Ciência
10/06/2019 às 03:00•3 min de leitura
Exposição à radiação? Mudanças no DNA ou no clima? Esqueça todas as teorias que explicam o tamanho do monstro Godzilla. Uma pesquisa da Universidade de Dartmouth diz que o monstro cresceu conforme os níveis de ansiedade da população.
Segundo os professores Nathaniel Dominy e Ryan Calsbeek, ao analisar todas as aparições do monstro em filmes, e levando-se em consideração o processo evolutivo natural de um réptil, a criatura cresceu 30 vezes mais rápido.
É importante considerar o momento em que o Godzilla foi criado: 1954, nove anos após as bombas atômicas destruírem as cidades de Hiroshima e Nagasaki, no Japão. Na ficção, o monstro surge a partir de um acidente nuclear que modificou geneticamente um lagarto. Naquele momento, a população ainda convivia com os receios de novos ataques e o filme retratou um medo real apresentando um personagem gigantesco destruidor de cidades.
Os cientistas consideraram os padrões evolutivos dos lagartos e, segundo eles, a força da evolução foi quase cinco vezes mais intensa com o Godzilla. Ao colocar todas as aparições do monstro em uma linha do tempo (veja abaixo), nota-se que em períodos de tensão para a sociedade, onde os níveis de ansiedade aumentam, o Godzilla cresce.
A pesquisa sugere que essa evolução corresponde a ansiedade de que o que se vê na tela pareça real. Se as grandes metrópoles têm prédios cada vez mais altos, apenas um monstro ainda mais gigantesco e aterrorizante seria motivo para pânico.
O efeito das mudanças climáticas na evolução das espécies também é um grande apelo. No entanto, os animais têm uma capacidade maior de adaptação e dificilmente veremos um lagarto se transformando em Godzilla (ao menos em proporções tão rápidas como no cinema).
Godzilla está de volta em Godzilla 2 - Rei dos Monstros, mas se o Brasil é o país mais ansioso do mundo, será que um dia também bateremos o recorde de maior Godzilla da história?