Imagem de 'Chuvas de Terror': o exoplaneta mais mortal conhecido no megacurioso

Chuvas cortantes, ventos com velocidades de 2 km/s, condições climáticas dignas de pesadelos, saiba tudo sobre o exoplaneta mortal HD 189733 b

Conhecido pela comunidade astron&ocirc;mica como "Chuvas de Terror", o exoplaneta HD 189733 b, localizado a aproximadamente 64,5 anos-luz de dist&acirc;ncia do Sistema Solar, na constela&ccedil;&atilde;o de Vulpecula, vem chamando a aten&ccedil;&atilde;o de agentes da National Aeronautics and Space Administration (NASA) por suas condi&ccedil;&otilde;es clim&aacute;ticas extremamente hostis.
Descrito como um "pesadelo de filmes de <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/120749-por-que-os-ingleses-contavam-historias-de-terror-no-natal.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">horror</a>", o corpo celeste esconde, por tr&aacute;s de um belo brilho azul, alguns dos eventos naturais mais brutais do Cosmos, sendo um local totalmente inadequado para que um indiv&iacute;duo sobreviva (at&eacute; por poucos segundos).
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/01/14/14181349858378.jpg" alt="(Fonte: NASA/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: NASA/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Descoberto em dezembro de 2005, o exoplaneta HD 189733 b pode apresentar tons similares aos da Terra, mas suas propriedades divergem totalmente do nosso planeta, sendo consideravelmente maior e mais quente. Suas dimens&otilde;es se aproximam das de J&uacute;piter, cerca de 139.820 km de di&acirc;metro, e o astro extrassolar leva 2,2 dias para completar 1 &oacute;rbita em torno de seu <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/120672-sonda-da-nasa-consegue-tocar-o-sol-em-feito-inedito.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">sol</a> tipo K e cujo nome oficial &eacute; HD 189733.
<h2 class="uk-text-justify">Temperaturas absurdas e o efeito visual</h2>
Durante o dia, as temperaturas no exoplaneta podem alcan&ccedil;ar a marca de impressionantes 1093 &deg;C, gerando uma atmosfera nebulosa e queimada, composta de nuvens elevadas e misturadas com part&iacute;culas de silicato (sil&iacute;cio e oxig&ecirc;nio). Essas part&iacute;culas, ent&atilde;o, aliadas a ventos de at&eacute; 2 km/s, acabam formando pequenas &ldquo;got&iacute;culas&rdquo; de vidro.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/01/14/14102639899109.jpg" alt="(Fonte: ESO / Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: ESO / Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Sua apar&ecirc;ncia foi determinada por meio de uma hip&oacute;tese com base em observa&ccedil;&otilde;es que s&oacute; podem ser realizadas em per&iacute;odos espec&iacute;ficos, j&aacute; que o corpo celeste apenas &eacute; visto quando passa na frente do HD 189733. Gra&ccedil;as ao poder do Espectr&oacute;grafo de Imagens do Telesc&oacute;pio Espacial (STIS), instalado como anexo do Hubble, agentes da NASA descobriram algumas mudan&ccedil;as na cor da luz antes, durante e depois que ela passa &ldquo;atr&aacute;s&rdquo; do sol, indicando um alto potencial mutante detectado na trajet&oacute;ria orbital.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/01/14/14102707571110.jpg" alt="(Fonte: NASA / Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: NASA / Reprodu&ccedil;&atilde;o)
"Seus ventos sopram em at&eacute; 5,4 mil mph (2 km/s), 7 vezes a velocidade do som, chicoteando todos os viajantes em uma espiral doentia ao redor do planeta. Ser pego pela chuva neste planeta &eacute; mais do que uma inconveni&ecirc;ncia; &eacute; uma morte por mil cortes. Esse mundo alien&iacute;gena escaldante possivelmente faz chover vidro &mdash; por todos os lados &mdash; em seus ventos uivantes", concluiu a NASA em um comunicado.
Pouco &eacute; conhecido sobre o planeta, al&eacute;m do fato de ser um gigante gasoso e um "<a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/120314-como-hollywood-faz-filmes-slasher-parecerem-tao-reais.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">slasher</a>" espacial que sugere ser um refugo amig&aacute;vel, mas guarda as maiores e mais cru&eacute;is surpresas para quem ousar visit&aacute;-lo algum dia.

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'Chuvas de Terror': o exoplaneta mais mortal conhecido

Imagem de Heldergroen: o escritório holandês que "some" depois das 18 horas no megacurioso

Fim do expediente no escritório Heldergroen é um espetáculo arquitetônico à parte e utiliza um método pouco convencional para evitar horas extras

Localizado em Amsterd&atilde;, Holanda, o escrit&oacute;rio Heldergroen vem transformando a vida de dezenas de marcas sustent&aacute;veis h&aacute; pouco mais de 20 anos, inovando por meio de um servi&ccedil;o pioneiro no chamado "mercado verde".
Al&eacute;m de se destacar pela sua import&acirc;ncia hist&oacute;rica e operacional no pa&iacute;s, a empresa chama a aten&ccedil;&atilde;o pelo m&eacute;todo pouco convencional de cuidar dos colaboradores e evitar as horas extras, "desaparecendo" depois das 18 horas com o suporte de uma t&eacute;cnica vertical de <a href="https://www.megacurioso.com.br/arquitetura-e-engenharia/" rel="noopener noreferrer" target="_blank">arquitetura</a>.
A sede do escrit&oacute;rio foi desenvolvida pelo Zecc Architects e prioriza o pr&oacute;prio conceito ambiental da companhia, com mesas, cadeiras e os principais m&oacute;veis constru&iacute;dos ap&oacute;s a reciclagem de antigos postes telef&ocirc;nicos, pe&ccedil;as de <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/120803-artropode-do-tamanho-de-um-carro-habitou-a-terra-ha-milhoes-de-anos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">carro</a> dispon&iacute;veis em ferro velho e outros itens abandonados. Em hor&aacute;rio comercial, toda a mob&iacute;lia fica dispon&iacute;vel integralmente aos colaboradores em um cen&aacute;rio amplo e sem divis&oacute;rias departamentais, mas &eacute; apenas no final do dia de trabalho que a sala faz sua <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/120378-o-magico-de-oz-a-misteriosa-mensagem-escondida-no-casaco-do-mago.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">m&aacute;gica</a>.
A partir das 18 horas, o sistema autom&aacute;tico da empresa ergue as mesas com todos os computadores e acess&oacute;rios distribu&iacute;dos nelas por meio de guindastes, elevando os m&oacute;veis para uma plataforma suspensa e abrindo a sala para que atividades laborais sejam praticadas. Al&eacute;m disso, as cadeiras s&atilde;o guardadas em gaveteiros pr&aacute;ticos com rodinhas, que, ao serem encostados nas laterais das paredes, d&atilde;o uma apar&ecirc;ncia r&uacute;stica e elegante para o escrit&oacute;rio. Confira abaixo, em v&iacute;deo, como ocorre o procedimento de abertura do espa&ccedil;o.
<iframe width="600" height="375" src="https://www.youtube.com/embed/5VxN6JU_L0o" title="YouTube video player" frameborder="0" allowfullscreen="allowfullscreen"></iframe>
O mecanismo teatral &mdash; semelhante &agrave;s t&eacute;cnicas de eleva&ccedil;&atilde;o de pessoas e objetos &mdash; visa comprometer os colaboradores a realizar seus trabalhos durante o per&iacute;odo contratual, evitando extrapolamentos de hor&aacute;rios e, consequentemente, o desgaste f&iacute;sico e mental.
Segundo o diretor-criativo da companhia, Sander Veenendalls, a rotina do Heldergroen intercala frequentemente os processos operacionais com festas, workshops, aulas de yoga, cursos de dan&ccedil;a e outras atividades que requerem espa&ccedil;o, como forma de preservar o bem-estar das pessoas.
Voc&ecirc; j&aacute; ouviu falar de escrit&oacute;rios suspensos? O que voc&ecirc; acha dessa pr&aacute;tica pouco convencional de rotina trabalhista? Deixe a sua opini&atilde;o nos coment&aacute;rios.

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Heldergroen: o escritório holandês que 'some' depois das 18 horas

Imagem de Fóssil gigante de "dragão-marinho" é encontrado em reserva britânica no megacurioso

Restos fossilizados de um ictiossauro, com cerca de 10 metros de comprimento e 180 milhões de anos, é o maior achado do gênero na região

Conservacionistas do Leicestershire and Rutland Wildlife Trust, reservat&oacute;rio localizado a cerca de 50 km da costa brit&acirc;nica, relataram ter encontrado um f&oacute;ssil in&eacute;dito na hist&oacute;ria da paleontologia local. Segundo os pesquisadores, restos de um ictiossauro de 180 milh&otilde;es de anos estavam perfeitamente distribu&iacute;dos na zona litor&acirc;nea de Midlands, detendo aproximadamente 10 metros de comprimento e mantendo propriedades f&iacute;sicas bem preservadas para um registro documental da categoria.
Extintos h&aacute; quase 90 milh&otilde;es de anos, os <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/115750-restos-de-presa-sao-encontrados-dentro-de-fossil-de-ictiossauro.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">ictiossauros</a>, popularmente conhecidos como &ldquo;drag&otilde;es-marinhos&rdquo; por conta de seu tamanho e das dimens&otilde;es de olhos e dentes, eram predadores do Tri&aacute;ssico que se caracterizavam por terem sangue quente. Com um design corporal semelhante ao dos golfinhos, eles atingiam at&eacute; 25 metros de comprimento e ca&ccedil;avam em &aacute;guas turvas e profundas, dominando o ecossistema em que viviam como um dos maiores r&eacute;pteis j&aacute; documentados.
Agora, o novo achado apresenta mais detalhes relevantes sobre o animal, principalmente por conta do surpreendente estado de conserva&ccedil;&atilde;o que o f&oacute;ssil de Midlands apresentou. Inicialmente identificado em fevereiro de 2021 durante uma drenagem de rotina no Rutland Wildlife Trust pelo cientista Joe Davis, o esp&eacute;cime foi completamente escavado entre agosto e setembro do mesmo ano e anunciou n&atilde;o apenas a maior descoberta do tipo no Reino Unido, mas tamb&eacute;m a mais completa em rela&ccedil;&atilde;o ao conjunto do esqueleto.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/01/11/11113916116279.jpg" alt="(Fonte: Matthew Power Photography / Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Matthew Power Photography/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
&ldquo;Eu olhei para o que pareciam ser pedras ou cristas na lama e disse que isso parecia um pouco org&acirc;nico, um pouco diferente&rdquo;, disse Davis, em entrevista &agrave; BBC News. &ldquo;Ent&atilde;o vimos algo que parecia quase uma mand&iacute;bula. Liguei para o conselho municipal e disse que acho que encontrei um <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/120770-quetzalcoatlus-como-voava-o-maior-dinossauro-alado-ja-existente.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">dinossauro</a>.&rdquo; Foi ent&atilde;o que o &oacute;rg&atilde;o do distrito enviou uma equipe de paleont&oacute;logos para o reservat&oacute;rio para observar de perto a &ldquo;fascinante descoberta&rdquo;.
<h2>O passado pr&eacute;-hist&oacute;rico</h2>
H&aacute; 200 milh&otilde;es de anos, Rutland era coberta por um oceano raso, mas a dist&acirc;ncia de quase 50 quil&ocirc;metros das costas de Dorset ou de Yorkshire, por exemplo, permitiu que o local n&atilde;o sofresse com o mesmo processo erosivo que foi registrado nas regi&otilde;es de penhascos. Assim, o processo de redu&ccedil;&atilde;o nos n&iacute;veis da &aacute;gua no interior ocorreu de forma lenta e revelou apenas recentemente alguns dos mist&eacute;rios ocultos no territ&oacute;rio remoto.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/01/11/11113802116276.jpg" alt="(Fonte: Anglian Water / Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Anglian Water/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
&ldquo;N&atilde;o &eacute; sempre que voc&ecirc; &eacute; respons&aacute;vel por levantar com seguran&ccedil;a um <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/119776-fossil-de-pterossauro-apreendido-e-o-mais-completo-do-brasil.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">f&oacute;ssil</a> muito importante, mas muito fr&aacute;gil, e que pesa tanto&rdquo;, disse Nigel Larkin, conservador paleontol&oacute;gico e pesquisador visitante da Reading University. &ldquo;&Eacute; uma responsabilidade, mas adoro desafios.&rdquo;
O cr&acirc;nio do drag&atilde;o-marinho foi removido junto a um grande bloco de argila de quase uma tonelada de peso, sendo coberto com gesso e posteriormente posicionado em talas de madeira para o transporte adequado. Agora, o objeto fossilizado ser&aacute; estudado e poder&aacute; permanecer na &aacute;rea para ser apreciado por turistas, caso o reservat&oacute;rio consiga financiamento para transformar o local em ponto de visita&ccedil;&atilde;o.

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Fóssil gigante de 'dragão-marinho' é encontrado em reserva britânica

Imagem de Como o cérebro humano identifica uma voz em meio a multidões? no megacurioso

Você já parou para pensar como é possível entender uma pessoa falando em locais mesmo com várias conversas simultâneas?

Pesquisadores de diversas universidades pelo planeta, por meio de um trabalho colaborativo publicado no Journal of Neuroscience, revelaram como o c&eacute;rebro humano &eacute; capaz de ativar um mecanismo de identifica&ccedil;&atilde;o vocal mesmo quando as pessoas est&atilde;o em meio a multid&otilde;es. Segundo o estudo, o &oacute;rg&atilde;o consegue concentrar sua aten&ccedil;&atilde;o em um &uacute;nico falante permitindo que a voz e a fala possam ser perfeitamente compreendidas e "recortadas" das outras no ambiente.
Para entender de que forma ocorre a aplica&ccedil;&atilde;o focal do <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/120815-6-mitos-sobre-o-cerebro-humano-que-voce-ainda-escuta-por-ai.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">c&eacute;rebro humano</a> em um &uacute;nico interlocutor, os neurocientistas contaram com o suporte do exame de eletroencefalografia (EEG), m&eacute;todo de monitoramento n&atilde;o invasivo utilizado para registrar a atividade el&eacute;trica do c&eacute;rebro. A t&eacute;cnica foi aplicada em volunt&aacute;rios durante a reprodu&ccedil;&atilde;o de hist&oacute;rias simult&acirc;neas e analisou o comportamento das ondas cerebrais caso os participantes fossem recomendados a focar a aten&ccedil;&atilde;o em apenas um &uacute;nico relato.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/01/06/06164140662345.jpg" alt="(Fonte: Shutterstock)" />(Fonte: Shutterstock)
&ldquo;Nossas descobertas sugerem que a ac&uacute;stica, tanto da hist&oacute;ria assistida quanto da hist&oacute;ria n&atilde;o vista ou ignorada, &eacute; processada de forma semelhante&rdquo;, disse o&nbsp;professor associado de Neuroci&ecirc;ncia&nbsp;Edmund Lalor, da University of Rochester Medical Center e coautor do projeto. &ldquo;Mas descobrimos que havia uma distin&ccedil;&atilde;o clara entre o que aconteceu a seguir no c&eacute;rebro", ele explicou.
<h2 class="uk-text-justify">Processamento familiar da l&iacute;ngua</h2>
A descoberta logo revelou que o processo de identifica&ccedil;&atilde;o lingu&iacute;stica ocorre devido &agrave; convers&atilde;o da fala em fonemas &mdash; as menores unidades sonoras que formam as palavras de uma <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/120608-mumias-com-linguas-de-ouro-de-2500-anos-sao-encontradas-no-egito.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">l&iacute;ngua</a> e s&atilde;o representadas graficamente por letras &mdash;, articulando-se por meio da conversa&ccedil;&atilde;o. Curiosamente, apenas uma das hist&oacute;rias chama a aten&ccedil;&atilde;o do c&eacute;rebro e se transforma em algo compreens&iacute;vel, enquanto os sons simult&acirc;neos emitidos por outras pessoas s&atilde;o ignorados pela atividade neural.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/01/06/06102650864069.jpg" alt="(Fonte: StockSnap/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: StockSnap/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Isso explicaria evid&ecirc;ncias claras de processamento de tra&ccedil;os fon&eacute;ticos categ&oacute;ricos para fala assistida, esclarecendo como o c&eacute;rebro humano resolve o problema de festas, reuni&otilde;es e eventos com muitas pessoas, com o suporte da otimiza&ccedil;&atilde;o da aten&ccedil;&atilde;o. Essa prioriza&ccedil;&atilde;o do fonema em detrimento da ac&uacute;stica apoiaria a no&ccedil;&atilde;o existencial de uma hierarquia de codifica&ccedil;&atilde;o em que a detec&ccedil;&atilde;o aconteceria de forma separada, com a unidade da linguagem operada como um est&aacute;gio distinto.
"Essa convers&atilde;o &eacute; o primeiro passo para entender a <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/120749-por-que-os-ingleses-contavam-historias-de-terror-no-natal.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">hist&oacute;ria</a> assistida", concluiu Lalor. &ldquo;Os sons precisam ser reconhecidos como correspondentes a categorias lingu&iacute;sticas espec&iacute;ficas, por exemplo fonemas e s&iacute;labas, para que possamos determinar quais palavras est&atilde;o sendo faladas, mesmo se soarem diferentes. Um exemplo disso &eacute; quando palavras s&atilde;o ditas por pessoas com sotaques diferentes ou em tons de voz distintos&rdquo;, falou o professor.

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Como o cérebro humano identifica uma voz em meio a multidões?

Imagem de Raios X revelam padrões de espadas vikings com mais de 1000 anos no megacurioso

Escavações na tumba nórdica pagã de Mayback III, na Escócia, revelaram artefatos antigos que sofreram mais de 1 milênio de corrosão

Arque&oacute;logos da AOC Archaeology e do instituto Historic Environment Scotland (HES), revelaram as primeiras descobertas sobre o t&uacute;mulo de Mayback III em Orkney (Esc&oacute;cia), registradas ap&oacute;s an&aacute;lise de padr&otilde;es por raios X. Os artefatos, pertencentes a um antigo grupo <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/120249-6-mentiras-que-contam-sobre-os-vikings.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">viking</a> na regi&atilde;o, resistiram a mais de mil anos de corros&atilde;o, mantendo as propriedades e as gravuras incrustadas em suas estruturas.
Os itens da tumba foram encontrados durante escava&ccedil;&otilde;es realizadas em 2015, quando a regi&atilde;o revelou ser um cemit&eacute;rio que abrigava v&aacute;rios t&uacute;mulos da Idade do Ferro. Al&eacute;m de v&aacute;rias pontas de flechas enterradas abaixo de restos humanos, que estavam espalhados pela costa nordeste da ilha de Papa Westray, 2 sali&ecirc;ncias de escudo e 1 fivela de cinto estavam pr&oacute;ximo a uma sepultura ricamente abastecida em um local que tinha fortes evid&ecirc;ncias de ter sido palco de um naufr&aacute;gio viking.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/12/27/27084009743029.jpg" alt="(Fonte: AOC Archaeology/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: AOC Archaeology/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Por&eacute;m, o que mais chamou a aten&ccedil;&atilde;o dos especialistas foi uma espada que estava em m&aacute;s condi&ccedil;&otilde;es de preserva&ccedil;&atilde;o e indicava ter sido fundida com sua bainha ao longo do tempo, gerando uma camada superficial que impossibilitava a observa&ccedil;&atilde;o de detalhes.&nbsp;De in&iacute;cio, tudo apontava que o artefato datava de 850 d.C. a 950 d.C., &eacute;poca em que colonos noruegueses de 1&ordf; gera&ccedil;&atilde;o transportaram tesouros para Orkney, mas foi preciso uma an&aacute;lise mais atenta &mdash; e longa &mdash; para encontrar informa&ccedil;&otilde;es precisas sobre os itens.
&ldquo;Para preservar o m&aacute;ximo de evid&ecirc;ncias poss&iacute;veis, levantamos a espada inteira e o solo ao redor em um bloco para ser transportado e ser escavado no laborat&oacute;rio forense&rdquo;, escreveu Andrew Morrison, arque&oacute;logo e l&iacute;der da pesquisa. &ldquo;O ferro da espada foi fortemente corro&iacute;do, com muitos dos detalhes marcantes sendo vis&iacute;veis apenas por meio de <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/117851-24-imagens-de-raio-x-que-registraram-resultados-interessantes.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">raios X</a>&rdquo;, ele explicou.
<h2 class="uk-text-justify">Seis anos depois...</h2>
Nos primeiros meses de pesquisa, as t&eacute;cnicas de data&ccedil;&atilde;o por radiocarbono determinaram a idade dos restos mortais e o tempo de conserva&ccedil;&atilde;o das sepulturas desenterradas, contendo marcos de pedra retangulares, pontas de flechas, <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/120546-quantos-ossos-o-corpo-humano-tem.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">ossos</a> humanos, uma cova simples sem caix&atilde;o, vest&iacute;gios de revestimento de pedra, f&oacute;sseis de um guerreiro viking e uma espada estranhamente posicionada, com o cabo nos p&eacute;s e a ponta da l&acirc;mina no rosto do guerreiro n&oacute;rdico.
Por&eacute;m, 6 anos depois, com o uso de cuidadosas t&eacute;cnicas de raios X, os arque&oacute;logos da AOC conseguiram classificar a "espada Mayback". A denomina&ccedil;&atilde;o, criada por Jan Petersen em 1919, faz refer&ecirc;ncia a uma das maiores l&acirc;minas utilizadas pelos vikings, caracterizada como um equipamento muito pesado que necessita de um cabo robusto para manter o equil&iacute;brio nas m&atilde;os do portador.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/12/27/27084106759031.jpg" alt="(Fonte: AOC Archaeology/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: AOC Archaeology/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
&ldquo;Possivelmente um dos artefatos mais interessantes e complexos [encontrados no local], essa rara sobrevivente ter&aacute; muitas hist&oacute;rias para contar&rdquo;, escreveu Morrison. &ldquo;&Eacute; t&atilde;o fr&aacute;gil que nem sabemos como &eacute; o lado de baixo ainda, ent&atilde;o nosso entendimento com certeza mudar&aacute; nos pr&oacute;ximos meses&rdquo;, ele falou.
Os exames atestaram que o cabo da espada apresentava padr&otilde;es geom&eacute;tricos como oct&oacute;gonos alongados e losangos potencialmente elevados, com um punho coberto de materiais org&acirc;nicos mineralizados e uma suposta capa adornada como enfeite na l&acirc;mina de dois gumes. Agora, os estudos concentram seus esfor&ccedil;os para determinar mais informa&ccedil;&otilde;es sobre os indiv&iacute;duos nas sepulturas, incluindo ancestralidade gen&eacute;tica e sexo, bem como dados sobre dieta e deslocamento.

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Raios-X revelam padrões de espadas vikings com mais de 1000 anos

Imagem de Chianina: a maior raça de gado já registrada na Terra no megacurioso

A chianina também é uma das raças de gado doméstico mais antigas já documentadas

Origin&aacute;ria do Vale de Chiana, regi&atilde;o entre as prov&iacute;ncias de Siena e Arezzo (<a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/119831-milagre-filhote-de-tubarao-nasce-de-mae-virgem-na-italia.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">It&aacute;lia</a>), a ra&ccedil;a bovina chianina &eacute; uma das maiores cria&ccedil;&otilde;es de gado dom&eacute;stico existentes na Europa. Destacada pelo seu grande porte, pode alcan&ccedil;ar at&eacute; 1,80 metro de altura e at&eacute; 1,3 mil quilos em indiv&iacute;duos machos. Hoje, a ra&ccedil;a est&aacute; relacionada &agrave; produ&ccedil;&atilde;o de carne, mas sua hist&oacute;ria remonta &agrave; &eacute;poca da Roma Antiga e das recorrentes celebra&ccedil;&otilde;es locais.
H&aacute; gera&ccedil;&otilde;es, italianos das regi&otilde;es de Toscana, Lazio e Umbria trabalham ao lado do gado chianina. Com pelo menos 2 mil&ecirc;nios de exist&ecirc;ncia, os gigantes animais foram amplamente utilizados para servi&ccedil;os de tra&ccedil;&atilde;o e transporte de cargas. Naquela &eacute;poca, eles conduziam luxuosas carruagens em dias de festa e eram elogiados por poetas e artistas, que realizavam odes em homenagem aos bois e fabricavam <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/118935-escultura-invisivel-que-redefine-arte-e-leiloada-por-us-18-300.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">esculturas</a> exaltando suas musculaturas definidas.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/12/27/27084657399034.jpg" alt="(Fonte: MF Rural/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: MF Rural/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Acredita-se que a ra&ccedil;a, considerada a principal for&ccedil;a agr&iacute;cola da It&aacute;lia at&eacute; o advento da mecaniza&ccedil;&atilde;o, seja resultado do cruzamento entre Bos primigenius e Bos brachyceros, abrindo portas para que animais cada vez maiores surgissem. Entre suas caracter&iacute;sticas mais not&aacute;veis, que permanecem sendo herdadas pelas gera&ccedil;&otilde;es seguintes, destacam-se a pelagem de cor branca-porcelana, as cabe&ccedil;as pequenas, relativamente leves e com chifres que s&atilde;o curvados para cima, assim como o tronco e o pesco&ccedil;o cobertos por fibras.
No Brasil, os primeiros esp&eacute;cimes foram trazidos na d&eacute;cada de 1950, quando 8 animais foram transportados para o estado de S&atilde;o Paulo. Desde ent&atilde;o, gra&ccedil;as &agrave; boa adapta&ccedil;&atilde;o da ra&ccedil;a ao clima brasileiro, houve alta fertilidade e longevidade, bem como ganho de peso e crescimento superior ao se comparar com outras ra&ccedil;as, sua cria&ccedil;&atilde;o se espalhou pelo sudeste e nordeste do pa&iacute;s &mdash; com mais de 200 machos e 722 f&ecirc;meas importados at&eacute; a d&eacute;cada de 1980.
<iframe width="700" height="422" src="https://www.youtube.com/embed/L6H0oaWDZOU" title="YouTube video player" frameborder="0" allowfullscreen="allowfullscreen"></iframe>
Hoje, a chianina tornou-se ra&ccedil;a internacional e j&aacute; est&aacute; presente na <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/120708-a-doenca-que-a-rainha-vitoria-espalhou-pelas-familias-da-europa.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Europa</a>, nas Am&eacute;ricas e na &Aacute;sia. Classificada como uma &ldquo;m&aacute;quina de carne&rdquo; por criadores, ela &eacute; capaz de produzir mais de 2 quilos de pe&ccedil;as por dia e &eacute; uma das principais fornecedoras de mat&eacute;ria-prima premium.
<h2 class="uk-text-justify">Recordes estabelecidos</h2>
Em 2010, o boi Bellino, da ra&ccedil;a chianina, estampou uma das p&aacute;ginas do Guinness World Records ao exibir uma impressionante altura de 2,03 metros e 1,7 mil quilos, algo que lhe rendeu o t&iacute;tulo de maior novilho do mundo. E, apesar de seu dono, Massimo Donin, ter afirmado que o bovino iria perder o topo do p&oacute;dio a qualquer momento, nenhum outro animal foi capaz de desbanc&aacute;-lo ainda.

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Chianina: a maior raça de gado já registrada na Terra

Imagem de Artrópode do tamanho de um carro habitou a Terra há milhões de anos no megacurioso

Com até 3 metros de extensão, milípedes gigantes assombraram o período Carbonífero com suas projeções colossais 

F&oacute;sseis descobertos em Northumberland (Inglaterra) anunciaram a exist&ecirc;ncia de uma esp&eacute;cie ancestral de centopeia que caminhou na Terra, h&aacute; 100 milh&otilde;es de anos, exibindo um corpo com at&eacute; 3 metros de comprimento.
O <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/120762-primeiro-animal-com-mil-patas-e-descoberto-na-australia.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">mil&iacute;pede</a> existiu no per&iacute;odo Carbon&iacute;fero &mdash; entre 360 milh&otilde;es e 290 milh&otilde;es de anos atr&aacute;s &mdash; e seria oficialmente o maior artr&oacute;pode j&aacute; identificado na hist&oacute;ria, configurando-o como um achado raro para a comunidade cient&iacute;fica.
De acordo com pesquisa publicada no Journal of the Geological Society em 2021, o esp&eacute;cime de Arthropleura&nbsp;fossilizado pesaria cerca de 50 quilos. O animal ultrapassou os recordes do caranguejo-dos-coqueiros (Birgus latro), que at&eacute; ent&atilde;o era o maior indiv&iacute;duo dos artr&oacute;podes j&aacute; conhecido, com at&eacute; 1 metro de comprimento.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/01/04/04141857120298.jpg" alt="(Fonte: Clumsystiggy/PreHistoric Wiki)" />(Fonte: Clumsystiggy/PreHistoric Wiki)
Apesar de a esp&eacute;cie de mil&iacute;pede <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/115730-inseto-gigante-darth-vader-e-descoberto-nas-aguas-da-indonesia.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">gigante</a> ser uma velha conhecida dos cientistas, essa foi a primeira vez que um f&oacute;ssil exibiu um exoesqueleto retido, o que facilitou a data&ccedil;&atilde;o do animal e a interpreta&ccedil;&atilde;o de sua estrutura corporal enquanto estava vivo. O esp&eacute;cime tamb&eacute;m se mostrou um ser muito maior que os dois anteriormente encontrados na Alemanha, enquanto tamb&eacute;m mantinha h&aacute;bitos de sobreviv&ecirc;ncia em bosques pantanosos.
&ldquo;Encontrar esses f&oacute;sseis de mil&iacute;pedes gigantes &eacute; raro, porque uma vez que eles morrem, seus corpos tendem a se desarticular. Ent&atilde;o, &eacute; prov&aacute;vel que o f&oacute;ssil seja uma carapa&ccedil;a em muda que o animal eliminou enquanto crescia&rdquo;, disse Neil Davies, l&iacute;der da pesquisa. &ldquo;Ainda n&atilde;o encontramos uma cabe&ccedil;a fossilizada, ent&atilde;o &eacute; dif&iacute;cil saber tudo sobre eles&rdquo;, ele explicou.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/12/28/28103859355033.jpg" alt="(Fonte: Technische Universit&auml;t Bergakademie Freiberg/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Technische Universit&auml;t Bergakademie Freiberg/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
&ldquo;Foi uma descoberta completa por acaso&rdquo;, completou. &ldquo;A maneira como a pedra caiu, abriu-se e exp&ocirc;s perfeitamente o <a href="https://www.megacurioso.com.br/dinossauros-e-fosseis/" rel="noopener noreferrer" target="_blank">f&oacute;ssil</a> que um de nossos ex-alunos de doutorado viu ao passar. Foi um achado incrivelmente empolgante, mas o f&oacute;ssil &eacute; t&atilde;o grande que levou quatro de n&oacute;s para carreg&aacute;-lo at&eacute; a face do penhasco&rdquo;, falou o l&iacute;der.
<h2 class="uk-text-justify">Adapta&ccedil;&atilde;o pr&eacute;-hist&oacute;rica</h2>
Em nota, o pesquisador principal do projeto comentou que o f&oacute;ssil guardava um animal com aproximadamente 2,63 metros de comprimento e 55 cent&iacute;metros de largura, configurando como a maior esp&eacute;cie terrestre existente no Carbon&iacute;fero. Segundo a pesquisa, alcan&ccedil;ar esse tamanho sem precedentes hist&oacute;ricos foi poss&iacute;vel gra&ccedil;as ao aumento dos n&iacute;veis de <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/120018-cada-vez-mais-peixes-buscam-aguas-rasas-por-falta-de-oxigenio.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">oxig&ecirc;nio</a> atmosf&eacute;rico na &eacute;poca &mdash; 23%, que &eacute; 2% maior do que nos dias atuais &mdash; e a uma dieta selecionada repleta de materiais nutritivos.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/12/28/28103758089031.jpg" alt="(Fonte: Technische Universit&auml;t Bergakademie Freiberg/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Technische Universit&auml;t Bergakademie Freiberg/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
"Embora n&atilde;o possamos saber com certeza o que eles comiam, havia muitas nozes e sementes nutritivas dispon&iacute;veis na serapilheira na &eacute;poca, e eles podem at&eacute; ter sido predadores que se alimentavam de outros invertebrados, como anf&iacute;bios", concluiu Davies.
At&eacute; o momento, n&atilde;o est&aacute; claro se a esp&eacute;cie tinha 32 ou 64 pernas, mesmo que f&oacute;sseis mais completos tenham registrado 32 segmentos. Quanto &agrave; sobreviv&ecirc;ncia do animal, acredita-se que o&nbsp;Arthropleura&nbsp;tenha prosperado por aproximadamente 45 milh&otilde;es de anos, entrando em extin&ccedil;&atilde;o no per&iacute;odo Permiano, entre 290 milh&otilde;es e 248 milh&otilde;es de anos atr&aacute;s, com o surgimento dos primeiros r&eacute;pteis.

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Artrópode do tamanho de um carro habitou a Terra há milhões de anos

Imagem de Um cometa com 10 km de diâmetro poderia mesmo destruir a Terra? no megacurioso

O fenômeno apocalíptico de 'Não Olhe Para Cima', da Netflix, poderia realmente causar o fim do mundo?

Lan&ccedil;ado na Netflix, a s&aacute;tira apocal&iacute;ptica N&atilde;o Olhe Para Cima&nbsp;gera reflex&otilde;es relevantes sobre a desinforma&ccedil;&atilde;o, o negacionismo e a propaganda eleitoral. Em uma trama sobre a extin&ccedil;&atilde;o da ra&ccedil;a humana na Terra, a chegada de um cometa com di&acirc;metro de cerca de 10 km surge como determinante para que acad&ecirc;micos e pol&iacute;ticos entrem em conflito, enquanto colocam em evid&ecirc;ncia um questionamento que mexe at&eacute; mesmo com os mais c&eacute;ticos: um meteorito de tamanha propor&ccedil;&atilde;o realmente poderia destruir o planeta?
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/01/04/04120923021188.jpg" alt="(Fonte: Netflix/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Netflix/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Formados h&aacute; cerca de 4,6 bilh&otilde;es de anos, segundo a Ag&ecirc;ncia Espacial Europeia (ESA), os cometas s&atilde;o eventos c&oacute;smicos caracterizados pela presen&ccedil;a de uma longa cauda luminosa feita de poeira e g&aacute;s &mdash; subst&acirc;ncias liberadas quando a superf&iacute;cie do astro, constitu&iacute;da principalmente de gelo, evapora com o calor do <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/120672-sonda-da-nasa-consegue-tocar-o-sol-em-feito-inedito.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Sol</a>. Facilmente confundidos com meteoros, devido ao feixe de luz que surge com a passagem do corpo pela atmosfera, os cometas guardam os mesmos danos severos depois do impacto e podem carregar, paralelamente, outros fragmentos de rochas que se espalham por milhares de quil&ocirc;metros durante a queda.
A probabilidade de que material interplanet&aacute;rio caia na superf&iacute;cie terrestre &eacute; alta, mas ocorre, em quase sua totalidade, apenas na forma de <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/120781-poeira-espacial-pode-revelar-os-segredos-sobre-o-passado-da-lua.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">poeira</a> c&oacute;smica, com cerca de 100 toneladas registradas diariamente. A grande incid&ecirc;ncia desse encontro &eacute; definida pela presen&ccedil;a, em larga escala, de objetos que se localizam a at&eacute; 50 milh&otilde;es de quil&ocirc;metros da &oacute;rbita da Terra &mdash; cientificamente conhecidos como Objetos Pr&oacute;ximos &agrave; Terra (NEO), de acordo com defini&ccedil;&atilde;o apontada pelo Escrit&oacute;rio das Na&ccedil;&otilde;es Unidas para Assuntos do Espa&ccedil;o Exterior (Unoosa).
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/01/04/04105709868155.jpg" alt="(Fonte: Netflix/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Netflix/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Desde 1980, quase 28 mil NEOS foram identificados pela NASA, em que 117 eram cometas e outros 2.238 eram &ldquo;Asteroides Potencialmente Perigosos&rdquo;, passando a 4,7 milh&otilde;es de km da &oacute;rbita da Terra e com dimens&otilde;es maiores que 140 metros de di&acirc;metro. Felizmente, a probabilidade de um desastre &eacute; historicamente baixa, j&aacute; que h&aacute; uma pequena m&eacute;dia de impacto de asteroides com mais de 100 metros registrados a cada 10 mil anos e de objetos com mais de um quil&ocirc;metro de di&acirc;metro a cada &ldquo;v&aacute;rias centenas de milhares de anos&rdquo;.
<h2>Defesa melhor que a da empresa BASH?</h2>
O cometa de N&atilde;o Olhe Para Cima det&eacute;m, narrativamente, propor&ccedil;&otilde;es semelhantes &agrave;s estimadas do meteorito que causou a <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/120590-plantas-brasileiras-quase-extintas-sao-vendidas-na-internet.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">extin&ccedil;&atilde;o</a> dos dinossauros h&aacute; 65 milh&otilde;es de anos. Portanto, um incidente dessa escala poderia realmente levar &agrave; destrui&ccedil;&atilde;o do planeta, mas a NASA informou que &ldquo;nenhum asteroide conhecido apresenta um risco significativo de impacto com a Terra nos pr&oacute;ximos 100 anos&rdquo;.
Para conter riscos, a ag&ecirc;ncia espacial tem protocolos de defesa que identificam e rastreiam a trajet&oacute;ria de amea&ccedil;as espaciais, definem suas propriedades, projetam e avaliam as consequ&ecirc;ncias de um poss&iacute;vel impacto. Assim, compartilham as informa&ccedil;&otilde;es com outros &oacute;rg&atilde;os e desenvolvem m&eacute;todos para desviar asteroides, al&eacute;m do envio de miss&otilde;es com objetivos de desviar cursos de asteroides atrav&eacute;s da colis&atilde;o direta &mdash; e n&atilde;o com a instala&ccedil;&atilde;o de minas explosivas.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/01/04/04105815259156.jpg" alt="(Fonte: Getty Images / Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Getty Images/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Al&eacute;m disso, outra quest&atilde;o considerada no filme &eacute; a extra&ccedil;&atilde;o de recursos minerais da rocha, que acaba sendo priorizada em detrimento da defesa humana pela corpora&ccedil;&atilde;o telef&ocirc;nica de Isherwell (Mark Rylance). Essa trama foi fundamentada em estudos realizados sobre o Cintur&atilde;o de Asteroides, que determinou uma exist&ecirc;ncia de metais como ferro, n&iacute;quel, platina e ouro avaliados em US$ 100 bilh&otilde;es para cada pessoa na Terra.
Atualmente, a NASA e a SpaceX, de Elon Musk, planejam uma miss&atilde;o para chegar ao asteroide Psyche 16, descoberto em 1852, visando identificar um potencial estimado em US$ 10 quintilh&otilde;es, valor cerca de 70 mil vezes mais do que o total da economia global em 2019.

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Um cometa com 10 km de diâmetro poderia mesmo destruir a Terra?

Imagem de Alguns dinossauros eram coloridos para encantar parceiros no megacurioso

Mecanismo de atração utilizado por alguns dinossauros era semelhante ao existente nos pássaros atuais

Cientistas da Universidade do Texas (Estados Unidos) revelaram em estudo publicado originalmente na revista Evolution, que esp&eacute;cies de <a href="https://www.megacurioso.com.br/dinossauros-e-fosseis/" rel="noopener noreferrer" target="_blank">dinossauros</a> exibiam diferentes colora&ccedil;&otilde;es em partes do corpo para atrair parceiros sexuais. O mecanismo adaptativo &eacute; similar ao encontrado em p&aacute;ssaros como pav&otilde;es, pombos e galos.
A conclus&atilde;o compartilhada pelos pesquisadores teve como base an&aacute;lises do corpo de parentes vivos de dinossauros &mdash; incluindo <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/119081-tartarugas-cagados-e-jabutis-saiba-a-diferenca-entre-eles.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">tartarugas</a>, crocodilos e mais de quatro mil esp&eacute;cies de p&aacute;ssaros &mdash;, al&eacute;m de um antigo arcossauro que viveu perto do in&iacute;cio do per&iacute;odo Tri&aacute;ssico, entre 252 e 201 milh&otilde;es de anos atr&aacute;s. De acordo com as observa&ccedil;&otilde;es, um ancestral comum desses grupos tinha 50% de probabilidade de apresentar uma colora&ccedil;&atilde;o brilhantes nos tecidos moles da pele, bicos e escamas, enquanto tinha 0% de chance de apresentar tons vivos em garras e penas.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/12/28/28095048864013.jpg" alt="(Fonte: Jackson School of Geosciences / Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Jackson School of Geosciences/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
As reconstru&ccedil;&otilde;es filogen&eacute;ticas &mdash; m&eacute;todo cient&iacute;fico usado para investigar a evolu&ccedil;&atilde;o das esp&eacute;cies &mdash; determinaram que as cores brilhantes eram derivadas, na maior parte, de pigmentos carotenoides, com maior incid&ecirc;ncia das cores vermelha, laranja e <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/120600-qual-o-significado-da-tampinha-amarela-nas-garrafas-de-coca-cola.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">amarela</a>.&nbsp;Normalmente extra&iacute;das a partir da dieta alimentar baseada em fontes vegetais e carn&iacute;voras, o h&aacute;bito fazia com que esp&eacute;cimes que mantivessem a subst&acirc;ncia em suas rotinas fossem mais propensos a desenvolver colora&ccedil;&atilde;o.
&ldquo;Os primeiros dinossauros eram do tamanho de um p&ocirc;nei e comiam grandes presas vertebradas&rdquo;, diz a coautora Julia Clarke, professora da Jackson School. &ldquo;Diferentes grupos mudaram para dietas dominadas por plantas ou misturadas. Essa rotina provavelmente levou a mudan&ccedil;as na colora&ccedil;&atilde;o da pele e dos tecidos que n&atilde;o s&atilde;o de penas. H&aacute; muito mais a se pensar sobre a cor das aves para al&eacute;m de sua plumagem &mdash; basta pensar na proje&ccedil;&atilde;o amarelo-laranja vibrante de um tucano.&rdquo;
<h2>Cores vivas em nova perspectiva</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/01/03/03174338522316.jpg" alt="(Fonte: Science Focus/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Science Focus/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Sarah Davis, autora principal do estudo, comentou que at&eacute; ent&atilde;o quase todo o espa&ccedil;o amostral de p&aacute;ssaros antigos analisados no projeto haviam sido classificados como monocrom&aacute;ticos em teses anteriores. Por&eacute;m, detalhes que se perpetuaram em novas esp&eacute;cies sugerem que parentes distantes apresentavam manchas corporais que se destacavam no ecossistema, chamando a aten&ccedil;&atilde;o de parceiros evolutivos.
Estima-se que cerca de 54% das 4.022 esp&eacute;cies de p&aacute;ssaros estudadas tinham cores brilhantes em diferentes propor&ccedil;&otilde;es, com 86% delas expressando tons vivos apenas em tecidos n&atilde;o franjados, ou seja, onde h&aacute; aus&ecirc;ncia de penas. &ldquo;Este estudo desvenda a hist&oacute;ria evolutiva da colora&ccedil;&atilde;o &agrave; base de carotenoides n&atilde;o apenas na plumagem, mas tamb&eacute;m no bico e na pele das aves e seus parentes&rdquo;, comenta Clarke.
&ldquo;P&aacute;ssaros vivos usam uma variedade de pigmentos e podem ser muito coloridos em seus bicos, pernas e ao redor dos olhos&rdquo;, conclui a l&iacute;der do projeto. &ldquo;Poder&iacute;amos esperar que os dinossauros extintos expressassem as mesmas cores.&rdquo;

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Alguns dinossauros eram coloridos para encantar parceiros

Imagem de Pássaro-lira: conheça o maior imitador do reino animal no megacurioso

Imitador profissional, o pássaro-lira não quer saber se o objeto em questão é vivo ou inanimado; basta fazer qualquer tipo e barulho único

Diferentemente de aves cantoras como uirapuru-verdadeiro, sabi&aacute;-laranjeira, cacatua-negra-de-cauda-amarela e muitos outros, o curioso p&aacute;ssaro-lira (Menura novaehollandiae) n&atilde;o apenas entoa can&ccedil;&otilde;es com as mais h&aacute;beis notas melodiosas. Na verdade, ele imita outras esp&eacute;cies do reino e, at&eacute; mesmo, equipamentos mec&acirc;nicos, exibindo uma versatilidade e pot&ecirc;ncia vocal que chamam a aten&ccedil;&atilde;o em meio a tantas particularidades &uacute;nicas existentes na natureza.
Documentado pela primeira vez em novembro de 1797 por David Collins, secret&aacute;rio colonial de Sydney, na Austr&aacute;lia, o p&aacute;ssaro-lira &eacute; uma esp&eacute;cie de ave que traz semelhan&ccedil;as com pav&otilde;es, <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/120364-o-ovo-de-galinha-e-a-menstruacao-da-ave.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">galinhas</a> e fais&otilde;es. Indiv&iacute;duos machos adultos conseguem alcan&ccedil;ar at&eacute; um metro de comprimento, exibindo oito pares de penas que, quando se levantam a uma altura de at&eacute; 75 cent&iacute;metros, formam uma estrutura semelhante &agrave; de uma lira, instrumento musical de cordas que remonta ao Per&iacute;odo Mic&ecirc;nico (1600 a.C. - 1200 a.C.).
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/12/27/27075449786000.jpg" alt="(Fonte: La Trobe University/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: La Trobe University/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Misteriosamente, &eacute; exatamente quando a ave apruma seu instrumento musical de penas que d&aacute; in&iacute;cio a uma das cantorias mais diferenciadas da natureza. A partir desse momento, o p&aacute;ssaro-lira come&ccedil;a a intercalar o ritmo de sua <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/120509-quem-inventou-as-notas-musicais.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">m&uacute;sica</a> com notas derivadas de outros sons que se estabeleceram em sua mem&oacute;ria, como vozes de at&eacute; vinte esp&eacute;cies diferentes de p&aacute;ssaros, sirenes de ve&iacute;culos e motosserras. Por&eacute;m, para que ele consiga se apresentar com perfei&ccedil;&atilde;o, &eacute; necess&aacute;rio esperar sete longos anos para que as penas da sua cauda se desenvolvam completamente, algo em torno de 20% do ciclo de vida da esp&eacute;cie.
<h2>Registro impressionante</h2>
Ao longo dos encontros com o M. novaehollandiae, v&aacute;rios bi&oacute;logos e naturalistas tiveram a oportunidade de registrar alguns momentos especiais onde &eacute; poss&iacute;vel observar o p&aacute;ssaro imitando todo tipo de criatura e objeto mec&acirc;nico para impressionar uma f&ecirc;mea da esp&eacute;cie.
Em 1998, o conservacionista Sir David Attenborough, durante a grava&ccedil;&atilde;o do especial da BBC&nbsp;"The Life of Birds", documentou o processo de atra&ccedil;&atilde;o entre dois p&aacute;ssaros-liras criados em cativeiro. O macho, oriundo do Zool&oacute;gico de Adelaide, <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/120389-monte-augustus-a-rocha-sagrada-preservada-por-aborigenes-na-australia.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Austr&aacute;lia</a>, chegou at&eacute; mesmo a aprender a imitar ferramentas el&eacute;tricas enquanto o cercado de pandas pr&oacute;ximo de seu habitat estava sendo constru&iacute;do.
Confira abaixo o v&iacute;deo do momento em que o animal imita uma ave kookaburra, simulando um som gutural id&ecirc;ntico ao da fam&iacute;lia dos guarda-rios, que consegue enganar outras esp&eacute;cies de p&aacute;ssaros que sobrevoam o cen&aacute;rio.
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André Luis Dias Custodio