Imagem de As cadeias indígenas em Minas Gerais durante a Ditadura Militar no megacurioso

Os indígenas foram caçados, encarcerados, torturados e mortos em instalações precárias

Os <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/118460-onde-vivem-os-indigenas-brasileiros.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">ind&iacute;genas</a> sempre foram um alvo no Brasil, como se o pa&iacute;s n&atilde;o os pertencesse. Durante todo o s&eacute;culo XVI, no processo de <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/120638-como-os-colonizadores-trouxeram-doencas-para-a-america.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">coloniza&ccedil;&atilde;o</a>, os portugueses escravizaram e criaram um campesinato ind&iacute;gena por meio da acultura&ccedil;&atilde;o e destribaliza&ccedil;&atilde;o &ndash; praticado pelos jesu&iacute;tas e depois pelas demais ordens religiosas &ndash;, ent&atilde;o sua integra&ccedil;&atilde;o gradual como trabalhador assalariado.
Ao longo desse processo, a m&atilde;o de obra ind&iacute;gena se tornou indispens&aacute;vel para os neg&oacute;cios a&ccedil;ucareiros, uma vez que a Coroa portuguesa n&atilde;o tinha recursos suficientes para importar africanos para trabalho escravo, pois visavam a grande produ&ccedil;&atilde;o de <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/124096-o-que-acontece-com-nosso-corpo-quando-comemos-muito-acucar.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">a&ccedil;&uacute;car</a> na costa brasileira.
Entre 1540 e 1570, considerado o apogeu da escravid&atilde;o ind&iacute;gena, as popula&ccedil;&otilde;es nativas foram exterminadas, tanto pelos conflitos violentos, quanto pelas doen&ccedil;as trazidas pelos europeus. S&eacute;culos mais tarde, apesar de todo o avan&ccedil;o, os ind&iacute;genas nunca deixaram de ser alvo, e isso ficou bem claro quando foram presos em cadeias ind&iacute;genas durante a Ditadura Militar.
<h2>O caminho da destrui&ccedil;&atilde;o</h2>
<span class="img-fc" data-fonte="Pedro Maguire" data-fonte-url="https://conteudo.imguol.com.br/c/noticias/b5/2023/04/18/predio-em-que-indigenas-ficaram-presos-na-antiga-fazenda-guarani-em-carmesia-mg-1681853078019_v2_450x450.jpg"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/05/03/03140217982197.jpg" alt="(Fonte: Pedro Pablo Ferm&iacute;n Maguire/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Pedro Pablo Ferm&iacute;n Maguire/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Ap&oacute;s o <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/118211-ditadura-militar-como-e-por-que-aconteceu-o-golpe-de-1964.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Golpe de 1964</a>, em meio a decretos e novas leis instauradas pelo governo de Castelo Branco, iniciou-se um processo de gesta&ccedil;&atilde;o para que as fronteiras internas do Brasil fossem expandidas, criando cidades, ampliando os neg&oacute;cios, as rodovias e o escoamento de mat&eacute;rias-primas. Essa ideia construiu o Plano de Integra&ccedil;&atilde;o Nacional (PIN), que s&oacute; foi concretizado em 1970 quando Em&iacute;lio M&eacute;dici assumiu o comando do pa&iacute;s e lan&ccedil;ou sua campanha de "milagre econ&ocirc;mico".
Essa expans&atilde;o que o PIN proporcionaria significava assassinato individual e coletivo, persegui&ccedil;&atilde;o, criminaliza&ccedil;&atilde;o, tortura e pris&atilde;o de lideran&ccedil;as ind&iacute;genas que lutavam por seus territ&oacute;rios. Tamb&eacute;m seriam punidos aqueles que tivessem comportamento considerado inadequado frente &agrave; pol&iacute;tica vigente e de desenvolvimento do regime militar.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/05/03/03140254317198.jpg" alt="(Fonte: Document&aacute;rio Resplendor/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Document&aacute;rio Resplendor/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
N&atilde;o havia nada que defendesse os direitos indigenistas, visto que a Funda&ccedil;&atilde;o Nacional dos Povos Ind&iacute;genas (FUNAI) foi criada apenas em 1967, como uma maneira de abafar os esc&acirc;ndalos de corrup&ccedil;&atilde;o, esbulho de terra, viola&ccedil;&atilde;o de direitos humanos e a participa&ccedil;&atilde;o de funcion&aacute;rios do antigo Servi&ccedil;o de Prote&ccedil;&atilde;o aos &Iacute;ndio (SPI), fundado em 1910. Quando a ditadura militar deu seu primeiro golpe, a FUNAI &ndash; que n&atilde;o fazia muito, mas ainda podia ser efetiva &ndash;, tamb&eacute;m foi aparelhada.
Com isso, os ind&iacute;genas foram vistos como verdadeiros obst&aacute;culos em meio aos planos do governo de M&eacute;dici, que fazia de tudo para silenci&aacute;-los. Inclusive, a constru&ccedil;&atilde;o de cadeias para os aprisionar durante as invas&otilde;es &ndash; como aconteceu na constru&ccedil;&atilde;o da rodovia Transamaz&ocirc;nica BR-230, planejada para cortar o Brasil da fronteira com o Peru at&eacute; Jo&atilde;o Pessoa na Para&iacute;ba &ndash;, afetou de maneira tr&aacute;gica 29 grupos ind&iacute;genas, dentre eles, 11 etnias que viviam completamente isoladas.
<h2>Negligenciados para sempre</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/05/04/04131036103216.jpg" alt="(Fonte: Ag&ecirc;ncia P&uacute;blica/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Ag&ecirc;ncia P&uacute;blica/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
A FUNAI foi a respons&aacute;vel por gerir e manter dois centros de deten&ccedil;&atilde;o no interior de Minas Gerais, como o Reformat&oacute;rio Krenak, em Replendor, e a Fazenda Guarani, em Carm&eacute;sia. Os lugares funcionavam quase como <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/125042-os-conselhos-judaicos-que-entregavam-seus-semelhantes-ao-nazismo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">campos de concentra&ccedil;&atilde;o</a> para onde mais de 100 ind&iacute;genas de dezenas etnias, oriundos de ao menos 11 estados das cinco regi&otilde;es do pa&iacute;s, foram presos.
As instala&ccedil;&otilde;es eram vigiadas e guardadas pelos policiais militares, enquanto l&aacute; foi violado todos os tipos de direitos humanos sob a radicaliza&ccedil;&atilde;o de pr&aacute;ticas repressivas que j&aacute; existiam na &eacute;poca do antigo SPI.
&ldquo;Meu av&ocirc; foi preso no Reformat&oacute;rio Krenak. Amarrado pelos p&eacute;s, ele chegou a ser arrastado pelo cavalo de um militar&rdquo;, revelou Douglas Krenak, de 30 anos, ex-coordenador do Conselho dos Povos Ind&iacute;genas de Minas Gerais (Copimg). Muitas pessoas desapareceram ap&oacute;s ingressarem nessas cadeias, cujos familiares vivem at&eacute; hoje sem qualquer tipo de resposta do Estado.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/05/04/04131129187217.jpg" alt="(Fonte: Curt Nimuendaj&uacute;/Arquivo Museu Nacional/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Curt Nimuendaj&uacute;/Arquivo Museu Nacional/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Krenak lembra que em 2009 recebeu um convite para participar da comemora&ccedil;&atilde;o aos 30 anos da Anistia do Brasil, em Belo Horizonte, em meio a uma grande discuss&atilde;o sobre a indeniza&ccedil;&atilde;o daqueles que sofreram com a ditadura. No entanto, a situa&ccedil;&atilde;o ind&iacute;gena durante o per&iacute;odo foi totalmente esquecida e esnobada pelos t&oacute;picos.
De acordo com Geralda Soares, pedagoga e ex-integrante do Conselho Indigenista Mission&aacute;rio em Minas Gerais, a repara&ccedil;&atilde;o do que aconteceu com os povos ind&iacute;genas na ditadura militar &eacute; fundamental. Isso porque o que eles sofreram n&atilde;o difere dos outros grupos que tamb&eacute;m estavam lutando por seus direitos tanto quanto eles, que estavam em um embate justo por sua terra.
Afinal, como bem colocou Maria Hilda Baqueiro Para&iacute;so, professora associada da Universidade Federal da Bahia (UBA): "Se cabe para os outros, porque n&atilde;o aos ind&iacute;genas?".

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As cadeias indígenas em Minas Gerais durante a Ditadura Militar

Imagem de Cryopets: os animais que estão sendo preservados em sono criogênico no megacurioso

O sonho é o mesmo que preservar humanos: a chance de ressurreição

Foi em 1965 que a Life Extension Society (LES) ofereceu a oportunidade de preservar uma pessoa pela primeira vez na hist&oacute;ria da <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/124968-nasa-registra-danca-do-sol-em-videos-de-alta-tecnologia.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">tecnologia</a>, ainda que se tratasse de um feito um tanto quanto experimental.
O renomado professor de psicologia, <a href="https://www.megacurioso.com.br/misterios/118387-james-bedford-o-primeiro-homem-a-ser-criopreservado.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">James Bedford</a>, acreditava que ainda tinha chances de se livrar do c&acirc;ncer que se enraizava dentro dele, mas isso n&atilde;o o impediu de reservar mais de US$ 100 mil em seu testamento para custear pesquisas sobre <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/124497-5-incriveis-experimentos-que-contam-a-historia-da-criogenia.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">criogenia</a>. Ele deixou expl&iacute;cito seu desejo final de ser criopreservado, com a sorte de ser ressuscitado anos mais tarde.
De l&aacute; para c&aacute;, a criogenia se tornou um meio de confortar fam&iacute;lias com a preserva&ccedil;&atilde;o de seus entes queridos e a possibilidade, ainda que remota, de reaviv&aacute;-los no futuro. Foi assim com Bedford em 1965, e com <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/116779-zhan-wenlian-a-primeira-mulher-da-china-em-criopreservacao.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Zhan Wenlian</a> em 2017.
Mas isso n&atilde;o &eacute; tudo. A dissemina&ccedil;&atilde;o do m&eacute;todo, cada vez mais tecnol&oacute;gico, contaminou outras &aacute;reas, e as pessoas passaram a ter vontade de criopreservar seus animais de estima&ccedil;&atilde;o.&nbsp;Por isso, surgiram empresas e startups como a Cryopets, que visam estabelecer uma rede de cl&iacute;nicas veterin&aacute;rias que forne&ccedil;am check-ups regulares, atendimento de emerg&ecirc;ncia e tamb&eacute;m a op&ccedil;&atilde;o de preserva&ccedil;&atilde;o eterna dos companheiros de quatro patas.
<h2>A ambi&ccedil;&atilde;o</h2>
<span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;&Eacute;poca Neg&oacute;cios&nbsp;" data-fonte-url="https://epocanegocios.globo.com/startups/noticia/2023/04/donos-de-pets-procuram-servico-que-congela-animais-para-depois-ressuscita-los.ghtml"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/05/04/04132752254228.jpg" alt="(Fonte: &Eacute;poca Neg&oacute;cios/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Kai Micah Mills/Business Insider/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
A ideia por tr&aacute;s da criopreserva&ccedil;&atilde;o surgiu em meados de 1953, com o cientista James Lovelock teorizando sobre a possibilidade de submeter um corpo morto ao congelamento a partir da criopreserva&ccedil;&atilde;o de roedores. Ele relatou que os animais podiam ser congelados com 60% da &aacute;gua do c&eacute;rebro cristalizada em gelo sem gerar efeitos adversos, embora outros &oacute;rg&atilde;os tenham se mostrado suscet&iacute;veis a danos. O estudo fez com que outros cientistas congelassem ratos e depois os revivesse, sem dano significativo aparente.
Uma vez que tudo come&ccedil;ou com os animais, que sempre se mostraram mais propensos &agrave; preserva&ccedil;&atilde;o do que a complexidade do corpo humano, a humaniza&ccedil;&atilde;o do processo tamb&eacute;m os alcan&ccedil;ou. No caso da Cryopets, os animais enviados para uma instala&ccedil;&atilde;o em Utah ser&atilde;o pelo mesmo motivo dos humanos: a ressurrei&ccedil;&atilde;o.
&Agrave; medida que a pr&aacute;tica ganha mais tra&ccedil;&atilde;o pelo mundo, instala&ccedil;&otilde;es est&atilde;o sendo criadas para suprir a demanda. A Alcor Life Extension Foundation, com sede em Scottsdale, atualmente mant&eacute;m 186 humanos e 86 animais, afinal, &ldquo;se voc&ecirc; ama um animal, porque n&atilde;o t&ecirc;-lo de volta no futuro, supondo que isso funcione?&rdquo;, disse o CEO da Alcor, Dr. Max More.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/05/04/04132912894229.jpg" alt="(Fonte: The Santa Barbara Independent/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: The Santa Barbara Independent/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
O m&eacute;dico sustenta a ideia de que tudo &eacute; poss&iacute;vel mudar, visto que a pr&oacute;pria defini&ccedil;&atilde;o do que &eacute; considerado <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/124887-o-que-significa-uma-morte-natural.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">legalmente morto</a>, por exemplo, j&aacute; &eacute; diferente da d&eacute;cada de 1960. &ldquo;Se o cora&ccedil;&atilde;o de uma pessoa parasse naquele tempo, ela estava morta, mas hoje dizemos que ela morrer&aacute; se n&atilde;o fizermos algo rapidamente&rdquo;, pontua ele.&nbsp;
More quis dizer que quando os m&eacute;dicos levantam as m&atilde;os dizendo que n&atilde;o h&aacute; mais nada o que possar ser feito, eles est&atilde;o se referindo com base nas habilidades e tecnologia de hoje, mas isso certamente mudar&aacute; no futuro, como aconteceu na segunda metade do s&eacute;culo passado.
<h2>A vontade da morte</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/05/08/marco-bello-getty-images-08171136734257.jpg" alt="Marco Bello/Getty Images" />(Fonte: Marco Bello/Getty Images)
Peter Thiel, o investidor bilion&aacute;rio por tr&aacute;s da Cryopets, que financiou de <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/124095-ia-sera-usado-um-advogado-robo-pela-primeira-vez-no-tribunal.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">intelig&ecirc;ncia artificial</a> a foguetes reutiliz&aacute;veis, sustenta a mesma ideia. Na verdade, ele vai mais longe. Em fevereiro desse ano, a funda&ccedil;&atilde;o de Thiel anunciou 20 jovens colaboradores que aceitaram interromper seus estudos universit&aacute;rios para receber US$ 100 mil ao longo de dois anos.
Aos 24 anos, Kai Mills foi um dos poucos que abandonaram o ensino m&eacute;dio j&aacute; admitido na faculdade, sendo descoberto por Thiel por administrar servidores do Minecraft no por&atilde;o de sua casa. Seu fasc&iacute;nio pela criogenia come&ccedil;ou quando seu &uacute;nico companheiro, o gato Cat, come&ccedil;ou a apresentar os primeiros sinais de velhice.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/05/08/getty-images-08171831795260.jpg" alt="Getty Images" />(Fonte: Getty Images)
Com Thiel, ele espera conseguir alcan&ccedil;ar um futuro em que n&atilde;o haja morte, e a Cryopets &eacute; a primeira parte desse plano. Algum dia, o bilion&aacute;rio investidor deseja expandir isso para a preserva&ccedil;&atilde;o humana, &agrave; medida que a ci&ecirc;ncia amadurece. &ldquo;No final das contas, estou interessado em impedir que as pessoas morram&rdquo;, explicou ele ao Business Insider.
Atualmente, a lista de espera da Cryopets inclui cerca de 500 c&atilde;es, gatos, coelhos, roedores e um macaco &agrave; espera da criopreserva&ccedil;&atilde;o. No final desse ano, a empresa contratar&aacute; seu primeiro veterin&aacute;rio para iniciar pesquisas sobre m&eacute;todos de aquecimento de &oacute;rg&atilde;os. E ser&aacute; bem em tempo, visto que o setor da longevidade obteve US$ 5,2 bilh&otilde;es em financiamento s&oacute; no ano passado, segundo um relat&oacute;rio da ag&ecirc;ncia de not&iacute;cias brit&acirc;nica Longevity Technology.

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Cryopets: os animais que estão sendo preservados em sono criogênico

Imagem de A horrenda indústria clandestina do óleo de esgoto na China no megacurioso

Retirado de restos em bueiros e rejeitos de restaurante, o óleo é usado por muitos cozinheiros ambulantes no país

<head></head><body>Além de seu sabor, a <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/123414-hashi-como-o-palitinho-asiatico-foi-inventado.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">comida chinesa</a> é conhecida por ser feita em muito <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/124311-qual-a-melhor-forma-de-se-descartar-oleo-de-cozinha-usado.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">óleo</a>, devido à prática de uma fritura muito rápida de carne e vegetais, uma técnica excelente e deliciosa que sela a umidade o sabor. Não é para menos que no ranking de consumo de óleo no mundo, a China fica em segundo lugar, com 13,2% de sua parte.Com isso, surgiu um mercado ilegal e perigoso criado por oportunistas e vendedores de comida que se envolvem na extração, processamento e uso em suas cozinhas do denominado&nbsp;'gutter oil', ou óleo de esgoto, um produto derivado da graxa amarela, que é óleo de cozinha usado, recuperado de empresas e indústrias para fabricar sabão, alimentar o gado, produzir maquiagem, roupas, borracha e detergentes.Mas, em vez de fazer o descarte para reciclagem desse rejeito, muitos usam esse óleo, sobretudo em comércios ambulantes, para cozinhar a comida.<h2>A indústria subterrânea</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/05/04/04131953157223.jpg" alt="(Fonte: Bloomberg/Reprodução)">(Fonte: Bloomberg/Reprodução)A indústria dos Estados Unidos produz cerca de 0,6 bilhão de quilos de graxa amarela, sendo que o mercado global foi avaliado em US$ 5,50 bilhões em 2017, com uma estimativa de crescimento de 6% da taxa de crescimento anual composto para atingir US$ 8,48 bilhões até 2019.Há uma indústria imensa que coleta e produz graxa amarela para fazer óleo de cozinha, dominada por várias empresas de grande porte, bem como empreendedores e empresas de pequeno porte que coletam o produto e o vendem. Em meio a isso, estão os comerciantes de óleo de esgoto, o rejeito não refinado de todo o óleo produzido em restaurantes e grandes empresas.O motivo é dinheiro fácil, comércio intenso e poder de compra e venda, uma vez que a China é dominada pela culinária de rua feita por pessoas de baixa renda, cujo negócio é o único meio de subsistência. Apesar da intervenção das autoridades e criminalização da prática, a indústria subterrânea de produção de óleo continua, portanto, é possível que você acabe ingerindo óleo de esgoto ao frequentar esse comércio de vendedores ambulantes.<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/05/04/04132032559224.jpg" alt="(Fonte: YouTube/Reprodução)">(Fonte: YouTube/Reprodução)Estima-se que o primeiro caso documentado do comércio do óleo de sarjeta na China continental aconteceu em meados de 2000, quando um ambulante foi preso ao vender óleo obtido de um depósito de lixo de restaurantes.Só em 2011, foi estimado que cerca de um décimo do óleo usado pelos restaurantes na China era óleo de esgoto, uma vez que o produto ilegal não mostra diferença na aparência e nos indicadores após o refino e purificação ilegal, porque os infratores são hábeis em lidar com os padrões estabelecidos. Em todos os casos, o óleo foi reciclado de maneira imprópria para consumo humano em qualquer escala.<h2>A luta exaustiva</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/05/04/04132136642225.jpg" alt="(Fonte: SAYS/Reprodução)">(Fonte: SAYS/Reprodução)Foi assim que retirar óleo usado dos esgotos, caixas de gordura, resíduos de matadouros para reprocessá-lo e depois vendê-lo tornou-se uma prática bastante comum. Mas o nojo de ter esse óleo misturado em alimentos não se limita a isso: ele também é considerado altamente nocivo para a saúde por conter substâncias cancerígenas e outras toxinas.Em algumas amostras colhidas para estudo, o óleo de sarjeta apresentou vestígios de hidrocarbonetos aromáticos policíclicos (PAH), que são poluentes orgânicos perigosos, capazes de causar câncer em consumo a longo prazo; além de aflatoxinas, compostos altamente cancerígenos produzidos por certos tipos de fungos. Após a contaminação, o óleo residual sofre ranço, oxidação e decomposição, podendo causar indigestão, insônia, desconforto hepático e até morte por intoxicação.Devido aos rumores de que restaurantes possam fazer o uso desse óleo, vários clientes passaram a trazer o próprio óleo de casa e exigir que sua comida fosse preparada com ele.Há anos que a China luta contra a prática, chegando a prender um homem no começo de abril desse ano por vender óleo de esgoto na província de Jiangsu. Ele foi condenado à prisão perpétua. Mas em um país onde o produto está cada vez mais caro, levará um tempo até que as autoridades possam reprimir de maneira efetiva a prática, e os infratores sejam desestimulados.</body>

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A horrenda indústria clandestina do óleo de esgoto na China

Imagem de É possível separar a inteligência do corpo? no megacurioso

Existe um extenso debate se robôs um dia conseguirão pensar como os seres humanos

<head></head><body>Desde novembro de 2022, o <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/124827-chatgpt-alcanca-nota-do-enem-maior-do-que-79-dos-estudantes.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">ChatGPT</a>, uma espécie de assistente virtual inteligente no formato de chatbot online, desenvolvido pelo laboratório de pesquisa OpenAI, se tornou uma atração principal nas manchetes e pela internet devido as suas impressionantes habilidades. Isso alimentou discussões sobre a possibilidade desse tipo de <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/122203-o-que-aconteceria-se-uma-ia-se-tornasse-completamente-consciente.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">inteligência artificial</a> ameaçar a capacidade de pensar do ser humano, ou até mesmo substituir o trabalho de pessoas que usam as palavras para viver, como jornalistas e autores.Essa onda de chatbots deu início a uma verdadeira disputa para determinar se a tecnologia poderia derrubar a economia da internet, transformando as potências de hoje em passado e criando os próximos gigantes do setor. Segundo os especialistas, esses robôs serão capazes de realizar tarefas básicas sem programação espacial, podendo servir um copo de refrigerante, preparar o almoço ou pegá-lo do chão após uma queda, tudo por meio de comandos simples.Faz tempo que existe uma discussão se é possível separar a inteligência do corpo humano e, enquanto alguns alegam que os chatbots e robôs já dizem por si só, outros ainda acham que a inteligência em seu amplo espectro é algo que apenas o cérebro pode manter.<h2>Tentando superar a capacidade humana</h2><span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;The New York Times&nbsp;" data-fonte-url="https://static01.nyt.com/images/2023/04/11/multimedia/11SCI-MIND-embodiment-01-cvjp/11SCI-MIND-embodiment-01-cvjp-articleLarge.jpg?quality=75&amp;auto=webp&amp;disable=upscale"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/04/25/25213740982000.jpg" alt="(Fonte: The New York Times/Reprodução)">(Fonte: The New York Times/Reprodução)Pode ser no mínimo assustador o quanto as máquinas estão cada vez mais aguçadas. Pesquisadores da Alphabet, empresa controladora do Google, anunciou o sucesso de um robô chamado PalM-E. Ele é capaz de absorver recursos visuais do seu ambiente e informações sobre a posição do próprio corpo, traduzindo isso tudo para uma linguagem natural, permitindo com que ele abra uma gaveta e pegue um saco de batatas fritas, por exemplo.Nos primeiros anos da inteligência artificial, em meados de 1950, os cientistas acreditavam piamente que a inteligência semelhante à humana estava ao alcance. Herbert Simon, ex-professor da Universidade Carnegie Mellon e um dos fundadores da inteligência artificial, disse ainda em 1965 que as máquinas seriam capazes, em até 20 anos, de fazer qualquer trabalho que um homem desempenha.<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/04/25/25213854945001.jpg" alt="(Fonte: PBS/Reprodução)">(Fonte: PBS/Reprodução)Naquela época, o pensamento predominante era que a cognição envolvia a manipulação de símbolos abstratos seguindo regras explícitas, tanto que a cognição foi descrita como uma "peça de xadrez", portanto, as mentes funcionariam em cérebros como o software é executado no hardware de um computador. Para descrever a abordagem, o professor emérito e escritor John Haugeland cunhou o termo Good Old-Fashioned Artificial Intelligence (GOFAI) – "A boa e velha inteligência artificial", em tradução livre.O GOFAI fez sentido em resolver problemas com base em regras explícitas, como os <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/123832-deep-blue-o-computador-que-derrotou-um-mestre-de-xadrez.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">computadores que jogavam xadrez</a>, resolviam problemas algébricos e manipulavam textos. No entanto, quando tratou de simular o comportamento natural humano inerente à inteligência, programados para funcionar em um ambiente desconhecido, o GOFAI fracassou. Isso aconteceu porque os primeiros robôs tinham processadores fora do corpo.<h2>Perceber, reagir e sentir</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/04/25/25213947147002.jpg" alt="(Fonte: Tech Talks/Reprodução)">(Fonte: Tech Talks/Reprodução)A ideia de que o pensamento é o processamento de símbolos sofre uma influência forte até hoje, em que tendemos a fazer distinção entre a mente e o cérebro. Isso surgiu nos séculos XV e XVI, quando os pensadores Copérnico e Galileu descreveram a natureza em termos de figuras geométricas e fórmulas matemáticas.No século XVII, Thomas Hobbes estendeu essa ideia à cognição humana ao propor que a realidade era fundamentalmente matemática, assim como o pensamento. Materialista, para ele, os pensamentos eram semelhantes às partículas. Enquanto isso, René Descartes considerava os pensamentos como representações simbólicas da realidade, em que o pensamento e o corpo eram duas entidades inteiramente diferentes, com a mente usando o corpo apenas para receber entrada e produzir saída.<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/04/25/25214416092003.jpg" alt="(Fonte: Meio e Mensagem/Reprodução)">(Fonte: Meio e Mensagem/Reprodução)“Uma vez que você está preso nessa visão de mundo cartesiana de que o pensamento é algoritmos ou um programa de computador, é extremamente difícil se libertar disso. Parece tão óbvio, afinal, há entrada, processamento e saída. Então de que outra forma poderia ser?”, argumentou Rolf Pfeifer, professor de Ciência da Computação do Departamento de Informática da Universidade de Zurique.Pfeifer explicou que ao olhar para a inteligência de uma perspectiva evolutiva, é possível perceber que os cérebros sempre se desenvolverão no contexto de um corpo que interage com o mundo para sobrevier. Ou seja, não há éter algorítmico no qual os cérebros surgem, portanto, nem mesmo os melhores programas de xadrez jogam da mesma maneira que as pessoas, deixando claro que máquinas não conseguem pensar como um ser humano.Os últimos 50 anos no campo da psicologia e os últimos 20 anos em inteligência artificial viram uma mudança na maneira de pensar sobre a natureza da cognição."Colocar um corpo em um cérebro não é inteligência incorporada. Tem que empurrar para o mundo e observar o mundo reagindo", disse o Dr. Bongard, da Universidade de Vermont, que passou as últimas décadas desenvolvendo pequenos robôs feitos de células de sapos que podem estar mais próximos do tipo de inteligência mecânica que nos interessa.Mas alguns pesquisadores ainda sustentam a convicção de que a tecnologia não alcançará jamais a verdadeira inteligência humana, ou a verdadeira compreensão do mundo, até que seja combinada com um corpo que possa perceber, reagir e sentir seu ambiente.</body>

thumb-image-2024-02-29T14:06:51.713Z

É possível separar a inteligência do corpo?

Imagem de Como o quarto branco se tornou um dos piores métodos de tortura no megacurioso

Preso pelo Irã, Amir Fakhravar chegou a esquecer o rosto de seus pais em 8 meses confinado em paredes brancas

Um quarto branco de cima a baixo, com m&oacute;veis e at&eacute; a luz branca como de um necrot&eacute;rio, constru&iacute;do para ser um ambiente hermeticamente isolado at&eacute; do m&iacute;nimo ru&iacute;do externo. O quarto branco da tortura, tamb&eacute;m conhecido como "tortura branca", &eacute; um m&eacute;todo de tortura psicol&oacute;gica em que presos s&atilde;o submetidos a <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/124614-robert-maudsley-o-criminoso-preso-ha-47-anos-em-uma-solitaria.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">confinamento solit&aacute;rio por um longo per&iacute;odo</a>, com intuito de, ao produzir uma priva&ccedil;&atilde;o sensorial dos sentidos, infiltrar a identidade da v&iacute;tima e influenciar sua personalidade a longo prazo.
Em 2004, o mundo confrontou esse brutal m&eacute;todo por meio do iraniano Amir Fakhravar, que contou sua experi&ecirc;ncia &agrave; CNN&nbsp;ap&oacute;s passar pelo procedimento no Ir&atilde; ao longo de 8 meses at&eacute; ser solto e conseguir fugir para os Estados Unidos. H&aacute; anos que a Rep&uacute;blica Isl&acirc;mica usa do quarto branco para torturar crist&atilde;o, bah&aacute;&rsquo;&iacute;s, jornalistas, mulheres e ativistas dos <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/121266-o-que-a-declaracao-universal-dos-direitos-humanos-diz-sobre-guerras.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">direitos humanos</a> e civis.
Mas isso n&atilde;o &eacute; tudo. Historicamente, o branco foi constantemente associado &agrave; loucura em contextos psiqui&aacute;tricos, no lugar de qualquer outro tipo de cor, de forma t&atilde;o forte que acabou se infiltrando na cultura popular. Mas ser&aacute; que realmente &eacute; eficaz?
<h2>Quebrando a identidade</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/04/28/28161915053396.jpg" alt="(Fonte: Arch Daily/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: <a href="http://en.wikipedia.org/wiki/American_Zoetrope" ping="/url?sa=t&amp;source=web&amp;rct=j&amp;url=http://en.wikipedia.org/wiki/American_Zoetrope&amp;ved=2ahUKEwjCkbjbsdr-AhXlqJUCHbRrBecQs2YoAHoECB0QAg">American Zoetrope</a>/George Lucas/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Em seu livro&nbsp;A Organiza&ccedil;&atilde;o do Comportamento (1949), o psic&oacute;logo canadense Donald Hebb mostrou que os universit&aacute;rios que deveriam aguentar seis semanas de confinamento em um local com priva&ccedil;&atilde;o total dos sentidos, s&oacute; aguentaram alguns dias. Quase todos afirmaram que a coisa mais not&aacute;vel sobre a experi&ecirc;ncia foi a incapacidade de pensar claramente sobre qualquer coisa. Ao sa&iacute;rem do isolamento e serem submetidos a testes cognitivos, os dados indicaram que eles foram momentaneamente deficientes mentais.
As pesquisadoras Dipankar Maiti e Victoria Sarvand, em seu estudo 'White Room Torture' A Sensory Denial Method which Obliterates All Sense of Realism, ilustraram que as pessoas colocadas em isolamento total por uma semana apresentam transpira&ccedil;&atilde;o, palpita&ccedil;&otilde;es card&iacute;acas, estresse, vertigem, perda do racioc&iacute;nio l&oacute;gico, alucina&ccedil;&otilde;es, ansiedade, ataques de p&acirc;nico, novos padr&otilde;es de sono, inflama&ccedil;&otilde;es pelo corpo, fadiga, dores abdominais e extrema sensibilidade ocular.
&Eacute; a partir do primeiro m&ecirc;s de isolamento que a mente come&ccedil;a a declinar para os pensamentos suicidas, passando para psicose e perda da identidade ap&oacute;s 3 anos, sendo a insanidade total alcan&ccedil;ada em 20 anos de isolamento.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/05/03/getty-images-03212023268432.jpg" alt="Getty Images" />(Fonte: Getty Images)
A efic&aacute;cia do branco usado para tortura est&aacute; no aprofundamento do m&eacute;todo, pois impede que a v&iacute;tima tenha no que ancorar a no&ccedil;&atilde;o de dia e noite, provocando ins&ocirc;nia e perturbando os ritmos biol&oacute;gicos naturais.
A priva&ccedil;&atilde;o do sono j&aacute; &eacute; uma t&eacute;cnica de tortura eficaz por si s&oacute;, mas quando associada a um ambiente sem est&iacute;mulos que impede isso, torna-se devastadora, porque o c&eacute;rebro humano come&ccedil;a a enviar todos os tipos de alucina&ccedil;&otilde;es para tentar fazer sentido do ambiente ao redor. As superf&iacute;cies lisas e monocrom&aacute;ticas que revestem o quarto impedem que o c&eacute;rebro tenha qualquer refer&ecirc;ncia espacial, resultando em um intenso sentimento de desorienta&ccedil;&atilde;o.
Al&eacute;m disso, a perda da no&ccedil;&atilde;o de profundidade pode fazer a v&iacute;tima experimentar epis&oacute;dios visuais de distor&ccedil;&atilde;o, como paredes que parecem se aproximar ou se afastar, sendo mais efetivo e diminuindo o espa&ccedil;o que uma pessoa levaria para pensar no pior para dar um fim &agrave;quela experi&ecirc;ncia.
<h2>"Eu n&atilde;o era mais uma pessoa normal"</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/05/03/voice-of-america-03212202472433.png" alt="Voice of America" />Amir Fakhravar. (Fonte: Voice of America/Wikimedia Commons)
A tortura branca ficou mundialmente conhecida durante uma coletiva de imprensa em 2004, quando o iraniano Amir Fakhravar contou sua experi&ecirc;ncia ap&oacute;s ser preso pelo governo do Ir&atilde;. &ldquo;N&atilde;o vimos nenhuma cor, toda a cela era branca, o ch&atilde;o era branco, nossas roupas eram brancas e a luz, durante 24 horas, era branca&rdquo;, revelou ele em entrevista &agrave; CNN. &ldquo;Nossa comida tamb&eacute;m era arroz branco. N&atilde;o pod&iacute;amos ver nenhuma cor e nem ouvir vozes&rdquo;.
A v&iacute;tima tamb&eacute;m revelou que se os prisioneiros quisessem usar o banheiro, os guardas passavam um rolo de papel higi&ecirc;nico branco por uma abertura sob a porta, depois os conduziam vestindo roupas equipadas para abafar qualquer som externo.
Essa foi a rotina de Fakhravar por oito meses de solit&aacute;ria, e ele sentiu os efeitos na pele quando foi liberto: n&atilde;o conseguia lembrar nem dos rostos de seus pais. &ldquo;Quando eles me libertaram daquela pris&atilde;o, eu n&atilde;o era mais uma pessoa normal&rdquo;, afirmou ele.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/04/28/28162327978404.jpg" alt="(Fonte: Fact Republic/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Gregor Schneider/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Para Mansour Borji, diretor de defesa da Article18, que visa apoiar crist&atilde;os perseguidos no Ir&atilde;, as pessoas n&atilde;o respondem da mesma maneira &agrave; exposi&ccedil;&atilde;o a um evento traum&aacute;tico como o quarto branco, por&eacute;m, v&aacute;rios sintomas f&iacute;sicos e mentais s&atilde;o comuns em graus variados.
&Eacute; psicologicamente que as v&iacute;timas s&atilde;o afetadas de maneira mais profunda, sendo que muitas daquelas entrevistadas por ele ao longo de sua carreira se queixaram de transtornos de ansiedade, fobia, medos persistentes e extremos, frustra&ccedil;&atilde;o, epis&oacute;dios depressivos, paranoia e ceticismo. Um dos problemas mais comuns entre os prisioneiros da tortura branca foi o dist&uacute;rbio do sono. Al&eacute;m disso, eles testemunham pesadelos constantes e paralisantes, nos quais relembram os eventos traum&aacute;ticos e os vivenciam v&aacute;rias vezes.
A pris&atilde;o de Evin, situada no Teer&atilde;, uma penitenci&aacute;ria pol&iacute;tica desde 1972, &eacute;, no momento, considerada a l&iacute;der em usar quartos brancos como m&eacute;todo de tortura para que seus prisioneiros assinem confiss&otilde;es ou passem informa&ccedil;&otilde;es importantes.

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Como o quarto branco se tornou um dos piores métodos de tortura

Imagem de Como Arthur C. Clarke previu a internet? no megacurioso

O escritor ficou ainda mais famoso por conseguir imaginar quase que perfeitamente a maioria do que temos agora

<head></head><body>Na segunda metade do século XX, a tendência do <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/121649-retrofuturismo-a-maneira-de-idealizar-um-futuro-melhor-e-avancado.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">retrofuturismo</a> contaminou vários aspectos da sociedade, que delirava com a possibilidade de cidades inteiras suspensas nas nuvens, carros voadores, armas de raio e até um estilo de vida global belo e engenhoso.Essa ideia ainda não se concretizou – embora a humanidade possa estar chegando bem perto disso –, mas muita coisa que foi prevista acabou sendo alcançada na virada do século, mesmo que nem sempre da maneira imaginada originalmente.Alguns, no entanto, fugiram à regra, como foi o caso do escritor Arthur C. Clarke, que previu a invenção da internet de uma forma tão meticulosa e específica que se tornou um dos mais relevantes do período.<h2>O "profeta do futuro"</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/04/25/25231136792006.jpg" alt="(Fonte: Nature/Reprodução)">(Fonte: Nature/Reprodução)Nascido em 16 de dezembro de 1917, em Somerset, na Inglaterra, Arthur C. Clarke não ficou conhecido como "Profeta da Era Espacial" por acaso. Entre suas obras de sucesso está a revolucionária&nbsp;2001: Uma Odisseia no Espaço (1964), que colocou o autor como o futurista mais influente do século XX – e o mais famoso –, responsável por popularizar <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/122422-quais-sao-os-efeitos-das-viagens-espaciais-no-corpo-humano.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">as viagens espaciais</a> e um olhar promissor para o futuro.Ao longo de 60 anos de carreira, Clarke criou romances e contos de ficção científica que se equilibravam na linha tênue de uma imaginação especulativa fértil com um rigor científico característico, enriquecido por sua formação em matemática e física. Todo seu trabalho ficou ainda mais consagrado por sua associação profissional com as indústrias de telecomunicações e espaciais de sua época.Muito embora 2001: Uma Odisseia no Espaço tenha selado sua posição como autoridade absoluta sobre o futuro da humanidade, foram as profecias que Clarke lançou em documentários e entrevistas que tiveram um apelo ainda mais duradouro.<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/04/25/25231230435007.jpg" alt="(Fonte: TechTheLead/Reprodução)">(Fonte: TechTheLead/Reprodução)No mesmo ano do lançamento de 2001, Clarke foi convidado para estrelar um documentário da BBC compondo o pavilhão da GM na Feira Mundial de 1964, que sustentou invenções absurdas que ultrapassaram a barreira da imaginação, como máquinas a laser que limpariam selvas em horas.O que marcou o vídeo, no entanto, foi quando Clarke apareceu para dar a sua visão de como acreditava que o mundo seria em 50 anos, ou seja, em 2014. O escritor falou sobre como o avanço dos transistores e satélites alteraria radicalmente a compreensão humana sobre o espaço físico, permitindo um mundo no qual poderíamos estar em contato instantâneo onde quer que estivéssemos, mesmo não sabendo a localização física real.<h2>Uma mente à frente do seu tempo</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/04/25/25231346760008.jpg" alt="(Fonte: Rental Computer/Reprodução)">(Fonte: Rental Computer/Reprodução)Clarke incrementou essa ideia em uma entrevista à TV australiana, em 1974, quando questionado por um repórter como seria o mundo de 2001 para seu filho. Ele respondeu que seu filho teria uma espécie de console pelo qual poderia conversar com seu amigo de um computador local e obter todas as informações de que precisasse para seu dia a dia, como extratos bancários e ingressos para o teatro. Todas as informações necessárias para viver em uma sociedade moderna complexa estaria em uma rede não visível de armazenamento.Dois anos mais tarde, durante uma coletiva de imprensa do MIT, Clarke expandiu o tipo de tecnologia interativa que permitira o e-mail e outras formas de mensagens de rede que agora são familiares para nós. O homem disse que seria uma tela de TV de alta definição, e um teclado de máquina de escrever, e através dele seria possível trocar qualquer tipo de informação.Essa ideia cruza também com a que sugeriu no programa de 1964 da BBC, em que ele previu os satélites de comunicação, que permitiriam um mundo em que poderíamos fazer contato instantâneo uns com os outros, de onde quer que seja. Ele chegou a escrever um ensaio em 1959 sobre um encontro com um executivo de uma rede americana entusiasmado com a possibilidade de que os satélites e as novas tecnologias de comunicação poderiam oferecer no campo do entretenimento.<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/04/25/25232643263010.jpg" alt="(Fonte: Goodreads/Reprodução)">(Fonte: Goodreads/Reprodução)Clarke conseguiu ser mais específico do que a maioria de seus contemporâneos ao prever os mecanismos de busca essenciais para o funcionamento da internet durante a conferência de 1976 do MIT, em que descreveu que seria possível a pessoa dizer à máquina o que está interessado em ver e esses assuntos surgiriam sem que fosse necessário navegar por um "mar de lixo".Todo esse tom aspiracional de Clarke prosperou muito na sociedade pós-guerra que, literalmente, não via outro caminho senão "para cima".&nbsp;“A única coisa que podemos ter certeza sobre o futuro é que será absolutamente fantástico, portanto, se o que digo agora parece muito razoável para você, então terei falhado completamente. Somente se o que eu digo parecer inacreditável, teremos alguma chance de visualizar o futuro como ele realmente acontecerá”, disse Clarke.</body>

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Como Arthur C. Clarke previu a internet?

Imagem de Os seres humanos ainda não atingiram sua longevidade máxima no megacurioso

Será que é possível chegarmos aos 150 anos?

H&aacute; cerca de 3 milh&otilde;es de anos, os nossos antepassados, homens e mulheres das cavernas que vagavam pelo mundo, teriam sorte de viver at&eacute; quase sua adolesc&ecirc;ncia sem meios certos de subsist&ecirc;ncia ou de como lidar com o ambiente perigosamente desconhecido que era a Terra naquela &eacute;poca.
&Agrave; medida que os <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/124775-a-crianca-de-lapedo-uma-descoberta-fascinante-na-evolucao-humana.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">seres humanos come&ccedil;aram a evoluir</a>, estabelecendo assentamento e desenvolvendo a agricultura, civiliza&ccedil;&otilde;es e tecnologias mais sofisticadas foram florescendo, fazendo com que a expectativa de vida humana progredisse.
Mas isso, no entanto, nunca aconteceu de maneira gradual, ano ap&oacute;s ano, ou em linha reta. Muito pelo contr&aacute;rio, a hist&oacute;ria da longevidade humana aconteceu aos trancos e barrancos, se tornando mais concreta s&oacute; quando a <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/124883-esqueleto-antigo-com-raro-crescimento-osseo-e-encontrado-em-portugal.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">medicina moderna</a> surgiu.
<span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;G1&nbsp;" data-fonte-url="https://g1.globo.com/ciencia-e-saude/noticia/2019/09/16/estudo-confirma-recorde-de-longevidade-da-francesa-jeanne-calment-que-morreu-aos-122-anos.ghtml"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/04/25/25234001003012.jpg" alt="(Fonte: G1/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: G1/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Para se ter uma no&ccedil;&atilde;o de sua inconst&acirc;ncia, h&aacute; 30 mil anos, na <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/122527-conheca-as-esquisitices-da-vida-cotidiana-dos-romanos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Roma Antiga</a>, a expectativa humana atingia 30 anos, e esperava que isso continuasse, mas despencou. H&aacute; 15 mil anos, as pessoas estavam vivendo at&eacute; os 25 e 30 anos. J&aacute; no s&eacute;culo XIX, houve um aumento vertiginoso na quantidade de <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/121700-3-habitos-considerados-peculiares-na-era-vitoriana.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">mortes infantis</a>, uma crian&ccedil;a n&atilde;o conseguia chegar aos 5 anos, mas quando conseguia, tinha muito mais chance de atingir os 45 e 50 anos.
Atualmente, a expectativa de vida global ao nascer &eacute; de 72 anos, no m&iacute;nimo, podendo alcan&ccedil;ar ou ultrapassar os 85 anos, como acontece no Jap&atilde;o, onde as pessoas desfrutam de uma melhor qualidade de vida.
Contudo, apesar de pessoas vivendo at&eacute; os 115 estarem se tornando cada vez mais comuns, os especialistas alegam que os&nbsp;seres humanos ainda n&atilde;o atingiram sua longevidade m&aacute;xima.
<h2>Um feito raro</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/04/25/25234110371013.jpg" alt="(Fonte: Harvard/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Harvard/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Em 4 de agosto de 1997, morreu em Arles, na Fran&ccedil;a, a francesa Jeanne Calment, ap&oacute;s viver 122 anos e 164 dias, presenciando a morte de sua filha e at&eacute; de seu neto. Ela se tornou a mulher mais velha do mundo, por&eacute;m, sua marca ainda pode ser ultrapassada.
Segundo o estudo Human Mortality At Extreme Age, publicado em setembro de 2021 na revista Royal Society Open Science, "viver mais um ano &eacute; como jogar uma moeda para o alto sem saber que lado cair&aacute; e a qual momento", como definiu Anthony Davison, l&iacute;der da pesquisa e professor de estat&iacute;stica do Instituto Federal Su&iacute;&ccedil;o de Tecnologia em Lausanne.
Com base em dados correspondentes a conjuntos de dados de pessoas supercenten&aacute;rias, parece prov&aacute;vel que os seres humanos possam viver at&eacute; pelo menos 130 anos, mas extrapolar as descobertas implicaria n&atilde;o existir limite para a expectativa de vida humana.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/04/25/25234157177015.jpg" alt="(Fonte: News Medical/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: News Medical/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
"Qualquer estudo de extrema velhice, seja estat&iacute;stico ou biol&oacute;gico, envolver&aacute; extrapola&ccedil;&atilde;o", disse Davison, alegando que essa &eacute; uma abordagem l&oacute;gica, dessa forma, mostrando que existe um limite abaixo de 130 anos.
Contudo, s&oacute; porque os humanos podem, teoricamente, chegar aos 130 anos ou mais, n&atilde;o significa que veremos acontecer em breve, exatamente porque a longevidade humana nunca funcionou em uma linha reta, apesar de estar associada a significativos avan&ccedil;os m&eacute;dicos e sociais.
Afinal, chegar aos 100 anos ainda &eacute; um feito relativamente raro, tanto que existe uma chance em um milh&atilde;o que a pessoa alcance os 110 anos. Ou seja, n&atilde;o &eacute; imposs&iacute;vel, mas pouco prov&aacute;vel.
<h2>Outro lado da moeda</h2>
<span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;USA Today&nbsp;" data-fonte-url="https://www.gannett-cdn.com/-mm-/5568ec69c10ef446479951ac60d2ccc26f88a312/c=0-108-1999-1237/local/-/media/USATODAY/WiresImages/2015/04/01/0f0c9e31a608640e720f6a706700ab43.jpg"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/04/25/25234255426016.jpg" alt="(Fonte: USA Today/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Itsuo Inouye/AP/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Os pesquisadores da University of South Florida e da University of Georgia, reconheceram que a vida humana pode, eventualmente, atingir um teto de idade, mas ainda n&atilde;o est&aacute; claro qual seria. Uma de suas an&aacute;lises, feita com os nascidos entre 1900 e 1950, mostrou que essas pessoas est&atilde;o experimentando um adiantamento da mortalidade sem precedentes, mas ainda n&atilde;o quebraram os recordes de longevidade.
Com isso, &agrave; medida que esses grupos atingem idades avan&ccedil;adas nas pr&oacute;ximas d&eacute;cadas, os recordes de longevidade podem aumentar significativamente. Os pesquisadores concordam com isso e afirmam que, se h&aacute; um limite m&aacute;ximo para a expectativa de vida humana, ainda n&atilde;o estamos nos aproximando dele.
Por outro lado, uma pesquisa feita em 2021 com base no aspecto biom&eacute;dico, prop&ocirc;s que o corpo humano tem uma expectativa de vida m&aacute;xima de 150 anos.

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Os seres humanos ainda não atingiram sua longevidade máxima

Imagem de Efeito Flynn: por que o QI muda ao longo das gerações? no megacurioso

Um estudo mostra que o QI dos seres humanos decaiu

Existe uma arrog&acirc;ncia heredit&aacute;ria de <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/122960-amnesia-geracional-o-fenomeno-que-assombra-nosso-passado-e-futuro.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">gera&ccedil;&otilde;es</a> se achando mais inteligentes que seus antepassados, principalmente quando dirigida a povos antigos, que muitas vezes s&atilde;o considerados "burros" por n&atilde;o terem previsto ou desenvolvido algumas tecnologias. Trazendo mais para o presente, esse embate fica muito claro entre os <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/124540-igualdade-de-genero-em-relacionamentos-parte-da-geracao-z-aponta-melhora.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">millenials e a gera&ccedil;&atilde;o Z</a>.
Em um TED Talk&nbsp;de 2013, o fil&oacute;sofo James Flynn subiu ao palco para explicar o que &eacute; o Efeito Flynn &ndash; termo que cunhado em sua homenagem no livro The Bell Curve&nbsp;(1994) &ndash;, nome dado para a explica&ccedil;&atilde;o do aumento constante e secular no QI (Quociente de Intelig&ecirc;ncia) da popula&ccedil;&atilde;o mundial, observado ao longo do s&eacute;culo XX.
A palestra de Flynn foi titulada "Por que nossos QIs s&atilde;o mais altos do que nossos av&oacute;s?", enquanto apoia e refuta a sabedoria convencional &ndash; e &eacute; isso o que vamos descobrir.
<h2>Al&eacute;m da curva</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/04/20/20105548539122.jpg" alt="(Fonte: Evo and Proud/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Wikimedia Commons)
Conforme o Phys.org, os n&iacute;veis de QI aumentaram cerca de tr&ecirc;s pontos por d&eacute;cada desde 1932, o que significa que as pessoas no in&iacute;cio dos anos 1900 teriam uma pontua&ccedil;&atilde;o de 70 para os padr&otilde;es modernos &ndash; o que &eacute; suficiente para ser considerado uma defici&ecirc;ncia intelectual, conforme a Associa&ccedil;&atilde;o Americana de Defici&ecirc;ncia Intelectual e de Desenvolvimento.
Mas ser&aacute; que isso significa que todas as pessoas vivas desse s&eacute;culo s&atilde;o altamente dotadas? A resposta &eacute;: dificilmente. Na verdade, pesquisas recentes parecem indicar que as pontua&ccedil;&otilde;es de QI atingiram um teto e que n&atilde;o est&atilde;o apenas se estabilizando, mas caindo, com a consequ&ecirc;ncia de que a evolu&ccedil;&atilde;o do QI m&eacute;dio da popula&ccedil;&atilde;o futura ser&aacute; est&aacute;vel.
Flynn observou que, do s&eacute;culo passado para c&aacute;, os aumentos no QI da sociedade aconteceram devido a um crescimento geral na intelig&ecirc;ncia fluida (a capacidade de pensar, raciocinar e resolver problemas independentes de qualquer conhecimento adquirido de maneira abstrata e r&aacute;pida) ou nas habilidades criativas de resolu&ccedil;&atilde;o de problemas. O oposto disso seria a intelig&ecirc;ncia cristalizada, ou seja, o uso habilidoso de informa&ccedil;&otilde;es aprendidas ao longo do tempo.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/04/20/20105638126124.jpg" alt="(Fonte: The Independent/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: The Independent/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Em sua palestra, o fil&oacute;sofo exemplificou seu Efeito Flynn descrevendo um m&eacute;dico de 100 anos atr&aacute;s e um de hoje. As profiss&otilde;es modernas precisaram incorporar informa&ccedil;&otilde;es mais complexas para acompanhar o ritmo de crescimento, enquanto a sociedade tamb&eacute;m depende de um grau de tarefas intelectuais desafiadoras.
Em n&uacute;meros, nos anos 1900, apenas 3% dos norte-americanos praticavam um trabalho que demandava intelig&ecirc;ncia acima da m&eacute;dia, atualmente, 35% deles precisam. E antes que confunda isso com a intelig&ecirc;ncia cristalizada, em que as pessoas est&atilde;o lembrando de mais informa&ccedil;&otilde;es do que aprendendo, Flynn alega que os mais jovens, na verdade, s&atilde;o uma gera&ccedil;&atilde;o anti-hist&oacute;rica.
Em Matrizes Progressivas de Raven e no subteste de similaridade da Escala Wechsler de Intelig&ecirc;ncia para Adultos, partes espec&iacute;ficas dentro do teste de QI indicaram uma melhora no pensamento abstrato, racioc&iacute;nio hipot&eacute;tico e flexibilidade cognitiva da nova gera&ccedil;&atilde;o. Por essa raz&atilde;o que as pontua&ccedil;&otilde;es gerais aumentaram.
<h2>O que acontece</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/04/20/20105811084125.jpg" alt="(Fonte: The Independent/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: The Independent/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Com isso, o aumento do QI geracional se prova, de fato, como um fen&ocirc;meno ambiental, visto que um fluxo sucessivo de muta&ccedil;&otilde;es gen&eacute;ticas n&atilde;o poderia ter se estabelecido e exercido tal influ&ecirc;ncia no processo evolutivo do homem em t&atilde;o pouco tempo.
Muitas explica&ccedil;&otilde;es potenciais j&aacute; surgiram para o Efeito Flynn. Em 1996, em uma confer&ecirc;ncia organizada por Ulric Neisser e realizada na Universidade de Emory, foi argumentado que o aumento de QI aconteceu por maior escolaridade, melhor nutri&ccedil;&atilde;o e menos doen&ccedil;as ao longo da inf&acirc;ncia, e tamb&eacute;m um tratamento mais adequado entre pais e filhos.
Um estudo publicado na Revista Intelligence, com base em dados coletados ao longo de 12 anos de adultos participantes do Projeto de Avalia&ccedil;&atilde;o de Personalidade de Abertura Sint&eacute;tica, indicou que as habilidades espaciais aumentaram, enquanto o racioc&iacute;nio verbal e habilidades num&eacute;rias sofreram uma queda vertiginosa.
Isso significa que o que decaiu foi a intelig&ecirc;ncia fluida, e os pesquisadores sugerem que as mudan&ccedil;as nos sistemas educacionais podem ser as respons&aacute;veis por isso.

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Efeito Flynn: por que o QI muda ao longo das gerações?

Imagem de 'Whipping boy': os garotos que apanhavam no lugar dos príncipes no megacurioso

Visto que monarcas eram intocáveis, outras pessoas recebiam punições por suas transgressões

Estima-se que o governante Naram-Sin de Akkad tenha reinado durante algum momento entre os anos 2218 e 2255 a.C., embora as datas exatas de dura&ccedil;&atilde;o do seu reinado ainda estejam sujeitas a pesquisas. Mas, o que se sabe, &eacute; que ele foi o primeiro governante a se autodeclarar divino. Conforme a pr&oacute;pria inscri&ccedil;&atilde;o de sua tumba, o pr&oacute;prio povo mesopot&acirc;mico desejava que ele fosse o deus de sua cidade.
Esse pode ter sido o princ&iacute;pio da concep&ccedil;&atilde;o do <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/124845-a-realeza-ja-acreditou-que-tinha-partes-do-corpo-feitas-de-vidro.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">direito divino dos reis</a>, que ganhou for&ccedil;a na Europa medieval do s&eacute;culo XVI e se estendeu por todo o per&iacute;odo em que as monarquias prevaleceram. Conforme essa teoria, os monarcas derivam sua autoridade de Deus e n&atilde;o podem ser responsabilizados por suas a&ccedil;&otilde;es por meios humanos, ou seja, nunca podem ser julgados.
Ela tamb&eacute;m acompanhava a norma de que nenhum membro real poderia ser tocado. Portanto, foi assim que garotos foram empregados para apanhar no lugar dos futuros monarcas, uma profiss&atilde;o conhecida como "whipping boy".
<h2>A grande "oportunidade"</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/04/20/20104253270110.jpg" alt="(Fonte: Wikipedia/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Wikimedia Commons)
Assim como os <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/124587-como-era-a-vida-dos-egipcios-que-construiram-as-piramides.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">fara&oacute;s</a>, os monarcas europeus, especialmente os ingleses, eram vistos como governantes por direito divino, nomeados por Deus, e al&eacute;m de suas a&ccedil;&otilde;es n&atilde;o poderem ser contestadas, tamb&eacute;m eram intoc&aacute;veis. Ningu&eacute;m podia chegar perto de um monarca sem a sua permiss&atilde;o, tampouco toc&aacute;-lo, caso contr&aacute;rio podendo ser submetido a severas puni&ccedil;&otilde;es e at&eacute; mesmo &agrave; morte.
Portanto, tutores, treinadores e outros encarregados de toda a estrutura educacional do pr&iacute;ncipe n&atilde;o podiam a&ccedil;oitar ou puni-lo fisicamente quando ele se comportasse mal. Para isso, um garoto foi encarregado de receber a puni&ccedil;&atilde;o f&iacute;sica em seu lugar.
<span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;Weird History Facts&nbsp;" data-fonte-url="https://i0.wp.com/weird-history-facts.com/wp-content/uploads/2022/07/Whipping-Boy-The-Court-Companion-Who-Took-On-The-Royal-Beatings.jpg"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/04/20/20104345539112.jpg" alt="(Fonte: Weird History Facts/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Wikimedia Commons)
Embora a evid&ecirc;ncia seja um pouco circunstancial, os historiadores creem que esse trabalho, por assim dizer, realmente existiu. Os meninos geralmente integravam a aristocracia, bem-nascidos em casas nobres menores que almejavam ascender nas fileiras sociais &ndash; afinal, todos queriam estar pr&oacute;ximos a um monarca, n&atilde;o &eacute; para menos que <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/124358-limpar-a-bunda-do-rei-ja-foi-o-trabalho-mais-desejado-do-mundo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">limpar a bunda do rei</a> era o trabalho mais disputado da Era Tudor.
Em outros casos, no entanto, o menino poderia ser de rua ou escravo, cuja fam&iacute;lia n&atilde;o tinha condi&ccedil;&otilde;es de mand&aacute;-lo para escola e via nessa oportunidade uma maneira de ele ter a melhor educa&ccedil;&atilde;o.
Uma vez que o garoto era escolhido, ele se juntava &agrave; corte real, se tornando um companheiro &iacute;ntimo do rei. Ele seria educado como um nobre aluno e compartilharia de uma s&eacute;rie de privil&eacute;gios na realeza. Era o trabalho dos sonhos de qualquer um naquela &eacute;poca.
<h2>Uma realidade nem sempre boa</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/05/04/fonte-getty-images-04124707168207.jpg" alt="(Fonte: Getty Images)" />(Fonte: Getty Images)
Em alguns dias nenhum castigo f&iacute;sico era necess&aacute;rio, mas em outros o garoto era chicoteado nas costas, na bunda e nas palmas das m&atilde;os v&aacute;rias vezes. Ele tamb&eacute;m poderia ser obrigado a se ajoelhar no milho ou levar tapas nas bochechas. Vale ressaltar que os professores, comparados com um membro da realeza, estavam em um n&iacute;vel muito baixo na escala social, chegando a ser at&eacute; inapropriado para eles punir algu&eacute;m.
Acredita-se que a psicologia por tr&aacute;s de punir o menino no lugar de um futuro monarca estava na ideia de fazer com que algu&eacute;m importante para o jovem sofresse caso n&atilde;o mantivesse uma boa conduta, esperando moralidade, compaix&atilde;o e piedade do nobre.
Mas nem sempre isso funcionava, principalmente dependendo da natureza e disposi&ccedil;&atilde;o do pr&iacute;ncipe. No caso do jovem Lu&iacute;s XV da Fran&ccedil;a, o garoto chicoteado era filho de um sapateiro, e o futuro rei negligenciou ao m&aacute;ximo seus estudos para que o pobre garoto sofresse nas m&atilde;os de seus tutores, sem conseguir tirar nenhum proveito daquela vida que ele n&atilde;o fazia parte.

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'Whipping boy': os garotos que apanhavam no lugar dos príncipes

Imagem de Como a Primeira Guerra Mundial contribuiu para a invenção do sutiã? no megacurioso

A simples ideia de Caresse Crosby revolucionou a história em meio a um dos períodos de maior escassez do século passado

As <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/119905-como-teria-sido-o-mundo-sem-a-primeira-guerra-mundial.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">duas maiores guerras do s&eacute;culo XX&nbsp;</a>envergonharam, mataram e destru&iacute;ram v&aacute;rios aspectos da sociedade, civilidade e humanidade; por&eacute;m, suas transforma&ccedil;&otilde;es essenciais para a nossa evolu&ccedil;&atilde;o &ndash; que poderia ter sido bem mais tardia e diferente &ndash; deixaram um gosto agridoce nisso tudo.
N&atilde;o &eacute; surpresa que a tecnologia moderna, de digital a mec&acirc;nica, come&ccedil;ou a florescer a partir da <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/117623-conheca-a-historia-da-primeira-guerra-mundial.htm#:~:text=Em%20suma%2C%20a%20grande%20guerra,%2C%20Fran%C3%A7a%20e%20Gr%C3%A3%2DBretanha." rel="noopener noreferrer" target="_blank">Primeira Guerra Mundial</a>, e a inven&ccedil;&atilde;o dos suti&atilde;s tamb&eacute;m n&atilde;o foi diferente. Essa &eacute; a hist&oacute;ria de como os suti&atilde;s foram inventados e como a Primeira Guerra Mundial contribuiu para sua popularidade. Confira!
<h2>A ideia de Crosby</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/04/25/25220450174006.gif" alt="(Fonte: Bellatory/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Wikimedia Commons)
Aparentemente, tudo o que existe sobre as origens mais remotas do uso do suti&atilde; &eacute; em contexto liter&aacute;rio e n&atilde;o visual ou t&ecirc;xtil, portanto, n&atilde;o se sabe se isso foi inventivo ou n&atilde;o. Na <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/121465-6-filosofias-da-grecia-antiga-que-voce-precisa-conhecer.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Gr&eacute;cia Antiga</a>, como descrito na Il&iacute;ada de Homero, as mulheres usavam uma faixa de l&atilde; ou linho sobre os seios para prend&ecirc;-los.
O que pode embasar um pouco mais o surgimento do suti&atilde; na antiguidade &eacute; sua retrata&ccedil;&atilde;o em obras romanas, como as de Martial e Ov&iacute;dio, em que o objeto foi chamado de "estrofe" &ndash; o que seria uma adapta&ccedil;&atilde;o do grego str&oacute;phion, tamb&eacute;m conhecido como mamilare, mencionado em Lis&iacute;strata, de Arist&oacute;fanes. A pe&ccedil;a era usada pela mulher m&eacute;dia grega no dia a dia e poderia ser feita de v&aacute;rios materiais.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/04/25/25220647371008.jpg" alt="(Fonte: Shyaway Blog/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Wikimedia Commons)
Passando pelas circunstanciais bolsas de peito ou camisas com bolsas que as mulheres usavam na Alta Idade M&eacute;dia, chegamos aos espartilhos na virada do s&eacute;culo XVI. Em meados de 1500, a pe&ccedil;a de vestu&aacute;rio concretizou o surgimento do suti&atilde;. Ela se tornou item obrigat&oacute;rio para as mulheres da classe m&eacute;dia e da alta sociedade ocidental, respons&aacute;vel por causar doen&ccedil;as que v&atilde;o desde desmaios at&eacute; atrofia muscular devido &agrave; maneira como as aprisionava.
Em meio a Primeira Guerra Mundial, a editora nova-iorquina Caresse Crosby patenteou o primeiro suti&atilde; moderno nos Estados Unidos, a partir de uma ideia que teve enquanto se preparava para um baile de debutante. Ela vestiu um espartilho, que mais tarde em entrevistas descreveu como &ldquo;uma armadura em forma de caixa de osso de baleia e cord&atilde;o rosa&rdquo;, mas este acabou aparecendo atrav&eacute;s de seu vestido.
Para resolver o problema, ela pediu a empregada que a trouxesse dois len&ccedil;os de bolso e um pouco de fita rosa, montando e costurando os materiais em um simples prot&oacute;tipo que se tornaria um suti&atilde;, dispensando o uso do espartilho.
<h2>A revolu&ccedil;&atilde;o</h2>
<span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;The Exploress&nbsp;" data-fonte-url="https://images.squarespace-cdn.com/content/v1/5af1745bf793926c5c8fa04e/1602208609406-1LH2BF3MP14ZBKDLIP7D/82e5fe1f08708aeb9b8265c992b64b84.jpg"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/04/25/25220809809010.jpg" alt="(Fonte: The Exploress/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Institute of Archaeology/University of Innsbruck/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Foi ao entrar na festa que Crosby e sua inven&ccedil;&atilde;o come&ccedil;aram a fazer hist&oacute;ria, se tornando o assunto da noite entre as mulheres e as jovens, todas se perguntando como ela conseguia se mover e dan&ccedil;ar t&atilde;o livremente.
Assim que Crosby revelou sua cria&ccedil;&atilde;o, ela foi inundada por pedidos dessas mulheres para costurar suti&atilde;s para elas tamb&eacute;m. A popularidade entre seu c&iacute;rculo de amigas escalou para estranhos oferecendo US$ 1 por um de seus suti&atilde;s, fazendo com que Crosby decidisse abrir um neg&oacute;cio e patentear sua inven&ccedil;&atilde;o.
Ela at&eacute; conseguiu atrair alguns pedidos de lojas de departamento, mas seu neg&oacute;cio fracassou. Seu marido, ent&atilde;o, a convenceu a vender sua patente para a Warner Brothers Corset Co. por US$ 1.500.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/05/03/wikimedia-commons-03133308681189.jpg" alt="Wikimedia Commons" />Caresse Crosby. (Fonte: Wikimedia Commons)
Isso coincidiu com o pedido feito pelo Conselho das Ind&uacute;strias de Guerra dos EUA para que as mulheres americanas parassem de comprar seus espartilhos porque o metal era necess&aacute;rio para muni&ccedil;&atilde;o e outros suprimentos militares para a Primeira Guerra Mundial. Quando o conflito terminou, houve uma grave escassez de metal, decretando a derrocada oficial dos espartilhos e a ascens&atilde;o dos suti&atilde;s.
A princ&iacute;pio, a pe&ccedil;a era de tamanho &uacute;nico, feita de el&aacute;stico, at&eacute; que William e Ida Rosenthal, fundadores do Meidenform, deram introdu&ccedil;&atilde;o ao sistema de tamanhos para os suti&atilde;s no final da d&eacute;cada de 1920 e in&iacute;cio dos anos 1930. Hoje, quase 95% das mulheres nos pa&iacute;ses ocidentais usam suti&atilde;s, fruto de uma ind&uacute;stria bilion&aacute;ria que significa um pilar na economia.

Julio Cezar de Araujo