure class="aligncenter"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2020/10/06/06100314349211.jpg" alt="(Fonte: Dr. David Peris / Reprodução)" /><figcaption>(Fonte: Dr. David Peris / Reprodução)</figcaption></figure></div>



<p>Com a descoberta, os geneticistas esperam compreender melhor aspectos fundamentais da preservação do DNA em resina e entender como ocorre a determinação de uma janela temporal, conseguindo datar, com uma maior exatidão, o período de &#8220;embalsamento&#8221; das amostras sem perder suas principais propriedades físico-químicas.</p>



<h2>Tentativas de coleta em âmbar</h2>



<p>Anteriormente, as coletas de material genético em resinas de árvores eram realizadas com a adição de clorofórmio ou álcool 70% no processo de extração. Porém, em casos em que o âmbar não estava contaminado naturalmente, as substâncias alcoólicas comprometeram o DNA e impediram o avanço dos estudos. Nas novas pesquisas, além da técnica de cadeia da polimerase, foi utilizado <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/116155-ta-servido-bebidas-nojentas-sao-a-grande-atracao-de-museu-sueco.htm" target="_blank" rel="noopener noreferrer">álcool</a> 80% ou superior, resultando em resíduos melhor preservados.</p>



<p>Apesar das resinas não serem consideradas antigas, já que possuem um máximo de 6 anos, espera-se que, nos próximos estudos, as técnicas de &#8220;sequenciamento de próxima geração&#8221; possam contribuir com avanços significativos nas pesquisas sobre o DNA.</p>


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Cientistas retiram DNA de besouros presos em resina de árvore

Imagem de Condição genética faz com que tribo tenha olhos "azuis elétricos" no megacurioso

Um dos países mais densamente povoados do mundo, a Indonésia tem uma população estimada em mais de 267 milhões de pessoas. A grande maioria delas tem


<p>Um dos países mais densamente povoados do mundo, <a href="https://www.megacurioso.com.br/politica/70060-como-ocorrem-as-execucoes-por-fuzilamento-na-indonesia.htm" target="_blank" rel="noopener noreferrer">a Indonésia</a> tem uma população estimada em mais de 267 milhões de pessoas. A grande maioria delas tem cabelos e olhos escuros, com exceção de um único lugar: a ilha Buton, onde uma tribo indígena tem olhos de uma impressionante coloração azul.</p>



<div class="mt-2"><figure class="aligncenter"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2020/10/02/02221310909390.jpg" alt="Fonte: Korchnoi Pasaribu/Instagram/Reprodução" /><figcaption>Fonte: Korchnoi Pasaribu/Instagram/Reprodução</figcaption></figure></div>



<p>O motivo <a href="https://www.megacurioso.com.br/corpo-humano/45106-10-condicoes-muito-estranhas-que-podem-acontecer-em-seus-olhos.htm" target="_blank" rel="noopener noreferrer">dessa característica</a> é uma condição hereditária conhecida como Síndrome de Waardenburg. Conjunto de sintomas que afeta cerca de 1 em 42 mil pessoas, a doença é caracterizada por um grau de perda de auditiva e deficiências de pigmentação, que podem incluir olhos azuis brilhantes, ou um único olho azul e outro preto ou marrom.</p>



<div class="mt-2"><figure class="aligncenter"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2020/10/02/02221519729391.jpg" alt="Fonte: Korchnoi Pasaribu/Instagram/Reprodução" /><figcaption>Fonte: Korchnoi Pasaribu/Instagram/Reprodução</figcaption></figure></div>



<h2>Uma condição rara</h2>



<div class="mt-2"><figure class="aligncenter"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2020/10/02/02221641674392.jpg" alt="Fonte: Korchnoi Pasaribu/Instagram/Reprodução" /><figcaption>Fonte: Korchnoi Pasaribu/Instagram/Reprodução</figcaption></figure></div>



<p>Descrita pela primeira vez pelo oftalmologista holandês Petrus Johannes Waardenburg, a condição genética que leva seu nome é causada por mutações em qualquer um dos vários genes que afetam o funcionamento das células da crista neural no desenvolvimento embrionário.</p>



<div class="mt-2"><figure class="aligncenter"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2020/10/02/02221807916393.jpg" alt="Fonte: Korchnoi Pasaribu/Instagram/Reprodução" /><figcaption>Fonte: Korchnoi Pasaribu/Instagram/Reprodução</figcaption></figure></div>



<p>O geólogo e fotógrafo amador indonésio Korchnoi Pasaribu foi a ilha Buton e registrou imagens impressionantes do efeito visual da Síndrome de Waardenburg nos membros da tribo local.</p>



<div class="mt-2"><figure class="aligncenter"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2020/10/02/02221924833394.jpg" alt="Fonte: Korchnoi Pasaribu/Instagram/Reprodução" /><figcaption>Fonte: Korchnoi Pasaribu/Instagram/Reprodução</figcaption></figure></div>



<p>A ilha Buton, localizada na região de Sulawesi ou Celebes, na Indonésia, é o lar do povo Buton. Muitos desses nativos sofrem da Síndrome de Waardenburg, e têm <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/104732-cirurgia-a-laser-promete-deixar-qualquer-um-com-os-olhos-azuis.htm" target="_blank" rel="noopener noreferrer">olhos azuis</a> elétricos (um ou ambos).&nbsp;</p>


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Condição genética faz com que tribo tenha olhos "azuis elétricos"

Imagem de Gene neandertal pode aumentar risco de casos graves de covid-19 no megacurioso

Entender as variantes que podem causar os casos graves de covid-19 é um dos principais focos de cientistas e médicos ao redor do mundo. Em um estudo 


<p>Entender as variantes que podem causar os casos graves de <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/115635-15-tatuagens-criativas-inspiradas-na-pandemia-de-covid-19.htm" target="_blank" rel="noopener noreferrer">covid-19</a> é um dos principais focos de cientistas e médicos ao redor do mundo. Em um estudo feito pelo <em>Max Planck Institute for Evolutionary Anthropology</em>, os pesquisadores descobriram que genes <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/104294-e-se-os-neandertais-nunca-tivessem-entrado-em-extincao.htm" target="_blank" rel="noopener noreferrer">herdados dos neandertais</a> podem aumentar o risco de uma infecção por Sars-CoV-2.</p>



<p>A informação foi publicada, em forma de um artigo, no periódico online <em>Nature</em>. O material foi produzido por Hugo Zeberg e Svante Pääbo, que trabalham no instituto alemão.&nbsp;</p>



<div class="mt-2"><figure class="aligncenter"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2020/10/01/01145255936276.jpg" alt="Os neandertais foram extintos há 28 mil anos. (Fonte: Fuzzyraptor/VisualHunt)" /><figcaption>Os neandertais foram extintos há 28 mil anos. (Fonte: Fuzzyraptor/VisualHunt)</figcaption></figure></div>



<h2>O gene neandertal</h2>



<p>Em junho, um artigo publicado no <em>The New England Journal of Medicine</em> apresentava que uma sequência específica no DNA, localizada no cromossomo 3, poderia indicar um maior risco de desenvolver um <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/115535-assinaturas-biologicas-podem-ser-a-chave-para-combater-a-covid-19.htm" target="_blank" rel="noopener noreferrer">quadro grave de covid-19</a>, com hospitalização e insuficiência respiratória.&nbsp;</p>



<p>Acontece que, segundo o estudo de Zeberg e Pääbo, este mesmo segmento de <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/115533-humanos-de-hoje-tem-dna-de-neandertais-e-de-ancestral-desconhecido.htm" target="_blank" rel="noopener noreferrer">DNA foi encontrado em um neandertal</a> de quase 50 mil anos de vida. O resultado foi descoberto a partir de uma análise genética que foi feita nos restos encontrados na Croácia.&nbsp;</p>



<h2>O que isso quer dizer?</h2>



<p>Acredita-se que pelo menos metade da população residente na região Sul da Ásia e aproximadamente 17% da população europeia, mais de 100 milhões de pessoas, tenham este gene no DNA. Com isso, uma grande parcela de pessoas estaria inclusa neste noo grupo de risco.&nbsp;</p>



<p>A situação é ainda pior. Os genes não apenas aumentam os riscos de <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/114796-covid-19-afeta-sistema-renal-na-maioria-dos-casos-mais-graves.htm" target="_blank" rel="noopener noreferrer">casos graves de covid-19</a>, mas também potencializam as chances, segundo o estudo da <em>Max Planck Institute for Evolutionary Anthropology</em>, as chances de alergias, depressão e <a href="https://www.megacurioso.com.br/internet/89287-esses-13-desenhos-ilustram-de-forma-satirica-o-nosso-vicio-em-tecnologia.htm" target="_blank" rel="noopener noreferrer">vícios</a>.&nbsp;</p>



<div class="mt-2"><figure class="aligncenter"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2020/10/01/01145441546277.jpg" alt="(Fonte: Pexels)" /><figcaption>(Fonte: Pexels)</figcaption></figure></div>



<p>Zeberg e Pääbo afirmam que ainda não é possível entender o porquê desta parcela da população ter mais chances de desenvolver infecções mais sérias, mas defendem a necessidade de novos estudos que ajudem a desvendar este mistério.&nbsp;</p>


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Gene neandertal pode aumentar risco de casos graves de covid-19

Imagem de Raro leão branco impressiona pela beleza de sua juba no megacurioso

Com uma presença majestosa, o raro leão branco Shalom é um dos moradores do Glen Garriff Conservation Centre na África do Sul. Com oito anos de idade


<p>Com uma presença majestosa, o raro leão branco Shalom é um dos moradores do Glen Garriff Conservation Centre na África do Sul. Com oito anos de idade, o animal chama atenção pela beleza da sua longa juba e a face marcante.</p>



<p>Segundo a cuidadora Suzanne Scott, os pelos bem cuidados do animal são frequentemente comparados aos penteados das cantoras pop Beyoncé e Ellie Goulding. Com isso, ele já conquistou diversos fãs nas <a href="https://www.instagram.com/ggconservation/" target="_blank" rel="noopener noreferrer">redes sociais</a> do centro.</p>



<div class="mt-2"><figure class="aligncenter"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2020/10/01/01162823851338.jpg" alt="."/><figcaption>Fonte: Carter News/Reprodução&nbsp;</figcaption></figure></div>



<p>Shalom é o macho alfa de um grupo formado por outros 76&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/115542-10-curiosidades-sobre-os-leoes-os-felinos-reis-da-floresta.htm">leões</a> que vivem no centro de conservação. Então, Suzanne revela que o verdadeiro “segredo de beleza” do animal é nada mais do que uma questão genética.</p>



<p>“Além da belíssima juba, os pelos e os olhos claros que se destacam é devido a um gene branco recessivo que somente alguns leões carregam”, explicou a tratadora em entrevista ao site <em>Story Trender</em>.</p>



<p>O morador do GG Conservation Centre realmente leva uma vida de rei. A cuidadora conta que o animal consome em média 40 kg de carne por semana. Bem como, ele gosta de refletir e ostentar sua beleza ao ficar em um tronco do santuário.</p>



<div class="mt-2"><figure class="aligncenter"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2020/10/01/01163017320339.jpg" alt="."/><figcaption>Fonte: Carter News/Reprodução&nbsp;</figcaption></figure></div>



<h2>Sobre o GG Conservation Centre</h2>



<p>Infelizmente, a quantidade de leões selvagens está diminuindo rapidamente no continente africano. A perda do habitat e a <a href="https://www.megacurioso.com.br/animais/74164-assassinato-de-leao-simbolo-do-zimbabue-comove-os-internautas.htm">caça ilegal</a> dos <a href="https://www.megacurioso.com.br/animais">animais</a> estão deixando a espécie cada vez mais próxima da extinção.</p>



<p>Assim, ações de organizações sem fins lucrativos como o Glen Garriff Conservation Centre preservam a pequena comunidade que resta. Fundado em 2002, o <a href="https://ggconservation.org/funding/" target="_blank" rel="noopener noreferrer">santuário recebe doações</a> de todas as partes do mundo e o valor arrecadado é usado para tratamentos veterinários e vacinas.</p>



<p>Por fim, confira mais imagens de Shalom no vídeo abaixo:</p>


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Raro leão branco impressiona pela beleza de sua juba

Imagem de Sequenciamento genético da USP mostra o futuro do ser humano no megacurioso

A população brasileira é o futuro da humanidade — pelo menos geneticamente falando. Essa é uma das conclusões a que chegaram pesquisadores internacio


<p>A população brasileira é o futuro da humanidade — pelo menos geneticamente falando. Essa é uma das conclusões a que chegaram pesquisadores internacionais ao analisarem os resultados alcançados pela equipe de geneticistas do Centro de Estudos do Genoma Humano e de Células-Tronco (CEGH-CEL) do Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo (IB-USP), que, há 10 anos, trabalha no sequenciamento do genoma completo de 1.171 idosos paulistanos.</p>



<p>Em 2012, o ecologista e biólogo evolutivo da Universidade Yale Stephen Stearns liderou um estudo que afirmava que a globalização, a imigração, a difusão cultural e a facilidade das viagens modernas, ao misturar africanos, nativos americanos e europeus, são responsáveis pela progressiva homogeneização das características físicas da população do planeta. Stearns acredita que &#8220;daqui a alguns séculos, todos nós nos pareceremos com brasileiros&#8221;.</p>



<figure class="mt-2 size-large"><img loading="lazy" width="1" height="1" src="https://mega.ibxk.com.br/sites/2/2020/09/5f720458ac9ab.gif" alt="" class="wp-image-122294"/></figure>



<p>&#8220;É o maior banco de DNA de pessoas idosas da América Latina e de uma população altamente miscigenada como a brasileira&#8221;, disse à&nbsp;<em>Agência FAPESP</em>&nbsp;a geneticista Mayana Zatz, líder do trabalho que contou com o também geneticista Michel Naslavsky. Para receber os dados do sequenciamento, foi criado o Arquivo Brasileiro Online de Mutações (ABraOM), com acesso público.</p>



<h2>Múltiplas ancestralidades</h2>



<p>A escolha de voluntários idosos para o sequenciamento do genoma teve inúmeros motivos; um deles foi terem mais de 60 anos, idade em que começam a se manifestar doenças como Alzheimer e Parkinson. Além disso, São Paulo é uma das poucas cidades brasileiras que recebe não apenas imigrantes dos cinco continentes como também de todas as regiões do país.</p>



<p>No grupo estudado há desde indivíduos com um único ancestral (a primeira geração de imigrantes) até que carregam em si uma mistura (pela ordem de maior predominância) de europeus, africanos, ameríndios e asiáticos. Foram descobertas mais de 76 milhões de mutações genéticas; destas, 2 milhões não constavam de bancos de dados internacionais, já que populações altamente miscigenadas como a brasileira são sub-representadas.</p>



<figure class="mt-2 size-large"><img loading="lazy" width="1" height="1" src="https://mega.ibxk.com.br/sites/2/2020/09/5f720458ac28a.gif" alt="" class="wp-image-122295"/></figure>



<h2>Mexicanos, não latinos</h2>



<p>&#8220;Essa diversidade genética é oposta à de países como os Estados Unidos, onde, mesmo com descendentes de africanos e caucasianos, é raro quem tenha mais de duas ancestralidades. Estes são classificados como latinos, quando na verdade são majoritariamente mexicanos, que não têm o mesmo perfil de ancestralidade genética das populações do Brasil e de outros países da América Latina&#8221;, disse Naslavsky.</p>



<p>No genoma dos idosos brasileiros, os pesquisadores ainda identificaram as doenças genéticas mais comuns por aqui: fibrose cística, anemia falciforme, surdez relacionada ao gene GJB2 e febre familiar mediterrânea — a duas últimas sendo as mais frequentes no país.</p>



<figure class="mt-2 size-large"><img loading="lazy" width="1" height="1" src="https://mega.ibxk.com.br/sites/2/2020/09/5f720458d195c.gif" alt="" class="wp-image-122297"/></figure>



<p>O grupo vai terminar o sequenciamento do genoma de mais 400 idosos e acompanhar a família dos voluntários &#8220;para entender o genoma de pessoas da mesma geração que compartilham o ambiente, mas têm origem genéticas distintas”, explicou o geneticista.</p>



<h2>Sem financiamento</h2>



<p>O estudo será usado, ainda, para avaliar como variantes genéticas respondem ao novo&nbsp;<a href="http://www.tecmundo.com.br/coronavirus" rel="noreferrer noopener" target="_blank">coronavírus</a>. &#8220;Enquanto a maioria dos idosos tem maior risco de sofrer complicações, há centenários contaminados que apresentam quadro leve ou a forma assintomática da doença. Queremos estudar se essas pessoas têm algum gene protetor&#8221;, disse Zatz.</p>



<figure class="mt-2 size-large"><img loading="lazy" width="1" height="1" src="https://mega.ibxk.com.br/sites/2/2020/09/5f720458d185a.gif" alt="" class="wp-image-122296"/></figure>



<p>A diretora do CEGH-CEL, porém, teme pelo futuro da pesquisa com as mudanças&nbsp;<a rel="noreferrer noopener" href="https://www.tecmundo.com.br/ciencia/177187-pl-governo-doria-retira-fundos-reserva-universidades.htm" target="_blank">anunciadas pelo governo de São Paulo</a>&nbsp;de obrigar universidades e instituições de financiamento a enviarem ao Tesouro estadual a verba em caixa todo fim de ano. &#8220;Se cortarem os recursos, estudos como o nosso podem ser interrompidos. Cada sequenciamento custa, no mínimo, mil dólares. Sem apoio financeiro não teríamos finalizado o estudo&#8221;, disse a geneticista.</p>



<p><a href="https://www.tecmundo.com.br/ciencia/204386-sequenciamento-genetico-usp-mostra-futuro-humano.htm" data-type="URL" data-id="https://www.tecmundo.com.br/ciencia/204386-sequenciamento-genetico-usp-mostra-futuro-humano.htm" target="_blank" rel="noreferrer noopener">Sequenciamento genético da USP mostra o futuro do ser humano</a> via <a href="https://www.tecmundo.com.br/" data-type="URL" data-id="https://www.tecmundo.com.br/" target="_blank" rel="noreferrer noopener">TecMundo</a></p>


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Sequenciamento genético da USP mostra o futuro do ser humano

Imagem de Cavalo selvagem ameaçado de extinção ganha clone perfeito no megacurioso

O primeiro clone de cavalo de Przewalski nasceu saudável e com capacidade reprodutiva normal, o que pode ajudar a salvar a espécie da extinção

<head></head><body><p>Cientistas conseguiram clonar, pela primeira vez, a espécie de cavalo de Przewalski. O cavalo selvagem está ameaçado de extinção e o feito científico pode evitar que isso aconteça. A clonagem foi realizada a partir de material genético preservado há 40 anos por processo de criogenia.</p><p>O potro clonado nasceu em 6 de agosto como parte de um projeto colaborativo entre o Revive &amp; Restore, o ViaGen Equine e o San Diego Zoo Global Frozen Zoo, constituindo bancos genéticos que têm mais de 10 mil espécies, inclusive algumas extintas.</p><h2>Nascimento do clone</h2><p>O jovem macho, nascido de uma mãe substituta, é um <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/112630-homem-gasta-us-35-mil-para-clonar-o-seu-gato-na-china.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">clone</a> de um garanhão de cavalo de Przewalski chamado Kuporovic, que nasceu em 1975, no Reino Unido, antes de ser transferido para os EUA, em 1978, onde viveu até 1998. Seus genes estavam armazenados no "zoológico congelado” desde 1980 aguardando a disponibilização da tecnologia de clonagem necessária.</p><p>O potro de Przewalski nasceu totalmente saudável e com as funções reprodutivas normais. O animal foi batizado de Kurt, em homenagem a Kurt Benirschke, um renomado cientista que criou o <em>Frozen Zoo</em> e desempenhou um papel fundamental na criopreservação de material genético de várias espécies.</p><h2>Cavalos de Przewalski</h2><p><span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;San Diego Zoo&nbsp;" data-fonte-url="https://institute.sandiegozoo.org/"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2020/09/09/09180947051147.jpg" alt="(Fonte: San Diego Zoo / Divulgação)"><span class="desc">(Fonte: San Diego Zoo / Divulgação)</span></span></p><p>O cavalo de <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/57696-cavalo-evoluiu-geneticamente-em-funcao-de-seu-uso-pelos-humanos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Przewalski</a> é o último desse tipo de animal verdadeiramente selvagem. O nome é uma homenagem a Nikolaj Przewalski, um explorador russo que descobriu a espécie em 1881 depois de ouvir histórias sobre sua existência. Antes comum nas estepes da Ásia central, a espécie foi extinta na natureza até que vários indivíduos foram reintroduzidos em seu habitat nativo na Mongólia.</p><p>No entanto, a espécie ainda tem muitos problemas e está ameaçada de extinção. Assim que Kurt tiver idade suficiente para procriar, espera-se que o indivíduo clonado ajude a trazer de volta a diversidade genética necessária para a população da espécie.</p><h2>Clone de animais</h2><p>De macacos a gatos, toda uma série de espécies animais foi clonada nos últimos anos. Talvez o mais famoso de todos tenha sido Dolly, a ovelha, o primeiro mamífero a ter sido clonado com sucesso de uma célula somática adulta em 1996. Mas existem outros casos menos famosos, como clone do íbex dos Pirineus que, em 2003, se tornou o primeiro <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/106717-como-serao-tratados-os-animais-extintos-clonados-pela-genetica.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">animal extinto</a> a ser “ressuscitado” pela ciência.</p></body>

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Cavalo selvagem ameaçado de extinção ganha clone perfeito

Imagem de Quando teremos embriões humanos com genes editados? no megacurioso

Segundo relatório divulgado por comitê internacional, não tão cedo

<p>Enquanto os olhos do mundo se voltam para a <a href="http://www.tecmundo.com.br/exploracao-espacial/" target="_blank" title="Explora&ccedil;&atilde;o espacial">explora&ccedil;&atilde;o espacial</a>, na Terra tecnologias avan&ccedil;am veloz e silenciosamente em dire&ccedil;&atilde;o &agrave; cria&ccedil;&atilde;o de um ser humano perfeito, atrav&eacute;s da manipula&ccedil;&atilde;o dos genes. A pergunta que fica &eacute;: qual o limite? Especialistas de dez pa&iacute;ses est&atilde;o tentando responder a essa quest&atilde;o.</p>
<p>Convocados pelas academias nacionais de&nbsp;<a href="http://www.tecmundo.com.br/medicina/" target="_blank" title="Medicina">Medicina</a> e de&nbsp;<a href="http://www.tecmundo.com.br/ciencia/" target="_blank" title="Ci&ecirc;ncia">Ci&ecirc;ncias</a> dos EUA e mais pela Sociedade Real da Gr&atilde;-Bretanha, eles divulgaram um relat&oacute;rio no &uacute;ltimo dia 3 com recomenda&ccedil;&otilde;es sobre o uso da edi&ccedil;&atilde;o de genes. O consenso &eacute; que ela n&atilde;o deve ser usada at&eacute; que seja perguntas sobre seguran&ccedil;a, &eacute;tica e aplica&ccedil;&otilde;es sejam claramente respondidas.</p>
<h2>Outro comit&ecirc; para a &eacute;tica</h2>
<p>O que acendeu a luz de alerta e gerou a forma&ccedil;&atilde;o do comit&ecirc; que agora divulgou seu primeiro relat&oacute;rio sobre a edi&ccedil;&atilde;o do genoma humano foi o nascimento de duas crian&ccedil;as com seu genoma editado pelo biof&iacute;sico chin&ecirc;s He Jiankui. Em 2018, ele anunciou que havia editado embri&otilde;es humanos para fazer com que as crian&ccedil;as fossem resistentes &agrave; infec&ccedil;&atilde;o pelo HIV.</p>
<p>&ldquo;A tecnologia ainda n&atilde;o est&aacute; pronta para aplica&ccedil;&atilde;o cl&iacute;nica&rdquo;, disse o presidente da Universidade Rockefeller e copresidente da comiss&atilde;o, Richard Lifton. Segundo ele, neste primeiro relat&oacute;rio foi levado em considera&ccedil;&atilde;o apenas a parte cient&iacute;fica e t&eacute;cnica da edi&ccedil;&atilde;o gen&eacute;tica heredit&aacute;ria.</p>
<p>"A comiss&atilde;o n&atilde;o deveria ter separado a &eacute;tica do debate. Eles reconhecem que mesmo as quest&otilde;es de seguran&ccedil;a e efic&aacute;cia s&atilde;o quest&otilde;es &eacute;ticas. Quantos experimentos s&atilde;o precisos para que seja considerado o suficiente? Qual o limite?&rdquo; questiona a especialista em Direito, &Eacute;tica e Tecnologia Karen Yeung, da Universidade de Birmingham.</p>
<h2>Mudan&ccedil;as indesejadas</h2>
<p>Muito pouco no ser humano &eacute; controlado apenas por um &uacute;nico gene, e qualquer aspecto que envolva m&uacute;ltiplos genes ou sua intera&ccedil;&atilde;o com o ambiente ser&aacute; menos receptiva ao uso de tecnologias de edi&ccedil;&atilde;o de genoma, como CRISPR-Cas9. Mesmo que a edi&ccedil;&atilde;o do gene seja precisa, j&aacute; foi demonstrado que ela pode gerar mudan&ccedil;as indesejadas e resultados inesperados, mesmo entre c&eacute;lulas no mesmo embri&atilde;o.&nbsp;</p>
<p>&ldquo;Pode levar anos at&eacute; que os pesquisadores sejam capazes de resolver essas dificuldades. Os cientistas precisam desenvolver m&eacute;todos melhores para sequenciar um genoma humano a partir de c&eacute;lulas individuais, de modo que um embri&atilde;o editado possa ser examinado em detalhes quanto a altera&ccedil;&otilde;es gen&eacute;ticas indesejadas&rdquo;, diz o bi&oacute;logo do desenvolvimento do Instituto de Zoologia da Academia Chinesa de Ci&ecirc;ncias em Pequim e membro da comiss&atilde;o, Haoyi Wang.</p>
<p>O comit&ecirc; de cientistas recomenda que, depois de um amplo debate p&uacute;blico, cada pa&iacute;s deva decidir se, quando e em que lugares a pr&aacute;tica da edi&ccedil;&atilde;o do genoma heredit&aacute;rio ser&aacute; implementada.&nbsp;</p>
<h2>Uso restrito e inevit&aacute;vel</h2>
<p>A pr&aacute;tica dever&aacute; inicialmente ser limitada a poucos centros e aplicada a uma lista restrita de doen&ccedil;as gen&eacute;ticas graves causadas por variantes de DNA em um &uacute;nico gene &ndash; e, mesmo assim, apenas quando n&atilde;o haja alternativas que gerem uma crian&ccedil;a sem a doen&ccedil;a.</p>
<p><span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;OHSU/Divulga&ccedil;&atilde;o&nbsp;" data-fonte-url="https://www.technologyreview.com/2017/07/26/68093/first-human-embryos-edited-in-us/"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2020/09/06/06234438448067.jpg" alt="A sequ&ecirc;ncia de imagens mostra o desenvolvimento de embri&otilde;es cujos genes foram editados nos EUA." /><span class="desc">A sequ&ecirc;ncia de imagens mostra o desenvolvimento de embri&otilde;es cujos genes foram editados nos EUA.</span></span></p>
<p>Como ainda n&atilde;o se sabe os efeitos que a edi&ccedil;&atilde;o de genes pode causar no futuro, ser&aacute; preciso acompanhar n&atilde;o apenas os indiv&iacute;duos com genomas editados como sua descend&ecirc;ncia. &nbsp;&nbsp;</p>
<p>A Organiza&ccedil;&atilde;o Mundial de&nbsp;<a href="http://www.tecmundo.com.br/saude/" target="_blank" title="Sa&uacute;de">Sa&uacute;de</a> deve divulgar seu pr&oacute;prio relat&oacute;rio sobre &eacute;tica na manipula&ccedil;&atilde;o do genoma humano at&eacute; o fim deste ano.</p>
<p class="video-center"><span class="videobox"><iframe width="853" height="480" src="https://www.youtube.com/embed/jAhjPd4uNFY?start=0" frameborder="0" allowfullscreen="allowfullscreen"></iframe></span></p><p class="nzn-import"><a href="https://www.tecmundo.com.br/ciencia/177466-teremos-embrioes-humanos-genes-editados.htm">Quando teremos embriões humanos com genes editados?</a> via <a href="https://www.tecmundo.com.br">TecMundo</a></p>

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