Saúde/bem-estar
16/08/2018 às 07:31•2 min de leitura
A base de muitos povos se encontra em suas tradições. Em uma era em que muitas mudanças são necessárias para a evolução da humanidade, alguns detalhes permanecem como uma maneira de nos ligar ao passado. No judaísmo, uma tradição ainda bastante presente é a de colocar pequenas pedras sobre o túmulo daqueles que já não fazem parte do plano terreno.
O ato pode causar certa estranheza para quem não é familiarizado com o judaísmo, já que na maioria dos casos flores e/ou velas são levadas para cemitérios. Mas há uma boa explicação para a tradição; antes, é preciso observar alguns dados históricos dessas curiosidades culturais.
Há cerca de 15 mil anos, os seres humanos iniciaram o processo de estabelecer sua vida em uma determinada região, abandonando o estilo nômade. Os primeiros registros arqueológicos encontrados dessa época são do povo natufiano. Em uma expedição realizada pela Universidade de Haifa no Monte Carmelo, ao norte de Israel, foram encontradas diversas sepulturas, em moldes bem parecidos com as dos mortos enterrados hoje, inclusive com flores sendo deixadas.
Com o passar do tempo e o desenvolvimento de diversas religiões, a prática de levar flores aos cemitérios acabou sendo mais associada a crenças não judaicas e logo foi abandonada por quem segue os preceitos judeus. Para basear a associação às pedras, explica-se que flores, apesar de serem uma boa comparação à vida, por serem belas e efêmeras, não fazem jus à plenitude do pós-vida, que é encarado como algo sagrado e eterno.
Pedras têm uma grande importância para o judaísmo. Na Bíblia, o altar não passa de uma pilha de pedras, mas ali são feitas as adorações a Deus. Aquela a que Abraão leva seu filho para ser sacrificado é chamada de hashityah, a pedra fundamental do mundo, e o santuário mais sagrado é o Muro das Lamentações.
Ao utilizarem pedras nas cerimônias, os judeus mostram publicamente que aquele ente querido foi lembrado e suas memórias estão preservadas, assim como “garantem” que suas almas permaneçam onde elas devem ficar. Do mesmo modo que as pedras, memórias são duradouras, especialmente as daqueles que amamos — uma simbologia muito bacana do motivo pelo qual elas são usadas, não acha?
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