Ciência
11/02/2014 às 09:07•1 min de leitura
Seja lá pelo motivo que for, as pessoas andam há algum tempo preocupadas com a possibilidade de — quem sabe? — influenciar a forma como a Terra gira em torno do seu próprio eixo. Entretanto, embora a ideia de um pulo em massa pareça um tanto ingênua, a hipótese ganha alguma seriedade quando se trata do deslocamento de quase 40 trilhões de quilos de água, certo?
Na verdade, para ser mais preciso, 39,3 quilômetros cúbicos do precioso líquido, o qual é mantido represado pela maior hidrelétrica do mundo, a usina de Três Gargantas, na China, quando se encontra em seu nível máximo (175 metros acima do nível do mar). Essa quantia quase obscena de água ainda inunda uma área de 632 quilômetros quadrados de terra.
Fonte da imagem: Reprodução/Wikimedia Commons
Mas será mesmo que isso tudo é capaz de alterar a placidez com que a Terra gira em torno do seu próprio eixo? Ok, a NASA pode ajudar com os cálculos.
Conforme rege a boa Física básica — aquela mesma que a maior parte das pessoas aprende lá no ensino médio —, alterar a conformação da massa de um corpo faz alterar o seu momento de inércia. Basta observar um patinador rodopiando pelo gelo: quando mais os seus membros se afastam do eixo de rotação, mais lento fica o movimento e vice-versa.
Naturalmente, o mesmo ocorre com a Terra. Entretanto, considerada a massa do planeta, os impressionantes 39,3 quilômetros cúbicos de água acabam não sendo assim tão relevantes. Conforme cálculo da NASA, a elevação dessa quantia de água à altura de 175 metros (nível máximo da represa) torna os dias mais longos em apenas 0,06 microssegundo. Já o eixo de rotação acaba alterado igualmente ínfimos 2 centímetros.
Fonte da imagem: Reprodução/Wikimedia Commons
Como se vê, nada muito drástico. Bem, mas que tal se nós todos saltássemos sobre a mesma área da hidrelétrica de Três Gargantas? É melhor nem dar ideia.