Ciência
19/10/2018 às 08:30•2 min de leitura
Se você é cristão, com certeza sabe que o atual líder mundial da Igreja Católica é o Papa Francisco, eleito no conclave que rolou no dia 13 de março de 2013. Porém, de acordo com um cidadão que reside na cidade de Belvue, em Kansas (EUA), só há um papa legítimo no mundo: ele mesmo. Conheça a história de David Bawden, que acredita veemente que o último papa “de verdade” foi Pio XII, morto em 1958, e resolveu assumir o posto.
Criado por católicos devotos, Bawden nasceu em setembro de 1959. Desde criança, ele se viu desencantado com as reformas resultantes do Concílio Vaticano II — uma série de reuniões convocadas por João XXIII (sucessor de Pio XII), que alteraram drasticamente o relacionamento da Igreja com a sociedade moderna. As missas, por exemplo, deixaram de ser rezadas em latim e passaram a ser recitadas na língua de cada país.
Além disso, a assembleia reformou o pensamento católico abrindo a mente de seus seguidores para uma tolerância maior aos não cristãos, defendendo a liberdade religiosa e mexendo em outros assuntos considerados delicados até então. Obviamente, muita gente não concordou com as mudanças — e isso inclui a família de David Bawden, que resolveu se associar ao movimento conhecido como “Sociedade de Pio XII”.
Bawden acabou expulso da sociedade em 1978 por “brigas internas” e continuou decepcionado ao presenciar “falsos papas” sendo eleitos um atrás do outro, arruinando as origens do catolicismo em prol de um discurso mais contemporâneo. Algo tinha que ser feito, e o norte-americano encontrou uma forma radical de resolver o problema: assumir-se a si próprio como o verdadeiro líder mundial da Igreja Católica.
Após se dedicar intensivamente aos estudos, o estadunidense organizou um conclave em 1990 e foi eleito com 100% dos votos — o detalhe é que apenas seis pessoas participaram da reunião, sendo que três delas faziam parte da família do próprio Bawden e as outras três foram seus primeiros seguidores. Com direito ao clássico voto de Habemus papam, ele assumiu a identidade de papa Michael, em homenagem ao arcanjo Miguel.
De lá para cá, Bawden — ou Michael — tem administrado sua própria igreja (que sobrevive com dinheiro próprio e doações), organizando missas e convocando novos seguidores. De acordo com o próprio, ele conta com 30 fiéis “sólidos” e outras pessoas que “vêm e vão” com o passar dos anos. Apesar de sua postura conservadora, o papa americano possui uma presença ativa na internet, tendo um site e páginas em redes sociais.
A história de Bawden é tão curiosa que, em 2010, ele protagonizou o documentário “Pope Michael”, que narra sua trajetória e a de seu seminarista Phil Friedl. Por mais que tal história pareça estranha, o papa alternativo é convicto de sua santidade e afirma ser feliz com seu modo de viver.
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