
Ciência
28/01/2015 às 06:23•2 min de leitura
O paranaense Bruno Siqueira, de 18 anos, tem dado o que falar. Morador do município de Guarapuava, Bruno é o tipo de pessoa que chama a atenção por onde passa, e não é para menos: adepto ferrenho de mudanças no visual, o jovem tem diversas tatuagens, piercings, alargadores e chegou até mesmo a colorir a parte branca dos olhos. A modificação mais recente foi um implante de dois chifres de silicone na testa.
Em entrevista ao G1, Bruno afirmou que o visual, ao contrário do que muitas pessoas acreditam, não tem a intenção de ser uma apologia diabólica. Sobre fé, ele afirmou que acredita em Deus, sim.
Seu gosto por modificações corporais começou quando ainda era criança, e, aos 11 anos, colocou o primeiro piercing no nariz. Depois disso, vieram as tatuagens que ele hoje nem sabe quantas são – só no rosto, tem quase 20. As agulhadas, porém, não representam a dor maior nesse processo de modificação. De acordo com Bruno, implantar os alargadores no nariz foi o procedimento mais dolorido de todos.
Sobre os olhos pintados, Bruno disse ter realizado o procedimento no Rio de Janeiro. Cada olho levou cerca de 20 minutos de pura agonia para ser finalizado: “Chorei lágrimas pretas por dois ou três dias”, revelou. O procedimento, conhecido por “eyeball tattoo”, ainda não é considerado seguro pela Sociedade Brasileira de Oftalmologia, por ser invasivo demais e poder provocar inflamações e até mesmo cegueira.
Nem mesmo a língua ficou de fora do visual excêntrico: em 2014, Bruno passou por um processo de bifurcação. O corte foi feito com um bisturi e demorou para cicatrizar: “Tive que ficar sem beijar por um bom tempo, mas valeu a pena”, afirmou o jovem.
Já os chifres, que foram colocados recentemente, ainda causam dor. O procedimento foi cirúrgico, porém sem anestesia. Para implantar o material, a pele da testa é cortada, descolada e erguida. Depois, são dados pontos para finalizar o processo. Será que dói?
Ainda que seja um rapaz despreocupado, Bruno sofreu por não ter o apoio da família. Ele saiu de casa muito cedo e precisou passar um tempo morando com amigos e conhecidos. Aos 16 anos, quando já trabalhava como tatuador, conseguiu morar sozinho – ou não tão sozinho assim: ele tem uma gatinha chamada Laurinha.
A família hoje aceita melhor o visual de Bruno, que vai ser pai em abril. Sobre a filha, ele diz que deixará que ela faça tatuagens, mas apenas quando estiver madura o suficiente para isso.
Quando o assunto é a sua vida social, Bruno explica que precisa evitar locais muito movimentados, pois muitas pessoas são preconceituosas e reagem com violência quando o encontram. “Elas não estão preparadas para o diferente. E eu sou diferente”, resumiu. No futuro, Bruno pretende fazer suspensão corporal e, segundo ele, o que quer que o deixe feliz.
Via EmResumo