Imagem de Byford Dolphin: um dos piores acidentes marítimos já registrados no megacurioso

Acidente em plataforma de petróleo levou a uma descompressão explosiva que matou cinco mergulhadores instantaneamente

Mergulhar por lazer j&aacute; exige certos cuidados. Mas quando falamos de mergulhar para trabalhar em plataformas de petr&oacute;leo, no fundo do mar, o assunto &eacute; bem diferente. Em &aacute;guas t&atilde;o profundas, a press&atilde;o sobre o corpo dos mergulhadores &eacute; imensa e muitos cuidados s&atilde;o necess&aacute;rios para que eles sobrevivam.
Uma forma de lidar com isso &eacute; descer ou subir lentamente, de modo que o organismo consiga se adequar &agrave;s mudan&ccedil;as de press&atilde;o. Mas isso demanda muito tempo, tornando o trabalho nas plataformas de petr&oacute;leo impratic&aacute;vel. Ent&atilde;o, a solu&ccedil;&atilde;o &eacute; o chamado <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/122152-mergulho-de-saturacao-uma-das-profissoes-mais-arriscadas-do-mundo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">mergulho de satura&ccedil;&atilde;o</a>.
Basicamente, os mergulhadores se acostumam com a press&atilde;o apenas uma vez &mdash; e convivem com ela por todo o tempo necess&aacute;rio para seu trabalho. Para manter essa press&atilde;o, eles vivem em c&acirc;maras pressurizadas por at&eacute; 28 dias.&nbsp;
&Eacute; algo extremamente arriscado que exige muita especializa&ccedil;&atilde;o. Afinal, qualquer erro pode ser fatal. Como aconteceu em novembro de 1983, quando um grupo de cinco mergulhadores morreu na plataforma de petr&oacute;leo Byford Dolphin. Diz-se que eles n&atilde;o sentiram dor &mdash; mas o acidente continua sendo uma das <a href="https://www.megacurioso.com.br/papo-de-bar/42235-6-tragedias-terriveis-com-finais-surpreendentes.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">hist&oacute;rias mais horr&iacute;veis</a> de que temos registro.
<h2>O que aconteceu em Byford Dolphin?</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/05/02/wikimedia-commons-02182359943340.jpg" alt="Wikimedia Commons" />(Fonte: Josef Pavlik/Wikimedia Commons)
A plataforma Byford Dolphin estava extraindo petr&oacute;leo do Mar do Norte, na costa da Noruega. Quatro mergulhadores estavam em duas c&acirc;maras pressurizadas, preparados para o mergulho saturado. Com eles, outros dois mergulhadores faziam a opera&ccedil;&atilde;o do sino de mergulho &mdash; uma outra c&acirc;mara, onde eles entravam para descer at&eacute; o fundo do oceano.&nbsp;
Era muito importante que os quatro mergulhadores entrassem no sino e s&oacute; tivessem contato com o ambiente no fundo do mar, para evitar a descompress&atilde;o. Sendo assim, os profissionais respons&aacute;veis pelo sino deveriam seguir um procedimento padr&atilde;o:
<ol>
<li>Fechar a porta do sino de mergulho, que estava ligada &agrave; c&acirc;mara pressurizada;</li>
<li>Aumentar a press&atilde;o do sino de mergulho, para selar a abertura;</li>
<li>Fechar a porta da c&acirc;mara pressurizada, que estava ligada ao sino de mergulho;</li>
<li>Despressurizar o corredor que ligava a c&acirc;mara ao sino de mergulho;</li>
<li>Desconectar o sino de mergulho do sistema de c&acirc;maras pressurizadas.</li>
</ol>
No s&aacute;bado, 5 de novembro de 1983, dois mergulhadores de satura&ccedil;&atilde;o voltaram do trabalho no fundo do mar, sa&iacute;ram do sino de mergulho e entraram na c&acirc;mara pressurizada. Como mandava o procedimento, a porta do sino foi fechada e a press&atilde;o foi aumentada para selar a abertura.
Por&eacute;m, antes que o terceiro passo &mdash; fechar a porta da c&acirc;mara pressurizada &mdash; fosse conclu&iacute;do, um dos mergulhadores desconectou o sino de mergulho. Isso exp&ocirc;s a c&acirc;mara, pressurizada a 9 atm, &agrave; press&atilde;o atmosf&eacute;rica comum. A descompress&atilde;o explosiva foi t&atilde;o forte que uma rajada de ar empurrou o sino para longe, <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/122486-o-que-sentimos-na-hora-da-morte-segundo-a-ciencia.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">matando</a> um dos dois mergulhadores respons&aacute;veis por ele, al&eacute;m de ferir gravemente o outro.&nbsp;
Mas o que aconteceu com os quatro homens dentro das c&acirc;maras foi muito pior.&nbsp;
<h2>R&aacute;pida e indolor, mas horr&iacute;vel</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/05/02/wikimedia-commons-02182519912341.jpg" alt="Wikimedia Commons" />Representa&ccedil;&atilde;o das c&acirc;maras. (Fonte: Wikimedia Commons)
A diferen&ccedil;a de press&atilde;o fez com que o sangue dos quatro mergulhadores dentro das c&acirc;maras fervesse instantaneamente &mdash; mais ou menos como o g&aacute;s de um refrigerante que voc&ecirc; sacode violentamente e abre em seguida. Acredita-se que as prote&iacute;nas e gorduras dos corpos tenham "cozinhado", parando a circula&ccedil;&atilde;o quase instantaneamente.&nbsp;
Um dos quatro mergulhadores, o que deveria fechar a porta da c&acirc;mara, foi empurrado para fora pela press&atilde;o. Por&eacute;m, seu corpo ficou preso na abertura e se abriu. Seus &oacute;rg&atilde;os internos foram expelidos para fora com a press&atilde;o e encontrados a at&eacute; 10 metros de dist&acirc;ncia do local da explos&atilde;o. Quem acompanhou a cena, disse que foi como dissecar um cad&aacute;ver.
Um dos profissionais respons&aacute;veis pelo sino foi considerado culpado por erro humano &mdash; j&aacute; que desconectou o sino antes da hora. Contudo, as fam&iacute;lias dos mergulhadores discordaram da decis&atilde;o: faltavam indicadores visuais para determinar a hora certa de realizar cada passo e a comunica&ccedil;&atilde;o entre os profissionais era dif&iacute;cil, com o barulho na plataforma.
Desde ent&atilde;o, os procedimentos de seguran&ccedil;a nesse setor melhoraram bastante e o acidente na plataforma Byford Dolphin permanece como um dos mais horripilantes da hist&oacute;ria.

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Byford Dolphin: um dos piores acidentes marítimos já registrados

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Pesquisa da consultoria New World Wealth analisou as viagens de pessoas com mais de US$ 100 milhões de dólares em investimentos

Suponhamos que voc&ecirc;, leitor, descubra um grande segredo da sua fam&iacute;lia. Sua m&atilde;e teve um caso na juventude com um franc&ecirc;s &mdash; e voc&ecirc; descobre que &eacute; filho bastardo do dono da Louis Vuitton, atual homem mais rico do mundo, com <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/115833-jeff-bezos-e-a-1-pessoa-a-acumular-fortuna-de-us-200-bilhoes.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">patrim&ocirc;nio de US$ 211 bilh&otilde;es</a>. Onde voc&ecirc; vai passar suas f&eacute;rias de multimilion&aacute;rio?
A consultoria New World Wealth, da &Aacute;frica do Sul, analisou os destinos favoritos de diversos centimilion&aacute;rios &mdash; pessoas com mais de US$ 100 milh&otilde;es em investimentos &mdash; para entender onde essa galera se re&uacute;ne para descansar. De acordo com a consultoria, &eacute; um pouco complexo fazer isso, j&aacute; que n&atilde;o tem como saber onde as pessoas realmente moram e onde s&oacute; mant&eacute;m casas de veraneio.&nbsp;
Um dos mais famosos &eacute; Aspen, um destino de inverno nos Estados Unidos: apenas seis ultrarricos moram l&aacute; em tempo integral, mas cerca de 200 v&atilde;o para l&aacute; nas f&eacute;rias. Em Paris, 300 multimilion&aacute;rios t&ecirc;m uma casa para passar uma temporada, enquanto 126 moram na cidade-luz pelo ano inteiro. Dito isso, vamos &agrave; lista completa com os destinos favoritos da classe AAA.<a href="https://www.megacurioso.com.br/turismo-e-viagens/" rel="noopener noreferrer" target="_blank"> </a>
<h2>1. Aspen, Estados Unidos</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/04/28/28175032806457.jpg" alt="(Fonte: Getty Images)" />(Fonte: Getty Images)
Esta pequena cidade no estado do Colorado, Estados Unidos, tem apenas 7 mil moradores. Por&eacute;m, desde meados do s&eacute;culo XX, ela se tornou um popular destino de inverno, com seus resorts de esqui. H&aacute; algum tempo, virou o "playground" dos ricos e famosos.&nbsp;
Segundo a New World Wealth, h&aacute; tantos investidores comprando casas l&aacute; que a cidade j&aacute; &eacute; apelidadade de <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/120430-conheca-o-touro-de-wall-street-que-inspirou-uma-copia-brasileira.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Wall Street</a> West.&nbsp;
<h2>2. Lago de Como, It&aacute;lia</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/04/28/28175613042459.jpeg" alt="(Fonte: Wikimedia Commons)" />(Fonte: Wikimedia Commons)
O terceiro maior lago da It&aacute;lia &eacute; um destino popular da aristocracia desde a &eacute;poca do Imp&eacute;rio Romano. H&aacute; diversas cidades charmosas, villas luxuosas e propriedades de ricos e famosos &agrave; beira do lago. Mesmo localizado ao norte da It&aacute;lia, a 60 quil&ocirc;metros de Mil&atilde;o, o lago tem um clima agrad&aacute;vel o ano inteiro, al&eacute;m de uma bela paisagem.&nbsp;
<h2>3. Lugano, Su&iacute;&ccedil;a</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/04/28/28180313469465.jpg" alt="(Fonte: Getty Images)" />(Fonte: Getty Images)
Outro belo destino europeu &agrave; beira de um lago &eacute; Lugano &mdash; que fica pertinho de Como, quase na fronteira com a It&aacute;lia. Seu clima &eacute; um dos mais agrad&aacute;veis da fria Su&iacute;&ccedil;a, com bastante sol. A cidade &eacute; rodeada pelos alpes, que formam uma bel&iacute;ssima paisagem, al&eacute;m de ter v&aacute;rios pr&eacute;dios hist&oacute;ricos para os turistas visitarem.
<h2>4. Saint-Tropez, Fran&ccedil;a</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/04/28/28180928524466.jpg" alt="(Fonte: Wikimedia Commons)" />(Fonte: Wikimedia Commons)
Se voc&ecirc; prefere aproveitar o calor numa praia, Saint-Tropez pode ser o seu destino milion&aacute;rio. A cidade, no sul da Fran&ccedil;a, &eacute; banhada pelas &aacute;guas azuis do <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/123671-atlantropa-o-ambicioso-projeto-que-pretendia-drenar-o-mediterraneo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Mediterr&acirc;neo</a> e se tornou famosa depois que in&uacute;meros artistas, n&atilde;o apenas franceses, gravaram filmes por l&aacute; e fizeram m&uacute;sicas sobre ela. Desde ent&atilde;o, &eacute; l&aacute; que a elite europeia retoca o bronzeado.
<h2>5. Cidade do Cabo, &Aacute;frica do Sul</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/04/28/28181449923469.jpg" alt="(Fonte: Getty Images)" />(Fonte: Getty Images)
Uma das tr&ecirc;s capitais da &Aacute;frica do Sul (sim, h&aacute; uma capital para cada poder), a Cidade do Cabo &eacute; uma metr&oacute;pole com cerca de 4,7 milh&otilde;es de habitantes. Ent&atilde;o, tem muita gente humilde, mas tamb&eacute;m muitos multimilion&aacute;rios. Eles s&atilde;o atra&iacute;dos pelas praias e outras belezas naturais &mdash; al&eacute;m da infraestrutura da metr&oacute;pole, que &eacute; uma das melhores da &Aacute;frica. Por diversos anos, a Cidade do Cabo foi eleita um dos melhores destinos tur&iacute;sticos do mundo.
<h2>6. Miami, Estados Unidos</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/04/28/28182053602482.jpg" alt="(Fonte: Getty Images)" />(Fonte: Getty Images)
N&atilde;o &eacute; s&oacute; o ex-presidente do Brasil que aproveita temporadas na Fl&oacute;rida: os ricos dos Estados Unidos tamb&eacute;m curtem passar os ver&otilde;es em Miami Beach. Segundo a consultoria New World Wealth, cerca de 160 ultrarricos vivem l&aacute; o ano inteiro e 800 mant&eacute;m resid&ecirc;ncias tempor&aacute;rias.&nbsp;
Al&eacute;m da infraestrutura da metr&oacute;pole de <a href="https://www.megacurioso.com.br/geologia/37019-miami-deve-ficar-embaixo-da-agua-em-apenas-90-anos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Miami</a>, a ilha de Miami Beach tem v&aacute;rios resorts que chamam a aten&ccedil;&atilde;o dos multimilion&aacute;rios.&nbsp;
<h2>7. Carmel-by-the-Sea, Estados Unidos</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/04/28/28183340387485.jpg" alt="(Fonte: Wikimedia Commons)" />(Fonte: Wikimedia Commons)
Para terminar, um item curioso da lista &eacute; a pequena Carmel-by-the-Sea, na Calif&oacute;rnia. Com apenas 3.700 habitantes, ela tem 40 moradores ultrarricos em tempo integral e 150 que v&atilde;o passar as f&eacute;rias. A lista de pessoa famosas que nasceram ou moraram l&aacute; &eacute; gigantesca &mdash; at&eacute; Clint Eastwood foi prefeito da cidade, nos anos 1980.
De acordo com a consultoria Henrley &amp; Partners, que tamb&eacute;m participou do estudo, conhecer os destinos dos ultrarricos &eacute; importante para empresas que querem atrair esse tipo de cliente, como varejistas de luxo e consultores de investimentos. Mas tamb&eacute;m pode ser um &oacute;timo lugar para "ca&ccedil;ar" um marido rico.

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Os 7 destinos de férias favoritos das pessoas podres de ricas

Imagem de Qual é o significado por trás dos nomes de ruas e avenidas? no megacurioso

De acordo com historiadores, escolher o nome de uma personalidade ou uma data é uma escolha consciente na construção da memória coletiva

A maioria das cidades brasileiras tem pelo menos uma rua, avenida ou pra&ccedil;a com os nomes <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/120375-3-curiosidades-que-voce-nao-sabe-sobre-a-proclamacao-da-republica.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">XV de Novembro</a> e <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/122889-200-anos-da-independencia-do-brasil-toda-a-historia.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">7 de Setembro</a>, datas importantes para a hist&oacute;ria do pa&iacute;s. Tamb&eacute;m h&aacute; muitas ruas com nomes de presidentes e outras pessoas que estiveram presentes em momentos hist&oacute;ricos.&nbsp;
Na sua cidade, provavelmente existem logradouros com o nome dos fundadores, de ex-prefeitos e outras personalidades. E &eacute; claro que existem ruas que s&atilde;o batizadas ao acaso ou por conta de alguma caracter&iacute;stica &mdash; como as avenidas Atl&acirc;ntica ou Beira-Mar, em cidades litor&acirc;neas. Mas, quando falamos ruas e avenidas com nomes de personalidades, a hist&oacute;ria &eacute; diferente.&nbsp;
A historiadora Ana Carolina Bellani afirma que "se voc&ecirc; prestar aten&ccedil;&atilde;o nas placas de rua da sua cidade, pode aprender muito sobre hist&oacute;ria". Isso porque o batismo das ruas faz parte do processo de constru&ccedil;&atilde;o da mem&oacute;ria.&nbsp;
Leia tamb&eacute;m:&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/123399-como-e-definida-a-numeracao-das-casas-de-uma-rua.htm" target="_blank" rel="sponsored">Como &eacute; definida a numera&ccedil;&atilde;o das casas de uma rua?</a>
<h2>Quem deve ser homenageado?</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/04/20/20155256016376.jpg" alt="Avenida 9 de julho, em S&atilde;o Paulo" />Avenida 9 de julho, em S&atilde;o Paulo
S&atilde;o Paulo &eacute; uma das poucas cidades brasileiras que n&atilde;o tem uma avenida importante com o nome de <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/121169-getulio-vargas-a-vida-do-polemico-presidente-brasileiro.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Get&uacute;lio Vargas</a>, presidente do Brasil que ficou por mais tempo no cargo. Por&eacute;m, uma das principais vias p&uacute;blicas da cidade se chama 9 de julho. E isso diz muito sobre a hist&oacute;ria.
Isso porque, como explica o professor V&iacute;tor Soares em epis&oacute;dio do podcast Hist&oacute;ria em Meia Hora, as elites paulistanas se voltaram contra Get&uacute;lio Vargas em 1932 na chamada Revolu&ccedil;&atilde;o Constitucionalista, que come&ccedil;ou, justamente, em um 9 de julho. A data <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/121169-getulio-vargas-a-vida-do-polemico-presidente-brasileiro.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">&eacute; um feriado no estado de S&atilde;o Paulo</a> at&eacute; hoje.&nbsp;
Ainda na maior cidade do pa&iacute;s, temos o famoso "Minhoc&atilde;o", no centro da cidade. Mas o nome oficial da via &eacute; Elevado Presidente Jo&atilde;o Goulart. At&eacute; 2016, era Elevado Costa e Silva &mdash; um dos presidentes da ditadura militar, que assinou o AI-5.&nbsp;
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/04/20/20155641718384.jpg" alt="Muitas cidades t&ecirc;m Avenidas Get&uacute;lio Vargas (Fonte: GettyImages)" />Muitas cidades t&ecirc;m Avenidas Get&uacute;lio Vargas (Fonte: GettyImages)
Durante seu mandato, o ent&atilde;o prefeito Fernando Haddad mudou o nome de diversas ruas da capital paulista que homenageavam pessoas envolvidas na <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/119063-ditadura-militar-no-brasil-6-mentiras-contadas-sobre-o-regime.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">ditadura</a>. H&aacute; centenas de casos como esses em todo o Brasil.&nbsp;
Eu mesmo estou escrevendo este artigo da casa dos meus pais, em um bairro chamado Costa e Silva, na cidade de Joinville, Santa Catarina. Por aqui, alguns moradores criaram um projeto para rebatizar o bairro, mas a ideia n&atilde;o ganhou tra&ccedil;&atilde;o e o nome permanece.&nbsp;
Analisando todos esses casos, voc&ecirc; pode se perguntar: por que isso importa? A verdade &eacute; que os nomes das ruas t&ecirc;m um significado simb&oacute;lico muito importante.&nbsp;
<h2>A constru&ccedil;&atilde;o da mem&oacute;ria &eacute; seletiva</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/04/28/fonte-getty-images-28164642229415.jpg" alt="(Fonte: Getty Images)" />(Fonte: Getty Images)
Geralmente, a responsabilidade por nomear as ruas, avenidas e demais espa&ccedil;os p&uacute;blicos fica na m&atilde;o dos vereadores. Se voc&ecirc; analisar as atas das sess&otilde;es das C&acirc;maras Municipais da sua cidade, poder&aacute; perceber que nome de rua &eacute; um assunto frequente.&nbsp;
Mas, al&eacute;m das ruas que recebem o nome de um morador ilustre ou de um parente do prefeito, existem escolhas pol&iacute;ticas e hist&oacute;ricas que levam a um batismo. &Eacute; um processo chamado pelos historiadores de "constru&ccedil;&atilde;o de mem&oacute;ria". Isto &eacute;, qual &eacute; a hist&oacute;ria que deve ser contada?
O historiador Jacques LeGoff, um dos principais te&oacute;ricos dessa &aacute;rea, escreve que "a mem&oacute;ria &eacute; seletiva, pois ela &eacute; parcial daqueles que est&atilde;o escrevendo a hist&oacute;ria&rdquo;. A partir disso, quem est&aacute; no poder decide se Costa e Silva era um ditador ou merece homenagens, se devemos celebrar o 9 de julho ou Get&uacute;lio Vargas.&nbsp;
Isso ajuda a explicar porque, logo ap&oacute;s a Proclama&ccedil;&atilde;o da Rep&uacute;blica, in&uacute;meras cidades tiveram suas ruas centrais rebatizadas para XV de Novembro. Indiretamente, o governo queria refor&ccedil;ar que essa era uma lembran&ccedil;a positiva.&nbsp;
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/04/20/20155733929390.jpg" alt="Rua XV de Novembro, em Curitiba (Fonte: GettyImages)" />Rua XV de Novembro, em Curitiba (Fonte: GettyImages)
Mas os historiadores tamb&eacute;m ponderam que a mem&oacute;ria vem com a vis&atilde;o de mundo da &eacute;poca em que est&aacute; inserida. Ou seja, devemos observar o contexto sociopol&iacute;tico em que a escolha foi feita. Por exemplo: o Elevado <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/112850-ai-5-o-que-foi-a-lei-que-escancarou-a-tirania-da-ditadura-no-brasil.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Costa e Silva</a> foi inaugurado no in&iacute;cio dos anos 1970, &eacute;poca em que o bairro onde eu estou escrevendo este texto foi loteado. O presidente homenageado nos dois locais deixou o cargo em 1969, mesmo ano em que elegeu seu sucessor e faleceu.&nbsp;
Independente do ju&iacute;zo de valor que voc&ecirc; fa&ccedil;a sobre esta ou aquela figura hist&oacute;rica, a quest&atilde;o &eacute; que os nomes das ruas t&ecirc;m sim um peso simb&oacute;lico na constru&ccedil;&atilde;o da mem&oacute;ria coletiva &mdash; &eacute; a vers&atilde;o da hist&oacute;ria que est&aacute; sendo contada. Afinal, quantas vezes por dia as pessoas, not&iacute;cias e at&eacute; o GPS repetem os nomes das vias p&uacute;blicas?
Pensando nisso, a C&acirc;mara Municipal de Curitiba, por exemplo, mant&eacute;m um site onde os moradores podem encontrar os significados para os nomes de centenas de ruas. Em outras, como o Rio de Janeiro, as pr&oacute;prias placas t&ecirc;m uma pequena explica&ccedil;&atilde;o embaixo do nome. &Eacute; uma aula de hist&oacute;ria gratuita.

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Qual é o significado por trás dos nomes de ruas e avenidas?

Imagem de Maria Anna Mozart: um prodígio à sombra da fama do irmão no megacurioso

Mesmo sendo uma musicista talentosa, Maria Anna é pouco lembrada, frente ao enorme sucesso do irmão, Wolfgang Mozart

Quando ouvimos o nome Mozart, pensamos logo no compositor cl&aacute;ssico que foi um prod&iacute;gio na inf&acirc;ncia, criou mais de 800 obras durante sua vida e &eacute; relembrado at&eacute; hoje como um dos <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/123503-como-fazer-os-jovens-gostarem-de-musica-classica.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">maiores nomes da m&uacute;sica mundial</a>. Mas a verdade &eacute; que Mozart &eacute; somente o sobrenome de Wolfgang &mdash; e existem v&aacute;rias outras pessoas na fam&iacute;lia, como sua irm&atilde; mais velha.&nbsp;
Maria Anna Walburga Ignatia Mozart tamb&eacute;m era uma musicista de enorme talento &mdash; t&atilde;o ou mais capaz que o pr&oacute;prio Wolfgang. Mas quem ficou para a hist&oacute;ria foi o rapaz, por uma s&eacute;rie de motivos que envolvem os costumes da &eacute;poca.&nbsp;
<h2>Mais que irm&atilde;os, melhores amigos</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/04/21/21203621638003.jpg" alt="Os irm&atilde;os Wolfgang e Maria Anna Mozart (Fonte: Wikimedia Commons)" />Os irm&atilde;os Wolfgang e Maria Anna Mozart (Fonte: Wikimedia Commons)
Maria Anna, mais conhecida como Nannerl pela fam&iacute;lia, nasceu em 1751, quatro anos e meio antes de Wolfgang. O pai dos dois, Leopold, tamb&eacute;m era compositor e dava aulas de m&uacute;sica em Salzburg, na atual &Aacute;ustria. Quando Nannerl tinha 7 anos, Leopold come&ccedil;ou a ensinar sua filha. Logo, ela se tornou brilhante no cravo e pianoforte.&nbsp;
Wolfgang e Nannerl perderam muitos irm&atilde;os pela mortalidade infantil, comum na &eacute;poca, e se tornaram muito pr&oacute;ximos. Eles chegaram a inventar uma l&iacute;ngua pr&oacute;pria e brincavam que eram rei e rainha de um pa&iacute;s pr&oacute;prio, criado pela mente infantil dos dois. Quando Nannerl come&ccedil;ou seus estudos musicais, <a href="https://www.megacurioso.com.br/musica-e-danca/54529-talento-nao-e-tudo-mozart-nao-nasceu-como-um-genio-musical.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Wolfgang se tornou seu maior f&atilde;</a>.
Depois de algum tempo, Leopold passou a ensinar seu filho mais novo tamb&eacute;m. Assim como Nannerl, o garotinho era muito talentoso &mdash; o que o pai viu como uma oportunidade. Em 1762, os irm&atilde;os Mozart sa&iacute;ram em sua primeira turn&ecirc;. Maria Anna tinha 11 anos e Wolfgang tinha 7.
As duas wunderkind, <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/118804-6-criancas-prodigio-que-chocaram-o-mundo-com-suas-habilidades.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">crian&ccedil;as-prod&iacute;gio</a>, impressionaram plateias por toda a Europa pelos anos seguintes, se apresentando para a nobreza e a elite de diversos pa&iacute;ses. Na &eacute;poca, era comum que Nannerl recebesse os maiores cr&eacute;ditos pelas apresenta&ccedil;&otilde;es. Tanto o pai, quanto o pr&oacute;prio Wolfgang, ainda crian&ccedil;a, compunham pe&ccedil;as para Nannerl tocar.&nbsp;
"Minha menina toca os trabalhos mais dif&iacute;ceis que temos com grande precis&atilde;o e excel&ecirc;ncia", escreveu Leopold em 1764, quando Nannerl tinha apenas 12 anos.
<h2>A vida adulta e a aposentadoria dos palcos</h2>
<span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;Wikimedia Commons&nbsp;" data-fonte-url="https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/e/ed/Louis_Carrogis_dit_Carmontelle_-_Portrait_de_Wolfgang_Amadeus_Mozart_%28Salzbourg%2C_1756-Vienne%2C_1791%29_jouant_%C3%A0_Paris_avec_son_p%C3%A8re_Jean..._-_Google_Art_Project.jpg/1307px-thumbnail.jpg"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/04/21/21203807400004.jpg" alt="A fam&iacute;lia Mozart em turn&ecirc; (Fonte: Wikimedia Commons)" />A fam&iacute;lia Mozart em turn&ecirc; (Fonte: Wikimedia Commons)
Conforme Wolfgang crescia, sua genialidade se tornava cada vez mais percept&iacute;vel, mas Maria Anna continuava se apresentando com o irm&atilde;o em p&eacute; de igualdade. As coisas come&ccedil;aram a mudar em 1769, quando ela fez 18 anos.&nbsp;
Pelos costumes da &eacute;poca, Maria Anna j&aacute; estava na <a href="https://www.megacurioso.com.br/historia-e-geografia/75394-5-tradicoes-antigas-de-casamento-que-vao-deixar-voce-de-queixo-caido.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">idade de casar</a> &mdash; e &eacute; importante observar que uma mulher n&atilde;o podia existir por conta pr&oacute;pria. Logo, a responsabilidade por Maria Anna deveria passar do pai para o marido e se apresentar nos palcos n&atilde;o seria bom para a imagem de uma mo&ccedil;a solteira. Sendo assim, ela ficou em Salzburg com sua m&atilde;e, enquanto Wolfgang constru&iacute;a a carreira que registrou seu nome na hist&oacute;ria da m&uacute;sica.&nbsp;
Por alguns anos, os irm&atilde;os mantiveram a proximidade e trocavam correspond&ecirc;ncias. Nannerl recebia as novas composi&ccedil;&otilde;es do irm&atilde;o e mandava as suas para ele. Inclusive, existem teorias de que alguns dos trabalhos de Mozart sejam de autoria da irm&atilde;. Em uma das cartas enviadas a Nannerl, ele escreve: "Eu fico maravilhado em perceber o qu&atilde;o bem voc&ecirc; comp&otilde;e. Em uma palavra, a m&uacute;sica &eacute; linda. Tente fazer isso mais vezes".&nbsp;
<h2>Colaborando para manter a mem&oacute;ria do irm&atilde;o</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/04/21/21203902563005.jpg" alt="Maria Anna, j&aacute; adulta (Fonte: Wikimedia Commons)" />Maria Anna, j&aacute; adulta (Fonte: Wikimedia Commons)
Embora tenha ficado em casa para encontrar um bom marido, Maria Anna Mozart s&oacute; se casou aos 33 anos. H&aacute; registros de que ela chegou a se apaixonar por um homem quando tinha 20 e poucos, mas seu pai n&atilde;o teria aprovado o casamento.&nbsp;
Wolfgang incentivou a irm&atilde; mais velha a lutar por suas prefer&ecirc;ncias, uma vez que ele pr&oacute;prio brigou com o pai para se casar com uma mulher que este n&atilde;o aprovava.&nbsp;
Quando Maria Anna finalmente se casou, o escolhido foi Johann, um vi&uacute;vo de 35 anos, com 5 filhos dos casamentos anteriores. Na &eacute;poca, Nannerl j&aacute; tinha perdido o contato com o irm&atilde;o famoso e n&atilde;o chegou a conhecer a esposa dele pessoalmente. Maria Anna teve tr&ecirc;s filhos de Johann, mas o mais velho permaneceu aos cuidados do av&ocirc; durante primeiros anos de vida. A ideia de Leopold, segundo algumas fontes, era treinar um novo prod&iacute;gio musical.&nbsp;
<span data-fonte="Authenticated News/Getty Images" data-fonte-url="https://www.gettyimages.com.br/detail/foto-jornalistica/part-of-a-letter-written-by-composer-wolfgang-foto-jornalistica/183181679" class="img-fc"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/04/28/authenticated-news-getty-image-28165035281418.jpg" alt="Authenticated News/Getty Image" />Carta de Wolfgang para Maria Anna. (Fonte: Authenticated News/Getty Images)
Mas Leopold morreu em 1787, per&iacute;odo em que seus dois filhos voltaram a se corresponder. Em 1791, o pr&oacute;prio Wolfgang faleceu repentinamente, aos 35 anos. Quando sua vi&uacute;va, Constanze, quis escrever uma <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/111064-fisica-adiciona-uma-biografia-de-cientistas-mulheres-a-wikipedia-por-dia.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">biografia</a> do brilhante compositor, Nannerl fez quest&atilde;o de ajudar, enviando todas as cartas que tinha guardadas. Ap&oacute;s ficar vi&uacute;va, em 1801, ela voltou a dar aulas de m&uacute;sica para jovens de Salzburg.
Maria Anna Mozart faleceu aos 78 anos, em 1729. Infelizmente, seu talento para a m&uacute;sica ficou escondido sob os costumes da &eacute;poca e pela sombra do irm&atilde;o mais famoso. Nos &uacute;ltimos anos, diversos livros, m&uacute;sicas e filmes resolveram analisar a hist&oacute;ria da grande musicista que nunca pode brilhar por conta pr&oacute;pria.

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Maria Anna Mozart: um prodígio à sombra da fama do irmão

Imagem de A Terra pode mesmo perder sua Lua e ficar sem satélite natural? no megacurioso

A ciência já sabe que a Lua está se afastando gradualmente da Terra, mas há chances de que a gente realmente perca contato com nosso satélite?

Nos pr&oacute;ximos anos, a NASA pretende <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/124782-nasa-anuncia-os-quatro-astronautas-de-nova-viagem-a-lua.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">mandar humanos para a Lua novamente</a>. Mas, se eles demorarem demais, a viagem pode ficar mais longa. Na realidade, j&aacute; &eacute; mais longa do que foi nas primeiras miss&otilde;es Apollo, quando a ag&ecirc;ncia espacial instalou pain&eacute;is refletores para medir a dist&acirc;ncia entre a Terra e a Lua.
Nesses mais de 50 anos, a NASA descobriu que a Lua est&aacute; se afastando da Terra a uma taxa de 3,8 cent&iacute;metros por ano. &Eacute; mais ou menos o ritmo do crescimento das unhas dos dedos.&nbsp;
3,8 cent&iacute;metros pode n&atilde;o ser muita coisa. Mas e se a Lua mantiver esse ritmo por milhares ou milh&otilde;es de anos? Ser&aacute; que, um dia, ela pode se afastar totalmente da Terra e nos deixar sem sat&eacute;lite natural?<a href="https://www.megacurioso.com.br/lua/" rel="noopener noreferrer" target="_blank"> </a>
<h2>A gravidade atrai, mas tamb&eacute;m separa</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/04/26/fonte-getty-images-26160437280343.jpg" alt="(Fonte: Getty Images)" />(Fonte: Getty Images)
Acredita-se que a Lua se formou depois que um objeto do tamanho de Marte se chocou com a Terra, ainda em sua forma&ccedil;&atilde;o. A gravidade fez com que parte dos destro&ccedil;os formassem nosso sat&eacute;lite natural &mdash; e as for&ccedil;as de mar&eacute;, um efeito secund&aacute;rio da gravidade, fez com que ele ficasse na dist&acirc;ncia que est&aacute; hoje, a cerca de 384.400 quil&ocirc;metros de n&oacute;s.&nbsp;
Mas assim como a gravidade da Terra mant&eacute;m a Lua girando ao nosso redor, ela tamb&eacute;m tem sua for&ccedil;a gravitacional. E essa rela&ccedil;&atilde;o de for&ccedil;as &eacute; o que est&aacute; fazendo nosso sat&eacute;lite se afastar.
Para come&ccedil;ar, &eacute; <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/118207-como-a-lua-afeta-as-mares-na-terra.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">a gravidade da lua que forma as mar&eacute;s nos oceanos</a>, por exemplo. Essa for&ccedil;a de mar&eacute; exerce uma fric&ccedil;&atilde;o na superf&iacute;cie da Terra, que est&aacute; diminuindo o ritmo de sua rota&ccedil;&atilde;o. Para voc&ecirc; ter ideia, acredita-se que antes da Lua se formar, h&aacute; 4,5 bilh&otilde;es de anos, um dia na Terra durava cerca de 5 horas.&nbsp;
Por&eacute;m, a Terra tamb&eacute;m exerce for&ccedil;as de mar&eacute; sobre a Lua &mdash; &eacute; uma via de m&atilde;o dupla. E como os dois corpos celestes fazem parte de um mesmo sistema gravitacional, eles precisam manter uma constante chamada "momento angular". Ou seja, a energia contida em um sistema que est&aacute; girando.&nbsp;
Basicamente, se voc&ecirc; gira mais r&aacute;pido, o momento angular &eacute; maior. Se voc&ecirc; gira mais devagar, como a Terra est&aacute; fazendo, o momento angular diminui. Contudo, essa constante tamb&eacute;m est&aacute; relacionada &agrave; dist&acirc;ncia entre os corpos no sistema: quanto mais longe, mais momento angular voc&ecirc; tem. D&aacute; para ver onde isso tudo vai chegar?
Isso quer dizer que, se a velocidade da Terra est&aacute; diminuindo, outra vari&aacute;vel precisa mudar para manter o momento angular. A vari&aacute;vel que est&aacute; mudando &eacute; a dist&acirc;ncia da Lua.&nbsp;
<h2>Mas afinal, n&oacute;s vamos ficar sem Lua?</h2>
<span data-fonte="Space Frontiers/Getty Images" data-fonte-url="https://www.gettyimages.com.br/detail/foto-jornalistica/the-earth-rises-over-the-horizon-of-the-moon-as-seen-foto-jornalistica/1157144802" class="img-fc"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/04/26/space-frontiers-getty-images-26160530378344.jpg" alt="Space Frontiers/Getty Images" />(Fonte: Space Frontiers/Getty Images)
A boa not&iacute;cia &eacute; que n&atilde;o, a Terra nunca ficar&aacute; sem a Lua. A m&aacute; not&iacute;cia &eacute; motivo disso.
Explicando por partes, os efeitos de mar&eacute; est&atilde;o diminuindo a velocidade de rota&ccedil;&atilde;o da Terra, mas tamb&eacute;m a da Lua. Com o tempo, os dois corpos celestes v&atilde;o chegar ao "acoplamento de mar&eacute;" &mdash; um momento em que as velocidades de rota&ccedil;&atilde;o de corpos celestes se mant&eacute;m, sem maiores mudan&ccedil;as. A&iacute;, a Lua vai parar de se afastar da Terra.
De acordo com os c&aacute;lculos dos astr&ocirc;nomos, isso deve acontecer dentro de 50 bilh&otilde;es de anos &mdash; e essa &eacute; a boa not&iacute;cia. A m&aacute; &eacute; que, muito antes disso, dentro de 5 bilh&otilde;es de anos, o <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/110667-o-que-vai-acontecer-quando-o-sol-morrer.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Sol vai come&ccedil;ar a morrer</a>. Quando isso acontecer, o Astro-Rei vai aumentar de tamanho, at&eacute; se tornar uma estrela gigante-vermelha.
Nessa &eacute;poca, a Lua ter&aacute; se afastado da Terra em mais 198 mil km, mas o Sol vai engolir tudo. Fim da hist&oacute;ria.

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A Terra pode mesmo perder sua Lua e ficar sem satélite natural?

Imagem de Pelé entra no dicionário como definição de algo "fora do comum" no megacurioso

Dicionário Michaelis incorporou novo verbete 'pelé' como uma homenagem póstuma ao Rei do Futebol, falecido em 2022 

<head></head><body>Você já deve ter lido ou até falado que "fulano é o Pelé dessa área". É comum comparar quem é muito bom em algo com o rei do <a href="https://www.megacurioso.com.br/futebol/" rel="noopener noreferrer" target="_blank">futebol</a>, inigualável no esporte. Michael Jordan foi o Pelé do basquete, Schumacher foi o Pelé da Fórmula 1, Giselle é a Pelé das passarelas, Taylor Swift é o Pelé da música...Ok, nessa última eu forcei a barra. Mas vocês entenderam a ideia, né?O negócio é que, agora, essa analogia tão popular se tornou oficial e faz parte do dicionário. A organização do Michaelis anunciou nesta semana a incorporação do verbete "Pelé" às listas de palavras da língua portuguesa.&nbsp;O verbete é um substantivo ou adjetivo utilizado para definir "que ou aquele que é fora do comum, que ou quem em virtude de sua qualidade, valor ou superioridade não pode ser igualado a nada, ou a ninguém, assim como Pelé, apelido de Edson Arantes do Nascimento (1940–2022), considerado o maior atleta de todos os tempos".&nbsp;Pelé também aparece no verbete como um sinônimo para "excepcional, incomparável, único". E os exemplos de uso da palavra, que acompanham a definição, são mais ou menos como as que citei no início do artigo. Mas, agora, você pode usar o termo "pelé" como quiser, inclusive em redações, pois estará correto.<iframe class="instagram-media instagram-media-rendered" id="instagram-embed-0" src="https://www.instagram.com/p/CrgX85jOfvG/embed/captioned/?cr=1&amp;v=14&amp;wp=485&amp;rd=https%3A%2F%2Fplataforma.nexperts.co&amp;rp=%2Fprojetos%2Fgerenciar%2Fpublisher%2Fedit%2FpdRqV%2Fk5K1a#%7B%22ci%22%3A0%2C%22os%22%3A2829451.100000024%7D" allowtransparency="true" allowfullscreen="true" frameborder="0" height="1057" data-instgrm-payload-id="instagram-media-payload-0" scrolling="no" style="background: white; max-width: 540px; width: calc(100% - 2px); border-radius: 3px; border: 1px solid rgb(219, 219, 219); box-shadow: none; display: block; margin: 0px 0px 12px; min-width: 326px; padding: 0px;"></iframe><h2>Homenagem póstuma ao melhor atleta da história</h2>O verbete já foi incluído na versão digital do Dicionário Michaelis, mas deve aparecer também nas próximas edições impressas da publicação. A ideia surgiu em uma campanha da Fundação Pelé, que conquistou mais de 125 mil assinaturas em alguns meses, além do apoio do Santos, time onde ele construiu sua carreira e a fama de melhor do mundo.Quem nasceu mais tarde (como eu) e não viu Pelé jogar, talvez não entenda o quanto ele era gigante. Mas investigando mais sobre as motivações dessa homenagem, é possível encontrar diversas provas: da conquista da Copa do Mundo de 1958 com só 17 anos, às inúmeras vitórias pelo Santos, aos mil gols em partidas oficiais e as três <a href="https://www.megacurioso.com.br/copa-do-mundo-2022/" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Copas do Mundo</a> que só ele ganhou.&nbsp;Ele unia todas as características técnicas em um só jogador, além de rodar pelo mundo como símbolo do esporte e do próprio Brasil. Em turnês com o Santos, Pelé foi recebido por líderes mundiais e até fez uma guerra parar. Em 1999, o Comitê Olímpico Internacional o elegeu como melhor atleta da história, em todos os esportes.A morte de Pelé aos 82 anos, no fim de 2022, inspirou homenagens de várias personalidades do esporte e da política, além de ganhar as manchetes do mundo inteiro.&nbsp;<ul><li>Leia também:&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/123915-relembre-os-6-momentos-mais-marcantes-da-vida-de-pele-o-rei-do-futebol.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Relembre os 6 momentos mais marcantes da vida de Pelé, o rei do futebol</a></li></ul><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/04/28/28165830036421.jpg" alt="Fonte: GettyImages">Fonte: GettyImagesPor fim, é curioso notar que Pelé não é a única pessoa inspirou verbetes no dicionário. Há várias palavras que se originaram dos nomes de pessoas, ainda que não como uma bonita homenagem póstuma.&nbsp;Sanduíche, por exemplo, faz referência ao Conde de Sandwich, que teve a ideia de comer carne com fatias de pão, para não ter que parar de jogar cartas. E boicote veio de um militar inglês que era muito rígido e, por isso, foi literalmente boicotado pela população local. Mas uma palavra legal como "pelé" para definir algo único, só aqui no Brasil.</body>

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Pelé entra no dicionário como definição de algo 'fora do comum'

Imagem de Cocô revela que humanos consumiam queijo e cerveja há 2700 anos no megacurioso

Muita gente gosta de queijo e cerveja hoje em dia, mas um estudo sobre matérias paleofecais revelou que essa preferência vêm de muito tempo

Voc&ecirc; j&aacute; ouviu falar em paleofezes? At&eacute; escrever esse artigo, eu tamb&eacute;m n&atilde;o sabia o que era isso. Mas o conceito &eacute; bem simples de entender: as fezes s&atilde;o aquelas mesmas que voc&ecirc; est&aacute; pensando e o prefixo "paleo" significa "antigo". Ou seja, &eacute; coc&ocirc; da <a href="https://www.megacurioso.com.br/historia-e-geografia/37833-como-eram-as-escolas-na-antiguidade-.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">antiguidade</a>.&nbsp;
Tem cientista estudando isso para descobrir como a gente se alimentava h&aacute; milhares de anos &mdash; e, por mais inusitado que pare&ccedil;a esse m&eacute;todo, os resultados foram bem interessantes.&nbsp;
Um artigo recente, publicado na revista cient&iacute;fica Current Biology, descreve as descobertas feitas sobre quatro amostras paleofecais da Idade dos Metais (por volta de 3300 at&eacute; 1000 a.C.). O trabalho &eacute; do Instituto para Estudos de M&uacute;mias, com o Museu de Hist&oacute;ria Natural de Viena e a Universidade de Trento.&nbsp;
A partir do estudo, n&atilde;o apenas foi poss&iacute;vel saber que os humanos j&aacute; consumiam cerveja e queijo naquela &eacute;poca, como tamb&eacute;m concluir que nossa microbiota intestinal mudou muito desde ent&atilde;o. Ali&aacute;s, o trabalho foi inovador no uso da microbiologia para examinar amostras <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/115145-pre-historia-morte-impulsionou-revolucao-artistica-no-neolitico.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">pr&eacute;-hist&oacute;ricas</a>.
O pesquisador Frank Maixner, do Instituto para Estudos de M&uacute;mias, explica que as amostras paleofecais estudadas por ele foram retiradas de minas de sal, na &Aacute;ustria. Como as pessoas trabalhavam l&aacute; o dia todo, elas comiam e faziam suas necessidades ali mesmo.&nbsp;
Com mil&ecirc;nios de press&atilde;o e desidrata&ccedil;&atilde;o (pelo sal), as fezes foram dissecadas e se tornaram como f&oacute;sseis, super preservados &mdash; e sem fedor, vale dizer. Desse modo, foi poss&iacute;vel estudar as mol&eacute;culas presentes no coc&ocirc; nos m&iacute;nimos detalhes.&nbsp;
<h2>As descobertas paleofecais e o que elas dizem sobre n&oacute;s</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/04/27/a-27153013106316.jpg" alt="a" />Exemplos de paleofezes estudadas por arque&oacute;logos. (Fonte: Heritage Daily)
Maixner e sua equipe descobriram que os mineradores gostavam muito de <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-e-beleza/59822-comer-queijo-ou-pao-bolorento-realmente-faz-mal.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">queijos azuis, com fungos</a>, como o gorgonzola ou roquefort. Mas tamb&eacute;m encontrou tra&ccedil;os de cerveja e chegou a um palpite de qual especialidade era: pale ale.&nbsp;
Isso porque eles encontraram o fungo Saccharomyces cerevisiae, que &eacute; a levedura de cerveja, nas amostras paleofecais. Assim, eles eliminaram lagers e outras cervejas que s&atilde;o produzidas com fermenta&ccedil;&atilde;o espont&acirc;nea. O palpite faz sentido, j&aacute; que a pale ale &eacute; mais f&aacute;cil de conservar sem refrigera&ccedil;&atilde;o e combina com as amostras encontradas.&nbsp;
Ou seja, alimentos que consumimos at&eacute; hoje e que demandam t&eacute;cnicas de fermenta&ccedil;&atilde;o, como queijos azuis e <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/122313-homens-que-bebem-cerveja-todo-dia-tem-mais-bacterias-no-intestino.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">cerveja</a>, j&aacute; existiam h&aacute; 2.700 anos. Isso j&aacute; &eacute; uma descoberta e tanto.
Por&eacute;m, as amostras paleofecais tamb&eacute;m trazem descobertas interessantes para n&oacute;s, humanos modernos. O estudo indica que os mineradores se alimentavam de fibras e gr&atilde;os integrais &mdash; e tinham uma microbiota muito mais rica do que a nossa.&nbsp;
"Nosso intestino &eacute; um m&uacute;sculo, ent&atilde;o precisa ser treinado", afirma Maixner. Com o surgimento dos alimentos processados, nosso intestino foi treinado para se esfor&ccedil;ar menos e a microbiota se tornou menos diversa. Essa &eacute; uma grande descoberta, pois comprova algo que a ci&ecirc;ncia j&aacute; tinha como hip&oacute;tese. E voc&ecirc; achando que esse estudo era uma m...

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Cocô revela que humanos consumiam queijo e cerveja há 2700 anos

Imagem de Fluidos que jorram do fundo do oceano podem ajudar a prever terremotos no megacurioso

As aberturas que jorram os fluidos são muito pequenas, mas podem trazer respostas sobre as placas tectônicas da América do Norte

<head></head><body>No fundo do oceano, a 80 km da costa do estado do Oregon (EUA), existem algumas pequenas aberturas de 5 cm de largura. Esses buracos jorram fluidos que se originam a 4 km de profundidade, no encontro de várias placas tectônicas.&nbsp;Esse fenômeno, nunca antes visto, foi batizado como Oásis de Pythia — em <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/106777-as-previsoes-do-oraculo-de-delfos-tinham-influencias-de-alucinogenos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">referência a uma sacerdotisa da Grécia antiga</a> que tinha o dom da clarividência. Isso porque os cientistas estão apostando que os buracos e seus fluidos podem fazer previsões sobre os terremotos.&nbsp;São, pelo menos, quatro aberturas. Elas ficam na falha submarina de Cascadia, que é menos famosa que a de <a href="https://www.megacurioso.com.br/desastres-naturais/73014-the-really-big-one-alerta-sobre-grande-terremoto-volta-a-midia-dos-eua.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">San Andreas</a>, mas também tem potencial de causar terremotos gigantescos. Acredita-se que um terremoto nessa falha poderia alcançar a magnitude 9 na escala Richter e causar tsunamis de 30,5 metros de altura.&nbsp;É por isso que as aberturas e seus fluidos interessam tanto aos cientistas: elas podem ajudar a explicar o comportamento das placas tectônicas.&nbsp;<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/04/25/25203419076006.jpg" alt="Buracos têm cerca de 5 cm de comprimento (Fonte: Science/Reprodução)">Buracos têm cerca de 5 cm de comprimento (Fonte: Science/Reprodução)<h2>Uma grande descoberta por acaso</h2>O Oásis de Pythia foi descoberto por um estudante da Universidade de Washington, durante uma viagem de estudos, conta o professor de oceanografia Evan Solomon, que é co-autor de um estudo sobre as aberturas, publicado recentemente pela revista Science Advances.&nbsp;O sonar do navio detectou bolhas saindo do fundo do mar. Ao explorá-las, a equipe descobriu que não eram bolhas de metano, mas sim de água — como se o fundo do oceano tivesse uma mangueira de alta pressão. "É algo que eu nunca tinha visto e, pelo meu conhecimento, nunca tinha sido observado antes", afirmou o professor Solomon, em nota.&nbsp;Os fluidos estavam a 9 °C, mais quente que a água nessa região. Isso indica que eles vêm de regiões ainda mais profundas e quentes, quilômetros adentro da crosta terrestre. Ao estudar esses fluidos, os cientistas descobriram que eles carregam minerais como boro e lítio — que vem das pedras pelas quais o fluido passa, antes de sair pelas aberturas.&nbsp;<h2>Os fluidos e as placas tectônicas</h2>Os pesquisadores da Universidade de Washington ainda não têm certeza de como os fluidos interagem com as <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/124470-a-africa-esta-se-partindo-em-duas-por-que.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">placas tectônicas</a>, mas têm algumas hipóteses interessantes. As aberturas podem ser como "válvulas de escape", que alteram a pressão dos fluidos na região onde as placas se encontram — e, em última instância, influenciam o próprio movimento das placas.É possível que esses fluidos com alta pressão suprimam a atividade sísmica, permitindo que as placas tectônicas se movimentem umas sobre as outras sem fricção ou sem <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/124363-8-dicas-essenciais-de-como-sobreviver-a-um-terremoto.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">terremotos</a>. Mas outros estudos são necessários para entender a extensão desse fenômeno, que só acabou de ser descoberto.&nbsp;Ainda assim, é impressionante que algo tão pequeno no fundo do oceano possa ser tão importância para a gente aqui em cima, não é mesmo?</body>

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Fluidos que jorram do fundo do oceano podem ajudar a prever terremotos

Imagem de Religião é usada para barrar liberdade e democracia, segundo estudos no megacurioso

Pesquisas demonstram que motivos religiosos são frequentemente usados para dar suporte à autocracias e violações de direitos humanos

<head></head><body>Isso não deve causar surpresa para quem já é crítico da relação entre religião e política. Mas é interessante observar o que uma pesquisa efetivamente demonstrou: a fé das pessoas e os preceitos religiosos têm sido usados, em várias ocasiões, para suporte a regimes ditatoriais ou violar direitos humanos.Apesar das inúmeras evidências empíricas, havia pouca pesquisa sistemática e com todo rigor científico para analisar esse fenômeno. Essa foi a motivação dos cientistas Jeanet Bentzen, da Universidade de Copenhagen, e Gunes Gokmen, da Universidade de Lund (Suécia). Então, os dois compararam fatos históricos de 1.265 sociedades pré-modernas com evidências sobre as leis atuais de 176 países.&nbsp;<h2>Desde os primórdios da humanidades</h2>Essa influência da religião no cerceamento da liberdade pode ser encontrada desde o famoso Código de Hamurabi — um dos primeiros textos legais do qual se tem registro, datado de 1750 anos a.C. Logo no início, <a href="https://www.megacurioso.com.br/historia-e-geografia/102269-quem-foi-hamurabi-o-cara-responsavel-por-criar-o-famoso-codigo-de-leis.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">o rei babilônico Hamurabi</a> é identificado como legítimo representante dos deuses na Terra. Suas leis, portanto, seriam ordens divinas.&nbsp;Esse é um grande exemplo do que os pesquisadores chamam de "legitimação divina". Ou seja, justificar as leis como ordens dos deuses. É possível observar isso até hoje em diversos países que usam a <a href="https://www.megacurioso.com.br/religiao/99226-as-mulheres-e-o-isla-entenda-o-papel-feminino-no-mundo-muculmano.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Sharia</a> (lei islâmica), inclusive para condenar pessoas à morte. E mesmo em países de maioria cristã, que baseiam leis na Bíblia para reprimir direitos humanos.<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/04/24/24114308283149.jpg" alt="Muitos países utilizam a lei islâmica ou a Bíblia cristã para reprimir direitos humanos (Fonte: GettyImages)">Muitos países utilizam a lei islâmica ou a Bíblia cristã para reprimir direitos humanos (Fonte: GettyImages)A professora Jeanet Bentzen explicou que comparou informações de sociedades semelhantes, que estão no mesmo grupo linguístico, têm o mesmo nível de desenvolvimento e se localizam no mesmo continente. Mesmo observando tais semelhanças, a religião faz bastante diferença para o nível de desigualdade social.&nbsp;Em resumo, a professora explica que sociedades com maior desigualdade social costumam adorar a deuses com personalidades dominantes. "Em média, deuses moralizadores tem 30% a mais de probabilidade de aparecer em sociedades com grandes diferenças sociais, quando comparadas com sociedades mais igualitárias", exemplifica Bentzen, em nota.Até porque os deuses moralizadores e punitivos são mais eficientes para controlar um povo, enquanto os espíritos que não podem punir ou interferir nas ações humanas auxiliam pouco nesse objetivo. Além disso, as sociedades que acreditam nesse tipo de divindade tendem a discriminar ou favorecer certos grupos da sociedade: da restrição de direitos das mulheres à <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/124710-alem-de-uganda-paises-onde-ha-pena-de-morte-para-pessoas-lgbtqia.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">proibição da homossexualidade</a>, além de leis rígidas contra blasfêmia.<h2>Os ditadores que creem em deus</h2>Nesse ponto, é importante explicar que o estudo não pretende demonizar as religiões — mas demonstrar seu uso político, de forma objetiva, e fazer um alerta contra novos usos da fé para dar suporte à autocracias e retirada de direitos.Na verdade, a professora Jeanet Bentzen comenta que há muitos estudos que comprovam os benefícios da religião para os seres humanos, como conforto pessoal, senso de comunidade e esperança. Contudo, "para os legisladores, ela pode ser uma ferramenta para ganhar um poder inquestionável", afirma. &nbsp;<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/04/24/24114418248150.jpg" alt="A religião é cooptada por líderes populistas e autoritários para justificar seu regime (Fonte: GettyImages)">A religião é cooptada por líderes populistas e autoritários para justificar seu regime (Fonte: GettyImages)Os resultados do estudo demonstram que os regimes autocráticos — isto é, governos em que uma pessoa ou um seleto grupo de pessoas detém todo o poder — tendem a institucionalizar as religiões. É um meio de legitimar e assegurar seu poder. Algo que, como dissemos acima, existe desde o <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/121161-codigo-de-hamurabi-o-primeiro-conjunto-de-leis-da-humanidade.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Código de Hamurabi</a>, mas persiste até hoje."A legitimação divina da concentração de poder em um grupo muito pequeno de pessoas pode dar suporte à persistência de autocracias. Afinal, o pequeno grupo de governantes recebe seu mandato dos céus e, por isso, não precisa perguntar nada às pessoas", explica a cientista.&nbsp;Isso ocorre em uma via de mão dupla, enquanto os regimes autocráticos fortalecem as instituições religiosas para justificar seu regime e solidificar sua posição de poder. Em vista disso, a pesquisa também apresenta esse alerta contra novas tentativas — ainda mais em um mundo onde o populismo religioso se torna cada vez mais popular.&nbsp;Sendo assim, por mais que a religião tenha aspectos positivos para a sociedade, devemos prevenir que <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/118626-el-salvador-7-fatos-sobre-o-pais-que-nao-estao-nas-manchetes.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">líderes populistas</a> cooptem a fé das pessoas para fins políticos. Especialmente quando o objetivo final é restringir os direitos e a liberdade da população.</body>

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Religião é usada para barrar liberdade e democracia, segundo estudos

Imagem de Cidade realiza disputa de "quem mata mais gatos" com crianças no megacurioso

Iniciativa visava levantar dinheiro para a comunidade e controlar a população de gatos, mas foi cancelada após a enxurrada de críticas

<head></head><body>Aqui no Brasil, "atirei o pau no gato" costuma ser apenas uma cantiga e quem realmente fizer mal ao pobre bichano pode ser penalizado por isso. Mas, em uma cidade da <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/118796-10-curiosidades-sobre-a-nova-zelandia.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Nova Zelândia</a>, os maus tratos contra os gatinhos não apenas foram tolerados, como incentivados.A comunidade de North Canterbury, na ilha sul do país, organizou uma disputa de quem mata mais gatos... Para crianças! A ideia era que os jovens menores de 14 anos usassem um rifle de pressão para matar o máximo possível de <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/123585-6-praticas-que-machucam-emocionalmente-seu-gato.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">gatinhos</a>. Quem conseguisse o maior número de carcaças levaria o prêmio de 250 dólares neozelandeses — cerca de R$ 775, na cotação de 2023.É claro que existia uma justificativa "nobre" para isso, pelo menos na visão dos organizadores — o objetivo era angariar recursos para a escola local e diminuir a enorme população de gatos de rua, que frequentemente caça os passarinhos nativos da região. Mas, como os críticos da proposta ponderaram, existem outras maneiras de salvar os pássaros, como castrar os gatos (para que eles não se reproduzam tanto) ou levá-los para dentro de casa, como pets.Aliás, esse foi um dos principais problemas da proposta: muitas pessoas estavam com medo de que seus gatos de estimação pudessem ser atingidos pelos tiros. Até porque os <a href="https://www.megacurioso.com.br/armas/41784-as-10-piores-armas-de-fogo-da-historia.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">rifles</a> de pressão usados na competição causam muita dor antes de matar o pobre bichano.&nbsp;A organização respondeu dizendo que desclassificaria qualquer criança que levasse um gato com microchip. Mas de que adiantaria, se o gatinho já estivesse morto? E, como dito, para que matar todos os gatos de rua de forma tão cruel?<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/04/23/23152808201000.jpg" alt="Fonte: GettyImages">Fonte: GettyImages<h2>Concurso foi cancelado após críticas</h2>A competição de quem mata mais gatos foi organizada no âmbito da Competição de Caça de North Canterbury — que é um absurdo por si só. Com a justificativa de ajudar os passarinhos, os moradores se reúnem para matar todo tipo de animal, de gambás a coelhos.&nbsp;E isso inclui as crianças, claro. O maior prêmio da competição, além dos 250 dólares para as crianças que matam gatos, é uma picape.Mas foi só quando a organização incluiu a matança de gatinhos que o caso tomou maiores proporções, virando notícia no mundo todo. Entidades como a SPCA (Sociedade Neo-Zelandesa para a Prevenção da Crueldade com Animais, em tradução livre) fizeram protestos e milhares de críticas nas redes sociais, até que a organização voltou atrás. Não sem se fazer de vítima, afirmando que estava sendo cancelada pelos justiceiros da internet, obviamente.<iframe src="https://www.facebook.com/plugins/post.php?href=https%3A%2F%2Fwww.facebook.com%2FtheNorthCanterburyHuntingCompetition%2Fposts%2Fpfbid02VWoDVHRNAk4c3n1w5WLq5h1qHctPdDY9ke6wJ4Z3G7rQByvudni9AgyAHYbNonMTl&amp;show_text=true&amp;width=500" width="500" height="501" style="border:none;overflow:hidden;" scrolling="no" frameborder="0" allowfullscreen="true"></iframe>Antes dessa desistência, contudo, a competição rolou por quatro dias. E o que os donos de gatos mais temiam, aconteceu: uma criança atirou em um gatinho doméstico, que morreu de infecção. O gato era castrado e microchipado, portanto não oferecia risco para os pássaros.Nos comentários do comunicado de cancelamento (que estão restritos aos seguidores, aliás), há muitas pessoas defendendo a iniciativa, dizendo que os gatos selvagens causam bastante dano à comunidade, aos pássaros e às fazendas... Mas voltamos ao comentário anterior: não há uma maneira melhor de resolver esse problema do que rifles de ar?</body>

Evandro Voltolini