Cérebros de cães e humanos são mais parecidos do que você imagina

24/02/2014 às 07:262 min de leitura

Se você é da turma dos “cachorreiros”, deve ter percebido que muitas vezes esses animais parecem entender como nos sentimos quando conversamos com eles, não é mesmo? Pois, de acordo com o Scietific American, uma detalhada avaliação do cérebro de cães apontou que é provável que essa comunicação com o seu bichinho não seja apenas uma impressão sua.

Fonte da imagem: Pixabay

Inúmeros estudos comportamentais já foram feitos no sentido de descobrir se essa ligação entre animais e humanos realmente existe e até que ponto ela ocorre. Contudo, apesar de ficar comprovado que os cães são capazes de compreender mais de 100 palavras humanas, havia uma dificuldade em determinar se eles também conseguiam compreender o significado emocional transmitido através do tom de nossas vozes.

Segundo o Scientific American, uma equipe liderada por Attila Andics, da Universidade de Budapeste, na Hungria, parece ter uma resposta para essa questão. Andics resolveu realizar uma análise neurológica comparativa entre humanos e cães. Os animais foram submetidos a exames de tomografia computadorizada nos quais — depois de passar por um extensivo treinamento — permaneciam completamente imóveis enquanto ouviam 200 sons individuais.

Som animal x som humano

Fonte da imagem: Reprodução/io9

Os ruídos reproduzidos durante os experimentos incluíam barulhos do ambiente, assovios, latidos e rosnados de outros cães, assim como sons humanos, por exemplo, utilizados para estimular o córtex auditivo, ou seja, a região do cérebro desses animais responsável por identificar informações acústicas. Da mesma forma, um grupo de humanos também foi submetido às tomografias enquanto ouviam exatamente os mesmos ruídos.

Durante os experimentos, os pesquisadores observaram que, quando ouvem vozes de pessoas, uma região do cérebro chamada polo temporal se torna ativa tanto nos humanos como nos cães. Os cientistas acreditam que essa área cerebral seja responsável por processar sons e gerar respostas emocionais, e se pensava que ela era exclusiva em humanos. Entretanto, pela primeira vez, ficou demonstrado que o polo temporal fica ativo em cachorros também.

Fonte da imagem: Reprodução/io9

Outra descoberta foi que sons como os de choro ou risadas de pessoas também desperta a mesma região cerebral — próxima ao polo temporal primário — tanto de cães como de humanos, e que os cães ficam mais atentos ao ouvir os ruídos do ambiente, enquanto que os mesmos sons provocam respostas bem menos acentuadas em humanos.

A análise também revelou que tanto cães como humanos apresentam uma maior atividade neural quando ouvem vozes que refletem emoções positivas — como risadas, por exemplo — do que negativas, e os dois grupos respondem melhor quando escutam ruídos provocados por indivíduos de sua mesma espécie.

Herança evolutiva

Fonte da imagem: Pixabay

O resultado dos experimentos sugere que as áreas cerebrais relacionadas com o processamento e interpretação da voz, no que diz respeito à origem evolutiva, podem ser mais antigas do que se pensava. Assim, é possível que tanto humanos como cães — que foram domesticados entre 18.000 a 32 mil anos atrás — estejam evoluindo paralelamente, e seria por essa razão que os cachorros são capazes de processar as emoções presentes nas vocalizações humanas.

E mais: conforme explicaram os pesquisadores, como as áreas cerebrais observadas no estudo são bem mais antigas do que a domesticação dos cães, isso significa que elas podem ter tido a sua origem em um ancestral comum das duas espécies, um mamífero carnívoro com o cérebro do tamanho de um ovo que existiu há 100 milhões de anos. Portanto, quando você conversar com o seu bichinho e ele parecer entender você, é provável que ele esteja mesmo!

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