Ciência
21/02/2018 às 15:31•3 min de leitura
“Pantera Negra” chegou aos cinemas na semana passada e, além das incríveis habilidades de T’Challa e da história de Wakanda, impressiona pela tecnologia avançada e a quantidade de gadgets. Alguns dos elementos e ferramentas não estão tão longe assim de se tornarem realidade: o pessoal do Thrillist fez um paralelo sobre isso e reunimos aqui para vocês.
Antes, é preciso dizer que há pequenos spoilers para quem ainda não assistiu ao filme, portanto, se não quiser estragar umas surpresinhas é melhor deixar para ler depois. Enquanto isso: veja a crítica, mais 15 coisas sensacionais que o traje do personagem pode realizar e cinco edições nacionais para curtir junto com o lançamento.
O que acontece na ficção: os leitores das revistas do herói sabem que o Vibranium é um dos metais mais poderosos do universo Marvel Comics, capaz de absorver som e redirecionar energia cinética — é um dos elementos que compõem o escudo do Capitão América, que também conta com Adamantium. O Vibranium chegou à Terra por meio de um meteorito, que caiu em Wakanda, e desde então muita coisa por lá é feita a partir dessa substância versátil, incluindo o próprio traje do Pantera Negra.
Como anda isso em nossa ciência real: em dezembro de 2017, uma pesquisa publicada pelo periódico científico Nature Nanotechnology detalhou um novo tipo de material muito leve e flexível, que se torna instantaneamente duro como diamante ao encontro de um impacto muito forte. O diameno, uma variação do material de carbono conhecido como grafeno, combina duas camadas adjacentes de carbono flexível, cada uma em escala de átomos de espessura.
Quando deformadas por energia balística ou qualquer pressão externa súbita — a exemplo de um projétil — essas faixas juntam-se para se tornarem rígidas e virtualmente impenetráveis. Os pesquisadores dizem que o material poderia ser usado para criar uma classe inteiramente nova de revestimentos e armaduras para soldados, veículos e até mesmo espaçonaves. O estudo sobre isso vem sendo financiado pelo Escritório de Ciências Energéticas Básicas do Departamento de Energia dos Estados Unidos.
O que acontece na ficção: bem, todos sabemos que isso não é uma exclusividade de T’Challa e está presente desde os comunicados da Princesa Leia, em “Star Wars: A Nova Esperança”, de 1977, passando por “Minority Report — A Nova Lei”, “Homem de Ferro” e “Avatar”, só para citar alguns. Em “Pantera Negra”, telas e controles holográficos são usados o tempo todo, especialmente pela irmã do herói, Shuri, inclusive para realizar tratamentos médicos e dirigir veículos remotamente.
Como anda isso em nossa ciência real: os displays holográficos da ficção são tecnicamente conhecidos em nossa realidade como imagens volumétricas de espaço livre 3D, bastante estudadas em laboratórios ópticos. Em janeiro deste ano, pesquisadores da Universidade Brigham Young, em Utah, nos Estados Unidos, revelaram um sistema capaz de incidir imagens tridimensionais coloridas que flutuam no meio do ar. Elas podem ser vistas de qualquer ângulo e o processo não requer nenhuma superfície ou óculos especiais.
A técnica chamada de “armadilha óptica fotoforética” funciona suspendendo pequenas partículas físicas no meio do ar com o uso de lentes adaptadas. Os fragmentos servem então como tela de projeção para um segundo conjunto de lasers ultrafinos. Com isso, basta mover os elementos com velocidade suficiente e você pode desenhar linhas no ar.
Esse método também pode gerar diferentes efeitos, cores e imagens, a partir de materiais como vidro, tungstênio e até mesmo pequenas amostras de diamante. Tá, mas então o que é necessário para tornar isso algo cotidiano? Bem, a maior limitação é o tamanho das imagens, que ainda são do tamanho de uma unha do dedo mindinho, mas os cientistas já estão trabalhando nisso.
O que acontece na ficção: aqui está outra ideia que não nasceu em “Pantera Negra”, já que temos gente sonhando em transitar com carros voadores pelas cidades desde a ficção científica dos anos 20, passando por “De Volta Para o Futuro” e vários outros filmes, livros e quadrinhos. Esse “setor” da adaptação do Marvel Studios é o que mais se aproxima de nossa realidade, com direito a trem que se movimenta por meio de levitação magnética (ou maglev) e uma boa variedade de transportes aéreos.
Como anda isso em nossa ciência real: estamos muito perto de ver veículos voadores populares em grandes centros urbanos, principalmente porque empresas como a Airbus e o Uber tornaram seus planos para isso públicos há algum tempo — e a segunda até mesmo acredita colocá-los em prática comercial entre os próximos cinco e dez anos.
Aliás, dependendo da definição, é possível afirmar que já tenhamos transporte aéreo individual, pois uma variação de drone, o chinês Ehang 184, pode levar um passageiro por vez. O Kitty Hawk, do cofundador da Google, Larry Page, também tem como objetivo carregar o usuário pelos ares. Outro exemplo é o alemão Lilium Jet, desenvolvido pela Agência Espacial Europeia e que tem um design bem parecido com os que vemos em “Pantera Negra”.
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Veja também: como os heróis e vilões das HQs poderiam dominar o mundo real com tecnologia.
Tecnologias do Pantera Negra que não estão assim tão longe da realidade via TecMundo