Além de espécies raras adaptadas ao ambiente extremo, o deserto da Namíbia é onde toca uma música incessantemente.

<p>O deserto da Namíbia, localizado na África Meridional, desafia probabilidades com suas condições extremas: durante o dia, a temperatura pode alcançar os 60&nbsp;°C. Já no período noturno, varia entre -10&nbsp;°C e -15&nbsp;°C.</p><p>Essa <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/4-curiosidades-geograficas-quase-inacreditaveis-mas-verdadeiras" rel="noopener noreferrer" target="_blank">amplitude térmica</a> faz com que o local seja considerado inabitável por quem passa por lá. Mas ainda assim, algumas espécies conseguiram se adaptar para sobreviver em sua extensão, que totaliza 81 mil quilômetros quadrados.</p><p>Dentre os animais que podem ser encontrados, há os elefantes africanos. Já entre as espécies vegetais, a <i>Welwitschia mirabilis</i> é lembrada. E o que eles possuem em comum? A capacidade de sobreviver por longos períodos sem água — mas cada um faz isso de uma maneira diferente.</p><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/04/07/07235611995001.jpg" alt="(Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>Os elefantes africanos demonstram um grande conhecimento do ambiente em que vivem, memorizando os locais onde pode ser encontrada água. (Fonte: Getty Images/Reprodução)</figcaption></figure></figure><h2>Espécies que se adaptaram a um ambiente hostil</h2><p>Em se tratando dos <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/112871-wwf-alerta-elefantes-africanos-podem-ser-extintos-ate-2040.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">elefantes africanos</a>, seu corpo se mostra adaptado para esse ambiente: ele apresenta pés maiores, facilitando o deslocamento mesmo nas superfícies arenosas. Mas como podem sobreviver sem água? Utilizando a tromba, eles armazenam a bebida em uma bolsa faríngea, o que representa uma vantagem importante.</p><p>Com uma memória expressiva, esses animais também se movem por grandes áreas e localizam água facilmente, já que sempre mapeiam seu trajeto. Já com a <i>W. mirabilis</i>, também conhecida como polvo-do-deserto: não é menos surpreendente: a espécie é <a href="https://www.megacurioso.com.br/biologia/43136-10-dos-organismos-vivos-mais-antigos-da-terra.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">capaz de absorver a umidade do ar</a>.</p><p>Considerada ainda como uma das plantas mais resistentes do mundo, sua aparência exótica dá uma amostra única de como a evolução ocorreu nesse deserto bastante antigo — e é justamente a idade do local que contribui para que essas particularidades estejam presentes lá.</p><p>Para se ter uma ideia disso, estima-se que o deserto da Namíbia exista há pelo menos 55 milhões de anos, ou seja, trata-se do deserto mais antigo do planeta. Ele atravessa o território de três países: Namíbia, Angola e África do Sul. Ainda vale destacar que, por lá, o Mar de Areia da Namíbia se tornou Patrimônio Mundial da Unesco em 2013. As <a href="https://www.megacurioso.com.br/geologia/46890-como-e-que-as-dunas-se-formam.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">dunas</a> que são encontradas neste local são influenciadas pela neblina, que figura como a principal fonte de água, e oferecem uma visão deslumbrante.</p><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/04/07/07235850103002.jpg" alt="(Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>Espécies prosperaram mesmo em condições desfavoráveis oferecidas pelo deserto. (Fonte: Getty Images/Reprodução)</figcaption></figure></figure><h2>Uma música ecoa nas dunas da Namíbia</h2><p>Mas, além disso, o local ainda é o lar de esqueleto de antigas estruturas e espécies que foram parcialmente engolidas pelas dunas, localizadas próximas à costa. Elas revelam o destino trágico de muitos navios, aviões e animais que passaram pelo local em algum momento. E também servem de alerta para os perigos que se fazem presentes ainda hoje.</p><p>Curiosamente, esse deserto intrigante é onde ecoa um som clássico do ano de 1982. É isso mesmo, o artista Max Siedentopf teve a ideia de instalar alto-falantes conectados a um MP3 player, com baterias carregadas pela energia solar. Com isso, a <a href="https://www.tecmundo.com.br/software/138051-africa-banda-toto-tocar-looping-infinito-deserto-da-africa.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">música "África", da banda Toto, toca incessantemente no meio das dunas</a>.</p><p>É difícil dizer que a música deverá tocar por toda a eternidade, já que é esperado que em algum momento o equipamento seja destruído pelo ambiente hostil. A localização exata dessa instalação inusitada, que ocorreu em 2019, também não foi revelada.</p>

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O deserto mais antigo do mundo é lar de animais e plantas incríveis!

Líder haitiano foi um dos revolucionários mais importantes da história das Américas, e seu legado influenciou revoluções e revoltas de outros povos subjugados. 

<p style="text-align:justify;">Em meio à brutalidade da escravidão numa pequena colônia francesa, surgiu um homem que desafiaria o <i>status quo</i> e que mudaria para sempre o curso da história. Esse homem é <strong>Toussaint Louverture</strong>, um jovem negro que nasceu escravo e ascendeu de pastor a general e governador vitalício, tornando-se <strong>líder de uma das revoluções mais impactantes e bem-sucedidas da história moderna — a Revolução Haitiana.</strong></p><p style="text-align:justify;">Nascido em 1743 na colônia francesa de Saint Domingue, atual <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/119308-por-que-o-haiti-e-tao-pobre-entenda-a-historia-do-pais.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Haiti</a>, Toussaint foi filho de Gaou Guinon, um príncipe africano capturado e vendido como escravo. Desde jovem ele demonstrou uma determinação feroz e uma inteligência notável, características que o fariam gravar com sangue seu nome na história das revoluções. &nbsp;</p><h2 style="text-align:justify;">Um revolucionário nato</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/04/08/08091918053022.jpg" alt="Toussaint Louverture é um símbolo de luta para vários povos. (Fonte: GettyImages/ Reprodução) "><figcaption>oussaint Louverture é um símbolo de luta para vários povos. (Fonte: GettyImages/ Reprodução)</figcaption></figure></figure><p style="text-align:justify;">Apesar das adversidades impostas pelo regime brutal da escravidão, Louverture encontrou maneiras de estudar, sendo incentivado por pessoas como seu padrinho, o padre Simão Baptiste, que lhe ensinou a ler e escrever.</p><p style="text-align:justify;">Mas o jovem não era apenas um homem de letras, era também um conhecedor das artes da terra e, principalmente, um guerreiro muito habilidoso.&nbsp;</p><p style="text-align:justify;">Quando a <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/120949-5-enganos-historicos-sobre-a-revolucao-francesa.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Revolução Francesa</a> eclodiu, Toussaint viu uma oportunidade para mudança. <strong>Ele não se contentou em ser apenas um homem livre, ele queria libertar todo o seu povo da tirania dos proprietários de plantações</strong>.&nbsp;</p><p style="text-align:justify;">Então, em 1791, na fatídica "Noite do Fogo", ele se uniu à revolta dos escravos e rapidamente ascendeu às fileiras, tornando-se um dos generais mais respeitados da insurgência que deu início à Revolução Haitiana.</p><p style="text-align:justify;">O que se seguiu foi uma saga de lutas, alianças políticas e batalhas sangrentas. <strong>Toussaint emergiu</strong> como uma figura central nesse turbilhão de eventos, <strong>liderando os escravos insurgentes contra as forças coloniais francesas, espanholas e britânicas</strong>.</p><p style="text-align:justify;">O que torna Louverture tão notável é sua habilidade de unir diferentes grupos e liderar com respeito e determinação. Ao longo da Revolução Haitiana, ele formou alianças estratégicas com diferentes grupos, reconhecendo que a união era fundamental para alcançar a independência.&nbsp;</p><p style="text-align:justify;">Sua visão para o futuro do Haiti era de uma nação livre e igualitária, <strong>onde raça e cor da pele não ditassem o destino de seus cidadãos</strong>.</p><h2>Um adversário fatal</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/04/08/08092033122024.jpg" alt="Napoleão não ficou nada feliz com o poder do líder haitiano. (Fonte: GettyImages/ Reprodução) "><figcaption>Napoleão não ficou nada feliz com o poder do líder haitiano. (Fonte: GettyImages/ Reprodução)</figcaption></figure></figure><p style="text-align:justify;">Além de líder militar, <strong>Louverture também era um visionário político, que buscava não apenas a liberdade de seu povo, mas também sua prosperidade e autonomia</strong>. Sob seu governo, o Haiti cresceu, tendo ele introduzido reformas políticas e econômicas que transformaram a ilha numa terra de oportunidades e progresso.</p><p style="text-align:justify;">No entanto, sua visão de um Haiti livre e autônomo encontrou resistência, especialmente de <strong>Napoleão Bonaparte, que via no líder haitiano uma ameaça ao seu império e à escravidão</strong>, o que era impensável para o famoso estadista francês. Assim, Napoleão enviou um grande exército tomar a ilha e recuperar o poder.&nbsp;</p><p style="text-align:justify;">Em 1802, Toussaint foi capturado pelas <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/124285-a-obsessao-historica-das-pessoas-pelo-penis-de-napoleao-bonaparte.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">forças de Bonaparte</a>, sendo enviado para a França, onde morreu na prisão em 1803. <strong>Sua morte foi um golpe para o movimento pela independência haitiana, mas seu legado inspirou seus seguidores a continuarem a luta pela liberdade</strong>, e em 1804, o Haiti finalmente declarou sua independência, tornando-se a primeira república negra do mundo.</p><p style="text-align:justify;">Toussaint Louverture não é apenas um herói nacional do Haiti, mas um símbolo universal da resistência contra a opressão e da busca por justiça social, atributo &nbsp;que inspirou movimentos de libertação em todo o mundo, e seu legado continua vivo até hoje.</p>

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Toussaint Louverture: o líder da primeira independência da América Latina

Conheça o significado de 9 termos que eram muito usados entre os samurais.

<p>A série <i>Xógum: a gloriosa saga do Japão</i> está chegando ao fim da sua primeira temporada neste mês de abril e chamou a atenção de muita gente para o universo dos samurais. Produzida pela Hulu e FX, ela se baseia num romance homônimo de 1975, escrito por James Clavell.</p><p>Se você é um dos tantos fãs de <i>Xógum</i>, vai curtir conferir esse glossário com os principais termos citados na série. Veja a lista a seguir.</p><h2>Conheça <i>Xógum: a gloriosa saga do Japão</i></h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/04/07/07120959094004.jpg" alt="(Fonte: Star Plus/ Divulgação)"><figcaption>O marinheiro britânico Jack Blackthorne em Xógun: a gloriosa saga do Japão. (Fonte: Star Plus/ Divulgação)</figcaption></figure></figure><p>A minissérie <i>Xógun: a gloriosa saga do Japão&nbsp;</i>explora uma trama que gira em torno do marinheiro britânico Jack Blackthorne (papel de Cosmo Jarvis). Após naufragar seu navio no litoral japonês, ele acaba se envolvendo com conflitos políticos e bélicos, uma vez que o país está no início de uma guerra civil.</p><p>Para sobreviver, ele é usado como peão pelo líder japonês Lord Toranaga (Hiroyuki Sanada), um poderoso <i>busho</i> (senhor da guerra) de uma linhagem e lorde da extensa região de Kanto. No início da trama, Toranaga está isolado e em desvantagem em relação a seus inimigos, localizados no Castelo de Osaka.</p><p>No entanto, ele busca chegar ao topo da cadeia governante, ou Shogun. A história então aborda o contexto das navegações e explora o universo mítico dos <a href="https://www.megacurioso.com.br/historia-e-geografia/44725-10-fatos-curiosos-que-talvez-voce-nem-imagine-sobre-os-samurais.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">samurais</a> (a classe de guerreiros que surgiu no Japão no século X, e que prestaram serviços militares até o século XIX) e das <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/128101-gueixas-a-realidade-oculta-das-damas-de-companhia-do-japao.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">gueixas</a> (artistas tradicionais japonesas que se dedicavam a entreter em festas, reuniões ou banquetes, sejam exclusivamente femininos ou masculinos).&nbsp;</p><h2>O glossário utilizado em <i>Xógum</i></h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/04/07/07120930582003.jpg" alt="(Fonte: Star Plus/ Divulgação)"><figcaption>Cena de Xógun: a gloriosa saga do Japão. (Fonte: Star Plus/ Divulgação)</figcaption></figure></figure><p>Na série, há muitos termos utilizados pelos personagens e que exigem alguma compreensão avançada do espectador. Conheça a seguir o significado dessas palavras.</p><h3>1. Anjin</h3><p>Termo japonês que designa “piloto”. É o nome pelo qual o marinheiro John Blackthorne se torna conhecido quando chega ao país oriental.</p><h3>2. Busho</h3><p>Nome dado aos senhores de guerra, que tinham alto grau de poder e riqueza e dominavam um <a href="https://www.megacurioso.com.br/historia-e-geografia/75732-viagem-no-tempo-como-era-a-vida-em-um-castelo-medieval.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">feudo</a>, com controle tanto militar quanto administrativo.</p><h3>3. Consorte</h3><p>Termo que era empregado para designar uma parceira fora do matrimônio. Para os homens, era permitido ter apenas uma esposa legalmente, mas suas parceiras extraconjugais eram chamadas de consortes ou <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/126981-xiaowu-o-imperador-que-morreu-por-uma-piada-que-fez-com-sua-concubina.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">concubinas</a>.&nbsp;</p><p>O casamento era tido como um elemento da vida política, e a parceira era escolhida pelo pai. Já as consortes poderiam ser escolhidas pelos próprios samurais. Entretanto, os filhos das consortes eram considerados legítimos e podiam se tornar herdeiros.</p><div data-attrid="tw-targetArea" data-entityname="Google Translate"><h3 data-cviv="false" data-ved="2ahUKEwjlysS8rLCFAxXaqZUCHeVPAzYQz_AEegQIBRAV">4. Edo</h3><p>O nome foi dado a uma cidade fundada em 1590, no local onde ficava um castelo medieval. Em 1868, ela se tornaria a capital do Japão, hoje chamada de <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/107363-veja-como-era-a-vida-em-toquio-no-japao-ha-mais-de-um-seculo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Tóquio</a>.</p><h3>5. Kosho</h3><p>Um <i>kosho</i> era um jovem que servia a um <i>busho</i>, servindo como uma espécie de guarda-costas, atendente, secretário e às vezes até de seu amante. Costumava ser o filho de um samurai de outro escalão. Na idade adulta, ele se tornava também um samurai.</p><h3>6. Nô</h3><p>O <i>nô</i> é uma <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/121254-como-surgiu-o-teatro-uma-das-artes-mais-antigas-que-conhecemos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">forma de teatro</a> que combina dança e elementos musicais. Era extremamente popular entre a classe samurai. Muitos senhores de guerra não apenas assistiam, mas também participavam das peças.</p></div><div data-attrid="tw-targetArea" data-entityname="Google Translate"><h3 data-cviv="false" data-ved="2ahUKEwjlysS8rLCFAxXaqZUCHeVPAzYQz_AEegQIBRAV">7. Kaiken</h3><p>Era uma pequena adaga dada a todas as mulheres de samurais para proteção. A arma era mantida perto do peito. Durante o período Edo, quando os <i>obi</i> (cintos) ficaram mais largos, o <i>kaiken</i> era usado no quadril.</p><h3>8. Kosode</h3><p>O <i>kosode</i> era uma vestimenta unissex padrão usada durante o período Sengoku. Foi o precursor do <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/128007-5-roupas-tradicionais-que-turistas-poder-usar-sem-serem-ofensivos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">quimono</a>, mas tinha um tamanho menor, com mangas mais estreitas e curtas e uma gola mais longa.</p></div><h3>9. Sepukku</h3><p>O <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/122245-harakiri-o-cruel-ritual-de-suicidio-dos-samurais.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank"><i>sepukku</i></a> é o famoso ritual em que um samurai comete suicídio cortando a barriga com uma espada curta. Extremamente doloroso, ele era executado para demonstrar coragem ao encerrar com a própria vida.</p><p>Dentre as razões que levavam a essa atitude, estava a de escapar da vergonha por perder uma batalha ou assumir a responsabilidade por um crime.</p>

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9 palavras para entender o universo dos samurais

Embora ocupassem cargos de liderança nas sociedades das quais participavam, os druidas não deixaram registros escritos da sua história.

<p>Uma classe diferenciada de pessoas na sociedade celta, documentada pela primeira vez em escritos do século III a.C., <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/122859-afinal-quem-foram-os-druidas.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">os druidas eram filósofos, professores, conselheiros e mágicos</a>. Apesar de sua tradição de sabedoria e destaque social, <strong>esses homens iluminados não deixaram uma história escrita,</strong> sendo geralmente descritos por pessoas não druidas, como os romanos, que tenham motivos de sobra para denegri-los.&nbsp;</p><p><strong>Um dos primeiros historiadores a descrever os druidas foi o próprio líder romano Júlio César</strong> que invadiu a Gália (hoje França) durante o primeiro século antes de Cristo. Em sua obra denominada <i>Comentários sobre a Guerra das Gálias</i>, ele diz que os druidas “estão envolvidos em coisas sagradas, conduzem sacrifícios públicos e privados, e interpretam todos os assuntos religiosos”.&nbsp;</p><p>Outro historiador romano, Cornélio Tácito, escreveu por volta do ano 116 d.C. que os druidas constituíam um povo violento, <strong>que tinha o costume de cobrir seus altares com o sangue dos prisioneiros que capturavam, além de realizar consultas aos seus deuses usando entranhas humanas</strong>.</p><h2>Mas quem eram realmente os druidas?</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;text-align:center;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/03/26/26204559240325.jpg" alt="x"><figcaption>Carvalhos eram considerados sagrados e um símbolo de conhecimento para os druidas. (Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure><p>Embora possivelmente derivada da palavra irlandesa-gaélica <i>doire</i> (carvalho), "druida" também significava “sábio da floresta” ou “vidente forte”. Segundo César, os druidas memorizavam suas crenças e as transmitiam oralmente, <strong>formando pessoas encarregadas de ensinar e orientar a sociedade na qual viviam. &nbsp;</strong></p><p>“[Eles] determinam respeitar quase todas as controvérsias, públicas e privadas; e se tiver sido cometido qualquer crime, se tiver sido cometido homicídio, se houver qualquer disputa sobre uma herança, se houver sobre limites, essas mesmas pessoas decidem; <strong>eles decretam recompensas e punições</strong>”, explica o conquistador romano.</p><p><a href="https://www.megacurioso.com.br/datas-comemorativas/85629-voce-conhece-as-tradicoes-que-deram-origem-ao-halloween.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Reunindo-se periodicamente em bosques sagrados,</a> <strong>os druidas eram supervisionados por uma autoridade — o Arquidruida — que vestia uma roupa dourada</strong>. Seguindo a hierarquia, vinham os oficiais de alto nível, que usavam branco; os guerreiros, que usavam vermelho; artistas de azul, e os noviços, que vestiam preto ou marrom. &nbsp;</p><h2>Os druidas realizavam sacrifícios humanos?</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;text-align:center;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/03/26/26212151392342.jpg" alt="Um "><figcaption>Um "homem de vime" como o descrito por Júlio César. (Fonte: Biblioteca Nacional do País de Gales)</figcaption></figure></figure><p><a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/128577-projetil-achado-na-espanha-pode-ser-de-batalha-entre-julio-cesar-e-filhos-de-pompeu.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Júlio César destacou grande parte de suas Guerras Gálicas</a> para descrever atrocidades supostamente cometidas pelos druidas, que seriam os executores de sacrifícios humanos, normalmente de criminosos, mas também de inocentes, na falta daqueles. <strong>Tais execuções, diz o futuro ditador romano, eram realizadas de forma bárbara e cruel.&nbsp;</strong></p><p>Um artefato que ficou especialmente ligado à tradição druida foi o chamado "Wicker Man", uma enorme figura humanoide feita de vime, que era preenchida com uma ou mais vítimas vivas, e posteriormente incendiada. <strong>“Homens perecem envolvidos nas chamas”,</strong> escreveu César.&nbsp;</p><p>Seja como for, esses relatos devem ser vistos com ressalvas, visto que, como líderes espirituais com grande influência sobre os povos que os romanos estavam conquistando, <strong>os druidas eram as principais figuras a serem erradicadas na Gália e nas Ilhas Britânicas.</strong> Ressuscitado na era moderna, o Druidismo continua atraindo adeptos pelo mundo.&nbsp;</p>

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A misteriosa história dos druidas, os líderes espirituais do mundo antigo

Explorando os enigmas do passado em relatos intrigantes de supostos encontros com alienígenas ao longo da história.

<p>Quando pensamos em avistamentos de alienígenas, é comum associá-los à era moderna, repleta de relatos de OVNIs e teorias de conspiração. No entanto, ao longo da história, há registros que sugerem encontros com seres extraterrestres muito antes de serem uma parte integrante da cultura pop.</p><p>Conheça sete desses encontros históricos, ocorridos séculos antes da era dos OVNIs, revelando histórias que desafiam nossa compreensão do universo e deixam uma marca indelével na memória da humanidade.</p><h2>1. A onda de dirigíveis nos Estados Unidos (1896-1897)</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><p><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/03/25/25192735029306.jpg" alt="Muitos americanos alegaram ter visto dirigíveis nos céus dos EUA. (Fonte: Getty Images/Reprodução)">&nbsp;<a class="fonte_imagem" href="https://www.gettyimages.com.br/"> GettyImages </a>Muitos americanos alegaram ter visto dirigíveis nos céus dos EUA. (Fonte: Getty Images/Reprodução)</p></figure><p>Entre 1896 e 1897, uma onda de aparições de dirigíveis intrigou os Estados Unidos, com relatos de objetos voadores semelhantes a aeronaves em várias regiões do país. Centenas de milhares de pessoas testemunharam esses eventos, desafiando explicações convencionais e permanecendo inexplicados até hoje.</p><h2>2. As fotografias inexplicáveis de Bonilla (1883)</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/03/25/25193223111308.jpg" alt="Fotografia de Jose Bonilla. (Fonte: Wikimedia Commons/Reprodução)"><figcaption>Fotografia de Jose Bonilla. (Fonte: Wikimedia Commons/Reprodução)</figcaption></figure></figure><p>O astrônomo mexicano José Bonilla capturou centenas de fotografias intrigantes de objetos voadores bloqueando o sol em 1883. Apesar de sugestões de que poderiam ser gansos ou um cometa se desintegrando, as imagens permanecem inexplicáveis. A possibilidade de um encontro com naves extraterrestres ou fenômenos celestes ainda desafia a compreensão científica.</p><h2>3. O enigma dos OVNIs na Coreia (1609)</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/03/25/25193834453309.png" alt="Localização de Gangwon (em marrom) na Coreia. (Fonte: Wikimedia Commons/Reprodução)"><figcaption>Localização de Gangwon (em marrom) na Coreia. (Fonte: Wikimedia Commons/Reprodução)</figcaption></figure></figure><p>Em setembro de 1609, a província de Gangwon, na Coreia, foi palco de testemunhos em massa de objetos voadores não identificados. Documentados meticulosamente na época, esses avistamentos envolvem relatos de halos no céu e objetos voadores, inclusive por autoridades governamentais respeitadas. A persistência desses eventos nos registros históricos questiona explicações convencionais.</p><h2>4. Enigmáticos fenômenos celestes na Basileia (1566)</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/03/25/25194150836313.jpg" alt="Basileia, na Suíça. (Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>Basileia, na Suíça. (Fonte: Getty Images/Reprodução)</figcaption></figure></figure><p>Em julho e agosto de 1566, os moradores da cidade suíça de Basileia foram surpreendidos por uma série de eventos celestes incomuns. Testemunhas relataram um <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/121633-por-que-eclipses-lunares-sao-mais-comuns-que-os-solares.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">eclipse lunar</a> seguido por um amanhecer vermelho e a presença de esferas ou orbes bizarros no céu. Ufólogos sugerem que estes avistamentos podem ter sido parte de uma batalha alienígena, enquanto interpretações contemporâneas os ligam a eventos religiosos. A misteriosa natureza desses fenômenos desafia explicações convencionais.</p><h2>5. Presságios no céu da Inglaterra (1066)</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/03/25/25192622400305.jpg" alt="Cometa Halley. (Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>Cometa Halley. (Fonte: Getty Images/Reprodução)</figcaption></figure></figure><p>Em 1066, o <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/113428-saiba-mais-sobre-o-cometa-halley-e-quando-ele-vai-poder-ser-visto.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">cometa Halley</a> foi avistado na Inglaterra, coincidindo com eventos históricos cruciais, como a morte do rei Haroldo II e a Batalha de Hastings. Embora interpretado como um presságio na época, a visualização do cometa levanta questões sobre como os eventos celestes influenciaram a percepção das pessoas na Idade Média, sem o conhecimento moderno sobre fenômenos astronômicos.</p><h2>6. Alexandre, o Grande e os misteriosos objetos voadores (329 a.C.)</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/03/25/25192445842304.jpg" alt="Alexandre, o Grande. (Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>Alexandre, o Grande. (Fonte: Getty Images/Reprodução)</figcaption></figure></figure><p>Os relatos sugerem que <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/128941-no-gordio-um-enigma-que-desafiou-ate-alexandre-o-grande.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Alexandre, o Grande</a>, e seu exército testemunharam encontros com objetos voadores não identificados durante suas campanhas militares. Descrições de escudos prateados cuspidores de fogo e objetos grandes voando pelos céus levantam questões sobre possíveis encontros com espaçonaves alienígenas na antiguidade.</p><h2>7. A visão enigmática de Ezequiel (século VI a.C.)</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/03/25/25192323658303.jpg" alt="Ezequiel e a visão das quatro rodas. (Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>Ezequiel e a visão das quatro rodas. (Fonte: Getty Images/Reprodução)</figcaption></figure></figure><p>O Livro de Ezequiel, na Bíblia, narra um encontro misterioso envolvendo seres com quatro faces e quatro rodas, frequentemente interpretado como uma visão religiosa. No entanto, para alguns ufólogos, as descrições detidas no livro sugerem um possível encontro com entidades extraterrestres. A ambiguidade desses relatos alimenta debates sobre a natureza da experiência de Ezequiel.</p>

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7 encontros históricos marcantes com possíveis alienígenas

Conhecida como Thonis pelos egípcios e Heracleion pelos gregos, a cidade serviu como o maior porto da região durante séculos.

<p><strong>Antes de Alexandre, o Grande, fundar Alexandria em 331 a.C., a cidade de Thonis-Heracleion era o maior porto mediterrâneo do Egito</strong>. Há muito tempo, porém, ela acabou afundando no <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/111373-nova-ilha-se-formou-no-mediterraneo-e-ela-e-feita-de-toneladas-de-lixo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Mar Mediterrâneo</a>. Durante mais de um milênio, sua existência foi sendo quase esquecida, chegando até ao ponto de ser questionada.</p><p>Contudo, as primeiras respostas surgiram nos séculos XX e XXI. Nesse período, mergulhadores começaram a encontrar evidências de Thonis-Heracleion no fundo do mar, onde a cidade estava coberta por uma espessa camada de sedimentos. Em 2000, por exemplo, moedas, cerâmicas e estátuas da antiga cidade egípcia passaram a montar o quebra-cabeça sobre como ela foi um dia.&nbsp;</p><h2>A saga de Thonis-Heracleion</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/04/03/03132219999190.webp" alt="Resquícios de Thonis-Heracleion no fundo do mar. (Fonte: GettyImages)"><figcaption>Resquícios de Thonis-Heracleion no fundo do mar. (Fonte: Christoph Gerigk/Franck Goddio/Hilti Foundation/Reprodução)</figcaption></figure></figure><p>Fundada por volta do século VIII a.C., Thonis-Heracleion passou muito tempo sendo considerada detentora do maior e mais importante porto do Egito. Situada na atual Baía de Abu Qir, a cidade recebia navios de todo o mundo que traziam mercadorias para o Egito.</p><p>Em seu auge histórico, a cidade exercia grande influência na região e era extremamente dinâmica. O problema, no entanto, é que quase todas as suas descrições foram sendo perdidas com o tempo, exceto na mitologia. No passado, o historiador grego <strong>Heródoto afirmou que Thonis-Heracleion foi a primeira cidade que Hércules teria pisado ao chegar no Egito</strong>.</p><p>Após a <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/farol-de-alexandria-a-queda-de-uma-das-maravilhas-do-mundo-antigo" rel="noopener noreferrer" target="_blank">construção de Alexandria</a> em 331 a.C., Thonis-Heracleion foi sendo rapidamente esquecida. Isso acabou se intensificando após a sua ilha central ter deslizado para o mar, junto dos principais templos da cidade, após um desastre natural no final do século II. Assim, já no século VIII d.C., ela desaparecera completamente e tudo que ficou para trás foram algumas das lendas.</p><h2>O resgate de um marco histórico</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/04/03/03132331122191.jpeg" alt="Estátua de Hapi, deusa egípcia da fertilidade, também foi achada no Mediterrâneo. (Fonte: Christoph Gerigk/Franck Goddio/Hilti Foundation)"><figcaption>Estátua de Hapi, deusa egípcia da fertilidade, também foi achada no Mediterrâneo. (Fonte: Christoph Gerigk/Franck Goddio/Hilti Foundation/Reprodução)</figcaption></figure></figure><p>Arqueólogos passaram séculos em busca de novas informações sobre Thonis-Heracleion, mas sempre sem resultados promissores. Na década de 1990, no entanto, tudo mudou quando o Instituto Europeu de Arqueologia Subaquática (IEASM) e o Conselho Supremo Egípcio de Antiguidades conseguiram localizar alguns resquícios da antiga cidade egípcia a seis quilômetros da costa.</p><p>No ano 2000, mergulhadores começaram a explorar o local e descobriram algo incrível: <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/120045-6-estatuas-ao-redor-do-mundo-com-historias-megacuriosas.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">estátuas</a> com mais de 4,5 metros de altura, taças, sarcófagos, lajes de pedra com hieróglifos, capacetes de guerra e muito mais, estavam enterrados no fundo do mar. O exemplar de estátua mais impressionante é certamente o de Hapi, o deus da fertilidade, que uma vez serviu como guardião do porto de Thonis-Heraclion, e a de Cleópatra III, uma das rainhas do Egito no século II.</p><p>Nos últimos anos, algumas outras expedições à cidade subaquática também descobriram um antigo navio militar grego e um complexo funerário do século IV a.C. À medida que a exploração continua, os pesquisadores esperam que Thonis-Heracleion possa seguir oferecendo mais tesouros incríveis para a humanidade e que mais informações sobre o seu passado sejam redescobertas.&nbsp;</p><p>&nbsp;</p>

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Thonis-Heracleion: a antiga cidade egípcia que sumiu no Mediterrâneo

Joseph Pilates inventou na prisão um método revolucionário inspirado pelos gatos e praticado por mais de 20 milhões de pessoas no mundo.

<p>Praticado em todo o mundo por mais de 20 milhões de pessoas, <a href="https://www.tecmundo.com.br/ciencia/259630-pilates-emagrece-veja-beneficios-exercicio.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">o Pilates é um sistema de exercícios físicos e alongamentos</a> destinado ao fortalecimento muscular, melhora da flexibilidade e equilíbrio, e redução do estresse. Realizada na modalidade solo, com o peso do próprio corpo como resistência, ou também com aparelhos específicos, a técnica chega aos 104 anos como um método eficaz, acessível, variado e popular.&nbsp;</p><p>Mas o que muita gente não sabe, mesmo os praticantes, é que o inventor do sistema, inclusive dos aparelhos, <strong>o alemão Joseph Pilates, elaborou tudo isso dentro de um campo de prisioneiros de guerra</strong>. E, o que é mais fascinante, inspirado no <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/121816-como-a-anatomia-dos-gatos-os-deixa-flexiveis-e-ageis.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">movimento dos gatos selvagens</a> que frequentavam o local em busca de restos de comida.</p><p><strong>“Observe um gato abrindo os olhos preguiçosamente, olhando lentamente ao redor e gradualmente se preparando para se levantar após uma soneca”</strong>, escreveu Pilates em seu livro <i>Retorno à vida através da Contrologia</i>, de 1945.</p><h2>Quem foi Joseph Pilates?</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;text-align:center;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/03/25/25163831939240.jpg" alt="x"><figcaption>Pilates com a cantora lírica Roberta Peters em seu estúdio em Nova York. (Fonte: Michael Rougier/Time&amp;Life Pictures/Getty Images)</figcaption></figure></figure><p>Nascido na cidade alemã de Mönchengladbach, em 1883, Joseph Pilates era a antítese de bem-estar físico. Quando garoto, sofria<strong>&nbsp;de asma, raquitismo e febre reumática, além de constantemente ser vítima de bullying na escola</strong>. Aos cinco anos, ficou cego do olho esquerdo, supostamente em consequência de uma pedrada desferida por um de seus agressores.</p><p>Inspirado no pai, que era ginasta, Pilates começou a reeducar seu corpo <a href="https://www.megacurioso.com.br/boa-forma/76666-os-beneficios-da-pratica-de-pilates-e-ioga-na-agua-e-na-sauna.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">usando várias técnicas como fisiculturismo, luta livre, ioga, ginástica, esqui, boxe e artes marciais</a>. A combinação funcionou e, aos 14 anos, ele atingiu um físico tão perfeito que até posava como modelo para gráficos de anatomia.</p><p>Parte da trupe de um circo alemão <strong>como contorcionista, e também boxeador profissional,</strong> Pilates estava excursionando pela Inglaterra em 1914, quando a eclosão da Primeira Guerra Mundial o levou à prisão. Temendo sabotagens e espionagem, o governo britânico determinou que todos os alemães residentes no país fossem confinados à remota ilha de Man, no mar da Irlanda.</p><h2>O nascimento do método Pilates na prisão</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;text-align:center;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/03/25/25173657610270.jpg" alt="x"><figcaption>Pilates e seu mundialmente famoso cadillac. (Fonte: I.C. Rapoport/Balanced Body/Divulgação)</figcaption></figure></figure><p>Presos no Campo de Internamento de Knockaloe, os 24 mil alemães que imigraram para a Inglaterra em busca de melhores salários e oportunidades <a href="https://www.tecmundo.com.br/ciencia/260701-tipo-atividade-fisica-traz-beneficios-saude-mental.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">não tinham absolutamente nada para fazer</a>. Com isso, centenas de pessoas foram internadas em um hospital onde um único médico tentava sem sucesso tratar a perigosa gripe que se espalhava.&nbsp;</p><p>Ao tentar tratar esse público, Pilates obteve acesso com a condição de que nenhum paciente saísse da cama. O alemão não desistiu e logo começou a prender bobinas de metal encontradas pelo campo nas cabeceiras das camas.&nbsp;</p><p>Em seguida, conduziu os detentos a estender as pernas, enquanto os braços se moviam contra a tensão das molas, inspirando no alongamento muscular e expirando na fase de força. <strong>A desumana prisão na ilha escarpada acabou se transformando em laboratório para Pilates</strong>, que teve assim tempo para consolidar o seu método, e explorar doenças diferentes.</p><h2>O sucesso mundial do método Pilates</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;text-align:center;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/04/05/05115312957149.jpg" alt="Um anúncio vintage do reformer. (Fonte: Sean Gallaghers Pilates Archives)."><figcaption>Um anúncio vintage do reformer. (Fonte: Sean Gallaghers Pilates Archives/Reprodução).</figcaption></figure></figure><p>Depois que o método se popularizou entre um pequeno grupo de profissionais, Pilates foi convidado para treinar o exército alemão em 1925, mas preferiu se mudar para Manhattan, nos EUA, <strong>onde montou uma academia que seria um protótipo do primeiro estúdio do método no mundo</strong>. No barco, a caminho de Nova York, conheceu sua esposa Clara, sua companheira por 42 anos.</p><p>A novidade foi um tremendo sucesso, logo conquistando dançarinos profissionais, socialites de Nova York e estrelas de Hollywood.</p><p>Na prática, Pilates remava contra a maré crescente da cultura fitness do século XX e, em vez de músculos proeminentes "à la Charles Atlas", ele entregou a todos, desde funcionários de escritório a bailarinas e donas de casa, <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/127230-por-que-pessoas-mais-velhas-gemem-ao-sentar-ou-levantar.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">uma vida com maior mobilidade e ritmo corporal</a>. Aos novos clientes, <strong>prometia tão somente o movimento largado das crianças e a destreza tranquila dos gatos.</strong></p>

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Joseph Pilates: o artista de circo que inventou o método de exercício dentro da prisão

Descubra a verdade por trás dos mitos persistentes que cercam o conflito global mais significativo da história.

<p>A <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/112268-entenda-como-comecou-a-segunda-guerra-mundial.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Segunda Guerra Mundial</a> é um evento monumental que moldou o curso da história moderna. No entanto, apesar de toda a atenção e análise que recebeu ao longo dos anos, <strong>ainda persistem muitos equívocos</strong> sobre os eventos que se desenrolaram durante esse período. Conheça seis mitos que ainda persistem sobre esse conflito histórico.</p><h2>1. O ataque a Pearl Harbor e o envolvimento dos EUA</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/03/20/20215516615315.jpg" alt="Ataque a Pearl Harbor. (Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>Ataque a Pearl Harbor. (Fonte: Getty Images/Reprodução)</figcaption></figure></figure><p>O <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/120575-o-ataque-a-pearl-harbor-na-visao-de-um-sobrevivente.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">ataque a Pearl Harbor</a>, em 7 de dezembro de 1941, foi um evento catastrófico que pegou os Estados Unidos de surpresa e teve um impacto significativo na decisão do país de entrar na guerra. No entanto, é importante notar que as tensões entre os Estados Unidos e o Japão já vinham se acumulando devido à expansão agressiva do Japão na Ásia. Além disso, os Estados Unidos estavam fornecendo apoio material significativo aos Aliados, especialmente à Grã-Bretanha, por meio do programa Lend-Lease, antes mesmo do ataque a Pearl Harbor.</p><h2>2. O papel das bombas atômicas em Hiroshima e Nagasaki</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/03/20/20215809499316.jpg" alt="Bomba atómica. (Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>Bomba atómica. (Fonte: Getty Images/Reprodução)</figcaption></figure></figure><p>Embora os <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/122424-7-principais-e-datas-acontecimentos-da-segunda-guerra-mundial.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">bombardeios atômicos de Hiroshima e Nagasaki</a> tenham sido eventos devastadores que desempenharam um papel na rendição do Japão, eles não foram os únicos fatores que levaram a essa decisão. Os bombardeios convencionais dos Aliados já haviam causado uma destruição significativa no Japão, e a iminente entrada da União Soviética na guerra contra o Japão também pressionou o governo japonês a buscar um fim rápido ao conflito.</p><h2>3. Unidade dos Estados Unidos durante a guerra</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/03/20/20220112255318.jpg" alt="Os Estados Unidos enfrentaram divisões internas sobre a participação no conflito. (Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>Os Estados Unidos enfrentaram divisões internas sobre a participação no conflito. (Fonte: Getty Images/Reprodução)</figcaption></figure></figure><p>Apesar do discurso de unidade nacional, os Estados Unidos enfrentaram divisões internas durante a Segunda Guerra Mundial. Grupos de isolacionistas, liderados por figuras como o aviador Charles Lindbergh, se opuseram fortemente <a href="https://www.tecmundo.com.br/ciencia/280523-nova-guerra-fria-general-norte-americano-comenta-vulnerabilidade-espaco.htm">à entrada do país na guerra</a>, argumentando que os Estados Unidos deveriam se concentrar em questões domésticas. Além disso, a comunidade japonesa-americana foi alvo de discriminação e internação, refletindo tensões internas dentro do país.</p><h2>4. Ocupação da França pelos nazistas</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/03/20/20220502848319.jpg" alt="Resistência francesa durante a Segunda Guerra Mundial. (Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>Resistência francesa durante a Segunda Guerra Mundial. (Fonte: Getty Images/Reprodução)</figcaption></figure></figure><p>Um mito comum sobre a ocupação da França durante a Segunda Guerra Mundial é que os franceses aceitaram passivamente a presença nazista, sem resistência significativa. No entanto, a realidade é diferente. Durante esse período, os franceses responderam com resistência ativa, incluindo movimentos clandestinos e atos de sabotagem, desafiando ativamente a autoridade nazista e colaboracionista.</p><h2>5. O slogan "Keep Calm and Carry On"</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/03/20/20220650196320.jpg" alt="Slogan "><figcaption>Slogan "Keep Calm and Carry On". (Fonte: Getty Images/Reprodução)</figcaption></figure></figure><p>Embora o slogan "Keep Calm and Carry On" seja frequentemente associado à resistência britânica durante a Segunda Guerra Mundial, ele foi criado como parte de uma campanha de propaganda de emergência do governo britânico. Na realidade, o slogan não foi amplamente utilizado durante a guerra e só ganhou popularidade décadas depois, como um ícone da cultura britânica.</p><h2>6. Teorias da sobrevivência de Hitler</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/03/20/20220846903321.jpg" alt="Adolf Hitler. (Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>Adolf Hitler. (Fonte: Getty Images/Reprodução)</figcaption></figure></figure><p>Apesar das especulações persistentes sobre a sobrevivência de Hitler, as evidências históricas e forenses confirmam que Hitler morreu no Fuhrerbunker, em Berlim, em abril de 1945. Os exames detalhados, incluindo análises dentárias, foram conduzidos nos restos mortais encontrados no local, e testemunhas de seu círculo interno também confirmaram sua morte e o enterro de seu corpo. Essas evidências robustas refutam especulações sobre sua fuga e sobrevivência após o fim da Segunda Guerra Mundial.</p><p><span class="ui-provider a b c d e f g h i j k l m n o p q r s t u v w x y z ab ac ae af ag ah ai aj ak" dir="ltr">Ficou com alguma dúvida? Conte para gente em nossas redes sociais e aproveite para compartilhar a matéria com seus amigos!</span></p>

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Desmistificando 6 equívocos persistentes sobre a Segunda Guerra Mundial

Há 60 anos, o Brasil entrava no pior período de sua história: a brutal ditadura.

<p>A antropóloga e historiadora Lilia Schwarcz disse que existe um desejo do brasileiro em ver a ditadura militar como uma utopia que melhoraria a economia, estabilidade e a segurança. Segundo ela, isso acontece porque o brasileiro tem "uma mania de projetar a responsabilidade por suas desgraças", e um governo militar é a melhor maneira de fazer isso. Afinal, o autoritarismo e a falsa sensação de distância cimentam perfeitamente a necessidade em se eximir da culpa.</p><p>Em uma entrevista à <i>BBC News</i>, em 2018, o especialista em estudos sobre a ditadura militar, Carlos Fico explicou que negar a ditadura é uma idiotice sem tamanho.&nbsp;</p><p>“O que acho mais significativo, em termos da sociedade brasileira, é que muita gente diz que, naquele tempo, as coisas eram melhores. Não negam que houve uma ditadura, ao contrário, dizem que era até melhor”, comentou ele ao jornal. “Isso acontece porque a memória que se construiu no Brasil sobre a ditadura não é uma memória traumática como foi, por exemplo, na Argentina. Lá, a repressão foi muito visível. Pessoas eram mortas nas ruas, às vistas de todos”.</p><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/04/01/01092045379049.jpg" alt="(Fonte: GettyImages/Reprodução)"><figcaption>Tornou-se comum que pessoas neguem o horror que foi a ditadura militar brasileira. (Fonte: GettyImages/Reprodução)</figcaption></figure></figure><p>Carlos Fico ainda completa que o problema da Lei da Anistia é que ela não deu uma grande visibilidade à repressão e, uma vez que não houve essa memória traumática da ditadura, somou-se à longa tradição brasileira de conciliação que existe na nossa política. O fato de os militares e civis que violaram os direitos humanos nunca terem sido julgados tornou o fim da ditadura militar uma transição macia, praticamente inconclusa, como se o período não tivesse existido – ou pior, não tivesse sido tão ruim.</p><p><strong>Nesses 60 anos do Golpe, essas são as 4 datas mais marcantes da história da Ditadura Militar no Brasil</strong>.</p><ul><li><strong>Leia mais: </strong><a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/118211-ditadura-militar-como-e-por-que-aconteceu-o-golpe-de-1964.htm"><strong>Ditadura Militar: como e por que aconteceu o Golpe de 1964?</strong></a></li></ul><h2>1. 9 de abril de 1964</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/04/01/01092302659050.jpeg" alt="(Fonte: Forças Terrestres/Reprodução)"><figcaption>Tanques de guerra dominaram o Rio de Janeiro de 1964.(Fonte: Forças Terrestres/Reprodução)</figcaption></figure></figure><p>Na terça-feira de 31 de março de 1964, a Quarta República (1946-1964), sob a gestão de João Goulart, foi desmantelada quando as Forças Armadas enviaram tanques e tropas para o Rio de Janeiro, não apenas como forma de demonstrar a força militar, mas também para assegurar algum tipo de resistência por parte dos apoiadores de Jango. Ali concretizava-se o golpe militar, após um período de grande agitação política em que foi estabelecida a ideia por parte dos setores conservadores da sociedade de que o alinhamento político do então presidente estava carregado de um cunho socialista ou comunista.</p><p>Isso foi parte de um aparato desenvolvido pelos Estados Unidos sobre os países da América Latina, temendo uma suposta expansão das ideias consideradas comunistas, visto que seu embate era cada vez maior contra a então União Soviética.</p><p>Assim que Jango partiu para seu exílio no Uruguai e uma Junta Militar, autodenominada Comando Supremo da Revolução, assumiu o poder do país, em 9 de abril de 1964, foi implementado o AI-1, o primeiro decreto-lei de uma série de Atos Institucionais que serviram para legitimar de todas as maneiras o aparato da ditadura.</p><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/04/01/01092535221052.jpg" alt="O presidente militar Castelo Branco. (Fonte: Mundo Educação/Reprodução)"><figcaption>O presidente militar Castelo Branco. (Fonte: Mundo Educação/Reprodução)</figcaption></figure></figure><p>Descrito pelos juristas Carlos Medeiros da Silva e Franciso Campos, o AI-1 foi responsável por empossar ilegalmente o militar Humberto de Alencar Castelo Branco como presidente por meio de eleições indiretas. O ato também garantiu que o Governo Militar estabelecesse uma série de ações que caracterizaram a transição do Brasil para um Estado autoritário, como a suspensão dos direitos do Judiciário, a concessão aos militares de cassar mandatos de deputados, a suspensão dos direitos políticos por até 10 anos e o afastamento de servidores públicos que fossem considerados "uma ameaça à segurança nacional".</p><ul><li><strong>Leia mais </strong><a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/119063-ditadura-militar-no-brasil-6-mentiras-contadas-sobre-o-regime.htm"><strong>Ditadura Militar no Brasil: 6 mentiras contadas sobre o regime</strong></a></li></ul><p>Em 2013, a Comissão da Verdade confirmou que a ratificação do AI-1 permitiu que 50 mil pessoas fossem detidas só no ano do Golpe, dos quais 600 ficaram em navios da Marinha e estádios de futebol, que serviram como centros de detenção temporários. Essas pessoas eram de sargentos a sindicalistas, que foram vítimas da denominada Operação Limpeza, perseguidos pelas Comissões Especiais de Inquérito e de Inquéritos Policiais Militares (os famosos IPMS), responsáveis por expurgos na administração pública baseados em um completo desprezo pelas regras da Justiça.</p><p>As historiadoras Lilia M. Schwarcz e Heloisa M. Starling estimam que 4.841 pessoas perderam seus direitos políticos ou foram cassadas, aposentadas ou demitidas só pelas regras do AI-1, que teve como alvo 2.990 cidadãos. Nos quartéis, os expurgos do IPMS lançaram para a reserva cerca de 1.313 militares.&nbsp;</p><p>Mas esse era só o começo da ditadura.</p><h2>2. 28 de março de 1968</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/04/01/01092730240053.jpg" alt="O jovem Edson Luís tinha 18 anos quando foi assassinado pela ditadura. (Fonte: A Verdade/Reprodução)"><figcaption>O jovem Edson Luís tinha 18 anos quando foi assassinado pela ditadura. (Fonte: A Verdade/Reprodução)</figcaption></figure></figure><p>Às 18h, uma quinta-feira, de 28 de março de 1968, cerca de 25 policiais militares invadiram o restaurante estudantil Calabouço, no Rio de Janeiro, onde jantavam 300 alunos no momento. O intuito da blitz era coibir qualquer sinal de protesto de alguns estudantes que reivindicavam a aceleração e o término das obras do local, além de melhores condições de higiene, a garantia de uma alimentação com qualidade e, principalmente, que todos os estudantes pudessem ter acesso ao restaurante.</p><p>No ano anterior, o estabelecimento havia sido demolido para dar lugar a um trecho rodoviário no Aterro do Flamengo e, por isso, passou a ser reconstruído em outro local. Depois que reabriu, o Calabouço estava inacabado a ponto de estar com chão de terra, e em vez de tomarem providências, as autoridades se mobilizaram em selecionar os usuários a fim de evitar que "elementos estranhos" se infiltrassem nas dependências do restaurante.</p><p>Para desarticular o protesto, os policiais efetuaram disparos contra os jovens, e um deles atingiu em cheio o peito do estudante secundarista Edson Luís Lima Souto, de apenas 18 anos. Natural de Belém, no Pará, Edson era extremamente pobre e estava em busca de uma vida melhor no Rio. Estudante do Instituto Cooperativa de Ensino, ao lado do Calabouço, ele fazia bicos de faxineiro e também dormia no local. Ele foi morto defendendo o local, que era a única casa que conhecia nos dois meses que estava na cidade.</p><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/04/01/01092916204054.jpg" alt="Milhares de pessoas compareceram ao velório de Edson Luís. (Fonte: GZH Política/Reprodução)"><figcaption>Milhares de pessoas compareceram ao velório de Edson Luís. (Fonte: GZH Política/Reprodução)</figcaption></figure></figure><p>Os estudantes não permitiram que os policiais conduzissem o corpo de Edson para o Instituto Médico-Legal (IML), então o levaram para a Santa Casa de Misericórdia. Ao ser confirmada a morte de Edson, seu corpo foi encaminhado para a Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro. Ali começava o capítulo de maior expressão social na história da ditadura militar brasileira – e também o pior.</p><p>O assassinato de Edson Luiz causou um furor popular que a ditadura ainda não havia testemunhado. O velório do jovem foi acompanhado por 50 mil pessoas que cantaram o hino nacional e também entoaram gritos de protesto do tipo: “Um estudante foi assassinado, poderia ser seu filho”, “Bala mata fome?” e “Os velhos no poder, os jovens no caixão”.</p><ul><li><strong>Leia mais: </strong><a href="https://www.megacurioso.com.br/historia-e-geografia/42681-ditadura-no-brasil-conheca-alguns-fatos-que-deixaram-cicatrizes-no-pais.htm"><strong>Ditadura no Brasil: conheça alguns fatos que deixaram cicatrizes no país</strong></a></li></ul><p>A missa de sétimo dia, realizada na igreja da Candelária, se transformou em uma espécie de protesto nacional, gerando prisões e mortes de outros estudantes em diferentes estados do país pelas mãos dos agentes do Departamento de Ordem Política e Social (DOPS) e soldados da PM que procuravam dispersar e prender quem chegava para a cerimônia.&nbsp;</p><p>As pessoas foram cercadas e atacadas com sabes, cassetetes e gás lacrimogêneo por um efetivo de 20 mil homens do Exército, 10 mil da cavalaria da PM, 1.200 da Guarda Civil, e mais 400 detetives da Secretaria de Segurança. Dezenas de pessoas ficaram feridas, sendo que 580 foram levadas a fortaleza de Santa Cruz, em Niterói.</p><h2>3. 26 de junho de 1968</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/04/01/01093038368055.jpg" alt="(Fonte: Wikipedia/Reprodução)"><figcaption>A Passeata dos Cem Mil só aconteceu por pressões internacionais contra a ditadura brasileira. (Fonte: Wikipedia/Reprodução)</figcaption></figure></figure><p>Após a missa de sétimo dia, o movimento estudantil inflamado recuou, em grande parte devido às medidas policiais e pelas disposições repressivas contidas na Instituição nº 177. As manifestações voltaram, no entanto, na última semana de maio, ganhando força e proporção ao longo das semanas, até 21 de junho, quando a avenida Rio Branco no Rio se tornou um campo de batalha. A participação expressiva de trabalhadores, descontentes com a política salarial do governo e a repressão que sofriam, trouxe milhares de policiais, em um confronto que deixou centenas de feridos, causou mil prisões e 28 mortos. O episódio ficou conhecido como Sexta-feira Sangrenta.</p><p>Devido à pressão internacional por ter violado direitos humanos e em uma forma de contenção de danos para passar uma falsa sensação de segurança, as autoridades militares permitiram que fosse feita uma manifestação de grande proporção que demonstraria a insatisfação pública com a ditadura.</p><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/04/01/01093150114056.jpg" alt="(Fonte: Ensinar História/Reprodução)"><figcaption>A greve dos Cem Mil foi pacífica. (Fonte: Ensinar História/Reprodução)</figcaption></figure></figure><p>Assim aconteceu, em 26 de junho de 1968, a Passeata dos Cem Mil, no Centro do Rio. A marcha foi acompanhada por 10 mil PMs, sob cartazes e faixas com dizeres do tipo: “O povo organizado derruba a ditadura”. A manifestação durou 3 horas e de maneira pacífica, terminando diante do palácio Tiradentes, sede da Assembleia Legislativa carioca.</p><p>Logo em seguida, os militares fizeram seu trabalho em perseguir vários estudantes, inclusive o líder da passeata, Vladimir Palmeira. À medida que cresceram as manifestações, também fez se levantar a ala mais radical do sistema e pressionar o presidente Costa e Silva a decretar um novo Ato Institucional que pudesse coibir de vez as manifestações públicas. A princípio, o chefe de Estado se recusou e até conseguiu evitar a medida, mas acabou sofrendo um "golpe dentro do golpe" quando os ministros militares da Junta Militar assumiram a Presidência da República após ele ficar doente.</p><ul><li><strong>Leia mais: </strong><a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/119824-milagre-economico-como-o-brasil-cresceu-na-ditadura-.htm"><strong>“Milagre Econômico”: como o Brasil “cresceu” na ditadura?</strong></a></li></ul><p>A promulgação do Ato Institucional 5 (AI-5) fez o Brasil se ajoelhar de vez para a repressão absoluta. Começavam ali os "anos de chumbo" e a ascensão das casas de tortura, onde pessoas foram aprisionadas e mortas. Uma prospecção da Human Right Watch (HRW) estimou que pelo menos 20 mil pessoas foram torturadas durante a ditadura militar no Brasil.</p><h2>4. 12 de maio de 1978</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/04/01/01093401374057.jpg" alt="(Fonte: Fundação Perseu Abramo/Reprodução)"><figcaption>As greves do ABC iniciaram um novo ciclo na história social. (Fonte: Fundação Perseu Abramo/Reprodução)</figcaption></figure></figure><p>No final de 1973, o Brasil já havia testemunhado perseguições, mortes, tortura, censura extrema e até mesmo um crescimento econômico que lançou o país, então nas mãos de Emilio Médici, para um status irreal de potência mundial. Extremamente endividado, inadimplente e sobrevivendo de empréstimos externos, o Brasil acumulava uma dívida de US$ 90 bilhões, tendo que lidar com produtos internos a preços vertiginosos de tão altos. Havia chegado a conta do milagre econômico de Médici: a economia brasileira entrou na pior crise de todos os tempos.</p><p>Nos últimos momentos da década de 1970, quando Ernesto Geisel já ditava o poder, a sociedade, então de joelhos, decidiu se erguer contra o aparato esmagador da ditadura militar diante das circunstâncias em que estavam. O Índice de Gini, responsável por medir a concentração de renda de um país, alcançou o pior nível da história no ano anterior, batendo 0,62. Isso evidenciou que a riqueza estava ainda mais nas mãos dos ricos, enquanto a camada pobre da população se precarizava econômica e socialmente.</p><p>Sendo assim, em 12 de maio de 1978, aconteceu um movimento grevista nas fábricas de caminhões da Saab-Scania, em São Bernardo do Campo, São Paulo, quando cerca de 2 mil metalúrgicos cruzaram os braços pela reivindicação de 20% de aumento salarial. Era o início do maior ciclo de greves da história do Brasil, reunindo cerca de 150 mil trabalhadores.</p><ul><li><strong>Leia mais: </strong><a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/124859-a-linha-dura-da-ditadura-brasileira-quase-deu-outro-golpe-em-1977.htm"><strong>A linha-dura da ditadura brasileira quase deu outro golpe em 1977</strong></a></li></ul><p>Em 14 anos de ditadura até aquele momento, foi a primeira vez que houve uma mobilização política e social tão forte contra o governo militar em busca da redemocratização. E no centro dessa cena, em meio a alguns líderes e porta-vozes do movimento, estava o pernambucano Luís Inácio da Silva, que ficaria conhecido como Lula, o futuro (e atual) Presidente da República.</p><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/04/01/01093540124058.jpg" alt="(Fonte: GettyImages/Reprodução)"><figcaption>A memória do que foi a ditadura militar brasileira precisa ser lembrada. (Fonte: GettyImages/Reprodução)</figcaption></figure></figure><p>O clima de efervescência política dominou todos os aspectos do país. Havia briga por organização partidária, por democracia, por melhores condições de trabalho, e também cada vez mais denúncias e mobilizações contra as atrocidades cometidas pelo governo de Geisel e de todos seus antecessores. Até que, diante de uma pressão imensa da população e dos movimentos contrários ao regime, em 1 de janeiro de 1979, foi revogado diversos decretos-lei, inclusive o notório AI-5.</p><p>Diante disso, concretizava-se uma famosa frase do polímata francês Gustave Le Bon: “o poder de um ditador não passa de uma ficção, disseminado entre numerosos subditadores anônimos e irresponsáveis cuja tirania e corrupção não tardam a se tornar insuportáveis”. A ditadura militar no Brasil sucumbiu oficialmente em 15 de março de 1985, quando o presidente João Baptista Figueiredo entregou o cargo.</p>

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60 anos do Golpe: 4 datas mais importantes da Ditadura Militar no Brasil

Em um episódio catastrófico, a provocação de um soldado romano foi o estopim de um confronto que culminou na morte de mais de 10 mil pessoas.

<p>Há momentos históricos lembrados pelo seu impacto em outras gerações, mas também pelo estranhamento que despertam.</p><p>Sabemos desde muito jovens que há diversas formas de provocar a <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/109475-confira-13-fatos-e-curiosidades-sinistros-relacionados-com-a-raiva.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">ira</a> de uma pessoa, por qualquer que seja o motivo, mas há uma regra que costuma permear as relações humanas: quanto mais infantil for o gesto, menor é o risco dele gerar consequências. Mas, no período em que os <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/127025-poncio-pilatos-o-governador-romano-que-condenou-jesus-a-cruz.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">judeus</a> foram dominados pelos romanos, esse raciocínio não foi sempre aplicado.</p><h2>Um período em que as diferenças eram toleradas – mas só até certo ponto</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/03/18/18005206004000.jpg" alt="(Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>Os judeus tentaram se opor ao Império Romano em diversas ocasiões. (Fonte: Getty Images)</figcaption></figure></figure><p>Os judeus, assim como outros povos, foram abrangidos pela expansão dos domínios do Império Romano, que durante o primeiro século estava além do sul da Europa, passando pelo norte da África e em porções do Oriente Médio que eram mais próximas ao contorno do mediterrâneo, incluindo a cidade de <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/118794-por-que-jerusalem-nao-e-a-capital-de-israel.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Jerusalém</a>.</p><p>Os povos dominados não viam os romanos com bons olhos, mas para muitos deles não havia escolha a não ser tolerar os soldados, pagar impostos e acatar as ordens recebidas. Ainda assim, apesar do poder ser dado como garantido, alguns eventos mostravam o ar de animosidade que se propagava no dia a dia.</p><p>Segundo o relato do antigo historiador Flávio Josefo, poucos anos antes que <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/128328-4-figuras-historicas-pervertidas-e-malucas.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Nero</a> assumisse o poder e a instabilidade do Império se tornasse evidente, ocorria um evento em Jerusalém. E ali, <strong>próximo ao templo da cidade, um soldado romano se virou de costas, deixou suas nádegas à mostra e disparou palavras ofensivas</strong> – tudo isso para apreciação dos judeus, que estavam em grande número.</p><p>Essa provocação universal, ou melhor, esse peido, foi levado bem a sério. Em questão de instantes, um grande confronto ganhou forma – mais um dos muitos ocorridos naquele primeiro século, vale dizer. Nesse relato, em específico, fica evidente que aquele dia foi terrível. Foi como se Marte, o deus da guerra, tivesse lançado uma faísca.</p><h2>Uma faísca de fúria atingiu a multidão e disseminou o caos</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/03/19/19020110480006.jpg" alt="(Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>Flávio Josefo documentou diversos eventos históricos. (Fonte: Getty Images)</figcaption></figure></figure><p>"Com isso, toda a multidão ficou indignada e pediu a Cumano (governador romano) para que ele punisse o soldado; enquanto a parte mais imprudente da juventude, aquela que era naturalmente a mais tumultuada, começou a lutar, pegou pedras e as jogou nos soldados. Cumano temeu que todo o povo o atacasse, e mandou chamar mais homens armados."</p><p>Flávio Josefo ainda detalha como tudo acabou: "os judeus ficaram muito consternados; e sendo expulsos do templo, correram para a cidade; e a violência com que se aglomeraram para sair foi tão grande que se atropelaram uns aos outros e se apertaram, até que dez mil deles foram mortos, de modo que esta festa dos pães ázimos se tornou motivo de luto para toda a nação."</p><p>Ou seja, o que ficou registrado para a posteridade é espantoso: pelo menos dez mil pessoas acabaram mortas a partir dessa provocação — o que, dentro de um ponto de vista absurdo, mas não de todo errado, torna esse <strong>o </strong><a href="https://www.megacurioso.com.br/corpo-humano/69525-5-curiosidades-sobre-o-pum-que-voce-talvez-desconheca.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank"><strong>peido</strong></a><strong> mais mortal da história</strong>. Isoladamente, esse "estopim", considerado cômico por tantas vezes, desdobrou-se num episódio de terror generalizado.</p><p>De toda forma, trata-se de um acontecimento bastante infeliz que mostra como o domínio pelos romanos definitivamente não foi aceito pelos judeus. Mesmo durante um dos momentos em que o Império apresentou sua maior extensão territorial, em meio a tensões que se acumulavam, qualquer gesto poderia gerar efeitos desastrosos.</p>

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