Conheça o gato que superou três naufrágios na Segunda Guerra Mundial

16/11/2020 às 14:003 min de leitura

Histórias sobre sobreviventes de guerra são curiosas e emocionantes por mostrarem a superação e a coragem de pessoas que encaram situações bastante adversas — como o caso do homem que escapou dos dois ataques nucleares no Japão, ou o de sobreviventes do Holocausto que se reencontraram 75 anos depois.

Porém, não são apenas soldados ou moradores de regiões de combate que superam essas tragédias e sobrevivem para virarem lendas locais. Aliás, você nem precisa ser humano: é o caso de Unsinkable Sam, ou “Sam Inafundável”, em tradução livre para o português, um gato que sobreviveu a três naufrágios durante a Segunda Guerra Mundial.

Uma suposta pintura pertencente ao animal.
Uma suposta pintura pertencente ao animal.

A história do gato é cercada de fatos contestáveis e talvez inacreditáveis demais para serem verdade, mas isso não o impediu de virar uma lenda no meio histórico e militar.

Um passado nazista

A primeira vez que o gato precisou escapar de uma tragédia foi a bordo do Bismarck, um dos mais famosos navios da Alemanha Nazista. No mar desde fevereiro de 1939, a embarcação era temida em batalhas e chegou a participar com sucesso de diversas investidas contra os Aliados.

Porém, visto como um eventual troféu de guerra e possível abalo na moral das tropas de Hitler, o Bismarck virou alvo de toda a Marinha Real Britânica, que conseguiu afundar o navio em uma batalha ocorrida em 27 de maio de 1941. 

O Bismarck, uma das glórias do exército de Hitler.
O Bismarck, uma das glórias do exército de Hitler.

Pouco mais de 110 passageiros da tripulação de 2,2 mil pessoas sobrevieram. Enquanto o destroier HMS Cossack passava próximo aos destroços, notou um gato em cima de um pedaço de madeira e levou o animal a bordo.

O nome “Unsinkable Sam” é, na verdade, um batismo realizado depois da fama. Não há referências do nome original do bichano, mas o gato foi inicialmente chamado de Oscar depois do primeiro resgate. “Oscar” é o código da letra “O”, que de acordo com um padrão internacional da Marinha significa “Homem ao mar”.

Carreira britânica

Após o primeiro trauma e agora do outro lado do conflito, ele permaneceu no Cossack. Porém, o navio também foi bastante danificado em um combate meses depois, que matou 139 tripulantes. Em 27 de outubro de 1941, ele afundou próximo ao litoral de Gibraltar. Novamente, Oscar foi resgatado sob as mesmas circunstâncias — e ele já era relativamente famoso entre os britânicos, que deram o novo nome ao “gato que não afunda”. 

O terceiro lar do animal foi o HMS Ark Royal, um dos navios que mais contribuiu para o naugfrágio do Bismarck, a casa original de Sam. E a paz novamente durou poucos meses: o navio também foi torpedado em 13 de novembro do mesmo ano. 

O Ark Royal.
O Ark Royal.

Os danos foram menores e apenas uma morte foi registrada, com a tripulação sendo resgatada por outro navio antes que o Ark Royal fosse para o fundo do oceano. Como esperado, o gato ficou em segurança mais uma vez.

Aposentadoria

Após os três naufrágios, a carreira de Unsinkable Sam como tripulante de navios de guerra terminou. Após passar um tempo no HMS Lightning, que não passou por grandes sustos no mar, o gato foi levado para terra firme e viveu por algum tempo no escritório do governo de Gibraltar.

A aposentadoria do gato militar foi aproveitada na Irlanda do Norte, em um local que abrigava marinheiros veteranos. Lá, Sam viveu até 1943, transformando-se em uma lenda local.

Pela falta de registros, exceto uma ilustração, a existência real de Unsinkable Sam segue um mistério. Afinal, ele realmente existiu ou era apenas uma história contada pelos marinheiros da região? 

O gato da imagem é Simon, e não Oscar/Sam. Porém, muitas páginas confundem os gatos.
O gato da imagem é Simon, e não Oscar/Sam. Porém, muitas páginas confundem os gatos.

Uma das fotos atribuídas ao gato na internet, o retrato acima, é de outro bichano — o seu colar claramente diz “HMS Amethyst”, outro navio que não consta no conto original, e a data “abril de 1949”, anos depois da morte do original. 

Gatos eram comuns na tripulação, mesmo sem serem registrados oficialmente na documentação dos navios — tanto como companhia aos marujos quanto no trabalho de evitar infestações de ratos. E essa dúvida só reforça o fator heroico do bichano.

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