Estilo de vida
11/04/2024 às 16:00•2 min de leituraAtualizado em 11/04/2024 às 16:00
O deserto da Namíbia, localizado na África Meridional, desafia probabilidades com suas condições extremas: durante o dia, a temperatura pode alcançar os 60 °C. Já no período noturno, varia entre -10 °C e -15 °C.
Essa amplitude térmica faz com que o local seja considerado inabitável por quem passa por lá. Mas ainda assim, algumas espécies conseguiram se adaptar para sobreviver em sua extensão, que totaliza 81 mil quilômetros quadrados.
Dentre os animais que podem ser encontrados, há os elefantes africanos. Já entre as espécies vegetais, a Welwitschia mirabilis é lembrada. E o que eles possuem em comum? A capacidade de sobreviver por longos períodos sem água — mas cada um faz isso de uma maneira diferente.
Em se tratando dos elefantes africanos, seu corpo se mostra adaptado para esse ambiente: ele apresenta pés maiores, facilitando o deslocamento mesmo nas superfícies arenosas. Mas como podem sobreviver sem água? Utilizando a tromba, eles armazenam a bebida em uma bolsa faríngea, o que representa uma vantagem importante.
Com uma memória expressiva, esses animais também se movem por grandes áreas e localizam água facilmente, já que sempre mapeiam seu trajeto. Já com a W. mirabilis, também conhecida como polvo-do-deserto: não é menos surpreendente: a espécie é capaz de absorver a umidade do ar.
Considerada ainda como uma das plantas mais resistentes do mundo, sua aparência exótica dá uma amostra única de como a evolução ocorreu nesse deserto bastante antigo — e é justamente a idade do local que contribui para que essas particularidades estejam presentes lá.
Para se ter uma ideia disso, estima-se que o deserto da Namíbia exista há pelo menos 55 milhões de anos, ou seja, trata-se do deserto mais antigo do planeta. Ele atravessa o território de três países: Namíbia, Angola e África do Sul. Ainda vale destacar que, por lá, o Mar de Areia da Namíbia se tornou Patrimônio Mundial da Unesco em 2013. As dunas que são encontradas neste local são influenciadas pela neblina, que figura como a principal fonte de água, e oferecem uma visão deslumbrante.
Mas, além disso, o local ainda é o lar de esqueleto de antigas estruturas e espécies que foram parcialmente engolidas pelas dunas, localizadas próximas à costa. Elas revelam o destino trágico de muitos navios, aviões e animais que passaram pelo local em algum momento. E também servem de alerta para os perigos que se fazem presentes ainda hoje.
Curiosamente, esse deserto intrigante é onde ecoa um som clássico do ano de 1982. É isso mesmo, o artista Max Siedentopf teve a ideia de instalar alto-falantes conectados a um MP3 player, com baterias carregadas pela energia solar. Com isso, a música "África", da banda Toto, toca incessantemente no meio das dunas.
É difícil dizer que a música deverá tocar por toda a eternidade, já que é esperado que em algum momento o equipamento seja destruído pelo ambiente hostil. A localização exata dessa instalação inusitada, que ocorreu em 2019, também não foi revelada.