Por que Chernobyl continua perigosa e Hiroshima não?

22/03/2021 às 09:112 min de leitura

Hiroshima no Japão e Chernobyl na Ucrânia são duas cidades irmanadas por tragédias nucleares. A primeira foi parcialmente destruída por uma bomba atômica físsil de urânio com energia de 15 quilotons de TNT. Já os reatores também físseis de urânio em Chernobyl produziram 3,2 mil megawatts de energia térmica, e explodiram.

Por que uma cidade é habitada e a outra não?

O tipo de detonação

Fonte: Komicolle/ReproduçãoFonte: Komicolle/Reprodução

A primeira diferença entre as duas cidades é o tipo de detonação. A bomba Little Boy, que atingiu Hiroshima, foi detonada centenas de metros acima do solo para maximizar o seu rendimento. Ao explodir no ar, a bomba foi totalmente vaporizada, distribuindo seus resíduos radioativos em uma nuvem em forma de cogumelo que se estendeu por uma grande área com a ajuda do vento.

A explosão de Chernobyl, por sua vez, aconteceu em um reator que liberou resíduos radioativos no ar por um tempo bem mais longo, sem contar que muitos desses contaminantes impregnaram o solo.

O mecanismo de reação

Fonte: YouTube/ReproduçãoFonte: YouTube/Reprodução

Tanto a bomba quanto o reator nuclear retiram energia da fissão do urânio 235. No mecanismo da bomba, como queremos liberar o máximo de energia e de forma mais rápida possível, utilizamos um mecanismo de reação em cadeia onde o urânio 235 absorve um nêutron, sofre fissão, libera muita energia e mais 3 novos nêutrons, de forma que, em cada par de quatro ciclos, um nêutron se transforma em 81.

No reator nuclear, também desejamos produzir muita energia. Porém, ao acionar o mesmíssimo processo de fissão da bomba atômica, utilizamos hastes de controle de forma que, em cada divisão, um novo urânio 235 absorva apenas um nêutron de cada vez. Assim a densidade de nêutrons no reator permanece estável de um ciclo para o próximo, criando um nêutron novo para cada um perdido, de forma autossustentável.

Resumindo: em uma bomba atômica, como queimamos o máximo de urânio o mais rápido possível, não precisamos de muito material fissionável. Mas em um núcleo de reator, precisamos de muito material para que a reação possa se manter estável. Enquanto a bomba dispersou 63 kg de urânio no ar, a usina vazou 180 toneladas de urânio no solo.

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