Ciência
14/04/2021 às 03:00•2 min de leitura
Nascida há 150 anos, Marion Mahony Griffin foi um dos maiores nomes da arquitetura mundial, além de ser a primeira mulher a trabalhar como arquiteta no mundo. Embora sua obra seja amplamente conhecida, principalmente na América e na Austrália, a mulher que executou todos os projetos e esboços geniais não recebeu nenhuma atenção dos historiadores, morrendo como indigente em 1961.
Aquarela de Marion (Fonte: Ward W. Willits/Reprodução)
Talvez a formação e a influência recebidas da mãe, Clara, tenham dado a Marion a confiança necessária para se inscrever no curso de Arquitetura do Massachusetts Institute of Technology (MIT). Ela acabou se tornando a segunda mulher a receber um diploma nessa área. A primeira, Sophia Hayden, desistiu da carreira por frustração com o tratamento recebido em uma comunidade predominantemente masculina.
Depois de formada, Marion Mahoney Griffin, viajou pela Europa e, ao retornar, abraçou a profissão, indo trabalhar no escritório de arquitetura de seus primos, onde foi contratada por um dos maiores arquitetos de todos os tempos, Frank Lloyd Wright, o criador da chamada arquitetura orgânica.
Walter Burley Griffin e Marion Mahony (Fonte: Australian Design Review/Reprodução)
Durante o tempo em que trabalhou para Lloyd Wright, Marion realizou algumas das melhores representações arquitetônicas já produzidas. No entanto, só recentemente seus trabalhos, sempre atribuídos exclusivamente ao premiado arquiteto, foram reconhecidos pelos historiadores atuais, compreendendo cerca de metade dos desenhos creditados a Lloyd Wright.
Depois que o arquiteto deixou inesperadamente a esposa e o escritório, e mudou-se para a Europa em 1909, Marion ficou meio sem rumo, até se casar, dois anos depois, com o arquiteto Walter Burley Griffin, ficando mais uma vez à sombra do profissional masculino, chegando a citar que estava feliz por ser a “escrava útil” do marido.
Capital Theatre, Melbourne (Fonte: John Gollings/Reprodução)
Em 1912, por insistência de Marion, Walter concordou em entrar em um concurso que buscava arquitetos para projetar a nova capital da Austrália, Camberra. O estilo típico das representações de Marion, que incorporaram a paisagem do país, são um dos maiores exemplos da arquitetura de Camberra e outras cidades australianas. Mais uma vez, essa contribuição crucial só foi reconhecida tardiamente pela mídia local.