Imagem de 6 descobertas feitas por mulheres, mas creditadas aos homens no megacurioso

Por mais importante que fosse a participação feminina, os homens sempre davam um jeito ofuscá-la

A hist&oacute;ria quase sempre &eacute; escrita por homens, ent&atilde;o n&atilde;o chega a ser surpresa que nos livros de Hist&oacute;ria as <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/106331-27-coisas-que-talvez-voce-nao-saiba-que-foram-inventadas-por-mulheres.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">descobertas e inven&ccedil;&otilde;es feitas por mulheres</a> muitas vezes sejam omitidas.
Pensando nisso, a seguir, damos alguns exemplos de grandes contribui&ccedil;&otilde;es femininas para a humanidade e mostramos, como, descaradamente, o cr&eacute;dito foi dado a homens.
<h2>1. As programadoras do Eniac: o primeiro computador eletr&ocirc;nico</h2>
Marlyn Meltzer (1922-2008), Betty Holberton (1917-2011), Ruth Teitelbaum (1924-1986), Jean Bartik (1924-2011), Frances Spence (1922-2012) e Kathleen Antonelli (1921-2006), entre outras mulheres, foram as respons&aacute;veis por consertar os problemas t&eacute;cnicos do Eniac.
<span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;(Fonte: U.S. Army/ARL Technical Library Archives/ Digital Trends/ Reprodu&ccedil;&atilde;o)&nbsp;" data-fonte-url="https://www.digitaltrends.com/computing/remembering-eniac-and-the-women-who-programmed-it/"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/09/19/19232335097049.jpg" alt="(Fonte: U.S. Army/ARL Technical Library Archives/ Digital Trends/ Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: U.S. Army/ARL Technical Library Archives/Digital Trends/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Elas trabalharam duro para programar a m&aacute;quina, aumentar sua velocidade e estabilizar a conex&atilde;o para a realiza&ccedil;&atilde;o de c&aacute;lculos complexos, mas o sucesso do funcionamento foi creditado aos engenheiros&nbsp;John Presper Eckert (1919-1995) e John Mauchly (1907-1980). A m&iacute;dia quase nunca citava o grupo de mulheres por tr&aacute;s do sucesso do equipamento.
<h2>2. Nettie Stevens: cromossomos sexuais</h2>
Considerada um dos "principais c&eacute;rebros" da biologia do s&eacute;culo XX, Nettie Stevens (1861-1912) desenvolveu v&aacute;rias teorias sobre como o sexo de um embri&atilde;o era definido. Ela estabeleceu a hip&oacute;tese de que a diferen&ccedil;a de tamanho no 20&ordm; cromossomo era o fator determinante, o que mais tarde foi comprovado.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/09/19/19232607160050.jpg" alt="(Fonte: Famous Scientists/ Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Famous Scientists/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Ainda assim, o cr&eacute;dito ficou com Edmund Beecher Wilson (1856-1939), mentor e colega de Stevens, mesmo que os resultados dele tenham sido divulgados depois dos obtidos pela bi&oacute;loga.
<h2>3. Jocelyn Bell Burnell: pulsares</h2>
A astrof&iacute;sica Jocelyn Bell Burnell (1943-) trabalhou por 2 anos at&eacute; fazer sua <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/118110-3-invencoes-feitas-por-mulheres.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">maior descoberta, em 1967</a>. No comando de um telesc&oacute;pio de r&aacute;dio frequ&ecirc;ncia de 81,5 mega-hertz, Burnell captou sinais estranhos em seus gr&aacute;ficos.
<span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;(Fonte: PA Archive / Alamy/ The New Yorker/Reprodu&ccedil;&atilde;o)&nbsp;" data-fonte-url="https://www.newyorker.com/tech/annals-of-technology/the-astronomer-jocelyn-bell-burnell-looks-back-on-her-cosmic-legacy"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/09/19/19232937503051.jpg" alt="(Fonte: PA Archive / Alamy/ The New Yorker/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: PA Archive/Alamy/The New Yorker/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Ela estudou a quest&atilde;o a fundo e descobriu que as leituras eram de um &ldquo;pulsar&rdquo; vindo de uma estrela que emitia ondas radioativas por seus dois polos. Apesar de toda sua dedica&ccedil;&atilde;o, pesquisa e descoberta, foram dois homens, Martin Ryle (1918-1984) e Antony Hewish (1924-2021), quem levaram o Nobel em 1974.
<h2>4. Elizabeth Magie Phillips: Banco Imobili&aacute;rio</h2>
Nos anos 1930, o jogo Monopoly chegou ao mercado por meio de Charles Darrow (1889-1967), um vendedor desempregado de aquecedores, e dos irm&atilde;os Parker. Darrow ficou milion&aacute;rio, mas o jogo n&atilde;o foi uma cria&ccedil;&atilde;o dele.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/09/19/19233254050054.jpeg" alt="(Fonte: The Shoppers/ Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: The Shoppers/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
O cr&eacute;dito &eacute; de Elizabeth Magie Phillips (1866-1948), que desenvolveu a ideia original para demonstrar os danos do monop&oacute;lio empresarial praticado por bilion&aacute;rios como John&nbsp;D. Rockefeller (1839-1937). Darrow descobriu o jogo e fez algumas mudan&ccedil;as para que ele celebrasse o oposto: o capitalismo violento e os neg&oacute;cios corruptos.
<h2>5. Vera Rubin: mat&eacute;ria escura</h2>
Quase tudo no universo &eacute; feito de mat&eacute;ria escura; logo, a descoberta de Vera Rubin (1928-2016) e do astr&ocirc;nomo Kent Ford (1931-) entre 1960 e 1970 revolucionou a astronomia.&nbsp;
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/09/19/19233517675055.jpg" alt="(Fonte: Vassar College Library/ Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Vassar College Library/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Mas, no momento de dar os cr&eacute;ditos, o pessoal da &eacute;poca pareceu notar apenas Ford, ofuscando a participa&ccedil;&atilde;o de Rubin e praticamente negando sua rela&ccedil;&atilde;o.
<h2>6. Candace Pert: descobertas da neuroci&ecirc;ncia</h2>
Candace Pert (1946-2013) conseguiu reconhecer qual receptor era o respons&aacute;vel por permitir que opi&aacute;ceos se fixassem e agissem no c&eacute;rebro. A descoberta teve um peso t&atilde;o grande que rendeu at&eacute; um pr&ecirc;mio, mas para seu professor, o Dr. Solomon Snyder (1938-).
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/09/19/19234142348056.jpg" alt="(Fonte: Science Org/ Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Science Org/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Pert chegou a enviar uma carta de protesto ao comit&ecirc; respons&aacute;vel pela premia&ccedil;&atilde;o, comprovando que suas contribui&ccedil;&otilde;es foram determinantes para o&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/invencoes/39913-8-coisas-que-voce-provavelmente-nao-sabe-que-foram-inventadas-por-mulheres.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">sucesso da descoberta</a>. Al&eacute;m de n&atilde;o adiantar, foi obrigada a ouvir de Snyder: &ldquo;&Eacute; assim que o jogo &eacute; jogado&rdquo;.
Felizmente, os tempos mudam. Hoje, passar a perna, roubar ou tentar apagar a contribui&ccedil;&atilde;o feminina, seja do que for, &eacute; bem mais complicado. Mas isso n&atilde;o significa que as mulheres n&atilde;o sejam deixadas de lado ou n&atilde;o sofram muito mais para terem seus esfor&ccedil;os valorizados. Muito ainda precisa ser feito!

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6 descobertas feitas por mulheres, mas creditadas a homens

Imagem de Mulheres comuns pertenceram à SS e torturaram outras na Segunda Guerra no megacurioso

Mulheres que faziam parte da SS tinham regalias no campo de concentração onde milhares de pessoas eram torturadas

Mulheres trabalhadoras comuns foram alvos do regime nazista que condenou judeus &agrave; morte. Por meio de an&uacute;ncios, elas eram atra&iacute;das com a promessa de um trabalho com bom sal&aacute;rio, alimenta&ccedil;&atilde;o gratuita, acomoda&ccedil;&atilde;o e roupas. Mas o que deixavam de anunciar &eacute; que a acomoda&ccedil;&atilde;o era o <a href="https://www.megacurioso.com.br/guerras/56655-aliados-do-nazismo-veja-quem-contribuiu-e-lucrou-com-os-horrores-da-guerra.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">campo de concentra&ccedil;&atilde;o</a> feminino de Ravensbr&uuml;ck, na Alemanha, e a roupa, o uniforme da SS (a pol&iacute;cia nazista).
Muitas instala&ccedil;&otilde;es <a href="https://www.megacurioso.com.br/aliados-do-nazismo/" rel="noopener noreferrer" target="_blank">nazistas</a> n&atilde;o existem mais, por&eacute;m se mant&ecirc;m de p&eacute; v&aacute;rias vilas com constru&ccedil;&otilde;es que remetem aos chal&eacute;s alem&atilde;es medievais. Neles residiam guardas mulheres, que, ao abrir as venezianas, podiam ver uma floresta, um lago e as chamin&eacute;s da c&acirc;mara de g&aacute;s onde outras mulheres &mdash; essas, judias &mdash; morriam.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/09/17/17103027463147.jpeg" alt="Guardas mulheres em Ravensbr&uuml;ck, na Alemanha." /> (Fonte: <a class="fonte_imagem" href="https://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/bbc/2021/01/19/as-mulheres-comuns-que-viraram-torturadoras-da-ss-em-campo-de-concentracao-na-segunda-guerra.htm">Gedenkst&auml;tte Ravensbr&uuml;ck</a>/Reprodu&ccedil;&atilde;o)&nbsp;
<h2>Culpadas ou inocentes?</h2>
Pouco se sabe sobre essas mo&ccedil;as, mas muitas eram de fam&iacute;lias pobres e abandonaram a escola cedo, portanto tinham poucas oportunidades de carreira. A promessa de sal&aacute;rio alto, acomoda&ccedil;&atilde;o confort&aacute;vel e alimenta&ccedil;&atilde;o atraia essas mulheres que viam uma oportunidade para sua independ&ecirc;ncia financeira.
V&aacute;rias mulheres foram doutrinadas e acreditavam na ideologia de Hitler. Mas alguns registros mostram que muitas delas desistiam do trabalho assim que percebiam o que ele de fato envolvia. Elas eram autorizadas a ir embora sem sofrer nenhuma consequ&ecirc;ncia negativa pela decis&atilde;o.
<h2>Campo de concentra&ccedil;&atilde;o Ravensbr&uuml;ck</h2>
Ravensbr&uuml;ck foi considerado o maior campo de concentra&ccedil;&atilde;o exclusivamente feminino da Alemanha nazista. Aproximadamente 120 mil <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/118914-leszczynska-a-parteira-de-auschwitz-que-fez-mais-de-3-mil-partos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">mulheres</a> foram presas nessa instala&ccedil;&atilde;o. Elas eram lutadoras da resist&ecirc;ncia ou oponentes pol&iacute;ticos. Tamb&eacute;m foram exiladas mulheres marcadas como &ldquo;inadequadas&rdquo; aos olhos dos nazistas: judias, l&eacute;sbicas, prostitutas ou mulheres sem-teto.&nbsp;
Ao menos 30 mil delas faleceram no campo de exterm&iacute;nio, muitas foram intoxicadas por g&aacute;s ou enforcadas, outras trabalharam at&eacute; a morte, morreram devido a doen&ccedil;as ou fome.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/09/17/17103954651149.jpeg" alt="Ferf" />(Fonte: <a class="fonte_imagem" href="https://terrasdohomem.pt/2021/01/22/mulheres-comuns-pertenceram-a-ss-e-torturaram-outras-em-campo-de-concentracao/">Terra do Homem</a>/Reprodu&ccedil;&atilde;o)&nbsp;
<h2>P&oacute;s-era Hitler</h2>
Cerca de 3,5 mil mulheres trabalharam como guardas de campos de concentra&ccedil;&atilde;o nazistas. Elas come&ccedil;avam em Ravensbr&uuml;ck, mas depois muitas eram transferidas para campos como Auschwitz-Birkenau ou Bergen-Belsen.
Ap&oacute;s a guerra, 77 mulheres que trabalhavam como guardas da SS foram levadas a julgamento, mas poucas de fato foram condenadas. Isso porque elas se retratavam como ajudantes ignorantes.
A maioria nunca falou sobre o passado e viveu uma vida comum. Essas mulheres mudaram seus nomes, se casaram e desapareceram na sociedade.

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Mulheres comuns pertenceram à SS e torturaram outras na Segunda Guerra

Imagem de "Ponto do marido": quando o parto visa a satisfação do homem no megacurioso

Considerada prática machista de violência obstétrica, o 'ponto do marido', procedimento padrão em inúmeros partos, gera sérios danos às mulheres

Ao optar pela realiza&ccedil;&atilde;o de um parto normal, a mulher pode experimentar profundas altera&ccedil;&otilde;es em seu organismo ap&oacute;s a sa&iacute;da do beb&ecirc;, com muitos desses impactos estando relacionados &agrave; opera&ccedil;&atilde;o da episiotomia, que consiste em um pequeno corte no per&iacute;neo (entre a vagina e o &acirc;nus) para facilitar a sa&iacute;da da <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/119788-autismo-como-fantoches-melhoram-habilidades-sociais-de-criancas.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">crian&ccedil;a</a> e evitar danos maiores &agrave; regi&atilde;o. Por&eacute;m, uma pr&aacute;tica pol&ecirc;mica e considerada anti&eacute;tica pode trazer ainda mais problemas para as pacientes: o chamado "ponto do marido".
Sem o consentimento da <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/119717-como-os-homens-inventaram-que-fofoca-era-coisa-de-mulher.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">mulher</a>, m&eacute;dicos especialistas realizam um procedimento final ap&oacute;s o parto, dando um ponto al&eacute;m do necess&aacute;rio para deixar a abertura vaginal mais fechada, a fim de aumentar a satisfa&ccedil;&atilde;o sexual do marido. Essa a&ccedil;&atilde;o, que configura como uma pr&aacute;tica de viol&ecirc;ncia obst&eacute;trica e indicador do car&aacute;ter essencialmente paternalista da medicina moderna, &eacute; fortemente negada por profissionais humanizados, que afirmam n&atilde;o trazer benef&iacute;cio algum para as mulheres.
&ldquo;Lembro-me de ter ouvido coment&aacute;rios na sala de parto, tanto na Alemanha como na Espanha, de que &lsquo;por via das d&uacute;vidas, &eacute; bom suturar um pouquinho mais&rsquo;, com indiretas que deixavam claro que isso era feito em prol do prazer do homem nas futuras penetra&ccedil;&otilde;es. Lembro do calafrio, das risadas absurdas ou inc&ocirc;modas entre a curiosidade e a vergonha. Como quando acontece algo que &eacute; comumente aceito, mas no fundo voc&ecirc; sabe que est&aacute; errado&rdquo;, explicou a parteira Claudia Kaiser.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/09/15/15103447047072.jpg" alt="(Fonte: Healthline / Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Healthline / Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Segundo reportagem do The Intercept, os resultados desse m&eacute;todo incluem dor e ard&ecirc;ncia durante os atos sexuais, chegando a comprometer n&atilde;o somente a sensa&ccedil;&atilde;o de prazer, mas a pr&oacute;pria regi&atilde;o feminina. Assim, al&eacute;m de causar les&atilde;o em nervos, incontin&ecirc;ncia urin&aacute;ria ou fecal e perda da elasticidade normal da vagina, o "ponto do marido" pode indicar a intensifica&ccedil;&atilde;o de males emocionais e psicol&oacute;gicos oriundos do parto.
<h2>Crime generalizado?</h2>
Segundo o C&oacute;digo de &Eacute;tica M&eacute;dica, a realiza&ccedil;&atilde;o de procedimentos cir&uacute;rgicos sem autoriza&ccedil;&atilde;o do paciente configura como <a href="https://www.megacurioso.com.br/misterios/119671-tiktoker-exibe-bizarra-colecao-de-ossos-humanos-isso-e-legal-ou-crime.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">crime</a> de les&atilde;o corporal e de constrangimento ilegal, violando o artigo 146 do C&oacute;digo Penal. Al&eacute;m disso, a legisla&ccedil;&atilde;o resguarda as mulheres de altera&ccedil;&otilde;es e omiss&otilde;es de informa&ccedil;&otilde;es sobre metodologias aplicadas que possam trazer traumas e maiores problemas &agrave; gestante.
Em rela&ccedil;&atilde;o &agrave; episiotomia, t&eacute;cnica que praticamente &eacute; protocolo no Brasil, muitas mulheres julgam como um corte com grandes possibilidades de trazer danos irrevers&iacute;veis, devendo apenas ser utilizado em casos extremos ou urg&ecirc;ncias cl&iacute;nicas.

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'Ponto do marido': quando o parto visa à satisfação do homem

Imagem de Você sabia que o clitóris é bem parecido com um pênis? no megacurioso

Não tem nada de freudiano em falar isso, já que há muitas semelhanças anatômicas entre os dois órgãos

Muita gente sabe pouco sobre o clit&oacute;ris &mdash; e n&atilde;o estou falando do seu ex-c&ocirc;njuge que tinha pregui&ccedil;a de lhe fazer um agrado, mas sim da ci&ecirc;ncia.&nbsp;
Durante muito tempo, ningu&eacute;m estudou essa parte t&atilde;o importante da <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/115992-atlas-de-anatomia-humana-de-2-2-mil-anos-e-encontrado-na-china.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">anatomia</a> feminina, embora a gente saiba muito sobre o p&ecirc;nis &mdash; e aqui n&atilde;o estou falando dos meus amigos prom&iacute;scuos, mas novamente da ci&ecirc;ncia &mdash;, o &oacute;rg&atilde;o masculino sempre foi muito mais estudado que o feminino. A ironia &eacute; que estudos recentes comprovaram que os dois &oacute;rg&atilde;os t&ecirc;m muita coisa em comum em sua composi&ccedil;&atilde;o.&nbsp;
Antes de entrar mais fundo na explica&ccedil;&atilde;o das semelhan&ccedil;as e diferen&ccedil;as entre p&ecirc;nis e clit&oacute;ris, eu gostaria de deixar uma dica musical: a m&uacute;sica Clitopia, da artista americana Dorian Electra, fala justamente sobre essa omiss&atilde;o da ci&ecirc;ncia e da sociedade em rela&ccedil;&atilde;o ao clit&oacute;ris. D&ecirc; o play enquanto voc&ecirc; l&ecirc; os pr&oacute;ximos par&aacute;grafos.
<iframe width="560" height="315" src="https://www.youtube.com/embed/BJjbt1JCvqA" title="YouTube video player" frameborder="0" allowfullscreen="allowfullscreen"></iframe>
<h2>Dez vezes maior</h2>
Na letra de Clitopia, a artista fala que, quando o clit&oacute;ris foi finalmente estudado, descobriu-se que ele tinha 10 vezes o tamanho imaginado. Ela n&atilde;o est&aacute; exagerando: esse &oacute;rg&atilde;o vai muito al&eacute;m daquilo que se pode ver na parte superior da genit&aacute;lia. Ao todo, ele tem cerca de 10 cm. A quest&atilde;o &eacute; que a maior parte fica dentro do corpo.
A&iacute; come&ccedil;am as semelhan&ccedil;as com o <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/119344-faloplastia-como-funciona-a-cirurgia-de-aumento-do-penis.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">p&ecirc;nis</a>. Vejamos: os dois t&ecirc;m uma glande na ponta, corpos cavernosos er&eacute;teis, ra&iacute;zes que ligam o &oacute;rg&atilde;o &agrave; regi&atilde;o p&uacute;bica e um corpo esponjoso. Bastante coisa parecida, n&atilde;o? O p&ecirc;nis tem mais partes que ficam expostas para fora, por&eacute;m a estrutura dos &oacute;rg&atilde;os guarda muitas semelhan&ccedil;as.&nbsp;
Acontece que o clit&oacute;ris e o p&ecirc;nis, por mais que tenham fun&ccedil;&otilde;es diferentes, t&ecirc;m origens embrion&aacute;rias e estruturas internas parecidas. Por isso, s&atilde;o chamados &oacute;rg&atilde;os hom&oacute;logos. Os dois s&atilde;o formados pelos mesmos tecidos embrion&aacute;rios e s&oacute; come&ccedil;am a ficar diferentes ali pela sexta ou s&eacute;tima semana de gravidez, quando os horm&ocirc;nios sexuais entram em a&ccedil;&atilde;o.
Para quem nascer&aacute; menino, a testosterona faz os tecidos crescerem para fora e se tornarem um p&ecirc;nis. J&aacute; nos fetos que nascem menina, n&atilde;o h&aacute; esse horm&ocirc;nio sexual e &oacute;rg&atilde;o cresce para dentro mesmo. Mas a origem dos dois &eacute; a mesma, o que ajuda a explicar as semelhan&ccedil;as.
<h2>A fonte do prazer</h2>
Em v&aacute;rias partes da letra, Dorian tamb&eacute;m fala sobre o tabu em rela&ccedil;&atilde;o ao <a href="https://www.megacurioso.com.br/sexo/101896-orgasmo-feminino-uma-evolucao-do-que-ja-foi-dito-sobre-ele.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">prazer feminino</a> e sua rela&ccedil;&atilde;o com o clit&oacute;ris. Em resumo, essa &eacute; a principal zona er&oacute;gena do corpo feminino: &ldquo;a fonte do prazer&rdquo;, como diz a letra. Ao contr&aacute;rio do p&ecirc;nis, que serve tamb&eacute;m para fazer xixi, o clit&oacute;ris existe s&oacute; para gerar prazer.&nbsp;
Mesmo em um &oacute;rg&atilde;o muito menor, na parte de fora, o clit&oacute;ris tem muito mais termina&ccedil;&otilde;es nervosas que qualquer p&ecirc;nis. S&atilde;o cerca de 8 mil contra algo entre 4 a 6 mil &mdash; mas minhas fontes n&atilde;o especificaram se o n&uacute;mero de termina&ccedil;&otilde;es tem alguma rela&ccedil;&atilde;o com o <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/119344-faloplastia-como-funciona-a-cirurgia-de-aumento-do-penis.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">tamanho do &oacute;rg&atilde;o</a>.
&Eacute; muito louco pensar que tudo isso s&oacute; come&ccedil;ou a ser descoberto bem recentemente: foi s&oacute; em 2005 que a urologista australiana Helen O'Connell descreveu a anatomia do clit&oacute;ris com mais precis&atilde;o. Quem t&ecirc;m clit&oacute;ris precisa conhecer seu corpo e saber como sentir prazer &mdash; e quem n&atilde;o tem, tamb&eacute;m &eacute; bom saber para agradar, n&eacute;? Estimular o clit&oacute;ris n&atilde;o &eacute; s&oacute; preliminar!

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Você sabia que o clitóris é bem parecido com um pênis?

Imagem de Maquiadora afegã foi obrigada a se esconder do Talibã no megacurioso

Apaixonada por moda, redes sociais e cinema, a maquiadora vê uma reviravolta na cultura afegã e teme pelo fim da indústria da beleza no país

Uma maquiadora afeg&atilde;, identificada como Afsoon (nome fict&iacute;cio), deu detalhes sobre a retomada de poder pelo <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/119659-afeganistao-a-vida-a-partir-de-agora-com-o-controle-do-taliba.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Talib&atilde;</a> no pa&iacute;s em 15 de agosto, ap&oacute;s quase 20 anos de sua expuls&atilde;o pelos Estados Unidos. A jovem, nascida em meados da d&eacute;cada de 1990, viu sua vida sofrer uma reviravolta e agora teme pela ind&uacute;stria da moda e arte no pa&iacute;s, sendo obrigada a se esconder devido ao medo e &agrave; inseguran&ccedil;a.
Em entrevista &agrave; BBC, Afsoon conta que cresceu em um Afeganist&atilde;o livre, pouco depois dos grupos talib&atilde;s serem expulsos da capital Cabul em 2001, dias ap&oacute;s os ataques do 11 de setembro. Na &eacute;poca, os sal&otilde;es de beleza estavam em alta, e ela passou a amar conhecer essa ind&uacute;stria, folheando jornais e revistas repletos de cores e visuais inimagin&aacute;veis. Por&eacute;m, foram os detalhes que mais a atingiram, e observar os conjuntos de maquiagens e a forma como eles embelezavam as mulheres logo deu in&iacute;cio a um sonho.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/09/06/06090159997019.jpg" alt="(Fonte: Getty Images / Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Getty Images / Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Em pouco tempo, centenas de sal&otilde;es de beleza foram abertos pelo <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/119708-17-fotos-para-conhecer-o-afeganistao-e-seu-povo-antes-do-taliba.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Afeganist&atilde;o</a>, e um deles foi o neg&oacute;cio de Afsoon, que se destacou por apresentar, na parte externa, p&ocirc;steres de mulheres elegantes e glamorosas, como uma estrat&eacute;gia para atrair clientes que desejassem ficar t&atilde;o bonitas quanto as mulheres das fotos. Assim, jornalistas, cantoras, estrelas de TV, noivas, adolescentes e todos os p&uacute;blicos passaram a frequentar o estabelecimento, utilizando o local para conversar despreocupadas e "relaxar em um lugar longe dos homens".
<h2>Takaan khordum: o choque</h2>
Foi ent&atilde;o que, por volta das 10h de 15 de agosto deste ano, Afsoon descobriu, por meio de colegas e redes sociais, que o Talib&atilde; <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/119821-como-a-volta-do-taliba-ao-poder-ameaca-o-patrimonio-historico-do-pais.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">retomou o poder no pa&iacute;s</a> e todas as tropas ocidentais e seus diplomatas haviam deixado o Afeganist&atilde;o. Assim, sua vida sofreu o chamado takaan khordum, express&atilde;o utilizada para um evento que abala algu&eacute;m profundamente, com perspectiva de transforma&ccedil;&atilde;o sem precedentes.
"As mulheres na ind&uacute;stria da beleza, especialmente pessoas como eu, que eram vis&iacute;veis e p&uacute;blicas com nosso trabalho, s&atilde;o os alvos", disse a jovem. "Eles n&atilde;o aprovariam de nenhuma maneira ver rostos descobertos ou pesco&ccedil;os de mulheres expostos. Eles sempre foram muito claros em sua cren&ccedil;a de que uma mulher n&atilde;o deve atrair a aten&ccedil;&atilde;o. &Eacute; o fim da ind&uacute;stria da beleza no Afeganist&atilde;o".
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/09/06/06090106935018.jpg" alt="(Fonte: Getty Images / Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Getty Images / Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Sem proposta para trabalhar fora de sua terra natal, Afsoon viu seu sal&atilde;o ser fechado, e as belas telas exteriores pintadas para evitar aten&ccedil;&atilde;o do Talib&atilde;. Escondida, sem remunera&ccedil;&atilde;o e com um futuro sem perspectivas, a mulher se comunica diariamente com amigas do ramo por meio de um bate-papo em grupo, mas segue em estado de choque.
"Permanecer viva &eacute; a &uacute;nica coisa em que consigo pensar. N&atilde;o tenho medo de morrer &mdash; mas n&atilde;o quero ficar assim, apavorada e sem esperan&ccedil;a", diz ela. "A cada segundo, sinto que o Talib&atilde; vir&aacute; atr&aacute;s de mim".

thumb-image-2024-02-29T14:05:45.542Z

Maquiadora afegã foi obrigada a se esconder do Talibã

Imagem de Maria Quitéria, a primeira mulher no Exército Brasileiro no megacurioso

Apesar dos padrões da sociedade de 1800, ela quis lutar pela independência do Brasil

Nascida em 27 de julho de 1792, em S&atilde;o Jos&eacute; de Itapororocas (atual Feira de Santana, na Bahia), Maria Quit&eacute;ria de Jesus perdeu a m&atilde;e quando tinha 10 anos, exercendo o papel maternal para seus outros dois irm&atilde;os a partir daquele momento.
Devido &agrave;s obriga&ccedil;&otilde;es como respons&aacute;vel pelas duas crian&ccedil;as, ela teve que deixar a escola para cuidar da casa. Sozinha, Quit&eacute;ria aprendeu a cozinhar, ca&ccedil;ar e pescar, apresentando desde cedo uma habilidade acima do normal no manejo de armas.
No entanto, esse tipo de comportamento que contrariava os padr&otilde;es normativos da sociedade do Brasil, incomodava em grande parte a terceira esposa de seu pai, Maria Rosa de Brito.
Quit&eacute;ria, no entanto, resistiu ao que era imposto pelos costumes e foi ainda mais longe, consagrando-se na Hist&oacute;ria brasileira.
<h2>A decis&atilde;o</h2>
<span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;Brasil Escola&nbsp;" data-fonte-url="https://noticiasconcursos.com.br/wp-content/uploads/2021/07/noticiasconcursos.com.br-a-independencia-do-brasil-principais-caracteristicas-independencia-do-brasil-2.jpeg"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/09/07/07190047680012.jpg" alt="Dom Pedro I. (Fonte: Brasil Escola/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />Dom Pedro I. (Fonte: Brasil Escola/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Quando <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/119811-de-d-pedro-i-a-destruicao-a-saga-da-mumia-kherima-no-brasil.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Dom Pedro I</a> decretou &ldquo;Independ&ecirc;ncia ou morte!&rdquo; &agrave;s margens do Rio Ipiranga, em 7 de setembro de 1822, o processo da separa&ccedil;&atilde;o da prov&iacute;ncia de Pernambuco do Reino de Portugal j&aacute; havia come&ccedil;ado h&aacute; mais de um ano.
O processo militar regionalizado de expuls&atilde;o das tropas portuguesas do territ&oacute;rio brasileiro foi mais conflituoso e duradouro na Bahia, enquanto o Rio de Janeiro celebrava de maneira praticamente pac&iacute;fica a vit&oacute;ria de D. Pedro I.
Salvador foi o ponto focal onde os colonos portugueses reagiram para manter enclaves lusitanos, mas Feira de Santana resistiu at&eacute; o fim. Foi nesse momento que Quit&eacute;ria decidiu que entraria para a linha de frente da guerra.
<span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;Not&iacute;cias e Concursos&nbsp;" data-fonte-url="https://noticiasconcursos.com.br/wp-content/uploads/2021/07/noticiasconcursos.com.br-a-independencia-do-brasil-principais-caracteristicas-independencia-do-brasil-2.jpeg"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/09/07/07185939835011.jpeg" alt="(Fonte: Not&iacute;cias e Concursos/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Not&iacute;cias e Concursos/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Com a proclama&ccedil;&atilde;o da independ&ecirc;ncia, foi instalado o Conselho Interino do Governo da Bahia, cujo objetivo era procurar volunt&aacute;rios para defender o movimento de independ&ecirc;ncia que sofria ataques dos contingentes portugueses.
Quando se deparou com a not&iacute;cia de que sua vila havia recebido a proposta de enviar homens para a luta, Maria Quit&eacute;ria (ent&atilde;o com 30 anos) pediu para que seu pai a deixasse ir.&nbsp;
O homem negou dizendo que &ldquo;Mulheres fiam, tecem e bordam; n&atilde;o v&atilde;o &agrave; guerra&rdquo;, como ressaltou o escritor Brenno Ferraz, em seu livro A Guerra da Independ&ecirc;ncia da Bahia,&nbsp;de&nbsp;1923.
<h2>O disfarce</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/09/07/07190149430013.jpg" alt="Maria Quit&eacute;ria. (Fonte: InfoEscola/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />Maria Quit&eacute;ria. (Fonte: InfoEscola/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Determinada a responder ao chamado para defender a p&aacute;tria que exaltava com tanto entusiasmo e vontade, Quit&eacute;ria recorreu &agrave; irm&atilde;, que lhe apoiou na ideia e emprestou as fardas do marido.
A mulher ent&atilde;o cortou o cabelo bem curto, vestiu a farda militar do cunhado e se apresentou ao Regimento de Artilharia como soldado Medeiros. Os militares n&atilde;o suspeitaram de nada, ent&atilde;o ela foi enviada para compor o Batalh&atilde;o dos Volunt&aacute;rios do Pr&iacute;ncipe, conhecido tamb&eacute;m como Batalh&atilde;o dos Periquitos, lutando de setembro a julho de 1823.
Como soldado Medeiros, Quit&eacute;ria lutou na frente de batalha na foz do Rio Paragua&ccedil;u, com &aacute;gua na altura do peito, atirando e contra-atacando. Contudo, devido ao seu porte f&iacute;sico considerado fr&aacute;gil, apesar de &aacute;gil, ela foi designada para combater na infantaria.
N&atilde;o se sabe exatamente quando foi que o pai, o fazendeiro Gon&ccedil;alo de Almeida, encontrou Maria Quit&eacute;ria em um acampamento militar. Ele a desmascarou na frente de todos, inclusive do major Jos&eacute; Ant&ocirc;nio da Silva e Castro, que ficou surpreso com a revela&ccedil;&atilde;o. No entanto, para surpresa de todos, o major n&atilde;o permitiu a libera&ccedil;&atilde;o da jovem combatente, tampouco a designou para afazeres dom&eacute;sticos da institui&ccedil;&atilde;o.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/09/07/07190426743014.jpg" alt="(Fonte: AminoApps/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: AminoApps/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Ent&atilde;o Quit&eacute;ria simplesmente assumiu sua identidade e adaptou seu fardamento com adere&ccedil;os femininos, como uma saia por cima da roupa e um penacho no capacete, mesmo que a tornasse um grande alvo para os inimigos por estar t&atilde;o diferente dos demais soldados do batalh&atilde;o.
Maria Quit&eacute;ria havia se tornado um exemplo para outras mulheres que tinham interesse em aderirem &agrave; luta. Quando terminou seu tempo de servi&ccedil;o, voltou para casa e se casou com o agricultor Gabriel Pereira de Brito, com quem teve uma filha.
A rela&ccedil;&atilde;o com seu pai nunca mais foi a mesma. Ap&oacute;s a morte dele, Quit&eacute;ria optou por n&atilde;o exigir o direito a uma pens&atilde;o, apesar de tamb&eacute;m ter se tornado uma mulher vi&uacute;va.
A hero&iacute;na brasileira terminou seus &uacute;ltimos anos com problemas de vis&atilde;o e faleceu em 1853 de causas naturais. Atualmente, ela &eacute; considerada a patrona do Quadro Complementar de Oficiais do Ex&eacute;rcito brasileiro.

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Maria Quitéria, a primeira mulher no Exército Brasileiro

Imagem de Maria da Penha: a história do combate à violência contra a mulher no megacurioso

Em 2006, a história da farmacêutica que ficou paraplégica depois de ser baleada pelo marido resultou na criação da Lei Maria da Penha 

Recentemente, o nome de Maria da Penha voltou a circular pela internet e chegou aos assuntos mais citados do Twitter, pois um deputado federal teve a infelicidade de postar uma foto com o ex-marido de Maria citando ter ouvido o outro lado da hist&oacute;ria, que era no m&iacute;nimo intrigante.&nbsp;
Embora tr&aacute;gico, o caso de Maria da Penha se tornou um marco na representa&ccedil;&atilde;o contra a viol&ecirc;ncia dom&eacute;stica que &eacute; comum a milhares de mulheres em todo o pa&iacute;s. O crime ocorreu em 1983 e somente em 2002 o culpado foi preso. Em 2006, o governo <a href="http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2006/lei/l11340.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">sancionou a Lei n&deg; 11.340</a>, popularmente conhecida como <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/111590-maria-da-penha-lei-era-sancionada-no-brasil-ha-13-anos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Lei Maria da Penha</a>, para criar mecanismos para coibir a viol&ecirc;ncia dom&eacute;stica e familiar contra a mulher.
<h2 style="text-align: justify;">Quem &eacute; Maria da Penha?</h2>
Maria da Penha Maia Fernandes nasceu em Fortaleza em 1945 e tornou-se farmac&ecirc;utica bioqu&iacute;mica em 1966. Ela conheceu o seu agressor, Marco Antonio Heredia Viveros, colombiano, em 1974 na cidade de S&atilde;o Paulo quando ambos estavam estudando na cidade.&nbsp;
No in&iacute;cio do relacionamento, Marco era am&aacute;vel, educado e solid&aacute;rio, segundo Maria. Por&eacute;m, ap&oacute;s o nascimento da primeira filha, a volta do casal para Fortaleza, a estabiliza&ccedil;&atilde;o financeira e profissional, al&eacute;m da cidadania brasileira, fizeram que a situa&ccedil;&atilde;o mudasse. O ent&atilde;o marido passou a ser intolerante, exaltava-se com facilidade e era explosivo com a mulher e as filhas.&nbsp;
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/09/01/01153705740322.jpg" alt="&ldquo;Para evitar que as meninas molhassem a cama durante a noite, elas s&oacute; podiam tomar &aacute;gua at&eacute; a hora do almo&ccedil;o&rdquo;, relembra Maria no livro. (Fonte: Ebiografia/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />&ldquo;Para evitar que as meninas molhassem a cama durante a noite, elas s&oacute; podiam tomar &aacute;gua at&eacute; a hora do almo&ccedil;o&rdquo;, relembrou Maria no livro. (Fonte: Ebiografia/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Em 1994, Maria da Penha escreveu um livro Sobrevivi&hellip; posso contar&nbsp;em que relata a agressividade do companheiro com suas filhas &ldquo;Tudo era motivo para bater nas filhas, quebrar brinquedos ou objetos&rdquo;. &nbsp;Segundo a autora, a raiva era tanta que amedrontava as bab&aacute;s que testemunharam tudo, espantadas.
<h2>O crime e a cria&ccedil;&atilde;o da lei</h2>
Em 1983, Maria da Penha foi v&iacute;tima de dupla tentativa de feminic&iacute;dio por parte do marido. O crime ocorreu na madrugada do dia 29 de maio de 1983, enquanto a mulher dormia, Marco deu um tiro em suas costas. Em entrevista, ela disse se lembrar de ouvir um barulho no quarto e logo em seguida n&atilde;o conseguiu se mover. Logo, ela pensou: "o Marco me matou".
Como resultado da agress&atilde;o, Maria da Penha ficou <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/109259-paraplegico-consegue-andar-com-estimulos-eletricos-na-medula-espinhal.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">parapl&eacute;gica</a>, com les&otilde;es irrevers&iacute;veis na terceira e quarta v&eacute;rtebras tor&aacute;cicas, les&atilde;o na dura-m&aacute;ter e destrui&ccedil;&atilde;o de uma parte da medula, al&eacute;m de outras complica&ccedil;&otilde;es f&iacute;sicas e traumas.&nbsp;
Para a pol&iacute;cia, Marco alegou que quatro homens haviam invadido a casa e fugiram quando perceberam a movimenta&ccedil;&atilde;o, mas a hist&oacute;ria nunca foi confirmada por Maria ou vizinhos.&nbsp;
Quatro meses depois da primeira tentativa de assassinato, a farmac&ecirc;utica voltou para a casa. Nesse per&iacute;odo, ele tentou novamente assassin&aacute;-la, danificando um chuveiro el&eacute;trico para que a ent&atilde;o mulher morresse eletrocutada.&nbsp;
Depois dessa nova tentativa, Maria voltou a morar com os pais e come&ccedil;ou a lutar por seus direitos. Al&eacute;m da trag&eacute;dia pessoal, Maria travou uma intensa batalha contra o sistema judici&aacute;rio, que s&oacute; realizou o primeiro julgamento 8 anos ap&oacute;s o crime e mesmo assim o agressor saiu em liberdade.&nbsp;
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/09/01/01153924615326.jpg" alt="Em 2006, reconhecendo a luta e sofrimento de Maria da Penha e a falta legal que resguardasse o direito das mulheres que sofriam viol&ecirc;ncia dom&eacute;stica, foi criada a lei 11.340. (Fonte: Instituto Maria da Penha/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />Em 2006, reconhecendo a luta e o sofrimento de Maria da Penha, bem como a falta legal que resguardasse o direito das mulheres que sofriam viol&ecirc;ncia dom&eacute;stica, foi criada a Lei n&deg; 11.340. (Fonte: Instituto Maria da Penha/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Em 1998, o caso ganhou dimens&atilde;o internacional e foi denunciado &agrave; Comiss&atilde;o Interamericana de Direitos Humanos da Organiza&ccedil;&atilde;o dos Estados Americanos (CIDH/OEA). Somente em 2002, passados mais de 19 anos do crime, Marco Antonio foi condenado e cumpriu pris&atilde;o em regime semiaberto at&eacute; 2007. Em 2007, ele conseguiu liberdade condicional que durou at&eacute; fevereiro de 2012. Hoje, ele segue vivendo em liberdade.&nbsp;
Se voc&ecirc; for v&iacute;tima de <a href="https://www.megacurioso.com.br/comportamento/93782-20-sinais-de-que-um-relacionamento-e-abusivo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">viol&ecirc;ncia dom&eacute;stica</a>, n&atilde;o se cale. Ligue 180!

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Maria da Penha: a história do combate à violência contra a mulher

Imagem de Como a arte convenceu as mulheres a beberem cerveja no século XX no megacurioso

O intuito das campanhas era mostrar que a bebida era sinônimo de união e felicidade na vida

Foi em 1945, &agrave;s portas do fim da <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/112268-entenda-como-comecou-a-segunda-guerra-mundial.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Segunda Guerra Mundial</a>, que a Funda&ccedil;&atilde;o de Cervejeiros dos Estados Unidos, a qual defendia "com unhas e dentes" a ind&uacute;stria da cerveja, procurou a proeminente artista Doris Lee para pintar uma campanha publicit&aacute;ria deles.
Desse neg&oacute;cio, surgiu a tela Tempos de Colheita&nbsp;ainda no mesmo ano, como parte da campanha intitulada "Beer Belongs", cujo objetivo era convencer as mulheres americanas a comprarem e consumirem cerveja. O retrato reflete uma atmosfera despretensiosa de um piquenique na zona rural do Kansas, com um grupo de trabalhadoras agr&iacute;colas ao redor de uma mesa, bebendo cerveja, rindo e conversando. Tudo foi criado para transmitir a ideia de que a bebida alco&oacute;lica trazia uni&atilde;o, felicidade e calma.
Os an&uacute;ncios da campanha foram veiculados em revistas femininas populares na &eacute;poca, como a McCall&rsquo;s e Collier&rsquo;s, sempre apresentando obras de artes que comparavam o consumo da cerveja a cenas cotidianas de uma vida americana saud&aacute;vel.&nbsp;
<h2>Mudando a perspectiva</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/08/20/20160303286294.jpg" alt="(Fonte: Story Magazine/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Story Magazine/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
A influ&ecirc;ncia da arte de Lee durante as d&eacute;cadas de 1930 e 1940 foi essencial para que a campanha publicit&aacute;ria desse certo. Isso porque a mulher ficou famosa por suas imagens da vida em uma pequena cidade, com os prazeres simples da Am&eacute;rica rural retratados de maneira atenciosa e sincera, como as reuni&otilde;es de fam&iacute;lia, refei&ccedil;&otilde;es nos feriados e acontecimentos no campo. Tudo o que ia parar em suas telas fazia parte do que seus olhos encontraram ao longo de suas jornadas.
Desde meados do s&eacute;culo XIX que as mulheres come&ccedil;aram a cultivar uma percep&ccedil;&atilde;o negativa em rela&ccedil;&atilde;o &agrave; cerveja. Segundo a historiadora Theresa McCulla, a cerveja era associada ao &acirc;mbito do trabalhador, que bebia fora de casa em bares e tavernas &mdash; o que ajudou a fortalecer a imposi&ccedil;&atilde;o da Lei Seca.
Depois que a lei foi revogada, em 1933, os cervejeiros precisavam renovar a imagem da bebida para o p&uacute;blico americano. Com as tens&otilde;es da guerra, eles aproveitaram para introduzir a cerveja como algo saud&aacute;vel e um "componente da dieta americana".
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/08/20/20160457129295.jpg" alt="Doris Lee. (Fonte: Pinterest/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />Doris Lee. (Fonte: Pinterest/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
A campanha deu t&atilde;o certo que as mulheres escreveram cartas para a Funda&ccedil;&atilde;o de Cervejeiros dos Estados Unidos pedindo para serem feitas reimpress&otilde;es das obras de arte que tinha a cerveja como protagonista por julgarem "adequadas para emoldurar", alegando que os an&uacute;ncios eram apropriados para o lar de t&atilde;o convidativo que se apresentavam.
&ldquo;Embora muitos americanos, nessa &eacute;poca, estivessem se mudando das &aacute;reas rurais para as urbanas, os cervejeiros frequentemente recorriam a cenas da vida rural, como um tipo de raiz aut&ecirc;ntica e saud&aacute;vel da cultura americana, da qual a cerveja era uma parte crucial&rdquo;, ressaltou McCulla.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/08/20/20160940598296.jpg" alt="(Fonte: Pinterest/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Pinterest/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
A participa&ccedil;&atilde;o de Doris Lee legitimou ainda mais a campanha, com sua pintura por detr&aacute;s das palavras: "nesta Am&eacute;rica de toler&acirc;ncia e bom humor, de vizinhan&ccedil;a e vida agrad&aacute;vel, talvez nenhuma bebida seja mais apropriada do que uma cerveja saud&aacute;vel, e o direito de desfrutar dessa bebida com modera&ccedil;&atilde;o, isso tamb&eacute;m faz parte de nossa pr&oacute;pria heran&ccedil;a americana ou liberdade pessoal".
E, muito embora as mulheres n&atilde;o tenham sido consideradas as principais consumidoras de cerveja, a mudan&ccedil;a de sua percep&ccedil;&atilde;o com rela&ccedil;&atilde;o a ela foi o que tornou a bebida socialmente aceit&aacute;vel ap&oacute;s o per&iacute;odo da Lei Seca.

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Como a arte convenceu as mulheres a beberem cerveja no século XX?

Imagem de Como os homens inventaram que "fofoca" era coisa de mulher? no megacurioso

Amizades femininas foram um dos alvos da caça às bruxas. Neste contexto, a fofoca deixou de ser uma palavra de amizade e afeto virou uma palavra de difamação

O termo "<a href="https://www.megacurioso.com.br/comportamento/45358-bafao-do-dia-pesquisadores-descobrem-por-que-fofocamos-tanto.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">fofoca</a>", j&aacute; bastante conhecido no Brasil, tem participa&ccedil;&atilde;o recente no vocabul&aacute;rio brasileiro. O primeiro registro oficial data de 1975, segundo Aur&eacute;lio Buarque de Holanda, criador do dicion&aacute;rio Aur&eacute;lio.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/08/13/13170406590379.jpg" alt="No Brasil, antes do termo fofoca utilizavam-se outras express&otilde;es, como mexerico, futrica e fuxico para referir-se ao ato de falar sobre a vida alheia. (Fonte: Pexels/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />No Brasil, antes do termo "fofoca", eram utilizadas outras express&otilde;es, como mexerico, futrica e fuxico, para referir-se ao ato de falar sobre a vida alheia. (Fonte: Pexels/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Se hoje o termo &eacute; visto como algo ruim, at&eacute; o s&eacute;culo XII, a palavra tinha conota&ccedil;&atilde;o positiva. Gossip&nbsp;(fofoca) vem do antigo substantivo em ingl&ecirc;s godsibb e abrangia a ideia de que voc&ecirc; poderia contar qualquer coisa a um amigo pr&oacute;ximo.&nbsp;
Na &eacute;poca medieval, o nascimento de uma crian&ccedil;a era como um grande evento social. Essa era uma &eacute;poca em que godsibbs costumavam passar horas conversando com a m&atilde;e para fornecer apoio moral durante o parto.&nbsp;
A partir disso, os homens come&ccedil;aram a associar a fofoca &agrave;s mulheres. Do s&eacute;culo XVII em diante, o significado da palavra mudou, sendo atrelado a quem fazia conversa fiada e partilha de <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/119161-6-grandes-segredos-do-sistema-solar.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">segredos</a>. Mas como essa mudan&ccedil;a ocorreu?
<h2 style="text-align: justify;">Mas fofoca &eacute; coisa de mulher?</h2>
Inicialmente, a fofoca era uma forma de criar la&ccedil;os, um meio de comunica&ccedil;&atilde;o, mas logo depois passou a ser algo pejorativo. Mas o que mudou? No final da Idade M&eacute;dia, as pessoas organizavam reuni&otilde;es para conversar e, nelas, discutiam-se todos os assuntos, desde relacionamentos at&eacute; quest&otilde;es pol&iacute;ticas.&nbsp;
Com o tempo, as mulheres passaram a fazer muitas reuni&otilde;es, e esses grupos come&ccedil;aram a se multiplicar, inclusive resolvendo problemas sociais e disputas. Nesse momento, os homens passaram a se preocupar, estereotipando as amizades femininas como <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/117074-2-julgamentos-absurdos-utilizados-na-epoca-da-caca-as-bruxas.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">cultos &agrave;s bruxas.</a>&nbsp;Afinal, as mulheres poderiam dar as costas &agrave;s regras sociais e alterar a sociedade.&nbsp;
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/08/13/13170914481380.jpg" alt="Estudos t&ecirc;m mostrado que homens e mulheres fofocam igualmente. Em m&eacute;dia, uma pessoa gasta 52 minutos fofocando, independentemente do g&ecirc;nero. (Fonte: Pexels/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />Estudos t&ecirc;m mostrado que homens e mulheres fofocam igualmente. Em m&eacute;dia, uma pessoa gasta 52 minutos fofocando, independentemente do g&ecirc;nero. (Fonte: Pexels/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Assim, esses grupos passaram a ser alvo de &oacute;dio, e a fofoca se tornou algo ruim. Vale ressaltar que isso n&atilde;o significa que os homens n&atilde;o fofocavam, por&eacute;m eles faziam isso de modo particular, especialmente quando se tratava de pol&iacute;ticos e nobres. At&eacute; aquele momento as mulheres sempre se encontravam em p&uacute;blico e n&atilde;o se preocupavam com olhares.&nbsp;
Portanto, os homens foram inserindo na sociedade que o ato de fofocar era banal, que s&oacute; mulheres o faziam, pois n&atilde;o trabalhavam e ningu&eacute;m as levava a s&eacute;rio. J&aacute; os homens poderiam fofocar, pois seus motivos, teoricamente, eram "importantes".

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Como os homens inventaram que 'fofoca' é coisa de mulher?

Imagem de Por que os direitos das mulheres estão em risco no Afeganistão? no megacurioso

Após Talibã tomar posse do poder no país, mulheres afegãs temem ser atacadas por militantes islamitas em Cabul

Ap&oacute;s os Talib&atilde;s tomarem conta de cidade de Cabul, no <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/119659-afeganistao-a-vida-a-partir-de-agora-com-o-controle-do-taliba.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Afeganist&atilde;o</a>, o caos foi instaurado dentro do pa&iacute;s. Entre os cidad&atilde;os amedrontados, muitas mulheres temem perder os seus direitos conquistados nas &uacute;ltimas d&eacute;cadas para a a&ccedil;&atilde;o de membros radicais do grupo nacionalista isl&acirc;mico.
Mas por que isso seria um risco de verdade? Em tese, quando os Estados Unidos invadiu o pa&iacute;s em 2001, estabelecer os direitos das <a href="https://www.megacurioso.com.br/direito/88051-10-coisas-que-as-mulheres-ja-foram-proibidas-de-fazer.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">mulheres</a> e de crian&ccedil;as era um dos supostos objetivos principais, ao lado de eliminar a Al Qaeda por seu papel nos ataques de 11 de setembro. Logo, o pa&iacute;s asi&aacute;tico acumula um passado de repress&atilde;o feminina. Entenda.
<h2>Amea&ccedil;a constante</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/08/19/19095438598053.jpg" alt="(Fonte: Wikimedia Commons)" />(Fonte: Wikimedia Commons)
Foi necess&aacute;rio apenas 1 semana de poder do <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/119658-6-fatos-para-entender-retorno-do-taliba-ao-poder-no-afeganistao.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Talib&atilde;</a> para que not&iacute;cias a respeito dos direitos femininos no pa&iacute;s tomassem conta das manchetes no mundo todo. Segundo relatos, algumas mulheres t&ecirc;m sido for&ccedil;adas a casar com combatentes talib&atilde;s, assediadas publicamente ou for&ccedil;adas a ficar dentro de casa.
A invers&atilde;o no governo gera um medo a respeito da poss&iacute;vel volta de uma regra do Talib&atilde; que foi mantida entre 1996 e 2001, quando as mulheres n&atilde;o podiam trabalhar, meninas n&atilde;o eram permitidas em col&eacute;gios, al&eacute;m de elas precisarem estar sempre cobrindo seus rostos e acompanhadas na rua por um parente homem.
Em entrevista para a Thomson Reuters Foundation, a pol&iacute;tica e feminista afeg&atilde; Fawzia Koofi comentou sobre os acontecimentos recentes e deu sua perspectiva sobre o que vem acontecendo no pa&iacute;s. "Os combatentes do Talib&atilde;, ao contr&aacute;rio de seus oficiais pol&iacute;ticos, infelizmente est&atilde;o se comportando da mesma maneira que faziam quando estavam no poder", ela lamentou.
<h2>Incompatibilidade de discursos</h2>
<span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;Paula Bronstein&nbsp;" data-fonte-url="https://medias.cnnbrasil.com.br/mulheres-no-afeganistao.jpeg?format=WEBP&amp;image=https://mediastorage.cnnbrasil.com.br/IMAGES/00/00/05/51521_512B599A2F50B77C.jpg&amp;width=804&amp;height=452&amp;resize=CROP"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/08/19/19095719192054.webp" alt="(Fonte: Paula Bronstein)" />(Fonte: Paula Bronstein)
Se por um lado o discurso pol&iacute;tico das autoridades que regem a linha de frente do Talib&atilde; nesse momento &eacute; pac&iacute;fico e amenizador, a postura dos participantes do movimento n&atilde;o parece seguir o mesmo editorial. Enquanto a nova lideran&ccedil;a fala sobre respeitar os direitos humanos, os soldados nas ruas s&atilde;o regidos pela for&ccedil;a e brutalidade.
"A lideran&ccedil;a deles tem afirmado isso em nossas negocia&ccedil;&otilde;es e eles continuam repetindo as mesmas coisas, mas na pr&aacute;tica sabemos que isso &eacute; diferente. Muitas pessoas est&atilde;o sendo mortas", destacou Koofi. Para ela, se o Talib&atilde; realmente pretende adotar outra postura em compara&ccedil;&atilde;o com o passado, v&aacute;rios aspectos precisam mudar.
Por fim, a representante p&uacute;blica pediu para que a comunidade internacional se unisse para ajudar as cidad&atilde;s afeg&atilde;s. De acordo com Fawzia, diversas mulheres precisar&atilde;o ser transferidas para &aacute;reas mais seguras.

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