Conheça a história de João Acácio Pereira da Costa, o assassino que aterrorizou São Paulo há 60 anos e ficou marcado na história.

Na década de 1960, São Paulo vivia uma era de crescimento urbano e social turbulento. Em meio a essa transformação, emergiu uma figura que se tornaria um dos <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/128023-6-criminosos-que-finalmente-confessaram-seus-crimes-decadas-depois.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">criminosos</a> mais notórios da história brasileira: João Acácio Pereira da Costa, mais conhecido como o "Bandido da Luz Vermelha". Com uma trajetória marcada por assaltos, homicídios e um estilo de vida extravagante, ele deixou uma marca indelével na memória coletiva do país.<h2>O despertar da violência</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/05/27/27230247189384.jpg" alt="João Acácio teve uma infância marcada por abusos e maus-tratos. (Fonte: Getty Images / Reprodução)"><figcaption>João Acácio teve uma infância marcada por abusos e maus-tratos. (Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure>João Acácio nasceu em Joinville, em 1942. Desde cedo, sua vida foi marcada pela tragédia. Ficou órfão aos quatro anos e, com seu irmão mais velho, passou a ser criado por um tio abusivo. As adversidades da infância, incluindo trabalhos forçados e torturas, forjaram um jovem rebelde e ressentido. Na pré-adolescência, sofreu abusos de outros meninos, o que parece ter despertado seus piores instintos.Em sua adolescência, fugiu para São Paulo para escapar das consequências dos pequenos furtos que cometia em Joinville. Foi morar em Santos, onde se apresentava como um jovem de boa família enquanto, na verdade, intensificava suas atividades criminosas. A dualidade entre o "bom moço" e o criminoso astuto se tornaria uma marca registrada de sua personalidade.<h2>O reinado do terror</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/05/27/27230410291385.jpg" alt="João Acácio. (Fonte: Getty Images / Reprodução)"><figcaption>João Acácio. (Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure>Em São Paulo, João Acácio evoluiu de pequenos furtos para uma série de crimes audaciosos. Utilizando diferentes disfarces e técnicas, ele conseguiu despistar a polícia por anos. Sua identidade se fragmentava em quatro figuras distintas: o incendiário, o mascarado, o macaco e o infame "Bandido da Luz Vermelha", apelido que ganhou por usar uma lanterna de aro avermelhado.Entre 1966 e 1967, Acácio invadiu e <a href="https://www.megacurioso.com.br/feitos-absurdos/39997-os-10-maiores-roubos-de-todos-os-tempos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">roubou cerca de 150 mansões</a>, estuprou mais de cem mulheres e matou entre 10 e 12 pessoas. Seus crimes seguiam um padrão: sempre nas últimas horas da madrugada, ele cortava a energia da casa, usava um lenço para cobrir o rosto e carregava sua característica lanterna vermelha. Sua preferência por mansões e seu estilo único de cometer crimes não só aterrorizavam as vítimas, mas também fascinavam a imprensa, que amplificava sua notoriedade.<h2>A queda e a prisão</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/05/27/27230625708386.jpg" alt="João Acácio após ser preso. (Fonte: O Globo / Reprodução)"><figcaption>João Acácio após ser preso. (Fonte: O Globo / Reprodução)</figcaption></figure></figure>A carreira criminosa de João Acácio chegou ao fim em 1967, após deixar suas impressões digitais na janela de uma mansão. Foi preso em Curitiba, vivendo sob a identidade falsa de Roberto da Silva. Em seu interrogatório, confessou quatro assassinatos, sete tentativas de homicídio e 77 <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/127015-assalto-ao-trem-pagador-o-maior-roubo-ferroviario-da-historia.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">assaltos</a>. Sua condenação resultou em uma pena de 351 anos de prisão.Durante o julgamento, várias teses foram apresentadas para justificar suas ações, incluindo alegações de insanidade, mas todas foram rejeitadas. A polícia nunca conseguiu provar todos os crimes atribuídos a ele, especialmente os estupros, que correram em segredo de Justiça devido às distorções de Acácio sobre as vítimas.Após cumprir 30 anos de prisão, João Acácio foi libertado em 1997. No entanto, sua liberdade foi curta. Em janeiro de 1998, foi assassinado durante uma briga em um bar em Joinville. Sua vida de crimes deixou um legado complexo e perturbador na história brasileira.<h2>Representações na cultura popular</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/05/28/28103740817083.jpg" alt="Cartaz do filme "><figcaption>Cartaz do filme O Bandido da Luz Vermelha, de 1968. (Fonte: Enciclopédia Itaú Cultural / Reprodução)</figcaption></figure></figure>A figura do "Bandido da Luz Vermelha" deixou uma marca indelével na cultura popular brasileira, inspirando diversas obras em diferentes meios. No cinema, sua vida de crimes foi retratada no filme O Bandido da Luz Vermelha de 1968, dirigido por Rogério Sganzerla e estrelado por Paulo Villaça. Embora baseado em eventos reais, o filme alterou o final para que o personagem cometesse suicídio.Na televisão, ele foi tema do programa Linha Direta Justiça da Rede Globo e satirizado no humorístico Hermes &amp; Renato da MTV. A literatura também contou sua história no livro Famigerado! — A História de Luz Vermelha, o bandido que aterrorizou São Paulo, escrito pelo jornalista Gonçalo Junior em 2019. Na música, sua figura foi homenageada pela banda de rock Ira! na faixa Rubro Zorro do álbum Psicoacústica (1988), que inclui falas do filme de Sganzerla.A história do “Bandido da Luz Vermelha” serve como um lembrete sombrio das complexidades da natureza humana e da importância de abordar as causas subjacentes da criminalidade. João Acácio foi moldado pelo ambiente em que viveu, e sua trajetória destaca as falhas de uma sociedade em proteger seus cidadãos mais vulneráveis. No entanto, as tragédias que acometeram sua vida não foram capazes de absolvê-lo dos atos violentos que cometeu.

large_6.png

medium_6.png

small_6.png

thumbnail_6.png

6.png

‘Bandido da Luz Vermelha’: o criminoso que apavorou o Brasil nos anos 1960

O ataque, em 1966, terminou com 17 mortos e 31 feridos, após centenas de disparos.

Os tiroteios em escolas dos Estados Unidos se intensificaram a partir da década de 1990, chocando o mundo com incidentes como o <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/102404-7-coisas-que-mudaram-nas-escolas-dos-eua-depois-do-massacre-de-columbine.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Massacre de Columbine</a>, em 1999. No entanto, o histórico de assassinatos em massa no país é ainda mais antigo.Entre os eventos trágicos de décadas passadas, um dos mais marcantes foi o Massacre na Universidade do Texas em 1966. Ele se tornou um divisor de águas na cobertura da imprensa, além de deixar um alerta para as forças policiais e a importância da saúde mental.<figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/05/21/21085656351016.jpg" alt="Torre de onde foram feitos os disparos. (Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>A torre de onde foram feitos os disparos. (Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure>Realizado pelo ex-fuzileiro naval Charles Whitman, o ataque aconteceu no dia 1º de 1966 em Austin, resultando em 17 mortes e 31 pessoas feridas. O autor atirou do alto da torre do relógio da instituição, usando fuzis e outras armas.Conforme os relatos da época, o assassino se disfarçou de zelador para chegar à torre, carregando armas, munições e suprimentos. Mas ele já havia&nbsp;iniciado a onda de mortes antes.<h2>Terror no campus</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/05/21/21101930555062.jpg" alt="O autor fez centenas de disparos do alto da torre. (Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>O autor fez centenas de disparos do alto da torre. (Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure>Whitman&nbsp;matou a mãe e a esposa a facadas na madrugada, antes de chegar à Universidade do Texas. No final da manhã, ele estava atirando da torre, acertando uma jovem grávida e o namorado dela, entre dezenas de outras pessoas.Foram centenas de disparos e como ninguém sabia de onde vinham os tiros, nos primeiros minutos, o assassino saiu em vantagem. Em meio ao caos, a polícia recebeu dezenas de chamados, mas estudantes que localizaram o atirador passaram a revidar usando suas armas.O atirador da torre precisou se esconder, limitando sua capacidade de mira, o que também permitiu a aproximação de três policiais e um civil, com os agentes o matando a tiros. O massacre da Universidade do Texas chegou ao fim após 96 minutos, com um rastro de mortos e feridos pelo campus.<h2>Quem era Charles Whitman?</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/05/21/21101809166061.jpg" alt="Charles Whitman em 1963. (Fonte: Wikimedia Commons)"><figcaption>Charles Whitman em 1963. (Fonte: Wikimedia Commons / Reprodução)</figcaption></figure></figure>Filho mais velho de um pai autoritário, o responsável pelo até então tiroteio em massa mais mortal dos Estados Unidos cometido por um único atirador vivia em um ambiente marcado pela <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/121926-novo-tratamento-contra-abusos-domesticos-mostra-se-promissor.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">violência doméstica</a>. Tentando escapar daquilo, se juntou aos Fuzileiros Navais em 1959.O destaque no meio militar lhe rendeu uma bolsa de estudos na Universidade do Texas em Austin. Sua vida acadêmica foi encerrada após perder o benefício por causa do baixo desempenho nos estudos, porém ele retornou à instituição tempos depois.Meses antes do tiroteio, Whitman apresentou fortes dores de cabeça e impulsos violentos, além de ter revelado suas fantasias de atirar em pessoas&nbsp;ao psiquiatra que lhe atendia. A autópsia feita no corpo indicou a presença de um <a href="https://www.tecmundo.com.br/software/282972-brasileira-consulta-chatgpt-descobre-tumor-cerebro-entenda-historia.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">tumor cerebral</a>, levando especialistas a associarem a doença à mudança de comportamento.<h2>As lições do evento</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/05/21/21110648535091.jpg" alt="Grupos como a SWAT tiveram a criação motivada por eventos como o ataque na universidade. (Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>Grupos como a SWAT tiveram a criação motivada por eventos como o ataque na universidade. (Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure>O Massacre na Universidade do Texas levou a mudanças profundas nos procedimentos policiais nos EUA, mostrando que as autoridades não estavam preparadas para lidar com <a href="https://www.megacurioso.com.br/medicina-e-psicologia/71829-assassinatos-em-serie-em-escolas-sao-capazes-de-inspirar-mais-violencia.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">ataques em massa</a>. A criação de unidades com armamento especial para respostas rápidas foi uma delas.A cobertura da imprensa também precisou ser adaptada — acredita-se que Whitman tenha ouvido o desenrolar da história pelo rádio na torre. Além disso, os debates sobre a influência de <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/121452-conheca-6-transtornos-mentais-dos-mais-assustadores.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">doenças psiquiátricas</a> em ações desse tipo se intensificaram.

large_Capas das séries (3).png

medium_Capas das séries (3).png

small_Capas das séries (3).png

thumbnail_Capas das séries (3).png

Capas das séries (3).png

Massacre na Universidade do Texas: o 1º tiroteio em massa dos tempos modernos nos EUA

Em alguns países, como Austrália e EUA, existem prisões apenas para pessoas presas por embriaguez em público — e elas são consideradas um inferno na Terra

Além de Austrália, Polônia e Chile, os Estados Unidos estão entre os países mais famosos por suas políticas de restrição de bebida alcoólica e pela criminalização da embriaguez pública. As leis contra o consumo de álcool em locais públicos, de ruas a praias e estádios, porém, variam muito entre os estados e até mesmo outros locais específicos do país.<ul><li>Descubra: <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/118847-5-das-bebidas-alcoolicas-mais-fortes-do-mundo.htm">5 bebidas alcoólicas mais fortes do mundo</a></li></ul>O que há em comum, no entanto, é que o consumo público é punível com multa ou pena de prisão na grande maioria dos EUA. Dezessete estados proíbem a prática completamente, fazendo ela ser ilegal em 89 das 100 cidades estadunidenses mais populosas, incluindo as 10 principais, como Nova York e Washington. Existe uma gama enorme de penalidades para os infratores, desde uma simples multa de US$ 25 até uma de US$ 1 mil ou uma sentença de reclusão de até 6 meses.No entanto, o que poucas pessoas sabem, pelo menos nós, brasileiros, é que em vários países do mundo, sobretudo nos EUA, pessoas embriagadas podem ir parar em um drunk tank,&nbsp;cuja existência é&nbsp;considerada um problema social.<h2>Insalubres e amontoados</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/02/26/26151418525204.jpg" alt="(Fonte: Boston Public Library/Reprodução)">Os drunk tank são vistos como um problema social. (Fonte: Boston Public Library/Reprodução)</figure>Um drunk tank ("tanque de bêbado" em tradução livre para o português) são celas menores destinadas a manter pessoas que flagradas bêbadas pelas ruas de certos países onde a embriaguez é criminalizada. Essas instalações podem variar em tamanho, chegando acomodar de duas até 200 pessoas de uma vez.Os drunk tanks se proliferaram durante o século XX a ponto de, na primeira metade da década de 1970, quase metade de todas as prisões estadunidenses contarem com pelo menos um. Foi lá, inclusive, que essas celas ganharam a fama de insalubres, pois, ainda que algumas tivessem luzes, colchões e ventilação; a maioria não possuía janelas, banheiro, aquecimento ou camas. Além disso, pouco ou quase nenhum serviço médico era disponibilizado para as pessoas que terminavam nelas.<figure style="display:inline-block;position:relative;"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/02/26/26152514973216.jpg" alt="(Fonte: Boston Public Library/Reprodução)">Antigamente os drunk tanks eram conhecidos por suas condições insalubres. (Fonte: Boston Public Library/Reprodução)</figure>Ironicamente, essas condições eram uma melhoria em relação ao que eram os drunk tanks do final do século XIX, quando alguns deles nem faziam parte do edifício prisional, em vez disso, eram barracos isolados como os que ficavam nas esquinas das áreas urbanas de algumas cidades. As celas eram feitas de madeira ou pedra, e os encarcerados precisavam lidar com temperaturas extremas.Para se ter uma ideia, em 1904, os drunk tanks da União Soviética podiam comportar até 30 pessoas. Aqueles que tinham dinheiro pagavam a fiança cobrada; os demais, no entanto, eram encaminhados a um hospital mais próximo para desintoxicação e tratamento após alguns dias. O número de embriagados que passavam pelos drunk tanks soviéticos era muito alto, com até 15% da população adulta da época os visitando pelo menos uma noite a cada ano.<h2>A morte como fuga</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/02/26/26152649781217.jpg" alt="(Fonte: GettyImages/Reprodução)">No século XX os hospitais psiquiátricos eram comparados com os drunk tanks. (Fonte: Getty Images)</figure>No início do século XX, o psiquiatra norueguês Johan Scharffenberg escreveu que os drunk tanks localizados na fronteira da Noruega eram comparáveis a instituições mentais antiquadas. Por quase um século, a prevalência dos <a href="https://www.megacurioso.com.br/comportamento/98134-10-fotos-chocantes-da-desumanidade-em-hospitais-psiquiatricos-da-indonesia.htm">hospitais psiquiátricos serviu como verdadeiros depósitos humanos</a>, confinando todo o tipo de pessoa — de prostitutas a mendigos, de bandidos a guerrilheiros.Uma vez que a ideia de manicômio foi dissolvida no final do século passado, os drunk tanks cumprem o papel de "depósitos humanos modernos". Esses locais recebem pouca ou quase nenhuma supervisão do poder político, de tal modo que qualquer pessoa, mesmo não embriagada, pode passar repetidas noites confinada. Não é para menos que, devido a tamanha rotatividade, nos EUA os drunk tanks são chamados informalmente de "portas giratórias".Em vários estados dos EUA, a polícia é conhecida por prender crianças, desabrigados e ativistas em drunk tanks como forma de confinamento solitário e tortura psicológica. Na década de 1950, pessoas sem-teto passavam mais tempo em drunk tanks do que os embriagados. Um estudo feito por Jacqueline P. Wiseman descobriu que, em lugares como Pacific City, no Oregon, homens desabrigados representavam quase metade de todas as prisões publicas por intoxicação, apesar de serem apenas 3% da população da cidade.<figure style="display:inline-block;position:relative;"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/02/26/26152732269218.jpg" alt="(Fonte: GettyImages/Reprodução)"> A relatos da brutalidade com que as pessoas embriagadas eram tratadas, pela polícia. (Fonte: GettyImages/Reprodução)</figure>Apesar de o abuso físico da polícia nem sempre ser flagrado por câmeras, em agosto de 2016, a ABC 13 divulgou uma filmagem de segurança de um drunk tank em Houston, no Texas, mostrando um policial batendo a cabeça de um homem embriagado contra o batente da porta da instalação, deixando um rastro de sangue no local.Um relatório da Human Rights Watch descobriu também que policiais em Saskatchewan, uma das 10 províncias do Canadá, abusaram repetidamente de mulheres indígenas em drunk tanks. Eles chegaram a pulverizar pimenta em uma mulher embriagada após forçá-la a se despir, além de negar água e alimento.<ul><li>Saiba também: <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/128876-as-sensacoes-provocadas-por-diferentes-bebidas-alcoolicas-de-acordo-com-a-ciencia.htm">As sensações provocadas por diferentes bebidas alcoólicas, de acordo com a ciência</a></li></ul>A "Primeira conferência nacional sobre embriaguez pública" exibiu uma pesquisa, em 1980, apontando que pessoas bêbadas colocadas em drunk tanks têm um alto risco de suicídio enquanto estão presas. Um estudo sobre prisões da Carolina do Norte, entre 1972 e 1976, descobriu que mais de 80% das pessoas que tiraram a própria vida na prisão estavam embriagadas.<h2>Tentando resolver um problema</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/02/26/26152817722219.jpg" alt="(Fonte: GettyImages/Reprodução)">Algumas iniciativas foram desenvolvidas na tentativa de humanizar o acolhimento das pessoas embriagadas na cidade de Houston, estado do Texas. &nbsp;(Fonte: Getty Images)</figure>Há quase 10 anos que se fala sobre alternativas menos perigosas para prender e isolar pessoas bêbadas. Desde 2017 que em Houston, no Texas, os bêbados são encaminhados para um centro de recuperação clínica que fez parte das reformas locais do sistema carcerário estadunidense, resultando em uma queda de 95% nas internações por intoxicação, de 20.508 em 2010 para 835 em 2017, quando os dados foram colhidos.Essas instalações fornecem monitoramento seguro, transporte para casa e <a href="https://www.tecmundo.com.br/ciencia/235383-duas-cervejas-dia-encolher-cerebro-acelerar-envelhecimento.htm">encaminhamento para cuidados médicos e de saúde mental</a> — tudo o que é necessário, mas que geralmente não existe no ambiente prisional dos drunk tanks. Fazendo isso, os recursos policiais e judiciais são aliviados e voltados para o que realmente importa: a segurança pública. Esse caminho também coopera com o departamento de emergência dos hospitais locais.<figure style="display:inline-block;position:relative;"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/02/26/26152917433222.jpg" alt="(Fonte: GettyImages/Reprodução)"> Apesar da conscientização e tentativas de humanização, os drunk tanks, ainda são vistos com lugares fatais. &nbsp;(Fonte: GettyImages)</figure>Apesar disso, alguns países, como a Inglaterra, insistem em métodos que em nada contribuirão com o bem-estar das pessoas embriagadas. Em 2013, a Association of Chief Police Officers (ACPO) propôs que empresas privadas administrassem os drunk tanks em vez de criar um sistema médico adequado.“Não vejo por que os serviços de polícia ou de saúde devem assumir o dever de cuidar de uma pessoa embriagada. Então por que não os levamos para um 'tanque de bêbado' de uma empresa comercial e fazemos com que ela cuide deles” disse Adrian Lee, chefe de polícia de Northamptonshire, ao The Guardian. Além disso, as pessoas ainda seriam multadas em US$ 500 pela empresa por sua estadia nessas instalações.Essa ideia não considerou, porém, que historicamente centros administrados por empresas privadas foram considerados inseguros pela falta de treinamento médico dos policiais. Considerando a frequência com que pessoas morrem em drunk tanks administrados pelo Estado, que têm o mínimo de regulamentação, é mais do que provável que as instalações particulares acabem sendo ainda mais fatais.Ficou com alguma dúvida? Conte para gente em nossas redes sociais!

large_drunk-tank-as-controversas-prisoes-para-bebados-thumb.png

medium_drunk-tank-as-controversas-prisoes-para-bebados-thumb.png

small_drunk-tank-as-controversas-prisoes-para-bebados-thumb.png

thumbnail_drunk-tank-as-controversas-prisoes-para-bebados-thumb.png

drunk-tank-as-controversas-prisoes-para-bebados-thumb.png

"Drunk tanks": as controversas prisões para bêbados

Imagem de 6 criminosos que finalmente confessaram seus crimes décadas depois no megacurioso

Mesmo após esconder seus crimes durante décadas e de reconstruir suas vidas, algo dentro desses criminosos mudou

<head></head><body>Os criminosos têm um objetivo em mente: não serem pegos. A falta de testemunhas ou evidências como armas de fogo, impressões digitais ou DNA no local de um crime pode permitir que assassinos e assaltantes escapem impunes. Contudo, em alguns casos, a culpa pelas suas ações torna-se insuportável, levando-os a confessar finalmente os seus crimes e a proporcionar às famílias das vítimas o tão necessário encerramento.Aqui estão seis criminosos que finalmente confessaram seus crimes décadas depois.<h2>1. Gary Ridgway</h2><img src="https://img.ibxk.com.br/2023/11/07/07202752848429.jpg" alt="(Fonte: Getty Images/Reprodução)">(Fonte: Getty Images/Reprodução)Gary Ridgway, conhecido como o "Green River Killer", foi um dos <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/122222-6-equivocos-que-cometemos-sobre-os-serial-killers.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">assassinos em série</a> mais notórios dos EUA. Durante as décadas de 1980 e 1990, ele cometeu pelo menos 71 assassinatos na região de Seattle, Washington, causando pânico e evitando a captura por anos. Em 2003, Ridgway surpreendeu a todos ao confessar os assassinatos, cooperando com as investigações em troca da não aplicação da pena de morte.<h2>2. Theodore Conrad</h2><img src="https://img.ibxk.com.br/2023/11/07/07223544853457.jpg" alt="Society National Bank (Fonte: Wikimedia Commons/Reprodução)">Society National Bank (Fonte: Wikimedia Commons/Reprodução)Em 1969, Theodore Conrad roubou US$ 215 mil do Society National Bank em Cleveland, Ohio, desaparecendo com o <a href="https://www.megacurioso.com.br/economia/102415-29-curiosidades-surpreendentes-sobre-dinheiro.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">dinheiro</a>. Com seu desaparecimento, sua família e amigos acreditavam que ele havia morrido. Anos depois, ele assumiu uma nova identidade como Thomas Randele, em Boston, vivendo uma vida normal. Somente em 2021, à beira da morte, Conrad confessou o roubo.<h2>3. John Michael Irmer</h2><img src="https://img.ibxk.com.br/2023/11/07/07224339653461.jpg" alt="(Fonte: CBS Boston/Reprodução)">(Fonte: CBS Boston/Reprodução)Em 1979, John Irmer atacou e estuprou Susan Marcia Rose, de 24 anos, em um prédio de apartamentos em reforma. Outro homem foi erroneamente acusado do crime e o caso foi arquivado. No entanto, em 2023, 44 anos após o crime, Irmer confessou o assassinato brutal de Rose. Com base em seu depoimento e uma amostra de DNA, ele foi finalmente acusado de assassinato e estupro agravado.<h2>4. David Zandstra</h2><span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;Delaware County District Attorney's Office&nbsp;" data-fonte-url="https://delcoda.com/news/district-attorney-stollsteimer-announces-charges-in-the-1975-murder-of-eight-year-old-gretchen-harrington/"><img src="https://img.ibxk.com.br/2023/11/07/07211134817434.jpg" alt="(Fonte: Delaware County District Attorney's Office/Reprodução)">(Fonte: Delaware County District Attorney's Office/Reprodução)Em 1975, David Zandstra, espancou até a morte a pequena Gretchen Harrington, de apenas oito anos, e jogou seu corpo no Parque Estadual Ridley Creek. Embora as autoridades soubessem que ele era o último a vê-la viva, Zandstra não foi investigado. No entanto, 48 anos depois, em 2023, ele confessou o assassinato, permitindo que as autoridades resolvessem finalmente o caso e o prendessem.<h2>5. John Paul</h2><img src="https://img.ibxk.com.br/2023/11/07/07212715711437.jpg" alt="Kensington Gardens Square (Fonte: Wikimedia Commons/Reprodução)">Kensington Gardens Square (Fonte: Wikimedia Commons/Reprodução)Em junho de 1980, Anthony Bird, foi encontrado sem vida em seu <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/123363-dicas-de-seguranca-para-quem-mora-em-apartamento.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">apartamento</a>, em Kensington Gardens Square. Em 2021, após 41 anos de investigação inconclusiva, John Paul confessou o assassinato, admitindo seu envolvimento em um roubo durante um encontro sexual, resultando em sua condenação.<h2>6. Karl Smith</h2><img src="https://img.ibxk.com.br/2023/11/07/07220923951446.jpg" alt="Karl Smith e Kevin Dugar. (Fonte: NY Post/Reprodução)">Karl Smith e Kevin Dugar. (Fonte: NY Post/Reprodução)Em 2005, Kevin Dugar foi condenado a 54 anos de prisão por um tiroteio ocorrido em 2003, apesar de alegar sua inocência. Uma década depois, Karl Smith, seu <a href="https://www.megacurioso.com.br/comportamento/43059-15-curiosidades-sobre-irmaos-gemeos-que-voce-nem-imaginava.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">irmão gêmeo</a>, confessou que ele era o responsável pelos disparos. Uma nova revisão levou à libertação de Dugar em janeiro de 2022, após quase 20 anos na prisão.As histórias de criminosos que finalmente confessaram seus crimes décadas depois destacam o impacto duradouro da culpa e da moralidade. Mesmo quando a tecnologia avançou e os casos esfriaram, a consciência pesada levou esses criminosos a admitirem suas ações terríveis. Suas confissões não apenas proporcionaram às famílias das vítimas o encerramento que buscavam há tanto tempo, mas também servem como um lembrete de que a justiça pode, de fato, prevalecer, mesmo depois de muitos anos.</body>

thumb-image-2024-02-29T14:07:17.935Z

6 criminosos que finalmente confessaram seus crimes décadas depois

Imagem de Fera de Macabu: um dos maiores erros judiciais do Brasil no megacurioso

Antes de ser proibida no país, a pena de morte concedida a Manuel da Mota Coqueiro se tornou um dos casos mais controversos da história brasileira

<head></head><body>Em 2022, a Anistia Internacional registrou pelo menos 2.016 sentenças de morte entre 52 países. Entre elas, ocorreram 883 execuções em 20 países, um aumento de 53% em relação a 2021, marcando o maior pico desde 2017. Essa porcentagem, no entanto, não inclui os dados de países onde a execução é considerado segredo de Estado, como China, Coreia do Norte, Vietnã, Síria e Afeganistão.A <a href="https://www.megacurioso.com.br/historias-macabras/72897-pena-de-morte-quando-a-execucao-da-errado.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">pena de morte</a> continua sendo um tópico muito debatido, sobretudo no Brasil, onde as opiniões são muito pautadas nos índices de criminalidade do país, na fraca aplicação da lei, nas sentenças consideradas brandas e nos meandros do sistema que parece poupar aqueles que merecem ser punidos de acordo.<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/10/18/18151343965398.jpg" alt="(Fonte: GettyImages/Reprodução)">(Fonte: GettyImages/Reprodução)Em setembro de 2022, um levantamento feito pelo Ipec/TV Globo revelou que 42% dos entrevistados disseram ser a favor de pena de morte como punição para criminosos, enquanto 49% se posicionaram contrários à medida. A porcentagem diminuiu desde 2018, quando uma pesquisa do Instituto Datafolha divulgou que 57% dos brasileiros eram a favor desse tipo de punição. Por sua vez, esse estudo havia demonstrado um aumento chocante com relação ao levantamento anterior, feito em 2008, e que mostrou um percentual de 48%.O Brasil possui uma relação complicada com a medida, proibida desde a Proclamação da República, em 1889, um pouco depois do que é considerado&nbsp;um dos maiores erros judiciais do Brasil envolvendo a pena de morte, o caso da Fera de Macabu.<h2>Noite sangrenta</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/10/18/18151616884405.jpg" alt="(Fonte: Pinterest/Reprodução)">(Fonte: Pinterest/Reprodução)Na época do <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/125275-ultimo-baile-do-imperio-a-desesperada-festa-da-monarquia-no-rio-de-janeiro.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Brasil Império</a>, os Campos dos Goytacazes, atualmente um município do estado do Rio de Janeiro, eram uma das regiões mais economicamente prósperas e relevantes da capital do império devido à produção de açúcar e café, além de desempenhar um papel político importante na vida do país.Apenas pessoas relevantes e ricas moravam na região, como era o caso de Manuel da Mota Coqueiro, um influente dono de terras casado com Úrsula das Virgens, que era proprietária de cinco fazendas onde atualmente é o município de Macaé.Manuel sempre esteve muito longe de ser ingênuo — não é para menos que fez vários inimigos ao longo de sua vida devido às suas atitudes, a começar pelo seu primo Julião Batista Coqueiro, que o detestava por ter se casado, durante a juventude, com sua então noiva enquanto ele estudava em uma cidade longe de Macaé.&nbsp;Mas Manuel não parou por aí, em 1852 ele conseguiu ser mais sórdido ao se envolver, mesmo já casado com Úrsula, com a jovem Francisca, filha mais velha de Francisco Benedito da Silva, cuja família havia sido acolhida nas terras de Manuel em troca de mão de obra.<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/10/18/18170411962467.jpg" alt="(Fonte: GettyImages/Reprodução)">(Fonte: GettyImages/Reprodução)Só que ele não imaginava que o caso extraconjugal lhe renderia tantos problemas com a quantidade de exigências que Francisco começou a fazer ao descobrir tudo. Quando a situação atingiu o seu limite, Manuel decidiu expulsar de sua propriedade toda a família do homem, inclusive a filha. Ele achou que, dessa forma, não só se livraria deles como também conseguiria preservar sua relação com Úrsula.A família de Francisco conseguiu se alojar em uma casa a cerca de dois quilômetros das terras de Manuel, mas não por muito tempo. Em uma noite chuvosa de 12 de setembro de 1852, Francisco e a família foram brutalmente assassinados a golpes de fação. Ironicamente ou não, a única que conseguiu escapar da chacina foi sua filha. Descalça, coberta em sangue e com as roupas rasgadas, a jovem vagou por dois dias pela mata até encontrar um fazendeiro disposto a ajudar.<h2>A fera</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/10/18/18151450014401.jpg" alt="(Fonte: Facetubes/Reprodução)">(Fonte: Facetubes/Reprodução)A Chacina da Fazenda Conceição de Macabu, como podemos chamar o episódio, se tornou um circo no momento em que as autoridades ouviram a sobrevivente. Foi criada uma rede de acusações que, em sua maioria, estava mais baseada em achismos do que fatos.Julião, irmão de Manuel, foi o primeiro a apontá-lo como responsável pelo crime. As investigações chegaram a diversos escravos e trabalhadores livres das terras de Manuel, como Florentino da Silva e Faustino Pereira, mas o Código de Processo Criminal de 1832, revisado em 1841, deixava claro que um escravo não poderia testemunhar contra seu senhor, portanto, muitas testemunhas foram desconsideradas.O problema é que muitas pessoas que testemunharam contra o acusado já tinham tido desavenças pessoais com ele. Portanto, suas falas estavam contaminadas por rancor e influenciadas por boatos. Para piorar, os empresários que negociavam com Manuel no dia do crime não foram contatados para prestar depoimento.<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/10/18/18155343542424.jpg" alt="Manuel da Mota Coqueiro. (Fonte: Wikipedia/Reprodução)">Manuel da Mota Coqueiro. (Fonte: Wikipedia/Reprodução)Quando é dito que a investigação foi conduzida de maneira duvidosa, é porque as autoridades não foram atrás de suspeitos em potencial, como Úrsula, que poderia ter mandado executar a família ao descobrir sobre a amante do marido, pensando em incriminá-lo como punição. Ou até mesmo que Herculano, namorado da moça, pudesse ter procurado vingança por ser preterido pela família dela. Sem falar em Julião, que possuía um longo histórico de desavenças com o irmão.Nada disso foi considerado, mas Manuel foi culpado por ter "fugido" após o crime, sendo que estava fora da cidade em uma viagem de trabalho quando tudo aconteceu.Como resultado, em 6 de março de 1855, em meio a uma comoção de populares, Manuel da Mota Coqueiro, localmente conhecido como “Fera de Macabu”, foi enforcado provavelmente de maneira injusta na Praça da Luz, onde hoje se encontra a Escola Estadual Luiz Reid, no Centro do Rio de Janeiro.</body>

thumb-image-2024-02-29T14:07:15.529Z

Fera de Macabu: um dos maiores erros judiciais do Brasil

Imagem de 2 casos de pessoas que cometeram crimes só porque queriam ser presas no megacurioso

O que leva uma pessoa a algo tão extremo?

<head></head><body>Existe a ideia de que <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/125241-cecot-el-salvador-construiu-a-maior-e-pior-prisao-do-mundo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">prisões</a> tendem a tornar os criminosos piores do que eram anteriormente, não é para menos que ganharam a alcunha de "escolas para o crime". Isso surgiu porque o ato de encarcerar infratores sob condições difíceis, por vezes inumanas, os fazem aprenderem novos truques do ofício.Há uma inevitabilidade na percepção de que, ao entrar em uma prisão, a pessoa se transformará em um cidadão ainda mais corrupto ou violento quando sair — se sair. Ou seja, desde que o <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/123702-turismo-carcerario-cresce-o-interesse-pelo-mundo-atras-das-grades.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">sistema prisional</a> foi criado e estabelecido no século XIX, se tornou uma ferramenta não para reformar, mas para punir, acreditando que assim impedirá as pessoas de cometerem crimes e voltarem para aquele tipo de instalação miserável.Por isso que muitos fogem da prisão ou temem irem parar em uma. Apenas alguns foram à contramão dessa ideia e essas são 2 pessoas que cometeram crimes só porque queriam ser presas.<h2>1. Michael Zehaf-Bibeau</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/06/23/23112112405046.jpg" alt="(Fonte: GettyImages/Reprodução)">(Fonte: GettyImages/Reprodução)Michael Zehaf-Bibeau acreditava que merecia ficar atrás das grades e isso dizia respeito mais ao seu estado de <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/124189-8-formas-praticas-e-peculiares-para-cuidar-da-saude-mental.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">saúde mental</a> instável do que à sua ficha criminal – apesar de ter sido longa antes do ponto alto de sua vida, que aconteceu em 2014.Aos 20 anos, Bibeau já possuía 12 condenações no Quebec por crimes que envolviam posse de drogas, direção perigosa, assalto à mão armada, lesão corporal, roubo e posse de ferramentas de arrombamento.No entanto, em 2010, quando entrou em uma delegacia em Vancouver, o canadense de 32 anos foi confessar um assalto à mão armada ocorrido no ano 2000, só que a polícia não encontrou registro algum sobre o acontecimento. Sendo assim, não demorou muito para perceberem que esse crime sequer havia existido. Bibeau foi preso segundo a Lei de Saúde Mental, mas foi liberado na manhã seguinte.Contrariado, o homem foi até o <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/124052-por-que-mcdonald-s-do-pais-de-gales-e-considerado-o-melhor-do-mundo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">McDonald’s</a> mais próximo carregando um pedaço de madeira afiado para que isso o qualificasse como armado conforme a lei. O caixa do restaurante não lhe entregou o dinheiro, mas chamou a polícia, que efetuou a prisão de Bibeau no local.<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/06/23/23112252275051.jpg" alt="Michael Zehaf-Bibeau. (Fonte: MacLeans/Reprodução)">Michael Zehaf-Bibeau. (Fonte: MacLeans/Reprodução)De volta à delegacia, Bibeau confessou que queria ficar preso porque só assim superaria seu vício em crack. Apesar de seu comportamento errático, o psiquiatra que o analisou disse que ele não parecia ter uma doença mental e o descreveu apenas como um "muçulmano dedicado".O homem foi solto após 4 anos atrás das grades, mas isso não foi o suficiente, portanto, decidiu que faria algo mais extremo. Em outubro de 2014, o homem foi ao National War Memorial, em Ottawa, e matou um soldado a tiros usando um rifle de caça.Como resultado, Bibeau foi baleado por meia dúzia de oficiais presentes no local, matando-o antes que pudesse atacar qualquer outra pessoa.<h2>2. Ichiro Kojima</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/06/23/23112449719057.jpg" alt="(Fonte: GettyImages/Reprodução)">(Fonte: GettyImages/Reprodução)A história de Ichiro Kojima é uma crônica social moderna japonesa. Apesar de o país ter "apenas" entre 1.500 a 2 mil pessoas dormindo nas ruas dos bairros centrais de Tóquio, conforme uma pesquisa feita pelo Advocacy Research Center for Homelessness (ARCH), ainda assim, existem — ao contrário do que muitos ainda pensam — pessoas sem teto no Japão.Em 9 de junho de 2018, Kojima decidiu que a prisão era preferível à vida nas ruas da cidade. Você deve estar imaginando que, como Bibeau, ele cometeu algum crime menor em uma tentativa de ser encarcerado, certo? A resposta é não. Kojima foi extremo de uma vez só, porque seu objetivo não era apenas parar atrás das grades, mas ser condenado à prisão perpétua.Portanto, ele embarcou no trem de Tóquio para Osaka com uma faca e um facão, que usou para atacar duas mulheres, ambas de 20 anos. No que o passageiro Kotaro Umeda, de 38 anos, tentou intervir, foi esfaqueado repetidas vezes por Kojima, causando sua morte. Com isso, o homem simplesmente parou seu ataque, se sentou e esperou a polícia chegar.Kojima foi condenado à prisão perpétua exatamente como desejava.</body>

thumb-image-2024-02-29T14:06:58.752Z

2 casos de pessoas que cometeram crimes só porque queriam ser presas

Imagem de Hipóxia de nitrogênio: o novo método de execução nos EUA no megacurioso

Método envolve a privação de oxigênio, mas especialistas dizem que não é possível afirmar que seu uso seja indolor

<head></head><body>Nos Estados Unidos, a <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/119483-o-brasil-ja-teve-pena-de-morte.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">pena de morte</a> é um tema que gera discussões e controvérsias há algum tempo. Atualmente, 24 estados do país mantêm a pena de morte em vigor e, desde a década de 1970, mais de 1.500 pessoas foram executadas no país.&nbsp;Mas além de não ser um método penal válido em todo o território, os métodos de execução adotados entre os estados também varia bastante. E agora, três deles — Alabama, Oklahoma e Mississippi — devem adotar uma nova forma de execução: a hipóxia de nitrogênio. A medida, segundo seus defensores, irá resultar em <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/121332-7-fatos-sobre-a-guilhotina-que-voce-nao-conhecia.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">menor sofrimento aos condenados</a>, mas especialistas afirmam que não existem evidências sobre isso.<h2>Método 'humanizado' de execução</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/05/29/29130532089157.jpg" alt="Dificuldade para conseguir os fármacos para a injeção letal tem estimulado o debate por novos métodos de execução nos EUA. (Fonte: GettyImages)">Dificuldade para conseguir os fármacos para a injeção letal tem estimulado o debate por novos métodos de execução nos EUA. (Fonte: GettyImages)A ideia por trás do uso do nitrogênio é fazer com que sua saturação diminua os níveis de oxigênio no corpo humano. A pessoa usaria uma máscara e passaria a receber uma dosagem do gás. Segundo especialistas, após alguns minutos, o condenado ficaria desacordado e, com menos oxigênio, suas funções vitais — pressão arterial, pulsação, frequência respiratória e temperatura corporal — seriam afetadas, causando o óbito.Um dos argumentos utilizados por quem defende o método, é que ele seria mais "humanizado", causando menos sofrimento. Casos recentes envolvendo <a href="https://www.megacurioso.com.br/policia/39873-voce-sabe-como-funciona-a-injecao-letal-.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">injeções letais</a>, resultaram execuções lentas e demoradas — o caso mais famosos aconteceu em 2014, quando Clayton Lockette recebeu uma injeção com um fármaco pouco estudado, e que levou 43 minutos para matá-lo, enquanto ele agonizou com espasmos e convulsões.Mas não é apenas a ética que influencia na escolha por um novo método de execução. Há alguns anos que os Estados Unidos enfrentam dificuldade para conseguir manter os estoques das substâncias utilizadas na injeção letal. O estado de Oklahoma, por exemplo, aprovou o uso da hipóxia de nitrogênio em 2015, para tentar dar conta da fila de presos no corredor da morte.&nbsp;<h2>Faltam evidências</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/05/29/29130512610156.jpg" alt="(Fonte: GettyImages)">(Fonte: GettyImages)A principal barreira para o uso da hipóxia de nitrogênio nas execuções é que ela nunca foi testada. A falta de evidências de que esse método é realmente indolor é o que tem feito com que Oklahoma e Mississippi, os dois estados que já aprovaram o seu uso, não tenham realizado nenhuma execução com o nitrogênio.Apesar disso, o John Hamm, comissário que chefia os sistemas prisionais do Alabama, disse à imprensa que até o final deste ano o método deve ser aprovado no estado. Essa postura gerou uma série de críticas, tanto ao estado quanto ao método de execução.Jose Vazquez, porta-voz da União Americana pelas Liberdades Civis (ACLU) do Alabama afirmou que “As execuções no estado têm sido notavelmente secretas, apressadas e aleatórias”. Ele fez referência a uma série de execuções malsucedidas no estado em 2022.Joel Zivot, professor de anestesiologia e cirurgia do Oxford College of Emory University, expressou preocupação com o procedimento não testado. Ele acredita que é muito difícil que o método funcione de maneira eficaz, além de ser perigoso para que for realizar a aplicação e outras pessoas que estejam por perto.“É impossível avaliá-lo a menos que possa ser avaliado [previamente]… e realmente não há um método ético de testá-lo em pessoas” explicou Zivot. “Acho que o gás nitrogênio não vai funcionar… porque respirar ele vai ser muito mais complicado e, por ser inodoro e incolor, é perigoso manipulá-lo, então todos que estão nas proximidades da pessoa que está sendo executada podem, teoricamente, estar em risco”.</body>

thumb-image-2024-02-29T14:06:55.259Z

Hipóxia de nitrogênio: o novo método de execução nos EUA

Imagem de As últimas refeições de 4 condenados à morte no megacurioso

Desde o século XIX, há uma tradição de deixar que os condenados escolham o que querem comer antes de morrer

<head></head><body>Há uma "tradição" muito antiga de servir uma última refeição especial a alguém condenado à morte. Lembre-se, por exemplo, da <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/124818-como-teria-sido-na-realidade-a-ultima-ceia-de-jesus-cristo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Última Ceia de Jesus Cristo</a>, em que ele sentou com seus apóstolos e todos fizeram uma refeição simples, mas altamente simbólica.Já no começo de 1800, havia este costume de servir uma comida especial nas prisões dos Estados Unidos para aqueles que estavam prestes a morrer pelas mãos do Estado. Em 1924, o estado do Texas começou a tornar isso um evento: cada prisioneiro que seria executado teria o direito de escolher esta refeição.Neste texto, contamos os cardápios escolhidos por 4 condenados notórios.<h2>1. Timothy McVeigh</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/05/18/18120541713158.jpg" alt="(Fonte: PBS)">(Fonte: PBS)Timothy McVeigh entrou para os anais da história americana ao cometer um assassinato terrível. Em 1995, ele se envolveu num <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/124071-cientistas-tentaram-evitar-que-a-bomba-atomica-fosse-jogada-no-japao.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">atentado a bomba</a> cometido contra um prédio do governo federal em Oklahoma City, Oklahoma. 168 pessoas morreram nesta explosão e 680 ficaram feridas.Ele foi julgado e condenado à morte. Em 2001, foi enviado para a execução por meio do recebimento de uma injeção letal. McVeigh tinha então 33 anos. Na ocasião, não havia lugares suficientes para todo mundo que queria assistir (vale lembrar que foram centenas de mortos e feridos), e os policiais tiveram que improvisar uma transmissão em vídeo em circuito fechado.A última refeição deste <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/125128-4-ataques-terroristas-que-foram-esquecidos-pela-historia.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">terrorista</a> foi bem simples: ele pediu para o Estado que lhe servisse dois potes de sorvete de chocolate com menta.<h2>2. Ted Bundy</h2><span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;Folha PE&nbsp;" data-fonte-url="https://cdn.folhape.com.br/img/c/800/600/dn_arquivo/2020/04/suspected-murderer-theodore-bundy-charged-with-the-killings-news-photo-1580334327.jpg"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/05/18/18121200357165.jpg" alt="(Fonte: Folha PE)">(Fonte: Folha PE)O <a href="https://www.megacurioso.com.br/serial-killers-e-psicopatas/" rel="noopener noreferrer" target="_blank">serial killer</a> Ted Bundy foi condenado pelo estado da Florida pelo sequestro, estupro e necrofilia cometida contra mais de 30 mulheres, capturadas em vários locais dos Estados Unidos. Ele chegou a ser preso no Colorado, mas escapou e matou mais gente inocente.Ele foi executado na cadeira elétrica em 1989, quando tinha 42 anos. Os carcereiros perguntaram para Bundy o que ele desejava como sua última refeição, mas ele declinou da gentileza.Por conta disso, foi servido a ele o cardápio que era oferecido a todos os condenados que recusavam a cerimônia: bife mal passado, ovos moles, batatas fritas, torradas com manteiga, leite, suco e café. Mas o assassino não comeu nada e morreu com o estômago vazio.<h2>3. Adolf Eichmann</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/05/18/18121916590177.jpg" alt="(Fonte: Britannica)">(Fonte: Britannica)Adolf Eichmann foi um coronel do exército nazista que era muito próximo de Adolf Hitler. Durante o <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/121097-por-que-o-nazismo-e-proibido-na-alemanha-e-em-outros-paises.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">nazismo</a>, ele supervisionou as mortes de milhares de judeus, ciganos, homossexuais e todo tipo de pessoa que foi enviado para os campos de concentração.Após a Segunda Guerra Mundial, Eichmann fugiu para a Argentina, onde viveu por um bom tempo. Mas ele acabou rastreado, trazido de volta para a Europa e levado a julgamento por suas atrocidades. Ao ser julgado, ele manifestou que estava "apenas fazendo seu trabalho" e cumprindo as vontades de Hitler.Eichmann foi condenado e enforcado em uma prisão israelense em 1962. Como sua última refeição, ele só quis beber: pediu uma garrafa de vinho tinto israelense seco conhecido como Carmel.<h2>4. Velma Barfield</h2><span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;The Fayetteville Observer&nbsp;" data-fonte-url="https://www.gannett-cdn.com/presto/2021/07/02/NTFO/43b5ec71-77ab-4f56-b5d9-6a0b815f68f6-barfield_01.jpg?crop=3999%2C2250%2Cx0%2Cy161&amp;width=1200"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/05/18/18122453907184.jpg" alt="(Fonte: The Fayetteville Observer)">(Fonte: The Fayetteville Observer)É raro acontecer, mas mulheres também podem se tornar serial killers. Velma Barfield, aparentemente, era uma respeitada mãe e avó. Mas ela foi condenada por ter matado 6 pessoas usando <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-e-beleza/70210-voce-sabia-que-o-arroz-contem-grandes-quantidades-de-arsenico.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">arsênico</a>. Uma das vítimas foi sua mãe, e dois ex-maridos seus também morreram de forma suspeita.Ao ser condenada, Velma foi enviada para o corredor da morte no presídio feminino da Prisão Central do estado em Raleigh. Lá, ela permaneceu ocupada enquanto tricotava roupas para os netos. Em novembro de 1984, ela se tornou a primeira mulher a ser executada por injeção letal.No dia anterior, Velma havia optado por comer alguns lanches como sua refeição final. Ela pediu um salgadinho Cheez Doodles, uma barra de chocolate Kit-Kat e uma garrafa de Coca-Cola.&nbsp; </body>

thumb-image-2024-02-29T14:06:54.626Z

As últimas refeições de 4 condenados à morte

Imagem de CECOT: El Salvador construiu a maior e pior prisão do mundo no megacurioso

A penitenciária com capacidade para 40 mil criminosos foi construída especialmente para conter as gangues que devastam o país

<head></head><body>El Salvador, a pequena nação da América Central, lugar de praias paradisíacas no oceano Pacífico consideradas ideais para o surfe e requisitada pela paisagem montanhosa, infelizmente carrega uma série de problemas como qualquer outro país do mundo.Os níveis maciços de deslocamento causados por grupos criminosos, <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/123115-a-historia-da-violencia-na-politica-brasileira.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">violência&nbsp;</a>e pobreza, resultaram em redes organizadas e altamente lucrativas de <a href="https://www.megacurioso.com.br/corpo-humano/45590-traficantes-de-orgaos-cobram-ate-us-200-mil-por-um-rim.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">tráfico humano</a>, por exemplo. As vítimas, em sua maioria mulheres, são sequestradas, exploradas sexualmente ou coagidas a perpetrar atos violentos para gangues que dominam as ruas do país. Plataformas online e falsas ofertas de emprego doméstico têm atraído várias vítimas para o casamento forçado, ou acabam exportadas internacionalmente para a Guatemala, México, Belize e Estados Unidos.<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/05/19/19144233863207.jpg" alt="(Fonte: GettyImages/Reprodução)">(Fonte: GettyImages/Reprodução)O maior problema do país no momento são as gangues, responsáveis por comandar as ruas em lugares como Las Margaritas, onde há regras que os moradores devem seguir para se manterem vivos.&nbsp;Os assassinatos no país caíram 56,8% em 2022 em meio a uma repressão generalizada à violência das gangues, uma queda acentuada em um país que durante anos teve uma das piores taxas de homicídio do mundo. E isso aconteceu, em partes, por causa do Centro de Confinamento do Terrorismo (CECOT), a pior prisão do mundo que fica em El Salvador.<h2>Encarcerados para sempre</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/05/18/18211110111028.jpg" alt="(Fonte: GettyImages/Reprodução)">(Fonte: GettyImages/Reprodução)No ano passado, as autoridades registraram um total de 496 homicídios contra 1.147 em 2021, mas em março desse ano, o presidente Nayib Bukele pediu ao Congresso que aprovasse um estado de emergência temporário após uma onda de violência, suspendendo certos direitos constitucionais para combater as gangues Barrio 18 e MS-13 – consideradas o problema do país. Prorrogada várias vezes, a polêmica medida permanece em vigor e desencadeou uma ofensiva militarizada que levou a mais de 60 mil prisões de supostos afiliados de gangues.Foi para encarcerar os criminosos que Bukele construiu o Centro de Confinamento do Terrorismo (CECOT), que ele descreveu como sendo uma megaprisão, a maior das Américas, feita para conter os piores membros de gangues e facções de El Salvador. Até o momento, a "pior prisão do mundo" está com 10% de sua capacidade, com cerca de 4 mil gângsteres.Apesar da contestação de grupos humanitários, o presidente não evitou divulgar orgulhosamente imagens para a mídia de como é o dia a dia dos presidiários. As fotos os mostram sendo conduzidos algemados como animais, todos descalços, vestindo apenas cuecas brancas, curvados e com as mãos atrás da cabeça raspada.<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/05/18/18211148496029.jpg" alt="(Fonte: GettyImages/Reprodução)">(Fonte: GettyImages/Reprodução)Os 4 mil presos foram transportados em ônibus, com as mãos e pés algemados, durante a transferência para o CECOT, em um comboio que incluía helicópteros e snippers em posição. “O CECOT será a nova casa deles, onde viverão por décadas, todos misturados, sem poder fazer mais mal à população”, escreveu Bukele. Gustavo Villatoro, ministro da Justiça e Segurança, ainda acrescentou que está fazendo o máximo para eliminar esse "câncer da sociedade" e que os terroristas nunca mais vão sair da prisão.Para garantir a segurança da instalação, foi erguido um muro de 11 metros de altura, com sete torres de guarda e uma cerca eletrificada com a capacidade de 15 mil volts. Seiscentos soldados e 250 policiais devem fornecer segurança permanente, sendo que nos blocos de selas, os guardas portam pistolas e fuzis. Equipamentos de bloqueio eletrônico impedem qualquer comunicação dos prisioneiros com o mundo exterior.<h2>A pior vida</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/05/18/18211226265030.jpg" alt="(Fonte:GettyImages/Reprodução)">(Fonte:GettyImages/Reprodução)Aparentemente, a alcunha de <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/121869-alcatraz-como-era-a-vida-na-penitenciaria-que-ninguem-escapava.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">pior prisão</a> envolve mais do que encarcerar os bandidos mais perigosos do país. A vida promete não ser nada fácil para eles, a começar pela estrutura do CECOT. Localizada em Tecoluca, 74 quilômetros a sudeste da capital San Salvador, a prisão foi estruturada em 8 prédios. Cada bloco tem 32 celas de cerca de 100 metros quadrados projetada para receber mais de 100 internos cada.As celas possuem apenas duas pias e dois vasos sanitários, sendo que existem apenas 80 beliches de metal para cada 100 prisioneiros no complexo todo. O diretor do CECOT disse que não haverá colchões nas celas, bem como nenhum espaço recreativo será usado pelos criminosos. O centro prisional desfruta de refeitórios, salas de ginástica, academia e mesas de tênis, que serão todos de uso exclusivo dos guardas.<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/05/18/18211306360031.jpg" alt="(Fonte: GettyImages/Reprodução)">(Fonte: GettyImages/Reprodução)Os presos sairão de suas celas apenas para audiências legais por videoconferência ou para serem punidos em uma solitária. Desde que Bukele declarou estado de emergência no país, permitindo prisões sem mandados, foram mais de 63 mil prisões de supostos membros de gangues, que devem terminar no CECOT até o fim do ano.A violação dos padrões de encarceramento, condições de vida e a superlotação, preocupam os grupos de direitos humanos. Miguel Montenegro, diretor da organização não-governamental Comissão dos Direitos Humanos de El Salvador, alertou sobre os riscos de violência nesse tipo de instituição. Os próprios administradores da prisão dizem que uma população carcerária de 40 mil seria incontrolável.A controvérsia ao redor das medidas de Bukele aumentam com grupos de direitos humanos afirmando que a polícia também está prendendo pessoas inocentes, classificando-as como criminosas apenas por terem tatuagens.O presidente não se manifestou sobre isso.</body>

thumb-image-2024-02-29T14:06:54.578Z

CECOT: El Salvador construiu a maior e pior prisão do mundo

Imagem de FISA: FBI faz uso criminoso de inteligência para vigiar a população no megacurioso

O quanto você sabe sobre a maneira como as autoridades vigiam sua vida?

<head></head><body>Desde a segunda metade do século XX, com a eclosão da <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/122424-7-principais-e-datas-acontecimentos-da-segunda-guerra-mundial.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Segunda Guerra Mundial</a> e todos os seus aparatos de tecnologia, que começaram em 1914 e se desenvolveram ao longo do próximo conflito, a <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/123522-2-dos-casos-mais-notorios-de-espionagem-russa.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">espionagem</a> se tornou um assunto espinhento e alvo de muito medo por parte dos governos.Não é para menos que regimes já assassinaram ou isolaram suas nações em vários aspectos tentando fugir dos espiões inimigos que poderiam denunciar táticas de guerrilhas ou minar de dentro planos de guerra. Esse medo todo já fez a contrainteligência britânica interceptar um caderno de palavras-cruzadas temendo que as respostas fossem uma charada para passar informação aos inimigos sobre a <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/122656-como-palavras-cruzadas-quase-revelaram-a-invasao-da-normandia.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Operação Barbarossa</a>.<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/04/14/14071734557004.jpg" alt="(Fonte: NPS/Reprodução)">(Fonte: NPS/Reprodução)Esse medo foi piorado com o período mais tenso de todos os tempos, a Guerra Fria, em que a espionagem controlou todos os aspectos do cotidiano dos Estados Unidos e da União Soviética. A entrada no século XXI, no entanto, abriu o foco dos governos para mirar na sociedade com o avanço da tecnologia. Entre os métodos de monitoramento em massa, estão a interceptação direta de conversas, acesso a comunicações em massa armazenadas por operadoras de telecomunicações, hacking, uso indiscriminado da tecnologia de reconhecimento facial e vigilância por meio de telefones celulares.<h2>A lei controversa</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/04/14/14071915804005.jpg" alt="(Fonte: Sky News/Reprodução)">(Fonte: Sky News/Reprodução)Uma verdadeira guerra está acontecendo no Congresso americano com legisladores, elevados a novos patamares de poder nas últimas eleições, formando cúpulas para colocar em prática planos para reduzir drasticamente os métodos pelos quais o Departamento Federal de Investigação (FBI) investiga crimes, tudo isso devido ao mal uso de tecnologia de vigilância.As falhas dos agentes em cumprirem as restrições ao uso de inteligência estrangeira surgiram em um momento em que a seção 702 da Lei de Vigilância de Inteligência Estrangeira (FISA) – que concede a capacidade do governo americano em interceptar comunicações eletrônicas de alvos no exterior que não estão protegidos pela Quarta Emenda – está prevista para expirar no final de 2023.O comportamento errático e duvidoso na maneira como o FBI utiliza essa ferramenta para investigação de crimes em solo americano inflamou o debate sobre se os agentes da lei são confiáveis com uma ferramenta tão invasiva e poderosa.<span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;Center for Constitutional Right&nbsp;" data-fonte-url="https://ccrjustice.org/sites/default/files/styles/gallery_medium/public/images/2015/05/hassan_woman_AP.jpg?itok=mi7ww8HV"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/04/14/14072014021006.jpg" alt="(Fonte: Center for Constitutional Right/Reprodução)">(Fonte: Center for Constitutional Right/Reprodução)Uma auditoria feita pela Divisão de Segurança Nacional do Departamento de Justiça (DOJ) e o Escritório do Diretor de Inteligência Nacional (ODNI) desenterrou vários erros do FBI em cumprir as regras que limitam o acesso à inteligência, dizendo que esses "erros" ocorreram em inúmeras ocasiões.Só no primeiro semestre de 2020, por exemplo, agentes do FBI pesquisaram ilegalmente dados brutos da FISA várias vezes. Em um incidente, os oficiais supostamente buscaram evidências de influência estrangeira ligadas a um legislador dos EUA. Quando indagados, eles responderam que esses erros são "mal entendidos da lei".<h2>"Um mal necessário"</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/04/14/14072127558007.jpg" alt="(Fonte: Slate/Reprodução)">(Fonte: Slate/Reprodução)Para Elizabeth Goitein, diretora sênior do Programa de Segurança Nacional do Brennan Center for Justice na Escola de Direito da Universidade de Nova York, esse uso indevido é totalmente previsível, uma vez que, quando o governo tem permissão para acessar as comunicações privadas dos americanos sem mandado, abrem-se precedentes para que o instrumento seja usado para vigilância com base em raça, religião, política e outros fatores inadmissíveis.Esses dados brutos da Seção 702, derivados de downstream de empresas, como o Google, são considerados "não minimizados", ou seja, quando contêm informações não editadas sobre os americanos. Enquanto a CIA e a NASA precisam de permissão de alto nível para usá-los, o FBI constantemente pesquisa esses dados durante investigações antes de pedir uma permissão formal.<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/04/14/14072435507008.jpg" alt="(Fonte: New America/Reprodução)">(Fonte: New America/Reprodução)Com isso, o Congresso dos EUA alterou a FISA para exigir uma ordem judicial em questões puramente criminais. Ainda assim, anos depois, foi constatado que o FBI nunca buscou a permissão do tribunal para tal operação.Ainda assim, o comportamento do FBI certamente não reforçará o quão problemática pode ser o uso da Seção 702, pois é considerada um "mal necessário" que supera quaisquer riscos às liberdades civis dos americanos, sob a alegação que seu desmonte comprometeria as investigações sobre terroristas, espiões estrangeiros e ataques cibernéticos à infraestrutura do governo americano.Por outro lado, senadores, como Ron Wyden e Rand Paul, procuram por meio de projetos de lei limitar o acesso do FBI aos dados não minimizados da Seção 702.“A comunidade de inteligência, e o FBI em particular, saquearam desnecessariamente as informações mais privadas e confidenciais dos cidadãos americanos, tratando a Quarta Emenda com desprezo”, queixou-se Bob Goodlatte, ex-presidente do Judiciário da Câmara Republicana, agora consultor sênior do Projeto de Privacidade e Responsabilidade Fiscal. “O Congresso deve adicionar grades de proteção impenetráveis à Seção 702, exigindo mandados de causa provável para obter informações privadas dos americanos.”</body>

Polícia

Novidades