Ciência
10/05/2019 às 03:58•2 min de leitura
A nova edição da revista americana Sports Illustrated Swimsuit será um pouco diferente dessa vez, é que o termo “traje de banho” foi ampliado e passou a incluir o tradicional hijab - véu esconde os cabelos, as orelhas e o pescoço, e só deixa visível o rosto – e uma peça chamada de burkini, que é uma roupa de banho de corpo inteiro utilizado em todo mundo, seja por questões culturais, religiosas ou, simplesmente, preferência pessoal.
A iniciativa da revista é um passo para a reflexão da diversidade do mundo em que vivemos. (Foto: Reprodução/Sports Illustrated/Yu Tsai)
Quem vai usar as peças é a supermodelo somali-americana Halima Aden, que nasceu em um campo de refugiados de Kakuma, no Quênia, e aos sete anos mudou-se com a família para os Estados Unidos. Durante a sessão de fotos, ela contou sobre a sensação dessa experiência revolucionária e tão representativa. “Crescendo nos Estados Unidos, eu nunca me senti representado porque nunca consegui ler uma revista e ver uma garota que estava usando um hijab”, disse Halima em um vídeo de bastidores. E completou: “Não tenha medo de ser o primeiro”.
Ao longo dos anos os trajes de banho foram mudando, desde o período vitoriano, na Inglaterra, onde se cobriam da cabeça aos pés com vestes ondulantes até na América, em 1920, onde mulheres eram presas pela “polícia do maiô” quando mostravam muita pele, como forma de guardar a “moralidade” de acordo com as medidas das roupas de banho femininas. E hoje, os biquínis e maiôs estão cada vez menores, e já não causam polêmicas.
Halima disse estar honrada com a oportunidade de mostrar a beleza de mulheres vestidas com burkini. (Foto: Reprodução/Sports Illustrated)
Mas não são todas as culturas que tiveram essa mudança, as mulheres mulçumanas, especialmente, não costumam expor a pele na praia e, apesar disso, pouco têm sido representadas em editoriais de moda praia. Pensando nisso, o burkini foi criado em 2016, com o intuito de oferecer uma peça que cubra todo o corpo, mas que seja leve o suficiente para que as mulheres possam nadar. Entretanto, a aceitabilidade do traje ainda é motivo de debate em países mais conservadores.