Imagem de CIA inventou vampiros durante guerra psicológica nas Filipinas no megacurioso

Parece meio bizarro de se pensar, mas voc&ecirc; n&atilde;o leu errado. Esse cen&aacute;rio se formou porque os povos filipinos e membros do Ex&eacute;rcito do Povo se tornaram ainda mais marginalizados quando a <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/112268-entenda-como-comecou-a-segunda-guerra-mundial.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Segunda Guerra Mundial</a> acabou, em 1945, mesmo tendo batalhado ao lado das tropas Aliadas dos Estados Unidos contra a ocupa&ccedil;&atilde;o japonesa &mdash; muito diferente de outros locais asi&aacute;ticos do sudeste.
A organiza&ccedil;&atilde;o Hukbalahap, mais conhecida como Ex&eacute;rcito Popular Anti-japon&ecirc;s, foi a que mais teve sucesso como grupo guerrilheiro que matou muitos soldados japoneses. Por&eacute;m, ap&oacute;s a queda de Bataan, em abril de 1942, para os japoneses, aqueles considerados rebeldes come&ccedil;aram uma rebeli&atilde;o camponesa contra a ocupa&ccedil;&atilde;o japonesa das Filipinas &mdash; que durou at&eacute; 1945.
Os huks rebeldes enxergavam os filipinos ricos que colaboravam com os japoneses, como alvos justos de assassinato. No final da guerra, os ricos haviam conquistado a maioria das grandes propriedades do centro de Luzon, nas Filipinas, e trabalhado em conluio com os invasores.&nbsp;
Os huks, ent&atilde;o, estabeleceram um governo regional, coletaram impostos e administraram as pr&oacute;prias leis sob uma lideran&ccedil;a comunista. A tens&atilde;o entre eles e o governo filipino surgiu e se intensificou com a chegada de cerca de 500 mil rifles na organiza&ccedil;&atilde;o, que se recusou a entreg&aacute;-los a um governo que consideravam olig&aacute;rquico.&nbsp;
Visto que o pa&iacute;s foi um dos recursos principais para os EUA durante a guerra, a Ag&ecirc;ncia Central de Intelig&ecirc;ncia (CIA) decidiu enviar <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/118822-operacao-northwood-eua-poderiam-se-autoatacar-para-culpar-cuba.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Edward Lansdale</a> para ajudar a reprimir a rebeli&atilde;o.
<h2 class="uk-text-justify">Um plano s&oacute;rdido &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp;</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/12/16/16134121738377.jpg" alt="Edward Lansdale. (Fonte: Wikipedia/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />Edward Lansdale. (Fonte: Wikipedia/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Lansdale n&atilde;o s&oacute; foi um oficial da For&ccedil;a A&eacute;rea dos EUA, servindo no Gabinete de Servi&ccedil;os Estrat&eacute;gicos antes de entrar para a CIA, como tamb&eacute;m era especializado em guerra psicol&oacute;gica. Ele acreditava que o melhor trunfo de uma guerra era atentar contra as cren&ccedil;as socioculturais do alvo escolhido para tornar o plano uma cilada perfeita.
O oficial escolheu o Aswang como t&aacute;tica para usar contra os huks. A criatura folcl&oacute;rica filipina &eacute; um monstro que drena o sangue dos seres humanos, como um vampiro. Na d&eacute;cada de 1950, essa cren&ccedil;a ainda era muito forte no meio rural, e as fam&iacute;lias temiam muito que seus filhos ficassem soltos a partir do entardecer.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/12/16/16134252067378.jpg" alt="(Fonte: NanaimoNewsNow/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: NanaimoNewsNow/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Na &eacute;poca que a CIA chegou, uma unidade de rebeldes havia assumido uma posi&ccedil;&atilde;o privilegiada em uma colina em Luzon, configurando o cen&aacute;rio perfeito para que Lansdale desse in&iacute;cio a sua guerra psicol&oacute;gica.
Quando os rebeldes sa&iacute;ram em patrulha &agrave; noite, o oficial ordenou que os soldados capturassem o &uacute;ltimo homem do grupo, perfurassem seu pesco&ccedil;o em dois pontos e o pendurasse de cabe&ccedil;a para baixo para que todo seu sangue fosse drenado. Seu cad&aacute;ver depois foi jogado de volta na trilha para causar um alvoro&ccedil;o ainda maior nos rebeldes quando eles voltassem da patrulha.
<h2 class="uk-text-justify">A rendi&ccedil;&atilde;o</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/12/16/16134435442384.jpg" alt="(Fonte: Reddit/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Reddit/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
N&atilde;o &eacute; de se surpreender que o plano tenha funcionado, visto que os povos asi&aacute;ticos j&aacute; s&atilde;o conhecidos por sua imensa supersti&ccedil;&atilde;o &mdash; ainda mais no s&eacute;culo XX. No dia seguinte, os rebeldes fugiram do topo da colina, reduzindo a vantagem que estavam durante a rebeli&atilde;o.
Para se certificar de que n&atilde;o voltariam, Lansdale ainda pintou com sangue casas em vilarejos que acreditava que os rebeldes estivessem escondidos, bem como escreveu mensagens insinuando haver espi&otilde;es infiltrados lutando contra a resist&ecirc;ncia que faziam.
Finalmente, em maio de 1954, os huks se renderam, pondo um fim na rebeli&atilde;o que chegaram bem pr&oacute;ximo de vencer se n&atilde;o fossem os planos da CIA. Al&eacute;m disso, uma combina&ccedil;&atilde;o de armamento americano avan&ccedil;ado cedido ao governo filipino e as reformas administrativas do presidente Roman Magsaysay tamb&eacute;m colaboraram para que aquela guerra terminasse.

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CIA inventou vampiros durante a guerra psicológica nas Filipinas

Imagem de A Grande Farra: quando drogas foram usadas para tratar até bebês no megacurioso

Apesar de no Velho Oeste Americano crian&ccedil;as e beb&ecirc;s j&aacute; tiverem feito o uso de&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/120161-embate-quais-sao-as-drogas-mais-poderosas-do-mundo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">drogas</a> por meio de medicamentos, a Grande Farra (Great Binge) &mdash; termo cunhado no s&eacute;culo XXI pelo historiador Gradus Protus van den Belt &mdash; foi o per&iacute;odo entre 1870 e 1914 em que houve uma explos&atilde;o na disponibilidade de v&aacute;rias drogas pela Europa e na Am&eacute;rica do Norte.
Antes da Lei de Farm&aacute;cia aprovada no Reino Unido em 1868, qualquer pessoa poderia adquirir o&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/119098-em-1930-japao-tentou-viciar-nacoes-com-o-uso-de-drogas.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">&oacute;pio</a>, uma das subst&acirc;ncias mais viciantes do mundo, e isso n&atilde;o era muito diferente em outras partes da Europa e dos Estados Unidos (EUA), onde o l&aacute;udano (&oacute;pio dissolvido em <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/119778-lei-seca-nos-eua-quando-o-alcool-foi-banido-por-13-anos-do-pais.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">&aacute;lcool</a>) era usado para dores de cabe&ccedil;a, ins&ocirc;nia, diarreia e no tratamento da c&oacute;lera.&nbsp;
Estima-se que mais de 12 mil quilos de &oacute;pio entraram nos EUA&nbsp;entre 1827 e 1842 por meio da British Levan Company e a British East India Company, as maiores importadoras da &eacute;poca. A droga foi vendida em papelarias, tabacarias, barbeiros, mercados e farm&aacute;cias, prescrita por m&eacute;dicos para tratar adultos e crian&ccedil;as.
<h2 class="uk-text-justify">O abuso da ind&uacute;stria&nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp;&nbsp;</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/11/23/23202130752716.jpg" alt="(Fonte: PodSpace/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: PodSpace/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
A Grande Farra patrocinou o uso da coca&iacute;na para hemorroidas, indigest&atilde;o, supress&atilde;o do apetite e fadiga. At&eacute; mesmo Sigmund Freud (1856-1939) sugeriu a droga como tratamento terap&ecirc;utico para depress&atilde;o e alcoolismo. A ind&uacute;stria comercializou pastilhas com coca&iacute;na para dores de dente e "curar" timidez em crian&ccedil;as.
Em 1895, a diacetilmorfina foi sintetizada a partir da morfina por Heinrich Dresse e Felix Hoffmann enquanto trabalhavam para a empresa Bayer Company, na Alemanha. Demorou mais de 3 anos at&eacute; que a hero&iacute;na, como o novo produto qu&iacute;mico era chamado, estivesse dispon&iacute;vel no mercado para ser comercializado como um analg&eacute;sico n&atilde;o viciante.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/11/23/23202357221718.jpg" alt="(Fonte: 9GAG/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: 9GAG/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
O Xarope Calmante da Sra. Winslow contendo uma dose alta de &aacute;lcool e morfina, considerado um "assassino de beb&ecirc;s" pela American Medical Association, foi administrado em beb&ecirc;s, sendo que uma colher de sopa continha 20 gotas de l&aacute;udano, cerca de 65 mg de morfina. Conforme a Wellcome, milhares de crian&ccedil;as na Calif&oacute;rnia entraram em coma ou morreram s&oacute; na d&eacute;cada de 1860 em decorr&ecirc;ncia do xarope.
Foi s&oacute; no come&ccedil;o do s&eacute;culo XX que a Grande Farra come&ccedil;ou a perder for&ccedil;a com a assinatura da Conven&ccedil;&atilde;o Internacional do &Oacute;pio, em 23 de janeiro de 1912, em Haia (Holanda). Era o primeiro tratado internacional para coibir o uso de drogas para fins m&eacute;dicos.&nbsp;
Foi s&oacute; no final do ano que todas as pot&ecirc;ncias da Europa foram convidadas a assinar, bem como os EUA foram solicitados a entrar em uma jornada para obter assinaturas dos pa&iacute;ses latino-americanos. No final, por&eacute;m, a conven&ccedil;&atilde;o foi ratificada apenas pela China, Holanda, EUA, Honduras e Noruega.

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A Grande Farra: quando drogas foram usadas para tratar até bebês

Imagem de Cronotipo: descubra o seu e por que saber isso é importante no megacurioso

O cronotipo determina a predisposição natural que cada indivíduo tem entre picos de energia e cansaço

Voc&ecirc; &eacute; do tipo de pessoa que sente que s&oacute; consegue trabalhar de verdade durante a noite ou j&aacute; &eacute; mais do tipo que acorda cedo muito agitado e pronto para mais uma jornada? A verdade &eacute; que tudo que pode ser bom para uma determinada pessoa pode tamb&eacute;m ser considerado p&eacute;ssimo para outra.
E muito disso tem a ver com o seu cronotipo, a predisposi&ccedil;&atilde;o natural do seu corpo para apresentar picos de energia ou cansa&ccedil;o ao longo do dia. Voc&ecirc; n&atilde;o faz ideia do que n&oacute;s estamos falando? Ent&atilde;o, vamos nos aprofundar a respeito desse conceito e explicar qual &eacute; a import&acirc;ncia de compreender o seu verdadeiro cronotipo.
<h2 class="uk-text-justify">Defini&ccedil;&atilde;o de cronotipo</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/12/16/16142331544435.jpg" alt="(Fonte: Shutterstock)" />(Fonte: Shutterstock)
De acordo com a linguagem cient&iacute;fica, o cronotipo pode ser descrito como a sincroniza&ccedil;&atilde;o do que conhecemos como&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/neurociencia/40212-cientistas-acreditam-que-calculamos-o-tempo-com-dois-relogios-biologicos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">ritmos circadianos</a> &mdash; o ciclo fisiol&oacute;gico que a maioria dos organismos vivos tem dentro de um per&iacute;odo de 24 horas. Isso explicaria por que algumas pessoas s&atilde;o mais ativas durante a tarde, enquanto outras preferem realizar suas tarefas de manh&atilde; ou &agrave; noite.&nbsp;
Isso tamb&eacute;m envolve a libera&ccedil;&atilde;o de melatonina, o horm&ocirc;nio que induz o <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/118057-dia-mundial-do-sono-dormir-bem-pode-ser-mais-importante-que-comer.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">sono</a> e que tamb&eacute;m &eacute; respons&aacute;vel por administrar a energia existente em nosso corpo. Normalmente, ela &eacute; liberada nos per&iacute;odos mais escuros do dia e determina qual momento estaremos mais despertos ou simplesmente mais produtivos.
Na vis&atilde;o dos especialistas, existem quatro tipos diferentes de cronotipo em que uma pessoa pode ser categorizada. Cada um deles indica qual &eacute; o momento ideal para um determinado indiv&iacute;duo descansar baseado em seu rel&oacute;gio interno. Al&eacute;m disso, esse conceito tamb&eacute;m oferece uma vis&atilde;o sobre as suas principais atividades di&aacute;rias, como comer, trabalhar, fazer exerc&iacute;cios e socializar.
<h2 class="uk-text-justify">Tipos de cronotipo</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/12/16/16142334575436.jpg" alt="(Fonte: Shutterstock)" />(Fonte: Shutterstock)
Uma pessoa que conhece bem qual &eacute; o seu cronotipo pode aprender a se planejar melhor durante o dia para atingir o m&aacute;ximo de sua <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/106037-os-10-segredos-de-produtividade-de-elon-musk-para-um-sucesso-insano.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">produtividade</a>. Portanto, &eacute; importante ficar de olho para alguns sinais e ter autoconhecimento. Os quatro cronotipos conhecidos atualmente s&atilde;o:
<ul class="uk-text-justify">
<li>Cronotipo do urso: a maioria das pessoas faz parte dessa categoria. Isso quer dizer que o ciclo delas de dormir e acordar est&aacute; regulado de acordo com o Sol. Pessoas desse cronotipo tendem a dormir e acordar com mais facilidade, tendo pico de produtividade antes do meio-dia. Ap&oacute;s o almo&ccedil;o, costumam se sentir mais cansadas &mdash; especialmente das 14h &agrave;s 16h.&nbsp;</li>
<li>Cronotipo do lobo: indiv&iacute;duos desse cronotipo t&ecirc;m problemas para acordar de manh&atilde;. Por isso, sentem-se mais dispostos quando despertam por volta do meio-dia, especialmente porque seu pico de produtividade dura desse hor&aacute;rio at&eacute; 4 horas depois. Al&eacute;m disso, o cronotipo do lobo costuma ter um outro pico de produtividade &agrave;s 18h, quando a maioria das pessoas j&aacute; encerrou o expediente.</li>
<li>Cronotipo do le&atilde;o: ao contr&aacute;rio dos lobos, os le&otilde;es gostam de acordar cedo durante a semana. Para eles, n&atilde;o h&aacute; problema de acordar no amanhecer e manter uma jornada de trabalho at&eacute; o meio-dia. Tipicamente, pessoas desse cronotipo se sentem mais desgastadas quando o Sol vai embora e v&atilde;o direto para a cama por volta das 21h ou 22h.&nbsp;</li>
<li>Cronotipo do golfinho: se voc&ecirc; tem dificuldade de se encaixar em qualquer padr&atilde;o, &eacute; bem prov&aacute;vel que voc&ecirc; seja do cronotipo do golfinho. Pessoas desse g&ecirc;nero tendem a n&atilde;o obter a quantidade de sono adequada por serem muito sens&iacute;veis a est&iacute;mulos, como a luz e o som. Por outro lado, seu pico de produtividade costuma ser das 10h &agrave;s 14h.&nbsp;</li>
</ul>
<h2 class="uk-text-justify">Benef&iacute;cios</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/12/16/16142337372437.jpg" alt="(Fonte: Shutterstock)" />(Fonte: Shutterstock)
A partir do momento que uma pessoa aprende a identificar seu cronotipo, ela pode usufruir de in&uacute;meros benef&iacute;cios em seu dia a dia. Por exemplo, isso te ajudar&aacute; a saber qual &eacute; o melhor momento do dia para pegar no sono. Com esse aux&iacute;lio, voc&ecirc; pode encontrar um padr&atilde;o para finalmente se sentir descansado e disposto nos momentos ideais.
O autoconhecimento do cronotipo tamb&eacute;m facilita na hora de controlar seus h&aacute;bitos alimentares. Cronotipos noturnos, como os lobos, est&atilde;o associados a uma menor ingest&atilde;o de frutas e vegetais com maior ingest&atilde;o de bebidas energ&eacute;ticas, alco&oacute;licas, a&ccedil;ucaradas e com cafe&iacute;na, bem como maior ingest&atilde;o de energia de gordura &mdash; portanto, &eacute; preciso ter cuidado para n&atilde;o extrapolar.&nbsp;
Por fim, esse processo tamb&eacute;m te oferece uma nova vis&atilde;o sobre sua sa&uacute;de mental. Como a qualidade de sono est&aacute; diretamente conectada ao funcionamento do c&eacute;rebro, podemos aumentar a preven&ccedil;&atilde;o contra algumas doen&ccedil;as. Em geral, indiv&iacute;duos mais noturnos t&ecirc;m uma maior predisposi&ccedil;&atilde;o &agrave; depress&atilde;o.&nbsp;

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Cronotipo: descubra o seu e por que saber isso é importante

Imagem de Quando universidades encobriram um estudo doentio com calouros nus no megacurioso

Assim que ingressavam em uma das faculdades renomadas, os estudantes eram obrigados a tirar supostas 'fotos de postura'

Harvard, Yale, Princeton, Cornell, Brown, Penn, Columbia e Dartmouth. Essas s&atilde;o 8 das universidades privadas do nordeste dos Estados Unidos que fazem parte da Ivy League, uma confer&ecirc;ncia desportiva da Associa&ccedil;&atilde;o Atl&eacute;tica Universit&aacute;ria Nacional (NCAA).
&Eacute; muito prov&aacute;vel que voc&ecirc; as conhe&ccedil;a por sua notoriedade e grande grau de dificuldade para ingresso. Se voc&ecirc; n&atilde;o tiver contatos, n&atilde;o tiver conquistado algo excepcional no Ensino M&eacute;dio, como ser um atleta famoso ou ter feito uma grande descoberta cient&iacute;fica, n&atilde;o significa que suas possibilidades de ingressar em uma delas estejam anuladas, mas sua admiss&atilde;o se torna um processo quase imposs&iacute;vel.
No entanto, depois que &eacute; passada essa etapa e o estudante recebe sua carta de admiss&atilde;o, tudo o que ele enfrentar&aacute; ser&aacute; uma orienta&ccedil;&atilde;o demorada, com reuni&otilde;es enfadonhas sobre todas as regras do campus, vis&otilde;es gerais do c&oacute;digo de conduta da universidade, sess&otilde;es de aconselhamento e outras burocracias at&eacute; que seja liberado para que a "festa" realmente comece.
Pode parecer tudo lindo depois disso, mas existe um passado obscuro escondido, entre o s&eacute;culo XVIII at&eacute; meados do s&eacute;culo XX, em que as institui&ccedil;&otilde;es da Ivy League obrigavam seus calouros a tirar fotos nus como parte de um "estudo sobre postura" que atormentou aqueles que realizaram o sonho de cruzar os port&otilde;es de uma das universidades.
<h2 class="uk-text-justify">A grande mentira</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/12/07/07233419127040.jpg" alt="(Fonte: Antiques Navigator/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Antiques Navigator/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
De 1880 at&eacute; 1960, as faculdades da Ivy League sustentaram essa pr&aacute;tica pervertida e invasiva de ordenar fotos de seus estudantes pelados. Eles eram fotografados com alfinetes de metal colocados em suas costas para que fosse estudado a postura ou pelo menos para fazer parecer que esse era o motivo pelo qual eles eram for&ccedil;ados a se despirem na frente de um conselho de estranhos vestindo jalecos brancos.
O real objetivo da coleta das imagens fazia parte de um estudo antropol&oacute;gico desenvolvido pelo psic&oacute;logo W. H. Sheldon, da Universidade de Columbia, que tentou encontrar correla&ccedil;&otilde;es entre os tipos de corpos das pessoas, suas personalidades e temperamentos.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/12/07/07233534752041.jpg" alt="W.H. Sheldon. (Fonte: CoinWeek/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />W.H. Sheldon. (Fonte: CoinWeek/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Ele desenvolveu a teoria dos "somat&oacute;tipos", que visava explicar os maneirismos, comportamentos, h&aacute;bitos e outras caracter&iacute;sticas pseudopsicol&oacute;gicas por meio do bi&oacute;tipo das pessoas: ectomorfo, mesomorfo e endomorfo.
No final das contas, o que Sheldon estava fazendo era analisando as fotos em busca de tra&ccedil;os raciais que pudessem n&atilde;o ser compat&iacute;veis com o perfil das universidades, ou seja, <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/113046-acao-t4-o-holocausto-dos-esquecidos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">eugenia</a>. Em 1950, o psic&oacute;logo levou seu projeto para a Universidade de Washington, onde esperava coletar fotos de calouras nuas para formar a base de seu Atlas das Mulheres, que tamb&eacute;m tinha uma vers&atilde;o masculina.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/12/07/07234101939042.jpg" alt="(Fonte: Arnold Zwicky Blog/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Arnold Zwicky Blog/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Por&eacute;m, a pesquisa de Sheldon desabou quando um dos alunos fotografados contou a seus pais, cujos advogados destru&iacute;ram o psic&oacute;logo. Todas as universidades da Ivy League acabaram queimando milhares de fotos de postura entre as d&eacute;cadas de 1960 e 1970. Contudo, um dos assistentes de Sheldon conseguiu roubar v&aacute;rias caixas com os arquivos, que pararam nos Arquivos Antropol&oacute;gicos Nacionais, em Washington.
No final das contas, os documentos de Sheldon revelaram que, embora ele n&atilde;o fosse exatamente igual aos nazistas, certamente era extremamente racista e isso j&aacute; era o suficiente p&eacute;ssimo.&nbsp;
O mais absurdo em tudo isso, por&eacute;m, &eacute; como as pr&aacute;ticas do psic&oacute;logo foram endossadas por essas institui&ccedil;&otilde;es renomadas, que s&oacute; tomaram uma atitude quando tiveram a reputa&ccedil;&atilde;o amea&ccedil;ada em todos os aspectos poss&iacute;veis.

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Quando universidades encobriram um estudo doentio com calouros nus

Imagem de "Parker Indolor": o legado do dentista mais antiético da História no megacurioso

O dentista chegou a abrir um 'circo dentário' para promover espetáculos 'indolores' de extração dentária

Nascido Edgar Randolph R. Parker, em algum momento de 1872, no Canad&aacute;, ele mudou seu nome &ldquo;Parker Indolor&rdquo; em prol do trabalho, e assim ficou conhecido. Em 1892, assim que se formou na Faculdade de Odontologia da Filad&eacute;lfia, ele come&ccedil;ou a exercer a profiss&atilde;o quando c&aacute;ries ainda eram algo novo na Odontologia, mesmo considerado um p&eacute;ssimo aluno, que s&oacute; se formou porque implorou ao reitor que o aprovasse.
Sua inaptid&atilde;o dos estudos talvez viesse do fato de que ele nunca quis ser um dentista, mas sim m&eacute;dico, desde seus 17 anos. No entanto, Parker foi proibido pela m&atilde;e, que acreditava na "ci&ecirc;ncia crist&atilde;", n&atilde;o na Medicina, e foi encaminhado a um frenologista para decidir seu futuro. Essa pr&aacute;tica pseudocient&iacute;fica era bem comum na &eacute;poca para decidir o car&aacute;ter e as habilidades de uma pessoa por meio do tamanho e da forma de v&aacute;rias sali&ecirc;ncias na cabe&ccedil;a. O profissional disse que o destino de Parker era ser um dentista.
Apesar do que estava predestinado, aparentemente no pr&oacute;prio corpo at&eacute;, Parker sofreu durante toda a sua carreira acad&ecirc;mica. E, quando finalmente se formou, por pura chantagem, abriu uma pequena cl&iacute;nica em New Brunswick, mas n&atilde;o viu um paciente cruzar a porta de seu consult&oacute;rio, em uma &eacute;poca em que era considerado anti&eacute;tico para um dentista divulgar o pr&oacute;prio trabalho.&nbsp;Um m&ecirc;s depois, apesar do juramento que fez ao reitor de nunca desonrar sua faculdade, Parker decidiu mudar de estrat&eacute;gia.
<h2 class="uk-text-justify">O grande showman</h2>
<span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;Santa Cruz Sentinel&nbsp;" data-fonte-url="https://encrypted-tbn0.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcRAMY9m9JtdABeiYyLuK0_KJQnkrIEGXJ1gdSzCWriR2QYi84KNaCMWExJu_XuYXZStBI0&amp;usqp=CAU"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/12/06/06142117835463.jpg" alt="(Fonte: Santa Cruz Sentinel/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Santa Cruz Sentinel/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Desesperado e falido, Parker saiu &agrave;s ruas discursando para potenciais clientes sobre higiene bucal, que na &eacute;poca soava apenas como um serm&atilde;o de uma m&atilde;e exigente. Ap&oacute;s isso, ele se oferecia para extrair dentes de qualquer pessoa por apenas 50 centavos, dando US$ 5 de garantia para quem sentisse dor enquanto arrancava o dente.&nbsp;
Ele n&atilde;o tinha dinheiro, &oacute;bvio, apenas uma boa jogada de marketing e hidroca&iacute;na. Sem que os pacientes soubessem, Parker esguichava coca&iacute;na dilu&iacute;da na cavidade dent&aacute;ria deles, em vez de injet&aacute;-la, ent&atilde;o nunca sentiam dor &mdash; pelo menos n&atilde;o durante o procedimento. E, foi com o sucesso de sua t&aacute;tica, que nasceu a alcunha "Parker Indolor", que se tornaria mais do que uma forma de autopromo&ccedil;&atilde;o de sua imagem como dentista.
Assim, Parker deixou um rastro de pacientes furiosos, enganados e feridos quando se mudou para a Calif&oacute;rnia, com a American Dental Association o denominando "uma amea&ccedil;a &agrave; dignidade da profiss&atilde;o", mas nada o impediu de se tornar cada vez mais famoso.
<span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;The New York Times&nbsp;" data-fonte-url="https://static01.nyt.com/images/2014/09/28/nyregion/28FYI/28FYI-articleLarge.jpg?year=2014&amp;h=451&amp;w=600&amp;s=ff73284c674e734ab25d50669bdc357c7503f57c1dd4ea9432595133cb02bbe6&amp;k=ZQJBKqZ0VN&amp;tw=1"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/12/06/06142339632464.jpg" alt="(Fonte: The New York Times/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: The New York Times/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Aos poucos, Parker foi atraindo cada vez mais clientes, por&eacute;m sua vida profissional s&oacute; deslanchou quando conheceu William Beebe, ex-funcion&aacute;rio de <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/108423-como-funciona-um-canhao-humano.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">P.T. Barnum</a>. O homem foi o respons&aacute;vel por transformar o dentista em uma verdadeira estrela ao se tornar seu agente e gerente.&nbsp;
&ldquo;Voc&ecirc; est&aacute; &agrave; frente de seu tempo, doutor. Um dia todos os profissionais de Sa&uacute;de far&atilde;o propaganda. Voc&ecirc; &eacute; um pioneiro da Odontologia&rdquo;, disse ele a Parker, segundo o livro The Early Adventures of Painless Parker.
Ainda que toda aquela publicidade estivesse ultrapassando o limite do aceit&aacute;vel de t&atilde;o anti&eacute;tica que era, Beebe surgiu com uma estrat&eacute;gia para levar a carreira de Parker para outro patamar: criar um circo dent&aacute;rio, com intuito de torn&aacute;-lo uma esp&eacute;cie de Barnum da Odontologia, um showman.
<h2 class="uk-text-justify">Um legado controverso</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/12/06/06142505648465.jpg" alt="(Fonte: CKPG Today/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: CKPG Today/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Vestindo uma cartola, um jaleco e um colar que fez com 357 dentes que teria, supostamente, arrancado em um s&oacute; dia de trabalho, Parker se promoveu ainda mais por meio da farsa, em 1913. Ele levava para o centro do picadeiro uma pessoa e simulava uma extra&ccedil;&atilde;o dent&aacute;ria totalmente indolor para convencer o p&uacute;blico de sua capacidade. Tudo isso acontecia ao som de uma banda durante um show de acrobacias de artistas circenses para distrair as pessoas e amenizar os gritos de dor que viriam quando o trabalho terminasse.
Todas as hist&oacute;rias positivas de pacientes sobre o trabalho de Parker, provavelmente, s&atilde;o falsas. O dentista foi processado v&aacute;rias vezes e perdeu suas licen&ccedil;as odontol&oacute;gicas em v&aacute;rios estados ao longo dos anos. Ele n&atilde;o se preocupava mais com a profiss&atilde;o, apenas com o show.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/12/06/06142554539466.jpg" alt="(Fonte: Atlas Obscura/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Atlas Obscura/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Em 1915, ele mudou legalmente seu nome para "Parker Indolor" e abriu uma rede de 30 cl&iacute;nicas dent&aacute;rias na costa oeste dos Estados Unidos, preocupando-se mais em fornecer procedimentos caros do que realmente beneficiar a sa&uacute;de da popula&ccedil;&atilde;o.
Por&eacute;m, apesar de todo esse circo, Parker foi o primeiro a vender uma linha de produtos odontol&oacute;gicos, bem como foi o pioneiro na propaganda de trabalho de sua &aacute;rea, contribuindo para o desenvolvimento da &eacute;tica profissional em Odontologia por meio de seu mau comportamento, charlatanismo descarado e busca incessante por lucros.

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'Parker Indolor': o legado do dentista mais antiético da história

Imagem de Por que alguns povos antigos "não enxergavam" a cor azul? no megacurioso

Foi através de A Odisseia de Homero que um político percebeu isso

A f&iacute;sica explica que o mar &eacute; azul porque a energia luminosa de algumas cores &eacute; absorvida pelo oceano mais perto da superf&iacute;cie do que a energia de outras cores, funcionando como uma esp&eacute;cie de filtro da luz solar. Quando a luz &eacute; absorvida, sua energia &eacute; transformada em calor.
Ainda que essa explica&ccedil;&atilde;o seja algo &ldquo;recente&rdquo; na Hist&oacute;ria, a percep&ccedil;&atilde;o do azul sempre foi algo considerado &oacute;bvio &mdash; a menos que voc&ecirc; seja dalt&ocirc;nico &mdash;, mas William Gladstone (1809-1898), quatro vezes o primeiro-ministro brit&acirc;nico do final do s&eacute;culo XIX, descobriu que os povos da antiguidade n&atilde;o enxergavam o azul.
<h2>A explica&ccedil;&atilde;o de Geiger</h2>
<span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;Instituto de Humanidades&nbsp;" data-fonte-url="https://lh3.googleusercontent.com/proxy/4NnXzYLKeRJ8suTu4RNZF_Cd5ipva8zkf9VuSkbDgsoWQW-oZm0B6M_vCeOTOU92K0GPd5ZHmrF06nhwmCP--J1zsdoFY78VL-zZ0lu2ObqaPQ"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/12/06/06201209774173.jpg" alt="William Gladstone. (Fonte: Instituto de Humanidades/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />William Gladstone. (Fonte: Instituto de Humanidades/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Antes de ingressar na pol&iacute;tica, Gladstone era obcecado pela Odisseia de Homero, que segue a hist&oacute;ria do her&oacute;i grego Odisseu em sua jornada para casa ap&oacute;s a queda de Troia. O pol&iacute;tico fez quest&atilde;o de estudar o poema &eacute;pico do s&eacute;culo VIII a.C. sem parar, at&eacute; que percebesse algo ins&oacute;lito: o azul nunca foi mencionado. Mas como, sendo que a maior parte da jornada do personagem acontece em alto-mar?
Gladstone pensou, a princ&iacute;pio, que Homero fosse dalt&ocirc;nico, mas acabou percebendo que a Odisseia&nbsp;n&atilde;o era a &uacute;nica hist&oacute;ria grega que apresentava a mesma anomalia. Portanto, ele passou a cogitar a possibilidade de que talvez todos os escritores gregos fossem dalt&ocirc;nicos, por&eacute;m esse tamb&eacute;m n&atilde;o foi o caso &mdash; ainda que ele tenha permanecido com a ideia.
<span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;The Conversation&nbsp;" data-fonte-url="https://images.theconversation.com/files/184474/original/file-20170904-17903-1b267s2.jpg?ixlib=rb-1.1.0&amp;q=45&amp;auto=format&amp;w=1200&amp;h=900.0&amp;fit=crop"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/12/06/06201334133175.jpg" alt="(Fonte: The Conversation/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: The Conversation/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Mais de 10 anos depois de sua descoberta, o fil&oacute;logo Lazarus Geiger (1829-1870)&nbsp;mostrou que os gregos n&atilde;o eram os &uacute;nicos que n&atilde;o enxergavam o azul, porque as hist&oacute;rias islandesas, antigas sagas chinesas e at&eacute; mesmo a b&iacute;blia hebraica original n&atilde;o continha nenhuma men&ccedil;&atilde;o ao azul. Ele tamb&eacute;m mostrou que as cores aparecem na mesma ordem em quase todos os idiomas: preto e branco; depois vermelho, amarelo ou verde; e enfim o azul.
O que aconteceu &eacute; que a divis&atilde;o entre as cores nos tempos antigos era muito mais ampla, ou seja, as descri&ccedil;&otilde;es de Homero, como &ldquo;um mar escuro como vinho&rdquo;, n&atilde;o eram apenas liberdades criativas, mas sim, uma abrang&ecirc;ncia de cores.
Por exemplo, no russo, n&atilde;o existe um &uacute;nico termo para o azul. O que os norte-americanos e brasileiros consideram diferentes tons da mesma cor, como azul-escuro e claro, s&atilde;o duas cores e palavras distintas em russo.
<h2>A explica&ccedil;&atilde;o de Deutscher</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/12/06/06201524665177.jpg" alt="(Fonte: Pinterest/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Pinterest/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Guy Deutscher, autor de Through the Language Glass: Why the World Looks Different in Other Languages, escreve que o motivo pelo qual existe essa falta de distin&ccedil;&atilde;o entre as cores seja porque o azul simplesmente n&atilde;o &eacute; uma cor que aparece com frequ&ecirc;ncia na natureza, ent&atilde;o n&oacute;s n&atilde;o precis&aacute;vamos de uma palavra para isso. A &uacute;nica civiliza&ccedil;&atilde;o antiga que tinham uma palavra distinta para o azul era os eg&iacute;pcios, que j&aacute; faziam o uso de tintas azuis.
Em um experimento com sua filha, Deutscher conta em seu livro que ensinou as cores, mas nunca mencionou a cor do c&eacute;u como azul. Quando julgou que ela estava pronta, ele perguntou qual era a cor do c&eacute;u, mas ela n&atilde;o soube responder. Levou 4 meses para que ela chegasse a uma resposta: o c&eacute;u era branco. Um m&ecirc;s depois, sua filha disse finalmente que o c&eacute;u &eacute; azul, embora hesitasse ainda sobre o branco ou azul quando era indagada. Levou mais 6 meses para que ela come&ccedil;asse a reconhecer os azuis com seriedade.
Para isso, Geiger teve uma resposta l&aacute; atr&aacute;s: &ldquo;Toda a cadeia de desenvolvimento de cada uma de nossas ideias, at&eacute; sua forma mais primitiva, est&aacute; enterrada diante de n&oacute;s em palavras, aguardando sua escava&ccedil;&atilde;o pela ci&ecirc;ncia lingu&iacute;stica&rdquo;.

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Por que alguns povos antigos 'não enxergavam' a cor azul?

Imagem de Parto empelicado: a ocorrência considerada raríssima por médicos no megacurioso

Casos de partos empelicados chamaram a atenção da internet nesta semana e evidenciaram situações atípicas na área da obstetrícia

No in&iacute;cio desta semana, dois casos curiosos de gravidez em Goi&acirc;nia (GO) e Vilhena (RO) obtiveram grande repercuss&atilde;o na internet, quando hospitais relataram ocorr&ecirc;ncias de partos empelicados. As curiosas ocasi&otilde;es destacaram uma condi&ccedil;&atilde;o considerada rar&iacute;ssima na obstetr&iacute;cia e despertou o interesse do p&uacute;blico em conhecer um pouco mais sobre o tipo de nascimento, de forma a entender o que pode motivar a n&atilde;o deteriora&ccedil;&atilde;o da bolsa amni&oacute;tica.
V&iacute;deos divulgados nas redes sociais em 11 e 12 de dezembro exibiram, respectivamente, os beb&ecirc;s Miguel e Elis nascerem cobertos com a pel&iacute;cula amni&oacute;tica, em imagens que aparentam uma certa estranheza para quem nunca teve acesso a registros reais sobre a ocorr&ecirc;ncia. Por&eacute;m, apesar de o fato ser classificado como um feito raro e dif&iacute;cil de programar, n&atilde;o chega a ser um evento anormal ou prejudicial para a m&atilde;e ou crian&ccedil;a, j&aacute; que o <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/120428-o-bebe-mais-prematuro-do-mundo-entra-para-o-livro-dos-recordes.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">beb&ecirc;</a> continua ligado &agrave; genitora pela placenta e permanece respirando normalmente.
&ldquo;N&atilde;o existe malef&iacute;cio para a m&atilde;e e para o beb&ecirc;. Talvez o fato do beb&ecirc; n&atilde;o ter contato com a flora bacteriana vaginal da mulher possa ser um suposto malef&iacute;cio. Estudos recentes apontam que a passagem pelo canal vaginal da m&atilde;e seja importante para colonizar o beb&ecirc; com bact&eacute;rias e micro-organismos para os quais o beb&ecirc; recebeu imunidade, desta forma isso seria importante para ligar o sistema imunol&oacute;gico do beb&ecirc; de uma forma mais precoce e efetiva", explica o Instituto Nascer. &ldquo;Ent&atilde;o no parto empelicado, com a bolsa integra, o beb&ecirc; n&atilde;o ter&aacute; o contato com essa flora bacteriana importante. Mas isso s&atilde;o s&oacute; reflex&otilde;es baseada nas teorias do Microbirth.&rdquo;
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/12/15/15164446623466.jpg" alt="(Fonte: g1 / Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: G1/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Estima-se que o parto empelicado aconte&ccedil;a com um a cada 80 mil beb&ecirc;s, com frequ&ecirc;ncias de nascimento de um ou duas crian&ccedil;as por ano. Curiosamente, o fato pode oferecer at&eacute; mesmo certos benef&iacute;cios para a crian&ccedil;a, j&aacute; que a prote&ccedil;&atilde;o combate poss&iacute;veis traumas e choques de movimento, como fraturas ou escoria&ccedil;&otilde;es, e previne contra doen&ccedil;as que podem ser transmitidas via canal vaginal de soropositivas, como o <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/120431-mulher-se-livra-de-hiv-sem-tratamento-e-anima-cientistas.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">HIV</a>.
<h2>Fato dif&iacute;cil de prever</h2>
Em entrevista, o m&eacute;dico respons&aacute;vel pelo parto de Andressa Nunes Rodrigues comentou sobre a alegria de ter contribu&iacute;do com o nascimento de Miguel e revelou que &eacute; imposs&iacute;vel prever quando um beb&ecirc; pode nascer sem ter a bolsa amni&oacute;tica rompida antes de ser devidamente separado da <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/119730-frustracao-de-mae-o-lado-da-gravidez-que-poucos-enxergam.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">m&atilde;e</a>.&nbsp;
<iframe width="300" height="880" style="background: white; max-width: 540px; width: calc(100% - 2px); border-radius: 3px; border: 1px solid #dbdbdb; box-shadow: none; display: block; margin: 0px 0px 12px; min-width: 326px; padding: 0px;" class="instagram-media instagram-media-rendered" id="instagram-embed-0" src="https://www.instagram.com/reel/CXROtT0JDW_/embed/?cr=1&amp;v=14&amp;wp=540&amp;rd=https%3A%2F%2Fplataforma.nexperts.co&amp;rp=%2Fprojetos%2Fgerenciar%2Fpublisher%2Fedit%2F9JJ76%2Fk5K1a#%7B%22ci%22%3A0%2C%22os%22%3A1071110.3000000007%2C%22ls%22%3A1071060.6999999993%2C%22le%22%3A1071107.3000000007%7D" allowtransparency="true" allowfullscreen="allowfullscreen" frameborder="0" data-instgrm-payload-id="instagram-media-payload-0" scrolling="no"></iframe>
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Em ces&aacute;reas, a incid&ecirc;ncia de nascimentos empelicados &eacute; bem maior que em partos normais, especialmente por obstetras conseguirem intencionalmente retirar crian&ccedil;as ainda cobertas pela pel&iacute;cula. Dessa forma, o evento considerado &ldquo;rar&iacute;ssimo&rdquo; e com poucos casos relatados na hist&oacute;ria &eacute; aquele que acontece por via vaginal, em que os m&eacute;dicos s&atilde;o incapazes de interferir ou realizar a&ccedil;&otilde;es de maneira premeditada.
&ldquo;Quanto mais distendida estiver a bolsa &mdash; pela quantidade maior de l&iacute;quido ou pelo tamanho do beb&ecirc; &mdash; maiores as chances do rompimento&rdquo;, afirma a Dra. Lidia Hyun Joo Myung, especialista em ginecologia e obstetr&iacute;cia da Cl&iacute;nica Medicina da Mulher. &ldquo;Geralmente, na ces&aacute;rea, &eacute; poss&iacute;vel fazer o parto empelicado mais facilmente, porque podemos realizar a abertura do &uacute;tero sem romper a bolsa amni&oacute;tica. Como a bolsa &eacute; pequena, &eacute; mais simples de passar intacta pelo canal&rdquo;.

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Parto empelicado: a ocorrência considerada raríssima por médicos

Imagem de Burnout: o que é e porque se tornou doença ocupacional? no megacurioso

Doença data do século passado, mas está, infelizmente, cada vez mais popular

A partir de 2022, a Organiza&ccedil;&atilde;o Mundial da Sa&uacute;de (OMS) vai classificar o burnout como doen&ccedil;a ocupacional. Essa decis&atilde;o havia sido tomada em 2019.
Com esse parecer, fica clara a responsabilidade do ambiente de trabalho no surgimento ou agravamento de novos casos &mdash; o que exigir&aacute; alguma postura das empresas na luta pela preven&ccedil;&atilde;o da chamada s&iacute;ndrome do esgotamento profissional.
Mas, ser&aacute; que a s&iacute;ndrome de burnout &eacute; algo recente em nossa sociedade? Na verdade, n&atilde;o.
<h2 class="uk-text-justify">Primeiro caso de burnout data de 1974</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/12/15/15145551595377.jpg" alt="(Imagem: Shutterstock)" />(Imagem: Shutterstock)
A rotina de trabalho do psicanalista alem&atilde;o Herbert J. Freudenberger era intensa. Durante o dia, ele trabalhava cerca de 12 horas corridas; &agrave; noite, ele tratava at&eacute; 10 dependentes qu&iacute;micos em 1 hora.
Um dia, ele "caiu de cama". A sensa&ccedil;&atilde;o que descrevia n&atilde;o era de um mero cansa&ccedil;o, daqueles que se resolve com uma boa noite de sono, mas de um completo esgotamento, como se ele fosse a chama de uma vela e estivesse &ldquo;queimado por completo&rdquo; &mdash; e &eacute; da&iacute; que vem o nome dessa doen&ccedil;a, da jun&ccedil;&atilde;o dos termos em ingl&ecirc;s burn&nbsp;(queima) e out (exterior).
O termo foi cunhado pelo pr&oacute;prio Freudenberger. Ele se dedicou a estudar o tema, e hoje as pesquisas dele s&atilde;o ponto de partida para qualquer um que deseja estudar o assunto.
<h2 class="uk-text-justify">&ldquo;Trabalhe enquanto eles dormem&rdquo;</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/12/15/15145554501378.jpg" alt="(Imagem: Shutterstock)" />(Imagem: Shutterstock)
A frase acima &eacute; o press&aacute;gio do burnout. Isso porque suas causas est&atilde;o relacionadas com a falta de descanso f&iacute;sico e mental &mdash; e o <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/116164-por-que-os-humanos-precisam-dormir.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">sono &eacute; o principal meio para esse descanso.</a>
Al&eacute;m de dormir, a preven&ccedil;&atilde;o da doen&ccedil;a pede que o indiv&iacute;duo pratique atividades f&iacute;sicas, de lazer e evite a progress&atilde;o de situa&ccedil;&otilde;es estressantes, como fazer hora extra todos os dias ou assumir mais responsabilidades do que realmente aguenta.&nbsp;Obviamente, outras situa&ccedil;&otilde;es estressantes do ambiente corporativo, como o ass&eacute;dio moral, devem ser evitadas pela empresa.
<h2 class="uk-text-justify">A import&acirc;ncia da classifica&ccedil;&atilde;o como doen&ccedil;a do trabalho</h2>
A decis&atilde;o da OMS &eacute; importante por v&aacute;rias raz&otilde;es. A primeira delas &eacute; que resolve um imbr&oacute;glio jur&iacute;dico, facilitando que pacientes tenham acesso a atestados m&eacute;dicos e aux&iacute;lios, como o aux&iacute;lio-doen&ccedil;a e estabilidade de trabalho no p&oacute;s-tratamento &mdash; tudo isso no caso da legisla&ccedil;&atilde;o brasileira.
A segunda &eacute; que entender o burnout como uma doen&ccedil;a &eacute; importante para diagnostic&aacute;-lo e trat&aacute;-lo corretamente, uma vez que &eacute; f&aacute;cil confundi-lo com um sintoma de outro transtorno mental, <a href="https://www.megacurioso.com.br/medicina-e-psicologia/100658-8-sinais-sutis-de-que-voce-pode-estar-com-depressao.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">como a depress&atilde;o</a>.
<h2 class="uk-text-justify">Burnout: sintomas e tratamento</h2>
O tratamento inclui o uso de medicamentos e psicoterapia. O diagn&oacute;stico &eacute; feito por um m&eacute;dico psiquiatra ou psicoterapeuta.&nbsp;Os sintomas mais comuns dessa doen&ccedil;a s&atilde;o:
<ul class="uk-text-justify">
<li>estresse relacionado ao trabalho;</li>
<li>uso constante de estimulantes para conseguir trabalhar (<a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/120517-por-que-tomar-cafe-libera-o-intestino.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">inclusive o "cafezinho"</a>);</li>
<li>momentos em que &ldquo;d&aacute; um branco&rdquo; durante o expediente;</li>
<li>ins&ocirc;nia ou altera&ccedil;&atilde;o no sono;</li>
<li>fadiga;</li>
<li>desmotiva&ccedil;&atilde;o;</li>
<li>altera&ccedil;&otilde;es na press&atilde;o arterial e no apetite.</li>
</ul>
Caso voc&ecirc; desconfie que est&aacute; com a s&iacute;ndrome do esgotamento profissional (burnout), procure ajuda m&eacute;dica antes de comunicar a empresa.&nbsp;Tamb&eacute;m &eacute; importante que os trabalhadores n&atilde;o normalizem situa&ccedil;&otilde;es de ass&eacute;dio, metas irreais, sobrecarga de trabalho ou outras situa&ccedil;&otilde;es que podem acarretar burnout ou outras doen&ccedil;as e transtornos.
Caso constate irregularidades, voc&ecirc; pode denunci&aacute;-las ao sindicato da sua categoria, ao Minist&eacute;rio P&uacute;blico do seu estado (podendo ser anonimamente), &agrave; <a href="https://denuncia.sit.trabalho.gov.br/home" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Secretaria do Trabalho</a> (antigo Minist&eacute;rio do Trabalho), ao <a href="https://mpt.mp.br/pgt/servicos/servico-denuncie" rel="noopener noreferrer" target="_blank">MP do Trabalho&nbsp;</a>ou voc&ecirc; pode abrir um Boletim de Ocorr&ecirc;ncia (B.O.) caso haja algum crime, como &eacute; o caso do ass&eacute;dio sexual.
&Eacute; importante lembrar que o Sistema &Uacute;nico de Sa&uacute;de (SUS) oferece tratamento para essa doen&ccedil;a.

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Burnout: o que é e por que se tornou uma doença ocupacional?

Imagem de Josef Mengele: a morte do médico nazista em uma praia brasileira no megacurioso

Mengele viveu por mais de 1 década no Brasil até sua morte, em 1979

Josef Mengele, apelidado de anjo da morte, foi um dos criminosos de guerra mais procurados da Segunda Guerra Mundial. Mas, ao contr&aacute;rio do que aconteceu com outros oficiais nazistas, a exemplo de Adolf Eichman, <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/120049-tribunal-de-nuremberg-condenacao-de-nazistas-completa-75-anos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">que foi preso</a>, condenado e executado, Mengele nunca foi pego.&nbsp;
No entanto, ele encontrou seu fim em uma tranquila praia de Bertioga, litoral de S&atilde;o Paulo, no dia 7 de fevereiro de 1979. Ele morreu afogado enquanto aproveitava o mar com alguns amigos.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/12/02/02101921467090.jpg" alt="Mengele, 2&deg; da esquerda, ganho o apelido de Anjo da Morte pelo jeito frio e indiferente com que mandava, com um gesto da m&atilde;o, prisioneiros para a morte. (Fonte: Karl Hoecker/ Museu do Holocausto/ Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />Mengele, 2&deg; da esquerda, ganhou o apelido de anjo da morte pelo jeito frio e indiferente com que mandava, com um gesto de m&atilde;o, prisioneiros para a morte. (Fonte: Karl Hoecker/ Museu do Holocausto/ Reprodu&ccedil;&atilde;o)
<h2 class="uk-text-justify">Fuga para a Am&eacute;rica do Sul</h2>
Ap&oacute;s a Segunda Guerra, Mengele <a href="https://www.megacurioso.com.br/guerras/98216-polemica-as-macabras-pesquisas-nazistas-contribuiram-para-a-ciencia.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">ficou famoso pelas experi&ecirc;ncias</a>, torturas e atrocidades as quais submetia os prisioneiros no campo de concentra&ccedil;&atilde;o de Auschwitz, incluindo cerca de 3 mil crian&ccedil;as g&ecirc;meas, das quais apenas 200 sobreviveram.
Quando a <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/109968-noite-dos-cristais-ataque-nazista-judeus-alemanha.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">derrota dos nazistas&nbsp;</a>se tornou uma quest&atilde;o de tempo, os oficiais do regime tinham apenas 3 alternativas: pris&atilde;o, suic&iacute;dio ou fuga. Em 17 de janeiro de 1945, quando as tropas sovi&eacute;ticas estavam a poucos dias de Auschwitz, Mengele optou fugir.
Ao contr&aacute;rio da maioria dos oficiais da SS, organiza&ccedil;&atilde;o paramilitar nazista, Mengele n&atilde;o permitiu que seu tipo sangu&iacute;neo fosse tatuado em seu peito ou bra&ccedil;os. &Eacute; poss&iacute;vel que tenha o ajudado a n&atilde;o ser identificado por onde passava.
Para fugir, o m&eacute;dico de Auschwitz se escondeu em uma fazenda na Baviera, no interior da Alemanha. Posteriormente, conseguiu se deslocar at&eacute; o porto de G&ecirc;nova, na It&aacute;lia, de onde embarcou em um navio de passageiros com destino &agrave; Argentina.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/12/02/02102713374094.jpg" alt="Para viver no Brasil, colocou sua foto em RG de amigo austr&iacute;aco que tinha deixado o pa&iacute;s. (Fonte: Maja Helmer/ BBC/ Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />Para viver no Brasil, colocou sua foto no&nbsp; Registro Geral (RG) de amigo austr&iacute;aco que tinha deixado o pa&iacute;s. (Fonte: Maja Helmer/ BBC/ Reprodu&ccedil;&atilde;o)
<h2 class="uk-text-justify">Os &uacute;ltimos anos de vida de Mengele no Brasil</h2>
Na Am&eacute;rica do Sul, Mengele passou pela Argentina, pelo Paraguai e, finalmente, se estabeleceu no Brasil, em 1960. Por aqui, at&eacute; teve uma pequena fazenda onde tratava de animais doentes.&nbsp;
Em uma entrevista publicada no jornal O Estado de S&atilde;o Paulo, em 2013, o delegado Jos&eacute; Paulo Bonchristiano, um dos chefes do Departamento de Ordem Pol&iacute;tica e Social (Dops) na &eacute;poca da ditadura militar, disse que a pol&iacute;cia brasileira sabia que Mengele estava em nosso pa&iacute;s, mas que nunca o prenderam porque a pol&iacute;cia alem&atilde; nunca pediu.
Entre 1945 e 1979, Mengele adotou v&aacute;rios nomes falsos. Durante os 17 anos em que viveu no Brasil, usou os nomes Peter Hochbichler e Wolfgang Gerhard. Sendo este o nome que usava na ocasi&atilde;o de sua morte e com o qual foi enterrado no cemit&eacute;rio do Ros&aacute;rio, situado em Embu, S&atilde;o Paulo.
Mengele adotou um estilo de vida simples, mas que lhe permitiu certa liberdade, tanto que morreu enquanto aproveitava uma praia. Com o tempo, ficou mais confiante e relaxado &agrave; medida que os anos passaram, e os seus perseguidores se distanciavam.
Curiosamente, viveu um bom tempo bem perto de quem o procurava: residia a meia hora de carro dos consulados da Alemanha ocidental, dos Estados Unidos e de Israel, no centro de S&atilde;o Paulo. O governo de Israel at&eacute; ofereceu uma recompensa US$ 3,4 milh&otilde;es por sua captura, vivo ou morto.&nbsp;
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/12/02/02102524295093.jpg" alt="Especialistas forenses com a ossada de Mengele. (Fonte: Erick Stover/ BBC/ Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />Especialistas forenses com a ossada de Mengele. (Fonte: Erick Stover/ BBC/ Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Em 1985, a pr&oacute;pria fam&iacute;lia do anjo da morte comunicou &agrave; imprensa alem&atilde; que o m&eacute;dico havia morrido anos antes e estava enterrado no Brasil. &nbsp;Nesse mesmo ano, a Pol&iacute;cia Federal exumou os restos mortais de Josef Mengele (Wolfgang Gerhardt).&nbsp;
Especialistas brasileiros e alguns dos mais respeitados cientistas forenses do mundo, incluindo equipes da Alemanha e dos Estados Unidos conclu&iacute;ram, ap&oacute;s as an&aacute;lises, que a informa&ccedil;&atilde;o passada pela fam&iacute;lia estava correta e que a ossada no cemit&eacute;rio de Embu era do m&eacute;dico nazista, sobre quem quase nada se sabia desde 1945.

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Josef Mengele: a morte do médico nazista em uma praia brasileira

Imagem de Por que as vacinas devem sua criação às vacas? no megacurioso

Embora não seja o autor da ideia original, Edward Jenner foi o primeiro a perceber a relação entre a varíola de vaca e a prevenção da varíola humana

Quando as pessoas correm hoje para a fila da vacina&ccedil;&atilde;o, para tomar a sua dose de refor&ccedil;o do imunizante, poucos sabem que os termos &ldquo;vacina&rdquo; e &ldquo;vacina&ccedil;&atilde;o&rdquo; t&ecirc;m <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/119438-a-controversa-origem-da-vacina-da-variola.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">origem nas vacas</a>. &Eacute; que o primeiro trabalho escrito sobre o assunto, de autoria do chamado &ldquo;Pai da Imunologia&rdquo;, Edward Jenner, foi intitulado Inquiry into the Variolae vaccinae known as the Cow Pox.
Traduzindo o ingl&ecirc;s e o latim, percebemos que se trata de uma pesquisa sobre a Var&iacute;ola das Vacas, ou seja, o &ldquo;vaccinae&rdquo; a&iacute; refere-se &agrave;quelas senhoras ruminantes que eventualmente nos fornecem leite. Mas, para saber como surgiram as vacinas, precisamos retornar &agrave; Europa do s&eacute;culo XVIII, quando a var&iacute;ola &mdash; uma das doen&ccedil;as mais contagiosas do mundo &mdash; devastava imp&eacute;rios e comunidades pelo mundo afora.
Causada por um <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/112069-virus-da-variola-deve-ser-mantido-para-estudo-ou-destruido.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">v&iacute;rus do g&ecirc;nero Orthopoxvirus</a>, a doen&ccedil;a pode ter matado, no in&iacute;cio daquele s&eacute;culo, quase 400 mil pessoas por ano. A estimativa &eacute; de que um ter&ccedil;o dos adultos infectados morria, e pelo menos 80% das crian&ccedil;as. Dos sobreviventes, muitos ficavam cegos e outros desenvolviam cicatrizes permanentes.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/12/14/14164942636658.jpg" alt="Fonte: Shutterstock/Reprodu&ccedil;&atilde;o." />(Fonte: Shutterstock/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
<h2>Os tratamentos da var&iacute;ola</h2>
Alguns tratamentos empregados na &eacute;poca eram completamente bizarros, como proibir o consumo de mel&atilde;o, enrolar os doentes em panos vermelhos, e at&eacute; um que fez muito sucesso (mesmo entre os n&atilde;o infectados), no qual os m&eacute;dicos prescreviam 12 garrafas de cerveja a cada 24 horas.
Mas havia um tratamento eficaz, por&eacute;m arriscado: a variola&ccedil;&atilde;o, ou inocula&ccedil;&atilde;o, que consistia em pegar o pus de um paciente afetado pela var&iacute;ola e pass&aacute;-lo na pele de uma pessoa saud&aacute;vel. Uma variante da t&eacute;cnica injetava o p&oacute; das cascas das feridas no nariz daqueles que ainda n&atilde;o haviam se infectado. Levada da &Aacute;sia e &Aacute;frica para a Europa e Am&eacute;rica do Norte, a t&eacute;cnica tanto curava quanto espalhava casos graves e mortais da doen&ccedil;a.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/12/14/14164945542659.jpg" alt="Fonte: Shutterstock/Divulga&ccedil;&atilde;o." />(Fonte: Shutterstock/Divulga&ccedil;&atilde;o)
<h2>O experimento de Jenner</h2>
No in&iacute;cio do s&eacute;culo XVIII, bem antes do nascimento de Jenner, moradores da zona rural da Inglaterra sabiam que mulheres que trabalhavam ordenhando vacas tornavam-se imunes &agrave; var&iacute;ola, mas contra&iacute;am a var&iacute;ola bovina (Cow Pox) em suas m&atilde;os, que desaparecia em pouco tempo sem deixar cicatrizes.
Isso deu uma ideia a um fazendeiro chamado Benjamin Jesty: em 1774, ele esfregou pus das les&otilde;es das tetas de uma vaca com var&iacute;ola diretamente na pele de sua esposa e dos seus filhos. Nenhum deles contraiu a doen&ccedil;a. Mas somente 22 anos depois, o m&eacute;dico ingl&ecirc;s <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/119390-voce-sabe-como-surgiram-as-vacinas.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Edward Jenner</a> tomaria conhecimento dos experimentos de Jesty.
Para comprovar a teoria, Jenner realizou seu pr&oacute;prio &ldquo;ensaio cl&iacute;nico&rdquo;: retirou o pus de les&otilde;es de Cow Pox das m&atilde;os de uma ordenhadora e decidiu aplicar na pele de um garoto de oito anos chamado James Phipps, filho do seu jardineiro. Ap&oacute;s a crian&ccedil;a desenvolver uma doen&ccedil;a branda, o m&eacute;dico ingl&ecirc;s inoculou a crian&ccedil;a com uma bolha da var&iacute;ola. James (felizmente) n&atilde;o desenvolveu a doen&ccedil;a e a vacina foi assim inventada.

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