Imagem de Marília Mendonça: a trajetória revolucionária da artista sertaneja no megacurioso

Morta em um acidente de avião nesta sexta-feira (5), Marília Mendonça deixa um legado inesquecível e uma das carreiras mais brilhantes da música brasileira

Nesta última sexta-feira (5), a cantora Marília Mendonça sofreu um acidente fatal durante viagem de avião na serra de Caratinga, interior de Minas Gerais. A trágica morte da artista surge para encerrar uma das carreiras mais exemplares no cenário musical brasileiro, deixando uma legião de fãs em todo o país, uma dezena de álbuns e EPs lançados, inúmeros hits que marcaram época e o carisma de uma <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/120270-literatura-mulheres-sao-lindas-e-homens-corajosos-detecta-ia.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">mulher</a> que se destacou por defender a representatividade no meio artístico e a igualdade entre gêneros em especial no sertanejo.Nascida em 22 de julho de 1995 na pequena cidade de Cristianópolis, Goiás, Marília Dias Mendonça teve seu primeiro contato com a música na igreja e começou a compor com 12 anos de idade, quando escreveu trilhas para João Neto e Frederico, Wesley Safadão, Henrique e Juliano, Matheus e Kauan, Jorge e Mateus, Cristiano Araújo e outros. Pouco tempo depois, a promissora artista se lançou como cantora e produziu seu primeiro EP original ao lado da gravadora Work Show, estourando definitivamente menos de um ano depois.Após 2014, especialmente com o lançamento do single "Impasse" ao lado de Henrique e Juliano, Marília Mendonça passou a marcar presença em todas as rádios, programas de televisão, eventos e festivais em nível nacional, gravando seu primeiro DVD em março de 2016 (Marília Mendonça: Ao Vivo) e ganhando reconhecimento com a estreia de "Infiel", música que impulsionaria totalmente a carreira da cantora ao se tornar o segundo hit mais tocado nas rádios em 2016.<h2>A Rainha da Sofrência</h2>Considerada revelação da <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/119095-5-lendas-estranhas-relacionadas-a-musica.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">música</a> sertaneja, a "Adele Brasileira", como foi chamada em seus anos iniciais como artista, impulsionou uma nova categoria no mercado do gênero: o "feminejo". Formado por mulheres que tratavam sobre empoderamento feminino, liberdade sexual e temas relacionados às lutas das mulheres, especialmente no meio sertanejo, que até então era dominado por duplas formadas essencialmente por homens, a categoria criou uma onda de duplas e cantoras solo que questionavam o machismo e a falta de igualdade participativa no estilo musical.<iframe class="instagram-media instagram-media-rendered" id="instagram-embed-0" src="https://www.instagram.com/p/CULpsKKDeAh/embed/?cr=1&amp;v=14&amp;wp=540&amp;rd=https%3A%2F%2Fplataforma.nexperts.co&amp;rp=%2Fprojetos%2Fgerenciar%2Fpublisher%2Fedit%2FWX236%2Fk5K1a#%7B%22ci%22%3A0%2C%22os%22%3A15853889.699999996%7D" allowtransparency="true" allowfullscreen="true" frameborder="0" height="745" data-instgrm-payload-id="instagram-media-payload-0" scrolling="no" style="background: white; max-width: 540px; width: calc(100% - 2px); border-radius: 3px; border: 1px solid rgb(219, 219, 219); box-shadow: none; display: block; margin: 0px 0px 12px; min-width: 326px; padding: 0px;"></iframe><script async="" src="http://www.instagram.com/embed.js"></script>Imediatamente os temas dos hits mudaram e as mulheres tiveram a oportunidade de cantar com mais propriedade, revelando viver as mesmas angústias dos homens e serem capazes de dar a volta por cima, superar e se envolver em casos sem compromisso. E ao investir de vez em letras melancólicas, baseadas em fatos de sua vida e que democratizem a fragilidade humana, Marília Mendonça recebeu o título de "Rainha da Sofrência".<h2>Referência da música brasileira</h2>A partir de fevereiro de 2019, já com seis álbuns e EPs lançados, Marília Mendonça passou a realizar shows "surpresa" e gratuitos em várias regiões do Brasil. Suas apresentações, além de terem atraído milhões de fãs e espectadores, serviram como clipes para a gravação de novos DVDs e músicas inéditas, em uma turnê que foi chamada de "Todos os Cantos". A exibição trouxe hits como "Ciumeira", "Bem Pior Que Eu", "Todo Mundo Vai Sofrer" e "Supera", que valeram o prêmio <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/117994-grammy-2021-quem-sao-os-maiores-vencedores-da-historia-da-premiacao.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Grammy Latino</a> de Melhor Álbum Sertanejo pelo trabalho.<iframe class="instagram-media instagram-media-rendered" id="instagram-embed-1" src="https://www.instagram.com/reel/CVZhRbrjUfc/embed/?cr=1&amp;v=14&amp;wp=540&amp;rd=https%3A%2F%2Fplataforma.nexperts.co&amp;rp=%2Fprojetos%2Fgerenciar%2Fpublisher%2Fedit%2FWX236%2Fk5K1a#%7B%22ci%22%3A1%2C%22os%22%3A15853903.300000004%7D" allowtransparency="true" allowfullscreen="true" frameborder="0" height="880" data-instgrm-payload-id="instagram-media-payload-1" scrolling="no" style="background: white; max-width: 540px; width: calc(100% - 2px); border-radius: 3px; border: 1px solid rgb(219, 219, 219); box-shadow: none; display: block; margin: 0px 0px 12px; min-width: 326px; padding: 0px;"></iframe><div hidden="">##SCRIPTINSTAGRAM##</div>"A imagem que elas [as cantoras] estavam passando no sertanejo era de fragilidade, e isso não é respeitado pelo mercado. Agora está mudando. Estão aparecendo mais mulheres porque elas estão se impondo como homens. Paula Mattos, Maiara &amp; Maraísa, eu. A gente chegou de um jeito diferente", comentou Marília, em entrevista à UOL.Com apenas 26 anos, Marília Mendonça tornou-se uma das artistas brasileiras mais seguidas no YouTube, com mais de 22 milhões de pessoas. Em abril de 2020, ela bateu recorde de visualizações simultâneas em live, quando cerca de 3,3 milhões de pessoas acompanharam seu show ao vivo. No Instagram, seu perfil conta com quase 40 milhões de seguidores e até o início da pandemia da covid-19 ela tinha uma média de 200 shows por ano.<h2>Participação social</h2>Muito além de cantar e compor, Marília Mendonça era uma pessoa ativa socialmente em relação às questões femininas, principalmente em defesa das mulheres que sofriam <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/119822-maria-da-penha-a-historia-do-combate-a-violencia-contra-a-mulher.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">violência doméstica</a>. A Rainha da Sofrência foi uma das mais engajadas durante o caso de agressão relatado pela influenciadora Pamella Holanda, que revelou ter sido agredida pelo DJ Ivys.&nbsp;Além disso, ela constantemente emitia declarações sobre os perigos das redes sociais o como as publicações ofensivas podem fazer mal às pessoas, tratando de forma muito sincera questões como o cancelamento, ameaças étnicas e de gênero, ataques gratuitos e outros tipos de comportamento que minimizem alguém, favoreçam a autossabotagem e impulsionem problemas como depressão, ansiedade, medo e outras emoções negativas.<iframe class="instagram-media instagram-media-rendered" id="instagram-embed-2" src="https://www.instagram.com/tv/CVuHrAFDYFh/embed/?cr=1&amp;v=14&amp;wp=540&amp;rd=https%3A%2F%2Fplataforma.nexperts.co&amp;rp=%2Fprojetos%2Fgerenciar%2Fpublisher%2Fedit%2FWX236%2Fk5K1a#%7B%22ci%22%3A2%2C%22os%22%3A15853913.100000001%7D" allowtransparency="true" allowfullscreen="true" frameborder="0" height="880" data-instgrm-payload-id="instagram-media-payload-2" scrolling="no" style="background: white; max-width: 540px; width: calc(100% - 2px); border-radius: 3px; border: 1px solid rgb(219, 219, 219); box-shadow: none; display: block; margin: 0px 0px 12px; min-width: 326px; padding: 0px;"></iframe>"Nós temos que tomar muito cuidado com o que compartilhamos na internet, mesmo que seja brincadeira. Boatos afetam bastante, mesmo quando dizemos que não... Mas, um relacionamento deve se manter firme diante dessas coisas", escreveu Marília. “Poxa gente, nós temos que tomar muito cuidado com o que compartilhamos na internet, mesmo que seja brincadeira, sem querer ferimos as pessoas.”<h2>Um futuro promissor</h2>Desde 2014, Marília Mendonça vem encarando uma carreira meteórica que se destacou por inúmeras premiações, convites em todo tipo de programa, participação vip em grandes shows nacionais e promessas de um futuro ainda mais grandioso, visto que já havia planos para a turnê das Patroas, evento que prometia apresentações em quatro capitais, públicos de até 40 mil pessoas e colaboração com a dupla Maiara e Maraísa, prevista para ocorrer em 2022.Indicada para o Grammy Latino de Melhor Álbum Sertanejo deste ano, a cantora deixa um dos legados mais significativos não apenas do meio sertanejo, mas de todo o cenário artístico brasileiro, simbolizando uma mulher revolucionária que certamente nunca será esquecida por quem teve as portas abertas graças à sua voz.

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Marília Mendonça: a trajetória revolucionária da artista sertaneja

Imagem de De 1900 até hoje: a história das bruxas nos filmes e seu impacto social no megacurioso

Mágico de Oz, Abracadabra, Bruxa de Blair e outros; descubra como se deu a evolução e a transformação dos estereótipos das bruxas nos cinemas 

Nos &uacute;ltimos anos, a bruxaria nos cinemas vem ganhando novas abordagens por parte de est&uacute;dios e criadores, que passaram a apostar em cen&aacute;rios psicol&oacute;gicos e humanos para explorar um dos seres mais relevantes da hist&oacute;ria audiovisual.
De 1900 at&eacute; hoje, as bruxas passaram por uma s&eacute;rie de estere&oacute;tipos e abordagens que as consolidaram como personagens emblem&aacute;ticas, sendo respons&aacute;veis por gerar impactos sociais profundos e reviver cr&iacute;ticas importantes sobre suas origens, em especial os fundamentos sobre o que de fato caracteriza a criatura m&aacute;gica da <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/120265-8-fatos-historicos-perturbadores-que-mais-parecem-ficcao.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">fic&ccedil;&atilde;o</a>.
Cinematograficamente falando, o termo "bruxaria" era relacionado, durante a primeira metade do s&eacute;culo XX, a uma pr&aacute;tica realizada por pessoas do sexo feminino que envolvia maldi&ccedil;&otilde;es, apelo &agrave; magia negra e a cren&ccedil;as vinculadas a entidades sobrenaturais. Essas mulheres, que comumente eram apresentadas como seres decr&eacute;pitos, ou seja, criaturas envelhecidas e com particularidades f&iacute;sicas &mdash; tons de pele distintos, marcas no rosto e deformidades &oacute;sseas &mdash; logo marcaram um arqu&eacute;tipo, assim foram levadas &agrave;s mais diversas categorias audiovisuais.
Um exemplo dessa abordagem s&atilde;o as obras Branca de Neve e os Sete An&otilde;es&nbsp;(1937) e O M&aacute;gico de Oz (1939), que fundaram bases para a introdu&ccedil;&atilde;o do termo "bruxa m&aacute;", uma nova vis&atilde;o de antagonista que contrastava com as personalidades doces, puras e inocentes das protagonistas. E, falando em personalidade, vale refor&ccedil;ar que essa psique opositora tinha como base alguns dos princ&iacute;pios que levaram milhares de mulheres &agrave; execu&ccedil;&atilde;o p&uacute;blica durante a Idade M&eacute;dia.
<h2 class="uk-text-justify">Os julgamentos de Salem</h2>
As hist&oacute;rias sobre os <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/120292-freio-de-bruxa-o-metodo-de-torturar-mulheres-na-idade-media.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">julgamentos de bruxas de Salem</a>, um dos cen&aacute;rios mais marcantes durante os anos de 1692 e 1693, foram levados pela 1&ordf; vez ao cinema em formato mudo, no in&iacute;cio do s&eacute;culo XX. Nessas obras, as mulheres eram acusadas dos crimes mais b&aacute;rbaros poss&iacute;veis ap&oacute;s recusarem a paix&atilde;o de um homem, por exemplo, que despertavam sua f&uacute;ria para serem humilhadas e chamadas de bruxa ap&oacute;s t&ecirc;-lo "tentado ao pecado".
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/11/02/02231006480073.jpg" alt="(Fonte: History / Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: History / Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Simbolicamente falando, o conceito dos filmes era exibir como as mulheres acusadas de bruxaria eram levadas &agrave; execu&ccedil;&atilde;o ao serem responsabilizadas pelos erros de um homem, tornando-se incapazes de combater um sistema patriarcal onde elas n&atilde;o tinham a oportunidade de sequer se defender. A proposta foi amplamente abordada ainda no cinema mudo, mas ganhou novos contornos a partir de 1937, com o lan&ccedil;amento de A Donzela de Sal&eacute;m.
<h2 class="uk-text-justify">Poder e sensualidade</h2>
A partir da d&eacute;cada de 1920, com a chegada dos <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/118972-100-anos-de-make-como-os-padroes-de-beleza-mudaram-desde-os-anos-1920.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Loucos Anos 1920</a> (Era do Jazz) e as primeiras produ&ccedil;&otilde;es com sons, o esp&iacute;rito de liberdade e a autoridade sobre o corpo flu&iacute;ram nas mulheres, que passaram a atuar em atividades que antes eram consideradas imorais ou tabus. O tratamento que elas recebiam anteriormente, sendo apresentadas como donas de casa, religiosas e obedientes aos homens, desapareceu logo em seguida, e Hollywood foi palco para verdadeiros esc&acirc;ndalos ao subverter a participa&ccedil;&atilde;o feminina em roteiros ainda mais ousados.
Ao apelar para a quebra dos padr&otilde;es comportamentais das mulheres, a ind&uacute;stria viu a paranoia sobre a atra&ccedil;&atilde;o sexual das bruxas retornar com toda for&ccedil;a, e isso passou a ser utilizado como uma esp&eacute;cie de poder feminino intr&iacute;nseco a v&aacute;rias bruxas da &eacute;poca. Essa habilidade considerada assustadora surgiu como uma provoca&ccedil;&atilde;o para boa parte do p&uacute;blico e investidores, que iniciaram movimentos de cobran&ccedil;a sobre censura e modera&ccedil;&atilde;o na forma como as personagens eram exibidas.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/11/02/02231116527074.jpg" alt="(Fonte: a24 / Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: a24 / Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Com isso, <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/120260-em-1982-ator-e-criancas-morreram-em-set-de-filmagem-em-hollywood.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Hollywood</a> lan&ccedil;ou um manifesto &mdash; um guia de regras &mdash; que deveria ser aplicado como forma de conter os telespectadores, e os diretores deveriam evitar abordar temas com radicalidade, abordando drogas, bebidas, nudez, beijos demorados, viol&ecirc;ncia, agress&atilde;o a animais e outros artif&iacute;cios ditos controversos. Assim, a sensualidade se tornou um recurso subjetivo nos filmes modernos e transformou-se em sugest&otilde;es, provocando o p&uacute;blico a partir de detalhes que muitas vezes passam impercept&iacute;veis.
Isso pode ser observado em longas-metragens como Abracadabra&nbsp;(1993), Jovens Bruxas (1996), A Bruxa (2015) e&nbsp;A Bruxa da Casa ao Lado (2019), que apelaram para uma sedu&ccedil;&atilde;o interpretativa e menos visual para contar hist&oacute;rias de obsess&atilde;o, romance e atra&ccedil;&atilde;o propostas para todo tipo de p&uacute;blico.
<h2 class="uk-text-justify">A descoberta dos poderes e do corpo na adolesc&ecirc;ncia</h2>
No final dos anos 1980 e 1990, os filmes de bruxaria foram direcionados para o p&uacute;blico adolescente, apostando em temas como a descoberta do corpo e o amadurecimento. Essa abordagem levou em considera&ccedil;&atilde;o n&atilde;o somente as barreiras que jovens garotas encontravam ao conversar com sua fam&iacute;lia sobre rea&ccedil;&otilde;es f&iacute;sicas e sentimentais, mas tamb&eacute;m a ascens&atilde;o de uma &eacute;poca que se discutia ang&uacute;stias, medos e preocupa&ccedil;&otilde;es entre causas f&uacute;teis e realistas.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/11/02/02231545355075.jpg" alt="(Fonte: Paramount / Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Paramount / Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Al&eacute;m disso, as novas tend&ecirc;ncias buscaram considerar um estere&oacute;tipo que, at&eacute; ent&atilde;o, era pouco conhecido por f&atilde;s do g&ecirc;nero, que era o despertar dos poderes e a busca por respostas sobre as origens. Para isso, as pequenas bruxas deviam encarar situa&ccedil;&otilde;es problem&aacute;ticas com as fam&iacute;lias, d&uacute;vidas no Ensino M&eacute;dio, contos de afloramento e desejos sexuais, bem como outros est&aacute;gios da vida considerados desagrad&aacute;veis especialmente para adolescentes.
Apesar de Jovens Bruxas (1996) ter conseguido se manter fiel &agrave; proposta, o que apaixonou totalmente os f&atilde;s foi o seriado Sabrina &mdash; Aprendiz de Feiticeira (1996), que contou a hist&oacute;ria de uma bruxa, oriunda de uma antiga linhagem, que aprende a lidar com seus poderes at&eacute; ir para a faculdade.
<h2 class="uk-text-justify">O horror cru: psicologismo como tend&ecirc;ncia</h2>
Ainda em 1990, o cen&aacute;rio do horror no cinema deu um enorme salto e viu produ&ccedil;&otilde;es como Candyman, Sil&ecirc;ncio dos Inocentes, A Lenda do Cavaleiro Sem Cabe&ccedil;a e O Chamado dominarem as bilheterias internacionais, marcando o retorno de entidades sobrenaturais e investindo na viol&ecirc;ncia gr&aacute;fica, apresentada por meio de efeitos pr&aacute;ticos e t&eacute;cnicos. Essa ascens&atilde;o surgiu como a oportunidade perfeita para que os produtores revelassem a identidade mais apavorante das bruxas, e isso foi mostrado no apavorante A Bruxa de Blair&nbsp;(1999).
O longa, que dessa vez passou a evitar se comprometer com causas reais &mdash; em oposi&ccedil;&atilde;o a seus antecessores &mdash; e a funcionar como uma esp&eacute;cie de sugest&atilde;o, foi o suficiente n&atilde;o apenas para confirmar a tend&ecirc;ncia de um novo estere&oacute;tipo de bruxaria, mas tamb&eacute;m o nascimento de uma categoria que se mostraria ideal para contar hist&oacute;rias de bruxas: o terror psicol&oacute;gico.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/11/02/02231829902076.jpg" alt="(Fonte: Amazon / Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Amazon / Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Na categoria, os telespectadores foram capazes de reviver diversas &eacute;pocas da hist&oacute;ria da bruxaria, como os julgamentos medievais, o antagonismo, a sensualidade e a descoberta de habilidades, que foram recuperados de longas pouco acess&iacute;veis na &eacute;poca como O Beb&ecirc; de Rosemary (1968) e Suspiria&nbsp;(1977) para estabelecer sensos cr&iacute;ticos sobre os mais variados temas, ainda arriscando no olhar feminino e em suas tem&aacute;ticas, como tamb&eacute;m no distanciamento de criaturas "<a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/120148-6-lendas-de-monstros-que-foram-criadas-para-o-cinema.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">monstruosas</a>" como em A Aut&oacute;psia (2016) e Heredit&aacute;rio&nbsp;(2018).
Em um s&eacute;culo em que a participa&ccedil;&atilde;o feminina surge cada vez mais atuante e igualit&aacute;ria, as novas concep&ccedil;&otilde;es audiovisuais indicam n&atilde;o apenas a introdu&ccedil;&atilde;o de uma perspectiva hist&oacute;rica, mas a possibilidade de fazer diferente, mesmo que exijam um maior comprometimento sensorial e emotivo, tra&ccedil;ando paralelos crus e potencialmente agressivos, de forma a n&atilde;o esconder das gera&ccedil;&otilde;es atuais e n&atilde;o deturpar um passado que at&eacute; hoje cobra sua repara&ccedil;&atilde;o.

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De 1900 até hoje: a história das bruxas nos filmes e seu impacto social

Imagem de O que as bruxas têm a ver com cerveja? no megacurioso

Uma pesquisa sobre a cerveja revelou que o precioso líquido é uma criação feminina e que a roupa que hoje atribuímos às bruxas era o 'uniforme' das cervejeiras

Na noite do &uacute;ltimo domingo (31), <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/120070-por-que-a-bruxaria-esta-em-alta-na-sociedade.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">comemoramos &ldquo;com for&ccedil;a&rdquo;</a> o Dia das Bruxas. Depois de muito tempo de isolamento social, muita gente aproveitou o relaxamento das medidas sanit&aacute;rias para tirar o atraso. Foram litros e litros de cerveja consumidos rapidamente, e as festas se estenderam at&eacute; altas horas em diversos lugares do mundo.
Coincidentemente, as roupas que vestimos hoje para comemorar o Halloween eram uma esp&eacute;cie de &ldquo;uniforme&rdquo; usado pela maioria das mulheres cervejeiras, as primeiras a vender o precioso l&iacute;quido nos mercados do s&eacute;culo XVI na Europa. Segundo a historiadora e sommelier de cerveja, Jane Peyton, autora de tr&ecirc;s livros sobre a bebida, as fabricantes e vendedoras de cerveja usavam chap&eacute;us pontudos, tinham grandes caldeir&otilde;es e deixavam uma vassoura na porta.
Esses <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/109595-por-que-relacionamos-o-chapeu-pontudo-com-as-bruxas.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">chap&eacute;us pontudos</a>, explica a autora, eram &uacute;teis para que essas mulheres fossem reconhecidas facilmente pelos clientes. Nos caldeir&otilde;es, o mosto (malte triturado, feito de cevada, trigo ou centeio) ficava fervendo e a vassoura servia para marcar aquele local como sendo um ponto de venda. Isso sem contar com um gato mal-encarado, que ficava do lado delas, para manter os ratos longe dos gr&atilde;os.
<h2>Quer dizer que as cervejeiras eram bruxas?</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/11/02/02230255245071.jpg" alt="Fonte: Wellcome Images/Wikimedia Commons/Reprodu&ccedil;&atilde;o" />(Fonte: Wellcome Images/Wikimedia Commons/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Quem leu a descri&ccedil;&atilde;o das mulheres cervejeiras europeias do s&eacute;culo XVI n&atilde;o p&ocirc;de deixar de perceber que a apar&ecirc;ncia delas &eacute; exatamente o que temos hoje como o estere&oacute;tipo de uma bruxa, tanto dos contos de fadas como aquelas que eram queimadas pela Santa Inquisi&ccedil;&atilde;o a partir do s&eacute;culo XV e at&eacute; o XIX. Mas a hist&oacute;ria, na verdade, come&ccedil;a muito antes.
Para in&iacute;cio de conversa, &eacute; preciso deixar claro que a pesquisa da inglesa Jane Peyton mostra que a cerveja &eacute; uma inven&ccedil;&atilde;o e cria&ccedil;&atilde;o totalmente feminina. Segundo a historiadora, h&aacute; cerca de sete mil anos, na<a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/119839-cerveja-era-consumida-para-homenagear-mortos-ha-9-mil-anos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank"> Mesopot&acirc;mia e na Sum&eacute;ria</a>, as mulheres detinham os conhecimentos necess&aacute;rios para produzir cerveja. Elas tinham o monop&oacute;lio das tabernas e duas deusas da bebida: S&iacute;ris e Kubaba. &nbsp;&nbsp;
J&aacute; era de conhecimento geral que as mulheres das tribos primordiais eram respons&aacute;veis pela tarefa de coletar gr&atilde;os e preparar os alimentos. Mas a grande descoberta de Peyton foi que a cerveja, nos seus prim&oacute;rdios, era considerada um alimento, e at&eacute; mesmo uma forma barata de consumir e conservar os gr&atilde;os. Dessa forma, a fermenta&ccedil;&atilde;o se tornou uma tarefa tipicamente &ldquo;dom&eacute;stica&rdquo;.
<h2>E as bruxas?</h2>
Por se tratar de um alimento muito requisitado pelas pessoas, n&atilde;o demorou para que muitas mulheres casadas fizessem parcerias com seus maridos para que estes criassem seu neg&oacute;cio de cerveja. Mas, em uma &eacute;poca de muitas doen&ccedil;as e guerras, muitas vi&uacute;vas e mulheres solteiras resolveram investir pessoalmente nessa habilidade dom&eacute;stica herdada das m&atilde;es.
Se volt&aacute;ssemos no tempo at&eacute; aquela cena do mercado que descrevemos anteriormente, dir&iacute;amos que aquelas mulheres eram bruxas, mas aquela roupa era caracter&iacute;stica das cervejeiras. Foi naquela &eacute;poca (1517) que a Reforma Protestante come&ccedil;ou, e com ela a propaga&ccedil;&atilde;o de normas de g&ecirc;nero mais r&iacute;gidas que, entre outras coisas, condenava a bruxaria.
Cansados da concorr&ecirc;ncia desleal das <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/119769-como-a-arte-convenceu-as-mulheres-a-beberem-cerveja-no-seculo-xx.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">mulheres no mercado cervejeiro</a>, que detinham uma expertise muito maior, os homens viram nos novos preceitos religiosos uma oportunidade de ouro para se livrar de algumas dessas concorrentes. Para isso, foram at&eacute; as autoridades eclesi&aacute;sticas e passaram a acusar algumas cervejeiras de serem bruxas, usarem seus caldeir&otilde;es para preparar po&ccedil;&otilde;es m&aacute;gicas e at&eacute; mesmo de voarem em suas vassouras.
<span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;Corbis/Getty Images&nbsp;" data-fonte-url="https://th-thumbnailer.cdn-si-edu.com/RXZC6P5OImCmY0MaIBHWlv3mppw=/1000x750/filters:no_upscale():focal(463x352:464x353)/https://tf-cmsv2-smithsonianmag-media.s3.amazonaws.com/filer/e4/9b/e49b683d-7f6c-4122-9059-e48a383e4bfc/file-20210304-15-bf0kqb.jpg"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/11/02/02232024339077.jpg" alt="Fonte: Corbis/Getty Images/Reprodu&ccedil;&atilde;o" />(Fonte: Corbis/Getty Images/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
<h2>Julgamento de bruxas para atrair fi&eacute;is</h2>
O resto da hist&oacute;ria n&oacute;s j&aacute; sabemos: com o passar dos anos, ficou cada vez mais perigoso para as mulheres fazerem cerveja ou tentar vend&ecirc;-la, pois corriam o risco de serem identificadas como bruxas. Na &eacute;poca, a misoginia de ra&iacute;zes b&iacute;blicas imperava, e uma identifica&ccedil;&atilde;o como bruxa podia render uma condena&ccedil;&atilde;o ao ostracismo, <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/120292-freio-de-bruxa-o-metodo-de-torturar-mulheres-na-idade-media.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">pris&atilde;o ou morte na fogueira</a>.
&Eacute; de se supor que alguns daqueles homens n&atilde;o acreditavam que as cervejeiras <a href="https://www.megacurioso.com.br/historia-e-geografia/100333-a-bizarra-historia-por-tras-das-famosas-bruxas-de-salem.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">fossem mesmo bruxas</a>. Uns faziam a acusa&ccedil;&atilde;o para lucrar, enquanto outros achavam que lugar de mulher era dentro de casa e que n&atilde;o deveriam gastar seu tempo fazendo cerveja. Afinal, toda trabalheira para preparar o malte, limpar o ch&atilde;o e carregar feixes de centeio afastavam as cervejeiras do seu destino &ldquo;natural&rdquo;: cuidar da casa e dos filhos.
Como se viu, as cervejeiras foram "transformadas" em bruxas n&atilde;o apenas por interesses econ&ocirc;micos como tamb&eacute;m por motivos religiosos. Para se ter uma ideia, do ano 900 at&eacute; 1400 a Igreja Cat&oacute;lica recusou-se a reconhecer a exist&ecirc;ncia de bruxas. Mas, a partir da cria&ccedil;&atilde;o da Igreja Protestante, as duas institui&ccedil;&otilde;es passaram a competir por seguidores, e com certeza os julgamentos de bruxas se tornaram um importante diferencial para atrair fi&eacute;is.&nbsp;

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O que as bruxas têm a ver com cerveja?

Imagem de "Freio de bruxa": o método de torturar mulheres na Idade Média  no megacurioso

Por incrível que pareça, o dispositivo foi usado até o final do século XIX

Uma das caracter&iacute;sticas pelas quais a Idade M&eacute;dia &eacute; lembrada &eacute; como uma &eacute;poca sombria em que a brutalidade e a tortura reinavam, mas, pior ainda, eram consideradas aceit&aacute;veis na maioria das circunst&acirc;ncias.
Isso significa que era muito comum que as pessoas usassem v&aacute;rios m&eacute;todos de tortura para punir, for&ccedil;ar e obter confiss&otilde;es tanto de inocentes como de culpados. A amea&ccedil;a era uma ferramenta eficiente para assustar as pessoas at&eacute; a submiss&atilde;o.
Foi na Idade M&eacute;dia que surgiram os pelourinhos, muito famosos durante a era da escravid&atilde;o no Brasil, que era uma moldura de madeira colocada ao redor do pesco&ccedil;o, m&atilde;os e at&eacute; p&eacute;s da pessoa, imobilizando-a completamente, sendo um grande instrumento que incentivava agress&atilde;o p&uacute;blica e vexa&ccedil;&atilde;o.
Enganam-se aqueles que acreditam que as mulheres, por algum momento, tiveram algum tipo de privil&eacute;gio nos idos tempos sombrios dos b&aacute;rbaros, muito pelo contr&aacute;rio.
<h2 class="uk-text-justify">A gaiola</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/10/28/28183232052462.jpg" alt="(Fonte: History Notes/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: History Notes/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Na Idade M&eacute;dia, as mulheres de classe baixa costumavam ter um trabalho que ajudava a sustentar a fam&iacute;lia, apesar de em grande parte da hist&oacute;ria antiga elas n&atilde;o terem pertencido a um lugar significativo na composi&ccedil;&atilde;o da pir&acirc;mide social.
Elas eram proibidas de possuir terras ou propriedades e, uma vez casadas, seu trabalho principal se tornava a cria&ccedil;&atilde;o dos filhos. As mulheres ficavam subordinadas aos seus maridos como se fossem propriedades, a quem deveriam honrar e obedecer de maneira incondicional.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/10/28/28183315052463.jpg" alt="(Fonte: Museum of Witchcraft and Magic/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Museum of Witchcraft and Magic/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Aquelas que resistiam a seguir esse molde social, eram brutalmente punidas e envergonhadas em pra&ccedil;a p&uacute;blica. Por vezes, essa humilha&ccedil;&atilde;o era encomendada pelo pr&oacute;prio marido, visando dar &agrave; sua mulher uma "li&ccedil;&atilde;o" de "onde era seu lugar" na vida &mdash; tamb&eacute;m porque ele n&atilde;o podia "se dar ao luxo" de ter uma esposa "descontrolada" ao seu lado, desafiando sua masculinidade e colocando em d&uacute;vida sua autoridade como homem.
Para os crimes que inclu&iacute;am importunar os maridos, perturbar a paz ou responder quando repreendidas, as mulheres foram submetidas a um dispositivo chamado "freio de bruxa", uma esp&eacute;cie de cabresto usado em cavalos.
<h2 class="uk-text-justify">A ferramenta</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/10/28/28183458224464.jpg" alt="(Fonte: The Vintage News/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: The Vintage News/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
A ferramenta do s&eacute;culo XVII tinha como objetivo humilhar a mulher em vez de causar dor, ainda que n&atilde;o fosse em nada confort&aacute;vel para quem a usava. A estrutura de ferro envolvia a cabe&ccedil;a da mulher, por vezes com o adicional de uma m&aacute;scara que cobria todo seu rosto, com um peda&ccedil;o de metal conhecido como bridle-bit&nbsp;estendido entre os l&aacute;bios, pressionando a l&iacute;ngua e impedido a mulher de falar.
No s&eacute;culo XVI, o acess&oacute;rio de tortura foi usado, principalmente, na Esc&oacute;cia para torturar mulheres acusadas de <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/120070-por-que-a-bruxaria-esta-em-alta-na-sociedade.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">bruxaria</a> &mdash; por isso ganhou o infame nome. No entanto, esse modelo usado, em vez de ter uma &uacute;nica pe&ccedil;a de metal segurando a l&iacute;ngua, tinha pontas afiadas que entravam na boca e perfuravam a l&iacute;ngua e as bochechas da mulher.
Durante a Idade M&eacute;dia, o freio de repress&atilde;o foi usado durante os m&eacute;todos de humilha&ccedil;&atilde;o p&uacute;blica quando as mulheres foram amarradas nos banquinhos de picar, chamados cucking stool: cadeiras que eram abaixadas em lagos para aterrorizar as mulheres com a sensa&ccedil;&atilde;o de afogamento.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/10/28/28183608240465.png" alt="(Fonte: Medieval Chronicles/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Medieval Chronicles/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Durante a pr&aacute;tica, os transeuntes poderiam gritar, insultar ou arremessar coisas na mulher "desordeira" presa na cadeira.&nbsp;Por incr&iacute;vel que pare&ccedil;a, o freio de repress&atilde;o foi usado, ainda que com menos frequ&ecirc;ncia, at&eacute; o final do s&eacute;culo XIX, normalmente em mulheres vi&uacute;vas, solteiras ou mais velhas. Isso porque elas eram consideradas uma "amea&ccedil;a &agrave; posi&ccedil;&atilde;o moral e social de uma cidade".
A <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/120004-o-luto-na-era-vitoriana-possuia-um-conjunto-de-etiquetas.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Era Vitoriana</a> foi a respons&aacute;vel por abolir o dispositivo b&aacute;rbaro e antiquado, devido a uma vis&atilde;o mais "moderada" em rela&ccedil;&atilde;o a como uma mulher deveria ser punida.

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'Freio de bruxa': o método de torturar mulheres na Idade Média 

Imagem de Literatura: mulheres são "lindas" e homens "corajosos", detecta IA no megacurioso

Inteligência artificial aplicada em mais de 3 milhões de livros definiu quais são os adjetivos mais utilizados para homens e mulheres

Um estudo realizado por cientistas da Universidade de Copenhague (Dinamarca) determinou quais s&atilde;o os adjetivos e as denomina&ccedil;&otilde;es mais utilizados na literatura para caracterizar homens e mulheres. Tendo como base um sistema de intelig&ecirc;ncia artificial, eles analisaram pouco mais de 3 milh&otilde;es de livros distintos para comprovar o sexismo na categoria art&iacute;stica, evidenciando tratamentos diferenciados para os g&ecirc;neros.
Os textos observados foram publicados entre 1900 e 2008 e tiveram cerca de 11 bilh&otilde;es de palavras avaliadas, abarcando as formas que homens e mulheres s&atilde;o tratados por autores em pouco mais de 100 anos de hist&oacute;ria.
Por meio da combina&ccedil;&atilde;o entre um poderoso sistema de <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/118473-6-filmes-sobre-ia-que-erraram-feio-ou-acertaram-em-cheio.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">intelig&ecirc;ncia artificial</a> aliado a tecnologias de machine learning &mdash; aprendizado de m&aacute;quina &mdash;, mulheres costumam ser caracterizadas em rela&ccedil;&atilde;o ao seu f&iacute;sico e &agrave; sua apar&ecirc;ncia, enquanto homens s&atilde;o descritos de acordo com sua for&ccedil;a e personalidade.
O modelo computacional, criado com o objetivo de estabelecer as diferentes hip&oacute;teses e criar os modelos, encontrou que os atributos est&eacute;ticos s&atilde;o designados a mulheres em uma propor&ccedil;&atilde;o at&eacute; cinco vezes maior do que para homens, com elas sendo descritas como bonita, encantadora, linda, sexy, <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/119655-como-os-solteiros-estao-vivendo-durante-a-pandemia.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">solteira</a>, f&eacute;rtil ou sofisticada, enquanto eles surgem como justo, pac&iacute;fico, racional, honrado, brutal e corajoso.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/10/27/27064236511001.jpg" alt="(Fonte: Universal Pictures / Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Universal Pictures / Reprodu&ccedil;&atilde;o)
&ldquo;N&atilde;o somos os primeiros a confirmar o sexismo na linguagem&rdquo;, explicou Alexander Hoyle, um dos coautores do estudo, em entrevista ao El Pa&iacute;s, &ldquo;mas os sistemas computacionais nos permitem corroborar essas suspeitas em grande escala. Por exemplo, o aplicativo Textio pode alertar se uma vaga de emprego prioriza candidatos masculinos&rdquo;, sugeriu o especialista, indicando que os algoritmos podem &ldquo;identificar e revelar novas &aacute;reas em que [o sexismo] est&aacute; sendo usado&rdquo;.
<h2 class="uk-text-justify">O padr&atilde;o do tratamento de g&ecirc;nero</h2>
A pesquisa evidencia um comportamento na <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/118923-gato-sem-rabo-conheca-a-livraria-dedicada-a-literatura-feminina.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">literatura</a> que perpetuou por pouco mais de 100 anos, determinando um padr&atilde;o de tratamento que se mostra consistente na literatura universal e refor&ccedil;a a presen&ccedil;a de uma realidade baseada em estere&oacute;tipos, em que mulheres s&atilde;o, em maior parte, descritas seguindo tend&ecirc;ncias f&iacute;sicas, e homens seguem termos de personalidade e car&aacute;ter.&nbsp;
Agora, o sistema de intelig&ecirc;ncia artificial apresentado pela universidade aparece como uma forma de solucionar os problemas em textos de modo a sugerir tratamentos mais respeitosos e igualit&aacute;rios para ambos os g&ecirc;neros, por&eacute;m de forma a alterar suas principais propriedades: a determina&ccedil;&atilde;o de um par&acirc;metro. Isso porque algoritmos tendem a encarar padr&otilde;es como um aspecto positivo dos estudos, ent&atilde;o poderia entender que a perpetua&ccedil;&atilde;o de algo negativo &mdash; no caso, o sexismo &mdash; seria algo ben&eacute;fico para a sociedade.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/10/27/27063931792000.jpg" alt="(Fonte: Pixabay / Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Pixabay / Reprodu&ccedil;&atilde;o)
"Os algoritmos aprendem com os textos j&aacute; escritos e publicados, assim um sistema pode considerar bom um padr&atilde;o que se repete v&aacute;rias vezes (por exemplo, aqueles relacionados &agrave; beleza e &agrave; mulher). Os algoritmos se baseiam em padr&otilde;es", explicou Isabelle Augenstein, professora de Ci&ecirc;ncia da Computa&ccedil;&atilde;o e coautora do estudo. &ldquo;Se esses padr&otilde;es se baseiam no uso sexista da linguagem, o resultado estar&aacute; contaminado&rdquo;.
As novas pesquisas no campo seguem aprimorando a intelig&ecirc;ncia artificial para que ela seja capaz de discriminar os diversos tipos e &eacute;pocas de livros.

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Literatura: mulheres são 'lindas' e homens 'corajosos', detecta IA

Imagem de Agripina: quem foi a imperatriz assassina do Império Romano? no megacurioso

Agripina pavimentou o caminho rumo ao poder com assassinatos e uma frieza implacável

Quando o assunto &eacute; a Antiguidade, costumamos nos lembrar mais dos nomes e feitos dos imperadores. No entanto, muitas mulheres tiveram um papel fundamental para que esses homens chegassem ao poder.
Nesse cen&aacute;rio, Agripina, a Jovem, ocupa o topo da lista das mulheres mais importantes da Roma Antiga; n&atilde;o apenas por sua liga&ccedil;&atilde;o com alguns l&iacute;deres, mas tamb&eacute;m pelo poder e pela influ&ecirc;ncia que conquistou ao longo da vida.
<span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;(Fonte: Inaburra Senior Library/ Reprodu&ccedil;&atilde;o)&nbsp;" data-fonte-url="http://inaburraseniorlibrary.weebly.com/year-12-ancient-history-agrippina-the-younger.html"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/10/26/26103204034062.png" alt="Moeda com rosto de Agripina e seu filho, Nero. (Fonte: Inaburra Senior Library/ Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />Moeda com rosto de Agripina e seu filho, Nero. (Fonte: Inaburra Senior Library/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
<h2>Rumo ao topo</h2>
Agripina viveu entre 15 e 59 d.C. e era irm&atilde; de Gaio, tamb&eacute;m conhecido como Cal&iacute;gula. Em 39 d.C., foi condenada ao ex&iacute;lio ap&oacute;s ter conspirado contra ele, mas em 41 d.C. recebeu permiss&atilde;o para retornar ao centro do Imp&eacute;rio romano.
<span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;(Fonte: Wikimedia/ Reprodu&ccedil;&atilde;o)&nbsp;" data-fonte-url="https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/c/cc/Agrippina_younger_pushkin_profile.jpg/1200px-Agrippina_younger_pushkin_profile.jpg"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/10/26/26103501581064.jpg" alt="Agripina. (Fonte: Wikimedia/ Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />Agripina. (Fonte: Wikimedia/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
O primeiro marido de Agripina foi Cneu Dom&iacute;cio Ahenobarbo &mdash; pai de Nero, o imperador que mais tarde decidiu colocar fogo em Roma. J&aacute; no segundo casamento, ela se tornou a principal suspeita da morte do c&ocirc;njuge.
Depois, casou-se com o <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/115714-11-imperadores-romanos-com-os-rostos-reconstruidos-por-ia.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">imperador Cl&aacute;udio</a> &mdash; que tamb&eacute;m era seu tio e liderou Roma de 41 a 54 d.C. &mdash; e conseguiu convenc&ecirc;-lo a adotar Nero como herdeiro do trono romano no lugar do filho de seu pr&oacute;prio sangue.
<h2>A influ&ecirc;ncia da imperatriz</h2>
Por 5 anos, Agripina aproveitou bastante a vida como imperatriz de Cl&aacute;udio. Roma estava bem e com pouca viol&ecirc;ncia, e os ex&eacute;rcitos haviam deixado de tentar golpes de Estado. At&eacute; os famosos assassinatos dos senadores quase n&atilde;o ocorreram durante esses anos: apenas 4 foram executados por seu marido.
<span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;(Fonte: Inaburra Senior Library/ Reprodu&ccedil;&atilde;o)&nbsp;" data-fonte-url="http://inaburraseniorlibrary.weebly.com/year-12-ancient-history-agrippina-the-younger.html"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/10/26/26103003440061.jpg" alt="Agripina e Nero. (Fonte: Inaburra Senior Library/ Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />Agripina e Nero. (Fonte: Inaburra Senior Library/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Parecia que Agripina e Cl&aacute;udio teriam um reinado pac&iacute;fico e muito promissor; at&eacute; estavam preparando Nero para herdar o poder. Contudo, em outubro de 54 d.C. a imperatriz assassinou seu marido e declarou Nero imperador, que na &eacute;poca tinha 16 anos. Os motivos por tr&aacute;s do assassinato at&eacute; hoje s&atilde;o obscuros, pois nada apontava para conspira&ccedil;&otilde;es e trai&ccedil;&otilde;es.
Muitas fontes hist&oacute;ricas descrevem Agripina como uma verdadeira tirana de sangue frio, uma mulher que fazia de tudo para manter sua influ&ecirc;ncia no reinado.
A vida da imperatriz, durante o casamento e ap&oacute;s o assassinato de Cl&aacute;udio, parece ter tido como objetivo principal garantir que seu filho ficasse vivo para poder governar. Em suma, que ela e sua prole mantivessem o trono imperial.
Os atos extremos de Agripina garantiram que Nero chegasse ao poder. Uma vez regente do filho, sua influ&ecirc;ncia foi igualada &agrave; do imperador, o que fica evidente nas moedas e em frisos arquitet&ocirc;nicos da &eacute;poca, bem como em suas participa&ccedil;&otilde;es em decis&otilde;es importantes.
<h2>A queda</h2>
A partir de 59 d.C., Nero come&ccedil;ou a perder a paci&ecirc;ncia com a m&atilde;e. Apaixonado por uma mulher chamada Poppaea, o imperador queria se casar, mas Agripina n&atilde;o gostou.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/10/26/26103928612068.jpg" alt="Agripina em seu navio. (Fonte: Parterre/ Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />Agripina em seu navio. (Fonte: Parterre/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Tendo herdado a tend&ecirc;ncia assassina da m&atilde;e, Nero tramou um acidente. Como Agripina era muito popular, o imperador mandou construir um barco especial que afundaria com ela para esconder o plano. No entanto, o plano falhou. Desesperado ao saber que a m&atilde;e ainda estava viva, Nero ordenou que tr&ecirc;s homens a matassem.
Agripina morreu encarando seus assassinos com sua cl&aacute;ssica frieza. Classificada como traidora, foi enterrada em uma sepultura sem identifica&ccedil;&atilde;o. Depois disso, Nero perdeu a popularidade, e seu reinado nunca se recuperou.
Al&eacute;m de uma assassina fria, Agripina era uma excelente governante. Por 1 d&eacute;cada supervisionou o dom&iacute;nio de Roma, chegando a participar de muitas decis&otilde;es, sem medo de conspirar contra os imperadores. Ap&oacute;s aprender a ter sucesso, conseguiu abrir as portas para uma nova dinastia e garantiu que Nero fosse implac&aacute;vel. N&atilde;o por acaso, &eacute; tida como a <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/112659-3-mulheres-que-fizeram-historia-na-roma-antiga.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">mulher mais poderosa da hist&oacute;ria romana</a>.

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Agripina: quem foi a imperatriz assassina do Império Romano?

Imagem de Inge Lehmann: a mulher que descobriu o núcleo da Terra no megacurioso

Foi estudando ondas sísmicas que ela percebeu que havia algo de errado

At&eacute; a d&eacute;cada de 1930, quimicamente, a Terra era dividida em tr&ecirc;s camadas: a crosta, onde vivemos; seguida pelo manto superior e inferior, a camada mais espessa da Terra; e, mais ao fundo, o n&uacute;cleo externo, feito de metal l&iacute;quido quente derretido.
S&oacute; em meados de 1936 que o n&uacute;cleo interno s&oacute;lido, que ocupa cerca de 20% do raio total da Terra, composto de uma liga de ferro-n&iacute;quel quase t&atilde;o quente quanto a superf&iacute;cie do Sol, foi descoberta por uma sism&oacute;loga dinamarquesa chamada Inge Lehmann (1888-1993).
A mulher descobriu isso estudando o fen&ocirc;meno mais antigo da Terra: os terremotos.
<h2>Uma mente brilhante</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/10/20/20202116260038.jpg" alt="(Fonte: Terra/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Terra/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Nascida em 13 de maio de 1888, em Copenhague (Dinamarca), Lehmann teve a sorte de frequentar a escola pedag&oacute;gico-progressista liderada por Hanna Adler (1859-1947) &mdash;&nbsp;tia do famoso f&iacute;sico Niels Bohr (1885-1962) &mdash;, que tratava os alunos do sexo masculino e feminino com extrema igualdade. Esse tipo de respeito e tratamento era considerado muito incomum para a &eacute;poca, mas foi o que ajudou a fazer a mente brilhante da sism&oacute;loga decolar, preparando-a para sua carreira acad&ecirc;mica de sucesso.
Se n&atilde;o o machismo que havia, foi a sa&uacute;de prec&aacute;ria de Lehmann que ficou em seu caminho. Apesar de tantas interrup&ccedil;&otilde;es ao longo de sua gradua&ccedil;&atilde;o, ela conseguiu obter seu diploma em matem&aacute;tica pela Universidade de Copenhague (Dinamarca) e pela Universidade de Cambridge (Inglaterra).
<span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;American Geophiysical Union&nbsp;" data-fonte-url="https://www.agu.org/-/media/Feature/Common/Agu/Images/Do-Not-Use---No-alt-text/AGU-Stock-Earth-Core-Illustration.jpg?h=481&amp;w=642&amp;hash=2F73409607C6A0D04186F2BF8F7F52A5"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/10/20/20202657619040.jpg" alt="(Fonte: American Geophysical Union/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: American Geophysical Union/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Logo em seguida, ela se tornou assistente do geod&eacute;sico Niels Erik Norlund (1885-1981), que a incumbiu a tarefa de criar observat&oacute;rios sismol&oacute;gicos na Dinamarca e Groenl&acirc;ndia, apesar de ela n&atilde;o ter nenhum treinamento na &aacute;rea. Foi ali que come&ccedil;ou seu interesse pela sismologia, tendo o trabalho &aacute;rduo de ajudar a estabelecer as primeiras esta&ccedil;&otilde;es s&iacute;smicas.
Em 1928, Lehmann passou no exame de geod&eacute;sia como geod&eacute;sica de Estado e chefe do departamento de sismologia do Instituto Geod&eacute;sico da Dinamarca, dirigido por Norlund. Respons&aacute;vel pela investiga&ccedil;&atilde;o de uma s&eacute;rie de quest&otilde;es sismol&oacute;gicas, a mulher come&ccedil;ou a estudar a velocidade com que as ondas s&iacute;smicas viajam atrav&eacute;s de diferentes camadas da Terra.
<h2>O terremoto</h2>
<span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;Vox&nbsp;" data-fonte-url="https://cdn.vox-cdn.com/thumbor/URf_yU6Sn2JdtP5aqSlTa6peatk=/1400x0/filters:no_upscale()/cdn.vox-cdn.com/uploads/chorus_asset/file/3691526/Picture1.0.jpg"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/10/20/20202543635039.jpg" alt="(Fonte: Vox/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Vox/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Em 1929, um <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/118142-terremoto-o-que-e-as-suas-causas-e-como-e-medido.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">terremoto</a> de 7,3 na Escala de Richter que atingiu a Nova Zel&acirc;ndia, enviando ondas s&iacute;smicas em todo o interior da Terra, se transformou no grande momento da vida acad&ecirc;mica de Lehmann.
Examinando os dados s&iacute;smicos ap&oacute;s o fen&ocirc;meno, a mulher descobriu que algumas ondas pareciam &ldquo;dobrar&rdquo; na dire&ccedil;&atilde;o conforme passavam pelo centro da Terra, como se estivessem sendo desviadas por algo.
Ela levou 7 anos para terminar seus estudos sobre o assunto e publicar sua teoria, que argumentava que essa mudan&ccedil;a de &acirc;ngulo pudesse ser, provavelmente, devido a um n&uacute;cleo interno no centro da Terra ainda n&atilde;o descoberto.&nbsp;
Lehmann estava certa, mas isso s&oacute; foi comprovado na d&eacute;cada de 1970, quando a tecnologia avan&ccedil;ada do sism&oacute;grafo permitiu que provasse definitivamente que o n&uacute;cleo interno s&oacute;lido da Terra realmente existe.

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Inge Lehmann: a mulher que descobriu o núcleo da Terra

Imagem de Mileva Einstein: a mulher que ajudou na teoria da relatividade no megacurioso

Apesar de relacionamento polêmico com Albert Einstein, Mileva compartilhava o amor pela ciência e teve importante contribuição nos estudos do marido

O relacionamento de Albert Einstein e sua primeira esposa Mileva nem sempre foi o mais saud&aacute;vel de todos. Ao t&eacute;rmino do casal, a fam&iacute;lia do cientista a descrevia como &ldquo;uma velha bruxa&rdquo; e &ldquo;intelectual demais&rdquo;. Por&eacute;m, antes da separa&ccedil;&atilde;o dos dois ocorrer em 1916, o casal dividiu o amor pela ci&ecirc;ncia por alguns bons anos.
Os dois chegaram a ser alunos do Instituto Polit&eacute;cnico de Zurique, uma das poucas universidades da Europa que admitiam mulheres &agrave; &eacute;poca. O que muitas pessoas n&atilde;o sabem, por&eacute;m, &eacute; a importante participa&ccedil;&atilde;o que Mileva teve na carreira de Albert, sendo inclusive uma colaboradora da <a href="https://www.megacurioso.com.br/teoria-da-relatividade/56607-6-provas-da-teoria-da-relatividade-em-nosso-cotidiano.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">teoria da relatividade</a>.&nbsp;
<h2>Parceria e falta de reconhecimento</h2>
<span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;Wikimedia Commons&nbsp;" data-fonte-url="https://commons.wikimedia.org/wiki/Category:Mileva_Maric#/media/File:ETH-BIB-Einstein,_Albert_(1879-1955),_Einstein-Maric,_Mileva_(1875-1949)-Portrait-Portr_03087.tif"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/10/21/21132838112267.jpg" alt="(Fonte: Wikimedia Commons)" />(Fonte: Wikimedia Commons)
As qualifica&ccedil;&otilde;es universit&aacute;rias de Mileva sempre apontavam seu grande amor pela f&iacute;sica e como ela era uma cientista de alt&iacute;ssimo n&iacute;vel. Na maior parte do tempo, suas notas eram superiores as de Albert. Mesmo assim, isso n&atilde;o foi suficiente para que passasse nas provas finais do curso.
Segundo as biografias sobre o casal, o per&iacute;odo de estudante foi quando os dois teriam desenvolvido uma importante colabora&ccedil;&atilde;o profissional, pelas quais ela acabou recebendo quase nenhum reconhecimento. Al&eacute;m disso, a hist&oacute;ria conta que a cria&ccedil;&atilde;o dos filhos fez com que ela se separasse do primeiro escal&atilde;o da ci&ecirc;ncia.
Segundo as cartas obtidas sobre os dois, Mileva engravidou por volta de 1900 &mdash; quando eles ainda n&atilde;o estavam casados. Apesar de n&atilde;o existirem registros sobre a primeira filha do casal, acredita-se que ela acabou morrendo de uma doen&ccedil;a infecciosa chamada de escarlatina.&nbsp;
<h2>Cartas secretas</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/10/21/21133158487269.jpg" alt="(Fonte: Unsplash)" />(Fonte: Unsplash)
Ao todo 43 cartas obtidas do relacionamento entre <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/103468-21-fatos-curiosos-sobre-a-vida-de-albert-einstein.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Albert Einstein</a> e Mileva citam &ldquo;nossos trabalhos&rdquo; e &ldquo;nossa teoria do movimento relativo&rdquo;, demonstrando que ela sempre foi reconhecida pelo seu marido como uma grande cientista, apesar de nunca ter ganhado a mesma fama hist&oacute;rica.
Essas cartas eram escritas principalmente nos per&iacute;odos de f&eacute;rias escolares, quando os dois passavam a maior parte do tempo longes um do outro. Al&eacute;m disso, existem outros relatos hist&oacute;ricos que apontam a colabora&ccedil;&atilde;o entre os dois. Um grande exemplo disso &eacute; uma fala de seu filho Hans Albert, que chegou a dizer se lembrar dos dois trabalhando juntos na cozinha.
Os textos datam para 1905, quando Albert publicou os trabalhos mais importantes da sua carreira na revista Annalen der Physik, a qual reuniu quatro artigos que simplesmente mudaram a compreens&atilde;o das leis da f&iacute;sica para sempre.
<h2>Acordo de separa&ccedil;&atilde;o</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/10/21/21132940237268.jpg" alt="(Fonte: Pixabay)" />(Fonte: Pixabay)
Quando o div&oacute;rcio entre Albert e Mileva aconteceu, os dois fizeram um acordo para que ela recebesse a premia&ccedil;&atilde;o em dinheiro caso ele fosse consagrado vencedor do Pr&ecirc;mio Nobel &mdash; o que veio a acontecer em 1921, quando os dois j&aacute; n&atilde;o estavam juntos fazia dois anos, e ele tinha se casado outra vez.
Ao escrever seu testamento, Albert Einstein deixou todo o dinheiro do pr&ecirc;mio para os <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/118071-albert-einstein-o-que-aconteceu-com-os-filhos-do-genio.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">filhos</a>. Enfurecida, Mileva amea&ccedil;ou contar sua participa&ccedil;&atilde;o nas pesquisas, mas foi aconselhada pelo cientista a ficar calada e administrar o montante recebido para cuidar das crian&ccedil;as.
Ap&oacute;s o div&oacute;rcio, a vida de Mileva n&atilde;o foi exatamente a mais f&aacute;cil de todas. Em 1930, seu filho Eduard, que era estudante de medicina, foi diagnosticado com esquizofrenia e todo o dinheiro que ela tinha acabou sendo dedicado ao tratamento do rapaz. Com o aumento das despesas do processo, a cientista precisou vender duas das tr&ecirc;s casas que ela e Albert Einstein compraram juntos durante o casamento.
Ao longo desses anos, o f&iacute;sico fez algumas contribui&ccedil;&otilde;es regulares para os cuidados do filho. Mileva morreu em 1948, aos 72 anos, sem ter metade do reconhecimento que teve o ex-marido e de causas desconhecidas.

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Mileva Einstein: a mulher que ajudou na teoria da relatividade

Imagem de 5 casos absurdos de mulheres acusadas de bruxaria no megacurioso

No passado, até mesmo aparecer no pesadelo de alguém poderia ser considerado um ato de feitiçaria passivo de punição mortal

Ser mulher nunca foi uma vida f&aacute;cil para algu&eacute;m, especialmente nas sociedades mais antigas. No passado, n&atilde;o precisava de muito para que uma mo&ccedil;a qualquer terminasse na fogueira sendo acusada de ser <a href="https://www.megacurioso.com.br/acontecimentos-historicos/43090-17-sinais-de-que-voce-seria-considerada-uma-bruxa-no-seculo-xvii.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">bruxa</a> ou de mexer com feiti&ccedil;aria. Apesar desses atos jamais terem sido justificados, alguns ultrapassavam completamente a linha da loucura.
Pensando nisso, n&oacute;s separamos cinco motivos hist&oacute;ricos totalmente bizarros pelos quais mulheres j&aacute; foram acusadas de bruxaria e tiveram que sofrer consequ&ecirc;ncias. Olhe s&oacute;!
<h2>1. Ficar doente</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/10/19/19101222664073.jpg" alt="(Fonte: Pixabay)" />(Fonte: Pixabay)
Na Col&ocirc;nia da Ba&iacute;a de Massachusetts, nos Estados Unidos, at&eacute; mesmo ficar doente parecia ser um problema para as mulheres, sobretudo se isso significava perder um dia de igreja. Com uma comunidade inteiramente puritana, os locais sempre foram extremamente religiosos.
Com uma reputa&ccedil;&atilde;o j&aacute; n&atilde;o t&atilde;o boa entre os moradores da regi&atilde;o, Sarah Osburn (1643-1692), de 49 anos, n&atilde;o se ajudou quando disse ter adoecido ap&oacute;s receber a visita de um esp&iacute;rito que lhe alertou para ficar longe da igreja &mdash; o que ela tinha-se recusado a fazer. Para sua "sorte", entretanto, ela faleceu antes mesmo de ser julgada por ser uma bruxa.
<h2>2. Aparecer no pesadelo de algu&eacute;m</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/10/19/19101329226075.jpg" alt="(Fonte: Pixabay)" />(Fonte: Pixabay)
Com fama de ser uma mulher mais velha que argumentava muito e fazer rituais com plantas medicinais, a escocesa Beatrix Leslie (1577-1661) foi acusada de matar 2 garotas em 1661. O argumento dos moradores locais era de que Leslie usava magia negra para aparecer no pesadelo das pessoas e tortur&aacute;-las.&nbsp;
Como naquela &eacute;poca n&atilde;o era preciso muito para ser chamada de bruxa, a anci&atilde; recebeu a marca do dem&ocirc;nio em seu corpo e foi for&ccedil;ada a tocar o corpo de suas v&iacute;timas. Logo ap&oacute;s isso, ela foi executada.
<h2>3. Acusada por uma crian&ccedil;a</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/10/19/19101457383076.jpg" alt="(Fonte: Pixabay)" />(Fonte: Pixabay)
Quando o assunto era <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/120070-por-que-a-bruxaria-esta-em-alta-na-sociedade.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">bruxaria</a>, at&eacute; mesmo o depoimento de uma jovem crian&ccedil;a poderia ser levado em considera&ccedil;&atilde;o como motivo para matar algu&eacute;m. Foi mais ou menos isso o que aconteceu em uma s&eacute;rie de julgamentos na Su&eacute;cia em 1670, quando 71 execu&ccedil;&otilde;es foram determinadas ap&oacute;s a den&uacute;ncia de um jovem.
Entre 1674 e 1675, o padre Laurentius Hornaeus (1645-1719) pediu para que 2 garotos ficassem na entrada da sua <a href="https://www.megacurioso.com.br/religiao/45161-voce-sabe-qual-e-a-maior-igreja-catolica-do-planeta.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">igreja</a> e identificassem poss&iacute;veis bruxas, alegando que todas as feiticeiras haviam uma marca na testa vis&iacute;vel para as crian&ccedil;as. Para a surpresa de absolutamente ningu&eacute;m, diversas pessoas foram acusadas injustamente.
<h2>4. Perder um ente querido</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/10/19/19101539320077.jpg" alt="(Fonte: Pixabay)" />(Fonte: Pixabay)
No Natal de 1617, uma tempestade muito forte atingiu o pequeno vilarejo noruegu&ecirc;s de Vardo. Os homens da cidade, que pescavam em uma pequena embarca&ccedil;&atilde;o, acabaram falecendo afogados nas ondas congelantes. As mulheres, que tiveram que lamentar a morte de seus maridos, entretanto, ganharam uma reputa&ccedil;&atilde;o ruim.
Habitantes de outras cidades acusavam a regi&atilde;o de ser porta para o inferno e alegaram que as mo&ccedil;as haviam feito bruxaria para conjurar a tempestade. Quando torturadas, muitas delas acabaram assumindo a responsabilidade. Ao todo, 90 mulheres foram queimadas em uma "ca&ccedil;a &agrave;s bruxas".
<h2>5. Ter veias nos olhos</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/10/19/19101718117079.jpg" alt="(Fonte: Pixabay)" />(Fonte: Pixabay)
Presa e acusada de bruxaria em 1597, Margaret Aitken, tamb&eacute;m conhecida como a Grande Bruxa de Balwearie, convenceu seus interrogadores de que tinha o poder para identificar qualquer bruxa apenas examinando os padr&otilde;es das veias em seus olhos. Ent&atilde;o, Aitken n&atilde;o s&oacute; sobreviveu como conduziu uma ca&ccedil;ada por diversas cidades.
Qualquer mulher identificada por ela era presa e torturada at&eacute; confessar. Depois de alguns meses, a bruxa foi taxada como uma grande fraude e executada, mas n&atilde;o sem ter levado a vida de mais de 100 mulheres junto dela nesse per&iacute;odo.

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5 casos absurdos de mulheres acusadas de bruxaria

Imagem de Vera Atkins: a Moneypenny, de James Bond, da vida real no megacurioso

Ela trabalhou com um grupo de espiões contra os nazistas e inspirou a personagem da franquia 007

Ao escrever a ic&ocirc;nica s&eacute;rie de hist&oacute;rias de <a href="https://www.megacurioso.com.br/utensilios/91729-10-gadgets-bizarros-de-espionagem-que-eram-usados-antigamente.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">James Bond</a>, Ian Fleming buscou v&aacute;rias vezes inspira&ccedil;&atilde;o em eventos e pessoas reais. Embora o pr&oacute;prio autor nunca a tenha identificado, acredita-se que Vera Atkins seja a pessoa real que inspirou a popular personagem Miss Moneypenny dos livros e dos filmes.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/10/08/08102142483060.jpg" alt="(Fonte: Screenrant/ Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Screenrant/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Mas quem foi Vera Atkins e por que Fleming teria se inspirado nela?
<h2>Uma vida de dedicada &agrave; espionagem</h2>
Atkins, na verdade, chamava-se Vera Maria Rosenberg. Nasceu em 1908 em Bucareste, na Rom&ecirc;nia, e se mudou com os pais para Londres em 1933, onde adotou o sobrenome da m&atilde;e. Apesar de morar na Inglaterra, ela foi educada na tradicional universidade francesa de Sorbonne. E isso veio a calhar mais tarde.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/10/08/08101647889057.jpg" alt="Vera Atkins. (Fonte: Nicky van der Drift / International BBC / Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />Vera Atkins. (Fonte: Nicky van der Drift/International BBC/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Seu amplo conhecimento sobre a Fran&ccedil;a e a cultura do pa&iacute;s a tornou uma excelente candidata para a se&ccedil;&atilde;o francesa do setor Executivo de Opera&ccedil;&otilde;es Especiais da Gr&atilde;-Bretanha, que consistia em uma organiza&ccedil;&atilde;o respons&aacute;vel por apoiar a resist&ecirc;ncia na Europa dominada pelos nazistas. Com o tempo, Atkins se tornou a principal assistente do coronel Maurice Buckmaster, que ocupava o cargo de diretor do Executivo de Opera&ccedil;&otilde;es Especiais. Seria essa fun&ccedil;&atilde;o que teria inspirado Fleming a criar a personagem Moneypenny, a <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/116734-do-pior-ao-melhor-o-ranking-dos-24-filmes-da-franquia-007.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">secret&aacute;ria do chefe de James Bond</a>.
E n&atilde;o pense que o trabalho de assistente de Atkins era algo que qualquer pessoa teria a capacidade de fazer. Para se ter uma ideia, enquanto esteve com Buckmaster, ela foi respons&aacute;vel por coordenar uma rede composta por cerca de 500 espi&otilde;es distribu&iacute;dos por toda a Fran&ccedil;a. Ela fazia de tudo um pouco para ajudar seus companheiros: criava identidades falsas, ajudava a inventar elaboradoras hist&oacute;rias para os disfarces, orientava sobre a vida que os esperava e at&eacute; se comunicava com a fam&iacute;lia dos espi&otilde;es.
Atkins n&atilde;o tinha um posto como oficial do governo. No entanto, &eacute; indiscut&iacute;vel que era dona de uma personalidade forte e pouco afeita a falhas. Alguns jornais at&eacute; chegaram a se referir a ela como a &ldquo;marreta&rdquo; da opera&ccedil;&atilde;o. Achava normal trabalhar 18 horas por dia e, segundo um document&aacute;rio de 1997 para a TV brit&acirc;nica, despachava cada agente para miss&atilde;o com um sonoro e en&eacute;rgico grito que consistia em um palavr&atilde;o em franc&ecirc;s.
<h2>Ca&ccedil;ada aos inimigos</h2>
O Executivo de Opera&ccedil;&otilde;es Especiais foi criado por Winston Churchill para &ldquo;incendiar a Europa&rdquo; dominada por Adolf Hitler por meio de subvers&atilde;o e sabotagem. A unidade come&ccedil;ou devagar, mas ap&oacute;s a vit&oacute;ria Dwight D. Eisenhower, ent&atilde;o presidente dos EUA, chegou a dizer que o grupo de espi&otilde;es era o equivalente a 15 divis&otilde;es.
<span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;(Fonte: CBC/ Reprodu&ccedil;&atilde;o)&nbsp;" data-fonte-url="https://www.cbc.ca/xcompany/m_dispatches/soe-recruitment-officer-makes-the-fate-of-her-agents-her-post-war-mission"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/10/08/08101852295058.jpg" alt="(Fonte: CBC/ Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: CBC/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
No entanto, o destino ainda tinha mais uma miss&atilde;o para a eficiente assistente do coronel Buckmaster. Dos quase 500 agentes, 118 nunca mais retornaram. Alguns morreram em combate, outros desapareceram dos campos de concentra&ccedil;&atilde;o e das salas de interrogat&oacute;rio, mas a maioria acabou presa pelos nazistas.
E o que fez Atkins? Tomada de um intenso senso de responsabilidade por cada um dos agentes perdidos, viajou para a Alemanha depois do fim da guerra para investigar os desaparecidos. Conseguiu rastrear todos eles, exceto um. Al&eacute;m disso, as evid&ecirc;ncias que conseguiu recolher ajudaram a levar os assassinos de seus colegas ao tribunal por crimes de guerra.
Vera Atkins nunca se casou e passou o resto de seus dias em uma cabana inglesa &agrave; beira-mar. Todo seu empenho e trabalho na guerra nunca foram esquecidos. O governo franc&ecirc;s a nomeou comandante da Legi&atilde;o de Honra da Legi&atilde;o Francesa. A Rainha Elizabeth II concedeu &agrave; <a href="https://www.megacurioso.com.br/invencoes/31008-sera-que-as-engenhocas-de-james-bond-funcionariam-na-vida-real-.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Miss Moneypenny da vida real</a> o t&iacute;tulo de comandante do Imp&eacute;rio Brit&acirc;nico. Ela morreu em 24 junho de 2000 no Reino Unido.

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