Imagem de Radka Argirova: a cientista que contrabandeou o vírus do HIV no megacurioso

Nos anos 1980, Radka Argirova ficou famosa por levar ilegalmente e de propósito o HIV para a Bulgária

<head></head><body>Recentemente, a humanidade se viu cheia de dúvidas sobre uma nova doença: a covid-19. Especuladores e cientistas debatiam sobre o tema nos meios de comunicação e, em alguns casos, confundiam o público sobre o que era verdade e o que era mentira sobre a enfermidade.Não foi a primeira vez que isso aconteceu. Há cerca de 40 anos, as pessoas estavam confusas e assustadas com a AIDS. A desinformação era tanta que governos não sabiam o que fazer e, movidos pelo preconceito, colocaram em risco os cidadãos do próprio país.Contudo, o trabalho de cientistas foi fundamental para ajudar os países a se organizarem e enfrentarem esse desafio. Esse trabalho rendeu histórias interessantes, como a da pesquisadora Radka Argirova. Ela literalmente contrabandeou o <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/123746-possivel-vacina-contra-o-hiv-funciona-em-97-voluntarios.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">vírus do HIV</a> para a Bulgária, seu país.<h2>Por que ela levou o HIV para a Bulgária?</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/01/19/19132326199215.jpg" alt="Radka Argirova (Fonte: Reprodução: BBC Brasil)">Radka Argirova (Fonte: Reprodução: BBC Brasil)Na década de 1980, o mundo vivia o auge da Guerra Fria, com o medo de que EUA e URSS entrassem em conflito. Entre outras coisas, essa situação gerava uma desconfiança mútua entre as duas potências.A Bulgária naquela época era uma república soviética e via as infecções por HIV como um problema do mundo ocidental. Todavia, trabalhadores que viajavam para fora do país, como marinheiros, voltavam infectados, o que exigia um plano de ação por parte dos búlgaros.Radka Argirova era uma virologista talentosa que teve a oportunidade de estudar em universidades renomadas. Ela sabia da importância de testar as pessoas sintomáticas e monitorar o comportamento do vírus. &nbsp;Contudo, ela não tinha acesso ao vírus em solo búlgaro para desenvolver os testes.Em 1985, ela participou de uma conferência sobre Leucemia. O encontro ocorreu em Hamburgo, na Alemanha Ocidental. Lá, em uma conversa informal, o pesquisador Robert Gallo perguntou à colega búlgara sobre a situação da AIDS em seu país.Ela respondeu que não existia testagem e que, portanto, não tinha como responder. Gallo então pediu que um colega preparasse o vírus para ser levado à Bulgária.As células contendo o vírus da AIDS foram colocadas em um recipiente vermelho, semelhante a uma garrafa de vinho tinto. Radka Argirova, então, contrabandeou o HIV para seu país, entrando para a história.Robert Gallo também entrou para a história da virologia. Graças às suas <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/123247-contraceptivo-masculino-mostra-se-promissor-no-combate-ao-hiv.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">pesquisas</a>, os testes para identificar a presença de HIV se tornaram possíveis.<h2>Pânico e polêmica na Bulgária</h2>Não demorou muito para que vazasse a informação de que uma cientista búlgara havia trazido para o país o temido vírus da AIDS — embora ele já estivesse circulando entre os cidadãos do país.A imprensa alertava a opinião pública sobre os riscos e Radka Argirova era submetida a constantes interrogatórios pelo governo. Para a sua sorte, alguns membros do governo da época compreenderam a importância do trabalho da virologista e a apoiaram.No ano seguinte, graças à coragem da pesquisadora, 2 milhões de búlgaros haviam sido testados para a doença, em 28 centros de pesquisa. Três anos depois, em um documentário local, a pesquisadora<a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/123577-o-gibi-porno-usado-para-o-combate-do-hiv-no-carandiru.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">&nbsp;explicava à população como o vírus era transmitido</a>, ajudando a tranquilizar o país."Qualquer tipo de contato doméstico, como compartilhar fones de ouvido, pratos ou copos, não tem absolutamente nada a ver com a transmissão desta infecção", explicou.<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/01/19/19132217171214.jpg" alt="Radka Argirova falando aos búlgaros sobre o Covid-19 (Reprodução: BGNES)">Radka Argirova falando aos búlgaros sobre o Covid-19 (Reprodução: BGNES)Hoje, Radka Argirova ainda trabalha como virologista na Bulgária. Durante a pandemia de covid-19, ela ajudou os búlgaros em relação à nova doença.</body>

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Radka Argirova: a cientista que contrabandeou o vírus do HIV

Imagem de Abaporu: história da obra mais icônica da arte brasileira no megacurioso

Criado para ser um presente de aniversário, o Abaporu se transformou na obra mais cara da arte brasileira

<head></head><body>Considerada a obra fundadora do período antropofágico <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/121079-modernismo-brasileiro-as-caracteristicas-das-obras-do-movimento-artistico.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">do movimento modernista no Brasil</a>, a pintura a óleo Abaporu da artista Tarsila do Amaral tornou-se um símbolo máximo da nossa cultura. Uma série de eventos contribuiu para isso: a autora, seus relacionamentos e o momento efervescente da vanguarda que se formava na época de sua criação.Apesar de sua grandiosidade – e também do seu milionário valor atual – a obra começou como um singelo presente de aniversário preparado por Tarsila para comemorar os 38 anos do seu marido: o poeta, escritor e irrequieto dramaturgo brasileiro <a href="https://www.google.com/url?client=internal-element-cse&amp;cx=004238318321071068280:rcwgwv4dsro&amp;q=https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/121078-os-7-principais-artistas-da-semana-de-arte-moderna-de-22.htm&amp;sa=U&amp;ved=2ahUKEwj3luK4us_8AhVSspUCHU5vAdkQFnoECAkQAg&amp;usg=AOvVaw3Z5c-H2bzQXxtnsP1CjQzk" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Oswald de Andrade</a>, no dia 11 de janeiro de 1928.De acordo com a sobrinha-neta e responsável pelos direitos da obra da artista de Capivari, Tarsilinha do Amaral, em entrevista à BBC News Brasil, Oswald encantou-se de cara com o quadro de 85 cm por 73 cm. Dizendo ser a melhor obra de Tarsila até então, decretou: "É excepcional este quadro. É o homem plantado na terra".&nbsp;<h2>O homem que come</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/01/17/17180733793396.jpg" alt="Fonte: Revista de Antropofagia/Reprodução.">Fonte: Revista de Antropofagia/Reprodução.Levado por Oswald a outro expoente do movimento modernista – o também poeta Raul Bopp – a figura do quadro foi interpretada como um índio canibal, um antropófago que iria devorar a cultura dominante para incorporá-la e poder reinventá-la a seu modo.Se havia alguma motivação em sua alma de artista, Tarsila preferiu adotar a interpretação dos dois amigos e, recorrendo a um antigo dicionário de tupi-guarani, correu a batizar a obra. Ali encontrou os termos que definiriam a pintura: “aba”&nbsp;e “poru”, ou "<a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/123165-tribos-indigenas-brasileiras-praticam-canibalismo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">homem que come</a>".Depois de virar a principal peça do movimento antropofágico brasileiro, o quadro foi exposto em Paris já em 1928, mas, no ano seguinte, a obra voltou para as mãos de Tarsila, quando o casal se separou (Oswald casou-se com Pagu). Na partilha, o poeta levou para si O Enigma de Um Dia, de Giorgio de Chirico.&nbsp;<h2>Abaporu: uma epopeia</h2><span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;Museu Nacional de Belas Artes&nbsp;" data-fonte-url="https://lh3.googleusercontent.com/ci/AC_FhM-KeUkdctLoklBiPxnN1vXYNLNuYsBAmFVqNoeatiLAAalK2gszHZSyT_vPVWGD9TnlYckmwQ=s1200"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/01/17/17180119671395.jpg" alt="Fonte: Museu Nacional de Belas Artes/Reprodução.">Fonte: Museu Nacional de Belas Artes/Reprodução.Em 1960, após expor o seu homem que come em diversos locais, Tarsila vendeu o quadro por um preço irrisório, para o colecionador e criador do Museu de Arte de São Paulo (MASP), Pietro Maria Bardi, com a promessa de que a obra seria incorporada ao acervo do museu. Era mentira: um mês depois, Bardi vendeu a obra para o colecionador Érico Stickel “por uma fortuna”, diz Tarsilinha.Em 1984, o galerista Raul Forbes comprou o Abaporu por US$ 250 mil e decidiu, onze anos depois, levá-lo a leilão<a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/123553-por-que-obras-de-arte-sao-tao-caras.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">&nbsp;na icônica galeria Cristie’s de Nova York</a>. A obra foi arrematada pelo empresário argentino Eduardo Constantini por US$ 1,35 milhão. Finalmente, o trabalho de Tarsila foi incorporado a um museu, porém fora do Brasil: o Malba (Museu de Arte Latino-americana de Buenos Aires).No livro Abaporu: Uma Obra de Amor, de 2014, Tarsilinha do Amaral faz uma revelação: o homem que come é, na verdade, um autorretrato da tia, provavelmente nua, feito a partir da imagem refletida em um espelho inclinado.</body>

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Abaporu: história da obra mais icônica da arte brasileira

Imagem de Elizabeth Kenny: a criadora da fisioterapia moderna no megacurioso

A enfermeira australiana revolucionou a forma de tratar doentes e com isso criou as bases da fisioterapia 

<head></head><body>Elizabeth Kenny, também conhecida como Sister Kenny, foi uma enfermeira australiana conhecida por sua abordagem alternativa no tratamento da poliomielite. Ela nasceu em uma família de classe média baixa na Austrália rural e recebeu pouca educação formal. Apesar disso, Kenny tinha um grande interesse em medicina, então tornou-se enfermeira voluntária. &nbsp;Quando começou a atender pacientes com poliomielite, ela não sabia exatamente como tratá-los, então criou um método próprio que revolucionou a medicina e a fisioterapia. &nbsp;<h2>O Método Kenny</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/01/16/16164629238359.jpg" alt="A poliomielite, ou paralisia infantil, era tratada de forma totalmente diferente antes de Sister Kenny. (Fonte: Shutterstock)">A poliomielite, ou paralisia infantil, era tratada de forma totalmente diferente antes de Sister Kenny. (Fonte: Shutterstock)De acordo com relatos históricos, Kenny se deparou pela primeira vez com <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/122784-6-fatos-importantes-sobre-a-polio.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">crianças com poliomielite</a> enquanto trabalhava como enfermeira na Austrália rural, e não sabia como aliviar sua dor. Com base em uma recomendação de um cirurgião que conhecia, ela decidiu tentar usar o calor como medida para aliviar a dor. Ela tentou colocar tiras de pano quente e úmido sobre as áreas afetadas, e descobriu que essa abordagem reduzia a dor em alguns de seus pacientes. A partir daí, ela continuou a desenvolver e aperfeiçoar seu método, que ficou conhecido como Método Kenny.&nbsp;Ele representou uma mudança significativa em relação ao tratamento padrão da época, já que a abordagem tradicional para o <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/121995-desde-2014-doenca-misteriosa-parecida-com-a-polio-preocupa-os-medicos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">tratamento da poliomielite&nbsp;</a>se concentrava na imobilização e no repouso na cama para prevenir deformidades e complicações. Já o tratamento usado por Kenny combinava o calor a exercícios leves para ajudar os pacientes a recuperar a força e a prevenir o emagrecimento muscular.Além disso, Kenny se concentrava no paciente individual e em suas necessidades, o que foi uma mudança fundamental na forma como a medicina era encarada. Ao envolver os pacientes no próprio processo de recuperação, respeitando sua autonomia e encorajando-os a participar ativamente, ela quebrou com a prática médica da época, na qual as ordens do médico eram seguidas sem questionamentos e os pacientes eram considerados receptores passivos do tratamento.<h2>Ceticismo por parte dos médicos</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/01/16/16164631613360.jpg" alt="A comunidade médica relutou em aceitar o médoto de Kenny. (Fonte: Shutterstock)">A comunidade médica relutou em aceitar o médoto de Kenny. (Fonte: Shutterstock)A comunidade médica inicialmente recebeu o método de tratamento de Sister Kenny com ceticismo e resistência. Alguns médicos <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/122780-7-motivos-para-o-aumento-de-doencas-infecciosas.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">criticavam seu tratamento como não científico</a> e argumentavam que sua abordagem não era apoiada por pesquisas ou evidências suficientes. Outros questionavam suas qualificações para praticar medicina e a criticavam por promover sua forma de tratamento sem credenciais ou treinamento adequados.Foi somente na década de 1940 que seu método ganhou maior aceitação e começou a ser adotado mais amplamente pela comunidade médica. O Sister Kenny Institute, inaugurado em Minneapolis em 1942, foi o primeiro centro de reabilitação dos Estados Unidos a usar o método de Sister Kenny e isso ajudou a aumentar a conscientização sobre tal abordagem. Hoje, Elizabeth Kenny é considerada a criadora da fisioterapia como a conhecemos.</body>

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Elizabeth Kenny: a criadora da fisioterapia moderna

Imagem de Dispositivo Blonsky: a máquina giratória que realizaria partos no megacurioso

Após testemunhar parto de elefantes, casal de inventores decidiu criar uma tecnologia que seria capaz de retirar bebês de dentro das mães

<head></head><body>O parto é um dos momentos mágicos entre os seres vivos, uma vez que representa o surgimento de uma nova vida. Porém, também é um momento muito delicado e até mesmo doloroso para as mamães. Pensando nisso, um casal de inventores teve uma "grande" ideia: amarrar as <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/123934-por-que-o-nariz-das-mulheres-incha-durante-a-gravidez.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">grávidas</a> a uma mesa, girá-las em alta velocidade e impulsionar o bebê para fora.Foi assim que surgiu o conceito do Dispositivo Blonsky, uma máquina que usaria a força centrífuga para, literalmente, lançar os bebês ao mundo. O conceito foi desenvolvido e patenteado na década de 1960 após a observação do parto de <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/122683-o-programa-de-tv-que-deu-um-elefante-como-premio.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">elefantes</a>, mas nunca foi realmente usado por ser considerado bem ridículo. Entenda mais sobre o caso!<h2>Nova tecnologia de parto</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/01/12/12040008514019.jpg" alt="(Fonte: Galeria de Ciências de Dublin/Divulgação)">(Fonte: Galeria de Ciências de Dublin/Divulgação)Durante vários séculos, as mulheres que davam à luz possuíam grandes chances de falecer durante o parto. Segundo revisões de dados antigos, mais de uma a cada 100 mulheres grávidas morriam durante o nascimento dos bebês antes da era da medicina moderna. Visto que era comum as famílias terem vários filhos, o risco era ainda maior a cada gravidez.Nos séculos XIX e XX, novas tecnologias foram surgindo e prometiam revolucionar completamente o momento do nascimento dos bebês — salvando várias vidas. Por exemplo, apenas o ato de lavar as mãos antes do procedimento, ou a criação de anestesias, já foi suficiente para tornar a experiência menos torturante.Mas ainda não era o suficiente. Pensando nisso, o casal George Blonsky, um engenheiro de minas, e sua esposa Charlotte Blonsky, decidiram ser hora de dar um próximo passo. Embora não tivessem filhos, os dois eram constantemente vistos no zoológico do Bronx, onde a primeira ideia do Dispositivo Blonsky surgiu.<h2>Inspiração nos elefantes</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/01/12/12165025547278.jpg" alt="(Fonte: Shutterstock)">(Fonte: Shutterstock)No início dos anos 1960, os Blonsky se depararam com o nascimento de um bebê elefante. Enquanto observavam o trabalho de parto do animal, eles tiveram uma ideia para o parto humano. Para <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/123738-natural-ou-cesarea-tipo-de-parto-influencia-resposta-as-vacinas.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">dar à luz</a>, a elefante em questão girava em círculos amplos e lentos. George, então, deduziu que a força centrífuga do movimento era o que facilitava o parto do bebê de 110 quilos.Após diversos cálculos, o engenheiro passou a acreditar que a sua percepção científica poderia transformar o parto humano. Com isso, George e Charlotte passaram a sugerir a criação de um aparelho giratório que oferecia "força propulsora considerável" para expulsar o bebê do corpo de uma mãe. Na visão deles, amarrar grávidas a mesas giratórias facilitaria o nascimento de qualquer criança e traria menos estresse.Durante a operação, o dispositivo deveria aumentar gradualmente sua velocidade até que a força predeterminada que se espera para o nascimento da criança fosse criada. Não bastou muito para que a criação dos Blonsky fosse altamente questionada por questões críticas de segurança.Além do fato de que as grávidas estariam realmente acorrentadas a uma mesa, o dispositivo teria que ser equipado com uma rede para agarrar os recém-nascidos. Para a sorte da humanidade, não há nenhum registro de que essa máquina tenha sido usada na história e outras tecnologias medicinais muito mais seguras e eficientes despontaram por aí.</body>

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Dispositivo Blonsky: a máquina giratória que realizaria partos

Imagem de A universidade mais antiga do mundo foi fundada por uma mulher no megacurioso

Situada no Marrocos, a Universidade al-Qarawiyyin é anterior às primeiras universidades europeias

<head></head><body>Quando pensamos nas universidades mais antigas do mundo, em geral lembramos de Oxford, na Inglaterra (fundada em 1090) e Bolonha, na Itália (fundada em 1088). Porém, nenhuma delas é <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/123334-5-lugares-historicos-mais-antigos-que-as-piramides-do-egito.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">tão antiga quanto a Universidade al-Qarawiyyin</a>, no Marrocos, fundada em 859 por Fatima al-Fihri, uma mulher muçulmana que decidiu dedicar sua vida e sua fortuna para levar educação à sua comunidade.<h2>Quem foi Fatima al-Fihri?</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/01/09/09184029762302.jpg" alt="Fatima al-Fihri usou a fortuna de sua família para construir a primeira universidade do mundo. (Fonte: Shutterstock)">Fatima al-Fihri usou a fortuna de sua família para construir a primeira universidade do mundo. (Fonte: Shutterstock)Fatima al-Fihri nasceu na Tunísia em 800. Seu pai era um comerciante rico que se estabeleceu em Fez, no Marrocos. Anos depois, Fatima se casou com um comerciante também muito bem sucedido. Então, quando seu pai e seu esposo faleceram, ela herdou muito dinheiro.Fatima era muito religiosa e quando soube que a mesquita de Fez já não comportava mais o número de fiéis que a cidade abrigava, ela decidiu construir um templo que fosse grande o suficiente para receber toda a população. A construção se iniciou em 859 e recebeu o nome de mesquita de al-Qarawiyyin. Porém, assim que a construção começou, Fatima percebeu que o espaço poderia ser mais que um templo religioso e concebeu o projeto de uma madraça, isto é, um centro de estudos islâmicos.A fundação desse centro de estudos faz com que al-Qarawiyyin seja considerada pela UNESCO e pelo Livro dos Recordes (Guiness Book) a <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/121619-os-5-estabelecimentos-mais-antigos-do-mundo-no-seu-segmento.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">universidade mais antiga do mundo ainda em operação</a>, já que ela é mais antiga do que projetos similares do Egito e também anterior à criação de universidades europeias que só surgiram na segunda metade do século XI. Além disso, ela é a única a ser fundada por uma mulher, e mais, uma mulher negra e muçulmana.<h2>A universidade</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/01/04/04115809851642.jpg" alt="Pátio interno da universidade. (Fonte: Wikipédia)">Pátio interno da universidade. (Fonte: Wikipédia)Embora tenha sido concebida inicialmente como um centro de estudos religiosos, rapidamente outros campos de estudos foram incorporados aos programas da universidade e ela passou a oferecer estudos superiores em lógica, medicina, matemática, astronomia, gramática e retórica.Nos anos seguintes à sua construção, al-Qarawiyyin foi ganhando cada vez mais prestígio e <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/121663-5-professores-que-mudaram-o-mundo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">estudiosos do mundo todo</a> viajam para Fez para participar de simpósios e debates. Tal prestígio fez com que muitos sultões da época enviassem subsídios, presentes e livros. Assim, a universidade contava com várias bibliotecas. Uma delas continua aberta ao público até hoje e conta com mais de 4 mil manuscritos valiosos para diversas áreas.<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/01/04/04115937463643.png" alt="A biblioteca histórica da universidade abriga o primeiro diploma de medicina do mundo. (Fonte: Wikipédia)">A biblioteca histórica da universidade abriga o primeiro diploma de medicina do mundo. (Fonte: Wikipédia)Assim, a Universidade al-Qarawiyyin teve um papel importante tanto na unificação de uma identidade cultural, educacional e espiritual islâmica, quanto no intercâmbio de conhecimento com estudiosos do mundo todo. Exemplo disso é o do erudito cristão Gerbert d’Aurillac, que mais tarde se tornou Papa com o nome de Silvestre II e que possivelmente foi um dos responsáveis por levar o sistema numérico árabe para a Europa após passar pela universidade criada por Fatima.&nbsp;A influência desse centro de ensino se estende até os dias atuais, já que é provável que a estrutura de aprendizagem profissional instaurada por ele tenha inspirado a forma como as universidades europeias se estruturaram, o que se mantém até hoje. Atualmente, a Universidade al-Qarawiyyin ainda funciona e oferece cursos de graduação e pós-graduação em diversas áreas do conhecimento.</body>

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A universidade mais antiga do mundo foi fundada por uma mulher

Imagem de Rose O'Neal, a espiã que negociava segredos com os Confederados no megacurioso

Espiã ajudou os Confederados a vencerem a primeira grande batalha da Guerra Civil após divulgar planos confidenciais do lado rival

<head></head><body>Durante a <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/119209-caso-dred-scott-a-decisao-que-impulsionou-a-guerra-civil-americana.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Guerra Civil Americana</a> (1861-1865), uma figura proeminente se destacou no campo de batalha e trouxe implicações para o conflito que fortaleceriam os Confederados, mesmo havendo uma clara desvantagem das tropas sulistas. Rose O'Neal Greenhow, uma mulher rejeitada pela cúpula de Washington pelo seu "baixo nascimento", surgiu como uma das grandes líderes de redes de espionagem e buscou ajudar seus aliados em uma possível vitória dita como inviável para muitos.Nascida em meados de 1815 em uma fazenda em Maryland, Rose O'Neal teve uma juventude marcada por tragédias: seu pai foi assassinado por um homem escravizado e seus irmãos foram separados e distribuídos entre os parentes. Enviada a uma pensão de elite na adolescência, Greenhow admirava o cenário social da época, mesmo lutando para ter uma posição de relevância, até que se casou com bibliotecário e tradutor federal e viu suas perspectivas mudarem rapidamente.Após 1835, ela já estava entre os escalões superiores da elite norte-americana, chegando a criar vínculos de amizade com a ex-primeira-dama Dolley Madison e com o ex-presidente James Buchanan. Infelizmente, na década de 1850, seu marido faleceu após um acidente, e esse momento impulsionou Rose a se tornar atuante com o advento de uma guerra logo depois da nomeação de <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/122347-como-o-cadaver-de-abraham-lincoln-mudou-a-industria-funeraria.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Abraham Lincoln</a> como presidente. Foi assim que ela decidiu apoiar a causa dos Confederados.<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/01/02/02110121643078.jpeg" alt="(Fonte: Library of Congress / Reprodução)">(Fonte: Library of Congress / Reprodução)Fervorosamente pró-escravidão, Rose O'Neal Greenhow foi convocada pelo tenente-coronel Thomas Jordan — assistente do general confederado P.G.T. Beauregard — para formar uma quadrilha de espionagem em Washington, DC. Segundo informações, essa seria a melhor forma de executar uma sabotagem contra os inimigos da União, que planejavam marchar para Manassas, na Virgínia. Para isso, ela contou com o apoio de uma jovem chamada Bettie Duvall, uma infiltrada que compartilhou documentos sobre os números de integrantes dos adversários.A mensagem entregada de Duvall a Beauregard confirmou que a marcha da União era composta por aproximadamente 55 mil homens e faria um deslocamento de Arlington Heights e Alexandria para Manassas [perto de Bull Run], via Fairfax Court House e Centerville. Foi assim que começou a Primeira Batalha de Bull Run (21 de julho de 1861), quando as tropas do sul pegaram seus inimigos desprevenidos e os derrotaram, preparando o terreno para os próximos anos de conflito.<h2>A "rosa" capturada</h2>Ao perceber que a espionagem era um possível caminho para a vitória, Rose O'Neal Greenhow continuou a operar na capital norte-americana e formou um time com 48 mulheres e dois homens, frequentemente enviando <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/122928-o-metodo-vitoriano-de-comunicacao-por-anuncios-codificados-nos-jornais.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">mensagens codificadas</a> a Beauregard e outros confederados. Com o tempo, as suspeitas da União aumentaram e Allan Pinkerton, chefe do Serviço de Inteligência dos Estados Unidos, decidiu colocar Greenhow e sua equipe sob vigilância.&nbsp;Ela acabou presa e teve sua casa revistada pelo agente, que encontrou um enorme esconderijo de materiais sensíveis. Eles incluíam cartas, mapas, notas, mensagens cifradas e papéis queimados que quase foram destruídos. Porém, mesmo em prisão domiciliar, Rose continuava a espionar para a Confederação e chegou a colocar sua filha, Little Rose, como centro de um serviço de contrabando por meio de embalagens de doces.&nbsp;<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/01/02/02110042544077.jpeg" alt="(Fonte: Getty Images / Reprodução)">(Fonte: Getty Images / Reprodução)“Ela não cessou de fazer planos, de tentar subornar os oficiais que a mandam, de fazer sinais nas janelas de sua casa para seus amigos na rua, de se comunicar com esses amigos e através deles… ”, reclamou Pinkerton, segundo o The New York Times. Assim, ambas as mulheres foram enviadas para a Prisão do Antigo Capitólio em Washington e, após quatro meses em cárcere, foram banidas do norte do país.De volta ao sul, Greenhow foi recebida como uma heroína e foi enviada para a Europa em uma viagem diplomática em nome da Confederação. Aparentemente, essa empreitada teria sido um sucesso e resultou em ganhos de mais de US$ 2.000 em ouro para a espiã. Porém, quando ela estava a pouca distância de casa, à bordo do navio Condor, o navio da União USS Niphon entrou em confronto direto e fez com que Greenhow fugisse em um bote salva-vidas.Sobrecarregada pelo ouro carregado e posicionada em um frágil bote inflável, ela acabou se afogando e foi enterrada com todas as honras militares no Oakdale Cemetery em Wilmington, Carolina do Norte.</body>

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Rose O'Neal, a espiã que negociava segredos com os Confederados

Imagem de Henrietta Leavitt: a mulher que ampliou a capacidade de medição astronômica no megacurioso

Estudiosa de Harvard, Henrietta Swan Leavitt estabeleceu os padrões computacionais para os cálculos de distância extragalácticas

<head></head><body>"Computadora humana" de Harvard, Henrietta Swan Leavitt marcou a história da <a href="https://www.megacurioso.com.br/astronomia/" rel="noopener noreferrer" target="_blank">astronomia</a> moderna ao identificar cerca de 2.400 estrelas por meio de uma técnica autoral. Estudiosa das chamadas chapas fotográficas, ela utilizou esse método para ampliar a capacidade de medição da ciência durante os anos de 1907 e 1921, colaborando com as principais teses sobre a <a href="https://www.megacurioso.com.br/universo/98638-expansao-do-universo-e-8-mais-rapida-do-que-se-pensava-e-isso-nao-e-bom.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">expansão contínua do universo</a>.Leavitt nasceu em 4 de julho de 1868 e foi educada no Radcliffe College, instituição educacional afiliada de Harvard. Apesar de mostrar potencial para o estudo do cosmos, a promissora cientista foi empregada pelo Observatório Nacional apenas em 1907, quando Edward Charles Pickering assumiu a direção e estimulou a contratação em peso de dezenas de mulheres, em uma época onde poucas trabalhavam fora de suas casas.Nos primeiros anos de ofício, a astrônoma analisava chapas fotográficas e recebia menos do que um homem em sua mesma função. Porém, pouco tempo depois, ela foi deslocada para a equipe de observação das <a href="https://www.megacurioso.com.br/estrelas/" rel="noopener noreferrer" target="_blank">estrelas</a> e se tornou uma das principais responsáveis por estudar o brilho dos astros luminosos. Para isso, ela sobrepôs placas para entender como ocorriam as mudanças de luminosidade a partir das exposições dos materiais, e acabou registrando as chamadas “Variáveis Cefeidas”, batizadas em homenagem à constelação de Cefeu.<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/12/16/16070818983000.jpg" alt="(Fonte: Wikimedia Commons)">(Fonte: Wikimedia Commons)Dessa forma, Leavitt descobriu que, independente de onde estejam localizadas, algumas estrelas possuem brilho consistente e possibilitam uma medição mais precisa de sua distância até a Terra. Nas palavras de George Johnson, autor do livro Miss Leavitt's Stars&nbsp;(2005), a cientista "descobriu como medir o universo", mas acabou recebendo pouco crédito por esse feito e viu seu chefe de departamento, Pickering, assumir a responsabilidade como autor da descoberta.“Pouco se sabe sobre os sentimentos pessoais de Henrietta Leavitt sobre a maneira como ela foi ultrapassada”, escreveu a Associação Americana de Observadores de Estrelas Variáveis (AAVSO). "A personalidade dela era tímida e um tanto despretensiosa, e as mulheres daquela época, em um mundo mais justo, seriam respeitadas como iguais por seus pares do sexo masculino. Elas muitas vezes se resignavam a assumir um papel menor, e muitas vezes ficavam apenas silenciosamente gratas por receber qualquer tipo de função."<h2>O legado deixado por Henrietta Swan Leavitt</h2>Antes de Leavitt formular a tese definitiva sobre o grau de luminosidade e o período das estrelas, esse cálculo ocorria a partir de uma observação geométrica, analisando o deslocamento do corpo celeste e sua angulação em relação à Terra. Surpreendentemente, as observações da cientista ampliaram a capacidade de medição em quase 200 vezes, saindo de 100 mil anos-luz para 20 milhões de anos-luz de distância.<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/12/16/16070955158001.jpg" alt="(Fonte: NASA/Reprodução)">(Fonte: NASA/Reprodução)Posteriormente, logo depois da morte de Leavitt em 1921, o lendário físico e astrônomo Edwin Hubble utilizou a tese da expansão contínua do universo para medir a distância da galáxia mais próxima da Terra: a Andrômeda (M31). O alcance de 2,5 milhões de anos-luz deixou claro que a galáxia estava muito além dos limites da <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/121120-5-misterios-incriveis-nao-desvendados-sobre-a-via-lactea.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Via Láctea</a> e comprovou a existência de outros sistemas gravitacionais.A técnica das “Variáveis Cefeidas” é aplicada até hoje pelo telescópio Hubble. Em relação ao legado de Leavitt, ela foi indicada pela Academia Sueca de Ciências para o Prêmio Nobel em 1924 — três anos após sua morte —, mas foi impedida de participar da cerimônia por "não existirem" concessões póstumas.</body>

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Henrietta Leavitt: a mulher que ampliou a capacidade de medição astronômica

Imagem de Grace Hopper: a matemática que mudou os rumos da programação no megacurioso

Curiosa e inteligente, Hopper lançou as bases para 'uma programação popular'

<head></head><body>Grace Brewster Murray Hopper (1906-1992), é considerada uma das mentes mais geniais por trás do primeiro computador eletromecânico dos EUA. Em sua jornada tecnológica, ela foi pioneira em uma linguagem de programação computacional criada há décadas e que, acredite, é usada até hoje.Hooper foi criada por um pai que valorizava a educação das filhas. Não por acaso, ela era autoconfiante, consciente da importância do trabalho duro e da necessidade de perseguir seus sonhos.<h2>Grace Hooper, a mulher que revolucionou a programação</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/12/12/12202441628453.jpg" alt="(Fonte: Wikipedia/ Reprodução)">(Fonte: Wikipedia/ Reprodução)Hooper não foi somente uma pioneira no setor da computação. Também foi uma oficial da Marinha dos EUA. Em 1930, conquistou seu mestrado e, em 1934, recebeu seu PhD em matemática pela renomada Universidade de Yale. Mas, sem dúvidas, ela é mais lembrada devido as suas contribuições para a programação de computadores, em uma época onde tudo isso quase nem existia.Aqui, podemos incluir projetos envolvendo o desenvolvimento de softwares, implementação de linguagens de programação e design. Sempre atuante e com forte personalidade de independência e inovação, Hooper conquistou longas carreiras de excelência, tanto na Marinha (área tecnológica) quanto na indústria de computadores.Para muitos, Hooper era uma grande mente da matemática e uma pioneira quando o assunto era computação. Sua própria trajetória de vida confirma isso.&nbsp;Afinal, Grace Hooper desenvolveu uma tecnologia de programação&nbsp;que mudou para sempre o funcionamento dos computadores e o fluxo de informações. Em outras palavras, foi ela quem abriu a porta para o setor de processamento de dados moderno.<h2>Na Marinha</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/12/12/12210104057468.jpg" alt="(Fonte: Wikipedia/ Reprodução)">(Fonte: Wikipedia/ Reprodução)Com a chegada da Segunda Guerra Mundial, Hooper decidiu que não poderia ficar sem se envolver. Tentou ingressar nas forças armadas, mas foi rejeitada. Contudo, sua insistência a fez a ser aceita em momento posterior.Após receber sua comissão, Grace passou a fazer do Projeto de Computação do Bureau of Ships da Universidade de Harvard. Lá estava ela com a equipe que trabalhava com a calculadora de sequência controlada automática da IBM, o Mark I, o primeiro computador eletromecânico dos EUA.Entre 1946 e 1949, Hooper continuou atuando nos projetos MARK II e MARK III na Marinha. Porém, terminados os seus três anos de prestação de serviços, foi obrigada a abandonar o cargo de pesquisadora, pois, na época, Harvard não contava com cargos para mulheres.<h2>Pioneirismo</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/12/12/12210232236469.jpg" alt="(Fonte: Wikipedia/Reprodução)">(Fonte: Wikipedia/Reprodução)Por volta de 1949, Grace trabalhou no projeto UNIVAC I &nbsp;e II, liderando as primeiras pesquisas sobre a programação automática. A mulher era incansável, sempre explorando novas formas de codificar programas.Em 1952, surgiu de suas mãos e mente o primeiro compilador de dados&nbsp;batizado A-0 que, basicamente, traduzia códigos matemáticos em códigos legíveis por máquinas. Algo essencial na trajetória do desenvolvimento de linguagens de programação modernas.Em 1953, Hooper teve mais uma de suas ideias incríveis: escrever softwares em palavras, em vez de símbolos. Isso foi um verdadeiro avanço. Quando o ano de 1956 chegou, seu trabalho juntamente com o de sua equipe já estava dando frutos com o FLOW-MATIC, a primeira linguagem para programação que usava completamente comandos de palavras.Grace Hooper atuou durante toda sua vida visando fazer a computação evoluir e se tornar mais acessível a todos. Mesmo após se aposentar (por duas vezes) continuou envolvida em trabalhos desse tipo.<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/12/12/12211206114473.jpg" alt="(Fonte: Vassar.Edu/ Reprodução)">(Fonte: Vassar.Edu/ Reprodução)Suas habilidades na sala de aula, com certeza, ajudaram a despertar a paixão pela programação em muitas pessoas. Aliás, no ano de 1973, <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/123672-sheikha-moza-bint-nasser-a-mulher-que-vem-mudando-o-catar.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Grace Hooper se tornou a primeira mulher</a> de qualquer país e a primeira pessoa dos EUA a ser reconhecida com o título de Distinguished Fellow da British Computer Society.&nbsp;Em vida, Hooper recebeu várias medalhas e honrarias. Mas, talvez, a maior delas foi ter aberto as portas da programação e simplificado o universo dos computadores para muita gente, ampliando o acesso dos usuários ao mundo tecnológico.Ah, o COBOL (Common Business-Oriented Language) que muitos programadores conhecem hoje teve a <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/123506-tabela-periodica-as-mulheres-esquecidas-que-ajudaram-a-cria-la.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">mão de Hooper</a> que queria possibilitar para gerações de não especialistas a chance de fazer sua própria programação.</body>

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Grace Hopper: a matemática que mudou os rumos da programação

Imagem de Cecilia Payne: a cientista que descobriu a composição do Sol no megacurioso

Pesquisadora teve seu trabalho omitido por muito tempo, até que recebesse os devidos créditos por sua descoberta

<head></head><body>Por séculos os astrônomos e astrofísicos olharam para cima tentando compreender os mistérios do <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/123680-4-imagens-incriveis-do-espaco-obtidas-pelo-telescopio-james-webb.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">universo</a>. Entre avanços e equívocos, não faltaram cientistas para desenvolver diferentes equações ou formular teorias sobre <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/116074-19-fotos-de-astronomia-que-irao-leva-lo-para-longe-da-terra.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">planetas, galáxias e estrelas</a>. E somente nos últimos anos, que uma das mais importantes astrofísicas recebeu o devido reconhecimento por seu trabalho.Cecilia Payne-Gaposchkin foi a primeira pessoa a sugerir e demostrar que a composição do Sol é formada principalmente de hidrogênio e hélio. Isso em uma época que era praticamente um consenso que o Sol possuía uma composição similar à da Terra. Passadas mais de quatro décadas da sua morte, hoje seu nome é tido como fundamental para o avanço da astronomia, apesar de todos os obstáculos que precisou superar durante sua vida.<h2>Um começo promissor</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/12/13/13105243580154.jpg" alt="Cecilia Payne (na parte de cima, a segunda da esquerda) ao lado de outras pesquisadoras de Harvard. (Fonte: Owlcation)">Cecilia Payne (na parte de cima, a segunda da esquerda) ao lado de outras pesquisadoras de Harvard. (Fonte: Owlcation)Cecilia Payne-Gaposchkin nasceu em 10 de maio de 1900 em Wendover, uma pequena cidade próxima a Londres. Lá, ela teve a oportunidade de estudar em uma escola para meninas, cuja diretora dizia às suas aulas que as mulheres eram o sexo forte. Cecilia se tornou uma leitora ávida, que achava os livros de Platão divertidos.Na escola, ela também aprendeu a fazer exercícios de aritmética mental e foi estimulada a decorar longos poemas — Cecilia disse que isso ajudou seu trabalho científico posterior porque desenvolveu sua memória a um nível muito alto.Aos 12 anos, Cecilia já havia aprendido o latim básico e falava francês e alemão. Sabia fazer álgebra até o nível de equações quadráticas e a usar uma balança química. E, como se isso não fosse o suficiente, ela também se tornou uma pianista habilidosa.<h2>Definindo seu rumo</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/12/13/13104910567153.png" alt="(Fonte: ESA space history)">(Fonte: ESA space history)Quando terminou o ensino médio — nessa época ela já havia se mudado para Londres com a família há algum tempo —, Cecilia decidiu que iria estudar ciências na Universidade de Cambridge. Como sua família não tinha condições de bancar os gastos, ela precisava ganhar uma bolsa integral — e acabou ficando com a única bolsa oferecida que cobria todos os seus custos.Seu início em Cambridge foi como aluna de botânica, mas acabou mudando para a física, principalmente após descobrir que Ernest Rutherford estava no comando do Laboratório Cavendish, onde ela passou a trabalhar algum tempo depois.&nbsp;Lá, ela entrou em contato com vários ganhadores do <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/123208-a-origem-explosiva-do-premio-nobel.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Prêmio Nobel</a>, incluindo o descobridor do elétron, J. J. Thomson, e o próprio Rutherford. Ela também pode assistir palestras sobre o átomo de Bohr, ministradas pelo próprio Niels Bohr.<h2>Alcançando as estrelas</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/12/13/13104703846145.png" alt="(Fonte: Wikimedia Commons)">(Fonte: Wikimedia Commons)Em 1923, Cecilia se mudou para os Estados Unidos a convite de Harlow Shapley, &nbsp;diretor do Harvard College Observatory. Shapley foi uma figura dúbia na vida de Cecilia. Por um lado, ele a encorajou na pesquisa. Por outro, ele pagava mal por seus trabalhos e também nunca a promoveu na hierarquia profissional — tendo até mesmo aconselhando outra instituição a não contratá-la para uma posição de destaque.&nbsp;Durante seus estudos em Harvard, Cecilia utilizou uma equação de ionização para cruzar dados que ela mesma vinha coletando. Foi assim que ela descobriu que as estrelas tinham em sua composição primária o hidrogênio e o hélio. Porém, Henry Norris Russell, que era orientador de Cecilia, acreditou que a descoberta estava equivocada e sugeriu que ela não a publicasse. Anos mais tarde, o próprio Russell chegou ao mesmo resultado através de outra metodologia, e acabou recebendo o crédito pela "descoberta".&nbsp;Cecilia só passou a ter mais autonomia em 1956, quando se tornou chefe do Departamento de Astronomia de Harvard, onde continuou até se aposentar, em 1966. Sua contribuição à ciência, porém, só se tornou conhecida após a sua morte, aos 79, no dia 7 de dezembro de 1979. Hoje, só é possível especular o que teria acontecido se ela tivesse recebido algum tipo de promoção antes, ou se seu trabalho tivesse tido o devido reconhecimento.Em uma de suas palestras em Harvard, tornou-se célebre o conselho que deixou às mulheres que pretendiam seguir seus passo: “Não sigam uma carreira científica por fama ou dinheiro… Sigam a carreira científica só se nada mais trouxer satisfação, porque ‘nada mais’ é provavelmente o que vocês irão receber. Sua recompensa é a ampliação do horizonte enquanto você escala. E, se vocês conseguirem essa recompensa, não vão querer nenhuma outra”.</body>

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Cecilia Payne: a cientista que descobriu a composição do Sol

Imagem de Quem são as 3 brasileiras na lista das 100 mulheres mais influentes da BBC? no megacurioso

Com nomes de vários departamentos, lista da BBC destaca mulheres que se destacaram como líderes e referências em todo o planeta

<head></head><body>Na última semana, a&nbsp;BBC divulgou a lista definitiva das 100 mulheres mais influentes do mundo em 2022 e destacou a atuação de três brasileiras em papéis de liderança em suas áreas de atuação. A mídia estatal britânica considerou as inclinações de figuras públicas que chamaram a atenção como vozes diante de graves conflitos espalhados pelo mundo, incluindo as questões envolvendo os <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/123098-protestos-no-ira-3-razoes-para-esse-ser-um-momento-impar.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">rostos femininos no Irã</a> e a resistência na crise entre <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/121166-ucrania-e-russia-as-origens-de-um-conflito-de-quase-um-seculo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Ucrânia e Rússia</a>.Entre nomes como a artista global Billie Eilish, a primeira-dama da Ucrânia Olena Zelenska, as atrizes Priyanka Chopra Jonas e Selma Blair, a "czarina do pop russo" Alla Pugacheva, a recordista do salto triplo Yulimar Rojas e a autora ganense Nana Darkoa Sekyiamah, chamam a atenção menções a três brasileiras. O país sul-americano está representado pela ativista indígena Alice Pataxó, pela senadora e ex-candidata à presidência da República Simone Tebet, e por Erika Hilton, primeira mulher trans negra eleita para o Congresso nacional.Confira abaixo mais informações sobre o trio de mulheres do Brasil e conheça um pouco sobre seus projetos que as elevaram para um patamar significativo em todo o planeta:<h2>Alice Pataxó</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/12/16/16021703519000.jpg" alt="(Fonte: BBC / Reprodução)">(Fonte: BBC / Reprodução)Recomendada por <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/114912-vencedora-do-nobel-da-paz-malala-yousafzai-se-forma-em-oxford.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Malala Yousafzai</a> para o prêmio de 100 mulheres inspiradoras da BBC, Alice Pataxó é uma jornalista e ativista indígena que ganhou repercussão após participar da COP26 em Glasgow, Escócia. Sua trajetória busca reforçar a conscientização sobre como políticas federais sem autorresponsabilidade podem ameaçar não apenas as terras de povos nativos, mas o meio ambiente como um todo, questionando a visão colonial e denunciando assassinatos de grupos pró-ambiente.<h2>Simone Tebet</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/12/16/16042608569000.jpg" alt="(Fonte: BBC / Reprodução)">(Fonte: BBC / Reprodução)Atuante na política brasileira como senadora do Mato Grosso do Sul, Simone Tebet foi uma das principais vozes durante o enfrentamento à pandemia da covid-19 no país e defendeu a ciência, a vacinação e as medidas sanitárias comprovadas. Além disso, com a intenção de reduzir a polaridade no país, ela se tornou a primeira mulher a presidir a Comissão de Constituição e Justiça do Senado, com um posicionamento de liderança no combate à violência contra a mulher. Nas últimas eleições, ela terminou em terceiro lugar na candidatura à <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/123740-diplomacao-presidencial-como-funciona-e-qual-e-a-origem-cerimonia.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Presidência da República</a>.<h2>Erika Hilton</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/12/16/16043138065001.jpg" alt="(Fonte: BBC / Reprodução)">(Fonte: BBC / Reprodução)Primeira mulher trans e negra a ser eleita deputada federal no Brasil, Erika Hilton se tornou um símbolo na luta contra o racismo, tendo uma atuação significativa como membro da <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/122093-5-fatos-historicos-sobre-o-mes-do-orgulho-lgbtqia.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">comunidade LGBTQIAPN+</a> e a favor dos direitos humanos. Com um passado humilde, onde morou nas ruas após ser expulsa de casa por sua família conservadora, ela ingressou em uma universidade e se dedicou à carreira política, sendo autora de um projeto de lei que visa a criação de um fundo municipal para combater a fome na cidade de São Paulo.</body>

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