Chester Greendwood fez revolução ao inventar os protetores de orelha

24/09/2022 às 10:002 min de leitura

O estado do Maine está localizado a nordeste dos Estados Unidos, e além de ser conhecido pelo seu litoral rochoso e sua vasta história marítima, ele também é famoso por seus invernos extremamente frios, que culminam em verões bem amenos.

Portanto, existe um motivo pelo qual, há 39 anos, o primeiro sábado de inverno é chamado de Chester Greenwood Day, em homenagem ao ambicioso e revolucionário homem (ainda menino, quando começou) que inventou um acessório tão comum, mas que salva pessoas até hoje dos frios intensos: os protetores de orelha.

Transformando necessidade em invenção

(Fonte: USPTO/Reprodução)(Fonte: USPTO/Reprodução)

Nascido em 4 de dezembro de 1858, na região de Farmington, no Maine (EUA), Greenwood se tornou um ávido entusiasta da patinação no gelo aos 15 anos, aproveitando ao máximo as lagoas congeladas próximo de onde morava no momento que o inverno chegava.

Foi assim que ele descobriu que não conseguia patinar por muito tempo, porque suas orelhas congelavam com o vento enregelado, uma vez que não podia usar os famosos gorros de lã como proteção porque era alérgico. Até hoje existe um debate se as orelhas de Greenwood eram extremamente sensíveis, a ponto de ficarem azuis, ou se eram apenas grandes demais e frias, como seus descendentes alegam, segundo registros familiares.

Seja como for, o jovem precisava encontrar uma alternativa para continuar brincando durante o inverno sem que suas orelhas congelassem, portanto, ele teve a ideia de desenvolver uma espécie de armação arredondada feita de metal que fosse compatível com a circunferência de sua cabeça. Em cada ponta, com ajuda de sua avó, foram costuradas pequenas almofadas de flanela e pele de castor. Assim surgiu o primeiro protetor de orelhas (earmuffs) da história.

A princípio, como sempre acontece diante de algo novo, Greenwood sofreu muito bullying dos colegas e de estranhos que o encontravam usando os protetores, devido ao design considerado "pitoresco" para época. No inverno, o comum era utilizar os tradicionais gorros de lã ou chapéus com abas especiais que rebatiam o vento frio.

Fazendo história

Skate Guard/Reprodução(Fonte: Skate Guard/Reprodução)

Apesar disso, Greenwood não só continuou usando sua invenção quanto realizando melhorias para seu conforto. Ao longo dos anos, ele acabou substituindo a armação de metal, e as almofadas passaram a ser articuladas para garantir maior pressão contra as orelhas, facilitando até mesmo sua portabilidade.

Após 10 anos, o jovem decidiu abrir uma pequena fábrica para disseminar sua invenção. No começo, ele empregava apenas 11 trabalhadores, que chegaram a produzir até 50 mil pares de protetores em 1883. Aos poucos, a invenção feita pelas mãos de sua falecida avó se tornava um negócio lucrativo o suficiente para sustentar toda sua família.

Apesar da linha de produção, Greenwood fez questão de contratar mulheres locais que faziam costura à mão em casa para fechar os protetores manualmente, preservando o toque importante dado por sua avó – e que fez toda a diferença anos antes para que o acessório se tornasse funcional.

(Fonte: Anna_Om/Getty Images)(Fonte: Anna_Om/Getty Images)

Segundo Denis Haszko, agente de patentes do escritório de advocacia Eaton Peabody, apesar de os protetores de orelhas de Greenwood não terem sido, necessariamente, os primeiros do mundo, foram a versão mais aprimorada que já existiu – e também a que fez sucesso. Se uma patente fosse solicitada hoje, seria muito mais difícil, caro e demorado do que há 143 anos.

Como aconteceu em vários setores industriais, quando a Primeira Guerra Mundial eclodiu, o inverno rigoroso  enfrentado no campo de batalha exigiu que o empresário começasse a exportar seus protetores, criando uma demanda tão alta que construiu um verdadeiro império que transformou a economia e a história de Farmington.

Chester Greewnwood faleceu em 5 de julho de 1937, aos 78 anos, em sua cidade natal no Maine, onde tudo começou, após ter alcançado a marca de mais de 400 mil pares de protetores em 1 ano de produção. Ao longo de sua vida, ele continuou criando invenções, acumulando mais de 100 patentes em seu nome, entre dispositivos domésticos e industriais.

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