Os animais também protagonizaram grandes histórias ao longo do tempo, com muitas sendo lendas e outras verdade (talvez).

<p style="text-align:justify;">Os animais sempre desempenharam papéis fascinantes na história e nos mitos das antigas civilizações. Na <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/118103-qual-a-ligacao-entre-os-deuses-gregos-e-romanos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Grécia e Roma antigas</a>, eles eram frequentemente vistos como espelhos dos comportamentos humanos e símbolos poderosos nos contos e lendas. Aqui estão seis histórias incríveis de animais do mundo antigo, cada uma mais surpreendente que a outra.</p><h2 style="text-align:justify;">1. A simbologia do pavão</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/07/11/11171818909306.jpg" alt="A beleza do pavão podia encantar ou assustar os antigos. (Fonte: GettyImages/ Reprodução)"><figcaption>A beleza do pavão podia encantar ou assustar os antigos. (Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure><p style="text-align:justify;">Na Grécia Antiga, os pavões, com suas plumagens esplêndidas, chamavam atenção por serem associados à opulenta <a href="https://megacurioso.com.br/ciencia/117902-capacete-grego-usado-em-guerra-contra-a-persia-e-achado-em-israel.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Pérsia</a>, rival dos gregos. Quando Pyrilampes, um ateniense, retornou de uma missão diplomática com dois pavões, a cidade ficou em alvoroço.</p><p style="text-align:justify;">Mas a posse dessas aves não trazia só glamour. Pyrilampes foi acusado de usá-las para atrair mulheres, já que dá-las de presente ajudava a atrair as damas. Além disso, <strong>os atenienses viam os pavões como símbolos da corrupção persa</strong>, o que levou à acusação de que Demus, filho de Pyrilampes, estava guardando-os só para si, sem compartilhar com a comunidade, ato que poderia levá-lo a ser enxotado do local.</p><h2 style="text-align:justify;">2. O cavalo de Calígula</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/07/11/11172051967308.jpg" alt="Calígula era um ser excêntrico. Seu cavalo era um exemplo disso. (Fonte: GettyImages/ Reprodução)"><figcaption>Calígula era um ser excêntrico. Seu cavalo era um exemplo disso. (Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure><p style="text-align:justify;"><a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/jardim-de-2-mil-anos-do-imperador-caligula-e-descoberto-perto-do-vaticano" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Calígula, o excêntrico imperador romano</a>, é famoso por sua afeição por seu <strong>cavalo&nbsp;</strong><i><strong>Incitatus</strong></i>. Este cavalo não só tinha um estábulo de mármore e uma manjedoura de marfim, mas também <strong>era alimentado com flocos de ouro misturados à sua aveia</strong>.&nbsp;</p><p style="text-align:justify;"><strong>Calígula chegou a prometer fazer de Incitatus um cônsul, a mais alta posição no Senado Romano</strong>. Alguns historiadores acreditam que essa promessa era uma forma de zombaria ao Senado, enquanto outros a veem como um sinal do estado mental perturbado do imperador.</p><h2 style="text-align:justify;">3. A baleia destruidora de barcos</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/07/11/11172529928312.jpg" alt="Não se sabe se a baleia era da espécie cachalote ou uma orca. (Fonte: GettyImages/ Reprodução)"><figcaption>Não se sabe se a baleia era da espécie cachalote ou uma orca. (Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure><p style="text-align:justify;">No século VI d.C., sob o domínio bizantino, <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/125481-porfirio-a-historia-da-baleia-que-aterrorizava-o-mundo-romano.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">uma baleia gigante chamada Porfírio</a> aterrorizava os marinheiros nas águas ao redor de Constantinopla. <strong>Por cinquenta anos, Porfírio atacou e afundou diversos tipos de embarcações</strong>, tornando-se uma ameaça tão grande que o imperador Justiniano I fez de sua captura uma prioridade.</p><p style="text-align:justify;">Finalmente, a baleia encalhou na foz do Mar Negro, onde foi abatida pelos habitantes locais. A morte de Porphyrios foi celebrada como um alívio enorme para os marinheiros que navegavam pela capital imperial.</p><h2 style="text-align:justify;">4. O peixe da má-sorte de Polícrates</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/07/11/11173109939315.jpg" alt="O anel de esmeralda de Polícrates trouxe consigo a tragédia. (Fonte: GettyImages/ Reprodução)"><figcaption>O anel de esmeralda de Polícrates trouxe consigo a tragédia. (Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure><p style="text-align:justify;"><strong>Polícrates</strong>, tirano de Samos, <strong>era conhecido por sua sorte contínua</strong>, algo que preocupava seu amigo Amasis, rei do Egito. Amasis aconselhou Polícrates a <strong>jogar fora seu tesouro mais precioso para equilibrar sua sorte</strong>. Polícrates, então, jogou ao mar um anel de <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/121493-a-incrivel-historia-da-esmeralda-bahia.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">esmeralda</a> muito valioso.&nbsp;</p><p style="text-align:justify;">Dias depois, um pescador presenteou Polícrates com um grande peixe, que ao ser aberto, <strong>revelou o anel perdido</strong>. Amasis, ao saber disso, previu que <strong>uma sorte tão implacável só poderia terminar em desastre</strong>, e rompeu sua amizade com Polícrates, temendo pelo pior.&nbsp;</p><p style="text-align:justify;">De fato, <strong>Polícrates acabou tendo um fim trágico</strong>, confirmando os temores de Amasis sobre a inveja dos deuses.<br><br>&nbsp;</p><h2 style="text-align:justify;">5. Fidelidade Canina Inabalável</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/07/11/11173215241320.jpg" alt="O cachorro é sempre fiel, em qualquer época da história. (Fonte: GettyImages/ Reprodução)"><figcaption>O cachorro é sempre fiel, em qualquer época da história. (Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure><p style="text-align:justify;">O general romano Tito Flávio Sabino foi condenado à morte junto com seus <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/dados-da-escravidao-site-de-genealogia-abre-registros-de-183-mil-escravizados-nos-eua" rel="noopener noreferrer" target="_blank">escravos</a>, mas <strong>seu cão fiel se recusou a deixar seu lado, mesmo após a execução</strong>. O animal permaneceu uivando ao lado do corpo de seu dono e, quando o corpo foi jogado no rio Tibre, o cão nadou atrás, tentando resgatá-lo.&nbsp;</p><p style="text-align:justify;">Esse ato de fidelidade tocou o coração de muitos romanos, tornando-se um testemunho do profundo vínculo entre humanos e cães.</p><h2 style="text-align:justify;">6. O golfinho e o jovem</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/07/11/11173857705323.jpg" alt="O golfinho se encantou pelo jovem de Iasus. (Fonte: GettyImages/ Reprodução)"><figcaption>O golfinho se encantou pelo jovem de Iasus. (Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure><p style="text-align:justify;">Em Iasus, uma cidade da <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/121465-6-filosofias-da-grecia-antiga-que-voce-precisa-conhecer.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Grécia antiga</a>, havia um ginásio perto do mar onde os jovens costumavam nadar após seus exercícios. Um golfinho se apaixonou perdidamente por um jovem de beleza notável. Logo a relação dos dois se tornou uma bela amizade e o afeto mútuo floresceu.&nbsp;</p><p style="text-align:justify;">Eles brincavam juntos no mar, com o golfinho até carregando o jovem nas costas como um cavaleiro montado em um cavalo. Infelizmente, essa amizade terminou tragicamente quando <strong>o garoto foi acidentalmente perfurado pela barbatana do golfinho, resultando em sua morte</strong>.&nbsp;</p><p style="text-align:justify;">Desolado, <strong>o golfinho também se lançou à costa</strong>, morrendo ao lado de seu amado amigo. Os habitantes de Iasus construíram um túmulo para ambos, eternizando essa comovente história de amizade.</p>

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Histórias fascinantes: 6 contos incríveis de animais do mundo antigo 

Jardins descobertos com vista para o rio Tibre, na Itália, pertenciam a um dos imperadores romanos mais infames da história. 

<p>Um grupo de trabalhadores de construção civil descobriu na Itália um <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/121068-6-curiosidades-sobre-os-jardins-suspensos-da-babilonia.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">jardim</a> de 2 mil anos que pertenceu ao imperador romano Calígula. Com vista para as margens do rio Tibre, que corta Roma e fica a leste da Cidade do Vaticano, as ruínas do jardim foram desenterradas enquanto os funcionários construíam um novo viaduto na região, declarou o Ministério da Cultura italiano em comunicado oficial.</p><p>Posteriormente, arqueólogos foram chamados para estudar o local e, enquanto removiam destroços, encontraram um cano de água de chumbo com a inscrição "C(ai) Cæsaris Aug(usti) Germanici", que se referia a Caio César Augusto Germânico — o famoso Calígula.&nbsp;</p><h2>O jardim de Calígula</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/07/10/10175358446382.jpeg" alt="Segundo pesquisadores, gravura feita em cano de chumbo faz referência a Caio César Augusto Germânico, o Calígula. (Fonte: Ministério da Cultura da Itália)"><figcaption>Segundo pesquisadores, gravura feita em cano de chumbo faz referência a Caio César Augusto Germânico, o Calígula. (Fonte: Ministério da Cultura da Itália)</figcaption></figure></figure><p>Graças à inscrição encontrada nas ruínas, os pesquisadores passaram a acreditar que o jardim muito provavelmente pertenceu ao infame imperador romano. <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/busto-milenar-de-caligula-e-recuperado-apos-200-anos-desaparecido" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Calígula</a> não era apenas conhecido por ser um líder tirânico, mas se "destacava" por ser um sádico que adorava humilhar o seu senado.</p><p>Ele assumiu o trono em 37 d.C., mas seu comando só durou quatro anos. Em 41 d.C., a Guarda Pretoriana — os oficiais responsáveis por defender o imperador — acabou assassinando-o. O jardim de Calígula é apoiado por uma passagem existente no livro "Sobre a Embaixada de Gaio", escrito pelo filósofo egípcio Filo de Alexandria. Em seus textos, ele descreve como o imperador se encontrou com um representante dos judeus que viviam em Alexandria, no Egito, em um grande jardim ao longo do Tibre.</p><p>Nesse período histórico, os judeus alexandrinos e a população greco-alexandrina passavam por fortes episódios de violência, brigas e intolerância religiosa. Mesmo assim, Calígula rejeitou todos os pedidos de autonomia religiosa dos judeus e permaneceu ao lado dos gregos.</p><h2>Importância da descoberta</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/07/10/10175507197383.jpg" alt="Calígula era conhecido por ser um imperador sádico com seus senadores. (Fonte: GettyImages)"><figcaption>Calígula era conhecido por ser um imperador sádico com seus senadores. (Fonte: Getty Images)</figcaption></figure></figure><p>Em comunicado oficial, o arqueólogo Alessio De Cristofaro, membro de uma agência governamental de Roma, disse que a descoberta do jardim de Calígula é extremamente significativa, uma vez que o viaduto Piazza Pia fica na mesma área que o "Horti Agrippinae", o jardim da mãe do <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/127040-os-5-imperadores-romanos-mais-velhos-da-historia.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">imperador</a>, Agripina.&nbsp;</p><p>O cano de chumbo também é semelhante a outro encontrado no início dos anos 1900 com a inscrição Iulia Augusta, segunda esposa de Augusto e avó de Germânico — pai de Calígula. Pesquisadores especulam que a propriedade foi herdada por Germânico e depois passada para a sua esposa Agripina antes de ir para Calígula.</p><p>Além do cano, os arqueólogos também encontraram placas de cerâmica da Era Romana e figuras de terracota de cenas mitológicas que teriam decorado telhados da construção. A expectativa é que os pesquisadores descubram mais sobre o local após explorações mais aprofundadas.&nbsp;</p>

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Jardim de 2 mil anos do imperador Calígula é descoberto perto do Vaticano

Ainda que o Velho Oeste não tenha sido um período tão violento quanto parece, era possível morrer pelos mais variados motivos.

<p>O Velho Oeste dos Estados Unidos <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/126973-mais-3-fatos-bizarros-que-voce-nao-sabia-sobre-o-velho-oeste.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">permeia o imaginário popular</a> graças, especialmente, aos inúmeros filmes e séries criadas a respeito do período. Contudo, a época não era tão violenta quanto esses produtos culturais nos fizeram crer, o que não significa, no entanto, que você não poderia morrer das mais variadas causas.</p><p>O longo processo de tomada completa do território perpassa todo o século XIX, trazendo consigo elementos que eram parte da realidade, como doenças para as quais não havia tratamento, a violência dos embates com indígenas e os espanhóis que dominavam o território que pertencia ao México, sem contar as causas mais esquisitas que você possa imaginar.</p><h2>1. DSTs</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/07/04/04092245056023.jpg" alt="Feito sem proteção, o sexo poderia levar ao desenvolvimento de DSTs e estas à morte. (Fonte: Wikimedia Commons / Reprodução)"><figcaption>Feito sem proteção, o sexo poderia levar ao desenvolvimento de ISTs e estas à morte. (Fonte: Wikimedia Commons / Reprodução)</figcaption></figure></figure><p>As infecções sexualmente transmissíveis são uma realidade bastante antiga na história humana. No Velho Oeste, elas poderiam ser a sua ruína, afinal, estamos falando de um tempo em que homens agiam de modo mais primitivo do que hoje. Rodando a região em trabalhos precários, ir a bares e prostíbulos era prática comum, assim como contrair uma IST, <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/128701-ossos-de-2-mil-anos-encontrados-no-brasil-revelam-evolucao-da-sifilis.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">especialmente sífilis</a>.</p><p>A penicilina era desconhecida ainda e havia poucos médicos que habitavam essas regiões, de modo que as ISTs se espalhavam rapidamente. Isso podia levar desde o desenvolvimento de problemas urinários graves, até a redução da visão – sem contar os piores casos, que resultavam em morte.</p><h2>2. Cólera, disenteria e difteria</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/07/04/04091929319021.jpg" alt="Cólera era considerada uma sentença de morte durante o Velho Oeste. (Fonte: Wikimedia Commons / Reprodução)"><figcaption>Cólera era considerada uma sentença de morte durante o Velho Oeste. (Fonte: Wikimedia Commons / Reprodução)</figcaption></figure></figure><p>Disenteria, difteria e cólera eram doenças que exigiam das pessoas bastante atenção. Quem não se cuidasse no Velho Oeste poderia ter uma sentença de morte decretada caso contraísse uma dessas enfermidades, especialmente a cólera.</p><p>Com a falta quase completa de saneamento básico no período, essas doenças se espalhavam com facilidade e velocidade, ceifando a vida de muitas pessoas ao se espalhar por meio de contaminação de alimentos e água.</p><p>Sem medicamentos específicos ou hospitais por perto, essas enfermidades eram capazes de matar grupos inteiros – <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/119553-o-medico-que-descobriu-como-a-colera-contaminava-as-pessoas.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">a cólera também é transmissível de pessoa a pessoa</a>. A quarentena era a única solução para preservar o máximo de vidas, mas muitas vezes era tomada tardiamente, ou nem isso.</p><h2>3. Enforcamento</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/07/04/04091240654013.jpg" alt="O enforcamento era uma punição comum para baderneiros no Velho Oeste. (Fonte: GettyImages / Reprodução)"><figcaption>O enforcamento era uma punição comum para baderneiros no Velho Oeste. (Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure><p>A prática de matar pessoas enforcadas não surgiu no Velho Oeste, mas ela poderia ser o seu fim. Durante a era da expansão fronteiriça dos Estados Unidos em direção ao <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/teonimanu-a-ilha-que-desapareceu-do-oceano-pacifico" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Oceano Pacífico</a>, foi um hábito de execução bastante corriqueiro.</p><p>Ladrões e encrenqueiros, quando presos pelos xerifes, podiam acabar com uma corda em volta do pescoço, afinal de contas, não havia juízes, tribunais e advogados que pudessem lhes salvar.</p><p>Ainda que o método de execução tenha sido pensado para a quebra do pescoço e uma morte rápida, não eram incomuns que o condenado agonizasse até perder completamente o ar e sucumbir.</p><h2>4. Alcoolismo</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/07/04/04094618781030.jpg" alt="Consumo excessivo de álcool era prática comum no Velho Oeste. (Fonte: Wikimedia Commons / Reprodução)"><figcaption>Consumo excessivo de álcool era prática comum no Velho Oeste. (Fonte: Wikimedia Commons / Reprodução)</figcaption></figure></figure><p>Outro grave problema do período foi o <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/103618-entenda-os-verdadeiros-efeitos-do-alcool-no-seu-corpo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">alcoolismo</a>, que tirou muitas vidas durante o Velho Oeste. Não havia, até então, nenhum entendimento sobre os riscos físicos e psicossociais do consumo excessivo de bebidas alcoólicas. Logo, o vício em bebidas era relativamente comum.</p><p>Além do desenvolvimento de doenças decorrentes do excesso de álcool, como cirrose, havia outras implicações, como morte por engasgamento com vômito, e até agravamento de enfermidades como pneumonia.</p><h2>5. Brigas de bar</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/07/04/04095000028039.png" alt="Brigas de bar eram comuns quando duas pessoas queriam resolver problemas. (Fonte: Wikimedia Commons / Reprodução)"><figcaption>Brigas de bar eram comuns quando duas pessoas queriam resolver problemas. (Fonte: Wikimedia Commons / Reprodução)</figcaption></figure></figure><p>Como citamos anteriormente, os bares eram locais muito frequentados durante o período de expansão norte-americano. Grupos de homens e famílias vagavam em direção ao Pacífico e, cansados, corriam para bares e prostíbulos nas pequenas vilas.</p><p>Com o excesso frequente no consumo de álcool, era comum que discussões de jogos de cartas ou por mexer com mulheres acompanhadas acabasse em uma briga de bar. Como nem todo local contava com a presença de xerifes, muita gente resolvia seus problemas usando os punhos e as armas – e, ali, você poderia perder sua vida no Velho Oeste.</p>

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5 coisas do Velho Oeste que poderiam matar você

O Molise é a segunda menor região da Itália, e guarda algumas paisagens e atrações bem especiais.

<p>O Molise é uma região bem pequena localizada no sudeste da Itália que está sempre listada como um dos lugares mais baratos para se viver neste país. Mas o <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/128318-agnone-a-cidade-italiana-que-celebra-a-chegada-do-natal-com-uma-procissao-de-fogo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Molise</a> guarda uma particularidade intrigante: há uma fama de que este lugar simplesmente não existe.</p><p dir="ltr">Trata-se de uma piada que circula entre os italianos para tirar sarro do suposto desconhecimento coletivo sobre este local. Mas o fato é que a região guarda segredos e surpresas para quem chega até lá.</p><h2>O que há no Molise?</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/06/30/30210445334000.jpg" alt="(Fonte: GettyImages / Reprodução)"><figcaption>O Molise é a segunda menor entre as regiões da Itália. (Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure><p>O Molise é a segunda menor das 20 regiões da Itália. Ela se localiza no centro-sul do país, a cerca de 1 hora e 30 minutos de <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/122527-conheca-as-esquisitices-da-vida-cotidiana-dos-romanos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Roma</a> e Napoli, fazendo fronteira com as regiões de Lazio, Abruzzo, Puglia e Campania.</p><p>O lugar apresenta montanhas de clima ameno e praias de águas calmas, banhadas pelo mar Adriático. Não se trata de uma região quente: algumas das cidades molisanas costumam deter recordes de temperaturas baixas nas épocas mais frias do ano.</p><p>Tecnicamente, o Molise é a região mais jovem da Itália. Isto porque, até 1963, ela fazia parte de uma região chamada Abruzzo-Molise, juntamente, é claro, com o Abruzzo. Neste ano, houve a decisão de dividir a região, o que só ocorreu oficialmente a partir de 1970.</p><div data-hook="post-description"><div data-rce-version="10.82.3"><div data-id="content-viewer" dir="ltr"><div data-breakout="normal"><div data-hook="reactPlayerWrapper" tabindex="0"><p>O local é cercado de sítios arqueológicos e atrações naturais impecáveis. A região também é ladeada pelos <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/105089-confira-quais-sao-9-dos-paises-menos-visitados-do-planeta.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Apeninos</a>, uma cordilheira que se estende por 1000 km ao longo da Itália central e costa leste.</p></div></div><h2 data-hook="rcv-block25" type="heading">Por que o Molise "não existe"?</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/06/30/30210524336003.jpg" alt="(Fonte: GettyImages / Reprodução)"><figcaption>A piada que o Molise "não existe" ficou muito popular na Itália. (Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure><div data-breakout="normal"><p dir="auto">A ideia que o Molise não existe é, na verdade, uma espécie de "<a href="https://www.megacurioso.com.br/tags/memes-e-virais" rel="noopener noreferrer" target="_blank">meme</a>" que circula há bastante tempo. O jornalista Enzo Luongo, que escreveu o livro<i>&nbsp;Il Molise Non Esiste,</i> explicou à <i>BBC</i>: "vi essa piada pela primeira vez na internet há vários anos. As pessoas começaram a postar a hashtag <i>#ilmolisenonesiste</i> tirando sarro do pequeno tamanho da região e de nossa relativa obscuridade na Itália".</p></div></div></div></div><p>Luongo conta que ficou impressionado ao constatar como a brincadeira se popularizou e começou a gerar várias reações. De repente, o suposto desconhecimento sobre o Molise virou uma espécie de curiosidade coletiva. Surgia a "conspiração Molise", que levou, na Itália, à criação de livros, músicas, vídeos, peças teatrais e reportagens. Até pessoas famosas, como o comediante Beppe Grillo e o ex-primeiro-ministro Matteo Renzi, citaram a frase.</p><p>A brincadeira ficou tão grande que apareceu até gente vendendo camisetas e canecas como a frase <i>Molisn't — lo non credo nell'esistenza del Molise</i> (em tradução livre, "Molisn't — eu não acredito na existência de Molise"). O mais engraçado é que tudo isso levou a um efeito interessante, que é o fato de o Molise passar a chamar cada vez mais a atração dos italianos e dos turistas.</p><h2>As atrações do Molise</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/06/30/30210546989005.jpg" alt="(Fonte: GettyImages / Reprodução)"><figcaption>A região do Molise guarda paisagens belíssimas e muito turismo histórico. (Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure><p>Quem se aventura a visitar o Molise se depara com um passeio com forte conotação histórica e atrações paradisíacas. A começar pelo turismo gastronômico: a região preza pelos ingredientes locais de alta qualidade, como <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/vinho-em-estado-liquido-mais-antigo-do-mundo-e-achado-em-tumba-na-espanha" rel="noopener noreferrer" target="_blank">vinho</a>, azeite, laticínios, carnes curadas, cogumelos selvagens e trufas.</p><p>As praias são admiradas por grande parte dos visitantes, que curtem ver as pequenas cabanas de pesca que ficam expostas sobre as palafitas. Outra atração é a Rejecelle, a rua mais estreita da Itália, com apenas 34 cm de largura.</p><p>A região ainda é repleta de <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/124459-os-5-castelos-mais-peculiares-e-incomuns-do-mundo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">castelos</a>, que remontam a tempos históricos de domínio lombardo e normando. Ou seja, para quem gosta de paisagens claramente antigas, trata-se de um passeio imperdível.</p><p>Outro local para se visitar são os <i>tratturi,</i> que são trilhas naturais delineadas por fazendeiros pastoris durante a rotação sazonal de pastoreio entre pastagens fixas de verão e de inverno. Historicamente, o Molise era a região que recebia bandos vindos de outras regiões montanhosas, criando esses espaços. Como esses fazendeiros tinham costumes específicos, eles os levaram para a região, dando nova cara à gastronomia, à economia e ao <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/108767-dia-do-folclore-7-lendas-brasileiras-para-celebrarmos-a-nossa-cultura.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">folclore</a>.</p><p>Algumas pessoas costumam destacar que este é um dos locais mais preciosos da Itália, pois, em comparação a outras regiões mais turísticas, o Molise segue mais intocado. "O Molise é um dos últimos lugares autênticos da Itália. Na verdade, eu diria que é um lugar realmente atemporal. Infelizmente, o Estado nunca acreditou que poderíamos atrair turistas. Achavam que a única maneira de impulsionar nosso desenvolvimento seria por meio da indústria, então, construíram muitas fábricas aqui. Agora as fábricas fecharam e os jovens estão indo embora novamente", explicou o político Simone Cretella, em reportagem à <i>BBC</i>.</p><p dir="ltr">Isso não significa que não haja vários movimentos para a valorização do local. Maria Laura Pace, que mora na cidade de Termoli, é uma das pessoas que luta pelo Molise ao lado de uma rede de empreendedores locais. "Queremos compartilhar nosso amor por nossa região. Temos montanhas e mar, aldeias antigas incríveis, festivais, comida deliciosa – tudo dentro de uma pequena área geográfica. Ao contrário da maioria das outras partes da Itália, aqui você ainda pode encontrar a vida como ela costumava ser, inalterada por séculos", declarou à <i>BBC</i>. Sem dúvida, é uma visita imperdível para quem quer ver de perto uma Itália menos conhecida pelos turistas.</p>

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Conheça o Molise, a região da Itália que "não existe"

Descubra os fatores complexos que levaram à queda do poderoso Império Romano.

<p>A queda do <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/127799-fortes-do-imperio-romano-sao-revelados-por-satelite-da-guerra-fria.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Império Romano</a> é um dos eventos mais significativos da história ocidental, marcando o fim de uma era e o início de uma nova fase na Europa. Embora muitos apontem 476 d.C. como a data definitiva do colapso, o declínio de Roma foi um processo gradual influenciado por diversos fatores internos e externos.</p><h2>Crescimento e início da queda</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/07/02/02102117546042.jpg" alt="A morte de Marco Aurélio e a ascensão de Cômodo marcaram o início da queda do Império Romano. (Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>A morte de Marco Aurélio e a ascensão de Cômodo marcaram o início da queda do Império Romano. (Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure><p><a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/126798-5-misterios-nao-desvendados-sobre-a-roma-antiga.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Roma</a> começou como uma pequena vila na Itália central em 753 a.C. e, ao longo dos séculos, transformou-se em uma poderosa república. Por meio de conquistas militares, como as Guerras Púnicas contra Cartago e as campanhas de Júlio César na Gália, Roma expandiu suas fronteiras, dominando grande parte da Europa, Norte da África e partes do Oriente Médio. O período conhecido como "Pax Romana", que durou até o final do reinado de Marco Aurélio, foi marcado por relativa paz e prosperidade, com avanços significativos em engenharia, arte e legislação.</p><p>Após a morte de Marco Aurélio em 180 d.C., o Império Romano entrou em um período de crescente instabilidade e crise, começando com o governo corrupto e despótico de Cômodo (180-192 d.C.), seguido pelo tumultuado Ano dos Cinco Imperadores em 193 d.C. Sétimo Severo, que ascendeu durante essa confusão, trouxe temporária estabilidade por meio da Dinastia Severa (193-235 d.C.), mas a era foi marcada por lutas internas e pressões externas.</p><p>A Crise do Século III (235-284 d.C.) agravou a situação com uma rápida sucessão de imperadores, guerra civil, invasões bárbaras e uma profunda crise econômica, exacerbada por inflação descontrolada e colapso do comércio, resultando na necessidade urgente das reformas de Diocleciano para salvar o império.</p><h2>Divisão do Império e seus efeitos</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/07/02/02102800591049.jpg" alt="A divisão realizada por Diocleciano contribuiu para o enfraquecimento do Império Romano. (Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>A divisão realizada por Diocleciano contribuiu para o enfraquecimento do Império Romano. (Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure><p>Para enfrentar os desafios administrativos e militares crescentes, <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/127040-os-5-imperadores-romanos-mais-velhos-da-historia.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Diocleciano</a> dividiu o Império Romano em Ocidente e Oriente em 285 d.C. Contudo, enquanto o Oriente, com sua capital em Constantinopla, florescia como um centro comercial e cultural, o Ocidente enfrentava pressões cada vez maiores de invasões bárbaras e dificuldades econômicas crescentes. Essa divisão contribuiu significativamente para o enfraquecimento gradual do império ao longo dos séculos seguintes.</p><p>A ascensão do cristianismo como religião oficial sob Constantino no início do século IV trouxe mudanças culturais profundas que se entrelaçaram com esses desenvolvimentos. Enquanto o cristianismo ganhava aceitação, as invasões bárbaras se intensificavam, destacando a vulnerabilidade militar do império.</p><p>A Batalha de Adrianópolis em 378 d.C., onde os visigodos derrotaram o exército romano, foi um ponto de virada significativo. As invasões subsequentes, como o saque de Roma por Alarico em 410 d.C. e a deposição do último imperador romano do Ocidente por Odoacro em 476 d.C., assinalaram o colapso final do Império Romano, encerrando um período de influência cultural e política duradoura na Europa.</p>

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O que causou a queda do Império Romano?

Ao longo de mais de 100 anos, a família Belville vagou pelas ruas de Londres vendendo horas.

<p>Há milênios que os humanos tentam <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/121845-4-fatos-fascinantes-sobre-o-tempo.htm#:~:text=O%20tempo%20%C3%A9%20relativo.,tempo%20n%C3%A3o%20%C3%A9%20a%20mesma." rel="noopener noreferrer" target="_blank">cronometrar o tempo</a>. Demorou até meados do século XI, início da Baixa Idade Média, para que acontecesse o desenvolvimento mais sistemático da cronometria de tempo por meio dos primeiros relógios mecânicos. Em 1088, o inventor chinês Su-song construiu em Kaifeng, província de Honã, um relógio astronômico para o imperador Shenzong de Song (Zhao Xu), da China, em uma torre que possuía 40 metros de altura.</p><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/07/04/04004722641011.jpg" alt="(Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>Observações astronômicas estão entre as formas antigas mais comuns de cronometrar o tempo. (Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure><p>Movido por pesos e usando engrenagens para medir intervalos de tempo, geralmente marcando as horas, o <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/121205-relogio-de-sol-entenda-por-que-ele-foi-uma-revolucao.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">relógio&nbsp;</a>se tornou um dos trabalhos mais notáveis e modernos da época. Os séculos XVII e XVIII foram marcados pelo avanço da tecnologia e a invenção de dispositivos mais precisos, como o relógio astronômico do alemão Johann Sayler, que permitia manter o tempo por até 3 meses devido a uma reserva de energia.</p><p>Por muitos séculos, a maioria das pessoas em todo o mundo vivia sem relógios, usando a luz do Sol para determinar o início e término das tarefas diárias, não considerando horas e minutos. No entanto, conforme as máquinas a vapor começaram a substituir os moinhos, inserindo o mundo na era da tecnologia de fabricação e na ascensão da indústria, a medição precisa do tempo se tornou cada vez mais importante.</p><p>Foi aí que começou a história de<strong>&nbsp;Ruth Belville, conhecida como The Greenwich Time Lady, a mulher que vendia as horas no século XIX</strong>.</p><h2>O horário de Greenwich</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/07/04/04004955990014.jpg" alt="(Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>O Observatório Real de Greenwich foi criado para tentar diminuir naufrágios. (Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure><p>Na verdade, tudo começou com a família Belville, mais especificamente com John Belville, pai de Ruth. No século XVII, o rei Carlos II mandou construir o Observatório Real, em Greenwich, visando reduzir <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/5-fotos-do-titanic-que-contam-a-historia-do-naufragio" rel="noopener noreferrer" target="_blank">naufrágios</a>. Os marinheiros não tinham como determinar com precisão a sua posição quando não tinha terra a vista, podendo encontrar sua latitude (posição norte-sul) observando o sol ou as estrelas, mas não sua longitude (posição leste-oeste).</p><p>Uma vez que o Observatório fica no Meridiano Principal (uma linha vertical imaginária que divide o mundo em duas metades, assim como o faz o Equador horizontalmente), foi estabelecido que sempre que o relógio ajustado para Greenwich Mean Time (GMT) do Observatório passasse da meia-noite, um novo dia e contagem de horas seria iniciado. Dessa forma, os marinheiros foram capazes de estabelecer quão longe a leste ou a oeste do Meridiano Principal eles estavam ao observar o relógio e tendo a Lua como referência. Todo capitão foi instruído a carregar um relógio confiável ajustado a GMT para manter o horário Greenwich durante toda a viagem.&nbsp;</p><p>Mas como os londrinos sabiam que seus relógios estavam de acordo com a hora correta? Bem, a única maneira era viajando até Greenwich, a cerca de 10,5 km de Londres, e ajustar o próprio relógio de bolso para o tempo mostrado no relógio oficial do Observatório Real.</p><h2>Um negócio de família</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/07/04/04005243219017.jpg" alt="(Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>Ruth Belville ficou conhecida pela mídia como The Greenwich Lady (A Dama de Greenwich). (Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure><p>No início da década de 1830, John Belville era um astrônomo sênior do Observatório Real e proprietário de um relógio de bolso Arnold, um dos relógios britânicos mais famosos da época. Assim como Sir George Biddell Airy, chefe do Observatório, ele percebeu que os relojoeiros mais renomados de Londres enviavam seus assistentes todas as semanas para definir o horário GMT em seus relógios.</p><p>Cansado de ter muitas pessoas de um lado para o outro nas redondezas do Observatório, Sir. Airy criou um serviço expresso de venda de horas para relojoeiros e incumbiu John de realizá-lo.&nbsp;</p><p>Em 1836, o pai de Ruth já havia se tornado uma referência em serviço de venda de horas, expandindo o negócio para incluir cidadãos particulares, como empresários do ramo da indústria. Ao longo de 20 anos, ele foi responsável por "carregar o tempo em seu bolso", até passando o negócio para sua esposa, Maria Belville.</p><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/07/04/04005532340019.jpg" alt="Os relojoeiros e empresários (Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>John Belville expandiu o serviço de venda de horas em 1836. (Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure><p>A essa altura, o Observatório já emitia um sinal de tempo por <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/120704-evento-carrington-a-tempestade-solar-que-hoje-pode-nos-destruir.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">telégrafo</a>, mas a parcela fidelizada dos clientes de Maria evitou o novo sistema a favor de suas visitas. A mulher transportou o tempo por mais 36 anos, até se aposentar em 1892, entregando a tarefa a sua filha Ruth.</p><p>Quando a jovem assumiu, os cidadãos de Londres já dispunham de inúmeras maneiras pelas quais podiam se certificar que as horas eram precisas em seu relógios, mas a venda de hora ainda existia e era próspera. Em 1908, John Wynne, diretor da Standard Time Company, uma empresa que vendia sinais telegráficos de tempo, decidiu tentar acabar com isso.</p><h2>O tiro pela culatra</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/07/04/04005633553021.jpg" alt="(Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>O negócio da família de Ruth Belville tentou ser boicotado por John Wynne. (Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure><p>Em discurso à prefeitura de Londres, Wynne revelou que o método de Belville estava extremamente desatualizado e era responsável pelos horários irregulares nos relógios da cidade, resultando em uma quantidade imensa de <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/por-que-o-sistema-alimentar-mundial-esta-falido" rel="noopener noreferrer" target="_blank">perdas financeiras</a>. Ele descreveu os motivos e culpou os "caprichos" pela apatia exibida pelo governo, pelo conselho do condado de Londres, pela corporação da cidade e pelo público.</p><p>Inclusive, o diretor da Standard Time Company não teve papas na língua para insinuar que todo o apreço pelo trabalho de Ruth era porque ela usava de suas "artimanhas femininas", ou seja, flertava com os homens para mantê-los fiéis ao seu trabalho. Ele repreendeu os proprietários de relógios por não reconhecerem suas responsabilidades e lamentou a atitude do público em relação ao desprezo a seriedade que era o tempo.</p><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/07/04/04005740789022.jpg" alt="(Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>A tradição de vender horas da família Belville durou 107 anos. (Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure><p>O problema é que a tentativa de Wynne em alavancar o próprio negócio minando o de Ruth, apenas a favoreceu. Todo seu discurso publicado pelo <i>Times,</i> acompanhado de uma longa matéria sobre como o horário irregular de Londres custava dinheiro, acabou chamando a atenção de todos aqueles que haviam recusado comprar as horas com Ruth ou que não a conheciam.</p><p>A atenção da mídia rendeu a Belville o título de The Greenwich Time Lady (A Dama do Tempo de Greenwich). Ela estampou várias publicações famosas, como o <i>Tatler</i> e o <i>Evening News</i>, gerando grande publicidade ao seu negócio, que se manteve estável até o início da <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/80-anos-do-dia-d-quando-a-invasao-da-normandia-quase-deu-errado" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Segunda Guerra Mundial</a>, quando o conflito a impediu que saísse às ruas.</p><p>Ruth Belville morreu em 7 de dezembro de 1943, finalmente levando para o túmulo sua tradição de vender horas.</p>

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'The Greenwich Time Lady': Ruth Belville vendia as horas no século XIX

O criador da série A Casa do Dragão disse que, por mais que invente situações ruins, na vida real as coisas são sempre piores.

<p>No próximo domingo (7), quando nos prepararmos <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/4-fatos-sobre-hanseniase-que-house-of-the-dragon-nos-ensinou-errado" rel="noopener noreferrer" target="_blank">para assistir a mais um capítulo da série <i>A Casa do Dragão</i>,</a> no Max, talvez fiquemos um pouco mais calmos ao saber que toda aquela violência que irá rolar durante uma hora <strong>é bem menor do que os eventos históricos nos quais a série se inspirou</strong>.</p><p>"Não importa o quanto eu invente, há coisas na história que são tão ruins, ou piores", teria dito em uma entrevista coletiva o criador da saga <i>Game of Thrones</i>, George RR Martin.&nbsp;</p><p>Em longa carta a um fã, divulgada em 2017, Martin fala que "pega emprestados" incidentes da história, porém sem fazer uma transposição direta do real para a ficção. <strong>Suas fontes mais recorrentes viriam da história medieval inglesa e francesa</strong>, reconheceu o autor, por estar mais familiarizado com esses acontecimentos reais, além de só falar inglês.&nbsp;</p><h2>Cenas violentas da vida real</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;text-align:center;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/07/03/03160346053283.jpg" alt="x"><figcaption>O Jantar Negro da vida real inspirou o Casamento Vermelho, de George RR Martin. (Fonte: The Rest Is History / X / Reprodução)</figcaption></figure></figure><p>George RR Martin reconhece como uma de suas maiores influências a Guerra das Rosas, uma sequência de conflitos civis pelo trono da Inglaterra ocorrida entre 1455 e 1487. Como não podia deixar de ser, <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/126814-gilles-de-rais-o-1-serial-killer-da-historia-ou-heroi-da-guerra-dos-cem-anos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">a Guerra dos Cem Anos, e suas batalhas épicas</a>, também emprestou algumas cenas, <strong>com o restante sendo inspirado na história escocesa,</strong>&nbsp;</p><p>Nesse sentido, o episódio conhecido como Jantar Negro, <strong>um banquete oferecido pelo rei James II inspirou diretamente o </strong><i><strong>Casamento Vermelho</strong></i><strong>, de Martin</strong>. Na refeição da vida real, o 6º Conde de Douglas, William, e seu irmão menor, David, foram julgados sumariamente e executados à mesa, enquanto lhes era servida uma cabeça de touro negro.&nbsp;</p><p>&nbsp;Já<i>&nbsp;A Casa do Dragão</i> se baseia na história do rei inglês Henrique I, que enfrentou uma crise sucessória, embora tivesse 25 filhos, mas apenas um legítimo: o príncipe William Adelin, que morreu em um naufrágio. Após assumir o trono, sua filha Matilda, <strong>uma espécie de Rhaenyra Targaryen da vida real,</strong> protagonizou uma briga entre filhos, primos e conselheiros muito parecida com as histórias de Martin. .</p><h2>Personagens do reinado da Rhaenyra Targaryen da vida real</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;text-align:center;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/07/03/03164018233303.jpg" alt="x"><figcaption>A rainha Matilda da Inglaterra inspirou a personagem Rhaenyra Targaryen. (Fonte: Max)</figcaption></figure></figure><p><a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/122945-a-anarquia-a-guerra-civil-que-inspirou-house-of-the-dragon.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Durante o reinado de Matilda, conhecido como "A Anarquia"</a>, alguns personagens bizarros se destacaram, como o mercenário Robert FitzHubert, <strong>que testemunhou a morte de 80 monges queimando junto com sua igreja.&nbsp;</strong></p><p>Ele desnudava seus prisioneiros e, após lambuzá-los com mel, os deixava sob o sol para serem atacados por moscas e insetos, até morrerem desidratados.&nbsp;</p><p>Um dos maiores historiadores do século XII, Henry Huntingdon, disse que <strong>os escoceses aproveitaram essa confusão para invadir o norte da Inglaterra</strong>, onde cometeram atrocidades do tipo "rasgar mulheres grávidas, jogar crianças nas pontas de suas lanças e esquartejar padres nos altares".</p>

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A história real que inspirou A Casa do Dragão é mais violenta que a série

Especialista em tabaco e grande responsável pelo desenvolvimento da então colônia de Jamestown, o fato que mais lhe deu destaque foi o casamento com a filha do chefe powhatan. 

<p style="text-align:justify;">John Rolfe, um colono inglês, entrou para a história não apenas por suas contribuições agrícolas em Jamestown, mas também por seu <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/as-7-tradicoes-de-casamento-mais-estranhas-da-historia" rel="noopener noreferrer" target="_blank">casamento</a> com Pocahontas, a famosa filha do chefe powhatan. A história deles é cheia de reviravoltas, tragédias e momentos históricos que moldaram o futuro dos Estados Unidos — embora alguns fatos sejam controversos.</p><p style="text-align:justify;">Rolfe nasceu em 1585 em Norfolk, Inglaterra. Em 1609, ele e sua esposa, Sarah Hacker, embarcaram no Sea Venture, com o objetivo de revitalizar a colônia de Jamestown. Durante a viagem, um furacão forçou o navio a encalhar nas Bermudas, onde viveram por meses. Nesse período, Rolfe perdeu sua esposa e a filha recém-nascida, Bermuda.&nbsp;</p><p style="text-align:justify;">Em 1610, após ficarem nas Bermudas até a construção dos <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/4-navios-fantasmas-e-suas-historias-assustadoras" rel="noopener noreferrer" target="_blank">barcos</a>, chegaram a uma Jamestown assolada por fome e doenças. <strong>Rolfe destacou-se ao introduzir uma variedade de tabaco de alta qualidade, transformando a economia local</strong>. Suas colheitas se tornaram a primeira exportação lucrativa da Virgínia, fundamental para a sobrevivência da colônia.</p><h2 style="text-align:justify;">Pocahontas entra na história</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/06/29/29122541565000.jpg" alt="Ilustração do casamento entre Pocahontas e John Rolfe. (Fonte: GettyImages/ Reprodução)"><figcaption>Ilustração do casamento entre Pocahontas e John Rolfe. (Fonte: Getty Images/ Reprodução)</figcaption></figure></figure><p style="text-align:justify;">Apesar de seu destaque com o tabaco, um dos fatos que mais colocaram John Rolfe nos livros de história foi seu relacionamento com Pocahontas. Em 1613, <strong>Pocahontas foi capturada pelos ingleses e levada para Jamestown como refém</strong>. Durante seu cativeiro, ela aprendeu inglês, converteu-se ao cristianismo e foi batizada como Rebecca.&nbsp;</p><p style="text-align:justify;">Quando se fala no sequestro de Pocahontas, abre-se um <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/120422-pocahontas-a-historia-real-que-a-disney-nao-contou.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">ponto controverso nas narrativas</a>. Enquanto os ingleses dizem que ela se tornou cristã de maneira pacífica, <strong>os nativos afirmam que o processo foi violento e que ela foi estuprada por um dos colonizadores</strong>, tragédia essa que teria resultado numa gravidez. De qualquer forma, é nesse ponto da história que entra John Rolfe.</p><p style="text-align:justify;">Rolfe, um homem profundamente religioso, não parecia querer se casar com uma "pagã", mas eventualmente escreveu ao governador pedindo permissão para se casar com ela, afirmando que seus sentimentos eram sinceros — na verdade, <strong>o casamento possivelmente era uma forma de pacificar a complicada relação com o povo powhatan</strong> e assim conseguir mais terras para plantar tabaco.</p><p style="text-align:justify;"><a href="https://www.megacurioso.com.br/arqueologia/74210-descoberta-ossada-de-primeiros-colonos-em-igreja-que-pocahontas-se-casou.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">O matrimônio</a> aconteceu em 1614 e teve um grande impacto nas relações entre os colonos e os powhatan, trazendo um período de paz. Logo eles tiveram um filho, Thomas Rolfe. Em 1616, a família viajou para a Inglaterra, onde Pocahontas foi apresentada à sociedade inglesa como um exemplo de "civilização" dos povos nativos.</p><p style="text-align:justify;">Infelizmente, <strong>em 1617, enquanto se preparavam para voltar para a Virgínia, Pocahontas "adoeceu" e morreu</strong>. O motivo da sua morte é contestada por alguns, pois muitos acreditam que <strong>ela pode ter sido envenenada</strong>. De qualquer modo, John Rolfe voltou para a Virgínia, deixando seu filho na Inglaterra para ser educado.</p><h2 style="text-align:justify;">Avanço em meio ao caos</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/06/29/29132030893000.jpg" alt="Sempre houve um clima hostil entre nativos e colonos. (Fonte: GettyImages/ Reprodução)  "><figcaption>Sempre houve um clima hostil entre nativos e colonos. (Fonte: Getty Images/ Reprodução)</figcaption></figure></figure><p style="text-align:justify;"><strong>Rolfe teve um papel crucial na colônia, participando do conselho local e da prestigiada Câmara dos Burgueses</strong>. Ele se casou novamente, agora com Jane Pierce, e expandiu suas <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/122091-como-o-tabaco-fez-o-mundo-ser-o-que-e-hoje.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">plantações de tabaco</a>. Mesmo enfrentando tragédias pessoais, suas contribuições ajudaram a estabilizar e fazer a colônia prosperar.</p><p style="text-align:justify;"><strong>Em 1622,&nbsp;um ataque devastador dos powhatan matou muitos colonos.</strong> Rolfe morreu nesse mesmo ano, porém, não se sabe se ele morreu em decorrência do ataque dos nativos ou se vitimado por alguma doença. Até hoje as circunstâncias de sua morte não são claras.</p><p style="text-align:justify;">Rolfe hoje é lembrado localmente por sua inovação agrícola e seu papel na sobrevivência de Jamestown. Já para o mundo, o que mais marcou foi seu relacionamento com Pocahontas, mesmo que não se tenha a certeza de muitas das informações que compõem essa história.&nbsp;</p>

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Quem foi John Rolfe, o controverso marido de Pocahontas?

Arqueólogos descobriram 20 sítios arqueológicos no Parque Nacional de Canaima na Venezuela, com arte rupestre de uma cultura desconhecida.

<p>Em um congresso arqueológico pré-histórico chamado “Novos Mundos Novas Ideias”, realizado na Itália no ano passado, um grupo de arqueólogos da Venezuela relatou um achado importante. Nada menos do que <strong>20 sítios de arte rupestre datados de milhares de anos, no gigantesco Parque Nacional Canaima</strong>, no sudeste do país.</p><p>O mais surpreende, porém, é que, apesar de os pictogramas serem parecidos com outros desenhos do tipo encontrados em outros locais da América do Sul, <strong>podem ser elementos de "uma nova cultura até então desconhecida",</strong> segundo o líder da equipe, José Miguel Pérez-Gómez, pesquisador da Universidade Simón Bolívar, em e-mail ao <i>Live Science</i>.</p><p>Embora guarde uma certa semelhança com alguns traços descobertos no Brasil, e datados de cerca de 4 mil anos, <strong>a arte rupestre do Canaima pode ser ainda mais antiga</strong>, diz o arqueólogo.&nbsp;</p><h2>Como é a arte rupestre descoberta na Venezuela?</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;text-align:center;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/07/02/02225649512010.jpg" alt="X. (Fonte: José Miguel Pérez-Gómez/Divulgação)"><figcaption>Os pictogramas apresentam motivos geométricos com linhas retas paralelas. (Fonte: José Miguel Pérez-Gómez / Divulgação)</figcaption></figure></figure><p>A maioria dos pictogramas encontrados no Canaima apresenta linhas retas conectadas para criar diversos padrões e desenhos. Predominantemente vermelhas, <strong>elas apresentam motivos geométricos, variando entre linhas de pontos, filas de X's e padrões em forma de estrela.</strong></p><p>Nos cenários pictóricos, <strong>há figuras de seres humanos, desenhados como bonecos de palito</strong>. Algumas dessas formas parecem ter sido entalhadas na pedra por ferramentas como rochas afiadas e martelos de pedra.&nbsp;</p><p>Para Pérez-Gómez, não é possível afirmar ao certo o que os habitantes da época pretendiam representar. Embora aposte em um possível significado ritual, ele reconhece que "é praticamente impossível entrar na mente das pessoas que viveram há tantos [milhares de] anos".</p><h2>Qual a origem da cultura desconhecida na Venezuela?</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;text-align:center;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/07/02/02232903791017.jpg" alt="X. "><figcaption>A cultura misteriosa que produziu a pintura rupestre pode ter migrado para outros lugares da América do Sul. (Fonte: José Miguel Pérez-Gómez / Divulgação)</figcaption></figure></figure><p>Sexto maior parque nacional do planeta, o Parque Nacional Canaima tem uma área de 30 mil quilômetros quadrados, <strong>o que o torna mais extenso que muito países</strong>, como a Bélgica, por exemplo. Segundo Pérez-Gómez, foi nesse mundo verde que a cultura misteriosa se desenvolveu, partindo depois para outros locais, como as margens do rio Amazonas, as Guianas e a Colômbia, todos com o mesmo tipo de arte rupestre.</p><p>Nos 20 locais onde os pictogramas foram observados pela equipe, foram também encontrados alguns restos de cerâmica e ferramentas de pedra, que podem ter sido usados pelos autores dos trabalhos. Os arqueólogos afirmam que, em futuras pesquisas, muitos desses detalhes poderão ser corretamente avaliados, <strong>e até mesmo descobertos novos locais com esse mesmo tipo de arte.</strong></p><p>Lutando para conseguir apoio econômico na Venezuela, onde há poucos recursos para a pesquisa científica atualmente, Pérez-Gómez está mantendo contato com pesquisadores de países vizinhos, como o Brasil, para continuar seu trabalho.</p>

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Arte rupestre de 4 mil anos na Venezuela pode ser de cultura desconhecida 

O famoso mímico usou a sua arte para salvar cerca de 70 crianças judias.

<p>Falecido em 2007, o francês Marcel Marceau é considerado até hoje o maior mímico de todos os tempos. Ele é sempre lembrado por seu talento e por ter sido responsável por difundir a arte da mímica no mundo todo.</p><p>Mas nem sempre as pessoas o associam pelo feito heroico que realizou. Durante a <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/122424-7-principais-e-datas-acontecimentos-da-segunda-guerra-mundial.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Segunda Guerra Mundial</a>, ele ajudou a salvar a vida de cerca de 70 crianças judias do poder dos nazistas, ao acompanhá-las até a fronteira com a Suíça.</p><h2>O ato heroico de Marcel Marceau durante a guerra</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/06/23/23104625069004.jpg" alt="(Fonte: GettyImages / Reprodução)"><figcaption>Marcel Marceau usou a técnica da mímica para salvar a vida de cerca de 70 crianças judias. (Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure><p>Marcel Mangel nasceu em 1923 em Estrasburgo, na França. Durante toda a sua vida, ele conviveu com a iminência da guerra. Em 1940, quando os nazistas invadiram a França, viu o seu pai, um açougueiro, ser enviado para <a href="https://www.tecmundo.com.br/minha-serie/280219-zona-interesse-historia-real-inspirou-filme-indicado-oscar.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Auschwitz</a> para morrer. Isso o fez estabelecer a convicção de que deveria sempre que lutar e resistir contra o terror.</p><p>Com 16 anos, Marcel uniu-se então à <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/desmistificando-6-equivocos-persistentes-sobre-a-segunda-guerra-mundial" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Resistência Francesa</a>, um conjunto de movimentos e redes que se colocava contra a ocupação alemã durante a guerra. Foi então que ele adotou o sobrenome Marceau para esconder sua identidade judaica, que o tornava alvo dos nazistas.</p><p>Seu talento para a mímica logo se tornaria uma estratégia muito importante para a resistência. Marceau ficou encarregado de liderar grupos de crianças judias para que elas, em silêncio, se encaminhassem para a fronteira com a Suíça. A técnica foi fundamental para que os pequenos se locomovessem sem barulho e de forma quase invisível pelas florestas. Estima-se que cerca de 70 crianças foram salvas dessa forma.</p><p>Soma-se a isso o fato que Marceau tinha um carisma incrível para lidar com os pequenos. Por resultado, fez parecer que aquele momento tenso era como uma brincadeira. "As crianças adoravam Marcel e se sentiam seguras com ele. Elas tinham que parecer que estavam simplesmente indo de férias para uma casa perto da fronteira com a Suíça, e Marcel realmente os deixou à vontade", relatou George, primo de Marcel Marceau, em uma entrevista ao Jewish Telegraphic Agency.</p><h2>A vibrante carreira do mímico</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/06/23/23110224098008.jpg" alt="(Fonte: GettyImages / Reprodução)"><figcaption>Marcel Marceau foi homenageado pela Legião de Honra Francesa pelos seus feitos. (Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure><p>Depois que a guerra acabou, Marceau retornou a Paris e sua carreira só cresceu. Ele matriculou-se na Escola de Arte Dramática de Charles Dullin no Sarah Bernhardt Theatre, onde estudou com um mímico muito renomado chamado Etienne Decroux.&nbsp;</p><p>Neste período, aprimorou a sua técnica e desenvolveu o estilo único que o tornaria reconhecido. Em 1947, <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/122743-5-coisas-estranhas-sobre-a-cantora-kate-bush.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Marcel Marceau</a> apresentou ao mundo o seu mais famoso personagem, chamado “Bip the Clown”, que era uma figura algo melancólica que vestia sempre uma camisa listrada e um chapéu de ópera adornado com uma flor.</p><p>Bip se tornou um sucesso imediato, e ajudou até a espalhar mundialmente uma imagem sobre a mímica. Muita gente até hoje associa essa arte justamente ao figurino que foi popularizado pelo personagem de Marcel Marceau, que era capaz de expressar toda a gama de emoções humanas sem dizer uma única palavra.</p><p>Curiosamente, ao longo da vida, Marceau falou poucas vezes em público sobre as atividades que desenvolveu durante a Segunda Guerra Mundial. Ele só fez isso no fim, quando foi homenageado pela Legião de Honra Francesa por conta de sua história.&nbsp;</p><p>Falecido em 2007, Marcel Marceau fez de sua existência um testemunho da importância da arte como uma das maneiras mais brilhantes para fazer a diferença na vida dos outros.</p>

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