Imagem de Procon: o que acontece com um estabelecimento notificado pelo instituto? no megacurioso

Netflix foi notificada pelo Procon-SP por anunciar que irá cobrar dos usuários que compartilharem suas senhas

<head></head><body>Na última quarta-feira, a Netflix <a href="https://www.tecmundo.com.br/mercado/264467-procon-notificara-netflix-taxa-compartilhamento-senha.htm#:~:text=Procon%20notificar%C3%A1%20a%20Netflix&amp;text=Em%20resposta%20ao%20Tilt%2C%20o,afetar%20os%20usu%C3%A1rios%20na%20pr%C3%A1tica." rel="noopener noreferrer" target="_blank">foi notificada pelo Procon-SP</a> por conta de uma nova política da empresa, que passará a cobrar um adicional de R$ 12,90 por mês dos usuários que compartilharem sua senha com outras pessoas que estejam fora da residência que contratou o serviço.A notificação considera as reclamações recebidas pelos consumidores quanto às mudanças no contrato de serviço. A empresa sustenta a nova política em sua crise financeira, com uma perda de 200 mil assinantes apenas entre janeiro e março de 2022, e o aumento da concorrência com outras plataformas de streaming.Mas o que acontece a partir do momento em que uma empresa é notificada pelo Procon? É o que explicamos a seguir neste artigo.<h2>Como funciona o processo do Procon?</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/05/26/26112617856137.jpg" alt="(Fonte: Procon-SP)">(Fonte: Procon-SP)O Programa de Proteção e Defesa do Consumidor (mais conhecido pela abreviação <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/124041-achei-uma-coisa-nojenta-na-minha-comida-e-agora-conheca-os-seus-direitos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Procon</a>) é um órgão administrativo presente em todos os estados do Brasil, e que tem como finalidade atuar em proteção do direito do consumidor em relação a práticas abusivas cometidas pelo setor do comércio e prestação de serviços.A instituição age em prol dos interesses coletivos da sociedade, a partir da fiscalização de denúncias. Isso ocorre de várias maneiras, como pela realização de procedimentos de vistoria e verificação das ocorrências que foram relatadas. Quando alguma infração é constatada, o órgão é amparado pelo <a href="https://www.megacurioso.com.br/cotidiano/42873-7-direitos-do-consumidor-que-talvez-voce-desconheca.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Código de Defesa do Consumidor</a> para aplicar punições administrativas.Quando uma empresa recebe uma notificação do Procon, tem o prazo de vinte dias para apresentar sua defesa administrativa. Para isso, ela contrata um advogado que elabora esta argumentação de defesa, que é protocolada no dia da audiência. Os vinte dias de prazo são contados a partir do momento em que o consumidor abre a reclamação.Ao final desse prazo, a argumentação é analisada em uma audiência de conciliação, em que estão presentes tanto a parte intimada quanto a acusação. Caso a empresa não responda à notificação ou não compareça à audiência, ela recebe uma multa e o consumidor é orientado a levar a questão para uma ação no judiciário.<h2 data-block-id="16" data-block-type="unstyled" data-block-weight="16">A justificativa da Netflix</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/05/26/26112749150141.jpg" alt="(Fonte: GettyImages)">(Fonte: GettyImages)A nova decisão sobre o serviço da <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/121891-os-8-programas-mais-caros-ja-produzidos-pela-netflix.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Netflix</a> surpreendeu muita gente. A empresa havia já comunicado esta mudança em fevereiro, mas havia apagado a mensagem por conta da repercussão negativa que gerou.Segundo a gigante do streaming, "a conta Netflix deve ser usada por uma única residência. Todas as pessoas que moram nesta mesma residência podem usar a Netflix onde quiserem, seja em casa, na rua, ou enquanto viajam. Além disso, podem aproveitar as vantagens dos novos recursos como 'Transferir um Perfil' e 'Gerenciar Acesso e Aparelhos'", informou em seu comunicado especial.A empresa estima que, atualmente, cerca de 100 milhões de pessoas utilizam de senhas compartilhadas, e que isso estaria prejudicando sua receita. Mas, segundo alguns advogados, a decisão de instituir essa cobrança não está bem embasada."A Netflix não oferece um contrato com as regras para consulta. Não temos regras pré-estabelecidas a ponto do consumidor saber se elas estão sendo mudadas ou não. O consumidor está no escuro", opinou a advogada Renata Abalém, que é diretora jurídica do Instituto de Defesa do Consumidor e do Contribuinte (IDC), em entrevista ao portal Terra.</body>

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Procon: o que acontece com um estabelecimento notificado pelo instituto?

Imagem de STF volta a julgar descriminalização de porte de drogas para consumo no megacurioso

Parado há oito anos, o processo que trata da descriminalização do porte de drogas para consumo próprio volta a ser julgado pelo STF esta semana

<head></head><body>Nesta quarta-feira (24), o <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/124113-jorge-zalszupin-o-refugiado-polones-que-mobiliou-o-stf.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Supremo Tribunal Federal</a> vai retomar, depois de oito anos, o julgamento do processo que trata da descriminalização do porte de drogas para consumo próprio. A ação inicial pede a inconstitucionalidade do artigo 28 da lei 11.343, de 2006, que prevê penas para quem “adquirir, guardar, ter em depósito, transportar ou trazer consigo, para consumo pessoal, drogas sem autorização ou em desacordo com determinação legal”.&nbsp;Esta ação foi movida pela Defensoria Pública de São Paulo após um indivíduo ter sido condenado por portar 3 gramas de <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/122557-maconha-como-ela-ja-foi-aceita-e-muito-disputada-pelo-mundo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">maconha</a>. No argumento da defensoria, há a acusação de que este artigo viola os princípios constitucionais da intimidade, vida privada, da honra e da autodeterminação.O caso levado ao Supremo envolveu um homem chamado Francisco Benedito de Souza, condenado em 2010 a prestar dois meses de serviços comunitários por guardar as 3 gramas de maconha. Na época, ele estava preso no Centro de Detenção Provisória de Diadema (SP).O julgamento está parado desde 2015, quando o então ministro <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/105107-in-memoriam-os-famosos-que-faleceram-em-2017.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Teori Zavascki</a> (que morreu em um acidente aéreo em 2017) pediu vista aos autos (o que ocorre quando um magistrado não se sente apto para votar e pede para rever o processo).&nbsp;<h2>Os desdobramentos possíveis do julgamento</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/05/24/24104334571108.jpg" alt="(Fonte: Jota)">(Fonte: Jota)Até então, os ministros já haviam dado três votos. O relator do caso, Gilmar Mendes, havia concordado com a tese de inconstitucionalidade e acrescentado que a descriminalização deveria se estender a outras substâncias além da maconha. Os ministros Luís Roberto Barroso e Edson Fachin foram favoráveis à inconstitucionalidade do artigo. Contudo, Barroso enviou uma proposta de limite de quantidade (25 gramas) para que o usuário seja considerado pela lei como <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/123023-rainha-vitoria-a-maior-traficante-de-drogas-da-historia.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">traficante</a>.O processo foi recebido em 2018 pelo ministro Alexandre de Moraes, que assumiu o lugar de Zavascki. No dia 18 de maio de 2023, a ministra Rosa Weber trouxe novamente o caso à pauta do STF.Até o presente momento, segundo a legislação, qualquer pessoa que for pega com quantidades baixas de maconha pode receber várias punições, como advertência, prestação de serviços à comunidade e medida educativa de comparecimento a algum curso. A proposta é mudar essa legislação para que essas punições sejam retiradas.<h2>A repercussão da sociedade</h2><span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;O Globo&nbsp;" data-fonte-url="https://s2.glbimg.com/nXUpyQSx-92kz0nhv0uPE6KlDSg=/1200x/smart/filters:cover():strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2023/c/W/S5XmnbQ3efO7PLYbKfww/maconha-medicinal-1-.jpg"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/05/24/24104407271109.jpg" alt="(Fonte: O Globo)">(Fonte: O Globo)O tema é acompanhado com muito interesse por várias camadas da sociedade, uma vez que pode trazer mudanças importantes. Atualmente, como não há critérios objetivos para diferenciar uso de tráfico, isso fica por conta da decisão dos policiais envolvidos no caso, o que dá margem, por exemplo, a avaliações <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/120981-como-o-racismo-se-manifestou-em-palavras-ao-longo-do-tempo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">racistas</a> (pessoas negras serem consideradas traficantes e brancas não) e a uma superlotação no sistema carcerário.Outro aspecto importante é que isso irá trazer mais tranquilidade para as pessoas e famílias que fazem uso terapêutico da <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/116084-como-a-cannabis-age-no-organismo-do-ser-humano.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">cannabis</a> e seus derivados para tratamentos de saúde. Hoje, é necessário que a pessoa porte um habeas corpus que autorize o cultivo e o uso da maconha, mas mesmo assim há relatos de situações constrangedoras, uma vez que a avaliação sobre a quantidade de maconha ainda permanece no campo da subjetividade.“Hoje, temos o crime ainda sem pena de prisão para usuários ou quem cultiva para uso pessoal. Então, dando um fim para o processo e ele sendo favorável para o lado dos usuários, entra muito na questão da sua individualidade de poder usar drogas, que vem por uma questão de saúde, e não de segurança pública”, afirmou ao Metrópoles o advogado Fernando Finger Santiago, que é presidente do Clube Social de Cannabis do Distrito Federal (CSCDF).</body>

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STF volta a julgar descriminalização de porte de drogas para consumo

Imagem de CECOT: El Salvador construiu a maior e pior prisão do mundo no megacurioso

A penitenciária com capacidade para 40 mil criminosos foi construída especialmente para conter as gangues que devastam o país

<head></head><body>El Salvador, a pequena nação da América Central, lugar de praias paradisíacas no oceano Pacífico consideradas ideais para o surfe e requisitada pela paisagem montanhosa, infelizmente carrega uma série de problemas como qualquer outro país do mundo.Os níveis maciços de deslocamento causados por grupos criminosos, <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/123115-a-historia-da-violencia-na-politica-brasileira.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">violência&nbsp;</a>e pobreza, resultaram em redes organizadas e altamente lucrativas de <a href="https://www.megacurioso.com.br/corpo-humano/45590-traficantes-de-orgaos-cobram-ate-us-200-mil-por-um-rim.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">tráfico humano</a>, por exemplo. As vítimas, em sua maioria mulheres, são sequestradas, exploradas sexualmente ou coagidas a perpetrar atos violentos para gangues que dominam as ruas do país. Plataformas online e falsas ofertas de emprego doméstico têm atraído várias vítimas para o casamento forçado, ou acabam exportadas internacionalmente para a Guatemala, México, Belize e Estados Unidos.<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/05/19/19144233863207.jpg" alt="(Fonte: GettyImages/Reprodução)">(Fonte: GettyImages/Reprodução)O maior problema do país no momento são as gangues, responsáveis por comandar as ruas em lugares como Las Margaritas, onde há regras que os moradores devem seguir para se manterem vivos.&nbsp;Os assassinatos no país caíram 56,8% em 2022 em meio a uma repressão generalizada à violência das gangues, uma queda acentuada em um país que durante anos teve uma das piores taxas de homicídio do mundo. E isso aconteceu, em partes, por causa do Centro de Confinamento do Terrorismo (CECOT), a pior prisão do mundo que fica em El Salvador.<h2>Encarcerados para sempre</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/05/18/18211110111028.jpg" alt="(Fonte: GettyImages/Reprodução)">(Fonte: GettyImages/Reprodução)No ano passado, as autoridades registraram um total de 496 homicídios contra 1.147 em 2021, mas em março desse ano, o presidente Nayib Bukele pediu ao Congresso que aprovasse um estado de emergência temporário após uma onda de violência, suspendendo certos direitos constitucionais para combater as gangues Barrio 18 e MS-13 – consideradas o problema do país. Prorrogada várias vezes, a polêmica medida permanece em vigor e desencadeou uma ofensiva militarizada que levou a mais de 60 mil prisões de supostos afiliados de gangues.Foi para encarcerar os criminosos que Bukele construiu o Centro de Confinamento do Terrorismo (CECOT), que ele descreveu como sendo uma megaprisão, a maior das Américas, feita para conter os piores membros de gangues e facções de El Salvador. Até o momento, a "pior prisão do mundo" está com 10% de sua capacidade, com cerca de 4 mil gângsteres.Apesar da contestação de grupos humanitários, o presidente não evitou divulgar orgulhosamente imagens para a mídia de como é o dia a dia dos presidiários. As fotos os mostram sendo conduzidos algemados como animais, todos descalços, vestindo apenas cuecas brancas, curvados e com as mãos atrás da cabeça raspada.<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/05/18/18211148496029.jpg" alt="(Fonte: GettyImages/Reprodução)">(Fonte: GettyImages/Reprodução)Os 4 mil presos foram transportados em ônibus, com as mãos e pés algemados, durante a transferência para o CECOT, em um comboio que incluía helicópteros e snippers em posição. “O CECOT será a nova casa deles, onde viverão por décadas, todos misturados, sem poder fazer mais mal à população”, escreveu Bukele. Gustavo Villatoro, ministro da Justiça e Segurança, ainda acrescentou que está fazendo o máximo para eliminar esse "câncer da sociedade" e que os terroristas nunca mais vão sair da prisão.Para garantir a segurança da instalação, foi erguido um muro de 11 metros de altura, com sete torres de guarda e uma cerca eletrificada com a capacidade de 15 mil volts. Seiscentos soldados e 250 policiais devem fornecer segurança permanente, sendo que nos blocos de selas, os guardas portam pistolas e fuzis. Equipamentos de bloqueio eletrônico impedem qualquer comunicação dos prisioneiros com o mundo exterior.<h2>A pior vida</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/05/18/18211226265030.jpg" alt="(Fonte:GettyImages/Reprodução)">(Fonte:GettyImages/Reprodução)Aparentemente, a alcunha de <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/121869-alcatraz-como-era-a-vida-na-penitenciaria-que-ninguem-escapava.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">pior prisão</a> envolve mais do que encarcerar os bandidos mais perigosos do país. A vida promete não ser nada fácil para eles, a começar pela estrutura do CECOT. Localizada em Tecoluca, 74 quilômetros a sudeste da capital San Salvador, a prisão foi estruturada em 8 prédios. Cada bloco tem 32 celas de cerca de 100 metros quadrados projetada para receber mais de 100 internos cada.As celas possuem apenas duas pias e dois vasos sanitários, sendo que existem apenas 80 beliches de metal para cada 100 prisioneiros no complexo todo. O diretor do CECOT disse que não haverá colchões nas celas, bem como nenhum espaço recreativo será usado pelos criminosos. O centro prisional desfruta de refeitórios, salas de ginástica, academia e mesas de tênis, que serão todos de uso exclusivo dos guardas.<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/05/18/18211306360031.jpg" alt="(Fonte: GettyImages/Reprodução)">(Fonte: GettyImages/Reprodução)Os presos sairão de suas celas apenas para audiências legais por videoconferência ou para serem punidos em uma solitária. Desde que Bukele declarou estado de emergência no país, permitindo prisões sem mandados, foram mais de 63 mil prisões de supostos membros de gangues, que devem terminar no CECOT até o fim do ano.A violação dos padrões de encarceramento, condições de vida e a superlotação, preocupam os grupos de direitos humanos. Miguel Montenegro, diretor da organização não-governamental Comissão dos Direitos Humanos de El Salvador, alertou sobre os riscos de violência nesse tipo de instituição. Os próprios administradores da prisão dizem que uma população carcerária de 40 mil seria incontrolável.A controvérsia ao redor das medidas de Bukele aumentam com grupos de direitos humanos afirmando que a polícia também está prendendo pessoas inocentes, classificando-as como criminosas apenas por terem tatuagens.O presidente não se manifestou sobre isso.</body>

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CECOT: El Salvador construiu a maior e pior prisão do mundo

Imagem de Wallexismo: o jovem baiano que fundou uma ideologia neonazista no megacurioso

Ele se intitula a reencarnação de Adolf Hitler e é candidato a vereador em sua cidade

<head></head><body>Quando as pessoas ansiavam por unidade nacional, uma liderança forte, desejo de segurança, promessas de medidas simples para proteção, uma sensação de expansão econômica e retomada dos valores –, em 1919, <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/120077-as-atrocidades-cometidas-por-mussolini-nao-conheceram-limites.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Benito Musolini</a> definiu essa reunião de ideais como <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/109748-mas-afinal-o-que-e-o-fascismo.htm#:~:text=Fascistas%20costumam%20enxergar%20o%20poder,regimes%20fascistas%20adotem%20pr%C3%A1ticas%20similares." rel="noopener noreferrer" target="_blank">fascismo</a>, um termo cunhado a partir da palavra italiana fascio, que representa um feixe de pessoas, um rebanho.Foi esse movimento que no século XX foi responsável pelos maiores horrores que a História já testemunhou, da tortura ao extermínio de pessoas consideradas deficientes para a sociedade ou diferentes de um padrão. Foi a primeira vez que foi decidido quem deveria viver ou não. O mundo não era feito para qualquer um.Nem mesmo toda a educação para que "olhássemos para o retrovisor da História" impediu que o fascismo entrasse em ascensão novamente, em meados de 2018, pela Europa e pelo mundo.Essa "onda" atingiu o Brasil, por exemplo, quando Jair Bolsonaro foi eleito presidente sob uma campanha que pregava a mesma premissa fascista de reconstrução de uma pátria "corroída" por um suposto <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/120195-comunismo-e-socialismo-existe-diferenca-entre-as-duas-coisas.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">comunismo</a>, com violência, ódio contra minorias e propostas extremamente conservadoras.Recentemente, a atividade da extrema-direita brasileira, que acontece na internet todos os dias, ganhou um esporão quando o jovem baiano Wallex Guimarães fundou uma corrente política inspirada no nazismo e se intitulou fã e a reencarnação de <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/121500-hitler-tinha-planos-de-aniquilar-a-etnia-polonesa-em-ate-20-anos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Adolf Hitler.</a><h2>O Führer Baiano</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/05/04/04132435374226.jpg" alt="Wallex Guimarães. (Fonte: Bahia.BA/Reprodução)">Wallex Guimarães. (Fonte: Bahia.BA/Reprodução)A verdadeira seita que o bolsonarismo se tornou apresentou um aumento preocupante em atividade de grupos e células de <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/121256-existem-mesmo-tantos-neonazistas-na-ucrania.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">neonazismo</a> ao longo dos quatro anos de governo. De acordo com Adriana Dias, antropóloga e professora da Unicamp, o total de círculos extremistas saltou de apenas 72, em 2015, para 1.117 em 2022, sendo que esse crescimento ocorreu a partir da campanha eleitoral de Bolsonaro em 2018. No final do ano passado, Adriana já tinha mapeado 52 grupos neonazistas, com centenas de células espalhadas por quase todos os estados brasileiros.Wallex Guimarães, um jovem negro de 20 anos nascido em uma região periférica da cidade de Canavieiras, na Bahia, fundou uma corrente nazista chamada "wallexismo", segundo ele não só para disseminar as ideias de Hitler e do que acredita como sendo "correto", mas também para levar o Brasil à vitória em uma suposta Terceira Guerra Mundial.Guimarães é um neonazista assumido em suas redes sociais, onde dissemina a palavra do fascismo para seus seguidores. Ele também acredita que é ariano de nascença e a reencarnação de Hitler. Ele escreveu um livro intitulado Reich baiano, que é praticamente uma cópia de Mein Kampf&nbsp;("Minha Luta"), autobiografia de Hitler, onde foram expressas suas ideias antissemitas, anticomunistas, antimarxistas, racializadas e nacionalistas de extrema-direita.<span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;G1&nbsp;" data-fonte-url="https://g1.globo.com/pe/pernambuco/noticia/2020/03/05/jovens-fazem-saudacao-nazista-em-sala-de-aula-de-escola-particular-no-recife-e-sao-suspensos-pela-direcao.ghtml"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/05/04/04132608008227.jpg" alt="(Fonte: G1/Reprodução)">(Fonte: G1/Reprodução)O wallexismo é definido como uma corrente do nacionalismo e do nacional-socialismo (nazismo). O movimento tem foco na "criação de um Estado autoritário-democrático, onde há forte participação popular, com influências do stalinismo, trotskismo e judaísmo", seja lá o que isso signifique.Em sua ideologia, há uma forte participação política da população, e ela seria uma continuação direta do Terceiro Reich, que o autoproclamado nazista chama de 4º Reich. Desempregado, o jovem tem planos de lançar candidatura para vereador sob a ideia de que só assim o Brasil se tornará uma superpotência na frente econômico-política.Enquanto isso não acontece, ele se resume a fazer pronunciamentos em lives e vídeos por meio de suas redes sociais, em que copia os gestos e a retórica de Hitler, dando esperança a sua base vexatória de seguidores que todos os habitantes do município de Canavieiras terão emprego assim que ele fazer sua ascensão.</body>

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Wallexismo: o jovem baiano que fundou uma ideologia neonazista

Imagem de Mayotte: por que mais de 10 mil pessoas morreram tentando chegar lá? no megacurioso

Não à toa, o local é conhecido como Ilha da Morte

Localizada na parte norte do Canal de Mo&ccedil;ambique, no Oceano &Iacute;ndico, a ilha de Mayotte, mais conhecida como Ilha da Morte, &eacute; um departamento e regi&atilde;o ultramarina e coletividade territorial &uacute;nica da Fran&ccedil;a. Al&eacute;m disso, &eacute; o territ&oacute;rio mais pr&oacute;spero do Canal de Mo&ccedil;ambique, um importante destino para imigra&ccedil;&atilde;o &ndash; um dos motivos de tens&atilde;o no local h&aacute; d&eacute;cadas.
Com 374 km de &aacute;rea terrestre, sustentando cerca de 310 mil habitantes, com 829 habitantes por quil&ocirc;metro quadrado, em sua maioria mu&ccedil;ulmanos, a tens&atilde;o racial transbordou suas fronteiras com grupos anti-imigra&ccedil;&atilde;o, deportando centenas de comoranos de suas casas na aldeia enquanto protestavam contra o que chamam de "imigra&ccedil;&atilde;o clandestina".
&Eacute; exatamente por esse motivo que os antigos marinheiros &aacute;rabes, cujos navios paravam na costa cercada por recifes de coral, apelidaram o local de Ilha da Morte. Desde 1995, quando os vistos para entrar no territ&oacute;rio foram introduzidos, milhares de ilh&eacute;us de Grande Comore, Anjouan e Moheli, morreram afogados tentando chegar l&aacute;.
<h2>O fruto da coloniza&ccedil;&atilde;o</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/05/04/04131413873219.jpg" alt="(Fonte: Africanews/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte:&nbsp;Christian Gohdes/Seawatch.org/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Segundo o diplomata e pesquisador Ahmed Thabet, o mar que separa Anjouan e Mayotte se tornou <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/121912-ha-centenas-de-restos-mortais-de-escravos-no-fundo-do-atlantico.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">o maior cemit&eacute;rio n&aacute;utico</a> do mundo por ter ceifado a vida de cerca de 10 mil comoranos inocentes, em sua maioria mulheres e crian&ccedil;as &ndash; apesar de o governador de Anjouan alegar que mais de 50 mil pessoas morreram desde 1995.
Eles chegam em pequenos barcos, conhecidos como kwasa-kwasa, passando por viagens de at&eacute; 70 km com o sonho de uma vida melhor &ndash; mas a realidade &eacute; bem diferente. Um relat&oacute;rio de direitos humanos processado pelo Conselho da Europa de 2008 descreveu os imigrantes como "inaceit&aacute;veis", por isso, precisavam viver o mais discretamente o poss&iacute;vel para evitar a deporta&ccedil;&atilde;o. Isso implicava em condi&ccedil;&otilde;es prec&aacute;rias tanto de sa&uacute;de quanto de trabalho e vida, al&eacute;m da extensa persegui&ccedil;&atilde;o e discrimina&ccedil;&atilde;o da sociedade.
Matar Yacoub, encarcerado em um centro de deten&ccedil;&atilde;o em condi&ccedil;&otilde;es prec&aacute;rias, alegou que os navios franceses mexiam no mar revolto para que os pequenos barcos de imigrantes afundassem. Estima-se que at&eacute; 40% da popula&ccedil;&atilde;o de Mayotte seja composta pelo que o governo chama de "residentes ilegais". Ibrahim Aboubacar, deputado franc&ecirc;s por Mayotte, sustenta a opini&atilde;o de que os estrangeiros na ilha s&atilde;o um fardo tanto para os servi&ccedil;os de sa&uacute;de quanto para a educa&ccedil;&atilde;o.
<h2>O que acontece</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/05/04/04131537485220.jpg" alt="(Fonte: Equal Times/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte:&nbsp;Yoram Melloul/Equal Times/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
O sentimento de rejei&ccedil;&atilde;o e n&atilde;o pertencimento se espalhou pela cultura maiote, que chega a comemorar em vez de se sentir triste quando descobre que um barco com imigrantes afundou no oceano.
A hist&oacute;ria da imigra&ccedil;&atilde;o remonta &agrave; era colonial no arquip&eacute;lago, que se tornou uma col&ocirc;nia francesa em 1912, apesar de sua presen&ccedil;a desde 1841. At&eacute; houve uma tentativa de independ&ecirc;ncia total, em 1974, mas a Fran&ccedil;a se recusou a ratificar o pedido, ent&atilde;o os Comores anunciaram a independ&ecirc;ncia unilateral em junho do ano seguinte. A Fran&ccedil;a ignorou, mas cinco meses depois reconheceu a independ&ecirc;ncia das tr&ecirc;s ilhas, exceto a de Mayotte.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/05/04/04131615790221.jpg" alt="(Fonte: Le Monde/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Gregoire Merot/AFP/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Em fevereiro de 1976, a governo franc&ecirc;s realizou outro referendo em Mayotte, que votou a favor de manter sua conex&atilde;o com o pa&iacute;s. No final daquele ano, houve um golpe nas Comores independentes, seguido por um contra-golpe dois anos depois executado por mercen&aacute;rios franceses liderados por Bob Denard. Esse era o in&iacute;cio de um per&iacute;odo de 20 anos de golpes e instabilidade pol&iacute;tica nas tr&ecirc;s ilhas independentes.
Como resultado, as Comores despencaram em quest&otilde;es socioecon&ocirc;micas, se tornando um dos pa&iacute;ses mais pobres do mundo no in&iacute;cio do s&eacute;culo XXI, com ilh&eacute;us acusando o governo central na capital Moroni, na Grande Comore, de negligenciar as necessidades b&aacute;sicas de seu povo.&nbsp;
Nesse cen&aacute;rio, n&atilde;o &eacute; muito dif&iacute;cil imaginar como surgiu a pol&iacute;tica ilegal de imigra&ccedil;&atilde;o para Mayotte, com contrabandistas atuando como os antigos coiotes da Am&eacute;rica do Norte, que operam como verdadeiros criminosos que pouco se importam com a vida e bem-estar das pessoas que enviam em barcos apertados e superlotados para morrerem no oceano

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Mayotte: por que mais de 10 mil pessoas morreram tentando chegar lá?

Imagem de 3 fofocas que arruinaram a vida desses nobres no megacurioso

Não é de hoje que as pessoas gostam de saber das fofocas da nobreza. Acontece que nem sempre esses boatos acabaram bem para os envolvidos

A <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/125065-quem-foi-o-primeiro-rei-do-mundo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">vida da nobreza</a> sempre chamou a aten&ccedil;&atilde;o das pessoas. Antigamente, essa curiosidade gerava boatos e fofocas que entretiam os empregados dos castelos, al&eacute;m dos outros nobres &eacute; claro. Contudo, algumas fofocas sa&iacute;ram do controle e mudaram para sempre a vida dos seus personagens.
Selecionamos alguns casos que entraram para hist&oacute;ria. Em alguns deles, n&atilde;o &eacute; poss&iacute;vel saber se as pessoas envolvidas realmente fizeram aquilo de que foram acusadas &mdash; o que n&atilde;o as impediu de sofrerem as consequ&ecirc;ncias.
<h2>1. A princesa e seu amigo de inf&acirc;ncia</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/05/08/08123550103127.jpg" alt="Fonte: Wikimedia" /> <a class="fonte_imagem" href="https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/8/86/Sophie_Dorothea_von_Braunschweig-L%C3%BCneburg%40Residenzmuseum_Celle20160708_01.jpg/800px-Sophie_Dorothea_von_Braunschweig-L%C3%BCneburg%40Residenzmuseum_Celle20160708_01.jpg">&nbsp;Fonte: Wikimedia&nbsp;</a>
Essa poderia ser apenas mais uma hist&oacute;ria de um casamento arranjado na <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/125090-voce-sabia-que-dois-reis-da-inglaterra-nunca-foram-coroados.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">nobreza europeia</a>. Sofia Doroteia de Celle se tornou esposa de seu primo, que viria se tornar o rei brit&acirc;nico George I, por interm&eacute;dio de sua m&atilde;e, que trabalhou arduamente para que a filha se tornasse rainha.
No entanto, o casamento entre os primos n&atilde;o resultou em felicidade para nenhum dos dois noivos. Ainda que Sofia desse ao marido os herdeiros necess&aacute;rios para a continuidade do trono, ele mantinha seus casos extraconjugais a vista de todos &mdash; a ponto de ser aconselhado a ser mais discreto, sob pena de perder o dote que a fam&iacute;lia da noiva havia pagado.
Com o tempo, Sofia passou a ser vista na companhia de um antigo amigo de inf&acirc;ncia, o conde sueco Philip Christoph von K&ouml;nigsmarck. Instalou-se na corte uma fofoca sobre o caso dos dois.
Apesar de sempre ter negado ter mantido rela&ccedil;&otilde;es com o conde, Sofia foi v&iacute;tima da ira do marido. Ap&oacute;s uma grande discuss&atilde;o, ela tenta pedir o div&oacute;rcio, mas seus pais s&atilde;o contra. Ent&atilde;o, ela tenta fugir, mas n&atilde;o tem sucesso.
George I, por sua vez, consegue se divorciar dela, alegando que ela o traiu. Apontada como respons&aacute;vel pelo div&oacute;rcio, Sofia perde seu t&iacute;tulo de nobreza, fica proibida de ver seus filhos, de se casar novamente e ainda &eacute; enviada a uma esp&eacute;cie de pris&atilde;o domiciliar, terminando assim os seus dias.
<h2>2. A rainha e o m&eacute;dico do marido</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/05/08/08123355108123.jpg" alt="(Fonte: Getty Images)" />(Fonte: Getty Images)
A rainha Matilda da Dinamarca vivia um casamento infeliz com seu marido, cujo comportamento deprimido preocupava a todos da corte. O m&eacute;dico Johann Friedrich Struensee foi contratado para tratar do rei. De in&iacute;cio, a rainha n&atilde;o gostou do m&eacute;dico, mas depois dele tratar a sa&uacute;de do seu filho, que teve var&iacute;ola, ela passou nutrir afeto por dele.
Eles tiveram um caso que n&atilde;o passou despercebido pelos moradores do castelo &mdash; at&eacute; porque o m&eacute;dico passou a manipular a rainha, governando a Dinamarca.
Ambos foram denunciados. Johann confessou o caso, ap&oacute;s ser torturado. Ele foi executado em 1771 e a rainha foi mandada para o seu pa&iacute;s natal, a Inglaterra.
<h2>3. Amante acusada de bruxaria</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/05/08/08123305136120.jpg" alt="Fonte: Getty Images" />Fonte: Getty Images
A Marquesa de Montespan era a amante predileta do rei franc&ecirc;s Luis XIV &mdash; e eles n&atilde;o pareciam se preocupar com as fofocas, j&aacute; que o rei dava muitos presentes &agrave; sua amada e fazia quest&atilde;o de tornar p&uacute;blico o seu sentimento por ela.
Mas, isso n&atilde;o era o suficiente para a marquesa. Ela <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/121714-titulos-da-realeza-o-guia-definitivo-da-hierarquia-dos-nobres-ingleses.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">queria ser rainha</a>, mesmo sabendo que o Luis XIV era casado e n&atilde;o havia nada que pudesse mudar isso.
Foi a&iacute; que a marquesa decidiu dar mais motivo ao falat&oacute;rio sobre ela. Determinada a se tornar esposa, ela procurou uma pessoa que fazia &ldquo;po&ccedil;&otilde;es do amor&rdquo; &mdash; inclusive, havia o boato de que essa bruxa usava ossos de beb&ecirc;s como ingredientes dos feiti&ccedil;os.
O problema &eacute; que uma investiga&ccedil;&atilde;o sobre envenenamento fez com que a bruxa contratada pela Marquesa de Montespan fosse queimada. Os rumores de que amante havia enfeiti&ccedil;ado o rei franc&ecirc;s ganharam ainda mais for&ccedil;a e ela tamb&eacute;m foi condenada &agrave; morte.

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3 fofocas que arruinaram a vida desses nobres

Imagem de Se o atual Rei Charles é o 3º, quais foram os outros dois? no megacurioso

Os outros dois Charles, antes do atual monarca do Reino Unido, viveram no século XVII, cercados por bastante polêmica

<head></head><body>Para nós, é bastante simples presumir que o príncipe Charles se tornaria o rei Charles, ao assumir o trono. Mas a verdade é que ele poderia escolher outro nome para se identificar enquanto monarca do Reino Unido.&nbsp;O avô de Charles, pai da Rainha Elizabeth II, fez isso: o nome verdadeiro dele era Albert, mas ele ascendeu ao trono como George VI. A ideia era simbolizar a continuidade do reinado de seu pai, George V, <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/125090-voce-sabia-que-dois-reis-da-inglaterra-nunca-foram-coroados.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">depois da polêmica abdicação do irmão</a>, Edward VIII.&nbsp;Embora outras alternativas tenham sido cogitadas — como George VII —, o rei coroado em 2023 preferiu a opção mais simples. Tornou-se o rei Charles III. Porém, se ele é o terceiro com esse nome, quem foram os outros dois Charles?<h2>Charles I: o decapitado (1625-1649)</h2>Há uma piada sobre esse rei que resume bastante a história: o fato mais interessante sobre o Rei Charles I é que ele começou seu reinado com 1,67 m e terminou com 1,48 m de altura. Afinal, ele foi decapitado após anos de tensões com o parlamento.&nbsp;Charles I nasceu na Escócia, em 1600, e se tornou herdeiro do trono depois que seu pai, filho de <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/105865-a-macabra-historia-da-decapitacao-de-maria-stuart-rainha-da-escocia.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Maria Stuart</a>, sucedeu a tia Elizabeth I no trono da Inglaterra. Então, em 1625, ele se tornou rei — mas não sem muitos atritos com o parlamento inglês.&nbsp;Ele tentou governar sem o parlamento e a tensão escalou, até que uma guerra civil se instalou, em 1642. As tropas escocesas, leais ao rei, lutaram contra as tropas do parlamento inglês até o rei ser capturado, em 1647.&nbsp;Os captores exigiam a instalação de uma monarquia constitucional — onde o rei tem papel de chefe de estado, mas não de chefe de governo —, <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/122915-por-que-a-monarquia-britanica-ainda-tem-tanto-poder.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">como é o Reino Unido hoje</a>. Como Charles I não aceitou, ele foi julgado e condenado por traição, em 1649.&nbsp;<span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;Wikimedia Commons&nbsp;" data-fonte-url="https://en.wikipedia.org/wiki/Charles_I_of_England#/media/File:King_Charles_I,_with_the_Order_of_the_Garter_-_Anthony_van_Dyck.jpg"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/05/08/08165049274231.jpg" alt="O rei Charles I (Fonte: Wikimedia Commons)">O rei Charles I (Fonte: Wikimedia Commons)<h2>Charles II: o rei playboy (1660-1685)</h2>O segundo Charles era filho do primeiro, mas só assumiu o trono em 1660. Isso porque, após a morte do antigo rei, a Inglaterra foi uma república, liderada por Oliver Cromwell, o homem que ordenou a morte de Charles I. Acontece que, após a morte de Cromwell, uma crise sucessória se instalou — e a elite inglesa resolveu trazer um monarca novamente.&nbsp;Charles II era o mais velho dos filhos vivos de Charles I. Logo, a coroa caiu na cabeça dele.&nbsp;Seu reinado foi muito mais bem sucedido, tanto que ele morreu de causas naturais. Mas não passou sem muitas polêmicas: embora ele tenha se esforçado para trazer liberdade religiosa ao reino, sempre na <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/120366-reforma-protestante-5-consequencias-sociais-do-luteranismo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">tensão entre católicos e protestantes</a>, houve uma polêmica quando seu irmão e herdeiro aparente se converteu ao catolicismo.&nbsp;Até porque Charles II não deixou nenhum herdeiro legítimo. Ele se casou com a portuguesa Catarina de Bragança e teve 12 filhos — mas todos com amantes. Tem quem diga que vários nobres dos séculos seguintes, como Lady Di, são descendentes de Charles II por seus filhos ilegítimos. Ele deu títulos para todos e fez a esposa conviver com vários.&nbsp;<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/05/08/08165731534235.jpeg" alt="O rei Charles II (Fonte: Wikimedia Commons)">O rei Charles II (Fonte: Wikimedia Commons)Além disso, Charles II tratou de se vingar dos assassinos de seu pai. Não apenas ordenou a morte dos que estavam vivos, como desenterrou o corpo de Oliver Cromwell, decapitou-o e pôs a cabeça em uma estaca.&nbsp;<h2>O outro Charles III</h2>Mas a história não acaba aí. Quando James II, o irmão mais novo de Charles II, assumiu o trono em 1685, os ingleses não ficaram nada felizes em ter um rei católico. Além disso, assim como o pai, James quis reinar por conta própria, de forma absolutista.Em 1688, James II foi deposto. A filha dele, a protestante Mary, foi colocada no lugar. Mas outro filho, James III, permaneceu reclamando o trono. O filho de James, Charles, reclamou por mais um tempo — se autodenominando Charles III.&nbsp;Mesmo lutando algumas batalhas, a coroa britânica continuou com George II. E o único Charles III nos livros de história será o atual monarca, coroado em 2023.</body>

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Se o atual Rei Charles é o 3º, quais foram os outros dois?

Imagem de 6 tesouros do Museu Britânico que os países de origem querem de volta no megacurioso

Inglaterra guarda muitas relíquias mundiais, mas os países de origem querem alguns de seus tesouros de volta

<head></head><body>A Grã-Bretanha foi o maior império da humanidade, chegando a dominar um quarto do planeta. Isso possibilitou que o <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/124969-museu-britanico-desvenda-misterios-de-caixoes-de-animais-egipcios.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Museu Britânico</a> tenha um acervo com raridades de várias nações. Nem sempre os itens foram adquiridos de uma maneira muito amigável, o que tem levado aos países pedirem seus tesouros de volta.Apesar das solicitações, a Inglaterra se nega devolver os itens. O argumento dos ingleses é que suas leis impedem o envio das relíquias. Como alternativa, o governo sediado em Londres costuma oferecer um empréstimo a título de “intercâmbio cultural” e ainda exigem uma contrapartida. O que, obviamente, os países de origem não aceitam.<h2>1. Os bronzes de Benin</h2><span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;Museu Britânico/Reprodução&nbsp;" data-fonte-url="https://www.britishmuseum.org/sites/default/files/styles/uncropped_small/public/2020-06/Benin-armlet-750.jpg?itok=nQdg6QxN"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/05/04/04013602315003.jpg" alt="(Fonte: Museu Britânico/Reprodução)">(Fonte: Museu Britânico/Reprodução)As esculturas de bronze de Benin têm uma história conturbada, marcada por violência e opressão. Feitas há mais de 800 anos, essas obras de arte foram tomadas à força por tropas britânicas em 1897, durante uma expedição que visava reprimir a resistência da Nigéria contra a colonização.O resultado dessa invasão foi uma verdadeira pilhagem da cidade de Benin com o saque de tesouros, a destruição de monumentos e a morte de muitas pessoas. Entre os objetos levados pelos britânicos, estavam mais de 200 esculturas de bronze que, até hoje, estão expostas no Museu Britânico, em Londres.<h2>2. Hoa Hakananai'a</h2><span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;Museu Britânico/Reprodução&nbsp;" data-fonte-url="https://www.britishmuseum.org/sites/default/files/styles/uncropped_small/public/2020-06/Moai-Hava-500.jpg?itok=C_wIzEq6"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/05/04/04013644987004.jpg" alt="(Fonte: Museu Britânico/Reprodução)">(Fonte: Museu Britânico/Reprodução)A <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/124768-os-moais-da-ilha-de-pascoa-realmente-tem-corpos-enterrados.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Ilha de Páscoa</a> é conhecida por suas enigmáticas estátuas de pedra, conhecidas como Moais, que atraem turistas e estudiosos de todo o mundo. Mas uma das esculturas mais importantes, a Hoa Hakananai'a, foi para no Museu Britânico em Londres.A história da remoção dessas estátuas é marcada por violência e opressão, com a Marinha Real Britânica tomando duas cabeças em 1868 e levando-as para a Inglaterra. Desde então, muitos pedidos foram feitos para que esses objetos sejam devolvidos à sua terra natal, mas até o momento, sem sucesso.<h2>3. A Pedra de Roseta</h2><span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;Museu Britânico/Reprodução&nbsp;" data-fonte-url="https://www.britishmuseum.org/sites/default/files/styles/uncropped_huge/public/2020-08/rosetta-stone-egyptian-sculpture-room-1920_0.jpg?itok=Vkj5G0HD"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/05/04/04013924680006.jpg" alt="(Fonte: Museu Britânico/Reprodução)">(Fonte: Museu Britânico/Reprodução)A Pedra de Roseta é um dos achados arqueológicos mais significativos já feitos. Essa pedra foi escrita em vários idiomas, o que deu aos historiadores as ferramentas necessárias para decifrar os sistemas de escrita que não eram usados há centenas ou mesmo milhares de anos. A pedra foi originalmente esculpida por volta de 300 a.C.O artefato histórico foi encontrada no Egito por ninguém menos que Napoleão. No entanto, após a derrota francesa para os ingleses, o item foi parar no Museu Britânico, onde tem um destaque especial na exposição permanente.<h2>4. Mármores do Partenon</h2><span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;Museu Britânico/Reprodução&nbsp;" data-fonte-url="https://www.britishmuseum.org/sites/default/files/styles/uncropped_small/public/2020-06/Parthenon-Horse-750.jpg?itok=6SqfQlYW"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/05/04/04013749545005.jpg" alt="(Fonte: Museu Britânico/Reprodução)">(Fonte: Museu Britânico/Reprodução)O <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/123587-parthenon-por-que-o-monumento-e-considerado-a-desgraca-da-escocia.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Parthenon</a> é uma homenagem aos deuses e deusas da Grécia, construída no século V a.C. O lindo templo é frequentemente usado como exemplo em aulas de arte e arquitetura, e é um dos edifícios mais fotografados do mundo.No entanto, várias peças de mármore foram removidos do antigo edifício em grandes pedaços entre 1801 e 1805 e levadas para a Inglaterra pelas mãos do Lord Elgin, o embaixador britânico em Atenas.<h2>5. Amaravati Stupa</h2><span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;Museu Britânico/Reprodução&nbsp;" data-fonte-url="https://www.britishmuseum.org/sites/default/files/styles/uncropped_huge/public/2019-09/Dome-slab%20carved%20in%20limestone%20%28%27Palnad%20marble%27%29%20with%20the%20Great%20Departure%2C%20Prince%20Siddhartha%27s%20horse%20Kanthaka%20with%20empty%20saddle%20leaving%20the%20palace%20via%20an%20elaborate%20torana%20%28gate%29%2C%20british%20museum.jpg"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/05/04/04014021225007.jpg" alt="(Fonte: Museu Britânico/Reprodução)">(Fonte: Museu Britânico/Reprodução)O Amaravati Stupa é um dos mais impressionantes santuários de Buda já encontrados, datado do século III a.C. No entanto, parte de sua beleza foi roubada pelos colonizadores britânicos no século XIX, quando eles o desmontaram e levaram as esculturas para a Grã-Bretanha.As esculturas levadas pelos ingleses, conhecidas como mármores de Amaravati ou mármores de Eliot, retratam a vida de Buda e costumavam decorar a parte externa do santuário. Apesar dos esforços dos historiadores indianos para recuperar essas preciosidades, as esculturas permanecem em exibição no Museu Britânico.<h2>6. Tesouros do Palácio de Verão Chinês</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/05/04/04014141687008.png" alt="(Fonte: Museu Britânico/Reprodução)">(Fonte: Museu Britânico/Reprodução)O Palácio de Verão Chinês foi um marco da arquitetura e da cultura chinesa construído em 1750. Com suas diversas obras de arte, muitas delas consideradas inestimáveis, o palácio era uma verdadeira preciosidade. As ruínas da construção são um destino turístico popular, mas o que resta das obras de arte e outros itens é uma sombra do que já foi.O palácio foi saqueado e destruído pelas tropas da Rainha Vitória e do Imperador Napoleão em retaliação à morte de um cidadão britânico. Entre as peças levadas, encontram-se cetros e vasos imperiais, esculturas de jade e partes de um trono imperial.</body>

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6 tesouros do Museu Britânico que os países de origem querem de volta

Imagem de Crucificação: qual foi o primeiro povo a crucificar seus inimigos? no megacurioso

A crucificação se tornou famosa pelos romanos, mas outros impérios também crucificavam seus inimigos

<head></head><body>A pena de morte é até hoje um tema polêmico. Contudo, esse debate não começou hoje. Povos antigos tinham na execução de condenados uma forma de punir aqueles que erraram, mas, também, de amedrontar outros indivíduos visando evitar que também afrontassem a liderança local — e um dos piores modos de se matar alguém durante a história <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/106933-fatos-que-voce-talvez-nao-saiba-sobre-a-pena-de-crucificacao.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">foi a crucificação.</a>É natural que quando falemos em crucificação pensemos na trajetória de Jesus Cristo, mas, durante séculos, outras pessoas menos famosas foram condenadas a morrer na cruz, uma tortura incorporada como método punitivo em várias civilizações.<h2>Qual foi o primeiro povo a crucificar seus inimigos?</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/04/19/19123707315138.jpg" alt="A tortura era parte da cultura dos assírios. Fonte: Getty Images">A tortura era parte da cultura dos assírios. Fonte: Getty ImagesEmbora os romanos tenham deixado essa forma de matar eternamente famosa, essa ideia não surgiu em Roma. Séculos antes, os assírios já crucificavam — e é creditada a eles a criação desse método.Os assírios criaram um império mesopotâmico em um território que hoje compreenderia partes da Turquia, do Iraque e da Palestina, chegando em épocas até o Egito. Essa civilização, também chamada de neo-assíria, teria surgido no ano de 900 a.C. e sobrevivido até o ano de 600 a.C.Eles se impunham pela violência e crucificar aqueles que consideravam inimigos era uma forma de amedrontar as pessoas que sobreviviam, além de fazer crescer a fama dos seus guerreiros.Outras civilizações, como os babilônicos e os persas, incorporaram a crucificação como método punitivo, até que essa tortura chegasse ao Império Romano.<h2>O que tornava a crucificação tão cruel?</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/04/19/19123759005139.jpg" alt="Fonte: Getty Images">Fonte: Getty ImagesMuitos métodos odiosos de tortura foram e ainda são aplicados aos prisioneiros, mas a crucificação traz requintes de crueldade que surpreendem.Em primeiro lugar, há a espetacularização da morte. Métodos de tortura, como os <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/124781-como-operacao-condor-ensinou-a-tortura-ao-brasil-da-ditadura.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">empregados pela Ditadura Militar brasileira</a>, eram feitos às escondidas, por exemplo. Na crucificação, a morte era acompanhada por todos os cidadãos da cidade — para não ver o chicoteamento do condenado era preciso se esforçar, pois ele começava nas vias públicas.Em seguida, temos o tempo que se levava para que a morte ocorresse. Dependendo dos ferimentos, o condenado agonizava por dias. Como os guardas romanos só poderiam abandonar o local após a morte do prisioneiro, muitos aceleravam o processo. O crucificado lidava com hemorragias, insolação, desidratação, confusão mental, dificuldade para respirar, parada cardíaca, entre outras situações que lhe traziam dor.O filósofo romano Cícero teria deixado clara a sua indignação com a crucificação: "Somente a palavra 'cruz' por si só deveria estar longe não apenas do corpo de um cidadão romano, mas também de seus pensamentos, de seus olhos, de seus ouvidos.".<h2>Quando a crucificação deixou de ser aplicada?</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/04/19/19123838401140.jpg" alt="Busto de Constantino I Fonte: Getty Images">Busto de Constantino I Fonte: Getty ImagesA crucificação deixou de ser usada apenas 400 anos após a morte de Jesus. Foi durante o governo de <a href="https://www.megacurioso.com.br/religiao/42226-5-das-primeiras-seitas-cristas-mais-estranhas-que-ja-existiram.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Constantino I</a>, o primeiro imperador romano a se tornar cristão.Em 2018, arqueólogos italianos divulgaram um estudo sobre um cadáver de um homem de 30 anos crucificado na Itália. Trata-se da segunda evidência arqueológica de crucificação realizada pelo Império Romano — o primeiro havia sido encontrado em 1968, em Jerusalém.Em sua sepultura, não havia nenhuma informação sobre a sua identidade, mas sabe-se que ele não era romano, pois essa pena só era aplicada a escravos, estrangeiros — como os judeus — e, posteriormente, cristãos.</body>

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Crucificação: qual foi o primeiro povo a crucificar seus inimigos?

Imagem de A indústria do couro adoece e mata seus trabalhadores no megacurioso

A produção é considerada essencial para a economia, mas a que custo?

<head></head><body>Usado para confeccionar ou implementar uma variedade de itens – como roupas, calçados, bolsas, móveis, ferramentas e equipamentos –, o couro compõe um mercado global de artigos avaliado em US$ 242,85 bilhões somente em 2022, e deve crescer a uma taxa composta de crescimento anual (CAGR) de 6,6% de 2023 a 2030.No momento, a China é o maior produtor e exportador de produtos feitos em couro, produzindo cerca de 4 bilhões de metros quadrados de couro todos os anos, superando em mais de duas vezes o índice de produção do Brasil, que fica na dianteira com o curtimento de mais de 40 milhões de couros e peles. Nosso país conta com o maior rebanho bovino comercial do mundo para sua indústria de carnes, o colocando entre os cinco maiores fabricantes de couro do planeta.Para além dos <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/123463-por-que-o-ecocapitalismo-e-uma-farsa.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">impactos ambientais</a>, atualmente, grande parte da produção de couro que chega aos países ocidentais é produto de fábricas asiáticas, muitas delas sediadas em países como a Índia, onde o trabalho de curtume é feito por pessoas economicamente vulneráveis que vivem em condições precárias. E isso não é tudo, a perigosa produção do couro mata vários trabalhadores anualmente.<h2>Sufocando em silêncio</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/04/20/20101348849079.jpeg" alt="(Fonte: Collective Fashion Justice/Reprodução)">(Fonte: Collective Fashion Justice/Reprodução)O processo de tratamento do couro está dividido em preparação, curtimento e finalização. Durante o estágio de preparação, o processo começa com a conservação (ou cura) por meio de pesticida, inseticida e sal. Em seguida, o couro é imerso em enzimas que vão decompor as gorduras e proteínas da pele, além de tratar pragas e micróbios; depois, enfim, chega no estágio de calagem e depilação em solução alcalina, com peróxido de hidrogênio usado para remover o calcário das peles, que depois são tratadas com ácido fórmico e sulfúrico, formiato de sódio, cloreto de sódio e metabissulfito de sódio.Na etapa de curtimento, a estrutura do couro é estabilizada para ser protegida do calor, da degradação e hidrólise microbiana e enzimática, fortalecendo e o convertendo em couro. Mais uma série de ácidos e sulfatos são usados para o tingimento, esfoliação e depilação da pele. Depois de pronto, o couro é encaminhado para o tingimento definitivo, engorduramento e revestimento, que criam uma barreira protetora para a pele, alterando a cor e a tornando mais elástica.<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/04/20/20101442148080.jpg" alt="(Fonte: MAHI/Reprodução)">(Fonte: MAHI/Reprodução)Essas pessoas pobres em fábricas decadentes espalhadas pelos locais mais vulneráveis da Índia, Bangladesh, América Central e Sudão desenvolvem lesões musculoesqueléticas agudas e crônicas (que afetam os músculos, ossos, ligamento, meniscos, cápsulas articulares e até a coluna vertebral), escamação e ferimentos por traumas devido ao contato físico e respiratório com os produtos altamente tóxicos do processo de curtimento.A verdadeira bolha tóxica que a movimentação desses produtos causa no ar acarreta também em problemas gastrointestinais que, normalmente, apenas ocorreriam com a ingestão ou consumo do produto. No entanto, aqui, acontecem porque os alimentos e bebidas consumidos no perímetro das fábricas acabam absorvendo as partículas expostas no ar.<h2>A viagem do couro</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/04/20/20101610162083.jpg" alt="(Fonte: The Ecologist/Reprodução)">(Fonte: The Ecologist/Reprodução)Como salientou um estudo publicado no&nbsp;Indian Journal of Occupational &amp; Environmental Medicine, apenas trabalhar como curtidor de couro abre margem para vários tipos de cânceres, como de pulmão, melanoma e sarcoma de tecidos moles; bem como doenças no fígado e nos rins devido ao alto teor de produtos químicos incrivelmente cáusticos, como o cromo, arsênico e vários tipos de solventes, como o formaldeído.No final do dia, o couro pode parecer bonito, mas requer um sacrifício danoso para sua fabricação.<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/04/20/20101716793085.jpg" alt="(Fonte: Sir Gordon Bennett/Reprodução)">(Fonte: Sir Gordon Bennett/Reprodução)Atualmente, o setor do couro ocupa um lugar de suma importância no desenvolvimento da economia mundial devido às receitas de exportação, de um uso que data das primeiras civilizações no Egito e na Mesopotâmia. Há 10 mil anos, surgiram os primeiros couros à prova d’água, sendo que há 5 mil anos começou o curtimento real do produto.A evolução do couro pode ser rastreada em todo mundo desde a Idade da Pedra até os tempos modernos, com as culturas encontrando usos valiosos para o material em suas vidas diárias, o que faz dele um dos produtos têxteis mais populares de todos os tempos.</body>

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