Saúde/bem-estar
16/05/2018 às 10:01•2 min de leitura
O mundo todo está atento aos desdobramentos das ameaças de uma possível guerra nuclear entre Estados Unidos e alguns países do Oriente Médio e da Ásia. Mas, você sabe quais são os elementos-chave para o desenvolvimento de uma bomba desse tipo?
Bem, primeiro precisamos dizer que a bomba atômica que os Estados Unidos lançaram sobre Hiroshima, no Japão, durante a Segunda Grande Guerra custou mais de 500 milhões de dólares em 1944 — cerca de 7,2 bilhões de dólares na cotação atual.
Ela envolveu uma estrutura de 20 mil pessoas para construí-la, mais 12 mil para operar o local onde estava sendo montada e demandou 10% da eletricidade de todo o país.
Tudo isso faz com que seu custo seja incrivelmente alto — de maneira impeditiva para a maioria dos países —, e o motivo principal nem é tudo isso que listamos até agora, mas o urânio envolvido na construção de uma bomba atômica.
Ingrediente-chave para a construção dessas assustadoras armas de larga escala, o urânio enriquecido não é algo fácil de se encontrar por aí.
Além disso, não é qualquer tipo de urânio que funciona em reatores nucleares e bombas — e é aqui que começa a complicação. O tipo necessário para fins nucleares é o Urânio-235, mas ele só corresponde a 1% desse elemento na natureza. Noventa e nove por cento (99%) do urânio natural é o Urânio-238, de acordo com o Laboratório Nacional Argonne, de Illinois, nos Estados Unidos.
A única diferença entre os dois tipos é o peso, já que o 235 é ligeiramente mais leve, o que permite separá-lo do restante — mas não sem um altíssimo grau de dificuldade.
Primeiro, o Urânio é transformado em gás e colocado em centrífugas cilíndricas que são do tamanho de uma pessoa. O movimento circular afasta um tipo de partícula das demais — as mais pesadas vão ao centro do cilindro, e as mais leves vão às bordas.
Um ponto sobre isso, no entanto, é que essas centrífugas são caríssimas, pois precisam ser construídas de material altamente resistente a contaminação e com velocidades muito altas, o que demanda tecnologia e matéria-prima resistente.
Outra questão é que, para separar a quantidade suficiente de Urânio-235 para uma bomba atômica, é necessário utilizar centenas ou talvez milhares de centrífugas trabalhando sem parar simultaneamente.
A bomba da Segunda Guerra, por exemplo, usou 62 quilos de Urânio-235, extraídos de quase 4 toneladas. Por isso mesmo é que ele se chama de "urânio enriquecido", pela raridade e dificuldade de extração.