Ciência
28/02/2019 às 11:01•1 min de leitura
No começo do mês, a cantora pop Firuza Khafizova, popularmente conhecida como Rainha do Tajiquistão, completou 35 anos e quis comemorar, algo comum para qualquer um. Sendo bastante popular, ela chamou alguns amigos e divulgou o festerê no Instagram, mas acabou condenada por isso. Khafizova teve que pagar uma multa de 5 mil somonis, algo em torno de 2 mil reais, por ter comemorado seu aniversário em público.
O caso foi bastante noticiado, principalmente por expor uma das leis mais absurdas do país. Segundo o Artigo 8 do Regulamento de Tradições e Costumes da República do Tajiquistão, aniversários só podem ser comemorados em ambiente restrito, particular e familiar; quem ousar compartilhar as celebrações pode acabar sendo punido com multas, como foi o caso de Khafizova.
As penalidades foram introduzidas em 2007 e começaram a se intensificar a partir de 2017, com o governo tendo autonomia para interferir e limitar participantes em aniversários, casamentos, batismos e até funerais. As autoridades podem, inclusive, aprovar ou vetar o menu servido nas ocasiões ou determinar a duração e o horário para sua realização.
Trecho do vídeo que colocou a cantora contra os costumes de seu país (Imagem: Reprodução @firuzakhafizova.official)
O Tajiquistão é considerado uma república democrática, por isso tem recebido diversas reclamações sobre as leis de tradições e costumes, já que afetariam a liberdade das pessoas. O país asiático tem 7,3 milhões de habitantes e aplicou 643 multas no ano passado. Em 2015, um homem recebeu um “boleto” após postar no Facebook uma foto sua sozinho, em um café, comemorando o próprio aniversário — era em um ambiente público, por isso infringia a lei.
Segundo o governo, as penalidades são necessárias para evitar que as pessoas gastem demais nesses eventos comemorativos e acabem não conseguindo pagar por toda a festa, contraindo restrições de crédito. Só com as multas de 2018, as autoridades arrecadaram mais de R$ 1 milhão.
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