Imagem de As origens de Kotex, o primeiro absorvente da História no megacurioso

O absorvente higiênico revolucionou o mercado, mas também foi alvo de controvérsias

No final do s&eacute;culo XIX, a empresa Southall Brothers &amp; Barclay, de Birmingham, no Reino Unido, anunciou o primeiro tipo de absorvente higi&ecirc;nico para uso feminino. Depois que a Hartmann Company da Alemanha lan&ccedil;ou seu produto, foi a vez da Johnson &amp; Johnson comercializ&aacute;-lo nos Estados Unidos.
Contudo, foi apenas o Kotex, lan&ccedil;ado no in&iacute;cio de 1920 pela empresa Kimberly-Clark, que conseguiu se infiltrar na sociedade norte-americana de maneira eficaz. Antes dos absorventes higi&ecirc;nicos se popularizarem, a maioria das mulheres tinha que lidar com a ansiedade social &ndash; prevalecente hoje &ndash; e os panos reutiliz&aacute;veis feitos em casa para conter o fluxo da menstrua&ccedil;&atilde;o. Muito embora as pessoas soubessem que as mulheres menstruam, isso ainda era visto como uma parte nojenta do corpo feminino, que atra&iacute;a olhares de rep&uacute;dio dos homens e de censura de outras mulheres, portanto deveria ser mantido em segredo.
Havia algumas op&ccedil;&otilde;es no mercado para as mulheres que podiam pagar por dispositivos de conten&ccedil;&atilde;o, tais como o cinto higi&ecirc;nico Hoosier, que mantinha os panos absorventes no lugar; ou as Toalhas de Lister, que foi a primeira op&ccedil;&atilde;o de panos descart&aacute;veis da ind&uacute;stria.
<h2>A inven&ccedil;&atilde;o de guerra</h2>
<span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;Pinterest&nbsp;" data-fonte-url="https://encrypted-tbn0.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcRuQb_MuDY8ugUk4kILgGBJvwl9aIrRE6AgFuLX9ePFp3l6yQ6U-amqzdmry_6zn7QE7QU&amp;usqp=CAU"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/04/21/21175621011008.jpg" alt="(Fonte: Pinterest/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Pinterest/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Formada na d&eacute;cada de 1870, a empresa Kimberly-Clark era destinada para a produ&ccedil;&atilde;o de papel, e no come&ccedil;o da <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/117623-conheca-a-historia-da-primeira-guerra-mundial.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Primeira Guerra Mundial&nbsp;</a>come&ccedil;ou a produzir bandagens de um material chamado cellucotton. Feito a partir da polpa da madeira, o produto era cinco vezes mais absorvente do que as bandagens de algod&atilde;o comum, por&eacute;m bem menos cara &ndash; o que viabilizou totalmente o processo de produ&ccedil;&atilde;o.
Com o fim da guerra, os executivos da empresa passaram a procurar maneiras de dar outro destino ao cellucotton. A resposta veio por meio das enfermeiras do Fundo Americano para os Feridos Franceses, que enviaram cartas alegando que usavam as bandagens como absorventes improvisados e pedindo para que n&atilde;o parassem de fazer o produto.
Walter Luecke, funcion&aacute;rio da Kimberly-Clark, viu nessa declara&ccedil;&atilde;o uma oportunidade de transformar o produto em pequenos, eficazes e discretos absorventes higi&ecirc;nicos. Al&eacute;m disso, algo destinado para atrair cerca de metade da popula&ccedil;&atilde;o norte-americana seria o suficiente para substituir a demanda do tempo de guerra, transformando o empreendimento em uma m&aacute;quina de fazer dinheiro.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/04/21/21184252103020.jpg" alt="(Fonte: Women's Health/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Women's Health/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Entretanto, as empresas contratadas por Luecke para a produ&ccedil;&atilde;o do absorvente em larga escala n&atilde;o concordaram com o novo projeto, argumentando que era algo muito pessoal e que jamais poderia ser vendido de modo lucrativo. O mesmo tipo de d&uacute;vida chegou aos membros do conselho da Kimberly-Clark, ent&atilde;o Luecke insistiu para que a pr&oacute;pria empresa produzisse o absorvente.
Incumbido de criar um nome t&atilde;o discreto quanto o produto, o funcion&aacute;rio pensou em "Kotex", inspirado a partir da palavra "cotton", visto que o absorvente tinha uma textura de algod&atilde;o.
<h2>O fen&ocirc;meno</h2>
<span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;Wikiwand&nbsp;" data-fonte-url="https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/1/1f/Coby_Whitmore_-_Very_personally_yours_-_Kotex_1950.jpg/440px-Coby_Whitmore_-_Very_personally_yours_-_Kotex_1950.jpg"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/04/21/21184429807021.jpg" alt="(Fonte: Wikiwand/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Wikiwand/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
A Kimberly-Clark disseminou o absorvente por meio de an&uacute;ncios em famosas revistas femininas da d&eacute;cada de 1920, como a Good Housekeeping&nbsp;e a Ladies Home Journal. No entanto, nem todas as mulheres ficaram satisfeitas com a maneira como a menstrua&ccedil;&atilde;o foi retratada nas publicidades, principalmente pelo fato de que a fundadora da marca refor&ccedil;ou que "n&atilde;o era algo natural".
Todos os an&uacute;ncios apresentavam uma mulher solteira ou um grupo de mulheres em poses ativas e confort&aacute;veis, alegando que os absorventes "eram a chave para garantir aquele conforto de ver&atilde;o e equil&iacute;brio nos vestidos mais elegantes". Comercializado em uma embalagem simples e pequena, os slogans do Kotex sempre deixou claro que a menstrua&ccedil;&atilde;o era algo que precisava ser ocultado.
Com o decorrer dos anos, a vis&atilde;o do produto se afastou ainda mais da imagem de mulheres reais em situa&ccedil;&otilde;es cotidianas para mulheres em elegantes piqueniques, festas ou jantares, transformando o absorvente em um acess&oacute;rio de luxo e n&atilde;o em algo essencial. Sendo assim, o Kotex adquiriu um car&aacute;ter moderno e j&aacute; n&atilde;o tinha mais nada a ver com higiene e cuidado feminino.
<span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;The Conversation&nbsp;" data-fonte-url="https://images.theconversation.com/files/379184/original/file-20210118-17-1ezna9s.jpg?ixlib=rb-1.1.0&amp;q=45&amp;auto=format&amp;w=1000&amp;fit=clip"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/04/21/21184550730022.jpg" alt="(Fonte: The Conversation/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: The Conversation/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Apesar disso tudo, o Kotex se tornou uma febre nacional desde a primeira caixa, vendida em 1921 na loja de departamento Woolworth&rsquo;s, em Chicago. Al&eacute;m disso, tamb&eacute;m serviu para ressignificar a maneira como as mulheres lidariam com a menstrua&ccedil;&atilde;o daquele momento em diante.
No mundo dos neg&oacute;cios, o Kotex foi o primeiro absorvente anunciado em grande escala e distribu&iacute;do nacionalmente, rompendo com v&aacute;rios tabus referentes &agrave; higiene &iacute;ntima feminina ao dar-lhes um produto medicamente aprovado em vez de m&eacute;todos rudimentares feitos em casa.

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As origens de Kotex, o primeiro absorvente da História

Imagem de Nancy Wake: a espiã que se tornou o pesadelo dos nazistas no megacurioso

Esta incrível espiã e combatente entrou para lista de mais procurados da Gestapo, com uma recompensa de 5 milhões de francos

<head></head><body>Os horrores da <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/45071-8-misterios-da-segunda-guerra-mundial-que-continuam-sem-resposta.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Segunda Guerra Mundial</a> jamais serão esquecidos. Mas a verdade é que em meio a todo caos e genocídio, existiram pessoas que lutaram da melhor forma que podiam para combater as injustiças promovidas na época, arriscando suas vidas para defender o que consideravam certo.&nbsp;Como, por exemplo, Nancy Wake, a incrível espiã conhecida como Rata Branca que entrou para a lista dos mais procurados da Gestapo.<h2>A vida de Nancy Wake</h2>Nancy nasceu em 1912 na Nova Zelândia, mas foi criada no bairro de North Sydney, na Austrália. Aos 16 anos, fugiu de casa e começou a trabalhar como enfermeira, e quando recebeu um dinheiro herdado de sua tia, viajou para Londres e começou a estudar jornalismo.Em 1930, sua carrearia a levou para Paris, e pouco depois se tornou correspondente europeia para o jornal Hearst, emprego que a levou a presenciar a ascensão de Adolf Hitler e do Movimento Nazista ao poder e também o fatídico evento que iria mudar sua vida para sempre.<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/04/22/22143201150206.jpg" alt="(Fonte: YouTube/ABC News Australia/Reprodução)">(Fonte: YouTube/ABC News Australia/Reprodução)E durante uma viagem a Viena, capital da Áustria, em 1935, a moça observou membros da <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/107618-castelo-de-wewelsburg-o-local-de-poder-mistico-da-ss-nazista.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Schutzstaffel</a> (SS), uma organização paramilitar <a href="https://www.megacurioso.com.br/historia-e-geografia/45397-voce-sabia-que-os-uniformes-nazistas-eram-hugo-boss.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">nazista</a>, amarrar judeus em uma grande roda e torturá-los. E foi aí que pensou "Isso é terrível, eu não poderia chicotear nem um gato. Se alguma vez eu puder fazer algo um dia, eu farei", relembrou Wake em entrevista.E não demorou muito para que ela pudesse colocar este pensamento em prática.<h2>O pesadelo da Gestapo</h2>Em 30 de novembro de 1939, ela se casou com o rico industrialista francês Henri Edmond Fiocca, e o casal foi morar em um luxuoso apartamento com &nbsp;vista para o porto de Marselha. Porém, quando a Alemanha invadiu a França seis meses depois, o casal passou sua rotina de festas chiques com atividades para a Resistência Francesa.Wake passou a servir como mensageira, levando informações para grupos clandestinos, enquanto seu marido utilizava seus recursos financeiros para auxiliar a causa, como a compra de uma ambulância usada para transportar refugiados judeus, pilotos da Força Aérea Real que foram abatidos e espiões descobertos até um porto seguro na Espanha, que permanecia neutra na época.<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/04/22/22143248447207.jpg" alt="(Fonte: YouTube/ABC News Australia/Reprodução)">(Fonte: YouTube/ABC News Australia/Reprodução)Devido à habilidade de Nancy de escapar de seus captores, sua figura passou a ser conhecida pela Gestapo como The White Mouse (A Rata Branca). "Um pozinho facial e um pouco de bebida e eu passava pelos postos alemães, piscava e dizia, ‘vocês querem me revistar?’ Deus, que sedutora brilhante eu era", disse a espiã uma vez, descrevendo suas táticas.Mesmo com tomando muito cuidado para realizar suas missões, sua vida ainda estava sempre em perigo, com a polícia secreta nazista grampeando seu telefone e interceptando suas cartas. Em 1942, as suspeitas sobre a mulher e seu marido se intensificaram, e ela passou quatro dias sendo interrogada pelos alemães.<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/04/22/22143314385208.jpg" alt="(Fonte: YouTube/ABC News Australia/Reprodução)">(Fonte: YouTube/ABC News Australia/Reprodução)Porém, eles não se deram conta de que estavam com a Rata Branca em suas mãos, e graças a uma mentira do médico belga Albert Guérisse, que afirmou que Wake era sua amante, ela acabou sendo libertada e decidiu fugir para Espanha em maio de 1943, no mesmo ano era a pessoa mais procurada pela Gestapo, com uma recompensa de 5 milhões de francos.Infelizmente, Fiocca decidiu ficar para trás e não teve a mesma sorte: sendo posteriormente preso, torturado e executado pela Gestapo, fato que sua esposa não descobriu até o final da guerra, se culpando profundamente pelo ocorrido.<h2>Uma verdadeira especialista em combate</h2>Depois de sua fuga, Nancy foi recrutada pela Seção Francesa do Executivo de Operações Especiais (SOE), uma unidade paramilitar britânica especializada em operações de comando. Vera Atkins, uma das oficiais da unidade afirmou que a espiã era “um verdadeiro mulherão australiano. Tudo o que ela fez, ela fez bem”.Após concluir seu treinamento em abril de 1944, recebendo diversos elogios por ser "rápida no gatilho" e ser conhecida por “envergonhar os homens com sua boa disposição e força de caráter”, Wake voltou para França de uma maneira bem inusitada: saltando de paraquedas na região da Auvérnia.<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/04/22/22143425494209.jpg" alt="(Fonte: Memorial de Guerra Australiano/Reprodução)">(Fonte: Memorial de Guerra Australiano/Reprodução)“Por cima das roupas civis, meias de seda e salto alto, usei um macacão, carreguei um revólver e cobri tudo com um casaco de pelo de camelo, arreios e um capacete de lata”, contou ela em entrevista.Ela ficou responsável por organizar lançamentos de suprimentos, armas e equipamentos em paraquedas, operando sob o pseudônimo de “Madame Andrée” e o codinome “Bruxa”, seus deveres também incluíam gerenciar as finanças do grupo e servir como uma peça essencial para o recrutamento de novos membros.Além disso, também &nbsp;liderou ataques às instalações alemãs e à sede local da Gestapo em Montluçon, e em determinado ponto, para encontrar códigos de substituição para seus rádios permanecerem em contato com Londres, pedalou mais de 480 quilômetros durante um período de três dias.<span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;Agência Australiana de Notícias e Informações&nbsp;" data-fonte-url="https://www.naa.gov.au/learn/learning-resources/learning-resource-themes/government-and-democracy/activism/world-war-ii-heroine-nancy-wake"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/04/22/22144000264211.jpg" alt="(Fonte: Agência Australiana de Notícias e Informações/Reprodução)">(Fonte: Agência Australiana de Notícias e Informações/Reprodução)Até a França ser libertada do controle nazista, Wake lutou ao lado de uma tropa de sete mil resistentes, que combateram 22 mil soldados da SS, causando 1.400 mortes, enquanto sofreram apenas 100. Seus companheiros franceses ficaram admirados com seu espírito guerreiro, principalmente quando matou uma sentinela da Schutzstaffel com as próprias mãos, para evitar que acionasse o alarme durante um ataque surpresa.&nbsp;Em outra de suas façanhas, durante um ataque alemão a outro grupo de resistência, Nancy — auxiliada por dois oficiais americanos - assumiu o controle de um pelotão que havia perdido seu líder. Utilizando seu pensamento rápido, a mulher ordenou que os soldados utilizassem fogo de supressão, uma decisão que permitiu que o grupo fosse retirado do local sem mais baixas.<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/04/22/22143824544210.jpg" alt="(Fonte: Stew Ross Discovers/Reprodução)">(Fonte: Stew Ross Discovers/Reprodução)Com o fim da Segunda Guerra Mundial, Nancy Wake foi condecorada como heroína da Resistência Francesa, recebendo honras civis dos Estados Unidos, Grã-Bretanha e França.Em 7 de agosto de 2011, a Rata Branca faleceu com 98 anos. E seu último pedido foi “Quando eu morrer, quero minhas cinzas espalhadas pelas colinas onde lutei ao lado de todos aqueles homens”.</body>

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Nancy Wake: a espiã que se tornou o pesadelo dos nazistas

Imagem de Anne Bonny: a impetuosa pirata que aterrorizou os mares no megacurioso

Desafiando todas as regras, Bonny se tornou uma das poucas piratas mulheres, respeitada por sua coragem e impetuosidade

<head></head><body>Durante o século XVIII, durante a Era de Ouro da Pirataria, havia uma regra clara: nada de meninos ou mulheres a bordo. Mas Anne Bonny não ligava para superstições e determinações masculinas, tornando-se uma das poucas piratas mulheres e sendo lembrada por sua coragem e temperamento.Segundo o livro Uma História Geral dos Roubos e Assassinatos dos <a href="https://www.megacurioso.com.br/papo-de-bar/40006-voce-sabe-por-que-os-piratas-usavam-tapa-olhos-.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Piratas</a> Mais Notórios, publicado em 1724 e escrito pelo Capitão Charles Johnson, “ninguém foi mais ousado ou corajoso” do que esta impetuosa corsária ruiva e de olhos verdes.<h2>Quem foi Anne Bonny?</h2>Nascida entre 1697 a 1698 nos arredores de Cork, na Irlanda, a mulher foi fruto do caso do advogado William Cormac com sua empregada, Mary Brennan.Apaixonado pela criança, mas tentando manter as aparências, William vestia Anne como menino, mantendo seu cabelo curto e o apresentando para estranhos como Andy, um garoto que estava treinando para ser seu escriturário.Porém, a verdade logo foi revelada, o que levou Cormac a zarpar com sua filha e amante para Charleston, Carolina do Sul, local no qual acabou prosperando o bastante para comprar uma plantação.<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/04/19/19113351028165.jpg" alt="(Fonte: Biblioteca do Congresso/Reprodução)">(Fonte: Biblioteca do Congresso/Reprodução)A vida de Bonnie poderia ter seguido o mesmo rumo de outras jovens abastadas de sua época, mas quando sua mãe faleceu de febre tifoide em 1711, seu temperamento feroz começou a aflorar, com o livro de Johnson afirmando que ela passava noites em tabernas, e também teria esfaqueado uma criada durante uma discussão e espancado quase até a morte um homem que tentou estuprá-la.Obviamente que seu pai não gostava nada desse comportamento, mas só a deserdou quando a jovem decidiu se casar com o pobre marinheiro chamado James Bonny em 1718. Irritada pela desaprovação, a moça se mudou para a área de Nassau, nas Bahamas, com o novo marido, parte do mundo conhecida na época como a República dos Piratas.<h2>Uma vida no mar</h2>O casal logo se viu desiludido um com o outro, pois a mulher esperava que seu esposo fosse alguém que desafiava às regras e ele acreditou que ela viria com a fortuna do pai. Foi quando Anne conheceu o capitão <a href="https://www.megacurioso.com.br/historia-e-geografia/41963-os-7-piratas-mais-famosos-da-historia-mundial.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">pirata</a> John “Calico Jack” Rackam, com quem decidiu fugir para uma vida desbravando os mares.<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/04/19/19113630920169.png" alt="(Fonte: Biblioteca do Congresso/Reprodução)">(Fonte: Biblioteca do Congresso/Reprodução)Como mencionei acima, marinheiros abominavam a ideia de ter uma mulher no navio, acreditando que isso traria azar, e quando um membro da tripulação de Rackam cometeu o erro de expressar sua preocupação sobre a presença de sua nova amante, foi desafiado pela moça para um duelo, no qual acabou sendo apunhalado no coração e jogado ao mar.A partir daí, Bonny foi aceita como parte do grupo, vestindo-se como homem sempre que o barco partia para um ataque, lutando com uma pistola na mão e espada na cintura.<h2>Mary Read: amizade ou amor?</h2>Em determinado momento, Calico Jack e seus companheiros conquistaram um navio nas Índias Ocidentais, e ao seguir o código de conduta dos <a href="https://www.megacurioso.com.br/feitos-absurdos/98206-5-dos-piratas-mais-terriveis-de-todos-os-tempos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">piratas</a> e convidar os sobreviventes a se juntarem à sua tripulação, o capitão não imaginava que traria uma segunda mulher a bordo, Mary Read, que estava disfarçada de homem.Anne ficou encantada logo de cara com "o belo companheiro" e acabou revelando para Read que era uma mulher, apenas para ser surpreendida com o fato de não ser a única a carregar tal segredo.<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/04/19/19113741937170.jpg" alt="Mary Read. (Fonte: Biblioteca do Congresso/Reprodução)">Mary Read. (Fonte: Biblioteca do Congresso/Reprodução)As duas descobriram ainda mais semelhanças que as uniram - Mary também foi uma criança ilegítima que teve que se vestir como menino e era chamada de "Mark" - e alguns relatos afirmam que as duas teriam até se tornado amantes.Mas talvez o que mais chamou a atenção de Bonny era a coragem e ferocidade de Read, com uma parte do livro de Johnson contando como a segunda mulher lutou em um duelo no lugar de um gentil rapaz parte da tripulação e que era seu amante para que o mesmo não se ferisse.Contudo, conforme as moças se uniam, Rackam ficava cada vez mais enciumado, ameaçando cortar a garganta de Read, e novamente segundo Johnson, Anne teria contado o segredo do novo integrante para acalmar o capitão, com outros relatos sugerindo que eles acabaram formando um ménage à trois depois disso.<h2>O fim das aventuras</h2>Em 1720, após o navio de Calico Jack atacar sete barcos de pesca e dois saveiros, sua tripulação acabou caindo na mira das autoridades, sendo declarados Inimigos da Coroa da da Grã-Bretanha.E em outubro do mesmo ano, enquanto comemoravam sua onda de boa sorte, foram atacados pelas forças da lei, mas muitos estavam bêbados demais para se preparar para batalha, com alguns desmaiando e outros procurando abrigo abaixo do convés.Bonny e Read estavam entre os poucos corsários capazes de lutar, mas foi o combate foi em vão, com as mulheres, Rackam e os demais sendo presos e levados para a Jamaica para julgamento no qual foram condenados à morte.<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/04/19/19113830734171.jpg" alt="(Fonte: Biblioteca e Arquivos do Museu dos Marinheiros/Reprodução)">(Fonte: Biblioteca e Arquivos do Museu dos Marinheiros/Reprodução)O pedido final de John foi ver Anne antes de morrer, talvez esperando algum conforto na visita da ex-amante. Porém, tudo que ela disse ao encontrar o capitão na cela era que "lamentava vê-lo ali, mas se tivesse lutado como um homem, não precisaria ser enforcado como um cão".As duas moças escaparam da força afirmando estarem grávidas, o que foi confirmado após um exame. Sendo confinadas em celas vizinhas enquanto esperavam o nascimento das crianças, Mary faleceu em 28 de abril de 1721, mas nunca se soube ao certo qual foi o destino de Bonny.Acredita-se que ela também pode ter morrido na prisão, contudo, fontes sugerem que a boa reputação de seu pai ajudou a libertá-la, e que ela teria voltado para Carolina do Sul, casado novamente e tido vários filhos.<h2>O legado de Anne Bonny</h2>Historiadores explicam que por mais que as façanhas de Anne - uma das poucas mulheres a se tornarem piratas - tenham sido relatadas na época, essas informações foram ocultadas posteriormente, talvez como uma forma de evitar que outras moças a usassem como inspiração.“[Bonny e Read] romperam as fronteiras de gênero e surpreenderam as pessoas na época. Elas foram pioneiras em uma sociedade incrivelmente dominada por homens que criaram seu próprio caminho... [mas] foram esquecidas da história", explicou a professora Kate Williams.<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/04/19/19114256832173.png" alt="(Fonte: IMDb/Reprodução)">(Fonte: IMDb/Reprodução)Por mais que sua jornada tenha sido suprimida antigamente, ela voltou a chamar a atenção nos séculos XX e XXI, com esta figura histórica sendo retratada em filmes e séries, como Black Sails,&nbsp;e até mesmo em jogos como Assassin’s Creed IV: Black Flag e também em canções, romances e mangás.Além disso, em novembro do ano passado, Bonny e Read ganharam uma estátua na Ilha Burgh, no Reino Unido, e agora as duas mulheres podem ficar para sempre observando o mar que lhes trouxe tantas emoções e aventuras durante a Era de Ouro da Pirataria.</body>

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Anne Bonny: a impetuosa pirata que aterrorizou os mares

Imagem de Canadense atinge nota vocal feminina mais baixa e bate recorde no megacurioso

Joy Chapman afirmou que, desde criança, sempre cantou em uma escala mais baixa, transitando entre contralto, tenor e baixo

<head></head><body>Uma cantora e compositora de Surrey, no Canadá, chamada Joy Chapman entrou para o <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/106276-10-mulheres-com-recordes-curiosos-no-guinness-book.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Livro Guinness dos Recordes</a> ao conseguir cantar, no dia 23 de fevereiro, a nota musical mais grave já cantada por uma mulher, um C1. O C1 equivale a 33,57 Hz e, na notação musical americana, equivale ao primeiro dó do piano. O feito foi publicado no YouTube no início deste mês (2).Para quem não é expert em canto, é importante destacar que as vozes dos cantores e cantoras são classificadas em categorias diferentes conforme a extensão das notas que conseguem emitir, isto é, até onde conseguem chegar, desde <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/117562-cantor-com-a-voz-mais-grave-do-mundo-alcanca-notas-indetectaveis.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">o mais grave</a> até o mais agudo. Esse intervalo é conhecido como classificação vocal ou extensão vocal.<span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;YouTube&nbsp;" data-fonte-url="https://3xnhi43vikn244hoyg160zl4-wpengine.netdna-ssl.com/wp-content/uploads/2021/04/24782817_web1_210415-SUL-SurreySingerLowNote-main_1.jpg"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/04/17/17113218249000.jpg" alt="Fonte: YouTube/Reprodução">Fonte: YouTube/ReproduçãoCada pessoa tem uma <a href="https://www.megacurioso.com.br/musica-e-danca/44371-site-de-musica-compara-extensao-vocal-de-cantores-classicos-e-da-atualidade.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">extensão vocal</a>, e isso irá depender de fatores como o tamanho de sua laringe e de suas pregas vocais, também conhecidas como cordas vocais. A regra é: quanto menores forem esses órgãos, mais aguda será a voz; e quanto maiores, mais graves.Chapman deve ter esses órgãos enormes, pois afirmou no programa On The Coast, da emissora CBC, que desde criança sempre cantou em uma escala mais baixa, além de conseguir transitar entre as partes de <a href="https://www.megacurioso.com.br/musica-e-danca/48164-a-beleza-das-vozes-operisticas.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">contralto, tenor e baixo</a> de qualquer música. “Como eu conseguia cantar tão baixo, era o macho residente”, brincou ela, “mas também conseguia cantar muito alto".<h2>O desafio do Guinness</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/04/17/17113544891001.jpg" alt="Fonte: CTV News Vancouver/Reprodução">Fonte: CTV News Vancouver/ReproduçãoO desafio do Guinness teve início quando uma sobrinha de Joy Chapman descobriu, no famoso livro dos recordes, que a titular de Nota Vocal Feminina Mais Baixa era uma cantora que conseguiu atingir um D2 (segundo ré mais grave do piano). Como estava acostumada a ver a tia iniciar suas escalas em C2, a sobrinha a desafiou: “você canta muito mais baixo, você deveria tentar o recorde”.Esse diálogo ocorreu há um ano, e desde então a cantora teve que superar uma série de percalços antes de conseguir gravar seu nome no <a href="https://www.megacurioso.com.br/recordes/99979-11-dos-recordes-mais-absurdos-ja-registrados-no-guinness-book.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">livro de recordes</a> mais famoso do mundo. Primeiramente, sua mãe faleceu, depois seu estúdio teve que ser fechado durante a pandemia, até que, no dia 23 de fevereiro deste ano, o cinegrafista conseguiu registrar a importante marca no limitador de graves. Ouçam.<iframe src="https://www.youtube.com/embed/X6kLlBrPDTE" title="YouTube video player" allowfullscreen="" width="592" height="422" frameborder="0"></iframe></body>

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Canadense atinge nota vocal feminina mais baixa e bate recorde

Imagem de As coincidências entre as vidas de Meghan Markle e Wallis Simpson no megacurioso

Norte-americanas e divorciadas, Meghan e Wallis se relacionaram com membros da monarquia e seus maridos abdicaram de suas posições

<head></head><body>Apaixonado por uma mulher divorciada que conhecera, um membro da realeza britânica resolveu se casar com ela, a despeito da oposição da família e da opinião pública da Inglaterra. Preocupado com o clima hostil à esposa, o marido resolveu <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/116604-voce-sabia-que-a-princesa-margaret-influenciou-o-horoscopo-atual.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">afastar-se das suas funções reais</a>, e o casal viajou para o Canadá.<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/04/15/15191228210437.jpg" alt="Edward e Wallis (Fonte: Getty Images/Reprodução)">Edward e Wallis (Fonte: Getty Images/Reprodução)Quem pensou que estamos nos referindo ao príncipe <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/113145-principe-harry-e-esposa-deixam-a-familia-real-o-que-isso-significa.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Harry e a Meghan Markle</a>, está totalmente enganado: a história acima ocorreu com o então rei Edward VIII, que abdicou do trono em 1936 para se casar com a socialite norte-americana Bessie Wallis Simpson.&nbsp;Quando Wallis morreu em Paris em 1986, Meghan tinha apenas quatro anos em Los Angeles. Contudo, mesmo sem nunca terem convivido, a história de vida de ambas acaba apresentando algumas semelhanças que se tornaram motivo de comparação em uma reportagem recente da BBC.<h2>Meghan e Wallis: similaridades e diferenças</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/04/15/15201137421458.jpg" alt="Fonte: AllegedStalker/Twitter/Reprodução">Fonte: AllegedStalker/Twitter/ReproduçãoAssim que o rei Edward VIII da Inglaterra anunciou, em dezembro de 1936, que estava abdicando do trono de um império de meio bilhão de súditos, para se casar com uma mulher que acabara de se separar do seu segundo marido, Wallis Simpson foi taxada de ser alpinista social, além de aventureira barata, lésbica, ninfomaníaca, <a href="https://www.google.com/url?client=internal-element-cse&amp;cx=004238318321071068280:rcwgwv4dsro&amp;q=https://www.megacurioso.com.br/personalidades/102091-mata-hari-conheca-a-triste-historia-da-espia-mais-famosa-do-mundo.htm&amp;sa=U&amp;ved=2ahUKEwjJkt3GsYHwAhW5HrkGHRgjBckQFjAAegQIBhAC&amp;usg=AOvVaw16MxQo5c1Tmj6UZJMER3im" rel="noopener noreferrer" target="_blank">espiã nazista</a> e hermafrodita.Em fevereiro passado, 85 anos depois que o rei Edward VIII abdicou, o duque e a duquesa de Sussex anunciaram que não retornariam mais como membros ativos da família real britânica. Depois do comunicado oficial, Meghan falou em uma <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/117901-racismo-e-outras-5-revelacoes-bombasticas-de-meghan-e-harry.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">entrevista a Oprah Winfrey</a> sobre os ataques que sofrera: desde gozações da mídia a calúnias envolvendo seu nome e até mesmo racismo.<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/04/15/15201528182459.jpg" alt="Fonte: CBS/Reprodução">Fonte: CBS/ReproduçãoA pesquisadora e historiadora francesa Olivette Otele pontuou para a BBC&nbsp;algumas diferenças entre as duas mulheres: “uma era socialite”, diz a professora da Universidade de Bristol, “e a outra é uma mulher independente e bem-sucedida, que conta com sua própria renda para ganhar a vida".Embora Wallis Simpson tenha sido massacrada pela imprensa britânica, diz Otele, os <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/118286-5-expressoes-que-sao-racistas-e-voce-nao-sabia.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">ataques racistas velados</a> e públicos dirigidos a Meghan Markle, que é birracial, são odiosos, pois acrescentam à discriminação pela condição feminina, uma cruel atribuição de inferioridade baseada unicamente da cor da pele. Sem contar que, com a internet, tudo isso foi replicado para o mundo em segundos.</body>

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As coincidências entre as vidas de Meghan Markle e Wallis Simpson

Imagem de 5 filmes dirigidos por mulheres para curtir antes do Oscar 2021 no megacurioso

Separamos uma lista de filmes incríveis de filmes com diretoras mulheres para fazer uma bela maratona antes da premiação!

O <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/118026-5-indicados-ao-oscar-2021-com-temas-relevantes-para-o-vestibular.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Oscar 2021</a> irá acontecer na semana que vem, 25 de abril, e pela primeira vez em 93 anos do evento, duas mulheres estão concorrendo na categoria de Melhor Diretor: Chloé Zhao por Nomadland e Emerald Fennell com Bela Vingança.&nbsp;Para comemorar este momento histórico, separamos cinco <a href="https://www.megacurioso.com.br/cinema/91685-desafio-emoji-qual-e-o-nome-do-filme.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">filmes</a> dirigidos pelo sexo feminino que também foram indicados para a premiação. Então, separe a pipoca e confira nossa lista abaixo:<h2>1. Guerra ao Terror, dirigido por Kathryn Bigelow</h2><iframe width="560" height="315" src="https://www.youtube.com/embed/OJS4maWtw5s" title="YouTube video player" frameborder="0" allowfullscreen=""></iframe>Este drama lançado em 2008 foi por Mark Boal, ex-correspondente na Guerra do <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/106627-15-anos-depois-fotos-contam-a-historia-da-invasao-dos-eua-ao-iraque.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Iraque</a>, e recebido com muitos elogios da crítica. A trama conta a história de um sargento designado para um esquadrão antibomba que acaba em conflito com os membros de sua equipe por seu modo independente de lidar com seu trabalho.Guerra ao Terror&nbsp;foi&nbsp;o grande ganhador do Oscar em 2010, consagrando Bigelow como a primeira mulher a ganhar o prêmio de Melhor Diretor. Além disso, o longa também venceu nas categorias de Melhor Filme, Melhor Roteiro Original, Melhor Edição, Melhor Mixagem de Som e Melhor Edição de Som.<h2>2. Selma: Uma Luta pela Igualdade, dirigido por Ava DuVernay</h2><iframe width="560" height="315" src="https://www.youtube.com/embed/xbG6MxDyWVU" title="YouTube video player" frameborder="0" allowfullscreen=""></iframe>Drama histórico dirigido por DuVernay e escrito por Paul Webb, que relembra a luta do Dr. Martin Luther King Jr. por direitos iguais de voto por meio de uma marcha épica realizada em 1965, que foi de Selma a Montgomery, no Alabama, Estados Unidos.&nbsp;A produção contou com a presença de Oprah Winfrey no papel de Annie Lee Cooper, e concorreu ao Oscar de Melhor Filme e Melhor Canção Original, vencendo apenas o último.<h2>3. Lady Bird: A Hora de Voar, escrito e dirigido por Greta Gerwig</h2><iframe width="560" height="315" src="https://www.youtube.com/embed/tvSl39lvrYU" title="YouTube video player" frameborder="0" allowfullscreen=""></iframe>Lady Bird é uma comédia dramática lançada em 2017, sendo a estreia de Gerwig como roteirista solo e diretora. O longa conta a história do amadurecimento de uma estudante americana no último ano do ensino médio e seu relacionamento tenso com sua mãe, assim como sua relação com seus amigos e outros membros da família.&nbsp;Foi indicado aos Oscar de Melhor Filme, Melhor Atriz, Melhor Atriz Coadjuvante, Melhor Roteiro Original e Melhor Diretor.<h2>4. Julie &amp; Julia, escrito e dirigido por Nora Ephron</h2><iframe width="560" height="315" src="https://www.youtube.com/embed/qqQICUzdKbE" title="YouTube video player" frameborder="0" allowfullscreen=""></iframe>Lançado em 2009, Julie &amp; Julia é uma comédia romântica e biográfica que conta com Amy Adams e Meryl Streep no elenco. O longa acompanha dois momentos na história: o início de carreira da chef Julia Child, e o desafio da nova-iorquina Julie Powell, que pretende cozinhar em um ano todas as 524 receitas do livro da cozinheira.&nbsp;Em 2010, Streep foi indicada ao Oscar de Melhor Atriz por sua interpretação de Child, mas infelizmente não levou o prêmio. Para quem curte este gênero, vale conferir outros trabalhos de Ephron, como Sintonia de amor, Mensagem para você&nbsp;e&nbsp;Um dia de louco.<h2>5. Encontros e Desencontros, escrito e dirigido por Sophia Coppola</h2><iframe width="560" height="315" src="https://www.youtube.com/embed/W6iVPCRflQM" title="YouTube video player" frameborder="0" allowfullscreen=""></iframe>Esta comédia dramática lançada em 2003 traz Bill Murray e Scarlett Johansson como dois americanos em Tóquio que acabam se conhecendo em um hotel e formando uma amizade que os ajuda a passar pelos problemas que ambos estão enfrentando.Foi o segundo longa dirigido por Coppola, e a tornou a terceira mulher a ser indicada para a categoria de Melhor Diretor durante o Oscar de 2004. Além disso, Encontros e Desencontros&nbsp;também concorreu a Melhor Filme, Melhor Ator e Melhor Roteiro Original, sendo o vencedor do último.

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5 filmes dirigidos por mulheres para curtir antes do Oscar 2021

Imagem de Marion Mahony: a 1ª arquiteta do mundo, esquecida pela História no megacurioso

Embora seja dona de uma das mais belas iconografias arquitetônicas já produzidas, Marion Mahony sempre permaneceu à sombra de arquitetos homens

<head></head><body>Nascida há 150 anos, Marion Mahony Griffin foi um dos maiores nomes da <a href="https://www.megacurioso.com.br/arquitetura-e-engenharia/" rel="noopener noreferrer" target="_blank">arquitetura mundial</a>, além de ser a primeira mulher a trabalhar como arquiteta no mundo. Embora sua obra seja amplamente conhecida, principalmente na América e na Austrália, a mulher que executou todos os <a href="https://www.megacurioso.com.br/culinaria/100393-veja-o-que-acontece-quando-uma-arquiteta-resolve-dar-uma-de-confeiteira.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">projetos e esboços geniais</a>&nbsp;não recebeu nenhuma atenção dos historiadores, morrendo como indigente em 1961.<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/04/12/12212248069018.jpg" alt="Aquarela de Marion (Fonte: Ward W. Willits/Reprodução)">Aquarela de Marion (Fonte: Ward W. Willits/Reprodução)Talvez a formação e a influência recebidas da mãe, Clara, tenham dado a Marion a confiança necessária para se inscrever no curso de Arquitetura do Massachusetts Institute of Technology (MIT). Ela acabou se tornando a segunda mulher a receber um diploma nessa área. A primeira, Sophia Hayden, desistiu da carreira por frustração com o tratamento recebido em uma comunidade predominantemente masculina.Depois de formada, Marion Mahoney Griffin, viajou pela Europa e, ao retornar, abraçou a profissão, indo trabalhar no escritório de arquitetura de seus primos, onde foi contratada por um dos maiores arquitetos de todos os tempos, <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/109219-5-incriveis-construcoes-norte-americanas-que-nao-resistiram-ao-tempo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Frank Lloyd Wright</a>, o criador da chamada arquitetura orgânica.<h2>A "escrava útil"</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/04/12/12211719439015.jpg" alt="Walter Burley Griffin e Marion Mahony (Fonte: Australian Design Review/Reprodução)">Walter Burley Griffin e Marion Mahony (Fonte: Australian Design Review/Reprodução)Durante o tempo em que trabalhou para Lloyd Wright, Marion realizou algumas das melhores representações arquitetônicas já produzidas. No entanto, só recentemente seus trabalhos, sempre atribuídos exclusivamente ao premiado arquiteto, foram reconhecidos pelos historiadores atuais, compreendendo cerca de metade dos desenhos creditados a Lloyd Wright.Depois que o arquiteto deixou inesperadamente a esposa e o escritório, e mudou-se para a Europa em 1909, Marion ficou meio sem rumo, até se casar, dois anos depois, com o arquiteto Walter Burley Griffin, ficando mais uma vez à <a href="https://www.megacurioso.com.br/fotografia/102829-fotos-de-mulheres-fazendo-trabalho-de-homem-ajudam-a-quebrar-estereotipos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">sombra do profissional masculino</a>, chegando a citar que estava feliz por ser a “escrava útil” do marido.<span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;John Gollings&nbsp;" data-fonte-url="https://static.messynessychic.com/wp-content/uploads/2021/03/Marion-Mahony-Griffin-and-Walter-Burley-Griffin-Capitol-Theatre-Melbourne-Australia-1924.-Photograph-by-John-Gollings-1999-930x450.jpg"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/04/12/12211255258012.jpg" alt="Capital Theatre, Melbourne (Fonte: John Gollings/Reprodução)">Capital Theatre, Melbourne (Fonte: John Gollings/Reprodução)Em 1912, por insistência de Marion, Walter concordou em entrar em um concurso que buscava arquitetos para projetar a nova capital da Austrália, Camberra. O estilo típico das representações de Marion, que incorporaram a paisagem do país, são um dos maiores exemplos da arquitetura de Camberra e <a href="https://www.megacurioso.com.br/arquitetura-e-engenharia/44717-5-construcoes-famosas-incriveis-com-falhas-igualmente-absurdas.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">outras cidades australianas</a>. Mais uma vez, essa contribuição crucial só foi reconhecida tardiamente pela mídia local.</body>

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Marion Mahony: a 1ª arquiteta do mundo, esquecida pela História

Imagem de Mary Anning: a caçadora de fósseis esquecida pela ciência no megacurioso

Mary Anning trouxe importantes conquistas para a Ciência no século XIX, mas raramente recebia os créditos por suas descobertas

Durante o s&eacute;culo XIX, a exploradora Mary Anning foi um dos nomes mais importantes da Ci&ecirc;ncia, considerando sua ampla contribui&ccedil;&atilde;o nas pesquisas sobre f&oacute;sseis. Por&eacute;m, suas conquistas ganharam reconhecimento apenas d&eacute;cadas depois, visto que o ambiente amplamente mis&oacute;gino e a dificuldade de uma mulher se expressar como refer&ecirc;ncia na &aacute;rea impediram-na de levar cr&eacute;dito pelas pesquisas autorais.
Com uma inf&acirc;ncia pobre, Mary Anning (1799-1847) e seu pai trabalhavam vasculhando os penhascos em busca de f&oacute;sseis e outros objetos valiosos nas proximidades do litoral de Lyme Regis, em West Dorset, Inglaterra. Desde cedo, a jovem acreditava que essas riquezas poderiam ser sua principal forma de sustento, ent&atilde;o ela se dedicou a identificar tesouros raros, estudando geologia e anatomia para compreender o valor de seus achados.&nbsp;
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/04/05/05174526272273.jpg" alt="(Fonte: Museu de Hist&oacute;ria Natural - Wikimedia Commons / Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Museu de Hist&oacute;ria Natural - Wikimedia Commons / Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Em 1810, com a morte de seu pai, Mary se entregou totalmente &agrave; ca&ccedil;a de <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/118067-misterioso-fossil-de-tubarao-com-asas-e-descoberto-no-mexico.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">f&oacute;sseis</a> e passou a trabalhar vorazmente para poder sustentar sua fam&iacute;lia e pagar suas d&iacute;vidas. Certo dia, enquanto caminhavam pela praia, ela e o irm&atilde;o encontraram um esqueleto que se estendia por pouco mais de 17 metros de comprimento &mdash; um monstro que viveu h&aacute; 200 milh&otilde;es de anos. O achado seria uma alavanca para a carreira da mulher e os cientistas da &eacute;poca entraram em contato para discutir sobre "a criatura mais incr&iacute;vel j&aacute; descoberta".
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/04/05/05174639820275.jpg" alt="(Fonte: Ernst Haeckel - Wikimedia Commons / Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Ernst Haeckel - Wikimedia Commons / Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Por&eacute;m, apesar de ter sido a respons&aacute;vel por encontrar os restos do "lagarto-peixe", a jovem ca&ccedil;adora n&atilde;o demorou a ser deixada de lado nas discuss&otilde;es acad&ecirc;micas. Seu <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/118158-atletas-transexuais-devem-ser-proibidos-de-competir-com-pessoas-cisgenero.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">g&ecirc;nero</a> e classe social contribu&iacute;ram para que n&atilde;o recebesse cr&eacute;dito algum pelo seu conhecimento sobre os f&oacute;sseis, e sequer participasse da Sociedade Geol&oacute;gica de Londres, que n&atilde;o aceitava o ingresso de mulheres.
<h2>Reconhecimento tardio</h2>
Apesar de ter continuado com mais descobertas ap&oacute;s a identifica&ccedil;&atilde;o dos ossos gigantes e se arriscando para chegar nos locais de interesse mais remotos, seus trabalhos diminu&iacute;ram consideravelmente ap&oacute;s ser diagnosticada com c&acirc;ncer de mama. Por falta de oportunidades e por sofrer com a misoginia, a paleont&oacute;loga s&oacute; teve um &uacute;nico artigo publicado em vida, que apareceu na Magazine of Natural History, em 1839.
Quase 200 anos depois, seu trabalho volta a ser evidenciado nos grandes centros acad&ecirc;micos, o que lhe rendeu at&eacute; mesmo uma classifica&ccedil;&atilde;o na lista das dez mulheres brit&acirc;nicas que mais influenciaram a Hist&oacute;ria da Ci&ecirc;ncia segundo a Royal Society, em 2010. O resultado foi alcan&ccedil;ado por anos de luta, insist&ecirc;ncia e participa&ccedil;&atilde;o igualit&aacute;ria, que mesmo lhe rendendo status importante na Sociedade Geol&oacute;gica de Londres no final de sua vida, n&atilde;o foi suficiente para coloc&aacute;-la nos livros de <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/118218-6-historias-em-quadrinhos-que-tambem-servem-para-estudar.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">hist&oacute;ria</a>.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/04/05/05174735555276.jpg" alt="(Fonte: Mary Anning - Wellcome Collection / Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Mary Anning - Wellcome Collection / Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Entre seus principais achados, destacam-se o primeiro dos dois esqueletos completos de um plesiossauro, o primeiro esqueleto de um pterossauro fora do territ&oacute;rio alem&atilde;o e importantes peixes f&oacute;sseis. Al&eacute;m disso, suas observa&ccedil;&otilde;es foram essenciais nos estudos das "pedras de bezoar", antigas fezes fossilizadas.
"O mundo usou-me t&atilde;o maliciosamente que eu temo que ele fez-me suspeitar de todos", escreveu a pesquisadora em uma de suas cartas.

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Mary Anning: a caçadora de fósseis esquecida pela ciência

Imagem de Henrietta Lacks: a história da jovem que virou cobaia sem saber no megacurioso

Henrietta Lacks teve células retiradas do corpo durante o tratamento e revolucionou a Medicina sem saber 

<head></head><body>Frequentemente se fala nos abusos cometidos no campo da pesquisa científica. Cobaias humanas desses estudos criminosos geralmente possuíam algum tipo de vulnerabilidade física ou social. Foi com esse perfil que, no dia 1º de abril de 1951, a jovem Henrietta Lacks, mãe de cinco filhos e descendente de uma família de pessoas escravizadas, chegou ao Hospital John Hopkins, em Baltimore nos EUA.Em 1997, o médico que atendeu a moça, dr. Howard Jones explicou à BBC&nbsp;a condição diferenciada que a levou ao hospital: "ela sangrava entre as menstruações, tinha dores abdominais". Porém, ao examinar o colo do útero, o médico se surpreendeu com um tipo de tumor especial: "era roxo e sangrava facilmente quando tocado".Diagnosticada como tumor cancerígeno, a neoplasia não respondeu aos tratamentos, e Henrietta, com apenas 31 anos, morreu de câncer cervical em outubro. Um médico que fazia estudos sobre o câncer no hospital, dr. George Gey, foi até o corpo e, com autorização do viúvo, retirou um pedaço de tecido, dizendo ser para uma autópsia que iria proteger os dependentes da falecida.<h2>As células HeLa imortais</h2><span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;Wikimedia Commons&nbsp;" data-fonte-url="https://images2.minutemediacdn.com/image/upload/c_crop,h_1611,w_2400,x_0,y_66/v1596220827/shape/mentalfloss/626816-wiki-henrietta_lacks_historical_marker_clover_va_2013-07-14.jpg?itok=stJUsUgf"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/03/30/30153446251223.jpg" alt="Fonte: Wikimedia Commons">Fonte: Wikimedia CommonsDepois de retirar as células do tumor de Henrietta Lacks, o médico, que também retirara material durante o tratamento, conservou-as na unidade hospitalar de câncer. Ele descobriu que, mesmo após a morte da "doadora" involuntária, essas unidades estruturais continuaram se reproduzindo indefinidamente em laboratório.As células eram exatamente o que os pesquisadores da doença procuravam por décadas, e a única consideração que Gey teve foi batizar a sequência com as iniciais do nome da pobre paciente: HeLa. Ainda hoje, essas células continuam crescendo e se multiplicando, sendo continuamente utilizadas para pesquisas sobre o câncer em inúmeros laboratórios do mundo.&nbsp;No livro A Vida Imortal de Henrietta Lacks, de 2010, a autora Rebecca Skloot conta toda a história, e provoca uma reflexão sobre a questão da <a href="https://www.google.com/url?client=internal-element-cse&amp;cx=004238318321071068280:rcwgwv4dsro&amp;q=https://www.megacurioso.com.br/corpo-humano/101706-por-r-25-mil-voce-pode-ser-cobaia-de-uma-fonte-da-juventude-sanguinaria.htm&amp;sa=U&amp;ved=2ahUKEwiijJeF1djvAhWjHrkGHRfKC5MQFjABegQICRAC&amp;usg=AOvVaw0E9dsin4kshZ5NNJFns3a0" rel="noopener noreferrer" target="_blank">ética em pesquisas científicas</a> e da proteção dos <a href="https://www.megacurioso.com.br/medicina-e-psicologia/42791-o-que-voce-sabe-sobre-os-ensaios-clinicos-.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">direitos dos participantes de estudos clínicos</a>. Uma das principais discussões é a falta de consentimento de Henrietta para a retirada de suas células para fins de pesquisa durante o seu tratamento. &nbsp;A família de Henrietta jamais recebeu qualquer remuneração pela comercialização das células da matriarca. A violação até hoje é questionada. Afinal, até que ponto <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/42816-conheca-5-estudos-cientificos-desumanos-que-ja-foram-realizados.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">os direitos individuais</a> se sobrepõem ao compromisso público com o progresso da ciência?</body>

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Henrietta Lacks: a história da jovem que virou cobaia sem saber

Imagem de Mulheres e calças: a luta por liberdade no Ocidente no megacurioso

Por mais de 200 anos mulheres tiveram que pedir permissão à polícia para 'se vestirem como homens' ou correr o risco de serem presas

<head></head><body>Você sabia que até o dia 31 de janeiro de 2013 era considerado ilegal para uma mulher na França utilizar <a href="https://www.megacurioso.com.br/arqueologia/44710-por-que-os-seres-humanos-usam-calcas.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">calças</a>? Instaurada em 1800, após a Revolução Francesa, a lei exigia que mulheres que desejassem "se vestir como homens" tivessem que pedir autorização à polícia para o uso da vestimenta, ou poderiam ser levadas sob custódia.No início do século XX, uma emenda na legislatura francesa abriu uma brecha para que as mulheres pudessem usar calças, mas apenas em duas situações específicas: se estivessem andando de bicicleta ou montando um cavalo. Por fim, a história ficou como um lembrete de como algo tão simples quanto usar um jeans podia ser uma verdadeira pedra no sapato na vida da população feminina.<h2>Mulheres e calças pelo mundo</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/03/25/25040540977001.png" alt="(Fonte: Wikimedia Commons)">(Fonte: Wikimedia Commons)Apesar da proibição do uso de calças para as mulheres ter sido algo bastante comum entre os países ocidentais ao longo da história, o sentimento não era compartilhado por muitas culturas orientais. De acordo com historiadores, estima-se que na Ásia Central elas eram já podiam usar a vestimenta há séculos, o que inclusive foi documentado por visitantes ocidentais do <a href="https://www.megacurioso.com.br/historia-e-geografia/70021-genocidio-armenio-massacre-cometido-pelo-imperio-otomano-completa-100-anos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Império Otomano</a>.Era bastante comum acreditar que o desejo das mulheres de usarem calças vinha de uma vontade de parecerem menos femininas na hora de lutar pela igualdade de gênero, mas o histórico dos povos orientais contradizem as suposições. O provável, na verdade, é que outras comunidades tenham sido inspiradas pelas mulheres muçulmanas otomanas.Mary Wortley Montagu, uma aristocrata feminista inglesa, foi um dos raros exemplos de mulheres que puderam viajar para o exterior durante o Iluminismo. Então em 1716, quando seguiu seu marido embaixador britânico para Constantinopla, Lady Mary acabou caindo de amores pelo jeito turco das mulheres se vestirem e voltou a Europa com ideais de liberdade.<h2>O apelo de Lady Mary</h2><span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;Wikimedia Commons&nbsp;" data-fonte-url="https://commons.wikimedia.org/wiki/Category:Lady_Mary_Wortley_Montagu#/media/File:Mary_Wortley_Montagu_by_Charles_Jervas,_after_1716.jpg"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/03/25/25040505508000.jpg" alt="(Fonte: Wikimedia Commons)">(Fonte: Wikimedia Commons)Ao contrário do que foi visto no Ocidente anos depois, o surgimento do uso de calças nas sociedades orientais não teve nada a ver com moda, mas sim com praticidade. Na antiga cultura turca, homens e mulheres costumavam usar vestimentas bastante parecidas e o conforto das roupas "unissex" parecia um facilitador para cavalgar por longas distâncias.Calças turcas típicas eram chamadas de salvar, um tecido longo e largo que dava bastante respiro nas pernas até se fechar bem nos tornozelos. Inclusive, esse estilo é muito mais semelhante às calças modernas do que o visual europeu antes de adotarem algo parecido. No século XVIII, os homens costumavam usar shorts e meias que aumentavam a panturrilha.Foi apenas quando Lady Mary escreveu sobre sua visita ao Império Otomano que parte da elite da moda europeia começou a se sentir intrigado sobre a cultura oriental. Em suas cartas, a britânica foi concisa em suas opiniões sobre a liberdade de vestir, direitos de propriedade e outras liberdades sociais, econômicas, legais e conjugais que as mulheres eram negadas na Europa.Conforme mais mulheres também passaram a viajar e descobrir outros cantos do mundo e culturas estrangeiras, a disparidade de direitos foi se tornando evidente. De certa forma, os europeus pareciam estar bastante atrás do Oriente em relação a diversos tópicos envolvendo os direitos das mulheres.<h2>Mudança de visual no Ocidente</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/03/25/25040801448002.jpg" alt="(Fonte: Reprodução Internet)">(Fonte: Reprodução Internet)Apesar das saias longas ainda serem o padrão para as mulheres ocidentais, o "Movimento de Reforma do Vestido" passou a tomar grandes proporções pela Europa e pelas Américas durante a Era Vitoriana, que durou entre 1837 e 1901. Nesse período, as mulheres clamavam abertamente pelo seu direito de usar calças, principalmente devido a suas características práticas e confortáveis.Segundo o movimento, a proibição do uso de calças parecia ser apenas mais um instrumento social de repressão feminina que se prolongou por tempo demais. Entretanto, sobretudo sobre a perspectiva cristã, a vestimenta ainda parecia inadequada para a feminilidade e adotar parte da cultura turca soava como algo não-cristão.Apesar de anos de luta, foi apenas em 1940, quando a <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/45071-8-misterios-da-segunda-guerra-mundial-que-continuam-sem-resposta.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Segunda Guerra Mundial</a> escalava, que as mulheres foram encorajadas a levar calças para seu guarda-roupa diário, pois elas desempenhavam um papel vital no esforço de guerra. Já na segunda onda do feminismo, que durou entre 1960 e 1970 nos Estados Unidos, diversos estados norte-americanos declararam ilegal para um empregador negar o direto de usar calças às funcionárias.<h2>Tempos modernos</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/03/25/25040935262003.jpg" alt="(Fonte: Pixabay)">(Fonte: Pixabay)Atualmente, é bastante comum que a maioria das mulheres nem pense em algo tão comum quanto a facilidade de vestir calças em um dia de trabalho, mas grande parte disso ser possível pode ser atribuído a influência oriental sobre a sociedade europeia e anos de luta que se deram nos anos consecutivos.Quanto ao ocorrido na França, inúmeras tentativas de derrubar a lei que aplicava a proibição do uso de calças pelas mulheres foram feitas e ignoradas pelo sistema legislativo, em parte porque as autoridades disseram que a regra não aplicada não era uma prioridade e parte da "arqueologia jurídica" francesa. Resumindo, a lei ficou esquecida por décadas até que houve uma pressão aumentada para derrubá-la. </body>

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