Imagem de Desglobalização: como o controverso movimento afeta o Brasil? no megacurioso

Por que os governos estão rompendo relações com as demais nações?

<head></head><body>Em linhas gerais, <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/120474-globalizacao-sul-coreana-os-bastidores-por-tras-do-sucesso-no-pais.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">globalização</a> é um processo crescente de interdependência econômica, cultural e social entre as nações do mundo; provocada pelo comércio transfronteiriço de bens, serviços, tecnologia, fluxos de investimento, pessoas e informações. Para boa parte dos historiadores, esse processo teve início ainda em 1492, com a viagem de <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/120900-cristovao-colombo-acreditava-que-a-terra-era-plana.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Cristóvão Colombo</a> ao Novo Mundo, mas as pessoas já faziam esse intercambio desde I a.C., durante a famosa <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/122654-alaqai-beki-a-rainha-mongol-que-governou-a-rota-da-seda.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Rota da Seda</a>.O comércio da seda foi um exemplo dos processos que levaram a um mundo globalizado através da sucessão de transformações e trocas econômicas e de novas tecnologias. O movimento tornou possível o acesso a novas culturas, difusão de tecnologia e inovações; gerou baixos custos nos produtos; padrões de vida mais elevados; e acesso a novos mercados e talentos.&nbsp;<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/09/21/21145339645304.jpg" alt="(Fonte: ThoughtCo./Reprodução)">(Fonte: ThoughtCo./Reprodução)Ainda é motivo de longo debate os malefícios da globalização, principalmente entre os especialistas. O aumento do processo é associado a diversos <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/122761-racismo-ambiental-a-pratica-que-destroi-o-planeta-e-a-vida-das-minorias.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">problemas ambientais</a>, como desmatamento e perda de biodiversidade devido à especialização econômica e desenvolvimento de infraestrutura; emissão de gases de <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/119719-como-os-cientistas-descobriram-o-efeito-estufa.htm#:~:text=No%20s%C3%A9culo%20XIX%2C%20as%20atividades,comp%C3%B5em%20o%20ar%20da%20Terra." rel="noopener noreferrer" target="_blank">efeito estufa</a>; e também na transmissão de doenças.Atualmente, o mundo está atravessando novamente o processo de desglobalização, que deu as caras após o início da <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/122077-5-mitos-a-respeito-da-primeira-guerra-mundial.htm#:~:text=Os%20EUA%20s%C3%B3%20entraram%20na,mexicanos%20lutassem%20ao%20lado%20alem%C3%A3o." rel="noopener noreferrer" target="_blank">Primeira Guerra Mundial</a>, até o começo da década de 1950.Mas como o Brasil está sendo afetado pela desglobalização?<h2>O fim da Pangeia</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/09/21/21145430156305.jpg" alt="(Fonte: Systemic Alternatives/Reprodução)">(Fonte: Systemic Alternatives/Reprodução)A desglobalização é exatamente o que a palavra propõe: um movimento em direção a um mundo menos conectado entre certas unidades mundiais, tipicamente por estados-nações poderosos que fazem o controle de suas fronteiras e desenvolvem soluções locais, em vez do contrário.O movimento é impulsionado pelo desequilíbrio comercial, pressão política, populismo, alta taxa de desempregos e tensões comerciais entre os países. Eventos recentes, como o Trumpismo, Brexit, declínio da última década em investimentos diretos estrangeiros, a <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/118567-a-era-das-pandemias-sera-essa-a-nossa-realidade.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">pandemia do coronavírus</a> e a invasão da <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/121166-ucrania-e-russia-as-origens-de-um-conflito-de-quase-um-seculo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Rússia à Ucrânia</a> foram fatores que alimentaram a nova onda.Contudo, alguns consideram precipitado dizer que o mundo já está em um período de desglobalização, visto que até mesmo a pandemia e as negociações sobre as mudanças climáticas demonstram a relevância da colaboração e interconectividade global. Mas na visão de alguns especialistas, como o cientista político Andrea Wirching, a globalização está para a economia como a democracia para a sociedade. Ou seja, ou corrige suas falhas ou corre riscos reais de extinção.<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/09/21/21145616311306.jpg" alt="(Fonte: Mint/Reprodução)">(Fonte: Mint/Reprodução)Isso porque a premissa de um mundo sem barreiras, tanto econômica quanto social e politicamente, falhou em todo o planeta. “A desigualdade está crescendo e, no final das contas, há mais perdedores do que vencedores”, disse ele.As consequências inflamatórias da desglobalização implicam em como a decisão de um país pode levar os demais a seguirem o exemplo, acabando por distorcer potencialmente os padrões globais de produção e comércio, piorando a situação de muitas nações. Em uma visão macroscópica, o movimento resulta no aumento da pobreza e desigualdade – não em todos os países –, instabilidade política média e um aumento substancial no risco de guerra interestatal.<h2>O Brasil no meio do problema</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/09/21/21145834420307.jpg" alt="(Fonte: Dicas e Dica/Reprodução)">(Fonte: Dicas e Dica/Reprodução)No Brasil, a onda de desglobalização é interpretada através do processo de desindustrialização, ou seja, o retorno das multinacionais a seus países de origem – o mesmo acontece na América do Norte, Ásia e Europa.Nos últimos 3 anos, a Ford fechou fábricas em Camaçari (Bahia) e São Bernardo do Campo (São Paulo) depois de 109 anos de sua chegada no país, enquanto a japonesa Sony abandou a Zona Franca de Manaus, e a rede de hipermercados Walmart vendeu a operação no país. Segundo o professor do Insper e sócio da consultoria empresarial KC&amp;D, David Kallas, são essas incertezas que agravam a situação do Brasil, deixando o ambiente de negócios mais difícil para as empresas trabalharem.Para ele, existe uma diferença muito grande entre manter uma empresa em um lugar que cresce 2% ao ano com estabilidade, e outra é estar em um país que cresce 7% e em seguida cai 4% em um ano. Isso é considerado muito danoso para as organizações.<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/09/21/21150012616309.jpg" alt="(Fonte: Folha PE/Reprodução)">(Fonte: Folha PE/Reprodução)A pandemia e a guerra na Ucrânia inflamaram o movimento de desglobalização, porque muitos países passaram a repensar sua dependência externa de forma geral, indo de produtos hospitalares a petróleo.“Há algum tempo, o desemprego gerado em alguns setores pela redistribuição da produção mundial vem gerando uma perigosa ascensão de políticos populistas, xenófobos e protecionistas ao redor do mundo. Tudo isso deve seguir trazendo turbulências ao comércio internacional por um período”, disse Eduardo Felipe Matias, escritor, empresário e doutor em direito internacional pela Universidade de São Paulo (USP), em matéria à IstoÉ Dinheiro.<h2>O copo meio vazio</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/09/21/21150336514312.jpg" alt="(Fonte: O Globo/Reprodução)">(Fonte: O Globo/Reprodução)Com os embargos do Ocidente ao governo de Putin, em razão à guerra deflagrada por ele, deve acelerar a nacionalização de produtos essenciais para outros países, como os fertilizantes para o agronegócio no Brasil.Atualmente, os brasileiros têm uma minúscula participação no comércio global, apenas 1,26%, o que significa que podemos sofrer menos com os avanços da desglobalização. No que o Brasil tem se beneficiado é na exportação de commodity, visto que os alimentos e matérias-primas serão exportados seja qual for o destino – o que tem acontecido devido à guerra ucraniana.No trigo, até julho deste ano, o Brasil já batia 2,51 milhões de toneladas exportadas, 1,29 milhão do que toda exportada no ano passado.<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/09/21/21150426652315.jpg" alt="(Fonte: Investidor Sardinha/Reprodução)">(Fonte: Investidor Sardinha/Reprodução)De acordo com Tatiana Pinheiro, economista-chefe da Galapagos Capital, como exportador líquido de commodities, o Brasil tem saldo positivo por ser líder na produção de várias delas e por estar entre os 5 maiores produtores no ranking mundial.Pinheiro também ressalta que, para além de fornecer produtos não manufaturados, cujas cadeias foram impactados, o Brasil pode se beneficiar do processo de redistribuição da cadeia produtiva industrial. Faz sentido que o país se beneficie no processo de regionalização, visto que está em uma posição privilegiada, conseguindo atender tanto os EUA quanto a Europa.Esses seriam um dos vieses onde o copo aparece cheio para o Brasil no contexto da desglobalização, enquanto o copo meio vazio é que, se o movimento se concretizar, o Brasil será um dos países que perderá muito com o empobrecimento coletivo, menor eficiência na produção global e protecionismo em território onde há indústrias essenciais.</body>

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Desglobalização: como o controverso movimento afeta o Brasil?

Imagem de Chester Greendwood fez revolução ao inventar os protetores de orelha no megacurioso

O acessório simples foi influente na Primeira Guerra Mundial e mudou a economia de uma cidade inteira

O estado do Maine est&aacute; localizado a nordeste dos Estados Unidos, e al&eacute;m de ser conhecido pelo seu litoral rochoso e sua vasta hist&oacute;ria mar&iacute;tima, ele tamb&eacute;m &eacute; famoso por seus invernos extremamente frios, que culminam em ver&otilde;es bem amenos.
Portanto, existe um motivo pelo qual, h&aacute; 39 anos, o primeiro s&aacute;bado de inverno &eacute; chamado de Chester Greenwood Day, em homenagem ao ambicioso e revolucion&aacute;rio homem (ainda menino, quando come&ccedil;ou) que inventou um acess&oacute;rio t&atilde;o comum, mas que salva pessoas at&eacute; hoje dos frios intensos: os protetores de orelha.
<h2>Transformando necessidade em inven&ccedil;&atilde;o</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/09/21/fonte-uspto-reproducao-21152224089329.jpg" alt="(Fonte: USPTO/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: USPTO/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Nascido em 4 de dezembro de 1858, na regi&atilde;o de Farmington, no Maine (EUA), Greenwood se tornou um &aacute;vido entusiasta da<a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/121115-como-os-patinadores-artisticos-nao-ficam-tontos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">&nbsp;patina&ccedil;&atilde;o no gelo</a>&nbsp;aos 15 anos, aproveitando ao m&aacute;ximo as lagoas congeladas pr&oacute;ximo de onde morava no momento que o inverno chegava.
Foi assim que ele descobriu que n&atilde;o conseguia patinar por muito tempo, porque suas orelhas congelavam com o vento enregelado, uma vez que n&atilde;o podia usar os famosos gorros de l&atilde; como prote&ccedil;&atilde;o porque era al&eacute;rgico. At&eacute; hoje existe um debate se as orelhas de Greenwood eram extremamente sens&iacute;veis, a ponto de ficarem azuis, ou se eram apenas grandes demais e frias, como seus descendentes alegam, segundo registros familiares.
Seja como for, o jovem precisava encontrar uma alternativa para continuar brincando durante o inverno sem que suas orelhas congelassem, portanto, ele teve a ideia de desenvolver uma esp&eacute;cie de arma&ccedil;&atilde;o arredondada feita de metal que fosse compat&iacute;vel com a circunfer&ecirc;ncia de sua cabe&ccedil;a. Em cada ponta, com ajuda de sua av&oacute;, foram costuradas pequenas almofadas de flanela e pele de castor. Assim surgiu o primeiro protetor de orelhas (earmuffs) da hist&oacute;ria.
A princ&iacute;pio, como sempre acontece diante de algo novo, Greenwood sofreu muito&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/comportamento/99435-para-quem-faz-bullying-agir-com-violencia-e-tao-bom-quanto-comer-chocolate.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">bullying</a>&nbsp;dos colegas e de estranhos que o encontravam usando os protetores, devido ao design considerado "pitoresco" para &eacute;poca. No inverno, o comum era utilizar os tradicionais gorros de l&atilde; ou chap&eacute;us com abas especiais que rebatiam o vento frio.
<h2>Fazendo hist&oacute;ria</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/09/21/skate-guard-reproducao-21152722945335.jpg" alt="Skate Guard/Reprodu&ccedil;&atilde;o" />(Fonte: Skate Guard/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Apesar disso, Greenwood n&atilde;o s&oacute; continuou usando sua inven&ccedil;&atilde;o quanto realizando melhorias para seu conforto. Ao longo dos anos, ele acabou substituindo a arma&ccedil;&atilde;o de metal, e as almofadas passaram a ser articuladas para garantir maior press&atilde;o contra as orelhas, facilitando at&eacute; mesmo sua portabilidade.
Ap&oacute;s 10 anos, o jovem decidiu abrir uma pequena f&aacute;brica para disseminar sua inven&ccedil;&atilde;o. No come&ccedil;o, ele empregava apenas 11 trabalhadores, que chegaram a produzir at&eacute; 50 mil pares de protetores em 1883. Aos poucos, a inven&ccedil;&atilde;o feita pelas m&atilde;os de sua falecida av&oacute; se tornava um neg&oacute;cio lucrativo o suficiente para sustentar toda sua fam&iacute;lia.
Apesar da linha de produ&ccedil;&atilde;o, Greenwood fez quest&atilde;o de contratar mulheres locais que faziam costura &agrave; m&atilde;o em casa para fechar os protetores manualmente, preservando o toque importante dado por sua av&oacute; &ndash; e que fez toda a diferen&ccedil;a anos antes para que o acess&oacute;rio se tornasse funcional.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/09/21/fonte-anna-om-getty-images-21152936736336.jpg" alt="(Fonte: Anna_Om/Getty Images)" />(Fonte: Anna_Om/Getty Images)
Segundo Denis Haszko, agente de patentes do escrit&oacute;rio de advocacia Eaton Peabody, apesar de os protetores de orelhas de Greenwood n&atilde;o terem sido, necessariamente, os primeiros do mundo, foram a vers&atilde;o mais aprimorada que j&aacute; existiu &ndash; e tamb&eacute;m a que fez sucesso. Se uma patente fosse solicitada hoje, seria muito mais dif&iacute;cil, caro e demorado do que h&aacute; 143 anos.
Como aconteceu em v&aacute;rios setores industriais, quando a<a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/117623-conheca-a-historia-da-primeira-guerra-mundial.htm#:~:text=Em%2028%20de%20junho%20de,in%C3%ADcio%20da%20Primeira%20Guerra%20Mundial." rel="noopener noreferrer" target="_blank">&nbsp;Primeira Guerra Mundial</a>&nbsp;eclodiu, o&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/119905-como-teria-sido-o-mundo-sem-a-primeira-guerra-mundial.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">inverno rigoroso&nbsp;</a>&nbsp;enfrentado no campo de batalha exigiu que o empres&aacute;rio come&ccedil;asse a exportar seus protetores, criando uma demanda t&atilde;o alta que construiu um verdadeiro imp&eacute;rio que transformou a economia e a hist&oacute;ria de Farmington.
Chester Greewnwood faleceu em 5 de julho de 1937, aos 78 anos, em sua cidade natal no Maine, onde tudo come&ccedil;ou, ap&oacute;s ter alcan&ccedil;ado a marca de mais de 400 mil pares de protetores em 1 ano de produ&ccedil;&atilde;o. Ao longo de sua vida, ele continuou criando inven&ccedil;&otilde;es, acumulando mais de 100 patentes em seu nome, entre dispositivos dom&eacute;sticos e industriais.

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Chester Greendwood fez revolução ao inventar os protetores de orelha

Imagem de Cadeira da Coroação: a jornada do móvel mais precioso da História no megacurioso

O móvel foi construído para proteger algo 'sagrado' que já foi motivo de conflitos

Desde o s&eacute;culo XIV, todos os monarcas que ascenderam ao trono da Inglaterra nos &uacute;ltimos 700 anos, incluindo a&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/122989-o-que-sao-os-itens-de-luxo-no-caixao-da-rainha-elizabeth-ii.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">rainha Elizabeth II</a>, foram coroados na Cadeira da Coroa&ccedil;&atilde;o, encomendada por Eduardo I em meados de 1296. A rainha Maria II foi a &uacute;nica monarca coroada em uma c&oacute;pia da cadeira.
A cerim&ocirc;nia de&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/122986-a-misteriosa-carta-de-elizabeth-ii-que-so-pode-ser-aberta-em-2085.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">coroa&ccedil;&atilde;o&nbsp;</a>brit&acirc;nica &eacute; considerada um marco na hist&oacute;ria da monarquia, visto que seu objetivo &eacute; sagrar e tornar oficial a ascens&atilde;o do rei ou rainha ao trono atrav&eacute;s de v&aacute;rias tradi&ccedil;&otilde;es e protocolos tradicionais e religiosos antes do juramento formal de governar sua na&ccedil;&atilde;o com sabedoria, honra e miseric&oacute;rdia.
Entre essa quantidade de regras, usar a Cadeira do rei Eduardo I, tamb&eacute;m conhecida como Cadeira de Santo Eduardo ou Trono da Coroa&ccedil;&atilde;o, &eacute; uma delas.
<h2>O repouso de um objeto sagrado</h2>
<figure><img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/09/21/21151050808320.jpg" alt="(Fonte: Wikimedia Commons/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" /><a class="fonte_imagem" href="https://commons.wikimedia.org/wiki/File:The_Coronation_Chair.jpg"> </a></figure>
Quando o rei Eduardo I ordenou que fosse criada a Cadeira da Coroa&ccedil;&atilde;o, seu intuito era que ela escondesse a Pedra de Scone. Tamb&eacute;m chamada de Pedra do Destino, o objeto era considerado sagrado para o soberano escoc&ecirc;s, mas suas origens s&atilde;o desconhecidas. De acordo com uma lenda, a pedra seria a mesma que Jac&oacute; usou como travesseiro, como descrito no livro&nbsp;G&ecirc;nesis&nbsp;da&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/121651-existe-alguma-mencao-ao-dizimo-na-biblia.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">B&iacute;blia</a>, onde sonhou com uma escada para o Para&iacute;so.
Pesando 136 quilos e medindo 26 cent&iacute;metros de comprimento por 16 de largura e 11 de altura, a Pedra de Scone teria sido transportada para o Egito e viajado para v&aacute;rias regi&otilde;es at&eacute; chegar na Irlanda, em algum momento de 700 a.C. Em 1296, ap&oacute;s o tratado com a Fran&ccedil;a assinado pelo rei John Balliol da Esc&oacute;cia, n&atilde;o fornecendo ajuda a Eduardo I em sua guerra contra os franceses, ele se voltou contra os escoceses e originou a famosa Batalha de Dunbar.
Ap&oacute;s o triunfo brit&acirc;nico, Eduardo I pegou a Pedra de Scone da Abadia de Scone e a levou para a Abadia de Westminster, com a coroa e o cetro escoceses. A princ&iacute;pio, Eduardo I ordenou que a Cadeira da Coroa&ccedil;&atilde;o fosse feita de bronze, mas depois optou pela madeira, assim teria como posicionar sob o assento, em um espa&ccedil;o retangular, a Pedra de Scone.
Ao longo dos s&eacute;culos de exist&ecirc;ncia e hist&oacute;ria, a Cadeira da Coroa&ccedil;&atilde;o sofreu v&aacute;rios tipos de avarias, perdendo muito do seu esplendor inicial. O artes&atilde;o que a confeccionou, Walter de Durham, a pintou com animais e folhagens; posicionou pain&eacute;is de vidro coloridos com decora&ccedil;&otilde;es douradas; e esculpiu os bra&ccedil;os com a escultura de le&otilde;es.
Tudo isso acabou sujo, desbotado, quebrado ou at&eacute; mesmo pichado. Em algum momento de 1914, a cadeira foi danificada at&eacute; por uma bomba, al&eacute;m de ser roubada na d&eacute;cada de 1950. S&oacute; em 2010 que foi amplamente restaurada para preservar a soberania e detalhes originais.
<h2>A trajet&oacute;ria</h2>
<figure><img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/09/21/21151239738321.jpg" alt="(Fonte: British Heritage Travel/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" /><a class="fonte_imagem" href="https://britishheritage.com/royals/queen-elizabeth-iis-coronation-facts"> </a></figure>
Por muitos s&eacute;culos, a Cadeira da Coroa&ccedil;&atilde;o permaneceu na Capela de S&atilde;o Eduardo, at&eacute; que o local fosse fechado ao p&uacute;blico, em 1997. No ano seguinte, a pe&ccedil;a foi transferida para a Abadia de Westminster, mas hoje &eacute; mantida na Capela de S&atilde;o Jorge, ao lado do t&uacute;mulo de Henrique V, de onde s&oacute; &eacute; retirada para a cerim&ocirc;nia de coroa&ccedil;&atilde;o de um novo monarca.
Na pr&oacute;xima coroa&ccedil;&atilde;o no Reino Unido, que deve ser a do Pr&iacute;ncipe William, a Esc&oacute;cia deve emprestar a Pedra de Scone para ser usada durante a cerim&ocirc;nia e "aben&ccedil;oar" a celebra&ccedil;&atilde;o. Em 1328, foi assinado o Tratado de Northampton, que reconheceu a independ&ecirc;ncia da Esc&oacute;cia, e em que a Inglaterra garantiu devolver a Pedra de Scone.
Contudo, o abade da Abadia de Westminster se recusou a cumprir com o combinado, o que demorou at&eacute; 1996 para que os brit&acirc;nicos fizessem o que havia acordado no tratado. A pedra foi transportada de trem at&eacute; o Castelo de Edimburgo com uma escolta policial especial, em uma viagem que levou 6 horas.
Atualmente, a Pedra de Scone est&aacute; em Perth, na Esc&oacute;cia, a poucos quil&ocirc;metros de onde foi retirada s&eacute;culos atr&aacute;s, e sob prote&ccedil;&atilde;o constante.

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Cadeira da Coroação: a jornada do móvel mais precioso da História

Imagem de O primeiro acidente de carro no Brasil foi a 4 km/h no megacurioso

E ainda envolveu o famoso poeta Olavo Bilac!

<head></head><body>Foi no início da década de 1920, que o estado de São Paulo recebeu as primeiras filiais das fábricas da <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/118168-ford-flivver-o-fracasso-que-abalou-o-magnata-henry-ford.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Ford&nbsp;</a>e General Motors, se tornando o primeiro lugar do Brasil a começar a impulsionar a indústria automotiva que já ganhava forçava nos Estados Unidos. Antes disso, <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/109807-voce-ja-parou-para-pensar-como-e-construido-um-aviao.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Alberto Santos Dumont</a>, o pai da aviação, já havia circulado pelas ruas brasileiras com um veículo movido a gasolina, no final do século XIX. Era um modelo Peugeot Type 3 Vis-a-Vis, conhecido na França como Peugeot Voiturette.Entre 1920 e 1939, o número de carros em São Paulo foi de 5 mil para 43 mil, sendo que o país ainda nem havia começado sua era de transformações vitais que impulsionaram o Brasil para a modernidade.Se você imaginou que foi durante esse período que aconteceu o primeiro acidente de carro no Brasil, bem, está enganado.<h2>O carro do futuro</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/09/21/21141305763263.jpg" alt="(Fonte: Autoentusiastas/Reprodução)">(Fonte: Autoentusiastas/Reprodução)Atualmente, existe quase 60 milhões de automóveis registrados no Brasil, conforme os dados da Secretaria Nacional de Trânsito do Ministério da Infraestrutura, mas a frota total está estimada em mais de 100 milhões. Apesar de todas as leis e restrições, esse número acaba sendo proporcional ao de acidentes, que subiu de 63.548 em 2020, para 64.441 em 2022.Mas acidentes automobilísticos são crônicas diárias na história do Brasil desde 1897, quando a velocidade de um veículo motorizado a vapor não ultrapassava 4 km/h. O primeiro acidente aconteceu no Rio de Janeiro, em uma época em que nem sequer havia ruas asfaltadas, e envolveu o influente poeta Olavo Bilac, membro e fundador da Academia Brasileira de Letras.<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/09/21/21141558934265.jpg" alt="Olavo Bilac. (Fonte: Brasil Escola/Reprodução)">Olavo Bilac. (Fonte: Brasil Escola/Reprodução)Na ocasião, ele guiava um Serpollet, inventado pelo francês Léon Serpollet, feito de uma tecnologia considerada "novidade" na Europa, por carregar um tipo de caldeira menor e mais controlável que movia o veículo com a produção de vapor.O veículo chegou ao Brasil pelas mãos de José do Patrocínio, amigo de Bilac, que panfletou o carro como "um veículo do futuro". Para o homem, o carro foi o anunciava um futuro inevitável: a morte dos tílburis e até da estrada de ferro. As pessoas ficaram escandalizadas com o Serpollet, mas só Bilac teve a honra de ser convidado não apenas para dar uma volta, mas para dirigi-lo.<h2>A batida</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/09/21/21141720311266.jpg" alt="(Fonte: São Paulo Antiga/Reprodução)">(Fonte: São Paulo Antiga/Reprodução)Com Patrocínio sentado ao banco do carona, à esquerda, Bilac assumiu a direção sem nunca ter tido contato com um automóvel, e em uma era que não era preciso nenhum tipo de licença ou autoescola. Tudo o que o poeta recebeu foram as instruções de Patrocínio sobre como a invenção funcionava, e assim eles partiram de Botafogo rumo à Estrada Velha da Tijuca, no Alto da Boa Vista.Mas antes mesmo da primeira curva, quando o Serpollet já havia atingido o auge de sua velocidade, os meros 4 km/h, Bilac perdeu o controle e, lentamente, foi em direção a árvore mais próxima. O impacto não machucou nenhum dos passageiros, porém foi o suficiente para destruir o carro.Demorou até 1906 para que o público soubesse da história marcante, descrita no jornal Correio da Manhã. Nele, o desfecho foi esperado: o carro caríssimo e inovador foi parar em um ferro-velho, após ser guinchado do local onde se desmontou. O automóvel ficou encostado e serviu de abrigo até mesmo para as galinhas antes de encontrar seu destino.</body>

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O primeiro acidente de carro no Brasil foi a 4 km/h

Imagem de Videogame: vício de jovens brasileiros está acima da média mundial no megacurioso

Estudo feito por uma psicóloga brasileira indicou números considerados alarmantes

De&nbsp;Tennis For Two, desenvolvido em 1958 pelo f&iacute;sico nuclear William Higinbotham, a&nbsp;God Of War: Ragnarok, feito por um grupo de projetistas e lan&ccedil;ado por uma empresa multinacional, os&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/121395-o-que-e-a-geracao-nintendo-e-por-que-ela-preocupa-o-pentagono.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">jogos de videogame</a>&nbsp;percorreram um longo caminho desde que se tornaram uma atra&ccedil;&atilde;o comercial na d&eacute;cada de 1970.
Entre 1972 e 1985, mais de 15 empresas surgiram para desenvolver jogos para o mercado em constante expans&atilde;o, alimentando uma das ind&uacute;strias de entretenimento que lucra cerca de US$ 130 bilh&otilde;es por ano, entre videogames de console tradicionais, port&aacute;teis, h&iacute;bridos, de realidade aumentada ou online.
Apesar de ser desfrutado por todas as pessoas das mais variadas idades, pesquisas constataram que homens possuem um tempo de jogo maior que as mulheres, passando uma m&eacute;dia de 98 minutos di&aacute;rios, em contraste com 77 minutos di&aacute;rios feito por elas. A faixa et&aacute;ria com maior probabilidade de se tornar viciada em jogos &eacute; entre 18 e 34 anos.
Foi o excesso de videogame que fez a plataforma ir de um benef&iacute;cio &agrave; sa&uacute;de a preju&iacute;zo severo. O estudo realizado por Lu&iacute;za Brand&atilde;o, doutora em Psicologia Cl&iacute;nica do Instituto de Psicologia (IP), identificou que a taxa dos jovens brasileiros que fazem uso abusivo de videogames est&aacute; acima da m&eacute;dia mundial.
<h2>Os 28,17%</h2>
<span data-fonte="(Fonte: CasarsaGuru/Getty Images)" data-fonte-url="https://www.gettyimages.com.br/detail/foto/teenage-boy-playing-multiplayer-games-on-desktop-imagem-royalty-free/1219162009" class="img-fc"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/09/16/casarsaguru-getty-images-16155002725068.jpg" alt="CasarsaGuru/Getty Images" />(Fonte: CasarsaGuru/Getty Images)
Atrav&eacute;s de um question&aacute;rio feito com milhares de adolescentes matriculados em escolas da rede p&uacute;blica do Brasil, Brand&atilde;o colheu que 85,85% dos entrevistados jogam videogames, e 28,17% desses fazem uso abusivo dele, configurando os crit&eacute;rios de Transtorno de Jogo pela Internet (TJI), como descrito no Manual Diagn&oacute;stico e Estat&iacute;stico de Transtornos Mentais &ndash; usado por profissionais da &aacute;rea de sa&uacute;de mental em todo o mundo para fazer diagn&oacute;sticos cl&iacute;nicos, conforme prev&ecirc; a Associa&ccedil;&atilde;o Americana de Psiquiatria.
O&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/122908-depressao-conheca-os-6-tipos-mais-comuns-da-doenca.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">transtorno&nbsp;</a>&eacute; caracterizado pelo uso excessivo de jogos online, podendo desestimular outras &aacute;reas da vida de uma pessoa, desde atividades escolares at&eacute; intera&ccedil;&otilde;es sociais, causando extrema abstin&ecirc;ncia.
Embora as pessoas tendam a olhar para os Estados Unidos e a China, por serem os pa&iacute;ses com mais jogadores e deterem o poderio da ind&uacute;stria mundial dos videogames, Brand&atilde;o apontou ao&nbsp;Jornal da USP&nbsp;que a preval&ecirc;ncia de jovens que jogam abusivamente encontrada no Brasil j&aacute; &eacute; maior que a de outros pa&iacute;ses.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/09/16/fonte-lacheev-getty-images-16155113813069.jpg" alt="(Fonte: Lacheev/Getty Images)" />(Fonte: Lacheev/Getty Images)
O que a fez defender a tese&nbsp;Fatores associados ao uso problem&aacute;tico de videogames entre adolescentes brasileiros, foi a percep&ccedil;&atilde;o no aumento de procura por ajuda psicol&oacute;gica por conta de problemas envolvendo uso excessivo de videogames pela popula&ccedil;&atilde;o de crian&ccedil;as e adolescentes &ndash; apesar de as pessoas consideraram que o v&iacute;cio &eacute; uma "bobagem" ou uma hist&oacute;ria &ldquo;chata&rdquo;.
Para isso, Brand&atilde;o utilizou os dados do #Tamojunto2.0, um programa do Minist&eacute;rio da Sa&uacute;de desenvolvido para a preven&ccedil;&atilde;o ao uso de &aacute;lcool e drogas pelos jovens, inspirado nos moldes do programa europeu&nbsp;Unplugged, feito com alunos que cursavam o oitavo ano de 73 escolas p&uacute;blicas de S&atilde;o Paulo, Eus&eacute;bio (CE) e Fortaleza.
Os alunos responderam ao question&aacute;rio sobre o uso de drogas, pr&aacute;ticas de bullying, classe socioecon&ocirc;mica, sintomas psiqui&aacute;trico e videogames de maneira an&ocirc;nima. O resultado foi que a faixa et&aacute;ria de v&iacute;cio em jogos ficou entre 12 e 14 anos, dos quais 50% dos jovens pertenciam &agrave; classe m&eacute;dia, dos 5.371 participantes.
<h2>Entendo o problema</h2>
<span data-fonte="(Fonte: Antonio_Diaz/Getty Images)" data-fonte-url="https://www.gettyimages.com.br/detail/foto/tired-man-sleeping-because-of-a-boring-video-game-imagem-royalty-free/1345016980" class="img-fc"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/09/16/antonio-diaz-getty-images-16155240392070.jpg" alt="Antonio_Diaz/Getty Images" />(Fonte: Antonio_Diaz/Getty Images)
A pesquisa de Brand&atilde;o entendeu que o motivo de os jovens brasileiros desenvolverem um v&iacute;cio t&atilde;o grande em jogos de videogame tem a ver com a falta de acesso a servi&ccedil;os de lazer e esportes p&uacute;blicos, e aos &iacute;ndices de viol&ecirc;ncia que distanciam cada vez mais eles dos encontros presenciais fora do &acirc;mbito residencial.
Al&eacute;m disso, o grupo considerado de risco, ou seja, mais propenso ao v&iacute;cio, est&aacute; associado a um perfil de jovens do sexo masculino, consumidores de cigarro e &aacute;lcool, que praticam ou s&atilde;o v&iacute;timas de bullying, com sintomas de hiperatividade, problemas de conduta e de relacionamento entre pares &ndash; aquele que acontece entre pessoas com caracter&iacute;sticas semelhantes, como idade e habilidades. 57% dos jovens tamb&eacute;m jogam obsessivamente procurando se descolar de sua realidade.
A obsess&atilde;o pelo videogame cria um problema extenso tanto para os jovens quanto para o seio familiar, uma vez que a maioria deles moram com suas fam&iacute;lias, podendo haver crescimento nos conflitos para que eles interrompam essa atividade de modo for&ccedil;ado. O resultado &eacute; a cria&ccedil;&atilde;o de uma percep&ccedil;&atilde;o ruim da imagem dos pais na mente do jovem, erup&ccedil;&otilde;es de revolta, e comportamento agressivo que enfraquece aos poucos os v&iacute;nculos afetivos.
Em meio a todo esse cen&aacute;rio, a psiquiatra Sylvia van Enck, especialista em depend&ecirc;ncias tecnol&oacute;gicas do Instituto de Psiquiatria da USP, deixa claro que os games n&atilde;o s&atilde;o nocivos, apenas seu uso descontrolado, a ponto de se tornar um substituto da vida real. &Eacute; cientificamente comprovado seus benef&iacute;cios estrat&eacute;gicos que estimulam o desenvolvimento cognitivo.
Uma vez que o v&iacute;cio come&ccedil;a quando as crian&ccedil;as passam a usar tecnologias &ndash; ultimamente cada vez mais cedo devido ao apelo moderno &ndash;, portanto, a especialista recomenda que a introdu&ccedil;&atilde;o das telas comece a partir dos 5 ou 7 anos como um substituto ocasional da presen&ccedil;a dos pais. Desse modo, a rela&ccedil;&atilde;o ao tempo de tela ser&aacute; mais sadia e controlada, e a crian&ccedil;a ou jovem tende a busc&aacute;-la apenas quando os pais n&atilde;o est&atilde;o dispon&iacute;veis para brincar ou dar aten&ccedil;&atilde;o.

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Videogame: vício de jovens brasileiros está acima da média mundial

Imagem de Superpopulação: quantas pessoas a Terra consegue aguentar? no megacurioso

No passo que a humanidade está indo, é possível que até o fim do século haja cerca de 10 bilhões de pessoas no mundo

Atualmente, h&aacute; cerca 7,753 bilh&otilde;es de pessoas no planeta. Foi na virada do s&eacute;culo XIX que a casa de 1 bilh&atilde;o de habitantes foi alcan&ccedil;ada pela 1&ordf; vez na hist&oacute;ria, o que levou apenas 20 anos para que mais 1 bilh&atilde;o de pessoas nascessem. Em 1960, outro bilh&atilde;o j&aacute; havia sido adicionado em 40 anos, no per&iacute;odo considerado o de maior crescimento populacional at&eacute; ent&atilde;o.
Conforme os dados de proje&ccedil;&atilde;o elaborados pela Organiza&ccedil;&atilde;o das Na&ccedil;&otilde;es Unidas (ONU), a popula&ccedil;&atilde;o global aumentar&aacute; para 10,9 bilh&otilde;es at&eacute; o final do s&eacute;culo. At&eacute; l&aacute;, &eacute; bem poss&iacute;vel que os problemas enfrentados at&eacute; agora com superpopula&ccedil;&atilde;o tenha dobrado ou talvez atingido seu limite e iniciado uma&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/122688-sobrevivencialismo-a-pratica-que-voce-ja-teve-e-talvez-nao-saiba.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">era de extin&ccedil;&atilde;o</a>.
Tendo isso em mente, &eacute; imposs&iacute;vel n&atilde;o pensar&nbsp;quantas pessoas a Terra suporta?
<h2>O caminho para o desastre</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/09/16/a-16160340813076.jpg" alt="a" />(Fonte: Forbes)
Quando j&aacute; havia &ldquo;s&oacute;&rdquo; cerca de 900 milh&otilde;es de pessoas na Terra no final do s&eacute;culo XVIII, o fil&oacute;sofo Thomas Malthus (1766-1834) j&aacute; dizia, no ensaio An Essay on the Principle of Population&nbsp;(1798), que a r&aacute;pida reprodu&ccedil;&atilde;o dos seres humanos acabaria levando &agrave; superpopula&ccedil;&atilde;o do planeta, consumindo todos os oa recursos dispon&iacute;veis e terminando com a civiliza&ccedil;&atilde;o devido a uma fome em massa.
Ainda que isso n&atilde;o tenha acontecido &agrave; sombra do 1&ordm; bilh&atilde;o de pessoas no planeta, as palavras obscuras de Malthus ainda nos perseguem e, com mais for&ccedil;a ainda no momento, tendo em vista os in&uacute;meros vieses que adquiriu. Para a maioria dos especialistas, foi-se o tempo em que a humanidade deveria se preocupar em apenas morrer de&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/122671-as-sinistras-mensagens-reveladas-nas-pedras-da-fome.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">fome</a>.
Apesar disso, a escassez de alimentos ainda &eacute; uma das vari&aacute;veis, visto que h&aacute; restri&ccedil;&otilde;es na quantidade que a Terra pode produzir. O sociobi&oacute;logo Eward O. Wilson (1929-2021), da Universidade Harvard, escreveu no livro&nbsp;The Future of Life&nbsp;que, ainda que todos os gr&atilde;os cultivados sejam dedicados &agrave;&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/121579-o-que-aconteceria-se-a-industria-da-carne-acabasse.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">alimenta&ccedil;&atilde;o humana</a>&nbsp;(e n&atilde;o ao gado), existe um limite para o quanto as quantidades dispon&iacute;veis podem se estender, visto que as restri&ccedil;&otilde;es da biosfera s&atilde;o fixas.
&ldquo;Se todos concordassem em se tornar vegetarianos, deixando pouco ou nada para o gado, os atuais 1,4 bilh&atilde;o de hectares de terra ar&aacute;vel (3,5 bilh&otilde;es de acres) sustentariam cerca de 10 bilh&otilde;es de pessoas&rdquo;, escreveu Wilson.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/09/16/a-16160422955077.jpg" alt="a" />(Fonte: Return to Now)
Joel E. Cohen, chefe do Laborat&oacute;rio de Popula&ccedil;&otilde;es da Rockfeller University e da Columbia University, em entrevista &agrave;&nbsp;LiveScience, disse haver pouco consenso sobre quantas pessoas a Terra pode suportar, embora, desde 1679, pesquisadores ou estudiosos, como o inventor do microsc&oacute;pio Anton van Leeuwenkoek (1632-1723), aleguem que o planeta pode suportar cerca de 13 bilh&otilde;es de humanos.
Cohen argumenta que a dispers&atilde;o das estimativas de quantas pessoas a Terra pode suportar aumentam ao longo do tempo. Partindo do princ&iacute;pio da "capacidade de carga", um termo ent&atilde;o usado s&oacute; por engenheiros at&eacute; que fosse aplicado na Ecologia em meados do s&eacute;culo XIX, uma popula&ccedil;&atilde;o permanecer&aacute; est&aacute;vel se as taxas de natalidade e mortalidade forem iguais, por&eacute;m resultados externos, como polui&ccedil;&atilde;o e doen&ccedil;as, podem aumentar ou diminuir a capacidade de carga de um h&aacute;bitat.
Em outras palavras, o quanto a Terra suporta de pessoas depende tanto das restri&ccedil;&otilde;es naturais quanto das escolhas humanas, que podem ir da economia &agrave; cultura, passando pela maneira como &eacute; produzido e consumido os bens, at&eacute; migra&ccedil;&otilde;es e expectativa de vida m&eacute;dia.
&ldquo;O futuro da popula&ccedil;&atilde;o mundial &eacute; impulsionado por uma mistura de sobreviv&ecirc;ncia e reprodu&ccedil;&atilde;o&rdquo;, disse Patrick Gerland, da Divis&atilde;o de Popula&ccedil;&atilde;o das Na&ccedil;&otilde;es Unidas (ONU) em Nova York, &agrave;&nbsp;LiveScience. "Se voc&ecirc; tem uma propor&ccedil;&atilde;o de dois filhos por casal, ent&atilde;o voc&ecirc; pode continuar indo para um tamanho mais ou menos est&aacute;vel da popula&ccedil;&atilde;o ou declinar. Se voc&ecirc; estiver acima disso, e a maioria das pessoas sobreviver, ent&atilde;o sua popula&ccedil;&atilde;o crescer&aacute;", ele explica.
<h2>A raiz profunda</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/09/16/a-16160458076078.jpg" alt="a" />(Fonte: The Overpopulation Project)
A popula&ccedil;&atilde;o mundial caminha para a marca de 10,4 bilh&otilde;es de habitantes, segundo um consenso cient&iacute;fico, e isso deve acontecer em algum momento nos meados da d&eacute;cada de 2080. No entanto, em 2100, a Organiza&ccedil;&atilde;o das Na&ccedil;&otilde;es Unidas (ONU) sup&otilde;e que seja prov&aacute;vel que a popula&ccedil;&atilde;o sofra uma queda para 7,3 bilh&otilde;es devido aos &iacute;ndices de fertilidade e mortalidade.
Seja como for, a Terra j&aacute; est&aacute; sobrecarregada desde a d&eacute;cada de 1970, isso porque o termo "superpopula&ccedil;&atilde;o" quer dizer, especificamente, uma situa&ccedil;&atilde;o em que o planeta n&atilde;o pode regenerar os recursos usados pela produ&ccedil;&atilde;o mundial a cada ano.
O aumento da popula&ccedil;&atilde;o implica degrada&ccedil;&otilde;es ecol&oacute;gicas, aumenta a demanda por mantimentos, sa&uacute;de, transporte, habita&ccedil;&atilde;o, mudan&ccedil;as clim&aacute;ticas e consumo excessivo de energia. Tudo isso contribui para conflitos sociopol&iacute;ticos e econ&ocirc;micos, dobrando o risco de desastres em grande escala.
O caminho para desviar de um futuro catastr&oacute;fico envolve esfor&ccedil;os na conscientiza&ccedil;&atilde;o e no conhecimento do planejamento familiar, educa&ccedil;&atilde;o feminina &iacute;ntima em larga escala e o desmascaramento dos mitos envolvendo os m&eacute;todos contraceptivos. Os benef&iacute;cios econ&ocirc;micos e ecol&oacute;gicos no comportamento reprodutivo da popula&ccedil;&atilde;o &eacute; o primeiro passo de um conjunto de medidas para desenraizar muitos problemas.

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Superpopulação: quantas pessoas a Terra consegue aguentar?

Imagem de Abreugrafia: o exame brasileiro que revolucionou a medicina mundial no megacurioso

Criado pelo médico Manuel Dias de Abreu, o exame salvou milhares de vida durante a epidemia de tuberculose que devastou o mundo

Uma an&aacute;lise de dados de 195 pa&iacute;ses publicada pelo The BMJ indicou que, entre 1990 e 2017, o n&uacute;mero de mortes por doen&ccedil;as respirat&oacute;rias cr&ocirc;nicas aumentou 18%, passando de 3,32 milh&otilde;es na d&eacute;cada de 1990 para 3,91 milh&otilde;es em 2017. Junto a isso, o F&oacute;rum das Sociedades Respirat&oacute;rias Internacionais (FIRS) divulgou dados preocupantes mostrando que muitas pessoas desconhecem a maioria das doen&ccedil;as pulmonares que matam mais do que qualquer outra doen&ccedil;a no mundo, como o enfisema e a bronquite cr&ocirc;nica.
Contudo, desde o s&eacute;culo XIX a tuberculose se tornou um dos maiores inimigos dos seres humanos, principalmente no que diz respeito ao ataque aos pulm&otilde;es. Estima-se que entre 1700 a 1900, a doen&ccedil;a tenha ceifado a vida de cerca de 1 bilh&atilde;o de seres humanos antes da descoberta feita por Robert Koch, com uma taxa anual m&eacute;dia de mortes de 7 milh&otilde;es de pessoas.
Entre o final do s&eacute;culo XIX e in&iacute;cio do s&eacute;culo XX, a&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/121721-como-a-tuberculose-mudou-a-maneira-como-os-vitorianos-se-vestiam.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">tuberculose</a>&nbsp;j&aacute; devastava o Brasil como uma&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/118567-a-era-das-pandemias-sera-essa-a-nossa-realidade.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">epidemia</a>, com maior incid&ecirc;ncia, principalmente, entre a popula&ccedil;&atilde;o pobre do Rio de Janeiro, v&iacute;timas de um espa&ccedil;o urbano deteriorado, insalubre e de condi&ccedil;&otilde;es de vida prec&aacute;rias.
Em meados de 1914, ap&oacute;s voltar de uma viagem de especializa&ccedil;&atilde;o em radiologia na Fran&ccedil;a, o m&eacute;dico brasileiro pneumologista&nbsp;Manoel Dias de Abreu&nbsp;inventou um m&eacute;todo que revolucionou a hist&oacute;ria da medicina: a&nbsp;abreugrafia, que ajudou a acelerar o diagn&oacute;stico de doen&ccedil;as pulmonares letais.
<h2>A trajet&oacute;ria</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/09/15/a-15152626776379.jpg" alt="a" />(Fonte:&nbsp;Academia Nacional de Medicina)
Nascido em 4 de janeiro de 1892, em Sorocaba, interior de S&atilde;o Paulo, Abreu come&ccedil;ou os estudos na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro com apenas 15 anos, conquistando seu diploma aos 21 anos, em meados de 1913.
Parte de um grupo de formandos que revolucionou a medicina brasileira e mundial do s&eacute;culo passado, como Carlos Chagas, Vital Brasil e Oswaldo Cruz &ndash;, Abreu embarcou em uma viagem de 8 anos para Paris com sua fam&iacute;lia para estudar radiologia. Sob a supervis&atilde;o de Nicolas Augustin Gilbert, ele trabalhou no hospital mais antigo da capital francesa, o Nouvel H&ocirc;pital de la Piti&eacute;, fotografando pe&ccedil;as cir&uacute;rgicas, criando novas t&eacute;cnicas para o uso do&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/121687-fluoroscopio-a-maquina-que-ajustava-sapatos-usando-radiacao.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">raio-X</a>, que ainda era uma tecnologia muito recente e desconhecida, criada em 1895 por Wilhelm Roentgen.
Foi dessa forma que ele descobriu que, usando o raio-X, era poss&iacute;vel detectar casos de tuberculose que passaram despercebidos durante exames de percuss&atilde;o e ausculta&ccedil;&atilde;o com estetosc&oacute;pio, ambos m&eacute;todos usados para diagn&oacute;stico de doen&ccedil;as pulmonares.
Em 1918, Abreu foi prestar servi&ccedil;os no Hospital Laennec, tamb&eacute;m em Paris, onde se aperfei&ccedil;oou na radiologia pulmonar e desenvolveu a densimetria, que visava a mensura&ccedil;&atilde;o das diferentes densidades do pulm&atilde;o. L&aacute; que ele percebeu que a fotografia da tela fluorescente nos exames feitos com raio-X, poderia diagnosticar a tuberculose de maneira precisa.
Durante o processo de refina&ccedil;&atilde;o do novo m&eacute;todo, Abreu enfrentou v&aacute;rios problemas t&eacute;cnicos, como a falta de luz suficiente da tela, o que impedia que ficasse marcada nos filmes com sais de prata das m&aacute;quinas fotogr&aacute;ficas comuns em uma fra&ccedil;&atilde;o de segundo t&atilde;o m&iacute;nima.
<h2>Revolucionando a medicina</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/09/15/a-15152926428382.jpg" alt="a" />(Fonte: Amambai Not&iacute;cias)
De volta ao Brasil em 1922, Abreu assumiu o Departamento de Raios-X da Inspetoria de Profilaxia da Tuberculose, no Rio de Janeiro, em plena epidemia da doen&ccedil;a no pa&iacute;s, com uma taxa de &oacute;bito di&aacute;ria que desnorteava o governo. Em meio a esse caos e tendo em mente que a maioria dos pacientes procurava ajuda quando a doen&ccedil;a estava em sua fase final, o m&eacute;dico retomou suas pesquisas para desenvolver o exame que seria chamado de abreugrafia, anos mais tarde.
Abreu demorou at&eacute; 1936 para conseguir tornar a abreugrafia um exame funcional, quando finalmente obteve a luminosidade necess&aacute;ria da tela. Ele batizou sua inven&ccedil;&atilde;o de roentgenfotografia, em homenagem a Wilhelm Roentgen. Esse nome foi usado at&eacute; 1939, quando o presidente do 1&ordm; Congresso Brasileiro de Tuberculose, Ary Miranda, prop&ocirc;s que fosse alterado para abreugrafia, em honra ao seu inventor.
O primeiro aparelho foi constru&iacute;do pelos t&eacute;cnicos da Casa Lohner, uma subsidi&aacute;ria do conglomerado alem&atilde;o Siemens AG que havia no Rio de Janeiro, e instalada no Hospital Alem&atilde;o, em maio de 1936. Imediatamente, a abreugrafia ganhou reconhecimento internacional devido a sua funcionalidade, t&eacute;cnica precisa e custo, visto que era 100 vezes mais barata que uma radiografia tradicional.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/09/15/a-15153109689383.jpg" alt="a" />(Fonte: University of Washington)
O uso da abreugrafia foi incorporado pelos servi&ccedil;os p&uacute;blicos de sa&uacute;de do mundo, sendo que no Brasil e no Jap&atilde;o, de acordo com as leis de preven&ccedil;&atilde;o da tuberculose, cerca de 60% dos habitantes foram triados por esse m&eacute;todo. A dissemina&ccedil;&atilde;o foi tanta que foram criadas unidades m&oacute;veis do aparelho, igual os&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/119407-petites-curies-os-carros-que-salvaram-vidas-durante-a-guerra.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Petites Curies&nbsp;</a>inventados durante a&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/122077-5-mitos-a-respeito-da-primeira-guerra-mundial.htm#:~:text=Os%20EUA%20s%C3%B3%20entraram%20na,mexicanos%20lutassem%20ao%20lado%20alem%C3%A3o." rel="noopener noreferrer" target="_blank">Primeira Guerra Mundial</a>&nbsp;por&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/108600-marie-curie-eleita-mulher-mais-influente-historia.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Marie Curie</a>, para conseguir alcan&ccedil;ar at&eacute; aqueles que viviam &agrave; margem da sociedade ou em lugares de dif&iacute;cil acesso. Em dois anos, pa&iacute;ses como a Alemanha, fabricaram at&eacute; 500 mil dispositivos de abreugrafia.
Em mar&ccedil;o de 1937, foi criado o primeiro Servi&ccedil;o de Cadastro Tor&aacute;cico, no Rio, onde foi instalado uma m&aacute;quina aprimorada do exame para testes de sua nova tecnologia. Ao comprovar sua efic&aacute;cia, novamente ela foi vendida em larga escala para toda a Am&eacute;rica do Sul, Am&eacute;rica do Norte e Europa.
Em 3 de janeiro de 1958, o presidente Juscelino Kubitschek decretou 4 de janeiro como o Dia Nacional para se comemorar a inven&ccedil;&atilde;o de Manoel Dias de Abreu, que salvou incont&aacute;veis vidas em um dos per&iacute;odos de sa&uacute;de mais conturbados do s&eacute;culo XX, e que o elegeu 3 vezes a um&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/112375-como-mudar-o-mundo-atraves-do-premio-nobel.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Pr&ecirc;mio Nobel.</a>

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Abreugrafia: o exame brasileiro que revolucionou a medicina mundial

Imagem de Amnésia Geracional: o fenômeno que assombra nosso passado e futuro no megacurioso

Conforme o tempo passa, as gerações estão esquecendo o que seus antepassados fizeram e se conformando com uma realidade distorcida

O que voc&ecirc; entende por tecnologia? Se observar uma foto de um homem sentado em uma cadeira usando um celular para falar com algu&eacute;m, o que voc&ecirc; apontaria como tecnol&oacute;gico? S&oacute; o celular?
Se a resposta foi sim, ent&atilde;o temos um problema. Ainda que possa parecer que toda tecnologia seja eletr&ocirc;nica, do celular ao computador, isso &eacute; apenas a tecnologia mais moderna. Por defini&ccedil;&atilde;o, tecnologia &eacute; a maneira como aplicamos conhecimento cient&iacute;fico para fins pr&aacute;ticos, ou seja, isso quer dizer que absolutamente tudo j&aacute; inventado pelo ser humano desde os prim&oacute;rdios da civiliza&ccedil;&atilde;o &eacute; considerado tecnologia.
Essa ideia errada sobre o que &eacute; esse conceito pode fazer parte da onipresen&ccedil;a que ele tem em nossa vida, afetando de maneira profunda como enxergamos o mundo ou, mais especificamente, a atualidade.
O autor do livro&nbsp;Guia do mochileiro das gal&aacute;xias, o brit&acirc;nico Douglas Adams, mencionou que as pessoas n&atilde;o pensam mais em cadeiras como tecnologia, por exemplo. &Eacute; por isso que muitas pessoas, principalmente da gera&ccedil;&atilde;o atual, chamada de&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/119725-geracao-z-e-sua-relacao-com-a-saude-mental.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">gera&ccedil;&atilde;o Z</a>, t&ecirc;m sofrido um fen&ocirc;meno social chamado&nbsp;amn&eacute;sia geracional.
<h2>Esquecendo a pr&oacute;pria hist&oacute;ria</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/09/15/a-15123023091228.jpg" alt="a" />(Fonte: The Conversation)
Na edi&ccedil;&atilde;o de 9 de novembro de 2021 da revista&nbsp;Waterbucket, o doutor Daniel Pauly, considerado uma lenda viva no mundo da biologia marinha, argumentou: &ldquo;N&oacute;s transformamos o mundo, mas n&atilde;o nos lembramos dele. Ajustamos nossa linha de base para um novo n&iacute;vel, e n&atilde;o nos lembramos do que estava l&aacute;. E a pergunta &eacute;: por que as pessoas aceitam isso? Bem, porque elas n&atilde;o sabem como era antes&rdquo;.
Em outras palavras, existe uma tend&ecirc;ncia sistem&aacute;tica de cada gera&ccedil;&atilde;o esquecer que o mundo foi moldado pelos seus antecessores, e essa falta de conhecimento direto da condi&ccedil;&atilde;o hist&oacute;rica &eacute; uma falha em perceber a mudan&ccedil;a.
Esse tipo de "<a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/122488-por-que-nao-nos-lembramos-do-nascimento-e-da-primeira-infancia.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">amn&eacute;sia</a>"&nbsp;tamb&eacute;m est&aacute; associada a v&aacute;rias &aacute;reas comuns, como a organizacional, cuja defini&ccedil;&atilde;o &eacute; a perda de mem&oacute;ria de como fazer as coisas. Quando isso acontece em empresas, elas se tornam incapazes de realizar algo que antes podiam, o que est&aacute; muito ligado &agrave; aposentadoria, geralmente de algu&eacute;m com muita experi&ecirc;ncia, e &agrave; falta de redistribui&ccedil;&atilde;o desse conhecimento funcional.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/09/15/a-15123103374229.jpg" alt="a" />(Fonte: Journalism)
&ldquo;Para saber para onde voc&ecirc; est&aacute; indo, voc&ecirc; precisa saber de onde veio. Caso contr&aacute;rio, sua mente se prende no passado recente. Conhe&ccedil;a sua hist&oacute;ria e seu contexto. Essas s&atilde;o as palavras-chave para superar a amn&eacute;sia geracional&rdquo;, escreveu Pauly, em 1995, em seu influente artigo&nbsp;Anecdotes and the shifting baseline syndrome of fisheries.&nbsp;
Se as gera&ccedil;&otilde;es mais novas se esquecem dos avan&ccedil;os e das mudan&ccedil;as positivas promovidas pelos seus antepassados, ent&atilde;o &eacute; uma quest&atilde;o de tempo para deixar de notar como seus predecessores tamb&eacute;m prejudicam o mundo.
Assim foi gerado um terceiro fen&ocirc;meno de amn&eacute;sia: a amn&eacute;sia geracional ambiental.
<h2>Conformismo e vis&atilde;o distorcida da realidade</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/09/15/a-15123143377231.jpg" alt="a" />(Fonte: NY Times)
Em entrevista ao&nbsp;Down to Earth, o psic&oacute;logo Peter H. Kahn Jr., diretor do Laborat&oacute;rio de Intera&ccedil;&atilde;o Humana com a Natureza e Sistemas Tecnol&oacute;gicos da Universidade de Washington, comentou que crian&ccedil;as que vivem em ecossistemas polu&iacute;dos constroem ideias de que essa realidade &eacute; basicamente normal, mesmo sendo ruim. Sendo assim, o que cada gera&ccedil;&atilde;o passa a ter como natureza se torna relativo, com base no que ela est&aacute; exposta.
Kahn Jr. ressalta que os humanos est&atilde;o come&ccedil;ando a substituir a intera&ccedil;&atilde;o humano-humano pela intera&ccedil;&atilde;o humano-m&aacute;quina, perdendo parte da profundidade e da autenticidade naturais da intera&ccedil;&atilde;o humano-humano e humano-natureza.
Em seu artigo The importance of children interaction with big nature, em coautoria com Thea Weiss, publicado na revista&nbsp;Children, youth and environments, Kahn Jr. examinou como as pessoas percebem e impactam o meio ambiente, descobrindo que a amn&eacute;sia geracional permite que o desenvolvimento continue de maneira implac&aacute;vel conforme as cidades crescem e os espa&ccedil;os abertos encolhem.
Em entrevistas, o psic&oacute;logo notou que, quando crian&ccedil;as eram questionadas da&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/120026-alem-da-respiracao-outras-formas-como-a-poluicao-nos-afeta.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">polui&ccedil;&atilde;o do ar</a>, a maioria conseguia explic&aacute;-la e apontar outras cidades que estavam polu&iacute;das, mas nunca a pr&oacute;pria.
&ldquo;H&aacute; uma mudan&ccedil;a na linha de base do que consideramos o ambiente e, &agrave; medida que essa linha se torna empobrecida, nem a vemos. Se apenas tentarmos ensinar &agrave;s pessoas sobre a import&acirc;ncia da natureza, isso n&atilde;o funcionar&aacute;. Elas precisam interagir com ela&rdquo;, analisou Kahn Jr.
<h2>A miss&atilde;o mais dif&iacute;cil</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/09/15/a-15123224165232.jpg" alt="a" />(Fonte: Anthropocene Magazine)
At&eacute; gera&ccedil;&otilde;es passadas superestimam como a natureza faz diferen&ccedil;a na forma como as pessoas veem e se movem no mundo, apesar de terem desfrutado desse contato quando menores. Kahn Jr. e Weiss estudaram a pr&eacute;-escola Fiddleheads Forest School, em Seattle (EUA), onde o diretor criou um curr&iacute;culo moldado em atividades ao ar livre que s&atilde;o essenciais para formar a percep&ccedil;&atilde;o de uma pessoa, desde imitar o canto de um p&aacute;ssaro at&eacute; saber proteger o corpo durante uma queda.
"Saber fazer isso n&atilde;o &eacute; um dado adquirido", disse Kahn Jr. &ldquo;Temos uma gera&ccedil;&atilde;o inteira que passa tanto tempo na frente das telas que, quando saem para a natureza, n&atilde;o sabem como interagir com ela ou se cuidar&rdquo;, ele disse.
Outra gama de pesquisadores j&aacute; relacionou como a exposi&ccedil;&atilde;o ao ar livre impacta diretamente as sa&uacute;des f&iacute;sica, mental e emocional de uma pessoa, contribuindo para o desenvolvimento da concentra&ccedil;&atilde;o e melhorando a comunica&ccedil;&atilde;o com terceiros. Mas &eacute; exatamente o contr&aacute;rio que t&ecirc;m acontecido, principalmente nas gera&ccedil;&otilde;es mais novas.
Para Kahn Jr., a solu&ccedil;&atilde;o &eacute; simples: oferecer maior contato entre adultos e crian&ccedil;as com qualquer tipo de natureza que esteja ao alcance. No entanto, em um mundo cada vez mais urbano e digital, essa tarefa se torna uma miss&atilde;o quase imposs&iacute;vel.

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Amnésia geracional: o fenômeno que assombra nosso passado e futuro

Imagem de A expedição na Amazônia que quase matou o presidente Roosevelt no megacurioso

A jornada caótica de como o perigoso Rio da Dúvida foi alterado para Rio Roosevelt após a passagem do ex-presidente

<head></head><body>Ao longo da história norte-americana, pelo menos 8 presidentes quase morreram em algum tipo de acidente, entre eles Theodore Roosevelt, que ocupou a Casa Branca de 14 de setembro de 1901 a 4 de março de 1909, certamente foi um dos que mais se encontrou com a morte até então.Uma delas foi pouco depois de iniciar seu mandato presidencial, em 3 de setembro de 1902, quando um bonde em alta velocidade atingiu a carruagem onde ele estava, matando seu guarda-costas – o primeiro membro do Serviço Secreto a morrer cumprindo seu dever – e o motorista. Roosevelt se esparramou pelo asfalto da rua, ganhando ferimentos tão graves que precisou de cirurgia e ficou em cadeira de rodas por quase um mês.Contudo, foi durante a&nbsp;Rondon-Roosevelt Scientific Expedition, uma viagem expedicionária na Amazônia, que Theodore Roosevelt teve seu pior encontro com a morte.<h2>Um fã de viagens</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/09/01/01160709499325.jpg" alt="Theodore Roosevelt jovem. (Fonte: PBS/Reprodução)">Theodore Roosevelt jovem. (Fonte: PBS/Reprodução)Era outono de 1913, quando chegou um convite do governo argentino para que Roosevelt discursasse em várias cidades do continente sul-americano. A oportunidade apareceu em boa hora, porque ele esperava começar seu terceiro mandato naquele ano, mas seu partido havia perdido para o democrata <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/119778-lei-seca-nos-eua-quando-o-alcool-foi-banido-por-13-anos-do-pais.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Woodrow Wilson</a>, e tudo o que restou foi passar semanas deprimido em sua casa em Nova York.O convite o tirou daquele lugar obscuro e também despertou sua “última chance de ser menino” novamente, pois o homem decidiu complementar sua turnê com um longo cruzeiro fluvial por dois afluentes do Amazonas. Ele entrou em contato com o Museu Americano de História Natural e recrutou uma dupla de naturalistas que seriam responsáveis por coletar espécimes de animais durante a <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/119759-a-terrivel-e-escusa-expedicao-langsdorff-ao-interior-do-brasil.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">expedição</a>.<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/09/01/01160807596327.jpg" alt="(Fonte: Frag Machiavelli/Reprodução)">(Fonte: Frag Machiavelli/Reprodução)Roosevelt sempre foi fã de férias mais agitadas, não feitas para relaxar, por isso preferia a aventura de um safári na África, por exemplo, do que caçar patos em Dakota do Sul. Mas o que ele estava prestes a experimentar aqui no Brasil não chegaria perto de nenhuma dificuldade e risco que teve que enfrentar ao longo de qualquer outra viagem que fizera, sobretudo na selva e no auge de seus 55 anos.Ao chegar na Bahia, em 18 de outubro de 1913, a viagem naturalista do ex-presidente dos EUA se tornou uma verdadeira expedição ao se encontrar com o coronel brasileiro Cândido Rondon, grande admirador de Roosevelt, que lhe propôs um novo desafio: liderar uma expedição com 22 pessoas para exploração do Rio Aripuanã, mais conhecido como Rio da Dúvida.<h2>A determinação de Roosevelt</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/09/01/01160909982330.jpg" alt="(Fonte: History Channel/Reprodução)">(Fonte: History Channel/Reprodução)A épica jornada de Roosevelt partiu em dezembro daquele ano de Cáceres, no Mato Grosso, chegando ao rio em 27 de fevereiro de 1914. A essa altura, vários homens já haviam sucumbido às doenças tropicais e mais da metade dos animais de carga morreram de exaustão atravessando as acidentadas terras altas brasileiras. O início não era nada promissor, e o pior ainda estava por vir.O grupo de 15 carregadores, Rondon, o ex-presidente e seu filho Kermit, abandonaram muito mantimento e objetos nesse momento para conseguir fazer a dura caminhada para chegar à cabeceira do rio.<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/09/01/01161111613332.jpg" alt="(Fonte: Library of Congress/Reprodução)">(Fonte: Library of Congress/Reprodução)A situação engrossou logo em seguida. Eles tiveram que sobreviver em um ambiente inóspito, com pouca caça animal, menos da metade de suas rações, e ainda cercados por todo o tipo de praga de insetos mordedores. As corredeiras causaram inúmeros acidentes virando as canoas, até que conseguiram matar 3 brasileiros, um deles por afogamento.&nbsp;Antes de embarcar naquela loucura, Roosevelt ouviu conselhos do chefe do Museu de História Natural, mas estava muito determinado a enfrentar qualquer um dos perigos – provavelmente porque não imaginava o quão perigoso poderiam ser – apesar de ter dito: “Se qualquer coisa acontecer comigo, deixe meus ossos na América do Sul. Eu estou pronto para isso”.<h2>A odisseia catastrófica</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/09/01/01161212325334.jpg" alt="(Fonte: History/Reprodução)">(Fonte: History/Reprodução)Em seu livro Through the Brazilian Wilderness, Roosevelt detalhou que a morte acompanhava a expedição pela água a cada avanço das canoas, cercadas por densos cardumes de piranhas extremamente assassinas e imensos jacarés.Quando encontravam algum trecho de terra, a ameaça era de tribos nativas hostis que, quando não estavam por perto, deixavam para que os mosquitos e moscas fizessem o trabalho de acabar com eles. Por pouco ele não morreu ao ser atacado por uma cobra-coral, que se envolveu em sua perna e mordeu profundamente sua bota de couro.O início da expedição foi marcado por águas calmas, mas depois apenas quilômetros de corredeiras tortuosas seguiram, obrigando que eles carregassem tudo nos braços, diminuindo o progresso da viagem em 11 quilômetros por dia, sendo que eles tiveram que parar por muitas vezes para construir ou remendar as embarcações.<span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;National Geographic&nbsp;" data-fonte-url="https://www.nationalgeographicbrasil.com/photography/2020/05/fotos-antigas-mostram-historica-expedicao-roosevelt-rondon-na-amazonia"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/09/01/01161302001336.jpg" alt="(Fonte: National Geographic/Reprodução)">(Fonte: National Geographic/Reprodução)O que deveria ser uma expedição naturalista se tornou uma luta pela sobrevivência. As roupas dos homens foram reduzidas a trapos sujos, e a maioria deles delirou de febre devido infecções, inclusive Roosevelt, que implorou para ser deixado para morrer na selva.Ele, que começou como o mais forte da viagem, acabou perdendo um quarto de seu peso corporal, alcançando um estado de desnutrição severa, e ainda teve que ser submetido a uma cirurgia de emergência na perna às margens do rio para que conseguisse chegar com vida no fim da viagem.A odisseia pelas águas brasileiras remotas da Amazônia terminou em 26 de abril de 1914, quando Rondon avistou o grupo de socorro. Apesar do pesadelo que a jornada de Roosevelt foi, ele ainda informou ao governo brasileiro que ela havia sido bem-sucedida.A história da passagem do ex-presidente americano pelas águas brasileiras ficou tão famosa que o Rio da Dúvida foi renomeado Rio Roosevelt.</body>

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A expedição na Amazônia que quase matou o presidente Roosevelt

Imagem de Brasil é o país com maior número de superdotados da América do Sul no megacurioso

A superinteligência costuma acompanhar um alto índice de doenças mentais

Na edi&ccedil;&atilde;o de 2022 da Global Child Prodigy Initiative, que listou as 100 crian&ccedil;as prod&iacute;gios ao redor do mundo, a brasileira Nicole de Oliveira Lima, de apenas 9 anos, entrou para o ranking por identificar 7 asteroides &ndash; atualmente investigados pela <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/122827-programa-artemis-a-missao-da-nasa-para-enviar-humanos-de-volta-a-lua.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">NASA</a> &ndash; que podem coloc&aacute;-la no Guiness Book&nbsp;como "a pessoa mais jovem a descobrir um asteroide".
No entanto, a pequena j&aacute; tem no curr&iacute;culo conquistas consideradas al&eacute;m de sua idade, como um tricampeonato na Olimp&iacute;ada Brasileira de Astronomia e Astron&aacute;utica, de 2020 e 2021. Al&eacute;m disso, Nicole conta com 30 certificados de cursos especializados em astronomia, mat&eacute;ria que estuda desde os 6 anos, quando concluiu o primeiro curso de inicia&ccedil;&atilde;o na &aacute;rea. A partir desse momento, ela passou a ensinar outras crian&ccedil;as pelas redes sociais.
Ainda que algumas pessoas possam n&atilde;o acreditar, o Brasil &eacute; o pa&iacute;s com o maior n&uacute;mero de pessoas superdotadas da Am&eacute;rica do Sul.
Leia tamb&eacute;m:&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/121698-como-e-o-cerebro-de-uma-pessoa-de-alto-qi.htm" target="_blank">Como &eacute; o c&eacute;rebro de uma pessoa de alto QI?</a>
<h2>Descobrindo g&ecirc;nios</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/09/01/01143420351249.jpg" alt="(Fonte: Writing the Brain/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Writing the Brain/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
No ranking mundial, nosso pa&iacute;s se encontra na 30&ordf; posi&ccedil;&atilde;o, sendo que os Estados Unidos lideram com 52 mil pessoas com o <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/118090-nota-de-qi-define-inteligencia-veja-as-pessoas-mais-inteligentes-do-mundo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">QI elevado</a>; seguido pelo Reino Unido, com 19 mil pessoas; e depois a Alemanha, com 16 mil.
A pesquisa feita pela Associa&ccedil;&atilde;o Mensa Brasil &ndash; uma organiza&ccedil;&atilde;o cujo objetivo &eacute; identificar e promover a intelig&ecirc;ncia humana, estimular pesquisas sobre a natureza e promover um ambiente intelectual socialmente estimulante para seus associados &ndash;, determinou que 984 pessoas superinteligentes est&atilde;o localizadas na cidade de S&atilde;o Paulo; seguida pelo Rio de Janeiro, com 229 pessoas; Distrito Federal, com 135; Paran&aacute;, com 134; e Rio Grande do Sul, com 94.
Atualmente, 2.090 pessoas integram a Mensa Brasil, um dos bra&ccedil;os da Mensa Internacional, que re&uacute;ne 150 mil membros pelo mundo todo. Em julho, a entidade brasileira completou 20 anos de exist&ecirc;ncia. Para integrar a associa&ccedil;&atilde;o, &eacute; necess&aacute;rio que a pessoa possua um QI acima de 98% da popula&ccedil;&atilde;o geral, comprovado por meio de um teste comprobat&oacute;rio de intelig&ecirc;ncia.
Gustavo Saldanha, de apenas 8 anos, integrou o Mensa ap&oacute;s receber um resultado de QI de 140 durante o processo, quando ele apresentou os primeiros sinais de que era uma "crian&ccedil;a diferente". Segundo a m&atilde;e do menino, Luciane Saldanha, em entrevista ao Correio Braziliense, assim que nasceu, ele desenvolveu uma habilidade muito peculiar para a m&uacute;sica.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/09/01/01143550602250.jpg" alt="(Fonte: Mensa Org/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Mensa Org/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Para uma apresenta&ccedil;&atilde;o de Dia das M&atilde;es em sua antiga escola, antes de ser tutorado pelo Mensa, ele conseguiu cantar e tocar mais de 50 m&uacute;sicas dos <a href="https://www.megacurioso.com.br/misterios/117654-helter-skelter-a-musica-dos-beatles-que-fez-manson-matar.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Beatles</a>, sem nunca ter tido contato, sendo que precisava aprender apenas 5 delas. Na &eacute;poca, ele tinha somente 5 anos.
A partir desse momento, os pais perceberam como o filho era persistente quando decidia aprender algo. Em pouco tempo, ele aprendeu a tocar guitarra, baixo, viol&atilde;o, ukelele, bateria, teclado e outros instrumentos. A<a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/120882-covid-19-5-duvidas-sobre-a-pandemia-que-ainda-nao-desvendamos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">&nbsp;pandemia do coronav&iacute;rus</a> aprimorou a capacidade de Gustavo, que virou especialista em sistemas operacionais e passou a dominar todas as funcionalidades existentes nos aplicativos de reuni&otilde;es online, do Zoom ao Google Duo. Antes do&nbsp;lockdown, ele n&atilde;o tinha quase nenhum contato com <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/122801-5-alternativas-de-mobilidade-sustentavel.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">tecnologia</a>.
Os pais do garoto decidiram ingress&aacute;-lo no Mensa para que ele pudesse estar cercado de alunos iguais, e tamb&eacute;m para que desfrutasse de um aprendizado optimizado para suas necessidades.
Leia tamb&eacute;m:&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/122142-participei-do-encontro-de-pessoas-de-alto-qi-mais-restrito-do-mundo.htm" target="_blank">Participei do encontro de pessoas de alto QI mais restrito do mundo</a>
<h2>As pessoas nascem superinteligentes?</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/09/01/01143700663251.jpg" alt="(Fonte: Folha PE/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Folha PE/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Muito embora o quociente de intelig&ecirc;ncia (QI) seja um dos estudos como medida para determinar o qu&atilde;o inteligente uma pessoa &eacute;, ainda &eacute; um desafio cient&iacute;fico estudar e entender a origem da intelig&ecirc;ncia, porque ela pode ser influenciada por fatores gen&eacute;ticos &ndash; como a maioria dos aspectos do comportamento humano e da cogni&ccedil;&atilde;o &ndash;, e ambientais.
Pessoas mais inteligentes do que as demais seguem sendo um debate espinhoso que vai desde igualdade social a<a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/113046-acao-t4-o-holocausto-dos-esquecidos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">&nbsp;eugenia</a>, endossando a discuss&atilde;o de que intelig&ecirc;ncia &eacute; algo com o qual voc&ecirc; nasce e que nada pode influenci&aacute;-la.
Contudo, anos de pesquisa chegaram &agrave; conclus&atilde;o de que a intelig&ecirc;ncia &eacute; herdada em certo grau. Robert Plomin, do King&rsquo;s College London, que liderou o estudo acerca desse assunto, disse que 50% da diferen&ccedil;a de intelig&ecirc;ncia entre as pessoas "comuns" &eacute; devido &agrave; gen&eacute;tica.
Essa conclus&atilde;o levou a anos de buscas por genes espec&iacute;ficos de intelig&ecirc;ncia, at&eacute; que fosse descoberto que cada gene associado &agrave; capacidade tem apenas um efeito min&uacute;sculo isoladamente. O efeito combinado de 500 genes identificados at&eacute; agora &eacute; bastante substancial, mas os pesquisadores ainda est&atilde;o muito longe de contabilizar toda a herdabilidade.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/09/01/01143911147253.jpg" alt="(Fonte: NewScientist/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: NewScientist/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
&ldquo;A gen&eacute;tica nos d&aacute; um modelo, e ela define os limites. No entanto, &eacute; o ambiente que determina onde uma pessoa se desenvolve dentro desses limites&rdquo;, disse o psic&oacute;logo Russe Warne, da Utah Valley University, em mat&eacute;ria &agrave; New Scientist.
Todo o potencial de intelig&ecirc;ncia pode ser afetado, por exemplo, por uma dieta menos nutritiva que, inclusive, est&aacute; relacionada ao crescimento &ndash; uma caracter&iacute;stica altamente heredit&aacute;ria. A defici&ecirc;ncia de<a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/121618-pilulas-de-iodeto-de-potassio-ajudariam-em-caso-de-ataque-nuclear.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">&nbsp;iodo</a> durante a inf&acirc;ncia est&aacute; associada a um QI mais baixo, e abrir esse debate ajudou os pa&iacute;ses em desenvolvimento a aumentarem as habilidades cognitivas.
A intelig&ecirc;ncia encontra influ&ecirc;ncias fortes do ambiente em que a pessoa est&aacute; inserida quando crian&ccedil;a, atravessando aspectos dom&eacute;sticos, parentalidade, educa&ccedil;&atilde;o, disponibilidade de recursos de aprendizagem e sa&uacute;de.
Ou seja, os genes s&atilde;o importantes, mas n&atilde;o determinam tudo, tampouco o destino.
<h2>O outro lado da moeda</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/09/01/01144029474256.jpg" alt="(Fonte: Benefits Canada/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Benefits Canada/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Do outro lado da moeda que oferece oportunidades melhores, vantagens e uma vida com maiores estimativas, a superdota&ccedil;&atilde;o tamb&eacute;m pode ser um fardo psicol&oacute;gico. Um estudo liderado por Ruth Karpinski, do Pitzer College, que entrevistou mais de 3.700 membros do Mensa Internacional, descobriu que transtornos de humor e de ansiedade s&atilde;o extremamente comuns entre os superinteligentes.
Entre a popula&ccedil;&atilde;o geral, cerca de 10% das pessoas possuem transtornos de humor e ansiedade, com algum grau de sobreposi&ccedil;&atilde;o entre os dois. J&aacute; no Mensa, esse percentual se mostrou muito maior, visto que cerca de 20% dos entrevistados relataram ter sido diagnosticados com transtorno de ansiedade e quase 27% com um transtorno de humor, como depress&atilde;o maior ou transtorno bipolar.
A pesquisadora acredita que o motivo tenha a ver com a superexcitabilidade psicol&oacute;gica, que inclui uma maior tend&ecirc;ncia a preocupa&ccedil;&atilde;o em excesso, caracter&iacute;stica diretamente associada ao humor e ansiedade. Uma pessoa muito inteligente tende a superanalisar um coment&aacute;rio cr&iacute;tico, tentando antecipar as poss&iacute;veis consequ&ecirc;ncias que isso pode prever.
O estudo de Karpinski serviu tamb&eacute;m para tra&ccedil;ar a possibilidade de que os genes associados &agrave; intelig&ecirc;ncia possam tornar uma pessoa mais propensa a desenvolver doen&ccedil;as mentais, embora a intelig&ecirc;ncia em si n&atilde;o aumente o risco. O mundo nichado de um superdotado pode aumentar a tend&ecirc;ncia para o isolamento social, levando a caminhos que encontram a depress&atilde;o e ansiedade.

Julio Cezar de Araujo