Drops de Cinema #009: A verdade por trás de “Eu, Tonya”

17/08/2018 às 12:523 min de leitura

Vencedor do Oscar de melhor atriz coadjuvante e indicado aos de melhor atriz e melhor edição, “Eu, Tonya” (2017) conta a história da ex-patinadora de gelo Tonya Harding antes e depois que seu ex-marido atacou sua principal rival, Nancy Kerrigan, lesionando sua perna em 1994. As duas vinham disputando o primeiro lugar no ranking estadunidense desde o começo da década, e a fatalidade expôs ainda mais a rixa que ambas tinham. Tecnicamente, Tonya era considerada melhor, porém Nancy conseguia os melhores patrocínios – mesmo com a primeira tendo conseguido o dificílimo salto Axel triplo, em 1991, a primeira atleta dos EUA a conseguir em competição.

A vida de Tonya, porém, sempre foi muito difícil. Ela sofria nas mãos de sua mãe, LaVona Golden, que a agredia para que ela melhorasse seu desempenho mesmo quando Tonya ainda era uma criança. Além dos abusos físicos, também existiam os mentais: LaVona era alcoólatra, constantemente humilhando a filha com insultos na frente de outras pessoas.

A ex-patinadora também tinha uma relação conturbada com o meio-irmão, Chris Davidson, que a agrediu sexualmente quando ela estava com 15 anos – na época, ele tinha 26. Ela tentou fugir, chegou a ligar para a polícia e contou a história para os pais, que não acreditaram nela. Depois, quando finalmente conseguiu provar os ataques, Davidson foi preso e jurou que a mataria. Ao ser solto, ele acabou atropelado, em 1989, e morreu. Tonya nem sequer foi ao funeral.

tonya hardingTonya Harding e Margot Robbie, sua intérprete, na pré-estreia do filme

Nem tudo é verdade

O filme é bastante fiel aos relatos de Tonya e dos outros envolvidos na história – menos de LaVona Golden, a mãe, que não foi localizada pela produção. Inclusive, a cena em que LaVona aparece dando uma entrevista com um pássaro no ombro é reconstituída fielmente. Tonya e LaVona cortaram os laços em 2002. Porém, uma reportagem conseguiu entrevistá-la sobre o lançamente do filme, e a mulher apenas comentou que sua intérprete nem era parecida com ela.

Nem todas as cenas do filme, porém, têm um paralelo com a realidade: Tonya não chegou a mandar um juiz “Chupar seu p**”, conforme apareceu nas telonas, mas a ex-patinadora real adorou a licença poética dos roteiristas nesse momento em particular e disse que era justamente isso que ela queria ter dito na ocasião.

Outra parte importante da biografia de Tonya não apareceu no longa: Jeff Gillooly, seu ex-marido, a estuprou pouco depois do ataque à Nancy. Ele estava na companhia de outros dois homens, que ameaçaram matá-la se ela não contasse a versão de Jeff ao FBI e livrasse a barra dele. Outro detalhe é que, antes do julgamento, Gillolly e Harding concordaram em vender uma sextape a uma emissora de TV e dividir os lucros. Nada menos do que US$ 200 mil!

mãeLaVona Golden e Allison Janey, sua intérprete: atriz levou o Oscar de melhor coadjuvante

O ataque brutal

Jeff Gillooly já estava separado de Tonya Harding quando resolveu atacar Nancy Kerrigan e, com isso, tentar beneficiar a ex-esposa. Inicialmente, a ideia era apenas ameaçá-la de morte e fazer com que ela desistisse de competir nas Olimpíadas de Inverno de 1994, em Lillehammer, na Noruega. Porém, um amigo de Gillooly sugeriu que ele contratasse capangas para quebrar a perna de Nancy, algo que ele achou que funcionaria melhor.

O atentado aconteceu em 1994 durante os treinamentos para competição nacional. Shane Stant e Derrick Smith foram contratados para usar uma barra de ferro para bater na perna de Nancy. A ex-patinadora foi filmada instantes após o ataque, em um vídeo que correu o mundo e ajudou a popularizar o caso. Na fuga, Stant e Smith precisaram quebrar uma porta de vidro que eles acreditavam que estaria aberta no momento.

O que aconteceu com os envolvidos

Nancy acabou ficando de fora da competição nacional de 1994, vencida por Tonya. Ambas foram selecionadas para as Olimpíadas, sendo que Nancy, já recuperada, ficou com a medalha de prata, enquanto Tonya, com problemas nos cadarços, amargou um 8º lugar. Enquanto isso, investigações nos EUA tentavam descobrir se Tonya sabia que o ex-marido iria atacar sua rival.

Ela alega inocência, dizendo que, apesar de saber que Gillooly estava tramando “algo”, ele a ameaçou para não contar nada. Mesmo assim, ela acabou banida da patinação no gelo para sempre. Tonya tentou se reinventar nos cinemas e no boxe, mas não obteve o mesmo sucesso que conquistara patinando. A ex-atleta atualmente está com 47 anos e mudou o nome para Tonya Price. Ela está em seu terceiro casamento, desde 2010, e tem um filho de 6 anos.

Os outros envolvidos no caso – Gillooly (o ex-marido), Shawn Eckhardt (guarda-costas de Tonya e mentor do plano), Shane Stant e Derrick Smith (capangas) – foram condenados à prisão. Enquanto isso, Nancy Kerrigan está casada desde 1995, já lançou dois livros e, no ano passado, participou do programa "Dancing With the Stars".

jeff gilloolyJeff Gillooly e Sebastian Stan, seu intérprete: após 6 meses preso, ele agora mudou o nome para Jeff Stone e também está em seu terceiro casamento

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