Ciência
18/02/2019 às 04:00•4 min de leitura
O que seria de nós sem o papel e a tinta para registrar histórias. Não fosse o Los Angeles Times publicar a notícia – com direito a fotos e tudo! –, talvez os Estados Unidos pudessem ter ocultado melhor o embaraçoso episódio da “Batalha” de Los Angeles, que faz aniversário nessa semana.
Mas, o tradicional jornal californiano não teria nem chance de publicar nada, ele nem existiria, se não fosse por um cara lá no século XV encucar que queria muito publicar livros em sequência, e não apenas naqueles trabalhosíssimos manuscritos. O nome desse quarentão era Gutenberg, e ele foi o inventor da prensa – o primeiro tipógrafo que existiu. Quer saber qual livro foi que ele publicou? Continue lendo e conheça também outros fatos da semana na coluna Drops Históricos # 47.
1930: Descoberta de Plutão
Foto: Domínio Público
Enquanto trabalhava no Observatório Lowell, no Arizona, e usando um telescópio maior do que ele mesmo, o astrônomo Clyde Tombaugh, na época com apenas 24 anos, percebeu que era preciso observar os céus Além de descobrir diversos asteroides e esclarecer mitos sobre objetos voadores não identificados, ele também fez uma contribuição para a compreensão do Sistema Solar: a de Plutão, que embora hoje não seja mais considerado um planeta, e sim um planeta anão, na época ajudou a dar projeção para o cientista e, de fato, entrou para a lista de planetas.
1797: Assinado o Tratado de Tolentino
Houve um tempo em que Napoleão Bonaparte controlava não apenas a França, mas boa parte da Itália também, por meio do que ele chamava de Exército da Itália. Foi nessa época, inclusive, que ele passou a assinar com o sobrenome de Bonaparte, para tentar criar uma familiaridade maior com o povo italiano.
Foto: reprodução da pintura Traité de Tolentino (1797)/ Wikimedia Commons
Neste período, o imperador francês não fazia questão de pedir nada para ninguém, ele apenas fazia parecer que os outros tinham alguma escolha, mas na verdade era ele mesmo quem comandava tudo. Foi assim com o Tratado de Tolentino, assinado em 1797 na cidade italiana de mesmo nome. Esse acordo diplomático, firmado entre a França e os chamados "Estados Pontifícios" - como eram conhecidos os territórios que hoje pertencem à parte peninsular da Itália -, tinha como objetivo promover um armistício entre os dois países em conflito, mas na verdade mais dava poderes ao imperador, uma vez que aumentava a indenização que os pontífices tiveram que pagar à França durante a guerra.
1909: Publicado o Manifesto Futurista
110 anos atrás, no dia de hoje, o poeta italiano Filippo Tommaso Marinetti publicava na revista francesa Le Figaro o texto cheio de poesia que ficou conhecido como "Manifesto Futurista", uma emblemática lista de compromissos firmados por ele com o mundo. Eram 11 itens que proclamavam o que viria a ser o novo século, uma época dinâmica, pautada na velocidade, na vida mediada pelas máquinas, mas nem por isso com menos amor entre os homens.
Foto: Arquivo Le Figaro
Pode parecer pouco, mas na época publicar nos jornais não era algo tão fácil e comum como é hoje e, para os franceses, isso significou um dos grandes passos do movimento futurista e um dos mais importantes e fundacionais avanços para a arte moderna.
1945: Batalha de Monte Castello
Para os pracinhas brasileiros enviados para lutar na Itália e participar da Segunda Guerra Mundial, as palavras Monte Castello provocaram para sempre muitos arrepios. Essa batalha, que começou em 24 de novembro de 1944 e durou até 21 de fevereiro de 1945, foi uma das mais sangrentas entre as que contaram com o reforço da Força Expedicionária Brasileira.
Durante esta batalha, os soldados do exército brasileiro fizeram várias investidas para tomar o poder perto de Bolonha, mas falharam na maioria delas, perdendo vários integrantes dos pelotões nacionais durante o processo.
Na ocasião, 417 soldados brasileiros perderam a vida e oito foram capturados, enquanto que as baixas nazistas foram de 47 mortos e 23 prisioneiros.
Foto: Arquivo da Força Expedicionária Brasileira - Exército Brasileiro
775: Pio VI é coroado 250º papa
Angelo Onofrio Melchiorre Natale Giovanni Antonio Braschi. O nome do italiano que ocupou pela vez de número 250 o cargo mais alto da Igreja Católica era quase mais longo do que sua lista de qualificações quando assumiu o papado. Ordenado sacerdote com apenas 38 anos, ele já era advogado antes de se consagrar à religião. Foram 20 anos até que ele conseguiu chegar a ser eleito como Papa e teve um dos pontificados considerados mais calmos desde o início da história da Igreja.
Foto: Wikimedia Commons
Isso permitiu que, nos seus 24 anos de Papado, Pio VI tenha conseguido se dedicar a obras sociais e culturais, como a criação de museus e o saneamento de algumas regiões pantanosas que vinham causando doenças.
Seu período como Papa não foi todo flores, no entanto. Foi durante este período que o mundo viu acontecer a Revolução Francesa, iniciada em 1789, que questionava diversos princípios religiosos.
1455: Publicada a Bíblia de Gutenberg
O primeiro documento oficialmente impresso, e não datilografado. Essa é a importância desse documento, que, mais do que uma bíblia, um livro tão facilmente encontrado atualmente em qualquer livraria, foi um grande passo para a história da comunicação como um todo. Ela também é chamada de Bíblia das 42 linhas, mas o nome principal se dá em homenagem ao homem que criou a prensa, Johannes Gutenberg. O que ela tinha de especial era o fato de que, com o novo equipamento inventado por ele, as letras ficavam fixadas em um pedaço de papel por meio de tipos, as letrinhas feitas de chumbo.
Foram quase cinco anos para a impressão de uma cópia inteira e, hoje, restam no mundo apenas 48 dos mais de 150 exemplares da Bíblia impressos então, com escrita ainda em Latim. Existem, claro, inúmeras réplicas, mas as originais estão expostas em museus ao redor do mundo.
Foto: Reprodução/ Flickr
1942: Batalha de Los Angeles
E quando o exército norte-americano abre fogo contra um objeto voador não identificado em plena Segunda Guerra Mundial? No dia 24 de fevereiro de 1942, havia se passado apenas três meses deste o ingresso oficial do país no conflito, mas o desconfiômetro dos Estados Unidos já estava totalmente ligado. E, na dúvida, o país prefere atirar do que ser bombardeado.
Foi por isso que, nessa data, os militares ativaram a artilharia antiaérea em um processo que durou várias horas, mas que no fim era somente um alarme falso.
Foto: Reprodução/ Los Angeles Time