Ciência
24/04/2019 às 11:00•2 min de leitura
O black metal é uma vertente do heavy metal que se caracteriza principalmente por vocais guturais, muita velocidade e distorção de guitarras. Apesar de pouco popular por aqui, esse tipo de música possui um público bem fiel, principalmente nos países nórdicos.
Reprodução/Westword/Matthew Zinke
Pessoas que gostam de música não necessariamente apreciam toda e qualquer banda, mas estão sempre dispostas a escutar novidades. Não sabemos qual estilo mais agrada CJ Carr e Zack Zukowski, mas os dois engenheiros, especialistas em aprendizado de máquina, resolveram criar um algoritmo que produz músicas no estilo black metal.
Com o uso de inteligência artificial, os dois criaram uma “banda” chamada DADABOTS, que é capaz de produzir músicas de diversos estilos musicais por meio de um algoritmo. Desde 2012, a banda computacional produziu um grande número de álbuns, de skate punk até black metal.
O projeto mais recente foi a criação do “Relentless Doppelganger”, uma transmissão pela internet que toca black metal de maneira ininterrupta, tudo gerado por inteligência artificial. Nas palavras dos engenheiros, esse é um passo na “eliminação dos seres humanos do black metal”.
Em uma pesquisa realizada pela dupla, publicada em 2017, eles disseram que “a maioria dos experimentos de geração de música com um estilo específico explorou artistas conhecidos e encontrados facilmente em livros didáticos de harmonia, como The Beatles, Bach e Beethoven, mas poucos analisaram a geração de outliers de gênero modernos, como o black metal”.
Para os pesquisadores os resultados são satisfatórios, considerando que o algoritmo utiliza músicas reais como base e as reproduz de outras maneiras. Por mais que essa fosse a ideia original, eles ficaram “encantados com o mérito estético das imperfeições presentes. Os vocalistas solo se tornam um exuberante coro de vozes fantasmagóricas e os cruzamentos de várias gravações, uma quimera sonora surrealista”.
A maioria das pessoas provavelmente não conseguiria identificar a diferença entre uma música real e a gerada pelo programa, considerando a popularidade do estilo. Apesar disso, apenas a existência dessa possibilidade mostra que o futuro nos reserva muitas surpresas em aspectos que ainda nem imaginamos.