Imagem de CIA inventou campanha de vacinação falsa para capturar Bin Laden no megacurioso

A operação é responsável pelos casos altíssimos de poliomielite no Paquistão até hoje

Como se n&atilde;o fosse o suficiente o Estudo da <a href="https://www.megacurioso.com.br/historia-e-geografia/58721-sifilis-descubra-quando-essa-doenca-surgiu-e-se-espalhou-pelo-mundo.htm#:~:text=A%20promiscuidade%20e%20as%20casas,virulenta%2C%20embora%20ainda%20muito%20grave." rel="noopener noreferrer" target="_blank">S&iacute;filis</a> N&atilde;o Tratada realizada em cidad&atilde;os negros de Tuskegee pelo Servi&ccedil;o P&uacute;blico de Sa&uacute;de dos Estados Unidos ter sido um esc&acirc;ndalo demon&iacute;aco no quesito de m&aacute; conduta cient&iacute;fica, as autoridades americanas foram ainda mais longe.
Em 2011, a Ag&ecirc;ncia Central de Intelig&ecirc;ncia (CIA) desenvolveu um plano para poder capturar o famoso terrorista jihadista <a href="https://www.megacurioso.com.br/teorias-da-conspiracao/42613-voce-sabe-por-que-as-fotos-de-osama-bin-laden-morto-nunca-foram-divulgadas-.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Osama bin Laden</a> (1957-2011): um programa de <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/119932-voce-sabe-como-as-vacinas-funcionam.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">vacina&ccedil;&atilde;o</a> falso contra a hepatite B no Paquist&atilde;o.
Muito embora a opera&ccedil;&atilde;o n&atilde;o tenha sa&iacute;do como planejado, foi o suficiente para causar a desconfian&ccedil;a dos profissionais de sa&uacute;de que administravam doses da vacina contra poliomielite, causando um transtorno enorme na sa&uacute;de do pa&iacute;s.
<h2>A t&aacute;tica &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp;</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/10/13/13194716761546.jpeg" alt="(Fonte: Alchetron/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Alchetron/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Durante a d&eacute;cada de 1990 e in&iacute;cio dos anos 2000, o dr. Shakil Afridi trabalhou como oficial s&ecirc;nior de sa&uacute;de na prov&iacute;ncia de Khyber Pakhtunkhwa, no Paquist&atilde;o, mas acabou sendo sequestrado e resgatado apenas em 2008. Logo em seguida, ele e sua fam&iacute;lia deixaram o pa&iacute;s e seguiram para a Calif&oacute;rnia, onde tamb&eacute;m n&atilde;o ficaram por muito tempo, devido &agrave; licen&ccedil;a m&eacute;dica de Afridi n&atilde;o ser considerada v&aacute;lida em solo norte-americano.
Ao retornar ao Paquist&atilde;o, o m&eacute;dico participou de um evento organizado pela institui&ccedil;&atilde;o de caridade Save the Children, e foi l&aacute; que ele conheceu uma mulher norte-americana que se identificou como Kate. Em janeiro de 2011, Afridi foi convidado por ela para iniciar uma campanha de vacina&ccedil;&atilde;o contra hepatite B na regi&atilde;o de Abbottabad &mdash; local onde Bin Laden morreria, em 2 de maio daquele ano.
O objetivo escuso da campanha era coletar DNA dos cidad&atilde;os do bairro Bilal Town, sub&uacute;rbio da cidade, onde a intelig&ecirc;ncia americana acreditava que o terrorista estava escondido. Depois que as agulhas usadas fossem coletadas para descarte, os manipuladores da CIA fariam o teste nelas para ver se alguma das crian&ccedil;as vacinadas era parente de Bin Laden.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/10/13/13194818887547.jpg" alt="(Fonte: DW/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: DW/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Em mar&ccedil;o, Afridi chegou na cidade alegando ter fundos para fornecer gratuitamente as vacinas. Com autoriza&ccedil;&atilde;o do governo, ele colocou cartazes anunciando a campanha por toda Abbottabad, e come&ccedil;ou a vacinar falsamente em Nawa Sher, um dos locais mais pobres.
A vacina deve ser administrada ao longo de tr&ecirc;s doses para garantir a total imuniza&ccedil;&atilde;o, por&eacute;m, depois da primeira, o grupo que inclu&iacute;a o m&eacute;dico e algumas enfermeiras, mudavam de local e n&atilde;o voltavam mais. Em abril, a parada foi em Waziristan Kothi, em Bilal Town, uma casa de tr&ecirc;s andares onde a CIA acreditava que o terrorista se escondia.
No entanto, um m&ecirc;s depois, Bin Laden foi morto pelos SEALs Marinha dos EUA durante um ataque. Tr&ecirc;s semanas mais tarde, Afridi foi preso pela Inter-Services Intelligence do Paquist&atilde;o por seu papel na campanha de vacina&ccedil;&atilde;o falsa.
<h2>Efeitos colaterais duradouros</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/10/13/13195107937548.jpg" alt="(Fonte: Anadoly Agency/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Anadoly Agency/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
De acordo com uma mat&eacute;ria do National Geographic, Afridi afirmou durante seu depoimento que n&atilde;o suspeitava que seu empregador tivesse outro motivo para lan&ccedil;ar uma campanha de vacina&ccedil;&atilde;o na cidade, al&eacute;m dos cuidados de sa&uacute;de e pesquisa.
Em 23 de maio de 2012, o m&eacute;dico foi condenado a 33 anos de pris&atilde;o por trai&ccedil;&atilde;o e ajuda na viola&ccedil;&atilde;o da soberania paquistanesa. Nos EUA, Afridi foi considerado uma esp&eacute;cie de her&oacute;i, mas visto como um traidor em seu pa&iacute;s. Um ano ap&oacute;s a condena&ccedil;&atilde;o, ele teve sua senten&ccedil;a anulada e um novo julgamento foi ordenado. Em retalia&ccedil;&atilde;o, os EUA cortaram a ajuda do Paquist&atilde;o em US$ 33 milh&otilde;es, US$ 1 milh&atilde;o para cada ano da senten&ccedil;a de pris&atilde;o ao m&eacute;dico.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/10/13/13195234563549.jpg" alt="(Fonte: ABC News/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: ABC News/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Enquanto as autoridades paquistanesas e americanas discutiam esses aspectos, a not&iacute;cia da falsa campanha de vacina&ccedil;&atilde;o se espalhou pelo Paquist&atilde;o, fazendo com que milhares de pessoas se recusassem a vacinar, causando uma &ldquo;onda&rdquo; de casos de poliomielite. Muitas pessoas alegavam que os imunizantes &ldquo;faziam parte de uma conspira&ccedil;&atilde;o ocidental para esterilizar os mu&ccedil;ulmanos paquistaneses&rdquo;.
No final das contas, a m&aacute; conduta deliberada da CIA tornou ainda mais dif&iacute;cil administrar vacinas no pa&iacute;s. Conforme a BBC relatou, a partir de 2020, o Paquist&atilde;o e o Afeganist&atilde;o se tornaram os dois &uacute;ltimos pa&iacute;ses onde a poliomielite ainda &eacute; um caso de pandemia.
Em 2014, ap&oacute;s anos da repercuss&atilde;o, a CIA se pronunciou dizendo que &ldquo;jamais usaria programas de vacina&ccedil;&atilde;o como cobertura para opera&ccedil;&otilde;es de espionagem&rdquo;.

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CIA inventou campanha de vacinação falsa para capturar Bin Laden

Imagem de Ferrovia Necrópole: os trens vitorianos que transportavam os mortos no megacurioso

No ápice da Revolução Industrial, dois empresários tiveram uma ideia para aliviar os cemitérios lotados de Londres

No s&eacute;culo XIX, Londres testemunhou seu maior <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/119273-o-primeiro-semaforo-instalado-em-londres-no-sec-xix-trouxe-caos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">per&iacute;odo de expans&atilde;o</a>, o que gerou uma s&eacute;rie de consequ&ecirc;ncias e renova&ccedil;&otilde;es, sobretudo pela quantidade de pessoas que iam para a cidade para poder trabalhar, cooperando no tr&acirc;nsito infernal e no t&iacute;tulo de "local mais populoso do mundo".
S&oacute; em 1811, a London Bridge chegou a receber 90 mil pessoas e, em 1850, j&aacute; eram registrados o tr&aacute;fego de 27 mil pessoas que entravam e sa&iacute;am da cidade diariamente &mdash; e isso representava apenas um d&eacute;cimo do n&uacute;mero total de trabalhadores que vinham a p&eacute;.
Com esse tanto de pessoas querendo viver na metr&oacute;pole que era sensa&ccedil;&atilde;o da Europa, consequentemente, os cemit&eacute;rios se tornaram cada vez mais insuficientes, com sepulturas sendo cavadas muito pr&oacute;ximo umas das outras.&nbsp;
Ent&atilde;o, o parlamento prop&ocirc;s a constru&ccedil;&atilde;o de mais cemit&eacute;rios, chamados "Sete Magn&iacute;ficos", uma solu&ccedil;&atilde;o apenas para aqueles que tinham dinheiro para gastar, ainda mais em uma &eacute;poca em que <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/120004-o-luto-na-era-vitoriana-possuia-um-conjunto-de-etiquetas.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">a morte era algo importante para as pessoas</a>.
<h2>A necr&oacute;pole sobre rodas</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/10/13/13201846255561.jpg" alt="(Fonte: Popular Mecahanics/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Popular Mecahanics/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Com a explos&atilde;o da Revolu&ccedil;&atilde;o Industrial, os empres&aacute;rios Richard Sprye e Richard Broun tiveram a ideia de construir um enorme cemit&eacute;rio popular fora da cidade, que poderia ser acessado por uma ferrovia. A iniciativa permitia que os pobres tivessem um lugar decente para enterrar seus entes queridos, visto que eles conviviam com a d&uacute;vida di&aacute;ria de onde poderiam fazer isso sem terem que passar fome pelo resto da vida.
A London Necropolis and National Mausoleum Company foi fundada em 1852 e, 2 anos depois, ela j&aacute; estava em opera&ccedil;&atilde;o para transportar os cad&aacute;veres e seus enlutados de Waterloo, no centro de Londres, para o cemit&eacute;rio Brookwood, localizado em Surrey. Ao todo, era uma viagem de cerca de 40 minutos por 30 quil&ocirc;metros de trilhos.
Os pre&ccedil;os das passagens variavam conforme a classe social, mas sempre se mantinham baixos para priorizar os mais pobres. O trem partia diariamente &agrave;s 11h35 do hor&aacute;rio local, chegando por volta de 12h25 e permanecendo at&eacute; 14h15. Isso significa que as pessoas tinham quase 2 horas para realizarem suas cerim&ocirc;nias ecum&ecirc;nicas e lancharem antes da viagem de volta para Londres.
<span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;Grunge&nbsp;" data-fonte-url="https://www.grunge.com/img/gallery/the-fascinating-history-of-londons-train-for-the-dead/traveling-to-their-final-resting-place-1627995739.jpg"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/10/13/13202132959562.jpg" alt="(Fonte: Grunge/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Grunge/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Apesar de a acessibilidade que a Ferrovia Necr&oacute;pole promovia aos pobres, a maioria das pessoas n&atilde;o gostava da maneira como os mortos eram transportados. Eles se queixavam que "n&atilde;o era adequado para a solenidade de um funeral crist&atilde;o".
Ainda assim, a Ferrovia Necr&oacute;pole de Londres transportava 2 mil cad&aacute;veres por ano. No in&iacute;cio do s&eacute;culo XX, por&eacute;m, esse n&uacute;mero anual despencou, &agrave; medida que os cemit&eacute;rios foram se tornando dispon&iacute;veis para essa fatia menos privilegiada da sociedade. Em adi&ccedil;&atilde;o a isso, carros tamb&eacute;m estavam sendo usados para a fun&ccedil;&atilde;o.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/10/13/13202302771563.jpg" alt="(Fonte: Minilua/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Minilua/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Na d&eacute;cada de 1930, a ferrovia necr&oacute;pole s&oacute; funcionava 1 ou 2 vezes por semana, at&eacute; que sua &uacute;ltima viagem acontecesse, em 11 de abril de 1941, no auge da <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/119180-6888-batalhao-a-unidade-de-mulheres-negras-na-2-guerra-mundial.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Segunda Guerra Mundial</a>.
Seis dias ap&oacute;s o fim de suas atividades, bombardeiros alem&atilde;es atacaram a &aacute;rea destruindo a esta&ccedil;&atilde;o ferrovi&aacute;ria. No final da guerra, ficou decidido que a Ferrovia Necr&oacute;pole de Londres n&atilde;o era mais necess&aacute;ria, ap&oacute;s 87 anos de opera&ccedil;&atilde;o e 200 mil cad&aacute;veres transportados.

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Ferrovia Necrópole: os trens vitorianos que transportavam os mortos

Imagem de Como um vírus pode escapar de um laboratório? no megacurioso

Com o extremismo pol&iacute;tico e os gabinetes de dissemina&ccedil;&atilde;o de informa&ccedil;&otilde;es falsas, a <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/118980-por-que-e-importante-sabermos-de-onde-veio-o-coronavirus.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">pandemia causada pelo novo coronav&iacute;rus</a> cultivou a ideia de que o v&iacute;rus causador da doen&ccedil;a, o Sars-COV-2, tenha sido liberado deliberadamente pelo governo chin&ecirc;s para causar uma "reviravolta pol&iacute;tica" no cen&aacute;rio mundial &mdash; ainda que isso significasse a morte de milhares de pessoas e a ruptura econ&ocirc;mica de v&aacute;rios pa&iacute;ses.
Apesar de essa ideia de <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/119826-bioterrorismo-qual-a-sua-origem.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">bioterrorismo&nbsp;</a>ter sido muito cultuada nos Estados Unidos e no Brasil, no mundo todo reacendeu a quest&atilde;o de como um v&iacute;rus pode escapar de um laborat&oacute;rio de conten&ccedil;&atilde;o, como aconteceu com a <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/119438-a-controversa-origem-da-vacina-da-variola.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">var&iacute;ola</a> na Gr&atilde;-Bretanha, e a febre aftosa.
<h2>A conten&ccedil;&atilde;o</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/10/13/13195803925550.jpg" alt="(Fonte: Scientific American/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Scientific American/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Segundo o Centro de Controle e Preven&ccedil;&atilde;o de Doen&ccedil;as (CDC), os laborat&oacute;rios de t&ecirc;m 4 n&iacute;veis de seguran&ccedil;a: do N&iacute;vel de Biosseguran&ccedil;a 1 (BSL-1) ao BSL-4, dependendo do tipo de pat&oacute;genos que est&aacute; sendo manuseado.
Os n&iacute;veis BSL-3 e 4 operam com os mais rigorosos protocolos de seguran&ccedil;a porque lidam com agentes j&aacute; conhecidos por infectar laborat&oacute;rios, especialmente ao entrar em contato com o ar. Portanto, foram desenvolvidos ao longo de d&eacute;cadas de estudos recursos de seguran&ccedil;a para minimizar as possibilidades de uma pat&oacute;geno escapar pela porta.&nbsp;
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/10/13/13200145442551.jpg" alt="(Fonte: Bulb Laboratories/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Bulb Laboratories/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Isso inclui controle de engenharia especializada, como opera&ccedil;&atilde;o de ar com press&atilde;o negativa e ar de exaust&atilde;o filtrado; processos de descontamina&ccedil;&atilde;o de res&iacute;duos, como autoclavagem; esteriliza&ccedil;&atilde;o a vapor ou incinera&ccedil;&atilde;o; e equipamentos de alta prote&ccedil;&atilde;o. Al&eacute;m disso, a entrada &eacute; restrita a trabalhadores que passaram por rigorosos exames para verifica&ccedil;&atilde;o do quadro de sa&uacute;de e um treinamento intensivo de repeti&ccedil;&atilde;o.
Cada laborat&oacute;rio tem seus procedimentos para minimizar as possibilidades de viola&ccedil;&otilde;es da conten&ccedil;&atilde;o, por&eacute;m existem tr&ecirc;s maneiras b&aacute;sicas pelas quais um pat&oacute;geno pode escapar do per&iacute;metro de seguran&ccedil;a.
<h2>Vazamento por aerossol</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/10/13/13200445583554.jpg" alt="(Fonte: The Economic Times/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: The Economic Times/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Esse m&eacute;todo &eacute; considerado improv&aacute;vel, visto que os laborat&oacute;rios t&ecirc;m sistemas muito tecnol&oacute;gicos de tratamento de ar, que incluem filtragem de part&iacute;culas de alta efici&ecirc;ncia (HEPA) antes que o ar seja liberado do ambiente. Portanto, torna-se muito dif&iacute;cil que um v&iacute;rus consiga driblar esses filtros, principalmente porque pat&oacute;genos n&atilde;o sobrevivem bem ao entrarem em contato com luz solar.
Sobretudo, cientistas trabalham com pequenos volumes de organismos; ent&atilde;o, um pat&oacute;geno se dispersaria rapidamente na atmosfera se acabasse escapando, devido &agrave; sua insufici&ecirc;ncia para causar infec&ccedil;&atilde;o.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/10/13/13200714755555.jpg" alt="(Fonte: CDC/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: CDC/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Em 1979, na cidade de Sverdlovsk, na Uni&atilde;o Sovi&eacute;tica, uma instala&ccedil;&atilde;o de armas biol&oacute;gicas, chamada Composto 19, causou a morte de 66 pessoas por inala&ccedil;&atilde;o a antraz depois que os esporos de pat&oacute;genos escaparam do laborat&oacute;rio quando um t&eacute;cnico esqueceu de substituir um filtro de ar. Al&eacute;m do erro humano, na &eacute;poca os cientistas trabalhavam com volumes muito grandes do v&iacute;rus, considerados mais resistentes ao ar.
A falha foi encoberta por meio de um esfor&ccedil;o massivo das autoridades sovi&eacute;ticas, usando dados falsos na m&iacute;dia para provar que a doen&ccedil;a foi originada da carne contaminada, que teria causado o antraz gastrointestinal.
<h2>Exposi&ccedil;&atilde;o acidental</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/10/13/13200954052557.jpg" alt="(Fonte: Healthline/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Healthline/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
&Eacute; exatamente porque as pessoas cometem erros e os sistemas falham que as medidas de seguran&ccedil;a em laborat&oacute;rios t&ecirc;m m&eacute;todos de redund&acirc;ncia, como as travas de uma montanha-russa.
A checagem de todos os procedimentos acontece de maneira meticulosa e cansativa sempre que um cientista vai entrar ou, principalmente, sair de um laborat&oacute;rio. &Eacute; por isso que os trabalhadores se despem e vestem as roupas antes de entrar no per&iacute;metro laboratorial, removendo-nas e tomando banho no fim do expediente. Isso &eacute; uma maneira simples de evitar que pat&oacute;genos sejam transportados para fora por meio de roupas ou cabelo.
Mas, mesmo assim, eles podem cometer o erro de enviar um pat&oacute;geno acidentalmente para fora do limite de conten&ccedil;&atilde;o ao se contaminar com ele. Isso aconteceu em 2004 com Antonina Presnuakova, uma cientista altamente experiente da R&uacute;ssia, que morreu da doen&ccedil;a causada pelo v&iacute;rus ebola ao se espetar em uma agulha contaminada.
<h2>Libera&ccedil;&atilde;o proposital</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/10/13/13201339177559.jpg" alt="(Fonte: Strickendots/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Strickendots/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Esse tipo de bioterrorismo &eacute; o primeiro que vem em mente quando o assunto &eacute; um v&iacute;rus mortal, devido &agrave;s conspira&ccedil;&otilde;es e ao hist&oacute;rico de algumas superpot&ecirc;ncias ao longo do s&eacute;culo XX.&nbsp;
Apesar de laborat&oacute;rios de conten&ccedil;&atilde;o terem sistemas de monitoramento de v&iacute;deo 24 horas, existem hist&oacute;rias de pat&oacute;genos que foram contrabandeados para fora do per&iacute;metro.&nbsp;
Em Dalles (Oregon, EUA), o movimento Rajneesh, um grupo de pessoas que seguem os preceitos de Osho, tinha o pr&oacute;prio laborat&oacute;rio e buscava melhorar sua posi&ccedil;&atilde;o nas elei&ccedil;&otilde;es do condado contaminando saladas locais com Salmonella. Essa atitude conseguiu causar diarreia severa em pelo menos 751 pessoas. Mais tarde, o culto acabou se dissolvendo, e alguns de seus membros foram presos.
Existem um percentual de possibilidade em cada um dos cen&aacute;rios indicados, por&eacute;m as diretrizes de seguran&ccedil;a e os n&iacute;veis de tecnologia dos laborat&oacute;rios tentam garantir a cada dia que nenhum deles se concretize.

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Como um vírus pode escapar de um laboratório?

Imagem de Napoleão Bonaparte transformou as Catacumbas de Paris em um negócio no megacurioso

Se hoje o local é um ponto turístico, foi porque o líder militar quis fazer dinheiro

Com mais de 300 quil&ocirc;metros de t&uacute;neis, as Catacumbas de Paris est&atilde;o a 20 metros de profundidade e abrigam aproximadamente 7 milh&otilde;es de ossos de diversos s&eacute;culos, alguns com at&eacute; 1,2 mil anos, pertencentes &agrave; Era Merov&iacute;ngia &mdash; quando os cad&aacute;veres eram frequentemente enterrados com suas armas e joias.
Os corpos come&ccedil;aram a ser movidos dos cemit&eacute;rios para as catacumbas em meados de 1786, um processo que levou 12 anos para ser conclu&iacute;do, entre exumar e enterrar novamente os cad&aacute;veres.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/10/13/13192236463531.jpg" alt="(Fonte: Catacombes Paris/Reprodu&ccedil;&atilde;os)" />(Fonte: Catacombes Paris/Reprodu&ccedil;&atilde;os)
Em um per&iacute;odo de superpopula&ccedil;&atilde;o dos cemit&eacute;rios, a ponto dos corpos emergirem de suas covas durante as chuvas, o local resolveu dois problemas de uma s&oacute; vez: o que fazer com a quantidade de mortos, e como consertar os t&uacute;neis e torn&aacute;-los mais est&aacute;veis &mdash; visto que, no s&eacute;culo XIX, quarteir&otilde;es inteiros da cidade estavam desmoronando.
As catacumbas pararam de aceitar ocupantes em 1860, mas, at&eacute; l&aacute;, o l&iacute;der <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/119827-o-inacreditavel-plano-de-salvar-napoleao-bonaparte-do-exilio.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Napole&atilde;o Bonaparte</a>&nbsp;(1769-1821) j&aacute; havia transformado o local em um ponto tur&iacute;stico para gerar lucro. Segundo o homem, ele queria deixar um legado que as pessoas pudessem literalmente ver. Napole&atilde;o era firme na ideia de que "os homens s&oacute; s&atilde;o grandes pelos monumentos que deixam para tr&aacute;s" &mdash; n&atilde;o &eacute; para menos que ele tenha encomendado o Arco do Triunfo em 1806.
<h2>O grande neg&oacute;cio &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp;&nbsp;</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/10/13/13192532322534.jpg" alt="(Fonte: Cose di Viaggio/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Cose di Viaggio/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
S&oacute; em 2018, cerca de 480 mil pessoas do mundo inteiro visitaram as famosas Catacumbas de Paris, mas, para isso acontecer, no passado Napole&atilde;o contratou Nicolas Frochot (1761-1828) e Louis-Etienne Hericart (1776-1854) para transformarem o grande t&uacute;mulo em algo espetacular para o p&uacute;blico visitar. Foram os dois homens que arrumaram os ossos empilhados pelo caminho em arranjos ex&oacute;ticos, em forma de cora&ccedil;&otilde;es e c&iacute;rculos.
As primeiras incurs&otilde;es foram recheadas de um tom espectral, com o caminho todo iluminado &agrave; luz de velas. Portanto, n&atilde;o demorou muito para que as catacumbas adquirissem a fama de um dos lugares mais comoventes e macabros para se visitar em Paris.
<span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;Traveloka&nbsp;" data-fonte-url="https://ik.imagekit.io/tvlk/xpe-asset/dsIfD0QxFcgaDmB6sQchobk5CmBu9PzsWhwFXGFxJ179jzSxIGG5kZNhhHY-p7nw/xxt/experience/image/Catacombs-Paris4-jpg-960x720-FIT-4370b61f88bf7aee979d3cd04687a830.jpeg?_src=imagekit&amp;tr=c-at_max,h-512,q-60,w-720"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/10/13/13192652432537.jpeg" alt="(Fonte: Traveloka/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Traveloka/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
&Agrave; medida que foi ficando reconhecido, o ponto tur&iacute;stico recebeu exposi&ccedil;&otilde;es com esqueletos deformados e objetos encontrados durante escava&ccedil;&otilde;es. No entanto, atualmente, o passeio dura apenas 45 minutos, e as pessoas podem visitar pouco mais de 1 quil&ocirc;metro do cemit&eacute;rio, visto que v&aacute;rias &aacute;reas t&ecirc;m acesso proibido ao p&uacute;blico.
Apesar disso, ainda assim as Catacumbas de Paris podem ser perigosas com suas passagens estreitas, baixas e inundadas. Em 2017, dois adolescentes passaram 3 dias perdidos pelos t&uacute;neis enquanto as autoridades francesas os procuravam.
No entanto, Philibert Aspairt n&atilde;o teve a mesma sorte que os dois h&aacute; 224 anos, quando vagou pelos t&uacute;neis sem nunca ter encontrado uma sa&iacute;da. Seu corpo foi recuperado pela pol&iacute;cia apenas 11 anos depois.

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Napoleão Bonaparte transformou as Catacumbas de Paris em um negócio

Imagem de FAST: o radiotelescópio que tenta se comunicar com vida alienígena no megacurioso

Com 500 metros de abertura, o aparelho chinês é o maior do mundo

O Radiotelesc&oacute;pio Esf&eacute;rico com 500 metros de Abertura (FAST) foi constru&iacute;do entre 2011 e 2015 no condado Pingtang, prov&iacute;ncia de Guizhou, sudoeste da China, e se tornou o maior radiotelesc&oacute;pio do mundo.
Esse enorme olho cinza mirando o c&eacute;u custou cerca de US$ 180 milh&otilde;es para os cofres chineses, e causou o realojamento de mais de 8 mil pessoas da &aacute;rea para que fosse criado um raio de &ldquo;sil&ecirc;ncio&rdquo; ao redor do aparelho.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/10/09/09092959021001.jpg" alt="(Fonte: Magazine Plus/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Magazine Plus/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Ap&oacute;s 3 anos de testes e comissionamento, o telesc&oacute;pio come&ccedil;ou a sua opera&ccedil;&atilde;o oficialmente em janeiro de 2020, com o objetivo de observar fen&ocirc;menos do espa&ccedil;o profundo, como pulsares, que os cientistas acreditam que possa nos dar uma vis&atilde;o de como o Universo foi feito e a natureza dos &ldquo;estados extremos da mat&eacute;ria&rdquo;.
No entanto, desde que o FAST abriu suas portas para os cientistas, ficou claro que os pulsares n&atilde;o s&atilde;o as &uacute;nicas coisas que o governo da China visava analisar quando construiu o imenso telesc&oacute;pio.
<h2>Vendo al&eacute;m</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/10/09/09092738412000.jpg" alt="(Fonte: China Daily/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: China Daily/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Como apontou uma mat&eacute;ria do The Atlantic em 2017, o novo telesc&oacute;pio chin&ecirc;s tamb&eacute;m foi constru&iacute;do com o intuito de identificar sinais que possam confirmar a exist&ecirc;ncia de vida <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/118164-as-mensagens-que-ja-enviamos-para-os-alienigenas.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">extraterrestre</a>.
O pa&iacute;s tem a tradi&ccedil;&atilde;o astrol&oacute;gica mais antiga do mundo, com cerca de 3,5 mil anos, ent&atilde;o o seu interesse n&atilde;o &eacute; nem um pouco novidade. Enquanto os Estados Unidos mant&ecirc;m seu programa Search for Extraterrestrial Intelligence (SETI) atrav&eacute;s de doa&ccedil;&otilde;es de contribuintes privados, em vez de ser custeado pelo governo como acontecia na d&eacute;cada de 1990, a China n&atilde;o poupa esfor&ccedil;os para mostrar o que t&ecirc;m tentado fazer, gastando milhares de d&oacute;lares em equipamentos como o FAST e pesquisas ousadas de explora&ccedil;&atilde;o espacial.
Mas os chineses querem mais, especificamente, estar &agrave; frente de uma poss&iacute;vel <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/119953-como-foi-decidido-o-fim-da-corrida-espacial.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">corrida espacial</a> do s&eacute;culo XXI quando esta finalmente acontecer &mdash; se &eacute; que vai. Em termos de pol&iacute;tica externa, o governo de Xi Jinping adotou uma abordagem insular, rejeitando a tecnologia e o com&eacute;rcio estrangeiro, gerando um custo enorme para o pa&iacute;s no cen&aacute;rio mundial.
<h2>Os perigos de ir al&eacute;m</h2>
<span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;The Guardian&nbsp;" data-fonte-url="https://i.guim.co.uk/img/media/328f487a99fe7368a52e379726f743c43ae5b1af/0_328_1592_955/master/1592.jpg?width=1200&amp;height=900&amp;quality=85&amp;auto=format&amp;fit=crop&amp;s=ffeae871300542966b743268022a745c"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/10/09/09093227006002.jpg" alt="(Fonte: The Guardian/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: The Guardian/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
O que escritores de fic&ccedil;&atilde;o e roteiristas de filmes de milh&otilde;es de d&oacute;lares j&aacute; nos mostraram em suas distopias desde Independence Day (1996) sobre a possibilidade de uma intelig&ecirc;ncia extraterrestre poder destruir a civiliza&ccedil;&atilde;o humana, parece n&atilde;o ter sido o suficiente para fazer os cientistas pararem de tentar se comunicar com o que vive no espa&ccedil;o profundo.
<a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/117612-stephen-hawking-legado-e-maiores-contribuicoes-para-a-ciencia.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Stephen Hawking</a>&nbsp;falava publicamente desde 2010 sobre seus temores de sermos exterminados por uma civiliza&ccedil;&atilde;o alien&iacute;gena. Em um evento de m&iacute;dia em 2015, ele observou que os seres humanos t&ecirc;m o h&aacute;bito de maltratar e massacrar outras culturas humanas que s&atilde;o menos avan&ccedil;adas tecnologicamente, e questionou por que os alien&iacute;genas seriam t&atilde;o diferentes &mdash; visto que ningu&eacute;m tem ideia de como essas formas de vida se parecem ou poderiam responder a qualquer tipo de contato.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/10/09/09093320271003.jpg" alt="(Fonte: National Geographic/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: National Geographic/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
&ldquo;Esses alien&iacute;genas talvez se tornassem n&ocirc;mades, procurando conquistar e colonizar qualquer planeta que pudessem alcan&ccedil;ar&rdquo;, disse Hawking em um epis&oacute;dio de Into the Universe with Stephen Hawking, um programa que foi ao ar no canal Discovery Channel.
Sobre o projeto Breakthrough Listen, que visa procurar comunica&ccedil;&otilde;es extraterrestres inteligentes no Universo, o cientista salientou que: &ldquo;Uma civiliza&ccedil;&atilde;o lendo uma de nossas mensagens pode estar bilh&otilde;es de anos a nossa frente. Nesse caso, eles ser&atilde;o muito mais poderosos e podem n&atilde;o nos ver como valiosos&rdquo;.
No final das contas, apesar de anos de discursos &oacute;bvios sobre o que poderia nos acontecer, governos como o da China ainda insistem em sua empreitada para se comunicar com o cosmos. Agora com o FAST, talvez consigamos ouvi-los, apesar de n&atilde;o estarmos prontos.

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FAST: o radiotelescópio que tenta se comunicar com vida alienígena

Imagem de O que aconteceria se o asteroide Apophis atingir a Terra em 2029? no megacurioso

O asteroide tem quase 270 metros de altura, só um pouco menos que a Torre Eiffel, com a potência de 880 megatons de energia

De acordo com os cientistas do Instituto de Pesquisa do Sudoeste, em San Antonio (Texas, Estados Unidos), foi um asteroide de 9,6 quil&ocirc;metros de largura que formou a cratera de Chicxulub, na pen&iacute;nsula de Yucatan (M&eacute;xico), respons&aacute;vel pela&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/119262-dinossauros-estavam-condenados-a-morte-antes-mesmo-de-asteroide.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">extin&ccedil;&atilde;o dos dinossauros</a> ao cair na Terra, h&aacute; mais de 66 milh&otilde;es de anos.
Al&eacute;m de eliminar os dinossauros n&atilde;o avianos, o choque matou cerca de 75% de todas as esp&eacute;cies de animais do planeta, culminando na maior extin&ccedil;&atilde;o em massa at&eacute; agora.
N&atilde;o &eacute; de hoje que as pessoas especulam e temem que outros asteroides atinjam a Terra e dizimem a vida humana, ou boa parte dela. Um dos "mensageiros do caos" mais pr&oacute;ximo &eacute; o&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/117692-apophis-o-que-e-o-mensageiro-do-caos-e-por-que-se-aproxima-da-terra.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Apophis</a>, que provavelmente ser&aacute; muito mencionado quando abril de 2029 estiver pr&oacute;ximo, pois &eacute; quando o objeto massivo passar&aacute; bem perto do nosso planeta, em uma dist&acirc;ncia de 40 mil quil&ocirc;metros &mdash; um d&eacute;cimo da dist&acirc;ncia entre a Terra e a <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/120058-por-que-o-homem-nunca-mais-voltou-a-lua.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Lua</a>.
Com o temor dessa proximidade, o que poderia acontecer se ele fosse arrastado para nossa &oacute;rbita?
<h2>Cat&aacute;strofe em larga escala&nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp;</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/10/09/09093844412004.jpg" alt="(Fonte: Globo/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Globo/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
C&aacute;lculos cient&iacute;ficos feitos em 2004 pela ag&ecirc;ncia espacial dos Estados Unidos (NASA) afirmam que realmente havia uma chance significativa de o corpo espacial atingir o planeta. No entanto, as &uacute;ltimas observa&ccedil;&otilde;es j&aacute; descartaram essa possibilidade devido &agrave; "dan&ccedil;a" que est&aacute; sendo feita entre a Terra, Apophis e o Sol. Isso deve acontecer at&eacute; o dia em que o asteroide passe por n&oacute;s, mas, se algo der errado nessa lacuna de 8 anos, as consequ&ecirc;ncias ser&atilde;o dr&aacute;sticas.
O asteroide tem quase 270 metros de altura, s&oacute; um pouco menos que a Torre Eiffel, com a pot&ecirc;ncia de 880 megatons de energia. Para se ter ideia, a&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/115482-bomba-de-hiroshima-completa-75-anos-e-ameaca-nuclear-ainda-assombra.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">bomba de Hiroshima</a> liberou apenas 0,15 megaton quando encontrou seu destino em solo japon&ecirc;s.
A extens&atilde;o do dano catastr&oacute;fico, por&eacute;m, ser&aacute; determinada dependendo de qual parte da Terra a rocha atingir. Se s&oacute; as&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/119302-taramae-e-matsuo-duas-sobreviventes-de-hiroshima-e-nagasaki.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">bombas Little Boy e Fat Man</a>&nbsp;da <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/112268-entenda-como-comecou-a-segunda-guerra-mundial.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Segunda Guerra Mundial</a> mataram cerca de 200 mil pessoas no processo, imagine um asteroide cuja magnitude &eacute; milhares de vezes maior. Cidades como Londres, por exemplo, com 1.572 km&sup2;, desapareceriam do mapa em um piscar de olhos.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/10/09/09094049975005.jpg" alt="(Fonte: Dreamstime/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Dreamstime/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Felizmente, as chances de o asteroide acertar uma &aacute;rea povoada s&atilde;o pequenas, considerando que os oceanos cobrem 75% da superf&iacute;cie terrestre. Contudo, se Apophis fizer sua aterrissagem no oceano, n&atilde;o ser&aacute; uma not&iacute;cia boa tamb&eacute;m.
As ondas que a rocha gigantesca pode provocar em todas as dire&ccedil;&otilde;es causariam tsunamis devastadores em v&aacute;rios continentes ao mesmo tempo. Ou seja, com a porcentagem de popula&ccedil;&atilde;o humana vivendo em cidades costeiras, o n&uacute;mero de mortos seria imenso. Segundo o cientista Neil deGrasse Tyson, as ondas podem destruir a costa oeste da Am&eacute;rica do Norte inteira se o Apophis encontrar o Oceano Pac&iacute;fico.
<h2>M&aacute;s not&iacute;cias</h2>
<span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;The New York Times&nbsp;" data-fonte-url="https://static01.nyt.com/images/2017/11/14/science/10TB-ASTEROID1/merlin_129883520_2c6bb4ee-ecd9-42c8-96c5-01c8179cc2f3-superJumbo.jpg"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/10/09/09094219631006.jpg" alt="(Fonte: The New York Times/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: The New York Times/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Apesar da quantidade de mortes que a rocha pode causar caindo no mar ou sobre cidades, ainda assim n&atilde;o haveria extin&ccedil;&atilde;o em massa. Por outro lado, os impactos do asteroide lan&ccedil;ariam tanta poeira e tantos detritos na atmosfera da Terra que as mudan&ccedil;as clim&aacute;ticas se tornariam um problema ainda maior.
&Eacute; importante tamb&eacute;m ressaltar que nem todas as mudan&ccedil;as clim&aacute;ticas causadas por fen&ocirc;menos naturais s&atilde;o devastadoras ou de longo prazo. Um exemplo &eacute; o quanto<a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/119674-como-os-vulcoes-sao-formados.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">vulc&otilde;es</a> entram em erup&ccedil;&atilde;o o tempo todo, e isso s&oacute; interrompe brevemente o clima. Talvez o Apophis causasse problemas em um per&iacute;odo semelhante.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/10/09/09094449866007.jpg" alt="(Fonte: Popular Mechanics/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Popular Mechanics/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
No final das contas, muito embora seja quase certo que estaremos a salvo do asteroide gigante em 2029, n&atilde;o h&aacute; nada que possamos fazer para impedir Apophis ou qualquer Objeto Potencialmente Perigoso (PHO). As op&ccedil;&otilde;es de mitiga&ccedil;&atilde;o de asteroides s&atilde;o te&oacute;ricas, em vez de reais e operacionais.
Ou seja, com Apophis ou n&atilde;o, estamos &agrave; merc&ecirc; do que vem do espa&ccedil;o.

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O que aconteceria se o asteroide Apophis atingisse a Terra em 2029?

Imagem de Como a Peste Bubônica ajudou a civilização humana? no megacurioso

Em muitas situações há um lado bom, apesar de tudo

Da <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/119978-thomas-jefferson-e-sua-contraditoria-relacao-com-a-escravidao.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">escravid&atilde;o</a> &agrave;s duas Grandes Guerras Mundiais, para tudo existe um &ldquo;e se&rdquo;: e se n&atilde;o tivesse acontecido? E se ainda existisse?
Se a <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/119905-como-teria-sido-o-mundo-sem-a-primeira-guerra-mundial.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Primeira Guerra Mundial</a> e sua sucessora n&atilde;o tivessem acontecido, embora o mundo e a humanidade tivessem sido poupados da destrui&ccedil;&atilde;o e mortes avassaladoras, a globaliza&ccedil;&atilde;o tecnol&oacute;gica poderia n&atilde;o ser t&atilde;o avan&ccedil;ada como conhecemos hoje. Tudo poderia ter demorado o dobro de tempo para ser desenvolvido ou ainda nem tivesse sido pensado.
Com o horror da <a href="https://www.megacurioso.com.br/misterios/113392-eyam-o-vilarejo-da-peste.htm#:~:text=Causada%20pelo%20bacilo%20Yersinia%20pestis,europeia%2C%20entre%201347%20e%201351." rel="noopener noreferrer" target="_blank">peste bub&ocirc;nica</a> tamb&eacute;m n&atilde;o foi diferente. Apesar de ter dizimado mais de 20 milh&otilde;es de pessoas no s&eacute;culo XIV na Europa ao longo de 5 anos, seu rastro de exterm&iacute;nio resultou em uma s&eacute;rie de mudan&ccedil;as que impactaram diretamente a sa&uacute;de da civiliza&ccedil;&atilde;o humana e seu curso.
<h2>A transforma&ccedil;&atilde;o social &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp;&nbsp;</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/10/08/08213554022008.jpg" alt="(Fonte: Quora/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Quora/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Conforme as estimativas do American Scientist, entre 72% e 100% dos infectados pela peste bub&ocirc;nica morreram sem tratamento durante a pandemia europeia, em um cen&aacute;rio onde n&atilde;o havia estudos epidemiol&oacute;gicos, tampouco antibi&oacute;ticos que pudessem combater ou ao menos refrear a deflagra&ccedil;&atilde;o desastrosa da doen&ccedil;a.
Em seu doutorado, a antrop&oacute;loga Sharon DeWitte, da Universidade da Carolina do Sul, conduziu um estudo nos <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/119389-esqueleto-de-5-mil-anos-seria-de-vitima-de-peste-bubonica.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">restos mortais das v&iacute;timas da peste</a>&nbsp;na tentativa de avan&ccedil;ar nossa compress&atilde;o das consequ&ecirc;ncias de uma <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/118567-a-era-das-pandemias-sera-essa-a-nossa-realidade.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">pandemia.</a>
<span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;NBC News&nbsp;" data-fonte-url="https://media-cldnry.s-nbcnews.com/image/upload/t_nbcnews-fp-1200-630,f_auto,q_auto:best/MSNBC/Components/Photo/_new/111012-science-blackdeath-1055a.jpg"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/10/08/08213820319009.jpg" alt="(Fonte: NBC News/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: NBC News/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Na quest&atilde;o pol&iacute;tica, a doen&ccedil;a representou o in&iacute;cio ou pelo menos a acelera&ccedil;&atilde;o de uma grande mudan&ccedil;a econ&ocirc;mica e sociol&oacute;gica na Europa. O sistema feudal foi devastado do mais alto ao mais baixo escal&atilde;o, por&eacute;m a falta de trabalhadores resultou uma maior demanda e melhor tratamento para os pobres.
No per&iacute;odo de 200 anos que levou para os n&iacute;veis de popula&ccedil;&atilde;o se recuperarem, o sistema medieval de servid&atilde;o entrou em colapso, porque o trabalho se tornou mais valioso quando havia menos trabalhadores. E, apesar da escassez de pessoas para isso, havia mais terra, comida e dinheiro para pessoas comuns.
<h2>Linhagem gen&eacute;tica</h2>
<span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;Canada's History&nbsp;" data-fonte-url="https://www.canadashistory.ca/getmedia/95fc9dca-5b9f-408d-b313-2503906adbd0/EduClaFromBubonicPlagueT.jpg.aspx?width=768&amp;height=511&amp;ext=.jpg"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/10/08/08213927897010.jpg" alt="(Fonte: Canada's History/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Canada's History/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Segundo a an&aacute;lise da antrop&oacute;loga, a peste, ao matar milh&otilde;es de pessoas que eram suscet&iacute;veis a ela, na verdade preparou melhor as gera&ccedil;&otilde;es futuras para novos surtos. Aqueles que vieram ap&oacute;s a pandemia, tendiam a viver mais, provavelmente beneficiados por sistemas imunol&oacute;gicos fortalecidos e dietas melhores, tudo gra&ccedil;as aos ancestrais que sobreviveram &agrave; doen&ccedil;a.
Comparando os 490 esqueletos de um cemit&eacute;rio da peste na Inglaterra com a ossada de 291 pessoas de dois cemit&eacute;rios medievais da Dinamarca, entre les&otilde;es &oacute;sseas ou dentais que indicavam problemas de sa&uacute;de, DeWitte descobriu que indiv&iacute;duos mais velhos e aqueles com sinais significativos de fragilidade correram maior risco de morrer da peste do que os demais.
&ldquo;Ao visar pessoas fr&aacute;geis de todas as idades e mat&aacute;-las em um per&iacute;odo de tempo extremamente curto, a Peste Bub&ocirc;nica pode ter representado uma grande for&ccedil;a de sele&ccedil;&atilde;o natural&rdquo;, observou a estudiosa, em mat&eacute;ria ao American Scientist.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/10/08/08214231084011.jpg" alt="(Fonte: NBC News/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: NBC News/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Ficou claro para ela que a doen&ccedil;a parece ter removido os indiv&iacute;duos mais vulner&aacute;veis em uma escala muito ampla em grande parte da Europa, seja devido a sistemas imunol&oacute;gicos deficientes, doen&ccedil;as pregressas ou hist&oacute;rico de desnutri&ccedil;&atilde;o severa.
Em um espectro maior, os trabalhadores come&ccedil;aram a enxergar o seu valor como ser humano e preencher mais lugares na sociedade, conseguindo viajar mais, buscar terras e garantir sal&aacute;rios mais altos. O fazendeiro nasceu desse movimento, trilhando um caminho crucial em dire&ccedil;&atilde;o a melhores condi&ccedil;&otilde;es de vida para pessoas comuns.
Sem a peste bub&ocirc;nica, por mais devastadora que tenha sido, &eacute; dif&iacute;cil dizer quando essas mudan&ccedil;as teriam acontecido.

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Como a peste bubônica ajudou a civilização humana?

Imagem de No século XX, ondas de calor extremo mataram pessoas pelo mundo no megacurioso

Mas ninguém parou para prestar atenção, tampouco para lembrá-las

Em 2012, a Administra&ccedil;&atilde;o Oce&acirc;nica e Atmosf&eacute;rica Nacional dos Estados Unidos divulgou dados de que houve mais de 8 mil recordes de temperaturas altas s&oacute; naquele ano devido a um sistema de alta press&atilde;o que se moveu sobre o pa&iacute;s entre junho e julho &mdash; n&atilde;o &eacute; para menos que tudo indicava que o mundo acabaria. Mas n&atilde;o parou por a&iacute;.
Em julho de 2018, a NASA anunciou que foi o terceiro m&ecirc;s mais quente desde 1880. Al&eacute;m disso, conforme ressaltou o cientista clim&aacute;tico Stefan Rahmstorf, chefe da An&aacute;lise de Sistema Terrestre do Instituto Potsdam para Pesquisa sobre Impacto Clim&aacute;tico, aquele m&ecirc;s provavelmente foi um dos mais quentes desde o per&iacute;odo geol&oacute;gico chamado Eemiano, h&aacute; cerca de 115 mil anos.
A Terra est&aacute; cada vez mais quente, e desde o s&eacute;culo XX que as pessoas sentem as consequ&ecirc;ncias disso de maneira mais abrangente &mdash; para n&atilde;o falar insana.
<h2>O vapor mortal</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/10/08/08212832740004.jpg" alt="(Fonte: New England Historic Society/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: New England Historic Society/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
O <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/119911-por-que-o-calor-nos-deixa-mais-cansados.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">calor&nbsp;</a>anormal sempre foi normalizado pela sociedade, apesar de a quantidade de avisos de como pode afetar a sa&uacute;de. Ningu&eacute;m considera que h&aacute; algo de muito estranho em pessoas morrendo por simplesmente n&atilde;o aguentarem as altas <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/118910-se-nossa-temperatura-e-de-37-c-por-que-sentimos-calor-com-mais-de-25-c.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">temperaturas</a>.
Com a inven&ccedil;&atilde;o do ar-condicionado e ventiladores dom&eacute;sticos turbo, hoje muitas pessoas conseguem sobreviver aos dias escaldantes, mas a realidade era bem diferente em 1896. No come&ccedil;o de agosto desse ano, no nordeste dos EUA, Austr&aacute;lia e Reino Unido, a temperatura subiu, os ventos sumiram, a umidade se manteve em 90% e os term&ocirc;metros de Nova York marcaram 32,2 &deg;C.
&ldquo;Nenhuma onda quente que passou pelo pa&iacute;s nos &uacute;ltimos anos foi t&atilde;o intensa ou mais fatal em seus resultados&rdquo;, relatou o Boston Globe. Em dois dias de morma&ccedil;o excruciante, as pessoas j&aacute; estavam morrendo no que ficou conhecido como "um dos piores desastres naturais da hist&oacute;ria", segundo a New England Historical Society.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/10/08/08212930959005.jpg" alt="(Fonte: Flashbak/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Flashbak/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Aqueles que trabalhavam ao ar livre ou pr&oacute;ximo de fornalhas foram os primeiros a abandonarem o posto devido ao calor. Em dez dias de dura&ccedil;&atilde;o do calor, foram mais de 1,3 mil pessoas mortas somente em Nova York, e seus cad&aacute;veres se decompuseram em menos de 24 horas com a forte temperatura. Nesse &iacute;nterim, tamb&eacute;m 1.258 corpos de cavalos se amontoaram pelas ruas, transformando-as em um cemit&eacute;rio f&eacute;tido ao ar livre. Quem sobreviveu, n&atilde;o passou um dia sem desmaiar na rua ou em casa com as quedas de press&atilde;o e desidrata&ccedil;&atilde;o.
Mas n&atilde;o foi s&oacute; o calor que matou, a busca por m&eacute;todos de se refrescar tamb&eacute;m. Foram v&aacute;rias as pessoas que dormiram do lado de fora de suas casas, em escadas de inc&ecirc;ndio dos pr&eacute;dios abarrotados e quentes, o que culminou em centenas de quedas fatais. O mesmo destino encontrou aqueles que dormiram em cais, quando acabavam rolando durante o sono e se afogando nas &aacute;guas do rio.
<h2>A hist&oacute;ria esquecida</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/10/08/08213045896006.jpg" alt="(Fonte: Flashbak/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Flashbak/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
A Austr&aacute;lia tamb&eacute;m pereceu a olhos vistos com o calor. Ap&oacute;s o Bureau de Meteorologia reunir uma s&eacute;rie de registros da &eacute;poca, eles se deparam com hist&oacute;rias de pessoas que morreram de calor, hospitais que lotaram de pacientes, planta&ccedil;&otilde;es inteiras que murcharam, inc&ecirc;ndios florestais fora de controle e inc&ecirc;ndios residenciais por feno em chamas. Segundo a ABC, o n&uacute;mero oficial de mortos no pa&iacute;s foi de 435 pessoas ao longo de tr&ecirc;s semanas, v&iacute;timas de uma temperatura que atingiu 38?&deg;C.
O desiquil&iacute;brio natural j&aacute; estava t&atilde;o grande que, em 4 de julho de 1911, as temperaturas na mesma &aacute;rea que atingiram esses pa&iacute;ses, subiram de modo assassino por mais dez dias.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/10/08/08213150521007.jpg" alt="(Fonte: Flashbak/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Flashbak/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Quando a avalanche de calor passou, ela havia tirado mais vidas do que not&oacute;rios desastres, como o Grande Inc&ecirc;ndio de Chicago de 1871, al&eacute;m do rastro de destrui&ccedil;&atilde;o que deixou atrav&eacute;s de tempestades que queimaram casas at&eacute; os alicerces.
Mas a hist&oacute;ria dos EUA, aparentemente, esqueceu esses ver&otilde;es mortais que poderiam ter servido de alerta para o futuro. Em entrevista ao U.S News, o historiador e autor Edward Kohn disse que isso aconteceu porque a maioria daqueles que morreram de calor eram pobres da classe trabalhadora. Ou seja, no final do dia, eles n&atilde;o eram t&atilde;o memor&aacute;veis assim, sobretudo em uma &eacute;poca em que o sofrimento e morte deles era cotidiano.
Al&eacute;m disso, Kohn tamb&eacute;m acrescentou que n&atilde;o houve um momento grande o suficiente no evento para marcar a hist&oacute;ria, ent&atilde;o tudo o que aconteceu de horr&iacute;vel, quase que instantaneamente, perdeu sua relev&acirc;ncia.

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No século XX, ondas de calor extremo mataram pessoas pelo mundo

Imagem de Peter: a criança feral adotada como animal de estimação no megacurioso

Em 1725, o rei George I da Grã-Bretanha ficou encantando pelo garoto — que não era só 'selvagem'

Foi em 1725, durante uma ca&ccedil;a na atual floresta Hertswold, no norte da Alemanha, que um grupo de homens encontrou um menino sozinho, completamente nu, de cabeleira comprida e emaranhada, unhas longas, pele muito agredida pelo sol. Ele tamb&eacute;m estava imundo da cabe&ccedil;a aos p&eacute;s e magro como se tivesse vivido na floresta por algum tempo &agrave; base de uma dieta de plantas e nozes.
Al&eacute;m de n&atilde;o conseguir andar ereto e ter uma habilidade para subir em &aacute;rvores de maneira r&aacute;pida, o menino parecia incapaz de se comunicar com eles, visto que apenas respondia &agrave;s perguntas usando uma variedade de grunhidos e guinchos. Portanto, os homens estimaram tamb&eacute;m que ele tinha cerca de 12 anos, e o nomearam Peter, o Menino Selvagem.
Quando os ca&ccedil;adores chegaram com o menino na cidade, alguns habitantes locais o reconheceram, alegando que ele ia periodicamente ao centro para furtar e tamb&eacute;m, curiosamente, roubar beijos de senhoras. Com esses relatos, tamb&eacute;m surgiu o boato de que Peter tivesse sido abandonado na floresta ainda quando crian&ccedil;a, criado por animais selvagens desde ent&atilde;o.
Apesar do hist&oacute;rico controverso do jovem, os moradores finalmente come&ccedil;aram a se interessar mais por ele e iniciaram um esfor&ccedil;o para encontrar sua fam&iacute;lia. Contudo, ningu&eacute;m jamais reivindicou a paternidade do menino, apesar de toda a divulga&ccedil;&atilde;o feita.
<h2>Um animal de estima&ccedil;&atilde;o</h2>
<span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;The Public Domain Review&nbsp;" data-fonte-url="https://the-public-domain-review.imgix.net/essays/peter-the-wild-boy/6321693947_b08acfa563_o.jpg?fit=max&amp;w=1200&amp;h=850"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/10/06/bug-06080016473014.jpg" alt="(Fonte: The Public Domain Review/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: The Public Domain Review/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Como Peter se tornou o centro das aten&ccedil;&otilde;es, n&atilde;o demorou muito para que sua hist&oacute;ria chegasse aos ouvidos do rei George I da Gr&atilde;-Bretanha, que ficou fascinado e obcecado com tudo, exigindo que o menino fosse levado at&eacute; o Pal&aacute;cio de Kensington. O s&uacute;bito interesse tamb&eacute;m partiu da nora do rei George, a princesa Caroline de Gales.
Quando ele pisou em territ&oacute;rio real, Peter n&atilde;o saiu mais. A princ&iacute;pio, ele foi tratado e mantido como uma esp&eacute;cie de "animal de estima&ccedil;&atilde;o" da corte, servindo para entret&ecirc;-los &mdash; apesar de ter sido tratado com gentileza.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/10/06/06080207473016.png" alt="Rei George I. (Fonte: Pinterest/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />Rei George I. (Fonte: Pinterest/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Caroline de Gales foi a principal tutora do menino selvagem, que enfrentou diversos desafios de adapta&ccedil;&atilde;o ao novo estilo de vida ainda mais complexo. Ele s&oacute; comia com as m&atilde;os, bem como resistia em usar roupas, se sentindo mais confort&aacute;vel dormindo no ch&atilde;o do que em uma cama.
Para tentar resolver essa situa&ccedil;&atilde;o, Caroline de Gales contratou o Dr. Arbuthnot para preparar uma agenda de educa&ccedil;&atilde;o formal para Peter e ajud&aacute;-lo a desenvolver suas habilidades sociais b&aacute;sicas. Ela ainda contratou uma equipe de servos para ensin&aacute;-lo cuidados di&aacute;rios b&aacute;sicos, incluindo de higiene, fornecendo disciplina sempre que necess&aacute;rio.
<h2>Diagn&oacute;stico futuro</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/10/06/06080341832018.jpg" alt="Caroline de Gales.(Fonte: Pinterest/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />Caroline de Gales.(Fonte: Pinterest/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Com tempo e muito empenho dos professores, Peter acabou aprendendo a andar ereto e pareceu come&ccedil;ar a gostar de sua nova vida. Ele se tornou, especialmente, um amante de m&uacute;sica e conseguiu estabelecer um bom relacionamento com alguns membros da equipe do rei.
Ap&oacute;s 11 de junho de 1727, com a morte do rei George I, Peter embarcou em sua jornada de passar de casa em casa, ao ficar &oacute;rf&atilde;o da fam&iacute;lia real que, t&atilde;o r&aacute;pido se interessou e manteve carinho por ele, desprezou-o.
O menino acabou sendo acolhido por um fazendeiro chamado James Fenn, segundo o Visit Norwich. Peter fugiu do local em 1751, quando foi preso em Norwich ao ser confundido com um sem-teto. Visto que ele ainda n&atilde;o sabia como se comunicar verbalmente, as autoridades n&atilde;o puderam identificar sua identidade e o enviaram a uma institui&ccedil;&atilde;o correcional chamada The Bridewell.
Enquanto isso, um Fenn desesperado anunciou em todos os jornais o sumi&ccedil;o de Peter, implorando pelo retorno dele, que s&oacute; aconteceu quando se reencontrou com ele na cadeia meses ap&oacute;s sua pris&atilde;o. Assim que foi solto, ele foi for&ccedil;ado a usar uma coleira de lat&atilde;o com seu endere&ccedil;o e informa&ccedil;&otilde;es de identifica&ccedil;&atilde;o gravadas.
Peter viveu com Fenn at&eacute; que o guardi&atilde;o morresse, sendo adotado por um fazendeiro chamado Brill. Com ele, o &oacute;rf&atilde;o feral desenvolveu uma forte rela&ccedil;&atilde;o, e nunca mais fugiu de casa.
<span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;The Public Domain Review&nbsp;" data-fonte-url="https://the-public-domain-review.imgix.net/essays/peter-the-wild-boy/6322217472_42462a5e52_o.jpg?fit=max&amp;w=1200&amp;h=850"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/10/06/06080645379021.jpg" alt="(Fonte: The Public Domain Review/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: The Public Domain Review/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Com o falecimento de Brill, Peter se recusou a comer e morreu por inani&ccedil;&atilde;o, aos 73 anos, em meados de 1785. Ele foi enterrado em St. Mary&rsquo;s Northchurch.
At&eacute; hoje n&atilde;o se sabe quanto Peter foi tratado como um ser humano ou um animal de estima&ccedil;&atilde;o. Os historiadores presumem que o seu comportamento e incapacidade de se comunicar verbalmente ia muito al&eacute;m de sua cria&ccedil;&atilde;o selvagem, e que talvez ele tivesse alguma defici&ecirc;ncia mental. Isso, inclusive, corroboraria o fato de ele ter sido abandonado na floresta, visto que no s&eacute;culo XVIII era muito comum os pais fazerem isso com crian&ccedil;as que possu&iacute;am qualquer tipo de d&eacute;ficit, fosse f&iacute;sico ou mental.
Em uma das hip&oacute;teses, os pesquisadores apontam para um quadro de S&iacute;ndrome de Pitt-Hopkins, uma doen&ccedil;a gen&eacute;tica semelhante ao autismo. Al&eacute;m de causar atrasos no desenvolvimento mental, tamb&eacute;m &eacute; respons&aacute;vel por anormalidades f&iacute;sicas, incluindo cabelos crespos grossos, olhos semicerrados, baixa estatura, dedos das m&atilde;os fundidos e capacidade limitada ou nenhuma capacidade de se comunicar verbalmente. E ainda, pessoas portadoras de Pitt-Hopkins tamb&eacute;m preferem ficar nuas, pois as roupas s&atilde;o enxergadas por elas como restritivas e desconfort&aacute;veis.
A &uacute;nica coisa que restou sobre a hist&oacute;ria de Peter, o Menino Selvagem, foi sua coleira de lat&atilde;o, atualmente preservada na Berkhamsted School, na Inglaterra.

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Peter: a criança feral adotada como animal de estimação

Imagem de Garota de Yde: a múmia de 2 mil anos encontrada no pântano no megacurioso

Era 12 de maio de 1897 quando dois trabalhadores acharam que tinham visto um dem&ocirc;nio. Eles limpavam a turfa de um p&acirc;ntano de Stijfveen, pr&oacute;ximo &agrave; Aldeia de Yde, na Holanda, no momento em que um cad&aacute;ver deformado, de apar&ecirc;ncia enegrecida e cabelos ruivos de uma garota, emergiu da lama.
Ap&oacute;s fugirem do local, os homens retornaram para enfrentar o medo de serem presos, que era maior do que do cad&aacute;ver. Ent&atilde;o, eles lan&ccedil;aram uma corda ao redor do pesco&ccedil;o da menina e a i&ccedil;aram para fora da turfa.
Em terra firme, eles notaram que ela tinha apenas um ferimento de faca na clav&iacute;cula, provavelmente a causa de sua morte. Contudo, no momento em que o prefeito da vila a encontrou, apenas 9 dias ap&oacute;s seu descobrimento, muito de seu cabelo e seus dentes estavam faltando. Ele tamb&eacute;m teve que coletar os restos mortais da lama, como o p&eacute;, m&atilde;o e p&eacute;lvis, que foram todos entregues aos funcion&aacute;rios do Museu Drents para investiga&ccedil;&atilde;o.
At&eacute; aquele momento, ela j&aacute; estava sendo chamada Garota de Yde.
<h2>O que aconteceu</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/10/04/04202228149010.jpg" alt="(Fonte: Geopark De Hondsrug/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Geopark De Hondsrug/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Foi s&oacute; em 1992 que o professor Richard Neave, da Universidade de Manchester, p&ocirc;de fazer uma data&ccedil;&atilde;o por radiocarbono do cr&acirc;nio da garota, assim identificando-a como uma jovem com cerca de 16 anos, que viveu entre 54 a.C. e 128 d.C., portadora de escoliose devido a uma curvatura debilitante de sua coluna. Ele tamb&eacute;m notou que seu p&eacute; direito estava anormalmente inchado quando ela morreu. A jovem ficou preservada mesmo ap&oacute;s 2 mil anos na lama devido ao &aacute;cido t&acirc;nico presente na turfa, transformando-a em uma <a href="https://www.megacurioso.com.br/misterios/117724-mumias-do-pantano-os-cadaveres-de-10-mil-anos-encontrados-na-lama.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">m&uacute;mia do p&acirc;ntano</a>.
O rosto da Garota de Yde s&oacute; foi reconstru&iacute;do em meados de 1994, ganhando fama internacional. No entanto, o motivo de seu assassinato permaneceu incerto at&eacute; o estudo de Dr. Roy van Beek, da Universidade de Wageningen, publicado em 2019 no Sage Journal, apresentando dois palpites:
Em ambos os casos, ficou claro que a jovem foi morta por estrangulamento ou pela facada em sua clav&iacute;cula, ent&atilde;o restava saber o porqu&ecirc; do ocorrido. A primeira teoria sugere que ela foi transformada em uma m&uacute;mia do p&acirc;ntano por ter vivido contra as normas do que era costume na &eacute;poca ou cometido algum ato criminoso, como adult&eacute;rio.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/10/04/04202711946013.jpg" alt="(Fonte: Pinterest/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Pinterest/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
A segunda hip&oacute;tese, a mais atraente para os cientistas, &eacute; de que ela tenha sido sacrificada em um ritual, visto que n&atilde;o existem evid&ecirc;ncias suficientes que confirmem que a menina tinha marido. Al&eacute;m disso, suas deforma&ccedil;&otilde;es e defici&ecirc;ncias, como a escoliose, fizeram dela para os povos daquela &eacute;poca uma candidata perfeita para um sacrif&iacute;cio.
&ldquo;A menina deve ter nascido em um assentamento pr&oacute;ximo ao cume de Yde, pois seu corpo foi deixado em um p&acirc;ntano pequeno e relativamente raso &mdash; a uma dist&acirc;ncia de cerca de 1 quil&ocirc;metro&rdquo;, determinou Beek.
Ainda h&aacute; uma discuss&atilde;o sobre se o cabelo da Garota de Yde foi removido por alde&otilde;es do s&eacute;culo XIX ou se caiu devido &agrave; exposi&ccedil;&atilde;o parcial ao oxig&ecirc;nio.&nbsp;&nbsp;Atualmente, os restos mortais da m&uacute;mia est&aacute; em posse do Museu Drents, em Assen, na Holanda, e os pesquisadores ainda tentam entender o que aconteceu com ela em vida.

Julio Cezar de Araujo