Artes/cultura
28/09/2017 às 04:16•3 min de leitura
“Em 2007, a Human Rights Watch me pediu para fotografar crianças de rua em Kinshasa, uma cidade devastada pela guerra na República Democrática do Congo. Fiz essa foto dentro de um centro de recursos locais que fornece às crianças algumas refeições e água corrente. O garoto à frente é um das milhares de crianças que dormem nas ruas próximas e trabalha varrendo um mercado local e vendendo carvão. Apesar de sua situação desesperada, ele ainda gosta de tomar banho, um luxo que a maioria de nós dá por certo”.
“Sou de Weeki Wachee, Flórida, onde há o Weeki Wachee Springs State Park, uma atração que teve início em 1947. Quando ouvi que o parque estava em perigo de fechar há alguns anos, me voluntariei para tirar fotos promocionais. Uma serei me pediu para fotografá-la com suas filhas gêmeas de 18 meses de idade, que tinham aprendido a nadar desde que nasceram. Eu considerei as imagens embaixo da água, que mostram a importância da tradição e revelam a conexão com a natureza e com a maravilha da fantasia, uma das mais significativas da minha carreira”.
“Eu tirei essa foto de um mineiro de carvão em frente ao seu transporte diário de carvão em 2004 na província de Takhar, no Afeganistão. Tenho documentado a vida das pessoas há décadas, mas esse homem, um membro de uma pequena comunidade de árabes afegãos, teve a risada mais despreocupada que já vi”.
“Em 2008 e 2009, viajei por todo o norte do Texas documentando meus filhos jogando futebol para o Lakehill Preparatory School Warriors, um time de futebol de Dallas que competia com apenas seis jogadores em campo ao mesmo tempo – em vez dos tradicionais 11 – e jogou com outras pequenas escolas que fizeram o mesmo. Os jogos foram frenéticos e de pontuação alta, e de muitas maneiras, esses meninos eram os melhores atletas. Muitos deles jogaram ataque e defesa, e eles adoraram. Eu capturei esse momento da equipe adversária depois de um jogo em 2009”.
“Este é minha amiga Cara pulando pelas escadas em um apartamento de um prédio velho no Brooklyn. A qualidade sonhadora da foto transforma o ambiente arenoso em um lugar bonito e sereno. Também fiz um salto logo depois que tirei essa foto. Cara me colocou em um encontro às cegas com uma mulher que acabou se tornando minha esposa”.
“Adoro fotografar bailarinas porque podemos colaborar como artistas para criar uma imagem incrível que compreenda atletismo, forma, luz, composição, expressão e emoção. Um dia de outono de 2010, pedi a essa bailarina, uma intérprete do American Ballet Theatre, para me mostrar algo poderoso e alegre de um show recente. Como o movimento era tão taxado em seu corpo, eu tive apenas três chances de fazer a foto. Quando vi esta imagem, pensei que ela era o momento perfeito!”.
“Eu tirei essa foto em 2010 em Kabul, Afeganistão, em um abrigo para crianças cujos pais estão presos. A garotinha de cabelo curto ao centro da foto é Gulaboo. Ambos seus pais e outro familiar estão na cadeia. Apesar das circunstâncias, essas garotas ainda brincam e se divertem como outras crianças”.
“Lucy, nossa primeira filha, nasceu em junho com dois pais despreparados para muitas coisas, incluindo a onda de calor que tomou conta de Brooklyn, onde vivemos. Com apenas uma abertura de janela em nosso apartamento, decidimos nos relocar temporariamente com o bebê para a casa da minha irmã em North Georgia. Lá, no ar gelado da montanha, nós finalmente nos instalamos para conhecer essa nova pessoa. Todo o estresse das últimas semanas desapareceu no momento em que Lucy adormeceu no peito do meu marido uma tarde, enquanto ele deitou num cobertor à beira do lago. Eu senti a felicidade completa neste momento – nós fomos uma família de verdade pela primeira vez, descansando e desfrutando a graça doce que nos uniu a todos”.
“Quando vi um algodão doce exibido em um stand de papelão caseiro na feira local do meu condado, fiquei instantaneamente feliz. Tão rosa! Tão fofinho! Pensei nisso como um circo em um pauzinho – na verdade, isso me lembrou de quando eu ia para “O maior show da Terra”, com meu pai, quando era criança na década de 1970 em Columbus, Ohio. Nunca me esquecerei de primeiro ver o cone de papel com algodões doces que girava em uma grande cuba. Venho documentado comidas de feira por alguns anos – são maiores e mais divertidas do que as comidas que como todos os dias. Elas evocam o senso de admiração e aventura”.