Imagem de Por que Chernobyl continua perigosa e Hiroshima não? no megacurioso

O tipo de detonação dos artefatos (um no ar outro no solo) e a quantidade de urânio 235 explicam a diferença entre as duas tragédias

<head></head><body><p><a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/115482-bomba-de-hiroshima-completa-75-anos-e-ameaca-nuclear-ainda-assombra.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Hiroshima&nbsp;</a>no Japão e <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/117223-chernobyl-cientistas-reanalisam-doses-de-radiacao-30-anos-depois.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Chernobyl&nbsp;</a>na Ucrânia são duas cidades irmanadas por tragédias nucleares. A primeira foi parcialmente destruída por uma bomba atômica físsil de urânio com energia de 15 quilotons de TNT. Já os reatores também físseis de urânio em Chernobyl produziram 3,2 mil megawatts de energia térmica, e explodiram.</p><p>Por que uma cidade é habitada e a outra não?</p><h2>O tipo de detonação</h2><p><span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;Komicolle&nbsp;" data-fonte-url="http://diplomaciacivil.org.br/wp-content/uploads/2018/08/hiroshima-bombing-article-about-atomic-bomb.jpg"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/03/19/19174006710370.jpg" alt="Fonte: Komicolle/Reprodução"><span class="desc">Fonte: Komicolle/Reprodução</span></span></p><p>A primeira diferença entre as duas cidades é o tipo de detonação. A bomba <a href="https://www.megacurioso.com.br/armas/102374-mae-de-todas-as-bombas-x-bomba-atomica-qual-e-a-diferenca-entre-elas.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Little Boy</a>, que atingiu Hiroshima, foi detonada centenas de metros acima do solo para maximizar o seu rendimento. Ao explodir no ar, a bomba foi totalmente vaporizada, distribuindo seus resíduos radioativos em uma nuvem em forma de cogumelo que se estendeu por uma grande área com a ajuda do vento.</p><p>A <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/112051-radiacao-e-a-humanidade-de-chernobyl-a-tomografia-computadorizada.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">explosão de Chernobyl</a>, por sua vez, aconteceu em um reator que liberou resíduos radioativos no ar por um tempo bem mais longo, sem contar que muitos desses contaminantes impregnaram o solo.</p><h2>O mecanismo de reação</h2><p><span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;YouTube&nbsp;" data-fonte-url="https://i.ytimg.com/vi/WDYfxoZeSvA/maxresdefault.jpg"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/03/19/19174523980375.jpg" alt="Fonte: YouTube/Reprodução"><span class="desc">Fonte: YouTube/Reprodução</span></span></p><p>Tanto a bomba quanto o reator nuclear retiram energia da fissão do urânio 235. No mecanismo da bomba, como queremos liberar o máximo de energia e de forma mais rápida possível, utilizamos um mecanismo de reação em cadeia onde o <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/107257-como-o-uranio-e-enriquecido.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">urânio 235 absorve um nêutron</a>, sofre fissão, libera muita energia e mais 3 novos nêutrons, de forma que, em cada par de quatro ciclos, um nêutron se transforma em 81.</p><p>No reator nuclear, também desejamos produzir muita energia. Porém, ao acionar o mesmíssimo processo de fissão da bomba atômica, utilizamos hastes de controle de forma que, em cada divisão, um novo urânio 235 absorva apenas um nêutron de cada vez. Assim a densidade de nêutrons no reator permanece estável de um ciclo para o próximo, criando um nêutron novo para cada um perdido, de forma autossustentável.</p><p>Resumindo: em uma bomba atômica, como queimamos o máximo de urânio o mais rápido possível, não precisamos de muito material fissionável. Mas em um núcleo de reator, precisamos de muito material para que a reação possa se manter estável. Enquanto a bomba dispersou 63 kg de urânio no ar, a usina vazou 180 toneladas de urânio no solo.</p></body>

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Por que Chernobyl continua perigosa e Hiroshima não?

Imagem de Fukushima: 8 fotos mostram a devastação anos após a tragédia no megacurioso

Em 11 de março de 2021, completaram-se os 10 anos da catástrofe ocorrida no Japão

<head></head><body><p>Na semana passada (11/3), completaram-se os 10 anos da <a href="https://www.megacurioso.com.br/desastres-naturais/" rel="noopener noreferrer" target="_blank">catástrofe</a> em Fukushima, no Japão. Em 2011, a combinação do maior terremoto registrado no país, de tsunami com ondas de mais de 15 metros e das explosões na <a href="https://www.megacurioso.com.br/acidentes-estranhos/58749-21-fatos-surpreendentes-sobre-o-acidente-nuclear-de-chernobyl.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">usina nuclear</a> causou uma enorme destruição e a morte de aproximadamente 20 mil pessoas.</p><p>Mesmo a fotógrafa Janine Pendleton, acostumada a desbravar áreas abandonadas e cheias de histórias tristes e sombrias, confessa que a visita a Fukushima a impactou profundamente. “Nada poderia ter me preparado para as emoções avassaladoras que senti lá. [...] Mesmo 1 década após o acontecimento, a área carrega as cicatrizes daquele dia”, afirma.</p><p>Confira a seguir algumas das imagens que ela registrou durante sua visita em 2019 e publicou recentemente no <em>Bored Panda</em>:</p><h2>1. O que sobrou de um mercado</h2><p><span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;Obsidian Urbex Photography&nbsp;" data-fonte-url="https://www.obsidianurbexphotography.com/"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/03/14/14125635150002.jpg" alt="(Fonte: Obsidian Urbex Photography/Reprodução)"><span class="desc">(Fonte: Obsidian Urbex Photography/Reprodução)</span></span></p><h2>2. Tudo está coberto por várias camadas de sujeira</h2><p><span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;Obsidian Urbex Photography&nbsp;" data-fonte-url="https://www.obsidianurbexphotography.com/"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/03/14/14125736510003.jpg" alt="(Fonte: Obsidian Urbex Photography/Reprodução)"><span class="desc">(Fonte: Obsidian Urbex Photography/Reprodução)</span></span></p><h2>3. Em alguns locais, os itens acumulados no chão chegam à altura dos joelhos&nbsp;</h2><p><span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;Obsidian Urbex Photography&nbsp;" data-fonte-url="https://www.obsidianurbexphotography.com/"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/03/14/14125818542005.jpg" alt="(Fonte: Obsidian Urbex Photography/Reprodução)"><span class="desc">(Fonte: Obsidian Urbex Photography/Reprodução)</span></span></p><h2>4. Essa escola fica a menos de 1 km do mar e foi evacuada pouco antes de o tsunami atingir a região</h2><p><span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;Obsidian Urbex Photography&nbsp;" data-fonte-url="https://www.obsidianurbexphotography.com/"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/03/14/14125843573006.jpg" alt="(Fonte: Obsidian Urbex Photography/Reprodução)"><span class="desc">(Fonte: Obsidian Urbex Photography/Reprodução)</span></span></p><h2>5. O chão da quadra acabou cedendo</h2><p><span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;Obsidian Urbex Photography&nbsp;" data-fonte-url="https://www.obsidianurbexphotography.com/"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/03/14/14125906839007.jpg" alt="(Fonte: Obsidian Urbex Photography/Reprodução)"><span class="desc">(Fonte: Obsidian Urbex Photography/Reprodução)</span></span></p><h2>6. É proibido chegar até as lojas abandonadas</h2><p><span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;Obsidian Urbex Photography&nbsp;" data-fonte-url="https://www.obsidianurbexphotography.com/"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/03/14/14125932636008.jpg" alt="(Fonte: Obsidian Urbex Photography/Reprodução)"><span class="desc">(Fonte: Obsidian Urbex Photography/Reprodução)</span></span></p><h2>7. A <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/113111-fukushima-vida-selvagem-floresce-na-zona-de-exclusao-da-usina-nuclear.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">natureza</a> vem ocupando carros e casas</h2><p><span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;Obsidian Urbex Photography&nbsp;" data-fonte-url="https://www.obsidianurbexphotography.com/"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/03/14/14130037231009.jpg" alt="(Fonte: Obsidian Urbex Photography/Reprodução)"><span class="desc">(Fonte: Obsidian Urbex Photography/Reprodução)</span></span></p><h2>8. Casa de jogos tradicional&nbsp;</h2><p><span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;Obsidian Urbex Photography&nbsp;" data-fonte-url="https://www.obsidianurbexphotography.com/"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/03/14/14130109716010.jpg" alt="(Fonte: Obsidian Urbex Photography/Reprodução)"><span class="desc">(Fonte: Obsidian Urbex Photography/Reprodução)</span></span></p></body>

thumb-image-2024-02-29T14:05:22.683Z

Fukushima: 8 fotos mostram a devastação anos após a tragédia

Imagem de Remédio radioativo desintegrou a mandíbula e os ossos de atleta no megacurioso

Segundo o advogado de Eben Byers, o homem perdeu a mandíbula e sofreu desintegração do corpo após beber 1.400 frascos de Radithor

<head></head><body><p>Com a promessa de aliviar os problemas causados pela nicotina, os remédios radioativos foram uma verdadeira febre na primeira metade do século XX, especialmente para os excêntricos que levavam um estilo de vida repleto de extravagâncias. Porém, seus efeitos a longo prazo podem ser catastróficos, e o que aconteceu com o rico socialite americano Eben Byers foi a prova de até onde o vício e o potencial de um medicamento bizarro podem alcançar.</p><p>Ebenezer McBurney Byers foi uma notável personalidade norte-americana vista com bons olhos pela comunidade dos atletas, especialmente após vencer o campeonato nacional amador de <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/117614-bola-de-golfe-da-apollo-14-e-reencontrada-na-lua-50-anos-depois.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">golfe</a> em 1906. O rapaz levava uma vida movimentada e era conhecido por ter uma libido excessivamente alta, regada pelo lucro e fama obtida como resultado da herança da empresa familiar Girard Iron Company, da qual se tornou presidente.</p><p>Quando um acidente em uma locomotiva resultou no deslocamento de seu braço e na brusca interrupção em seu estilo de vida, algo que comprometeu de vez sua carreira como atleta, Byers foi encaminhado a um médico para realizar uma avaliação completa, e foi aí que conheceu o remédio Radithor, produzido pelo farmacêutico William J.A. Bailey, que prometia pagamentos em dinheiro para cada clínica que receitasse o medicamento.</p><p><span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;Wikimedia Commons&nbsp;" data-fonte-url="https://en.wikipedia.org/wiki/Radithor#/media/File:Radithor_bottle_(25799475341).jpg"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/02/22/22092152364059.jpg" alt="(Fonte: Sam LaRusso - Wikimedia Commons / Reprodução)"><span class="desc">(Fonte: Sam LaRusso - Wikimedia Commons / Reprodução)</span></span></p><p>Rapidamente, Eben entrou em um estado de dependência absurdo, comprando Radithor para todos os seus conhecidos e recomendando prontamente a bebida. Totalmente obcecado e convencido sobre os efeitos "benéficos" do remédio, o playboy tomou sozinho cerca de 1400 frascos, e não demoraria a sentir os efeitos da <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/117223-chernobyl-cientistas-reanalisam-doses-de-radiacao-30-anos-depois.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">radiação</a> em seu corpo.</p><h2>O triste fim de Eben Byers</h2><p>Em 31 de março de 1932, Eben Byers foi oficialmente declarado morto, diagnosticado com múltiplos cânceres induzidos por radiação. Aos 51 anos, o ex-atleta sofria com a perda de peso, dores de cabeça e queda dos dentes, resultando na decomposição quase total de sua mandíbula inferior, deteriorada pelo excesso de rádio líquido. Por fim, seu advogado relatou que "todo o tecido ósseo restante do corpo estava se desintegrando e buracos estavam se formando em seu <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/116343-cranio-do-1o-milenio-revela-ataque-brutal-a-jovem-inglesa.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">crânio</a>", e Eben Byers foi enterrado com apenas seis dentes restantes.</p><p>Já em 1949, o inventor da bebida foi encontrado morto por câncer na bexiga, e 20 anos depois seu corpo ainda permanecia quente, como resultado da contaminação pela substância radioativa.</p></body>

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Remédio radioativo desintegrou a mandíbula e os ossos de atleta

Imagem de Polvo raro de 9 braços é encontrado na costa do Japão no megacurioso

Cientistas acreditam que tentáculo extra em polvo possa ser proveniente de processo falho de regeneração de um dos braços


<p>Um raro espécime de <a href="https://www.megacurioso.com.br/animais/75374-cientistas-conseguiram-mapear-todo-o-genoma-de-um-polvo.htm" target="_blank" rel="noopener noreferrer">polvo</a> com nove tentáculos foi capturado na costa do Japão durante o mês de novembro. O corpo do animal, que por pouco não virou prato principal para a refeição de uma família japonesa, foi enviado para o Shizugawa Nature Center, onde foi preservado em álcool e logo estará em exibição para o público.</p>



<p>De acordo com o jornal <em>The Mainichi</em>, a criatura foi descoberta no nordeste da cidade de Minamisanriku pelo cultivador de algas Kazuya Sato, que o entregou para que sua esposa de 65 anos cozinhasse-o. Logo ao notar a bizarra mutação, a família achou tomar uma providência e ligar para o museu mais próximo.</p>



<h2>Tentáculo extra</h2>



<figure class="mt-2"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2020/12/09/09041814211002.png" alt="(Fonte: Shizugawa Nature Center)" /><figcaption>(Fonte: Shizugawa Nature Center)</figcaption></figure>



<p>Apesar de ser uma característica extremamente curiosa e chamativa, o <a href="https://www.megacurioso.com.br/animais/101922-cada-tentaculo-de-um-polvo-tem-sua-propria-mente-sabia.htm" target="_blank" rel="noopener noreferrer">tentáculo</a> extra não é exatamente uma história desconhecida entre a população de polvos, visto que essas criaturas possuem a habilidade de regenerar membros do corpo amputados. </p>



<p>Porém, durante alguma etapa desse processo, é possível que o braço arrancado apresente algum tipo de dano permanente, ocasionando uma regeneração falha e um curioso tentáculo adicional ou um tentáculo bifurcado.</p>



<p>No caso do animal encontrado na costa de Minamisanriku, o nono braço não chegou a desenvolver de maneira completa e, portanto, aparenta ser uma versão ‘encurtada’ de um tentáculo comum. Mesmo assim, a mutação continuou sendo interessante o suficiente para despertar o interesse dos pesquisadores japoneses.</p>



<h2>Acidente nuclear</h2>



<figure class="mt-2"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2020/12/09/09041909235004.png" alt="(Fonte: Shizugawa Nature Center)" /><figcaption>(Fonte: Shizugawa Nature Center)</figcaption></figure>



<p>A Baía de Shizugawa, onde o raro polvo foi capturado junto três outros espécimes, fica localizada a 200 km da usina nuclear de <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/113111-fukushima-vida-selvagem-floresce-na-zona-de-exclusao-da-usina-nuclear.htm" target="_blank" rel="noopener noreferrer">Fukushima</a>, a qual sofreu um derretimento de três dos seus seis reatores após ser atingida por um maremoto de magnitude 7.9 em 2011.</p>



<p>Na época, o desastre nuclear causou grande preocupação no governo do país asiático sobre as possíveis consequências do rastro químico deixado pelo acidente. Entretanto, os pesquisadores do Shizugawa Nature Center garantem que a mutação do polvo encontrado na cidade nada tem a ver com o ocorrido há 9 anos.</p>



<p>Para se ter ideia, em 1960 o Laboratório Marinho da Universidade de Miami, nos Estados Unidos, já havia relatado um caso similar de um polvo com braço bifurcado na costa norte-americana. Em um caso ainda mais extremo, um estudo publicado na revista <em>Preceedings of the Japan Academy</em> em 1965 chegou a relatar a existência de múltiplos polvos com mais de oito tentáculos, inclusive um com 90 deles.</p>


thumb-image-2024-02-29T14:05:11.022Z

Polvo raro de 9 braços é encontrado na costa do Japão

Imagem de Coleções de vidro de urânio: belas e radioativas no megacurioso

A produção de vidros de urânio floresceu até 1930, quando as doenças causadas pelos óxidos de urânio aos operário determinou o fim da produção


<p>Em uma demonstração de que muitas vezes o luxo pode se sobrepor à própria sobrevivência, houve um tempo em que pessoas se expunham a perigosos níveis de <a href="https://www.megacurioso.com.br/radiacao/96886-20-curiosidades-aleatorias-e-bizarras-sobre-a-radiacao.htm" target="_blank" rel="noopener noreferrer">radiação</a> para produzir deslumbrantes <a href="https://www.megacurioso.com.br/gifs-animados/44755-veja-imagens-incriveis-sobre-a-producao-de-vidros-de-quartzo.htm" target="_blank" rel="noopener noreferrer">peças de vidro</a> de urânio, fluorescentes e brilhantes sob luz negra.</p>



<figure class="mt-2"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2020/12/02/02183808142334.jpg" alt="Fonte: Radioactive Antiques/Instagram/Reprodução" /><figcaption>(Fonte: Benjamin/Instagram/Reprodução)</figcaption></figure>



<p>Ainda presentes em muitas lojas de antiguidades e coleções, o vidro de urânio é feito mesmo com óxido de urânio, o que confere aquela coloração esverdeada, mas também uma perigosa letalidade devido a diferentes graus de radiação. Na maioria das vezes, no entanto, o vidro de urânio é seguro de usar, desde que não seja frequentemente.</p>



<figure class="mt-2"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2020/12/02/02184320881338.jpg" alt="Fonte: Dr. David Powers/Instagram/Reprodução" /><figcaption>(Fonte: David Powers/Instagram/Reprodução)</figcaption></figure>



<p>A concentração do metal no vidro, que já chegou a atingir impressionantes 25% no início do século XX, foi reduzido posteriormente a níveis residuais com no máximo 2%. A quantidade de <a href="https://www.megacurioso.com.br/busca?x&q=ur%C3%A2nio#gsc.tab=0&gsc.q=ur%C3%A2nio&gsc.page=1" target="_blank" rel="noopener noreferrer">urânio</a> não influencia em nada a fluorescência do vidro. Pelo contrário, quanto mais urânio no vidro, menos este se torna fluorescente sob luz negra.  </p>



<h2>Precauções com o vidro de urânio</h2>



<figure class="mt-2"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2020/12/02/02184654556340.jpg" alt="Fonte: Harley Ryan 69/Instagram/Reprodução" /><figcaption>(Fonte: Harley Ryan/Instagram/Reprodução)</figcaption></figure>



<p>Os cuidados a serem adotados pelas pessoas que possuem conjuntos de vidro de urânio são os mesmos daqueles dispensados ao vidro com chumbo. Ambos são seguros para uso ocasional, mas não se deve armazenar qualquer tipo de alimentos ou bebidas neles. Ou ficar polindo a coleção de vidros.</p>



<figure class="mt-2"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2020/12/02/02185005011341.jpg" alt="Fonte: Megan Normansell/Instagram/Reprodução" /><figcaption>(Fonte: Megan Normansell/Instagram/Reprodução)</figcaption></figure>



<p>Além disso, as substâncias radioativas em vidrarias de urânio fixam-se no vidro, reduzindo bastante o risco de sua propagação no meio ambiente. A amplitude da radiação emitida varia entre 10 a 15 cm, o que significa que guardar as peças dentro de uma caixa protetora de vidro praticamente elimina os riscos.</p>



<figure class="mt-2"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2020/12/02/02185241201342.jpg" alt="Fonte: Benjaaa Meeeen/Instagram/Reprodução" /><figcaption>(Fonte: Benjaaa Meeeen/Instagram/Reprodução)</figcaption></figure>



<h2>História dos vidros de urânio</h2>



<p>Embora existam evidências de que esse tipo de vidro tenha sido usado desde a Antiguidade, foi somente na Idade Média, após a descoberta de compostos de urânio nas minas de prata dos Habsburgos, na Bohemia, que a produção em massa de produtos de vidro de urânio teve início.</p>



<figure class="wp-block-embed-youtube wp-block-embed is-type-video is-provider-youtube wp-embed-aspect-16-9 wp-has-aspect-ratio"><div class="wp-block-embed__wrapper">
<iframe title="Uranium Glass Lecture" width="1366" height="768" src="https://www.youtube.com/embed/_9fQikUgeIY?feature=oembed" frameborder="0" allow="accelerometer; autoplay; clipboard-write; encrypted-media; gyroscope; picture-in-picture" allowfullscreen></iframe>
</div></figure>



<p>A indústria de peças em vidro de urânio floresceu entre as décadas de 1880 e 1930. Porém, após os enormes danos causados à saúde dos sopradores de vidro e posteriormente aos operários das grandes fábricas de vidro, a produção de urânio foi interrompida, depois do final da Segunda Guerra Mundial.</p>


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Coleções de vidro de urânio: belas e radioativas

Imagem de Índia promove chip de estrume de vaca para diminuir radiação de celular no megacurioso

A venda dos chips de cocô é uma tentativa de tornar os abrigos destes animais sagrados autossustentáveis 


<p>O presidente de um órgão federal de pecuária da <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/103541-7-coisas-sobre-a-india-que-nunca-passaram-pela-sua-cabeca.htm" target="_blank" rel="noopener noreferrer">Índia</a> está causando polêmica nas redes sociais ao divulgar chips de celulares feitos de esterco de vaca que supostamente têm propriedades antirradioativas, além de proteger os usuários contra doenças.</p>



<p>Vallabhbhai Kathiria é o presidente do Rashtriya Kamdhenu Aayong, a Comissão Nacional da Vaca. É através dessa autarquia que o governo indiano pretende popularizar os seus pedacinhos de estrume de vaca, primeiramente dentro do próprio país, e depois vendendo para o exterior.</p>



<p>Chamado de Gausatva Kavach, o chip de esterco é fabricado num abrigo para vacas, que são <a href="https://www.megacurioso.com.br/religiao/90559-por-sorte-e-prosperidade-indianos-sao-pisoteados-por-vacas.htm" target="_blank" rel="noopener noreferrer">animais sagrados</a> na Índia, chamado Shrijee Gaushala, na cidade de Rajkot. O objetivo do governo da Índia é tornar 500 gaushalas (abrigos) sustentáveis através da produção de chips de esterco antirradioativo.</p>



<h2>Produtos à base de urina e estrume de vacas</h2>



<figure class="mt-2"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2020/10/15/15222632480411.jpg" alt="Fonte: AFP/Reprodução" /><figcaption>Fonte: AFP/Reprodução</figcaption></figure>



<p>Os chips custam entre 50 e 100 rúpias (R$ 4 e R$ 8) e foram apresentados pelo presidente da Comissão Nacional da Vaca como um ótimo produto: “Estrume de vaca é antirradiação. Se você trouxer isso para casa e colocá-lo no seu celular, ele ficará livre de radiação”.</p>



<p>A Rashtriya Kamdhenu Aayong (Comissão Nacional da Vaca) foi criada em fevereiro de 2019 pelo governo do primeiro-ministro nacionalista hindu <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/107037-ministro-indiano-e-ridicularizado-por-alegar-que-ancestrais-tinham-internet.htm" target="_blank" rel="noopener noreferrer">Narendra Modi</a>, tendo como objetivo &#8220;a conservação, proteção e desenvolvimento das vacas e suas crias&#8221;.</p>



<p>Desde que Modi chegou ao poder em 2014, tem orçado milhões de dólares em pesquisa de produtos à base de urina ou esterco de vacas. A nova investida em chips “antirradioativos” parece ser uma tentativa de exportar esses produtos.</p>



<h2>O que dizem os cientistas</h2>



<figure class="mt-2"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2020/10/15/15222817839412.jpg" alt="Fonte: Daily Hunt/Reprodução" /><figcaption>Fonte: Daily Hunt/Reprodução</figcaption></figure>



<p>Os cientistas contestaram as declarações efusivas de Vallabhbhai Kathiria, alegando que, para validar as qualidades da absorção de radiação pelo esterco seriam necessários testes científicos rigorosos, inclusive estudos revisados por pares.</p>



<p>Muitos hindus acreditam que todos esses subprodutos feitos com urina e estrume de vacas promovem a saúde e o bem-estar, mas essas crenças são baseadas unicamente na fé, sem nenhum tipo de comprovação científica. Logicamente, como em muitos países do mundo, pessoas abusam da fé das pessoas para vender produtos “milagrosos”.</p>


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Índia promove chip de estrume de vaca para diminuir radiação de celular

Imagem de Energia nuclear não reduz emissão de carbono, revela estudo no megacurioso

Se o objetivo for reduzir emissões de carbono, apostar em plantas nucleares pode não ser uma boa ideia. Um estudo realizado por pesquisadores da Univ


<p>Se o objetivo for reduzir emissões de carbono, apostar em plantas nucleares pode não ser uma boa ideia. Um estudo realizado por pesquisadores da University of Sussex Business School (Reino Unido) e da ISM International School of Management (EUA) revelou, a partir de uma análise de 25 anos de programas de&nbsp;<a href="http://www.tecmundo.com.br/energia/" target="_blank" rel="noreferrer noopener">energia</a>&nbsp;de 123 países, que tais soluções não são efetivas para essa finalidade.&nbsp;<a href="https://www.tecmundo.com.br/energia-limpa/66325-novas-tecnicas-revolucionar-producao-energia-mundo.htm" rel="noreferrer noopener" target="_blank">Tecnologias renováveis</a>, portanto, devem ser priorizadas nesses casos.</p>



<p>De acordo com o levantamento publicado na revista<em>&nbsp;Nature Energy</em>, aqueles que contam com anexos nucleares em maior escala não apresentam emissões significativamente mais baixas; já em regiões mais pobres as estruturas são associadas a emissões relativamente mais altas. Além disso, a coexistência de diversas formas de produção acaba limitando o potencial de cada modelo, segundo dados do Banco Mundial e da Agência Internacional de Energia, cobrindo de 1990 a 2014.</p>



<p>Aprisionamento tecnológico e dependências que tumultuam instalações fazem parte do cenário nada benéfico, incluindo obstáculos à configuração de sistemas de transmissão e distribuição de eletricidade, que se torna mais cara, demorada e complicada na hora da substituição.&nbsp;</p>



<p>Benjamin K. Sovacool, professor de Política Energética, aponta que &#8220;<a href="https://www.tecmundo.com.br/ciencia/148650-brasil-quer-ajuda-outros-paises-construir-reator-nuclear.htm" rel="noreferrer noopener" target="_blank">Países que planejam investimentos em larga escala em nova energia nuclear</a>&nbsp;estão arriscando a supressão de maiores benefícios climáticos encontrados em recursos direcionados a energias renováveis alternativas&#8221;.</p>



<p><img src="https://mega.ibxk.com.br/2020/10/06/06105325964252.jpg" alt="Plantas nucleares, além de não auxiliarem na redução de carbono, atrapalham a implementação de estruturas renováveis."><em>Plantas nucleares, além de não auxiliarem na redução de carbono, atrapalham a implementação de estruturas renováveis.</em></p>



<h2>Definição de prioridades</h2>



<p>Não são apenas as indústrias de produção de energia que sofrem as consequências negativas dessa história. A pesquisa aponta que mercados financeiros, instituições regulatórias e práticas de emprego estruturadas em torno de projetos de construção de larga escala, carga básica e longo prazo para usinas de geração térmica centralizada não são bem projetados para facilitar a multiplicidade de&nbsp;<a href="https://www.tecmundo.com.br/mobilidade-urbana-smart-cities/135004-chernobil-volta-produzir-energia-dessa-vez-solar.htm" rel="noreferrer noopener" target="_blank">iniciativas distribuídas de curto prazo</a>.</p>



<p>Andy Stirling, professor de Política de&nbsp;<a href="http://www.tecmundo.com.br/ciencia/" target="_blank" rel="noreferrer noopener">Ciência</a>&nbsp;e Tecnologia, ressalta não ser possível fazer tudo ao mesmo tempo: &#8220;As tensões entre essas duas estratégias podem corroer ainda mais a eficácia de tentativas de interrupção de mudanças climáticas&#8221;. Patrick Schmid, da ISM München International School of Management (Alemanha) complementa: &#8220;Embora seja importante reconhecer a natureza correlativa de nossa análise de dados, é surpreendente como os resultados são claros e consistentes em diferentes períodos e conjuntos de países&#8221;.</p>



<p>&#8220;A relação entre eletricidade renovável e emissões de CO<sub>2</sub>&nbsp;é até sete vezes mais forte do que a relação correspondente para o modelo nuclear&#8221;, finaliza o pesquisador.</p>



<p><a href="https://www.tecmundo.com.br/ciencia/204849-energia-nuclear-nao-reduz-emissao-carbono-revela-estudo.htm" data-type="URL" data-id="https://www.tecmundo.com.br/ciencia/204849-energia-nuclear-nao-reduz-emissao-carbono-revela-estudo.htm" target="_blank" rel="noreferrer noopener">Energia nuclear não reduz emissão de carbono, revela estudo</a> via <a href="https://www.tecmundo.com.br/" data-type="URL" data-id="https://www.tecmundo.com.br/" target="_blank" rel="noreferrer noopener">TecMundo</a></p>


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Energia nuclear não reduz emissão de carbono, revela estudo

Imagem de Hisashi Ouchi e o desastre radioativo de Tokaimura no megacurioso

A instalação de tratamento de combustível de urânio da Japan Nuclear Fuel Conversion (JCO) — uma empresa subsidiária da Sumitomo Metal Mining Co — es

<p>A instalação de tratamento de combustível de urânio da Japan Nuclear Fuel Conversion (JCO) — uma empresa subsidiária da Sumitomo Metal Mining Co — está localizada ao longo da costa do oceano Pacífico Norte, em Tokaimura, na Prefeitura de Ibaraki, a cerca de 120 km a nordeste de Tóquio.</p><p>Inaugurada em 1966 e estabelecida como a 1ª usina nuclear do Japão, ela apresenta 3 reatores auxiliares de conversão de urânio: o reator 1 com capacidade anual de cerca de 220 toneladas por ano para baixo enriquecimento (por volta de 5%); o reator 2 com capacidade de 495 toneladas de urânio por ano para baixo enriquecimento (menos de 5%); e o reator 3 com capacidade anual superior a 3 toneladas de urânio para alto enriquecimento (sem ultrapassar 20%).</p><div class="mt-2"><figure class="aligncenter"><p><img src="https://mega.ibxk.com.br/2020/09/16/16165423418591.jpg" alt="(Fonte: Money Inc/Reprodução)">(Fonte: Money Inc/Reprodução)</p></figure></div><p>O processo de preparação do combustível nuclear consistiu na dissolução do pó de óxido de urânio em ácido nítrico em um tanque de dissolução, seguido pela transferência dele (já como solução de nitrato de uranila pura) para uma coluna de armazenamento que fazia a mistura antes de ser transferida para um tanque de precipitação.&nbsp;</p><p>O processo foi bem pensado e desenvolvido com base nos requisitos gerais de licenciamento para limitação de massa e volume tanto do tanque quanto da coluna de armazenamento, que definia a quantidade de material transferido para o tanque.</p><p>No entanto, em novembro 1996, o procedimento de trabalho da usina foi modificado sem a permissão das autoridades. O objetivo era permitir que o óxido de urânio fosse dissolvido em baldes de aço inoxidável ao invés do tanque de dissolução, tudo para acelerar o processo ao despejar a substância diretamente no tanque de precipitação.&nbsp;</p><p>Desse modo, o que era para acontecer na coluna de armazenamento foi feito por agitação mecânica, impedindo um controle de criticalidade (uma reação em cadeia de fissão autossustentável). Para piorar, não havia um controle da quantidade despejada no tanque de precipitação de 100 litros, só aumentando o risco de algo dar errado.</p><h2>Desastre silencioso</h2><div class="mt-2"><figure class="aligncenter"><p><img src="https://mega.ibxk.com.br/2020/09/16/16165701076596.jpg" alt="Hisashi Ouchi. (Fonte: Time Toast/Reprodução)">Hisashi Ouchi. (Fonte: Time Toast/Reprodução)</p></figure></div><p>Em 29 de setembro de 1999, Hisashi Ouchi (35), Masato Shinohara (39) e Yutaka Yokokawa (54) estavam preparando o combustível para despejar no reator JOYO — o de número 3 da usina. Apesar de exercerem a função há muitos anos, eles não tinham nenhum conhecimento científico de como todo o processo funcionava, portanto só estavam cumprindo ordens.</p><p>Eles dissolveram o pó de octóxido de triurânio em ácido nítrico nos baldes de aço inoxidável e despejaram a solução diretamente no tanque de precipitação. Foram 16 litros de óxido de urânio enriquecido a 18%, mais 8 litros de urânio-235 distribuídos entre 4 baldes.</p><div class="mt-2"><figure class="aligncenter"><p><img src="https://mega.ibxk.com.br/2020/09/16/16165807326600.jpg" alt="(Fonte: Time Toast/Reprodução)">(Fonte: Time Toast/Reprodução)</p></figure></div><p>Na manhã de 30 de setembro daquele ano, quando o volume alcançou 40 litros, o equivalente a 16 quilos de urânio, uma capacidade muito maior do que a indicada, a massa crítica necessária para iniciar uma reação de fissão nuclear foi alcançada, mantida e acompanhada pela emissão de neutrões e radiação gama.</p><p>Na ocasião, Ouchi e Shinohara misturavam o combustível no tanque enquanto Yokokawa, que deveria inspecionar esse processo, estava sentado a uma mesa cerca de 4 metros de distância dos colegas. Era aproximadamente 10h35 quando Ouchi acrescentou o 7º balde de nitrato de urânio e viu um clarão azul que se espalhou por todo o local. A criticalidade havia acontecido, causando a fissão nuclear e disparando uma rajada de raios gama e nêutrons.</p><p>Imediatamente, eles vomitaram, sentiram falta de ar e começaram a passar mal. Os homens desmaiaram assim que colocaram os pés na sala de descontaminação. O desastre nuclear estava acontecendo.</p><h2>Um homem destruído</h2><div class="mt-2"><figure class="aligncenter"><p><img src="https://mega.ibxk.com.br/2020/09/16/16170146547603.jpg" alt="(Fonte: Mangowa Norka/Reprodução)">(Fonte: Mangowa Norka/Reprodução)</p></figure></div><p>Não houve explosão, mas a reação disparou o alarme para imediata evacuação. Dos 39 edifícios residenciais dentro de um raio de 350 metros da usina, 161 pessoas foram evacuadas e só foram autorizadas a retornar a suas casas após 2 dias. Os 3 trabalhadores, porém, não tiveram a mesma sorte.</p><p>Ouchi e Shinohara foram expostos à 17 sieverts de radiação, sendo que 8 sieverts já são o suficiente para causar uma morte, mesmo com tratamento. Enquanto os produtos da fissão contaminavam o prédio e os arredores da usina, eles foram levados para o Hospital Mito.</p><p>Os médicos disseram durante uma testagem que os cromossomos de Ouchi foram “destruídos como vidro” devido à letal exposição que ele sofrera, tanto que a sua contagem de glóbulos brancos caiu para quase zero e seus órgãos estavam entrando em colapso por conta das graves queimaduras internas. Uma vez sem cromossomos, as células do homem não podem se regenerar, resultando na falha irreversível de seu sistema imunológico.</p><div class="mt-2"><figure class="aligncenter"><p><img src="https://mega.ibxk.com.br/2020/09/16/16170238922604.jpg" alt="(Fonte: Zap Facts/Reprodução)">(Fonte: Zap Facts/Reprodução)</p></figure></div><p>Ouchi foi considerado a única pessoa em todo o Japão a receber uma quantidade tão mortal de radiação em tão pouco tempo. Estima-se que ele tenha sido exposto a uma quantidade de energia equivalente à do hipocentro do bombardeio de Hiroshima.</p><p>Em 1 semana de hospitalização, os médicos se mobilizaram para fazerem o 1º transplante mundial de células-tronco periféricas para que Ouchi pudesse gerar glóbulos brancos novamente. A irmã dele era compatível e doou as células. Alguns dias depois, a pele dele começou a descamar e ficar exposta em carne viva, sem nenhuma membrana de regeneração.</p><h2>83 dias</h2><div class="mt-2"><figure class="aligncenter"><p><img src="https://mega.ibxk.com.br/2020/09/16/16170426079606.jpg" alt="(Fonte: Unbelievable Facts/Reprodução)">(Fonte: Unbelievable Facts/Reprodução)</p></figure></div><p>Sem conseguir respirar, ele declarou: “Não aguento mais. Eu não sou uma cobaia”. Porém, os médicos não obedeceram à vontade dele e o colocaram em coma induzido. No 18º dia, a contagem de leucócitos dele voltou ao normal, mas 1 semana depois os exames acusaram que a radiação estava atacando as células transplantadas. No 27º dia, o intestino de Ouchi começou a “derreter”, e em 3 semanas ele sofreu de uma hemorragia contínua.</p><p>Ele chegou a receber 10 transfusões de sangue em 12 horas, à medida que começou a perder cerca de 10 litros de líquidos por dia através da carne, de modo que precisaram envolvê-lo em gaze. Com sangue saindo até pelos olhos, a esposa e familiares de Ouchi pediram aos médicos que o sofrimento do homem acabasse, mas não foram ouvidos. Em 1 semana, os músculos do homem começaram a cair.</p><p>No 59º dia, quando o coração de Ouchi parou 3 vezes em menos de 40 minutos, ele foi ressuscitado. Após muito sofrimento desnecessário, no 83º dia no hospital, Hisashi Ouchi morreu de falência múltipla dos órgãos, em 21 de dezembro de 1999.</p><div class="mt-2"><figure class="aligncenter"><p><img src="https://mega.ibxk.com.br/2020/09/16/16170717518609.jpg" alt="(Fonte: CBS News/Reprodução)">(Fonte: CBS News/Reprodução)</p></figure></div><p>Por outro lado, seu colega Shinohara teve um destino menos cruel, ainda que igualmente doloroso. Ele conseguiu se recuperar bem no início de 2000, mas em fevereiro contraiu pneumonia e foi colocado em um respirador. A última mensagem que escreveu para sua família foi: “Mamãe, por favor”. Ele morreu em 27 de abril de 2000 de falência múltipla dos órgãos. Yokokawa foi o único que conseguiu se recuperar.</p><ul><li><a href="https://www.tecmundo.com.br/produto/402699-cupom-amazon-com-ate-80-off.htm?ab=true&amp;"><strong>É fã de química? Aproveite os cupons Amazon e economize nos melhores livros!</strong></a>&nbsp;</li></ul><p>A morte dos dois trabalhadores serviu para debater a relação do Japão com a energia nuclear e também para punir Tokaimura pelo seu histórico de tomar atalhos para acelerar a produção sem pensar em seus funcionários. O desastre foi considerado o pior envolvendo radiação nuclear no país antes do de Fukushima.</p><p>Foi concluído que o desastre aconteceu por erro humano. Seis funcionários foram presos e acusados de negligência, inclusive Yokokawa, o qual afirmou “esquecer” que o nível havia sido ultrapassado. Ainda assim, isso não teria acontecido se a usina seguisse os protocolos para usar os equipamentos corretamente.</p>

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Hisashi Ouchi e o desastre radioativo de Tokaimura

Imagem de Radiação na Lua é até 200 vezes maior do que na Terra no megacurioso

Os humanos já têm data para voltar à Lua: 2024. A missão Artemis, da NASA, irá levar pessoas ao satélite natural da Terra após mais de 50 anos de esp


<p>Os humanos já têm&nbsp;<a href="http://www.tecmundo.com.br/ciencia/198474-nasa-deve-enviar-primeira-mulher-solo-lua-2024.htm" target="_blank" rel="noreferrer noopener">data para voltar à Lua: 2024</a>. A missão Artemis, da&nbsp;<a href="http://www.tecmundo.com.br/nasa/" target="_blank" rel="noreferrer noopener">NASA</a>, irá levar pessoas ao satélite natural da Terra após mais de 50 anos de espera, pois os últimos a pisarem em solo lunar foram os astronautas da Apollo 17, em 1972. A futura viagem deve ser histórica, já que deve levar&nbsp;<a href="http://www.tecmundo.com.br/ciencia/198474-nasa-deve-enviar-primeira-mulher-solo-lua-2024.htm" target="_blank" rel="noreferrer noopener">a primeira mulher à Lua</a>. E uma curiosidade foi revelada recentemente: os próximos caminhantes lunares deverão enfrentar uma radiação 200 vezes maior do que a da Terra.</p>



<p>Os primeiros tripulantes a visitar o satélite estavam equipados com dosímetros para medir a radiação da Lua, mas esses dados nunca foram divulgados. Várias décadas se passaram até que novas medições fossem feitas, desta vez pelo programa espacial chinês, que pousou a&nbsp;<a href="http://www.tecmundo.com.br/ciencia/204318-missao-chinesa-pousou-lua-ha-sete-anos-ainda-funciona.htm" target="_blank" rel="noreferrer noopener">espaçonave Chang&#8217;e 4 no lado escuro da Lua</a>&nbsp;em 2019 e recentemente revelou os resultados.&nbsp;</p>



<p>A equipe da China mediu 1.369 microsieverts de radiação na Lua, algo que corresponde a 200 vezes o encontrado na superfície da Terra. Isso também é o equivalente entre 5 e 10 vezes à quantidade de radiação de um voo entre Nova York (EUA) e Frankfurt (Alemanha), porém os voos entre as cidades duram bem menos do que uma viagem espacial, tornando necessário estudar os impactos dessa exposição.</p>



<p><img src="https://mega.ibxk.com.br/2020/09/28/28112815321024.jpg" alt="Astronauta Harrison Schmitt, da Apollo 17, a última missão tripulada à Lua, em 1972"><em>Astronauta Harrison Schmitt, da Apollo 17, na última missão tripulada à Lua, em 1972.</em></p>



<p>A atmosfera da Terra ajuda na proteção de diversas fontes de radiação, algo que não acontece na Lua. O satélite recebe raios cósmicos galácticos e partículas solares (ainda que esporadicamente), além de produzir nêutrons e raios gama com a interação entre a radiação espacial e o solo lunar.</p>



<p>A radiação é descrita como um dos cinco perigos do voo espacial ao ser humano, sendo considerada a mais ameaçadora, que pode desenvolver catarata, diversos tipos de câncer e até doenças degenerativas do sistema nervoso central. Felizmente, os níveis medidos parecem seguros para a duração de uma viagem à Lua, entretanto os dados mostram a importância de proteger os astronautas em expedições mais longas, principalmente as que pretendem levá-los a Marte, em uma viagem, por enquanto, sem volta e com alta exposição radioativa.</p>



<p><a href="https://www.tecmundo.com.br/ciencia/204389-radiacao-lua-200-na-terra.htm" data-type="URL" data-id="https://www.tecmundo.com.br/ciencia/204389-radiacao-lua-200-na-terra.htm" target="_blank" rel="noreferrer noopener">Radiação na Lua é até 200 vezes maior do que na Terra</a> via <a href="https://www.tecmundo.com.br/" data-type="URL" data-id="https://www.tecmundo.com.br/" target="_blank" rel="noreferrer noopener">TecMundo</a></p>


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Radiação na Lua é até 200 vezes maior do que na Terra

Imagem de Castle Bravo: a maior bomba nuclear já detonada pelos EUA no megacurioso

Em 1954, o país causou um desastre radiológico quando algo deu errado na explosão do dispositivo nuclear

<head></head><body><p>Após as cidades de Hiroshima e Nagasaki terem sido mortalmente bombardeadas no final da Segunda Guerra Mundial, a década de 1950 ficou marcada pela corrida armamentista nuclear entre os Estados Unidos e a União Soviética, no intuito de descobrir qual país desenvolveria o próximo dispositivo nuclear que poderia ser imprescindível em algum momento na Guerra Fria.</p><p>Enquanto os soviéticos trabalhavam em seu <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/115768-area-de-testes-de-semipalatinsk-desastre-na-uniao-sovietica.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Polígono&nbsp;</a>no meio do deserto do Cazaquistão, os norte-americanos traçavam o escopo da Operação Castelo. Eles elaboravam uma bomba termonuclear, ou bomba de hidrogênio, cujo poder de detonação estava previsto para ser mil vezes mais forte do que as lançadas sobre o Japão. Contudo, um erro fatal durante a sua concepção teve graves consequências.</p><h2>A bomba Castle Bravo</h2><p><span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;Atomic Shadows&nbsp;" data-fonte-url="https://lh3.googleusercontent.com/proxy/IS6BgBAE1xkR0D9DqJ_vIH-rjef3Tx_OCRDrWJyu359RENY0AcAka1IeWHcZwQQQ8Uqcl8VxfCVFiF6HUh-mlyKkoLt7VLrQJpLF_lObrEXfeJCZCmwI3iHl5SBn"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2020/08/28/28163003733233.jpg" alt="(Fonte: Atomic Shadows/Reprodução)"><span class="desc">(Fonte: Atomic Shadows/Reprodução)</span></span></p><p>A principal diferença entre uma bomba atômica e uma de hidrogênio está em sua composição e processo de detonação. As bombas atômicas liberam uma onda de energia causada pela fissão (separação) dos núcleos de um elemento químico pesado, como o plutônio ou o urânio. Por outro lado, uma bomba de hidrogênio começa com a explosão de uma bomba atômica para que a temperatura de milhões de graus crie energia suficiente para forçar a aproximação de dois núcleos leves, causando a fusão nuclear – nesse caso, de isótopos de hidrogênio.</p><p>O Laboratório Científico de Los Alamos projetou um invólucro que carregava um cilindro com combustível sólido, ou “seco”, de deutereto de lítio sob uma vela de ignição de plutônio que seria utilizada para “inflamar” a reação de fusão. Assim, ao redor de uma bomba atômica primária de fissão, foi adicionado um casco de urânio.</p><p>O resultado foi de um dispositivo nuclear que pesava 10,7 toneladas, media quase 5 metros de comprimento e 137 centímetros de diâmetro. Foi chamado de Bravo e era a primeira bomba termonuclear da Operação Castelo.</p><h2>Impacto profundo</h2><p><span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;The Nuclear Secrecy Blog&nbsp;" data-fonte-url="https://blog.nuclearsecrecy.com/wp-content/uploads/2013/06/Bravo-at-3.5-seconds.jpg"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2020/08/28/28163101404235.jpg" alt="(Fonte: The Nuclear Secrecy Blog/Reprodução)"><span class="desc">(Fonte: The Nuclear Secrecy Blog/Reprodução)</span></span></p><p>Em 1º de março de 1954, os cientistas e os militares do Exército dos Estados Unidos levaram Bravo até o Atol de Bikini, localizado no oceano Pacífico, nas Ilhas Marshall. A bomba foi montada em uma plataforma que possuía um arco de espelhos ao seu redor, onde foram posicionados instrumentos de medição e câmeras.</p><p>A detonação ocorreu às 6h45 do horário local e formou uma bola de fogo com quase 7,2 quilômetros de diâmetro que pôde ser vista do Atol Kwajalein, a mais de 400 quilômetros de distância de Bikini. Em apenas 1 minuto, a nuvem em formato de cogumelo alcançou 40 quilômetros de altura e teve cerca de 11 quilômetros de diâmetro. Em aproximadamente 10 minutos, a nuvem se expandiu a mais de 100 metros por segundo, totalizando uma velocidade de 360 quilômetros por hora.</p><p>No local onde a bomba foi posicionada, formou-se uma cratera com 2 mil metros de diâmetro e 76 metros de profundidade. A radiação espalhada contaminou 18 mil quilômetros quadrados do oceano Pacífico.</p><h2>Ventos mortais</h2><p><span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;Insider&nbsp;" data-fonte-url="https://i.insider.com/5db1f1c7045a31504c234363?width=600&amp;format=jpeg&amp;auto=webp"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2020/08/28/28163235295236.jpg" alt="(Fonte: Insider/Reprodução)"><span class="desc">(Fonte: Insider/Reprodução)</span></span></p><p>Cerca de 5 horas após a explosão da bomba, a precipitação radioativa chegou até os habitantes dos atóis vizinhos, em Rongelap, Ailinginae e Utrik. Uma vez que a Operação Castelo era ultrassecreta, os 236 moradores dessas ilhas não foram alertados, tampouco evacuados da área. O resultado da exposição à radiação se manifestou nas pessoas através de vômito, diarreia e queda de cabelo imediata.</p><p>“Eu estava brincando quando o resíduo venenoso da bomba caiu sobre mim. Sei o que era, mas como parecia neve, eu comecei a brincar com ela, mas de repente meus olhos e minha boca queimaram. Mais tarde, à noite, eu fiquei muito doente, todos ficaram. Minha pele rachou inteira e ficou coberta por feridas, tive queimaduras muito fortes e meu cabelo caiu todo. Ficamos comendo alimentos e bebendo água contaminados até sermos enfim evacuados do local”, relatou em 2012 uma das testemunhas que morava na ilha ao Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas.</p><p><span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;Bulletin of Atomic Scientists&nbsp;" data-fonte-url="https://thebulletin.org/wp-content/uploads/2018/02/IMG_2265-1024x454.jpg"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2020/08/28/28163737234241.jpg" alt="(Fonte: Bulletin of Atomic Scientists/Reprodução)"><span class="desc">(Fonte: Bulletin of Atomic Scientists/Reprodução)</span></span></p><p>A Marinha dos Estados Unidos transferiu os habitantes para receberem tratamento somente 50 horas após a explosão. Quatro dias depois, pessoas que estavam a 500 quilômetros do epicentro ficaram expostas a um índice radioativo entre 14 R e 3,3 mil R (roentgens), sendo que doses de 5 R já são suficientes para causarem doenças e mutações genéticas a longo prazo.</p><p>No <em>bunker</em> de controle do teste, localizado na Ilha Eneu, a 2,5 quilômetros do marco zero, o deslocamento de ar foi tão desmesurado que uma porta de 20 toneladas feita para isolar a radiação foi lançada contra outra parede a 4,6 metros de distância. Em 15 minutos, o nível de radiação atingiu 40 R.</p><p>Os 23 tripulantes do navio pesqueiro japonês Daigo Fukuryu Maru (Quinto Dragão da Sorte), que passava a quilômetros do atol quando a Bravo foi detonada, foram altamente contaminados com 300 R de radiação. Isso causou uma crise diplomática internacional com o Japão.</p><h2>O cálculo imprevisto</h2><p><span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;The Nuclear Secrecy Blog&nbsp;" data-fonte-url="https://blog.nuclearsecrecy.com/wp-content/uploads/2014/02/NuclearSavage3.jpg"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2020/08/28/28164642394248.jpg" alt="(Fonte: The Nuclear Secrecy Blog/Reprodução)"><span class="desc">(Fonte: The Nuclear Secrecy Blog/Reprodução)</span></span></p><p>Um erro teórico na concepção da bomba Castle Bravo foi o motivo de ela ter explodido com a força de 15 em vez de 6 megatons. Os cientistas consideraram apenas o trítio, o deutério e o lítio-6 como substâncias combustíveis, portanto não se importaram de deixar o lítio-7, que constituía 60% da bomba. O resultado foi uma produção de trítio além do normal, o que aumentou a taxa de fusão nuclear e, consequentemente, a de fissão. O cálculo errado se repetiria com a Castle Romeo, mas a sucessão de erros não parou por aí.&nbsp;</p><p>A detonação da Bravo foi a maior explosão nuclear já feita na história dos Estados Unidos e causou o pior desastre radiológico nele também. Apesar de os cientistas terem visto na véspera da detonação que os ventos tinham mudado, o que implicava no trajeto da poeira radioativa , o general Percy Clarkson, comandante da força-tarefa militar responsável pela Operação Castelo, e o Dr. Alvin C. Graves, diretor científico do projeto, ordenaram que o teste seguisse como planejado.&nbsp;</p><p>Como consequência, vestígios radioativos se espalharam até a Austrália, a Índia, o Japão, a Europa e até algumas partes dos Estados Unidos. Milhares de pessoas foram afetadas para sempre.</p></body>

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