Imagem de Chicago Pile-1: o primeiro reator nuclear construído pelo homem no megacurioso

Em 1938, três cientistas fizeram uma descoberta que mudaria o mundo para sempre

Em 1938, Otto Hahn, Fritz Strassman e Lise Meitner descobriram que o <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/119192-veja-como-e-um-atomo-em-alta-resolucao.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">&aacute;tomo</a> poderia ser dividido. Em uma sala da Universidade de Berlim, os qu&iacute;micos bombardearam &aacute;tomos de ur&acirc;nio grandes e inst&aacute;veis com n&ecirc;utrons min&uacute;sculos e descobriram que o processo poderia produzir b&aacute;rio, um elemento muito mais leve do que o ur&acirc;nio. Ent&atilde;o, eles chegaram &agrave; conclus&atilde;o de que era poss&iacute;vel dividir os n&uacute;cleos de ur&acirc;nio em componentes quimicamente distintos e menos massivos.
Um artigo publicado na edi&ccedil;&atilde;o de janeiro de 1939 na revista Nature mostrou que a descoberta delineava a mec&acirc;nica da fiss&atilde;o e tamb&eacute;m a produ&ccedil;&atilde;o de energia nuclear. Rapidamente, uma equipe de cientistas da Universidade de Columbia, nos Estados Unidos, apressou-se para replicar o resultado desenvolvido em Berlim, constatando o poder da divis&atilde;o do &aacute;tomo.&nbsp;
Em um tenso cen&aacute;rio geopol&iacute;tico da &eacute;poca, a pressa em capitalizar a nova tecnologia se tornou uma corrida, alimentando o medo de que algumas na&ccedil;&otilde;es &mdash; principalmente a Europa fascista &mdash; pudessem usar a descoberta para prop&oacute;sitos nefastos.
<h2>O primeiro reator</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/07/14/14195925405469.jpg" alt="(Fonte: Business Views/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Business Views/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Eles sabiam que usar a <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/118741-chernobyl-registra-aumento-preocupante-de-reacoes-nucleares.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">fiss&atilde;o</a> para gerar uma cadeia de energia poderia ser a receita para a destrui&ccedil;&atilde;o. Portanto, em agosto de 1939, <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/118071-albert-einstein-o-que-aconteceu-com-os-filhos-do-genio.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Albert Einstein</a> e Le&oacute; Szil&aacute;rd redigiram uma carta para <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/119181-frances-perkins-a-mulher-que-inventou-as-leis-trabalhistas-nos-eua.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Theodore Roosevelt</a> alertando-o sobre o perigo de a Alemanha criar uma <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/115935-castle-bravo-a-maior-bomba-nuclear-ja-detonada-pelos-eua.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">bomba nuclear,</a> incentivando-a a iniciar um programa de pesquisa nos Estados Unidos.&nbsp;Um m&ecirc;s depois, <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/117281-germania-o-plano-de-hitler-de-destruir-a-arquitetura-de-berlim.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Adolf Hitler</a> come&ccedil;ou a sua <a href="https://www.megacurioso.com.br/misterios/115756-o-homem-que-comecou-a-guerra-o-incidente-de-gleiwitz.htm#:~:text=Em%2031%20de%20agosto%20de,esta%C3%A7%C3%A3o%20estava%20em%20m%C3%A3os%20polonesas." rel="noopener noreferrer" target="_blank">matan&ccedil;a na Pol&ocirc;nia</a>, dando in&iacute;cio &agrave; <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/45071-8-misterios-da-segunda-guerra-mundial-que-continuam-sem-resposta.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Segunda Guerra Mundial</a>.
Roosevelt imediatamente formou um grupo de pesquisadores nucleares, tendo como l&iacute;der Arthur Holly Compton, chefe do departamento de F&iacute;sica da Universidade de Chicago. Eles tinham objetivo de criar uma rea&ccedil;&atilde;o em cadeia nuclear e, para isso, precisavam criar o primeiro reator nuclear feito por um homem.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/07/14/14200020529470.jpg" alt="(Fonte: Business Views/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Business Views/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
O equipamento seria em formato de caixa com tijolos de grafite e madeira, com cerca de 18 metros de comprimento, 9 metros de largura e altura. No reator, as hastes de controle de c&aacute;dmio absorveriam o excesso de n&ecirc;utrons das rea&ccedil;&otilde;es de fiss&atilde;o para evitar uma <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/118491-os-liquidadores-de-chernobyl-os-700-mil-civis-que-se-sacrificaram.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">perda catastr&oacute;fica de controle</a>.
Em 2 de dezembro de 1942, um m&ecirc;s ap&oacute;s a forma&ccedil;&atilde;o do "time dos sonhos" de Roosevelt, eles desenvolveram o dispositivo sob as arquibancadas do Stagg Field, um campo de futebol da Universidade de Chicago. Quando ligado, o reator nuclear nomeado Chicago Pile-1 (CP-1) induziu com sucesso uma rea&ccedil;&atilde;o em cadeia nuclear, utilizada para gerar energia.
Come&ccedil;ava ali o primeiro passo para a constru&ccedil;&atilde;o do <a href="https://www.megacurioso.com.br/polemica/22160-top-secret-eua-criaram-cidade-para-desenvolver-bomba-atomica-nos-anos-40.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Projeto Manhattan</a>, que seria o respons&aacute;vel por desenvolver as bombas nucleares que selariam o fim da guerra ao serem lan&ccedil;adas sobre <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/119216-os-horrores-do-bombardeio-mortal-de-toquio-em-1945.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Hiroshima e Nagasaki</a>, mostrando como um passo para o homem pode significar a destrui&ccedil;&atilde;o da pr&oacute;pria exist&ecirc;ncia.

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Chicago Pile-1: o 1° reator nuclear construído pelo homem

Imagem de 5 histórias fascinantes que envolvem explosões nucleares no megacurioso

Confira algumas histórias misteriosas sobre a fase de testes nucleares e as maiores catástrofes atômicas do planeta

Ao longo do s&eacute;culo XX, a humanidade viveu sob a tens&atilde;o de conflitos armados, e as primeiras hist&oacute;rias sobre iniciativa nucelar tomaram conta do planeta, com diversos grupos realizando testes e amea&ccedil;ando na&ccedil;&otilde;es com ataques. Alguns desses casos infelizmente se concretizaram e foram respons&aacute;veis por devasta&ccedil;&otilde;es sem precedentes, enquanto outros ficaram apenas nos bastidores, mas elevaram misteriosos rumores durante fases pr&eacute;-operacionais.
Conhe&ccedil;a abaixo algumas das mais misteriosas e fascinantes hist&oacute;rias envolvendo explos&otilde;es nucleares.
<h2>1. Dupla sobreviv&ecirc;ncia</h2>
<iframe width="634" height="356" src="https://www.youtube.com/embed/6dtEWCfWGIY" title="YouTube video player" frameborder="0" allowfullscreen="allowfullscreen"></iframe>
Em 6 de agosto de 1945, Tsutomu Yamaguchi foi uma das v&iacute;timas do ataque nuclear a <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/118087-por-que-chernobyl-continua-perigosa-e-hiroshima-nao.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Hiroshima</a> e, mesmo se escondendo do bombardeio, n&atilde;o conseguiu impedir que a sua pele fosse afetada pela explos&atilde;o. Gravemente queimado, ele passou uns dias com sua fam&iacute;lia para se recuperar, mas em 9 de agosto, ap&oacute;s conseguir ter condi&ccedil;&otilde;es suficientes para voltar a trabalhar, seu escrit&oacute;rio foi totalmente devastado pela segunda bomba at&ocirc;mica, e Yamaguchi foi tomado pela radia&ccedil;&atilde;o.&nbsp;
Mesmo doente, o homem viveu at&eacute; os 93 anos e ganhou o t&iacute;tulo nacional de nijyuu hibakusha, ou seja, "pessoa bombardeada duas vezes".
<h2>2. O encontro entre piloto e v&iacute;tima</h2>
<iframe width="634" height="356" src="https://www.youtube.com/embed/xwpgmEvlRpM" title="YouTube video player" frameborder="0" allowfullscreen="allowfullscreen"></iframe>
Koko Kondo tinha 8 meses quando a primeira bomba at&ocirc;mica detonou Hiroshima. A jovem cresceu acompanhando o sofrimento causado pelo ataque e as tristes hist&oacute;rias de pessoas que perderam tudo com a explos&atilde;o; assim, jurou vingan&ccedil;a contra a tripula&ccedil;&atilde;o do avi&atilde;o Enola Gay, respons&aacute;vel por liberar a bomba.&nbsp;
Quase 10 anos depois, Koko foi convidada para um programa de audit&oacute;rio norte-americano e acabou sendo surpreendida pela participa&ccedil;&atilde;o conjunta de seu algoz: o capit&atilde;o Robert Lewis. Inicialmente enfurecida, a japonesa controlou seu &iacute;mpeto ao ver o piloto chorando de arrependimento e, em vez de atac&aacute;-lo publicamente, segurou sua m&atilde;o em um gesto de solidariedade e perd&atilde;o.
<h2>3. Os testes nucleares de Maralinga</h2>
<iframe width="634" height="356" src="https://www.youtube.com/embed/R0MgVjCEwd0" title="YouTube video player" frameborder="0" allowfullscreen="allowfullscreen"></iframe>
Escolhida como parte de um projeto da Guerra Fria, a &aacute;rea de Maralinga, Austr&aacute;lia, foi palco para uma s&eacute;rie de testes nucleares entre 1956 e 1963, quando sete <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/118975-david-copeland-explodiu-bombas-com-pregos-em-londres-em-1999.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">bombas</a> at&ocirc;micas explodiram, sendo uma delas duas vezes maior do que a que tinha destru&iacute;do Hiroshima. Assustadoramente, h&aacute; suspeitas que esses testes n&atilde;o foram realizados para experimentar o poder das bombas, mas sim a resist&ecirc;ncia humana ap&oacute;s o impacto, e muitos militares acabaram sendo expostos &agrave; radia&ccedil;&atilde;o, com 30% deles sendo v&iacute;timas de c&acirc;ncer.
<h2>4. O misterioso incidente Vela-5B</h2>
<iframe width="634" height="356" src="https://www.youtube.com/embed/HwLF785weFU" title="YouTube video player" frameborder="0" allowfullscreen="allowfullscreen"></iframe>
Em 22 de setembro de 1979, o sat&eacute;lite Vela-5B, projetado para detectar explos&otilde;es nucleares, registrou uma explos&atilde;o de 3 quilotons perto das Ilhas Pr&iacute;ncipe Edward, no Pac&iacute;fico, que aparentemente contou com um flash duplo e uma onda atmosf&eacute;rica. Por&eacute;m, as aeronaves de vigil&acirc;ncia n&atilde;o encontraram nada quando foram investigar o local e at&eacute; hoje n&atilde;o h&aacute; conclus&otilde;es sobre o que de fato aconteceu. Uma falha de leitura do sat&eacute;lite? Testes secretos da &Aacute;frica do Sul e Israel? A d&uacute;vida permanece.
<h2>5. O mel americano &eacute; radioativo</h2>
<iframe width="634" height="356" src="https://www.youtube.com/embed/ywHAtbqVkvs" title="YouTube video player" frameborder="0" allowfullscreen="allowfullscreen"></iframe>
Durante um trabalho escolar que provaria o impacto dos testes nucleares de 1950 e 1960 ao meio ambiente, foi identificado que uma garrafa de <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/118122-os-ursos-realmente-amam-comer-mel.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">mel</a> era 100 vezes mais quente do que v&aacute;rios outros alimentos e que essa amostra em espec&iacute;fico continha altos n&iacute;veis de c&eacute;sio-137, um is&oacute;topo radioativo encontrado em precipita&ccedil;&atilde;o. O caso despertou a aten&ccedil;&atilde;o de cientistas, e cerca de 122 amostras de mel foram coletadas pelas &aacute;reas de cria&ccedil;&atilde;o dos Estados Unidos, com cerca de 68 destas apresentando registros positivos para a presen&ccedil;a de c&eacute;sio-137.&nbsp;
Segundo os especialistas, as plantas absorveram o is&oacute;topo da terra e o armazenaram em n&eacute;ctar, por&eacute;m em concentra&ccedil;&otilde;es que, quando condensadas, n&atilde;o afetam o organismo humano.

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5 histórias fascinantes que envolvem explosões nucleares

Imagem de Taramae e Matsuo: duas sobreviventes de Hiroshima e Nagasaki no megacurioso

Elas foram apenas duas entre os 650 mil civis que sobreviveram ao ataque

<head></head><body>As bombas Little Boy e Fat Man&nbsp;foram lançadas sobre as cidades de <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/119216-os-horrores-do-bombardeio-mortal-de-toquio-em-1945.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Hiroshima e Nagasaki</a> em agosto de 1945, matando mais de 200 mil pessoas, mesmo após a rendição total do Japão assinada pelo imperador Hirohito.Estima-se que 650 mil civis japoneses sobreviveram ao ataque atômico, mas na época e durante muitos anos ninguém quis saber como foram suas vidas no pós-guerra, marcadas por problemas agudos de saúde, marginalização e estigmas sociais.<h2>Rosto em pedaços</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/07/06/06151107256255.png" alt="Taeko Teramae. (Fonte: 1945 Project/Reprodução)">Taeko Teramae. (Fonte: 1945 Project/Reprodução)Em 6 de agosto de 1945, a sobrevivente Taeko Teramae tinha apenas 15 anos quando foi uma das milhares de estudantes mobilizadas para ajudar na escassez de mão de obra em Hiroshima durante a guerra. Ela estava no Departamento de Telefonia da cidade quando ouviu um “barulho tremendo”, como escreveu em seu artigo de 1985 para a revista Heiwa Bunka.As paredes desabaram ao seu redor antes que ela pudesse se mover. “Comecei a engasgar com o cheiro de um gás venenoso e não consegui parar de vomitar na escuridão”, descreveu Taramae. Ela conseguiu escapar dos escombros pulando de uma janela do segundo andar e descendo por um poste telefônico.<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/07/06/06151242537259.jpg" alt="(Fonte: Hiroshima Peace Media/Reprodução)">(Fonte: Hiroshima Peace Media/Reprodução)Assim que tentou cruzar o Rio Kyobashi, ela se deparou com a única ponte para a travessia em chamas e sua cidade coberta por "um mar de fogo". Ela foi auxiliada pela professora Chiyoko Wakita, que a deixou em um centro de evacuação antes de voltar para ajudar seus outros alunos. Ela morreu em 30 de agosto daquele ano.“Wakita salvou minha vida, mas não fui capaz de dizer-lhe um simples ‘obrigado’. Lamento muito por isso até hoje”, disse Teramae.Com a queda da bomba, Taeko Taramae perdeu um de seus olhos, fraturou a mandíbula e teve o rosto dilacerado por centenas de cortes.&nbsp;<h2>O fim do mundo</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/07/06/06151342442262.jpg" alt="Sachiko Matsuo. (Fonte: 1945 Project/Reprodução)">Sachiko Matsuo. (Fonte: 1945 Project/Reprodução)Sachiko Matsuo tinha 11 anos quando seu pai encontrou um folheto lançado pelos pilotos norte-americanos para alertar sobre um ataque iminente que recairia sobre Nagakasi. Aterrorizado, o pai de Matsuo construiu uma cabana improvisada no alto de uma montanha com vista para a cidade, implorando para que sua família se abrigasse lá até o ataque.Quando o bombardeio não aconteceu no dia planejado, visto que o fuso horário dos Estados Unidos estava um dia atrás do Japão, a mãe e a tia de Matsuo disseram ao homem que queriam ficar em casa. Ele se opôs, mas elas não o escutaram, causando nele uma revolta que o fez sair para trabalhar.Receosas, as mulheres mudaram de ideia e ficaram na cabana improvisada por mais um dia. A bomba caiu poucas horas depois. Apesar de as centenas de lacerações graves e queimaduras de terceiro grau causa pela radiação, todos sobreviveram, incluindo o pai de Matsuo. Ele estava do lado de fora da fábrica onde trabalhava quando foi atingido.<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/07/06/06151524628266.jpg" alt="(Fonte: Buhitter/Reprodução)">(Fonte: Buhitter/Reprodução)“Eu não consegui ver nada lá do alto. Lembro de minha avô começar a chorar, dizendo ‘Todo mundo está morto. É o fim do mundo’. Ela estava certa”, lembrou Matsuo, em 2017.Nas semanas seguintes ao bombardeio, o pai de Matsuo começou a sofrer com os efeitos imediatos da <a href="https://www.megacurioso.com.br/radiacao/96886-20-curiosidades-aleatorias-e-bizarras-sobre-a-radiacao.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">radiação</a>, tendo diarreia e febre alta. O cabelo dele caiu, manchas escuras se formaram em sua pele e ele morreu em agonia em 28 de agosto daquele ano.&nbsp;Ele foi apenas um dos milhares que acreditaram que haviam sobrevivido ao pior: o impacto da bomba.</body>

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Taramae e Matsuo: duas sobreviventes de Hiroshima e Nagasaki

Imagem de Chernobyl: por que o desastre nuclear foi bom para a natureza? no megacurioso

Após 35 anos do acidente, zona de exclusão de Chernobyl passou por processo de renovação natural sem sofrer contato de humanos

<head></head><body>O desastre nuclear de Chernobyl em 1986 foi uma verdadeira tragédia humanitária. Na época, a explosão de um dos reatores da usina causou a morte imediata de 100 pessoas, enquanto a Organização das Nações Unidas (ONU) reportou que mais de 4 mil pessoas foram vítimas da radiação espalhada pela Europa até 2005.Por outro lado, inusitadamente o acontecimento acabou se tornando um verdadeiro caso de sucesso para o <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/116181-holandeses-criam-caixao-biodegradavel-otimo-para-o-meio-ambiente.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">meio ambiente</a>. A cidade de Pripyat, construída exclusivamente para servir a usina nuclear, foi totalmente evacuada e uma zona de exclusão foi estabelecida. Com bordas montadas em torno de uma área de 30 km de raio a partir dos restos da explosão, a natureza teve tempo e espaço para se restaurar.<h2>Restauração ecológica</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/05/12/12084419498015.jpg" alt="(Fonte: G Meyer/Unsplash)">(Fonte: G Meyer/Unsplash)Colocando em perspectiva os efeitos imediatos do <a href="https://www.megacurioso.com.br/acidentes-estranhos/58749-21-fatos-surpreendentes-sobre-o-acidente-nuclear-de-chernobyl.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">acidente nuclear de Chernobyl</a>, é difícil acreditar que o acontecimento tenha se tornado algo bom para a natureza. Mais de 400 hectares de pinheiros foram mortos imediatamente após o desastre, e a flora e a fauna ao redor — bem como todas as fontes de água próximas — também foram altamente contaminadas.Entretanto, agora 35 anos após o incidente, a <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/111439-russo-acessa-zona-de-exclusao-nuclear-de-chernobyl-e-faz-registros-unicos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">zona de exclusão</a> parece ter passado por uma transformação selvagem. Apesar dos graves danos causados ao ecossistema no ano da explosão, a biodiversidade da área aumentou rapidamente nas últimas três décadas e espécies raras de animais como o lince e o vulnerável bisão europeu ressurgiram na região.Na parte bielorrussa da zona de exclusão, os pesquisadores descobriram que as populações de javalis, alces e veados cresceram 10 anos após o desastre, enquanto a quantidade de lobos aumentou em sete vezes. Espécies como o cavalo-de-Przewalski, um cavalo raro e ameaçado de extinção nativo da Ásia Central, foram até mesmo liberadas deliberadamente na área como parte dos esforços de conservação.<h2>Possível contaminação</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/05/12/12084454561016.jpg" alt="(Fonte: Michal Lis/Unsplash)">(Fonte: Michal Lis/Unsplash)Por outro lado, ainda não se sabe ao certo quão saudáveis esses animais são. Sem capacidade de coletar informações da área no momento, cientistas acreditam que as criaturas possam sofrer efeitos negativos da exposição à radiação nuclear a longo prazo.&nbsp;Enquanto as populações de mamíferos parecem estar bem, pesquisas mostram que o trigo, centeio, aveia e cevada cultivados perto da área ainda estão contaminados. Quase metade de todas as amostras examinadas por cientistas da Universidade de Exeter e do Instituto Ucraniano de Radiologia Agrícola continham níveis ilegais de isótopos radioativos.Apesar de a zona de exclusão ter se tornado cada vez mais aberta ao turismo, especialistas acreditam que ainda deve demorar cerca de 20 mil anos até que os seres humanos possam habitar a região do acidente nuclear novamente sem grandes riscos à saúde.</body>

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Chernobyl: por que o desastre nuclear foi bom para a natureza?

Imagem de Chernobyl registra aumento 'preocupante' de reações nucleares no megacurioso

A atividade tem sido detectada desde 2016 em uma câmara inacessível das ruínas na Ucrânia, deixando os cientistas em alerta

<head></head><body>Pesquisadores responsáveis por monitorar as ruínas do <a href="https://www.megacurioso.com.br/acidentes-estranhos/58749-21-fatos-surpreendentes-sobre-o-acidente-nuclear-de-chernobyl.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">acidente nuclear de Chernobyl</a>, na <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/118733-vodca-atomica-feita-com-macas-de-chernobyl-e-apreendida-na-ucrania.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Ucrânia</a>, têm registrado um aumento das reações de fissões nucleares em uma sala inacessível do complexo. A atividade está deixando especialistas preocupados com a possibilidade de uma nova explosão.“É como as brasas em uma churrasqueira”, contou o químico de materiais nucleares da Universidade de Sheffield (Inglaterra) Neyl Hyatt, em entrevista dada à Science no início de maio. Ele se refere à atividade nuclear envolvendo as massas de <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/107257-como-o-uranio-e-enriquecido.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">urânio</a> combustível na sala 305/2 da usina.A câmara não é acessada por humanos nem <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/115727-pesquisadores-criam-inseto-robo-movido-a-alcool-e-minusculo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">robôs</a> desde o acidente nuclear ocorrido em 26 de abril de 1986, quando ela foi inundada por material radioativo vazado do reator derretido. Mas o monitoramento indica que a atividade no interior da sala aumentou 40% a partir de 2016.<span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;The Independent/Reprodução&nbsp;" data-fonte-url="https://www.independent.co.uk/news/uk/politics/chernobyl-disaster-uk-government-response-national-archive-thatcher-disaster-shambles-a8132401.html"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/05/13/13212141563469.jpg" alt="(Fonte: The Independent/Reprodução)">(Fonte: The Independent/Reprodução)O movimento registrado pelos cientistas se deve às fissões nucleares, uma reação na qual os núcleos atômicos instáveis são quebrados em outros menores por meio do bombardeamento de <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/114761-astronomos-observam-explosao-de-uma-estrela-de-neutrons.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">nêutrons</a>. Este processo já ocorreu em outras oportunidades, mas os pesquisadores querem saber se será preciso intervir, desta vez, para reduzi-lo.<h2>Novo abrigo pode ser o culpado</h2>Ainda não se sabe o que levou ao aumento das fissões nucleares na câmara. Uma das principais hipóteses levantadas tem relação com a instalação de uma nova estrutura sobre as ruínas, em 2016. Enquanto o abrigo original permitia a passagem de água da chuva, o mais recente vedou por completo o local.Com a água diminuindo no interior da sala, o temor é de que as reações de fissão se intensifiquem, podendo gerar uma liberação descontrolada de energia nuclear. “É um lembrete para nós de que não é um problema resolvido, é um problema estabilizado”, disse Hyatt sobre a situação de <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/118455-como-e-passar-uma-noite-em-chernobyl.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Chernobyl</a>.<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/05/13/13211534507468.jpg" alt="Novo abrigo protegendo o reator. (Fonte: Science/Reprodução)">Novo abrigo protegendo o reator. (Fonte: Science/Reprodução)Em outras ocasiões, as emissões de nêutrons acabaram se estabilizando sozinhas. Mas se for necessária a intervenção, os cientistas pensam em enviar um robô capaz de resistir à radiação intensa por um tempo maior, com a missão de inserir cilindros que ajudariam no controle e na absorção dos nêutrons.O trabalho de prevenção inclui também o monitoramento de outras duas áreas onde há risco de acontecer atividade semelhante.</body>

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Chernobyl registra aumento 'preocupante' de reações nucleares

Imagem de "Vodca atômica" feita com maçãs de Chernobyl é apreendida na Ucrânia no megacurioso

A vodca Atomik foi divulgada mundialmente em 2019 e desenvolvida por cientistas britânicos e ucranianos com centeio e água de Chernobyl

<head></head><body>Qualquer bom sommelier sabe que vodca é uma <a href="https://www.megacurioso.com.br/bebidas-alcoolicas/21343-deu-calor-vodka-de-pimenta-atinge-100-mil-pontos-na-escala-de-scoville.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">bebida “explosiva”</a>, principalmente com essência de frutas. Mas parece que uma destilaria da Ucrânia resolveu aprovar literalmente esse conceito, ao lançar uma vodca fabricada com maçãs cultivadas perto da zona de exclusão de <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/118455-como-e-passar-uma-noite-em-chernobyl.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Chernobyl</a>.Chamada apropriadamente de “Atomik”, a bebida feita pela Chernobyl Spirit Company teve seu primeiro carregamento de 1,5 mil garrafas, que se destinava ao Reino Unido, apreendido pelo serviço secreto em Kiev. Segundo a BBC, os investigadores confiscaram o carregamento de um caminhão na destilaria <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/110697-muito-alem-da-floresta-um-olhar-magico-pelas-paisagens-da-transilvania.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">nos Cárpatos</a>, no mês passado (19).Imediatamente, a advogada da empresa, Elina Smirnova, se manifestou através de um comunicado no site oficial da empresa, afirmando que esta ação das autoridades ucranianas “estão prejudicando a reputação da <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/117223-chernobyl-cientistas-reanalisam-doses-de-radiacao-30-anos-depois.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Ucrânia</a> como um país aberto para realizar negócios”.<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/05/13/13123606617204.jpg" alt="Jim Smith (Fonte: Chernobyl Spirit Co./Divulgação)">Jim Smith (Fonte: Chernobyl Spirit Co./Divulgação)<h2>O que diz a destilaria de Chernobyl?</h2>A destilaria chamada “Chernobyl” fica na verdade em Narodychi, hoje um assentamento urbano com menos de 3 mil habitantes, localizado a 136 quilômetros da <a href="https://www.megacurioso.com.br/acidentes-estranhos/58749-21-fatos-surpreendentes-sobre-o-acidente-nuclear-de-chernobyl.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">usina nucelar</a>, que teve a maior parte da população evacuada após o desastre de 1986. O dono da empresa de bebidas, um professor britânico chamado Jim Smith, havia revelado em 2019 a primeira amostra da vodca de maçãs Atomik.Smith disse na época que a Atomik “não era mais radioativa do que qualquer outra vodca”, e que a bebida era o primeiro produto de consumo desenvolvido na <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/118533-chernobyl-pode-virar-patrimonio-mundial-da-humanidade-pela-unesco.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">zona de exclusão</a>, uma área de 30 quilômetros ao redor da usina, abandonada após o derretimento do reator na então União Soviética.<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/05/13/13124205026205.jpg" alt="Fonte: Chernobyl Spirit Co./Divulgação">Fonte: Chernobyl Spirit Co./Divulgação<a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/107799-conheca-a-historia-da-vodka-de-remedio-a-popularidade-mundial.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">A vodca</a> Atomik foi destilada artesanalmente por uma equipe de cientistas britânicos e ucranianos. Embora trabalhando com ingredientes com baixa contaminação, nenhum sinal de radioatividade foi encontrado após o processo de destilação. Smith explicou que, “quando você destila algo, as impurezas permanecem no produto residual”.Smith declarou à CNN que em momento algum escondeu que o centeio “estava ligeiramente contaminado”, mas foi destilado com água do aquífero de Chernobyl. Ele garante estar trabalhando para gerar empregos e investimentos na região afetada pelo desastre, e que a apreensão do produto sob a alegação de usar selos fiscais falsos é descabida, já que a produção se destina ao Reino Unido.</body>

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'Vodca atômica' feita com maçãs de Chernobyl é apreendida na Ucrânia

Imagem de Chernobyl pode virar Patrimônio Mundial da humanidade pela Unesco no megacurioso

No aniversário de 35 anos do desastre nuclear, Ucrânia busca reconhecimento como forma de homenagem e alerta para o mundo

<head></head><body>O desastre nuclear de Chernobyl completa 35 anos nesta segunda-feira (26) e o governo da Ucrânia, onde ficava o território da usina, agora quer transformar o local em um Patrimônio Mundial.O título, também conhecido como Patrimônio da Humanidade, é conferido pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) para locais de "inigualável e fundamental importância para a humanidade", seja por feitos culturais ou históricos.Para receber a condecoração, a localidade precisa ser aprovada a partir de uma lista de diversos concorrentes anuais. A inscrição parte de países membros da ONU e já conta com 1.121 regiões oficializadas como Patrimônio Mundial.<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/04/26/26120244642170.jpg" alt="O selo de patrimônio mundial da UNESCO.">O selo de patrimônio mundial da UNESCO.Elas incluem o Taj Mahal, na Índia, o santuário de Machu Picchu, no Peru, e o Grand Canyon, nos Estados Unidos. O Brasil possui 22 locais oficializados como patrimônios pela UNESCO. As áreas passam a ser consideradas zonas importantes de preservação e até turismo.&nbsp;<h2>Preservação para conscientizar</h2>O local já era procurado <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/118455-como-e-passar-uma-noite-em-chernobyl.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">para visitar guiadas</a> a regiões hoje consideradas seguras ou com uso de equipamentos de proteção, mas ficou ainda mais conhecido depois da série <a href="https://www.tecmundo.com.br/minha-serie/chernobyl" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Chernobyl</a>, exibida em 2019 pela HBO.Porém, o objetivo do governo não é apenas atrair mais pessoas, mas também imortalizar o território como um alerta para a humanidade, que deve aprender com os erros cometidos na época e o heroísmo daqueles que ajudaram a minimizar os danos.<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/04/26/26121408026181.jpg" alt="A usina ao fundo, vista de um telhado de edifício em Pripyat.">A usina ao fundo, vista de um telhado de edifício em Pripyat."Nós acreditamos que colocar Chernobyl na lista de patrimônios da UNESCO é um passo inicial e importante para ter esse lugar incrível como uma destinação única de interesse para toda a humanidade. A importância da zona de Chernobyl vai muito além das fronteiras da Ucrânia, mas também sobre direitos das pessoas e história", afirmou à Reuters o ministro da cultura ucraniano, Oleksandr Tkachenko.<h2>Relembre o acidente</h2>O reator número 4 da usina nuclear de Chernobyl explodiu em 26 de abril de 1986, quando o território ainda era parte da União Soviética. O local fica a cerca de 108 km da capital da Ucrânia, Kiev.Apesar da evacuação forçada pelo governo, que retirou mais de 300 mil pessoas da região, as autoridades demoraram a agir e reconhecer a gravidade do incidente. Cidades próximas, como Pripyat, foram bastante afetadas e viraram localidades fantasma, já que permanecem inabitáveis devido aos ainda altos níveis de radiação.&nbsp;<iframe src="https://www.youtube.com/embed/TSTCEVP3h40" title="YouTube video player" allowfullscreen="" width="560" height="315" frameborder="0"></iframe>O número de mortos é controverso até hoje: enquanto comitês oficiais contam apenas algumas dezenas de mortes, entre eles apenas operários da usina e membros do corpo de bombeiros que chegaram primeiro ao local, centenas de milhares de pessoas foram afetadas.Na manhã de 26 de abril de 2021, como ocorre todos os anos, moradores de diversas regiões da Ucrânia prestaram homenagens às vítimas.</body>

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Chernobyl pode virar Patrimônio Mundial da humanidade pela Unesco

Imagem de 'Pé de elefante': a massa radioativa que se formou em Chernobyl no megacurioso

A formação mortal se tornou o reflexo do maior desastre nuclear da humanidade

<head></head><body>Era exatamente 1 hora 23 minutos e 45 segundos de 26 de abril de 1986, quando o sistema de resfriamento do reator RBMK-1000 da usina nuclear de <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/118491-os-liquidadores-de-chernobyl-os-700-mil-civis-que-se-sacrificaram.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Chernobyl</a>, em Pripyat, na Ucrânia Soviética, foi desligado e as hastes de controle do núcleo, destinadas a neutralizar uma reação em cadeia, produziram o efeito inverso ao serem reinseridas no núcleo.&nbsp;O calor liberado foi o suficiente para derreter essas hastes compostas de boro e com pontas de grafite, as barras de combustível, os escudos biológicos ao redor do núcleo e até o piso de concreto do prédio do reator.A temperatura superior a 1.600?°C derreteu o invólucro de liga de zircônio das pastilhas de combustível que ficam dentro das varetas de combustível feitas quase inteiramente de óxido de urânio. O recipiente extremamente quente dissolveu o revestimento de zircônio que separa o combustível do fluido refrigerante e começou a se combinar com o urânio, zircônio, grafite, titânio, aço e concreto, formando uma espécie de lava radioativa que atravessou a base do reator e vários andares do prédio até atingir o porão da instalação, onde resfriou e se solidificou de forma que apenas uma arma AK-47 conseguiria perfurá-la.<h2>A formação mortal</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/04/21/21185723770026.jpg" alt="(Fonte: Taringa!/Reprodução)">(Fonte: Taringa!/Reprodução)Só em dezembro de 1986 que alguns <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/118491-os-liquidadores-de-chernobyl-os-700-mil-civis-que-se-sacrificaram.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">liquidadores</a> descobriram a lava solidificada nas ruínas do prédio do reator, através de uma câmera operada remotamente. A massa de 100 toneladas possuía uma aparência de casca de árvore de cor cinza, e a maneira como se acumulou no canto da parede lembrava a pata de um elefante, por isso os trabalhadores a chamaram de "Pé de Elefante de Chernobyl". O nome fazia jus à letalidade de uma pisada do animal, visto que, no momento de sua descoberta, a radioatividade perto da massa era de aproximadamente 10 mil roentgens, o suficiente para matar uma pessoa em apenas 5 minutos de exposição.As primeiras fotos do Pé de Elefante de Chernobyl só foram registradas em 1996, quando os índices de radiação já estavam baixos o suficiente para uma pessoa aguentar alguns minutos sem sofrer nenhum tipo de dano. No entanto, as imagens saíram em sua maioria borradas devido às falhas que os índices de radiação causaram nos aparelhos. Em junho de 1998, as camadas externas da massa começaram a se transformar em pó e causar o esfarelamento dela.<span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;Recoil Offgrid&nbsp;" data-fonte-url="https://2rdrtx4bt29lo91s31mjhkji-wpengine.netdna-ssl.com/wp-content/uploads/2016/10/Chernobyl-nuclear-reactor-disaster-radiation-ukraine-10.jpg"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/04/21/21190008085027.jpg" alt="(Fonte: Recoil Offgrid/Reprodução)">(Fonte: Recoil Offgrid/Reprodução)Apesar de a radioatividade da massa e de outros materiais contendo combustível semelhante ao da lava terem diminuído significativamente desde aquele ano, ainda é perigoso se aproximar demais dela. Grupos de pesquisa se preocupam com a contaminação das águas subterrâneas devido à corrosão causada pelo acúmulo de água dentro do sarcófago construído ao redor do reator 4, e também com as nuvens de poeira radioativa que se formam quando a umidade cai para 85% dentro do invólucro. Estima-se que Chernobyl libere 10&nbsp;kg de poeira de cório a cada ano.</body>

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'Pé de elefante': a massa radioativa que se formou em Chernobyl

Imagem de Os liquidadores de Chernobyl: os 700 mil civis que se sacrificaram no megacurioso

Eles salvaram o mundo de uma contaminação em massa, mas foram abandonados sem saúde para viver na miséria

A 1 hora, 23 minutos e 40 segundos de 26 de abril de 1986, durante um teste de seguran&ccedil;a, Aleksandr Akimov acionou o bot&atilde;o do sistema de desligamento emergencial, fazendo voltar as hastes de controle ao redor do n&uacute;cleo do reator 4 da usina nuclear de <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/117223-chernobyl-cientistas-reanalisam-doses-de-radiacao-30-anos-depois.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Chernobyl</a>, perto da cidade de Pripyat, no norte da Ucr&acirc;nia Sovi&eacute;tica. A inten&ccedil;&atilde;o era que as hastes diminu&iacute;ssem a rea&ccedil;&atilde;o nuclear, por&eacute;m, uma vez que t&ecirc;m pontas de grafite que aceleram a reatividade, elas fizeram a energia "pular" ainda mais devido a uma falha fatal do reator barateado RBMK desenvolvido pela Uni&atilde;o Sovi&eacute;tica.
Cerca de 5 segundos depois, a pot&ecirc;ncia aumentou vertiginosamente a n&iacute;veis que o reator n&atilde;o conseguiu suportar, fazendo saltar as barras de controle e c&aacute;psulas do canal de combust&iacute;vel que pesavam mais de 350 quilos cada. Ent&atilde;o, ocorreu primeiro uma explos&atilde;o de vapor, causada pelo aumento da press&atilde;o dentro do n&uacute;cleo, rompendo o escudo biol&oacute;gico do topo do reator, destruindo os canais de combust&iacute;vel e lan&ccedil;ando grafite puro no ar.
A partir desse momento, a segunda e dr&aacute;stica rea&ccedil;&atilde;o qu&iacute;mica aconteceu: o oxig&ecirc;nio acessou o n&uacute;cleo e se inflamou ao ser combinado com o hidrog&ecirc;nio, e o grafite ficou superaquecido, causando uma segunda explos&atilde;o que culminou em uma cadeia de rea&ccedil;&atilde;o mortal e abriu um imenso buraco no pr&eacute;dio do reator 4 de Chernobyl, come&ccedil;ando a lan&ccedil;ar para os ares uma quantidade imensa de pura radia&ccedil;&atilde;o.
Para que, em 20 de maio de 1986, os mais de 400 mineiros constru&iacute;ssem um sarc&oacute;fago ao redor da unidade do n&uacute;cleo do reator 4 para conter a radia&ccedil;&atilde;o, primeiro foi montada uma for&ccedil;a-tarefa que durou 10 dias, com cerca de 700 mil pessoas, para apagar os inc&ecirc;ndios nucleares que continuavam acontecendo dentro da usina e descontaminar o per&iacute;metro. Eles foram chamados de "liquidadores".
<h2>O sacrif&iacute;cio</h2>
<span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;Rare Historical Photos&nbsp;" data-fonte-url="https://rarehistoricalphotos.com/wp-content/uploads/2016/04/A-Chernobyl-liquidator-pushes-a-baby-in-a-carriage-who-was-found-during-the-cleanup-of-the-Chernobyl-nuclear-accident-1986-small.jpg"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/04/20/20185752134277.jpg" alt="(Fonte: Rare Historical Photos/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Rare Historical Photos/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Foi o Comit&ecirc; de Prote&ccedil;&atilde;o contra Radia&ccedil;&atilde;o e Sa&uacute;de P&uacute;blica da Ag&ecirc;ncia de Energia Nuclear da OCDE que definiu os milhares de homens, mulheres, bombeiros, oper&aacute;rios, militares e volunt&aacute;rios como &ldquo;liquidadores&rdquo;. Com idades entre 18 e 22 anos, essas pessoas se sacrificaram pela limpeza ao redor do reator, a descontamina&ccedil;&atilde;o da unidade, o controle dos inc&ecirc;ndios nucleares, limpeza de florestas e equipamentos, eutan&aacute;sia de animais, constru&ccedil;&atilde;o de estradas, bem como destrui&ccedil;&atilde;o e sepultamento de edif&iacute;cios contaminados em um raio de 30 quil&ocirc;metros da usina.
A opera&ccedil;&atilde;o foi considerada uma miss&atilde;o suicida, mas evitou que a Europa inteira se contaminasse com a constante nuvem de radia&ccedil;&atilde;o lan&ccedil;ada para a atmosfera. &Eacute; exatamente por esse motivo que existem tantas discrep&acirc;ncias e controv&eacute;rsias em rela&ccedil;&atilde;o &agrave; quantidade de pessoas que se envolveram na tarefa, isso porque os dados remanescentes do governo ucraniano da &eacute;poca minimizaram os danos que as pessoas sofreram a curto e longo prazos com o excesso de exposi&ccedil;&atilde;o &agrave; radia&ccedil;&atilde;o.
Contudo, acredita-se que o n&uacute;mero chegue a 700 mil pessoas, de acordo com a Ag&ecirc;ncia de Energia Nuclear da OCDE, muito embora o relat&oacute;rio russo do All-Union indique 293 mil liquidadores formalmente registrados.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/04/20/20190014917283.jpg" alt="(Fonte: Science Photo Library/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Science Photo Library/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Segundo a Funda&ccedil;&atilde;o Chernobyl, estima-se que 40 mil liquidadores morreram 10 anos depois que o trabalhou terminou, seja por c&acirc;ncer de tireoide, doen&ccedil;as card&iacute;acas e problemas respirat&oacute;rios ou digestivos oriundos da exposi&ccedil;&atilde;o constante &agrave; radia&ccedil;&atilde;o sem equipamento apropriado; sendo que 70 mil deles tamb&eacute;m ficaram incapacitados neurol&oacute;gica ou fisicamente.
<h2>Deixados para tr&aacute;s</h2>
<span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;Research Gate&nbsp;" data-fonte-url="https://www.researchgate.net/profile/Thom-Davies/publication/271837253/figure/fig6/AS:295074853343244@1447362735665/Sergey-Petrovych-Krasilnikov-the-head-of-the-Union-of-Liquidators-for-the-Svyatoshynskyi.png"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/04/20/20190233825284.png" alt="Sergey Krasilnikov. (Fonte: Research Gate/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />Sergey Krasilnikov. (Fonte: Research Gate/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Sergey Krasilnikov foi uma das milhares de pessoas que se sacrificaram pela usina. Em 1994, ele sofreu um derrame que o deixou paralisado do lado esquerdo do corpo e precisou de uma cadeira de rodas para se locomover. Aclamado como um her&oacute;i na &eacute;poca, ele tamb&eacute;m foi descartado e esquecido igual aos outros. Em um pr&eacute;dio sem elevador, localizado em Kiev, Krasilnikov foi deixado para viver em um apartamento de dois c&ocirc;modos forrado de quadros com medalhas e honras por seu m&eacute;rito.
O homem chegou a fazer uma greve de fome de 53 dias para protestar contra a falta de apoio do governo &agrave;s pessoas que "acabaram com a pr&oacute;pria vida limpando a sujeira de Chernobyl", como disse em entrevista ao USA Today&nbsp;em 2016. Ignorado, Krasilnikov iniciou um grupo de doa&ccedil;&otilde;es com 1.586 membros, que arrecada dinheiro para os liquidadores inv&aacute;lidos que ainda moram em Kiev.
&ldquo;Eu lembro que ser um liquidador era sin&ocirc;nimo de uma pessoa que resgatava a vida e que criava uma nova realidade. N&oacute;s t&iacute;nhamos orgulho disso e colocamos literalmente nossas almas no trabalho&rdquo;, revelou o idoso. &ldquo;Mas agora eu vejo que pertencemos a uma gera&ccedil;&atilde;o que foi jogada fora. Fomos criados com a no&ccedil;&atilde;o de que &eacute; preciso dar sua vida pelo seu pa&iacute;s, e que a primeira coisa em que voc&ecirc; deve pensar &eacute; na p&aacute;tria&rdquo;.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/04/20/20190505921287.png" alt="(Fonte: Reddit/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Reddit/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Krasilnikov disse que a avalia&ccedil;&atilde;o m&eacute;dica acusou que a paralisia e o derrame foram resultado direto do trabalho dele como liquidador. O m&eacute;dico deixou claro que a perda de sa&uacute;de era de 100%, e que ela se degeneraria ao longo dos anos, impossibilitando que ele operasse atividades que exigissem demais dele.
&ldquo;Demorou muito para que n&oacute;s receb&ecirc;ssemos ajuda do governo para deficientes f&iacute;sicos, ent&atilde;o tivemos que viver precariamente e vender tudo o que a gente tinha&rdquo;, lembrou o ex-liquidador. &ldquo;E voc&ecirc;s sabem o que o governo me deu por todo esse dano &agrave; minha sa&uacute;de? O suficiente para comprar 1 quilo e meio de manteiga&rdquo;.&nbsp;
Sergey Krasilnikov, assim como os outros, recebeu incentivo financeiro durante o seu trabalho na usina, mas que s&oacute; serviu para alimentar uma falsa ideia de coopera&ccedil;&atilde;o para mant&ecirc;-lo motivado pelo risco de ser um liquidador. Ap&oacute;s anos avaliando os danos de Chernobyl &agrave; vida do homem, o governo determinou um aux&iacute;lio de apenas US$ 200 por m&ecirc;s, sendo que US$ 136 da quantia seria destinada para o seu tratamento m&eacute;dico. Foi assim que o governo tratou os seus her&oacute;is.

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Os liquidadores de Chernobyl: os 700 mil civis que se sacrificaram

Imagem de Como é passar uma noite em Chernobyl? no megacurioso

Graças ao Hotel Desyatka, apreciadores do turismo macabro e ávidos por emoção podem passar um dia, ou mais, na região do maior acidente nuclear da história

<head></head><body>Para turistas comuns, uma excursão rápida à cidade fantasma de Pripyat já parece algo arriscado o suficiente, com diversos pontos de controle militares protegendo a região e um toque de recolher noturno que impede que o passeio se prolongue além do período da tarde.&nbsp;Mas para os ávidos por emoção e verdadeiros amantes do turismo macabro, a uma alternativa que permite passar mais horas, ou até mesmo dias, explorando a região de <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/117223-chernobyl-cientistas-reanalisam-doses-de-radiacao-30-anos-depois.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Chernobyl</a>: o Hotel Desyatka.<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/04/19/19135433078238.jpg" alt="(Fonte: Messy Nessy Chic/Luke J Spencer/Reprodução)">(Fonte: Messy Nessy Chic/Luke J Spencer/Reprodução)Localizado na <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/111439-russo-acessa-zona-de-exclusao-nuclear-de-chernobyl-e-faz-registros-unicos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Zona de Exclusão</a>, - uma área com cerca de 2,5 mil quilômetros quadrados ao redor da antiga usina nuclear - o hotel dá as boas-vindas aos seus hóspedes com um aviso sombrio, “lembre-se de que seu corpo está exposto a uma exposição adicional à <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/112051-radiacao-e-a-humanidade-de-chernobyl-a-tomografia-computadorizada.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">radiação</a>. Não toque em nada... Pois pode ser uma fonte de problemas para você, sua família e amigos. Até mesmo para estranhos”.Com uma construção simples e um design que pode ser descrito como sendo de "estilo soviético", o lugar conta com algumas comodidades habituais como um café, bar e até mesmo wi-fi - caso você queria mandar mensagens para seus conhecidos de um dos cantos mais isolados do mundo.<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/04/19/19140432289241.jpg" alt="(Fonte: Hotel Desyatka/Reprodução)">(Fonte: Hotel Desyatka/Reprodução)Porém, outra parte do panfleto de recepção já avisa: “não existe o conceito de hotel para turistas na Zona, então não se deve esperar o serviço e as instalações usuais de tais acomodações. No entanto, existem boas condições para relaxar após um dia de exploração ativa”.Depois de fazer o check-in em Desyatka, é possível sair para explorar o centro da cidade, mas sempre seguindo as recomendações oferecidas pelo hotel, como usar roupas com o mínimo de costuras e zíperes, escolher calçados que você não se importaria em jogar fora em caso de contaminação e carregar lenços umedecidos para limpar a poeira radioativa que pode cair acidentalmente.<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/04/19/19140529180244.jpg" alt="(Fonte: Messy Nessy Chic/Luke J Spencer/Reprodução)">(Fonte: Messy Nessy Chic/Luke J Spencer/Reprodução)Enquanto em Pripyat a chance de se deparar com vários grupos turísticos é grande, Chernobyl oferece a chance de um passeio mais isolado, com casas, parques, biblioteca, escolas e parquinhos infantis abandonados e em decadência passando a sensação de estar preso em um mundo pós-apocalíptico.Curiosamente, ainda há vida a ser encontrada ali, como trabalhadores empregados na construção do sarcófago para cobrir o antigo reator que explodiu em 1986, cientistas conduzindo experimentos, alguns residentes idosos que se recusaram a abandonar seus lares e os próprios funcionários do hotel - o único local aberto durante o período da noite para quem busca uma refeição ou uma bebida.<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/04/19/19140736995247.png" alt="(Fonte: Hotel Desyatka/Reprodução)">(Fonte: Hotel Desyatka/Reprodução)“Vamos ajudá-lo a relaxar após uma longa excursão. Faça uma pausa depois do trabalho. Relaxe com os amigos com um copo de cerveja”, promete o hotel, que também afirma ser uma boa opção para comemorar aniversários.Porém, vale lembrar que com o estrito toque de recolher da Zona de Exclusão, o bar fecha às 22h, mas é possível aproveitar o tempo após o jantar em Desyatka para circular mais um pouco pela cidade, aproveitando o silêncio perturbador ocasionalmente quebrado pelos uivos ocasionais de matilhas de cães selvagens na floresta e bipes eletrônicos crescentes vindos do acampamento científico, para compreender melhor as consequências que um desastre nuclear pode causar, mesmo depois de tantos anos.<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/04/19/19142452898265.jpg" alt="(Fonte: Messy Nessy Chic/Luke J Spencer/Reprodução)">(Fonte: Messy Nessy Chic/Luke J Spencer/Reprodução) </body>

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