Imagem de Banana e abacate: as frutas que já foram rejeitadas pela sociedade no megacurioso

Simplesmente por serem consideradas 'muito sexuais'

<head></head><body>Não foram só as <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/125236-frederico-o-grande-o-rei-que-popularizou-as-batatas.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">batatas</a> que as pessoas tiveram medo de comer — algumas frutas também se tornaram alvo em algum momento da história. O que é, no mínimo, irônico, visto que os primeiros humanos se alimentavam quase exclusivamente de folhas e frutas de árvores e arbustos há cerca de 3,5 milhões de anos.O problema, no entanto, começou a surgir com a construção das sociedades e ideias que, em sua maioria, eram ditadas por preceitos religiosos. A <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/121347-5-refeicoes-bizarras-que-eram-normal-na-era-medieval.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Idade Média</a>, por exemplo, criou muitos fantasmas na cabeça das pessoas sobre o que era ou não bom, e o que era certo ou não.Esse é o motivo pelo qual a banana e o abacate já foram rejeitados pela sociedade.<h2>O pânico da banana</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/06/02/02161956592301.jpg" alt="(Fonte: GettyImages/Reprodução)">(Fonte: GettyImages/Reprodução)Na sociedade estadunidense do século XIX, as pessoas obviamente já tinham reparado no formato fálico das bananas. Naquela época, para piorar, eles ainda consumiam um tipo de banana mais "selvagem", similar à banana-da-terra, com um formato ainda mais "acentuado".Isso foi o suficiente para causar pânico nas pessoas, que tinham vergonha de serem vistas carregando ou comendo a fruta. Elas chegavam a revesti-la com papel alumínio para disfarçar sua forma, bem como a fatiavam para que não parecessem obscenas diante dos outros.<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/06/02/02162219671303.jpg" alt="(Fonte: Eclectic Lady Land/Reprodução)">(Fonte: Eclectic Lady Land/Reprodução)As mulheres eram as mais propensas a se sentirem envergonhadas com o fruto "imoral", enquanto os homens, como sempre, faziam piada da banana enquanto estavam comendo.&nbsp;O problema na sociedade chegou a um ponto tão alarmante que Andrew Preston, da Boston Fruit Company, em Massachusetts, lançou uma campanha para distribuir cartões postais mostrando mulheres posando com bananas, mas não de uma maneira provocativa. Os cartões de Preston apenas mostravam mulheres segurando bananas para esclarecer que não havia nada de errado ou sexual naquilo – pelo visto, isso ajudou.<h2>O pânico do abacate</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/06/02/02162501281305.jpg" alt="(Fonte: GettyImages/Reprodução)">(Fonte: GettyImages/Reprodução)Engana-se quem imagina que apenas a banana foi alvo de sexualização. Quando as pessoas pararam de achar que estavam ingerindo algo obsceno, o alvo mudou para o abacate. No início do século XX, surgiram rumores de que a fruta exalava sexualidade.&nbsp;Os astecas foram os primeiros povos a nomearem o abacate, decidindo pela palavra nativa “ahuacatl”, a mesma usada para "testículos". Acredita-se que a escolha foi por duas razões: pela forma arredondada e em gota da fruta; e por ela, supostamente, despertar o desejo sexual. Ainda é uma disputa entre os historiadores para chegar a um consenso se a fruta recebeu o nome do órgão ou a gíria recebeu o nome da fruta.Logo que os espanhóis tomaram o México, no século XVI, o abacate se transformou em "aguacate". Quando fazendeiros norte-americanos descobriram a fruta, acharam esse nome muito complicado de pronunciar, chegando a sugerir mais de 40 nomes diferentes, entre "avocat" e "aligator pear" (pera-jacaré).<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/06/02/02162547164306.jpg" alt="(Fonte: GettyImages/Reprodução)">(Fonte: GettyImages/Reprodução)Até 1914, o abacate nunca havia sido cultivado comercialmente, quando hotéis em Los Angeles e São Francisco começaram a encomendar o máximo da fruta o possível, pagando até US$ 12 por uma dúzia. Apesar de o exótico e afrodisíaco sempre terem sido dois títulos que venderam bem ao longo dos séculos, quando associados ao abacate, não trouxeram muita popularidade. Talvez porque a fruta já era vista como um tipo ruim de exótico devido a sua forma testicular, causando mais repulsa do que excitação.Para contornar o problema, não só fonético como estético, o Departamento de Agricultura dos EUA criou o nome "avocado" (abacate), deixando de lado o difícil e controverso "ahuacate", e o apelativo "alligator pearl". Eles informaram os editores de dicionário sobre a mudança e passaram a divulgar em todo o canto o abacate como uma "nova fruta", aos poucos libertando as pessoas da desinformação.Como resultado, a Califórnia responde por quase 90% de todos os abacates cultivados em solo norte-americano.</body>

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Banana e abacate: as frutas que já foram rejeitadas pela sociedade

Imagem de A história da Lança Sagrada que 'terminou' de matar Jesus Cristo no megacurioso

Acredita-se que a lança esteja associada à vida de São Longuinho

<head></head><body>Não se sabe precisamente quando e como as pessoas começaram a venerar <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/124917-reliquias-sagradas-os-restos-mortais-de-santos-acumulados-pela-igreja.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">relíquias religiosas</a>, mas a prática dentro do cristianismo remete aos primeiros séculos d.C. No século XII, essa prática acontecia amplamente em igrejas e santuários construídos para abrigar esse tipo de objeto.Do <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/125037-santo-sudario-o-que-a-ciencia-diz-sobre-peca-ligada-a-jesus.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Sudário de Turim</a> a um menorá encontrado em uma sinagoga antiga, atualmente, não há uma religião que não carregue seus artefatos sagrados que dizem conter "poderes misteriosos" concedidos a eles por manifestarem uma vontade divina.Em meio a tantas histórias, uma das mais intrigantes é sobre a Lança Sagrada, o objeto central da crucificação de Jesus Cristo.<h2>A história</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/05/25/25220000584005.jpg" alt="(Fonte: Ancient Origins/Reprodução)">(Fonte: Ancient Origins/Reprodução)Para garantir que estava morto, <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/122739-as-representacoes-mais-antigas-de-jesus-cristo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Jesus Cristo</a> teve uma lança cravada em seu lado esquerdo por um soldado romano enquanto estava pendurado na cruz, um símbolo da crueldade da época. Ao longo dos séculos, essa lança ganhou um caráter de imenso poder, inspirando a imaginação dos religiosos, curiosos e até mesmo dos fanáticos. Assim como o Sudário de Turim, ninguém sabe provar a veracidade de sua existência.A primeira e única vez que se ouviu falar na Lança Sagrada foi no Evangelho de João, nas escrituras cristãs canônicas, em que é dito que Jesus foi crucificado ao lado de dois ladrões. Depois, o governador romano <a href="https://www.megacurioso.com.br/religiao/50302-por-esta-voce-nao-esperava-poncio-pilatos-ja-foi-considerado-santo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Pôncio Pilatos</a> teria enviado soldados para quebrar as pernas dele. Essa prática, conhecida como "crurifragium", visava acelerar a morte do condenado, que não conseguiria suportar seu peso na cruz. Pilatos teria ordenado isso para que os condenados não permanecessem vivos até sábado.Os soldados teriam feito isso apenas com os ladrões, uma vez que Jesus já estava morto quando chegaram. No entanto, para se certificar, um deles teria enfiado uma lança na lateral do corpo de Jesus, arrancando sangue e água dele. Segundo a interpretação bíblica, o sangue e a água representavam algo miraculoso, símbolo do batismo e do sacrifício. Por outro lado, há quem diga que a água era devido aos fluidos corporais que se acumularam em bolsas ao redor do coração e dos pulmões do mártir.<h2>O nascimento de um santo</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/05/25/25220221097006.jpg" alt="(Fonte: GettyImages/Reprodução)">(Fonte: GettyImages/Reprodução)Depois disso, não há mais nenhuma menção à lança, tampouco sobre seu paradeiro. A mente intrigada dos religiosos fez um escrutínio até que se chegasse no Evangelho de Nicodemos, uma obra apócrifa do século IV ou V. Nela, o autor identifica um homem chamado Longinus como um centurião romano que portaria uma lança. Alguns afirmam que ele foi o mesmo do Evangelho de Marcos, que teria exclamado após a morte de Jesus: “Este homem verdadeiramente era o filho de Deus!”.Existem narrativas em que Longinus é descrito como cego ou portador de alguma doença, como oftalmia, que teria sido curada milagrosamente depois que sangue esguichou da ferida que ele infligiu em Jesus. Após esse episódio, ele teria abandonado a vida de soldado, se convertido ao cristianismo e morrido como um mártir por decapitação. Assim, ele se tornou o tão conhecido São Longuinho.Seja como for, a lança se tornou Lança Sagrada, um objeto de poder, e a história de Longinus foi alterada, bem como muita coisa na Bíblia ao longo do tempo.</body>

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A história da Lança Sagrada que 'terminou' de matar Jesus Cristo

Imagem de Hans Staininger: o homem que morreu por conta da própria barba no megacurioso

Com mais de dois metros de comprimento, a barba abriu muitas portas para o político, mas também foi sua ruína

<head></head><body>Dizem que a <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/124219-pogonofobia-conheca-o-curioso-medo-de-barbas.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">barba</a> é a maquiagem do homem, responsável por ressaltar as características mais atraentes de um rosto, como olhos e lábios, e também conferir um aspecto mais maduro., além de esconder possíveis imperfeições. Ao longo dos séculos, a barba já foi considerada impura, um sinal de divindade, um símbolo de força e sabedoria, e também traço essencial para um homem ser considerado da elite.Foram nos tempos pré-históricos que os homens começaram a cultivar longas barbas. Primeiro, para se manterem aquecidos, depois para se protegerem de golpes no rosto – e também como forma de intimidação. A barba significou muito para várias culturas, se tornando traço identitário, entrando e saindo de moda várias vezes ao longo dos séculos.Com a modernização da <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/125293-fonte-da-juventude-pai-quer-trocar-sangue-com-filho-para-nao-envelhecer.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">medicina</a>, as barbas foram associadas à <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/122907-amou-haji-o-homem-mais-sujo-do-mundo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">má higiene</a>, e muitos homens que as usavam eram considerados sujos e possíveis portadores de doenças. No século XVIII, cresceu a ideia de que o excesso de pelo facial não é saudável ou pode causar má saúde.Em 1567, Hans Staininger morreu ao tropeçar na própria barba, e por muito tempo foi a personificação de que o excesso de pelos faciais poderia não ser tão bom.<h2>A barba que abria portas</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/05/29/29212715386011.jpg" alt="(Fonte: Images D'Art/Reprodução)">(Fonte: Images D'Art/Reprodução)Nascido em 1506, em Obergrasensee, atual Alemanha, Hans Staininger foi prefeito de Braunau am Inn, na Áustria. Pouco se sabe sobre sua vida, apenas que o político se dedicava ao seu trabalho – não é para menos que foi eleito prefeito seis vezes na cidade – e sua longa e esvoaçante barba.Apesar de tê-la cortado várias vezes, em 1567, a barba de Staininger chegou a ter um pouco mais que dois metros de comprimento, despontando em dois tufos bifurcados de cada lado de seu rosto. Inclusive, assim ele foi retratado por um <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/124419-maior-roubo-de-obras-de-arte-da-historia-brasileira-faz-17-anos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">pintor</a> anônimo em uma tela de 1560, atualmente pendurada no <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/123935-9-obras-que-entram-em-dominio-publico-em-2023.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Museu do Louvre</a>.A popularidade de sua barba incomum era tamanha naquela época que chegou a levá-lo a lugares conceituados, conhecendo nomes influentes, como o imperador Rodolfo II do Sacro Império Romano-Germânico. Staininger também usou essa fama para obter privilégios para Braunau.<h2>Um fim trágico</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/05/29/29213527482015.jpg" alt="(Fonte: GettyImages/Reprodução)">(Fonte: GettyImages/Reprodução)No entanto, mais famosa que sua barba foi a maneira como Staininger morreu. Existem duas histórias diferentes e conflitantes sobre como tudo ocorreu, embora terminem da mesma maneira.Fontes dizem que o político barbudo acordou na noite de 28 de setembro de 1567 durante um incêndio na sua cidade. Ao correr de um lado para o outro, desesperado, para avisar os cidadãos para que salvassem suas vidas, Staininger teria tropeçado em sua própria barba, caído de um lance de escadas e quebrado o pescoço na queda.<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/05/30/30145238420230.jpg" alt="(Fonte: GettyImages/Reprodução)">(Fonte: GettyImages/Reprodução)O escritor de viagens do século XIX, Joseph Kyselak, conta, no entanto, uma versão diferente para a maneira como Staininger morreu. Segundo o homem, o político teria corrido em direção a um príncipe que passava pela cidade para mostrar respeito, acabou tropeçando em sua barba, caído e quebrado o pescoço no processo.Seja como for, a morte de Hans Staininger é considerada emblemática e o único caso documentado de morte pela barba. Em sua homenagem, os habitantes de Braunau ergueram uma estátua do lado de fora da Igreja de Santo Estêvão e preservaram sua barba inteira em uma caixa de vidro, até hoje em exposição no Museu Distrital de Herzogenburg, na Áustria.Muitas pessoas já acabaram morrendo porque suas barbas ficaram presas em máquinas industriais, mas nenhum delas aconteceu pela barba ter feito alguém tropeçar e cair para a morte.</body>

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Hans Staininger: o homem que morreu por conta da própria barba

Imagem de Por que o autor de "A Pequena Sereia" mantinha um diário de masturbação? no megacurioso

Por trás de um dos pais dos contos de fadas havia um homem com uma vida triste recheada de culpa

Quando os Est&uacute;dios Walt Disney lan&ccedil;aram em 1989 a anima&ccedil;&atilde;o A Pequena Sereia, a empresa pavimentou o caminho para uma era que ficou conhecida como o "Renascimento da Disney", um per&iacute;odo em que os est&uacute;dios voltaram a fazer filmes de anima&ccedil;&atilde;o de grande sucesso, sendo a maioria baseada em hist&oacute;rias cl&aacute;ssicas.
A princ&iacute;pio, A Pequena Sereia deveria ter sido lan&ccedil;ada em 1930, mas s&oacute; saiu do papel quase 60 anos depois em meio a um per&iacute;odo de fracasso e fal&ecirc;ncia da produtora. A ideia de produzir o filme extremamente caro e complexo foi do ent&atilde;o CEO Michael Eisner e do presidente da Disney Jeffrey Katzenberg, visando revitalizar e dar uma nova roupagem &agrave; hist&oacute;ria de Hans Christian Andersen.
Considerado um dos "pais" dos contos de fadas, quando o dinamarqu&ecirc;s n&atilde;o estava escrevendo hist&oacute;rias que ecoariam pelos s&eacute;culos, ele provavelmente estava se masturbando. Pois &eacute;, poucos sabem que o autor de A Pequena Sereia mantinha, inclusive, um di&aacute;rio de masturba&ccedil;&atilde;o.
<h2>Um homem triste</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/05/25/25220455656007.jpg" alt="Hans Christian Andersen. (Fonte: Wikipedia/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />Hans Christian Andersen. (Fonte: Wikipedia/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Por incr&iacute;vel que pare&ccedil;a, isso diz muito sobre a vida do autor. A vida pessoal de Andersen sempre foi enigm&aacute;tica, sobretudo sexualmente falando. O homem nunca se casou, mesmo tendo demonstrado em diferentes momentos de sua vida que se apaixonou por homens e mulheres. Al&eacute;m disso, tudo permaneceu em sua cabe&ccedil;a, e ele externou suas vontades, medos e frustra&ccedil;&otilde;es escrevendo hist&oacute;rias que n&atilde;o parecessem t&atilde;o infelizes quanto sua vida &mdash; e tamb&eacute;m se masturbando para tentar se entender melhor.
Acredita-se que Andersen nunca tenha tido rela&ccedil;&otilde;es sexuais, o t&iacute;pico resultado de uma inf&acirc;ncia conturbada, repulsa por seus sentimentos sexuais e extrema culpa religiosa pela atra&ccedil;&atilde;o pelo mesmo sexo. Tudo isso teria constru&iacute;do um homem reprimido e recluso.
Ele serviu como a pr&oacute;pria inspira&ccedil;&atilde;o para o Patinho Feio, que era desajeitado, afeminado e evitado por seus colegas. Falando sobre transforma&ccedil;&atilde;o, reden&ccedil;&atilde;o, solid&atilde;o e saudade, no final das contas, seu protagonista se torna um lindo cisne ap&oacute;s tanto sofrer &ndash; e era o que, talvez, ele esperava. Mas isso n&atilde;o aconteceu, nem mesmo com a fama, dinheiro e prest&iacute;gio.
<span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;Europeana&nbsp;" data-fonte-url="https://images.ctfassets.net/i01duvb6kq77/f2eb7b0e09f7e7355e7293a5dd73c6ba/69df7f8677b6e637b2c3ff3f0b0bfd68/9200518_ark__12148_btv1b84219372-1.jpg?w=1100&amp;q=80&amp;fm=jpg&amp;fl=progressive"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/05/25/25221007562008.jpg" alt="Jenny Lind. (Fonte: Europeana/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />Jenny Lind. (Fonte: Europeana/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Sim, Andersen se cercou de amigos, p&ocirc;de ter contato com os mais belos homens e mulheres, mas nunca sentiu que pudesse ir al&eacute;m. &Eacute; poss&iacute;vel pensar que ele tenha se exilado em si mesmo porque continuava se achando o mesmo estranho de quando era desconhecido, ainda mais por ser disl&eacute;xico e ter v&aacute;rios tipos de fobia, como o medo obsessivo de ser queimado.
Tudo e todos que Andersen desejou o rejeitaram. A come&ccedil;ar pela famosa cantora Jenny Lind, depois Edvard Collin, filho de seu mentor profissional; e at&eacute; mesmo a sua irm&atilde; Louise. O mais pr&oacute;ximo que Andersen chegou de um relacionamento foi o tempo em que passou como companheiro pr&oacute;ximo do dan&ccedil;arino Herald Scharff, a quem ele atribuiu o "per&iacute;odo mais er&oacute;tico de sua vida".
<h2>Masturbando suas vontades</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/05/25/25221107383010.jpg" alt="(Fonte: GettyImages/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: GettyImages/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
E provavelmente foi nesse per&iacute;odo que Andersen come&ccedil;ou a ser mais efusivo no h&aacute;bito de se masturbar. Essa sua obsess&atilde;o foi descoberta por meio de seu di&aacute;rio &mdash; historiadores perceberam que ele se referia &agrave; pr&aacute;tica por meio de um c&oacute;digo: ele usava duas cruzes como sinais de mais para mostrar que havia se "aliviado" naquele dia.
Todo mundo que Andersen encontrava para falar de trabalho ou da vida, despertava nele o desejo de se masturbar at&eacute; tr&ecirc;s vezes seguidas. Existe a possibilidade de que em algum momento ele tenha tido contato f&iacute;sico de natureza sexual com algu&eacute;m, mas o medo e vergonha mantiveram isso fora de seus di&aacute;rios. No mais, permanece a ideia de que ele era celibat&aacute;rio.
Andersen cresceu com uma m&atilde;e prostituta, portanto, na vida adulta, se tornou um h&aacute;bito visitar bord&eacute;is &ndash; ou como ele chamava, "lojas humanas" &ndash; apenas para encher sua mente com material o suficiente para se divertir longe da vergonha e da tenta&ccedil;&atilde;o.&nbsp;
Ele gostava de visitar bord&eacute;is em Paris apenas para falar de maneira depravada sobre sexo e depois se masturbar at&eacute; que arrancasse sangue de suas genit&aacute;lias. Ele se queixou bastante de seus excessos nas p&aacute;ginas dos di&aacute;rios, descrevendo o resultado como "p&ecirc;nis dolorido", "p&ecirc;nis doente", "p&ecirc;nis sens&iacute;vel" e "p&ecirc;nis muito ruim" ap&oacute;s horas de masturba&ccedil;&atilde;o.
Certamente, nada disso ofusca suas incr&iacute;veis realiza&ccedil;&otilde;es liter&aacute;rias &mdash; muito pelo contr&aacute;rio, apenas humaniza o g&ecirc;nio que foi, cuja capacidade em cunhar hist&oacute;rias atemporais &eacute; debatida at&eacute; hoje.

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Por que o autor de 'A Pequena Sereia' mantinha um diário de masturbação?

Imagem de Tycho Brahe: o 'pai da astronomia' que morreu por não urinar no megacurioso

Foi fatal para o famoso astrônomo a simples escolha de 'segurar um pouco mais'

<head></head><body>Quando o assunto é <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/125100-astronomos-registram-planeta-sendo-consumido-por-estrela-pela-1-vez.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">astronomia</a>, muitas pessoas lembram apenas de Nicolau Copérnico, <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/119938-galileu-galilei-a-revolucao-causada-pelas-descobertas-sobre-a-lua.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Galileu Galilei</a> e Edwin Hubble como os grandes avatares desse campo da ciência. Tycho Brahe, no entanto, é dificilmente mencionado.O dinamarquês nascido no século XVI foi essencial para a Revolução Científica – o período que marcou o desenvolvimento e origem da ciência clássica – ao fazer algumas notáveis descobertas. Quando ele avistou uma supernova, em 1572, desafiou muito do que era considerado fato sobre a natureza imutável das estrelas. Naquele tempo, Brahe também já documentava suas convicções de que o Sol e a <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/125273-como-saber-que-horas-sao-na-lua.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Lua</a> orbitavam a <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/125295-quase-50-das-especies-na-terra-estao-caminhando-para-a-extincao.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Terra</a>, e que outros planetas orbitavam o Sol. Até mesmo as leis do movimento planetário de Johannes Kepler foram baseadas em suas observações sobre os movimentos de Marte.Com tudo isso, é, no mínimo, bizarro imaginar que o astrônomo&nbsp;Tycho Brahe morreu por não urinar, mesmo tendo sobrevivido a um duelo em que teve o nariz decepado por seu primo de terceiro grau. E isso não foi tudo, Brahe também abriu a cabeça e teve que usar uma prótese de metal no nariz pelo resto de sua vida.<h2>O último banquete</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/05/25/25221240023011.jpg" alt="(Fonte: GettyImages/Reprodução)">(Fonte: GettyImages/Reprodução)Segundo os autores Victor Thoren e John Cristianson, escritores do livro The Lord of Uraniborg: A Biography of Tycho Brahe, em 19 de outubro de 1601, o astrônomo compareceu a um banquete informal em Praga. Em um momento da noite, quando precisou ir ao banheiro urinar, a etiqueta em permanecer à mesa com os convidados o forçou a segurar sua vontade e só se aliviar quando chegasse em casa.A princípio, nada aconteceu, mas no dia seguinte, Brahe começou a sentir fortes dores. Foram cinco dias e noites de pura agonia, sentindo uma queimação e intensa dor na bexiga. O homem só conseguia produzir uma pequena quantidade de urina, sob muito sofrimento, porque parecia que sua uretra estava bloqueada.&nbsp;Como resultado, em 24 de outubro, Tycho Brahe faleceu aos 54 anos, após 38 anos documentando as estrelas.<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/05/25/25221323808013.jpg" alt="(Fonte: GettyImages/Reprodução)">(Fonte: GettyImages/Reprodução)Naquela época, um médico atestou a <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/124887-o-que-significa-uma-morte-natural.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">causa da morte</a> do astrônomo por cálculos renais. No entanto, uma autópsia em 1901 não encontrou nenhum vestígio de pedras nos rins. Alguns especularam que Brahe foi envenenado com <a href="https://www.megacurioso.com.br/misterios/117152-bhopal-o-desastre-que-matou-mais-de-25-mil-pessoas-na-india.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">mercúrio</a> por inimigos ou talvez por ser amante de alguma mulher casada.Séculos de dúvidas só foram sanadas oficialmente em 2010, quando os restos mortais do astrônomo foram revirados novamente e os médicos não encontraram nenhuma quantidade letal de qualquer veneno. Atualmente, acredita-se que Tycho Brahe tenha morrido porque sua bexiga estourou.<h2>Olhando mais para cima do que para baixo</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/05/30/30142645916209.jpg" alt="(Fonte: GettyImages/Reprodução)">(Fonte: GettyImages/Reprodução)Como explica Ajay Deshpande, líder clínico sênior do London Medical Laboratory, a bexiga pode conter cerca de dois copos de líquido durante o dia e até quatro à noite. Ignorar o aviso de que a bexiga precisa esvaziar pode causar dores fortes, chegando a cólicas pélvicas, que é o pior que pode acontecer.No entanto, segurar por mais tempo pode levar a uma infecção do trato urinário, que causa ardor ao fazer xixi e acrescenta um cheiro fétido à urina. Somado ao problema, pode surgir ocasionalmente um alongamento da bexiga e danos aos músculos do assoalho pélvico. A longo prazo, isso pode levar à incontinência.Em uma pessoa saudável, é impossível que a bexiga estoure apenas por segurar o xixi demais, afinal, a urina deve escapar involuntariamente antes que isso aconteça. Contudo, o bloqueio ocasionado por algum tipo de trauma, como pélvico ou abdominal, pode, sim, levar a essa ruptura.&nbsp;Esse deve ter sido o caso do pai da astronomia, que passou mais tempo olhando para cima do que para baixo.</body>

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Tycho Brahe: o 'pai da astronomia' que morreu por não urinar

Imagem de Ezekiel Odero: o pastor que prega o jejum para encontrar Jesus no megacurioso

O famoso pastor queniano foi preso por causar a morte de mais de 100 fiéis

J&aacute; ficou mais do que claro que <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/125188-synanon-a-reabilitacao-que-virou-um-culto-violento-e-milionario.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">cultos</a> s&atilde;o um problema social. Ainda que tenham florescido no cora&ccedil;&atilde;o da Calif&oacute;rnia, nos Estados Unidos da d&eacute;cada de 1970, sua estrutura e influ&ecirc;ncia se espalharam pelo mundo todo.
E apesar de sua onda mais preocupante ter ficado na segunda metade do s&eacute;culo passado, ainda existem in&uacute;meros tipos de cultos acontecendo bem diante dos nossos olhos, na maioria das vezes por tr&aacute;s de uma fachada bonita.&nbsp;
Um bom exemplo disso &eacute; que no &uacute;ltimo 27 de abril, o pastor queniano Ezekiel Odero foi preso por manter mais de 100 pessoas em jejum.
<h2>Arrebanhando multid&otilde;es</h2>
<span data-fonte="Nichole Sobecki/Getty Images" data-fonte-url="https://www.gettyimages.com.br/detail/foto-jornalistica/member-of-the-st-joseph-the-worker-parish-adjusts-foto-jornalistica/498591612" class="img-fc"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/06/01/nichole-sobecki-getty-images-01153845803232.jpg" alt="Nichole Sobecki/Getty Images" />(Fonte: Nichole Sobecki/Getty Images)
Odero &eacute; um l&iacute;der de culto incomum, mesmo que n&atilde;o t&atilde;o diferente dos outros. Conhecido como um dos pastores mais influentes do Qu&ecirc;nia, ele &eacute; l&iacute;der da Igreja da Nova Vida, onde arrebanha fi&eacute;is para que se comprometam com uma f&eacute; "mais agressiva", por assim dizer.
Tal qual o pastor Paul Mackenzie Nthenge, l&iacute;der da Igreja Internacional das Boas Novas, Odero prega que apenas o jejum extremo &eacute; o meio mais efetivo de as pessoas encontrarem Deus, tanto dentro como fora da igreja.&nbsp;
Foi assim que ele acumulou mais de 400 mil inscritos em seu canal no YouTube e 70 milh&otilde;es de visualiza&ccedil;&otilde;es. Seus cultos s&atilde;o atendidos por pol&iacute;ticos e pessoas que viajam de todo o Qu&ecirc;nia para ouvir sua palavra.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/06/01/fonte-getty-images-01153940469234.jpg" alt="(Fonte: Getty Images)" />(Fonte: Getty Images)
No final de abril, as autoridades quenianas encontraram mais de 100 corpos exumados em valas comuns na propriedade de Odero, em Kilifi, uma cidade a 56 km do Momban&ccedil;a. Eram cad&aacute;veres de fi&eacute;is que o pastor determinou que se mantivessem em jejum por mais de um m&ecirc;s, at&eacute; 15 de abril, quando aconteceria um suposto <a href="https://www.megacurioso.com.br/misterios/125003-isaac-newton-teria-previsto-o-fim-do-mundo-em-2060.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank" style="background-color: transparent;">fim do mundo</a>.
A <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/123960-carlos-camejo-o-venezuelano-que-acordou-durante-sua-autopsia.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">aut&oacute;psia</a> dos restos mortais revelou que as v&iacute;timas, em sua maioria, eram crian&ccedil;as. As causas da morte variaram de fome a estrangulamento e sufocamento.
A esposa de Odero, Rhoda Maweu, foi presa em um esconderijo na cidade costeira de Mtwapa, depois de semanas fugindo.
<h2>F&eacute; cega</h2>
<span data-fonte="Uriel Sinai/Getty Images" data-fonte-url="https://www.gettyimages.com.br/detail/foto-jornalistica/kenyans-pray-as-they-hold-a-church-service-for-the-foto-jornalistica/182275428" class="img-fc"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/06/01/uriel-sinai-getty-images-01154053182235.jpg" alt="Uriel Sinai/Getty Images" />(Fonte: Uriel Sinai/Getty Images)
O Qu&ecirc;nia &eacute; um pa&iacute;s extremamente religioso, com 84,5% da popula&ccedil;&atilde;o sendo adepta ao cristianismo. Os dados exemplificam bem porque se tornou t&atilde;o comum pessoas serem atra&iacute;das para igrejas disfar&ccedil;adas de cultos, considerados perigosos e n&atilde;o regulamentados.
O governo do presidente William Ruto j&aacute; alegou que esse tipo de culto &eacute; uma esp&eacute;cie de epidemia no pa&iacute;s. Com o caso de Odero, o chefe de Estado prometeu reprimir os l&iacute;deres religiosos que violam a lei, por&eacute;m, a f&eacute; cega da popula&ccedil;&atilde;o impede que esses cultos sejam identificados com rapidez.
Milhares de seguidores de Odero se reuniram em frente ao tribunal onde ele estava sendo julgado para rezar por sua liberta&ccedil;&atilde;o, apesar de uma enxurrada de not&iacute;cias falando da barb&aacute;rie cometida pelo pastor em sua megaigreja.&nbsp;
As autoridades n&atilde;o sabem qual a extens&atilde;o dos danos provocados por Odero, sobretudo sua liga&ccedil;&atilde;o com o pastor Mackenzie, de quem ele n&atilde;o s&oacute; comprou um canal de televis&atilde;o como absorveu pol&iacute;ticas religiosas extremistas.
<span data-fonte="Nichole Sobecki/Getty Images" data-fonte-url="https://www.gettyimages.com.br/detail/foto-jornalistica/crowds-enter-the-university-of-nairobi-amidst-heavy-foto-jornalistica/498787010" class="img-fc"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/06/01/nichole-sobecki-getty-images-01154225388236.jpg" alt="Nichole Sobecki/Getty Images" />(Fonte: Nichole Sobecki/Getty Images)
Em 2017, Mackenzie j&aacute; havia sido acusado pelas mortes de crian&ccedil;as em sua igreja. Em 2019, ele fechou a institui&ccedil;&atilde;o e se mudou para um rancho em uma &aacute;rea florestal do condado de Kilifi, onde centenas de fam&iacute;lias se juntaram a ele para construir casas. Inclusive, um de seus ex-seguidores relatou &agrave; Associated Press que foi nessa &eacute;poca que o plano de jejum at&eacute; a morte para encontrar Jesus foi tra&ccedil;ado pelo homem.
Mais de 48 pessoas j&aacute; foram resgatadas com vida e 24 outras detidas em miss&otilde;es de busca e salvamento na propriedade de 325 hectares e em uma fazenda ainda maior do pastor. Segundo grupos defensores dos direitos humanos, que soaram o alarme bem antes sobre o que poderia estar acontecendo nesses locais, as autoridades quenianas sempre foram negligentes.

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Ezekiel Odero: o pastor que prega o jejum para encontrar Jesus

Imagem de Turco Mecânico: o robô que enganou a todos no xadrez no megacurioso

A máquina foi uma sensação no final do século XVII, mas não passava de um truque bem ensaiado

Acredita-se que o <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/123832-deep-blue-o-computador-que-derrotou-um-mestre-de-xadrez.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">xadrez&nbsp;</a>tenha surgido em meados de 200 a.C., com intuito de representar uma batalha importante na hist&oacute;ria chinesa. Depois acabou sendo esquecido at&eacute; que ressurgiu no s&eacute;culo VII, com novas regras e sob a alcunha de Xiangqi, que significa "jogo do elefante" em chin&ecirc;s.
Sua dissemina&ccedil;&atilde;o pela &Aacute;sia e Europa o tornou o que conhecemos no s&eacute;culo XVI, tendo o padre espanhol Ruy L&oacute;pez como o primeiro mestre enxadrista da hist&oacute;ria moderna.
Apesar do comit&ecirc; da Carnegie Mellon University ter proposto, em 1980, um pr&ecirc;mio milion&aacute;rio para qualquer um que conseguisse criar um computador capaz de vencer o melhor enxadrista do mundo, a tecnologia rudimentar j&aacute; fazia isso, ou pelo menos fingia, muito antes disso.&nbsp;
Em 1770, o Mechanical Turk foi o primeiro rob&ocirc; enxadrista, mas n&atilde;o passava de um truque.
<h2>A m&aacute;quina impressionante</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/05/18/18141329163264.jpeg" alt="(Fonte: Wikimedia Commons/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Wikimedia Commons)
Tudo come&ccedil;ou com a vontade do inventor h&uacute;ngaro Wolfgang von Kempelen de impressionar <a href="http://perdido-rumo-a-guilhotina-de-maria-antonieta.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Maria Antonieta</a>, imperatriz da &Aacute;ustria. Para tanto, ele criou o Mechanical Turk, ou "turco mec&acirc;nico", um <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/119139-automat-o-primeiro-sistema-de-fast-food-da-historia.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">aut&ocirc;mato</a> capaz de vencer as pessoas no xadrez.
A m&aacute;quina por si s&oacute; j&aacute; tinha uma apar&ecirc;ncia que chamava aten&ccedil;&atilde;o. Tratava-se de um grande gabinete onde em seu topo havia um tabuleiro de xadrez sobre o qual pairava uma das m&atilde;os do boneco de um homem de turbante acoplado &agrave; estrutura da mesa. Para quem fosse curioso o suficiente, o interior da m&aacute;quina era um emaranhado impressionante de tubos de lat&atilde;o, engrenagens, turbinas e rodas.
Muito al&eacute;m da estrutura, o que mais impressionava os espectadores quando um convidado se sentava para jogar com o advers&aacute;rio mec&acirc;nico era sua capacidade de movimenta&ccedil;&atilde;o. O boneco pegava a pr&oacute;pria pe&ccedil;a, balan&ccedil;ava a cabe&ccedil;a tr&ecirc;s vezes se tivesse colocado a pe&ccedil;a do oponente em xeque, e at&eacute; alertava se seu oponente realizasse uma manobra ilegal. Todos ficavam assombrados com sua capacidade.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/05/30/wikimedia-commons-30120401715125.jpg" alt="Wikimedia Commons" />(Fonte: Wikimedia Commons)
Atrav&eacute;s dos s&eacute;culos, o xadrez acabou adquirindo um car&aacute;ter quase sobrenatural na imagina&ccedil;&atilde;o do p&uacute;blico. Afinal, n&atilde;o era considerado t&atilde;o humano aqueles que conseguiam se destacar de maneira excepcional, <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/125080-e-possivel-separar-a-inteligencia-do-corpo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">raciocinando</a> de uma forma que muitos n&atilde;o achavam ser poss&iacute;vel.
Todo o excesso de intelig&ecirc;ncia no s&eacute;culo XVII foi acompanhado por um toque de divindade. N&atilde;o &eacute; para menos que o S&eacute;timo Selo de Ingmar Bergman mostra um cavaleiro jogando xadrez com a pr&oacute;pria Morte, uma met&aacute;fora para a vida e a guerra.
Mas n&atilde;o havia nada de m&aacute;gico no Turco al&eacute;m de um grande truque muito bem ensaiado. Dentro do gabinete ficava um ex&iacute;mio enxadrista que controlava o boneco por uma s&eacute;rie de alavancas enquanto olhava todas as pe&ccedil;as por baixo do tampo. A maquinaria foi projetada para permitir que cada se&ccedil;&atilde;o fosse revelada por vez, com o jogador secreto movendo as partes da mesa conforme necess&aacute;rio.
<h2>Uma fal&aacute;cia bem escondida</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/05/18/18143543543281.jpg" alt="(Fonte: Squarespace/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Squarespace/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
O Turco se tornou uma febre entre o p&uacute;blico, ainda mais derrotando todos os membros da corte da rainha. No entanto, von Kempelen parou de exibi-lo de repente e passou a se dedicar a criar outros tipos de m&aacute;quinas. Demorou quase 10 anos para que o aut&ocirc;mato voltasse aos olhos do p&uacute;blico em uma turn&ecirc; pela Europa.
Milhares de pessoas pagaram uma boa quantia para tentar vencer a m&aacute;quina, at&eacute; mesmo <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/122099-6-curiosidades-pouco-conhecidas-sobre-benjamin-franklin.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Benjamin Franklin</a> durante sua passagem por Paris. O grande truque n&atilde;o foi descoberto nem quando von Kempelen morreu, apesar de terem desconfiado em alguns momentos.
O Turco acabou em um museu, onde foi destru&iacute;do durante um inc&ecirc;ndio, ap&oacute;s uma turn&ecirc; desastrosa em Cuba.

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Turco Mecânico: o robô que enganou a todos no xadrez

Imagem de Bransby Cooper: o primeiro caso documentado de negligência médica no megacurioso

Você sabia que negligência médica mata mais do que AVC, acidentes no geral e até Alzheimer?

Nos Estados Unidos, a terceira principal <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/124887-o-que-significa-uma-morte-natural.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">causa de morte</a> &eacute; neglig&ecirc;ncia m&eacute;dica. Em 2016, o estudo liderado por Martin Makary, professor de cirurgia da Escola de Medicina da Universidade Johns Hopkins, perturbou a comunidade norte-americana &ndash; e viralizou nos meios de comunica&ccedil;&atilde;o do mundo &ndash; ao mostrar que 251 mil vidas s&atilde;o ceifadas a cada ano devido a erro m&eacute;dico, sendo que 9,5% acontecem somente nos EUA. O n&uacute;mero &eacute; maior do que as mortes causadas por AVC, acidentes ou Alzheimer.
N&atilde;o &eacute; de hoje que o volume de mortes por erro m&eacute;dico, apelidado de "epidemia m&eacute;dica americana" pela m&iacute;dia, choca a comunidade de sa&uacute;de. Em 1999, um estudo semelhante ao de Johns Hopkins, realizado pelo Instituto de Medicina e chamado "Relat&oacute;rio Errar &eacute; Humano", concluiu que at&eacute; 98 mil mortes por ano ocorriam devido &agrave; neglig&ecirc;ncia.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/06/01/fonte-getty-images-01142054940170.jpg" alt="(Fonte: Getty Images)" />(Fonte: Getty Images)
No Brasil, os dados s&atilde;o ainda mais alarmantes. Um levantamento do Instituo de Estudo de Sa&uacute;de Suplementar da Universidade Federal de Minas Gerais, em 2021, mostrou que dos 19,4 milh&otilde;es de pessoas tratadas em hospitais pelo Brasil, 1,3 milh&atilde;o sofrem por neglig&ecirc;ncia ou imprud&ecirc;ncia durante o tratamento. S&atilde;o quase 55 mil mortes anualmente por isso, o equivalente a seis por hora.
Se erros m&eacute;dicos se tornaram comum por aqui, imagine na Londres de 1828, onde surgiu o primeiro caso de neglig&ecirc;ncia m&eacute;dica da hist&oacute;ria pelas m&atilde;os de Bransby Cooper.
<h2>O incompetente</h2>
<span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;Wikimedia Commons&nbsp;" data-fonte-url="https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Bransby_Blake_Cooper._Photogravure_of_the_mezzotint_by_W._H._Wellcome_V0001256_(cropped).jpg"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/05/29/29153445484252.jpg" alt="Bransby Cooper. (Fonte: Wikimedia Commons)" />Bransby Cooper. (Fonte: Wikimedia Commons)
Na Londres de 1828, Bransby Cooper era o sobrinho do renomado Sir Astley Cooper, o que o fez ganhar um cargo no famoso Guy's Hospital. O resultado? Trag&eacute;dia.
Em mar&ccedil;o daquele mesmo ano, a The Lancet&nbsp;publicou um relat&oacute;rio hospitalar escrito pelo rep&oacute;rter e cirurgi&atilde;o Thomas Wakley, intitulado "A opera&ccedil;&atilde;o de litotomia do Sr. Cooper durou quase uma hora". Litotomia se tratava de um antigo procedimento m&eacute;dico que consistia na extra&ccedil;&atilde;o, sem anestesia, de c&aacute;lculos no trato urin&aacute;rio, e durava trinta minutos para ser feita.&nbsp;
O paciente, ou melhor, v&iacute;tima, foi Stephen Pollard, um homem saud&aacute;vel de 53 anos e pai de cinco filhos.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/06/01/wikimedia-commons-01142004291169.jpg" alt="Wikimedia Commons" />Sir Astley Cooper. (Fonte: Wikimedia Commons)
Durante o procedimento, Cooper n&atilde;o s&oacute; n&atilde;o sabia o que fazer, como tamb&eacute;m, apavorado, perdeu v&aacute;rios instrumentos enquanto dava ordens desesperadas aos seus assistentes. O m&eacute;dico chegou a tentar resgatar os c&aacute;lculos de Pollard utilizando os pr&oacute;prios dedos porque achou que seria "mais f&aacute;cil". No entanto, ele s&oacute; teve &ecirc;xito ap&oacute;s muito cutucar seu paciente com um f&oacute;rceps. A essa altura, Pollard j&aacute; estava esgotado, e acabou morrendo de uma infec&ccedil;&atilde;o dois dias depois.
Foi o artigo de Wakley que impulsionou o caso, ao lan&ccedil;ar acusa&ccedil;&otilde;es formais sobre as falsas habilidades cir&uacute;rgicas de Cooper, ao hospital e tamb&eacute;m ao tio do homem, cujo prest&iacute;gio o garantiu aquele posto. Em sua defesa, Cooper decidiu processar Wakley.
<h2>O privil&eacute;gio de Cooper</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/06/01/fonte-getty-images-01142129984172.jpg" alt="(Fonte: Getty Images)" />(Fonte: Getty Images)
O caso foi parar no Court of the Queen&rsquo;s Bench, nas m&atilde;os do juiz Lord Tenterden, em dezembro de 1828. Cooper foi representado por James Scarlett e Mr. F Pollock, enquanto Wakley se defendeu sozinho. Sua defesa foi exemplificar, trazendo um conjunto de objetos que inclu&iacute;am o modelo de uma crian&ccedil;a na posi&ccedil;&atilde;o de litotomia, para ilustrar como o procedimento deveria ter acontecido.
O r&eacute;u conduziu sua defesa com grande habilidade, destacando que n&atilde;o apenas os hospitais deveriam garantir que padr&otilde;es de seguran&ccedil;a nas opera&ccedil;&otilde;es fossem estabelecidos, como cumpridos. A clareza de Wakley e conhecimento constru&iacute;ram uma defesa dif&iacute;cil de ser abalada, mesmo sob o interrogat&oacute;rio e argumenta&ccedil;&atilde;o agressiva de Scarlett.
Boa parte da defesa de Cooper foi baseada, de forma imprudente, na recomenda&ccedil;&atilde;o de seu tio, portanto, deveria ser considerada sua total aptid&atilde;o para um alto cargo. Scartett tentou a todo o momento desacreditar Wakley, mesmo diante do Sr. Calloway, um dos assistentes de Cooper durante a opera&ccedil;&atilde;o, que confirmou precisamente seus erros fatais.
Ap&oacute;s uma longa delibera&ccedil;&atilde;o, o j&uacute;ri decidiu a favor de Wakley, dando in&iacute;cio a um novo cap&iacute;tulo na hist&oacute;ria m&eacute;dica. Engana-se quem imagina que esse foi o fim da carreira de Cooper, que n&atilde;o s&oacute; n&atilde;o foi nem multado ou punido, como manteve sua posi&ccedil;&atilde;o no hospital, onde chegou a dar palestras m&eacute;dicas.

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Bransby Cooper: o primeiro caso documentado de negligência médica

Imagem de Julia Hill passou 738 dias morando em cima de uma sequoia gigante no megacurioso

Apesar das dificuldades, a jovem mostrou como o ativismo ambiental é essencial para causar uma mudança

Ao meio-dia de 7 de abril de 2022, o cientista clim&aacute;tico Peter Kalmus e alguns ativistas vestindo jalecos brancos se acorrentaram &agrave;s portas do banco JP Morgan Chase, em Nova York. O protesto lutava contra os investimentos da institui&ccedil;&atilde;o em projetos de minera&ccedil;&atilde;o, <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/124795-os-problemas-destrutivos-e-mortais-da-perfuracao-por-petroleo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">petr&oacute;leo</a> e g&aacute;s que est&atilde;o contribuindo cada vez mais para o estado de <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/122626-o-que-acontece-se-for-acionada-a-declaracao-de-emergencia-climatica.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">emerg&ecirc;ncia clim&aacute;tica global</a>.
O ativismo ambiental surgiu no final do s&eacute;culo XIX com a prote&ccedil;&atilde;o do campo na Europa, do deserto nos Estados Unidos e os impactos na sa&uacute;de desencadeados pela <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/121277-de-relogios-humanos-a-maquinas-de-banho-3-habitos-curiosos-do-passado.htm#:~:text=A%20Revolu%C3%A7%C3%A3o%20Industrial%20foi%20tida,em%20uma%20era%20de%20modernidade." rel="noopener noreferrer" target="_blank">Revolu&ccedil;&atilde;o Industrial</a>. No entanto, o movimento s&oacute; se concretizou em car&aacute;ter social e ganhou um rosto durante a d&eacute;cada de 1960, com o livro Silent Spring, de Rachel Carson, inspirando protestos contra o uso descontrolado de <a href="https://www.megacurioso.com.br/misterios/117152-bhopal-o-desastre-que-matou-mais-de-25-mil-pessoas-na-india.htm#:~:text=O%20local%20onde%20ficava%20a,a%20oportunidade%20de%20enterr%C3%A1%2Dlos" rel="noopener noreferrer" target="_blank">pesticidas</a> nos EUA.
Provavelmente foi nessa &eacute;poca em que a m&iacute;dia come&ccedil;ou a rotular os ativistas como "loucos" ou "desocupados", mas defender aquilo que acredita n&atilde;o s&oacute; forma uma pessoa como cria uma mudan&ccedil;a que se espalha por toda a sociedade.&nbsp;
Foi assim com Julia Hill, a jovem que passou 2 anos morando no topo de uma &aacute;rvore.
<h2>"O chamado"</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/05/30/shaun-walker-ap-shutterstock-30114139662106.jpg" alt="Shaun Walker/AP/Shutterstock" />(Fonte: Shaun Walker/AP/Shutterstock/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Nascida em 18 de fevereiro de 1974, em Mount Vernon, no Missouri, Julia Hill se tornou uma ativista ambiental por acidente &ndash; e talvez esse seja o tra&ccedil;o mais extraordin&aacute;rio de como ela foi parar em cima de Luna, uma sequoia de 55 metros de altura e 1.500 anos.
Era 10 dezembro de 1997 e Hill viajava pela Calif&oacute;rnia quando encontrou um grupo de ativistas que protestavam contra a poda das sequoias por madeireiros da Pacific Lumber Company. O que motivou a jovem n&atilde;o foi s&oacute; descobrir que restavam, naquela &eacute;poca, apenas 3% do antigo ecossistema de sequoias gigante, mas tamb&eacute;m sentir a espiritualidade que vinha das &aacute;rvores.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/05/30/getty-images-30114245800107.jpg" alt="Getty Images" />(Fonte: Getty Images)
Essa rela&ccedil;&atilde;o em tudo tinha a ver com o grave acidente de carro que Hill sofreu aos 20 anos, seguido por um longo per&iacute;odo de recupera&ccedil;&atilde;o em que ela percebeu que sua vida estava desequilibrada. &ldquo;Eu era obcecada pela minha carreira, sucesso e coisas materiais&rdquo;, disse ela. Segundo Hill, o acidente a despertou para a import&acirc;ncia do momento e a necessidade em fazer o que pudesse para causar um impacto positivo no futuro.
Todas essas circunst&acirc;ncias contribu&iacute;ram para que ela se oferecesse para subir por uma semana na sequoia gigante, mas a maneira como a causa e o contato com a &aacute;rvore a impactaram fez ela permanecer por 738 dias em meio aos galhos.
<h2>Um s&iacute;mbolo de resist&ecirc;ncia</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/05/18/18165559826366.jpg" alt="(Fonte: YouTube/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: YouTube/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
A partir daquele momento, Hill se tornou porta-voz contra a Pacific Lumber Company e destinou todos os meses que passou em meio aos galhos para chamar aten&ccedil;&atilde;o para o cont&iacute;nuo <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/116957-desflorestamento-da-amazonia-atinge-apice-desde-2008.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">desmatamento</a> e extra&ccedil;&atilde;o do material das sequoias gigantes de maneira indiscriminada na Calif&oacute;rnia da d&eacute;cada de 1990.
Mas nem toda a rela&ccedil;&atilde;o que a jovem desenvolveu com o movimento impediu que ela sofresse. Hill teve que lidar com a campanha da empresa para faz&ecirc;-la desistir da causa, tocando buzinas altas para lev&aacute;-la ao pico de estresse e dificultar seu sono. Al&eacute;m disso, Hill tamb&eacute;m enfrentou as dificuldades de morar nos galhos de uma &aacute;rvore em uma barraca improvisada devido aos imprevistos naturais, como tempestades de inverno com neve e granizo. Sua alimenta&ccedil;&atilde;o era enviada por amigos e apoiadores por meio de uma corda.
Seu protesto s&oacute; terminou quando a Pacific Lumber Company concordou em preservar aquela &aacute;rvore em que estava e todas as outras em um raio de 61 metros. A essa altura, Julia Hill j&aacute; havia se tornado uma das maiores ativistas ambientais dos EUA, de forma repentina.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/05/30/dan-miles-ran-getty-images-30114356199110.jpg" alt="Dan Miles/RAN/Getty Images" />(Fonte: Dan Miles/RAN/Getty Images)
Ela continuou trabalhando no ativismo ambiental, chegando a lan&ccedil;ar o livro The Legacy of Luna: The Story of a Tree, a Woman and the Struggle to Save the Redwoods. Hill viajou o pa&iacute;s dando palestras e defendendo a conserva&ccedil;&atilde;o da natureza, advogando em prol da responsabilidade social e ambiental que as empresas precisavam ter.
&ldquo;Como nada acontece no vazio, &eacute; cientificamente imposs&iacute;vel n&atilde;o ter algum impacto&rdquo;, afirmou &agrave;&nbsp;BBC.
Sua luta e resist&ecirc;ncia foram essenciais para encorajar e educar milhares de pessoas pelo mundo sobre causas ambientais, e de que todo ato &eacute; valido e urgente.

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Julia Hill passou 738 dias morando em cima de uma sequoia gigante

Imagem de Mary: a única elefanta a ser enforcada na História no megacurioso

Antes disso, o animal foi explorado por suas habilidades em tocar bateria e jogar beisebol

<head></head><body>Com o maior cérebro entre todos os animais terrestres e três vezes mais neurônios que os humanos, não é à toa que os <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/125195-humanos-e-elefantes-sao-muito-mais-similares-do-que-voce-imagina.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">elefantes</a> sejam considerados os animais mais inteligentes do mundo, ficando no mesmo patamar que os golfinhos. Além disso, eles são capazes de gestos de empatia e possuem vidas sociais e emocionais muito complexas, aproximando sua existência à dos humanos.Até onde se sabe, a primeira vez que os europeus entraram em contato com elefantes foi em algum momento de 327 a.C., quando Alexandre, o Grande, desceu a cordilheira Indocuche, na Índia, ficou fascinado com o tamanho do animal e resolveu adotá-lo. Ali começava a longa jornada de exploração nas mãos humanas.Os elefantes machos selvagens foram capturados para <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/122568-porcos-ja-foram-incendiados-para-combater-elefantes-de-guerra.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">propósito de guerra</a>, mas também foram adorados pelos indianos como uma divindade, sendo cobertos em joias e finas tapeçarias.<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/05/18/18143734640282.jpg" alt="(Fonte: GettyImages/Reprodução)">(Fonte: GettyImages/Reprodução)A maioria dos neurônios dos elefantes existe para controlar seu imenso corpo hábil. Com sua impressionante capacidade mental explorada sem fim, eles conseguem trabalhar para resolver problemas, usar ferramentas e possuem até um senso de identidade. Portanto, não demorou para que essas características fossem usadas como entretenimento mundano, como interagir com bolhas gigantes e fazer acrobacias em um picadeiro.Esse foi o caso de Mary,&nbsp;a única elefanta a ser enforcada na História.<h2>"Respeitável público"</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/05/18/18143831165283.jpg" alt="(Fonte: Dirkdeklein/Reprodução)">(Fonte: Dirkdeklein/Reprodução)O elefante foi uma das atrações principais da indústria norte-americana de circo no século XX, bem como foram alvos de maus tratos ao serem adestrados e mantidos em jaulas pequenas para transporte pelo país. O Ringling Bros. and Barnum &amp; Bailey Circus foi perito nesse assunto.O show itinerante que começou a percorrer os EUA em vagões ferroviários no início de 1871, foi anunciado como "o maior espetáculo da Terra". Em 1920, ele já se deslocava em 84 vagões e era o circo mais rentável e prestigiado das Américas.<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/05/18/18144045824284.jpg" alt="(Fonte: Circus History/Reprodução)">(Fonte: Circus History/Reprodução)Em meio a acrobatas, performances equestres, os irmãos Ringling sustentavam, claro, os elefantes performáticos. Um deles era a elefante asiática de 21 anos chamada Mary, especializada em música e beisebol. Segundo o marketing ao redor de sua imagem, ela podia tocar 25 músicas em sua trompa, manter o compasso na bateria e ainda lançar e rebater bolas de beisebol.Mary não só era panfletada como "o maior animal terrestre", como também o orgulho da operação de grande sucesso que era a Barnum &amp; Bailey.<h2>O triste fim</h2><span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;NY Daily News&nbsp;" data-fonte-url="https://www.nydailynews.com/resizer/67hpecOGHTJsc-t_taf37kE_NSU=/1200x0/filters:format(jpg):quality(70)/arc-anglerfish-arc2-prod-tronc.s3.amazonaws.com/public/2SHBIPM22CQLX2LNXHHQHTH7F4.jpg"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/05/18/18145940866291.jpg" alt="(Fonte: NY Daily News/Reprodução)">(Fonte: NY Daily News/Reprodução)A vida miserável de Mary piorou em 11 de setembro de 1916, quando seu caminho cruzou com o de Walter Eldridge, em St. Paul, Virgínia. O homem foi designado para trabalhar como tratador de elefantes para a apresentação que aconteceria no dia seguinte, apesar de não ter nenhum lide com animais. Era comum que as companhias contratassem pessoas em situação de rua para realizar funções de estrutura e limpeza quando o circo chegava em uma cidade, por se tratar de uma mão de obra barata.Não se sabe exatamente o que aconteceu para que Mary agarrasse Eldridge pela cintura, o lançasse contra uma barraca de bebidas e depois esmagasse sua cabeça. Alguns dizem que o homem a enfureceu ao golpeá-la com força com um pedaço de pau quando pegou uma casca de melancia do chão.<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/05/18/18150136909292.jpg" alt="(Fonte: GettyImages/Reprodução)">(Fonte: GettyImages/Reprodução)De qualquer forma, Eldridge estava morto. Com isso, um motim se formou exigindo que Mary fosse sacrificada. Foi sugerido todo o tipo de barbaridade, desde empalamento até mesmo explodir sua cabeça com algum canhão feito para a<a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/125147-5-mulheres-que-serviram-como-espias-na-guerra-civil-dos-eua.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">&nbsp;Guerra Civil</a>. Os donos do circo não consideraram nenhuma das opções, mas isso não diminuiu a crueldade na alternativa que escolheram.Dois dias depois, Mary teve sua morte decretada em frente a uma multidão de 2.500 pessoas nas proximidades de Clinchfield Yards. A princípio, ela foi acorrentada a um guindaste com uma corrente ao redor do pescoço para que fosse enforcada, mas a corrente não aguentou o seu peso e ela caiu e quebrou o quadril.Uma corrente nova e mais forte fez o trabalho. Mary permaneceu pendurada por meia hora enquanto sua sepultura era cavada ao lado da linha férrea aos sons de "Vivas!" e palmas.&nbsp;</body>

Julio Cezar de Araujo