Imagem de Dilúvio do Mar Negro teria inspirado a narrativa bíblica de Noé no megacurioso

Publicado em 1998, o livro Noah's Flood:The New Scientific Discoveries About the Event that Changed History, dos ge&oacute;logos William Ryan e Walter Pitman, da Universidade de Col&uacute;mbia, exp&ocirc;s ao mundo a teoria do Dil&uacute;vio do Mar Negro,&nbsp; que, provavelmente, teria sido usada para apoiar a cren&ccedil;a b&iacute;blica do <a href="https://www.megacurioso.com.br/historia-e-geografia/42766-a-historia-sobre-a-arca-de-noe-poderia-ter-acontecido-.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">dil&uacute;vio de No&eacute;.</a> Tudo partiu do princ&iacute;pio de que os ge&oacute;logos encontraram uma antiga linha costeira e dunas totalmente preservadas a uma profundidade de 155 metros, indicando que houve uma inunda&ccedil;&atilde;o h&aacute; milhares de anos.
A obra traz evid&ecirc;ncias de que houve o rompimento de um suposto istmo de B&oacute;sforo (um estreito que conecta o mar Negro ao de M&aacute;rmara, cercando o limite dos continentes asi&aacute;ticos e europeu) no ano de 5600 a.C. Naquela &eacute;poca, ocorreu no nordeste da Europa o derretimento das camadas de gelo da &uacute;ltima glacia&ccedil;&atilde;o, que supostamente se transformou nos mares Negro e C&aacute;spio, em lagos de &aacute;gua doce e salobra, conforme o n&iacute;vel da bacia mediterr&acirc;nica permanecia bem abaixo das cotas atuais.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/10/04/04203005571015.jpg" alt="(Fonte: Woods Hole Oceanographic Institution/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Woods Hole Oceanographic Institution/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Com o avan&ccedil;o do degelo, os cursos de &aacute;gua que alimentavam o Mar Negro teriam mudado de dire&ccedil;&atilde;o e encontrado a Bacia Atl&acirc;ntica pelo Mar B&aacute;ltico ou o do Norte, cuja consequ&ecirc;ncia direta teria sido um d&eacute;ficit na alimenta&ccedil;&atilde;o do Mar Negro, fazendo seu n&iacute;vel regredir e levar &agrave; perda da liga&ccedil;&atilde;o com o mar C&aacute;spio &mdash; se esta de fato existiu.
Portanto, com o recuo do Mar Negro surgiu uma depress&atilde;o em que civiliza&ccedil;&otilde;es, como a indo-europeia dos Curganos, teriam-se assentado. O degelo, no entanto, em benef&iacute;cio do Atl&acirc;ntico, elevou o n&iacute;vel do Mediterr&acirc;neo e do Egeu, que absorveram as &aacute;guas doces de regi&otilde;es costeiras da Anat&oacute;lia e da Gr&eacute;cia.&nbsp;
Finalmente, no fim do 6&deg; mil&ecirc;nio a.C., o n&iacute;vel dos dois mares subiram muito, e a press&atilde;o do Mediterr&acirc;neo for&ccedil;ou o rompimento do antigo istmo de B&oacute;sforo, provocando uma cascata de &aacute;gua salgada que inundou os 155 mil quil&ocirc;metros da antiga depress&atilde;o do Mar Negro, causando o famoso dil&uacute;vio.
<h2>A primeira tese &nbsp; &nbsp; &nbsp;</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/10/04/04203352743016.jpg" alt="(Fonte: Pinterest/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Pinterest/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
No entanto, desde a data da publica&ccedil;&atilde;o da pesquisa de Ryan e Pitman, surgiram diversos estudiosos para contestar as sugest&otilde;es feitas. Segundo um artigo da Science, as lendas na Ilha de Samotr&aacute;cia, no mar Egeu, afirmam que o Mar Negro o inundou apenas com &aacute;gua doce. Os escritores, por outro lado, consideraram que os ilh&eacute;us n&atilde;o tenham entendido muito bem de onde veio toda a &aacute;gua &mdash; apesar de ser algo dif&iacute;cil de acreditar.
O que embasa as cren&ccedil;as dos ilh&eacute;us seria que o r&aacute;pido derretimento das calotas polares, no final da Idade do Gelo, pode ter trazido muita &aacute;gua do norte para o Mar Negro atrav&eacute;s dos rios Don, Dnieper e Dniester; acontecendo, primeiro, uma inunda&ccedil;&atilde;o de &aacute;gua doce. Esse alagamento teria feito seu caminho para o sul, em dire&ccedil;&atilde;o aos mares Egeu e Mediterr&acirc;neo, por meio de um rio que corria de norte a sul.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/10/04/04203826900019.jpg" alt="(Fonte: ScienceDirect/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: ScienceDirect/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Com o tempo, o derretimento acelerado das calotas polares teria aumentado o n&iacute;vel do Atl&acirc;ntico, inundando com &aacute;gua salgada o Mar Mediterr&acirc;neo, depois o Egeu e, s&oacute; ent&atilde;o, o Negro. Essas cheias teriam alargado o leito do rio, o que seria o atual B&oacute;sforo.&nbsp;
A exist&ecirc;ncia de inunda&ccedil;&otilde;es de &aacute;guas doce e salgada &eacute; sustentada pelo atual equil&iacute;brio comprometido no B&oacute;sforo, cuja &aacute;gua pr&oacute;xima &agrave; superf&iacute;cie &eacute; duas vezes menos salgada e corre do mar Negro ao Egeu. Por&eacute;m, abaixo de 15 metros, a &aacute;gua salgada corre na dire&ccedil;&atilde;o oposta ao Egeu, e o Mediterr&acirc;neo ao mar Negro.
A professora de Geologia Valentina Yanko-Hombach, da Universidade de Odessa, na Ucr&acirc;nia, alegou em sua pesquisa que o fluxo cont&iacute;nuo de &aacute;gua atrav&eacute;s do B&oacute;sforo mudou de dire&ccedil;&atilde;o no tempo geol&oacute;gico e n&atilde;o aconteceu por um desastre de ruptura repentina, como sustentam Ryan e Pitman.
<h2>A segunda tese</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/10/04/04203600274018.jpg" alt="(Fonte: Pinterest/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Pinterest/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Em 1999, o cientista Robert Ballard, respons&aacute;vel por descobrir os destro&ccedil;os do <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/119582-7-fatos-essenciais-sobre-a-historia-do-naufragio-do-titanic.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Titanic</a>, liderou uma expedi&ccedil;&atilde;o para encontrar vest&iacute;gios de estruturas feitas pelo homem no fundo do Mar Negro, no sudeste da Europa. Os moluscos e uma linha costeira antiga indicaram que o mar de &aacute;gua salgada j&aacute; foi um lago de &aacute;gua doce, sustentando a teoria do dil&uacute;vio do Mar Negro, que teria inspirado a hist&oacute;ria dos 40 dias e noites de chuva que levou &agrave; cria&ccedil;&atilde;o da Arca de No&eacute;.
Conforme os dados e evid&ecirc;ncias apontados pelo Woods Hole Oceanographic Institution, em 2009, a hip&oacute;tese do dil&uacute;vio minimizou as descobertas feitas por Ryan e Pitman, em 1998. A pesquisa indica que, h&aacute; 9,4 mil anos, a &uacute;ltima Idade do Gelo teria diminu&iacute;do e depositado enormes quantidades de neve e gelo derretidos nos oceanos da Terra, fazendo o Mediterr&acirc;neo transbordar da barragem natural e cair no Mar Negro, criando uma grande inunda&ccedil;&atilde;o.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/10/04/04204034915020.jpg" alt="(Fonte: National Geographic/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: National Geographic/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Entretanto, os cientistas, dessa vez, acreditam que as essas linhas costeiras antigas s&atilde;o, na verdade, dunas erodidas naturalmente. As estimativas atuais colocam os n&iacute;veis originais da &aacute;gua do Mar Negro entre 5 e 32 metros mais baixos do que antes da inunda&ccedil;&atilde;o.
Para medir com mais precis&atilde;o as mudan&ccedil;as de &aacute;gua doce em &aacute;gua salgada no Mar Negro, foi feita outra an&aacute;lise dos moluscos encontrados no sedimento. Em 2007, apenas os moluscos bivalves (que ainda t&ecirc;m conchas presas) eram datados, significando que n&atilde;o foram perturbados por movimentos das ondas ou eros&atilde;o ap&oacute;s a morte.&nbsp;
Esse resultado validou a teoria mais modesta do dil&uacute;vio, que trouxe grandes implica&ccedil;&otilde;es para a Europa e &Aacute;sia antigas.

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Dilúvio do Mar Negro teria inspirado a narrativa bíblica de Noé

Imagem de O presente inesperado de Thomas Edison para Henry Ford no megacurioso

Para seu amigo de uma vida inteira, o célebre inventor deixou sua melhor lembrança

Com mais de mil patentes em seu nome e considerado um dos maiores inventores e inovadores do s&eacute;culo XIX, <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/113446-thomas-edison-afinal-foi-ele-mesmo-quem-inventou-a-lampada.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Thomas Edison</a> tamb&eacute;m se tornou um empres&aacute;rio de sucesso, e as pessoas que foram profundamente contaminadas por suas realiza&ccedil;&otilde;es acabaram seguindo um caminho inevit&aacute;vel de sucesso, como aconteceu com o jovem <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/115032-fordlandia-a-utopia-que-virou-distopia-no-meio-da-amazonia.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Henry Ford&nbsp;</a>&mdash; fundador da gigante Ford Motors Company.
Em 1896, Edison estava trabalhando na ideia de projetar o primeiro autom&oacute;vel quando descobriu que Ford tentava fazer o mesmo em seu tempo livre enquanto engenheiro-chefe da Edison Illuminating Company, empresa de Thomas Edison em Detroit.
O inventor conheceu Ford em uma festa em Nova York, entrevistou-o sobre o carro e ficou impressionado com a intelig&ecirc;ncia do homem. Edison descobriu que Ford tentava usar um motor a gasolina para mover um autom&oacute;vel, em vez de eletricidade, como tentava Edison. Ent&atilde;o,&nbsp;Ford foi encorajado a continuar, e o resultado foi ter-se tornado milion&aacute;rio com sua ind&uacute;stria automotiva e gerado um la&ccedil;o de amizade muito profundo com o inventor.
<h2>O &uacute;ltimo suspiro</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/09/30/30154541487315.jpg" alt="(Fonte: Zing/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Zing/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Quando o laborat&oacute;rio de Edison pegou fogo, em 9 de dezembro de 1914, os danos foram t&atilde;o extensos que o seguro n&atilde;o conseguiu cobri-los. Ford, ent&atilde;o, n&atilde;o pensou 2 vezes antes de sacar um cheque de US$ 750 mil para cobrir todos os custos, acompanhado de um bilhete dizendo que o amigo poderia receber mais se precisasse.
Ambos os magnatas compraram casas de f&eacute;rias juntos, fizeram viagens e reuniram as fam&iacute;lias como se fossem uma s&oacute;. Em 1916, Ford se mudou para o pr&eacute;dio ao lado de Edison, quando o inventor ficou confinado a uma cadeira de rodas. Ford at&eacute; comprou uma para si mesmo a fim de poderem disputar corridas.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/09/30/30155115024317.jpg" alt="(Fonte: Gizmodo/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Gizmodo/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Apesar de tudo o que fizeram um pelo outro, a maior demonstra&ccedil;&atilde;o de afeto foi a &uacute;ltima de todas. J&aacute; em seu leito de morte, Thomas Edison teria dado seu "&uacute;ltimo suspiro" para dentro de um tubo de ensaio a pedido de Henry Ford, que queria guard&aacute;-lo como lembran&ccedil;a do que o amigo era em vida.&nbsp;Ap&oacute;s o falecimento do inventor, em 18 de outubro de 1931, em Nova Jersey (EUA), Ford pediu ao m&eacute;dico assistente de Edison, o Dr. Hubert S. Howe, para selar o tubo com parafina.
<span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;Ford Europe&nbsp;" data-fonte-url="https://4.bp.blogspot.com/-z3wa2d7ZOcc/XGlEdnb5gEI/AAAAAAAAf0Y/wCYzujdTH_IxSjnGyNp52VgfRWpZGEw3ACKgBGAs/s1600/1923_Thomas-Edison_and_Henry-Ford-camping-trip.jpg"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/09/30/30155232181319.jpg" alt="(Fonte: Ford Europe/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Ford Europe/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Com a morte do empres&aacute;rio, em 1947, o presente apareceu durante a cataloga&ccedil;&atilde;o de suas propriedades, logo ap&oacute;s o falecimento de sua esposa, Clara Bryant Ford, em 29 de setembro de 1950.&nbsp;Alguns pertences foram doados ao Museu Henry Ford, em Dearborn, no Michigan (EUA), incluindo o tubo de ensaio, que permaneceu guardado at&eacute; 1978, quando foi colocado em exibi&ccedil;&atilde;o para o p&uacute;blico.

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O presente inesperado de Thomas Edison para Henry Ford

Imagem de As atrocidades cometidas por Mussolini não conheceram limites no megacurioso

Quando você pensa que já viu de tudo, sempre tem um pouco mais

<a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/118755-domenico-leccisi-o-jornalista-que-roubou-o-cadaver-de-mussolini.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Benito Mussolini</a>&nbsp;(1883-1945) foi um monstro, e os crimes que cometeu falam por si s&oacute;, ainda que, por vezes, fiquem perdidos em meio aos horrores sem precedentes desempenhados pelo Jap&atilde;o e pela Alemanha nazista durante a <a href="https://www.megacurioso.com.br/misterios/118129-criancas-lobo-os-orfaos-quase-esquecidos-da-segunda-guerra-mundial.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Segunda Guerra Mundial</a> &mdash; considerado o per&iacute;odo em que ocorreram os piores crimes contra a humanidade.
O regime <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/109748-mas-afinal-o-que-e-o-fascismo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">fascista</a> que ele estabeleceu na It&aacute;lia p&oacute;s-<a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/119011-as-tropas-britanicas-sofreram-com-as-ists-na-primeira-guerra-mundial.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Primeira Guerra Mundial</a>, em 1921, fomentou mudan&ccedil;as que o mantiveram no controle do pa&iacute;s por 15 anos, usando for&ccedil;a bruta para se manter no poder e ajudar <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/117281-germania-o-plano-de-hitler-de-destruir-a-arquitetura-de-berlim.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Adolf Hitler</a>&nbsp;(1889-1945) a tentar dominar a Europa.
Al&eacute;m de subverter todos os pilares democr&aacute;ticos do pa&iacute;s ao pregar o nacionalismo revolucion&aacute;rio, estabeleceu uma autoridade ditatorial por meio ilegais, assassinou seus inimigos pol&iacute;ticos, aprovou invas&otilde;es, reprimiu a classe trabalhadora, privou a liberdade de express&atilde;o e priorizou os ricos &mdash; o l&iacute;der fascista conseguiu ser ainda mais inescrupuloso.
<h2>Guerra qu&iacute;mica</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/10/01/01140546749198.png" alt="(Fonte: Genially/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Genially/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
No final da d&eacute;cada de 1890, a It&aacute;lia fracassou ao tentar ocupar e controlar a Abiss&iacute;nia (atual Eti&oacute;pia), a &uacute;nica na&ccedil;&atilde;o independente em todo o territ&oacute;rio, enquanto todo o continente africano era atacado, invadido, colonizado e explorado pelas pot&ecirc;ncias europeias, especialmente a brit&acirc;nica e a francesa.
Com o decl&iacute;nio do tr&aacute;fico negreiro, o colonialismo foi visto por essas mesmas pot&ecirc;ncias como a maneira mais lucrativa para manter o dinheiro entrando. Em meados de 1935, Mussolini tentou invadir a Abiss&iacute;nia usando uma disputa de fronteira com a Somalil&acirc;ndia como desculpa.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/10/01/01140735874200.jpg" alt="(Fonte: BBC/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: BBC/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Em maio do ano seguinte, a capital Addis Ababa n&atilde;o resistiu e cedeu nas m&atilde;os do ex&eacute;rcito italiano, lan&ccedil;ando o imperador Haile Selassie I (1892-1975) a um ex&iacute;lio for&ccedil;ado. Para manter uma fachada, Mussolini vendeu a invas&atilde;o ao povo italiano como um m&eacute;todo de conseguir empregos para os desempregados e colocar recursos naturais de outra na&ccedil;&atilde;o nas m&atilde;os da It&aacute;lia que, segundo ele, eram essenciais para combater os efeitos da Grande Depress&atilde;o.
O ditador violou imediatamente a Conven&ccedil;&atilde;o de Genebra, que tinha v&aacute;rias falhas na &eacute;poca, no momento em que ordenou que seus soldados usassem g&aacute;s mostarda como <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/119826-bioterrorismo-qual-a-sua-origem.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">arma qu&iacute;mica&nbsp;</a>para combater o ex&eacute;rcito da Abiss&iacute;nia. No entanto, muitos civis e a pr&oacute;pria Cruz Vermelha foram atacados pelos soldados, resultando na morte de mais de 100 mil et&iacute;opes por envenenamento.
<h2>Alian&ccedil;as malignas</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/10/01/01141050515205.jpeg" alt="(Fonte: Genially/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Genially/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
O poder de Mussolini cresceu, e a situa&ccedil;&atilde;o piorou quando ele firmou o chamado Pacto de A&ccedil;o, em 22 de maio de 1939, com Adolf Hitler &mdash; concretizando os piores temores dos Estados Unidos, que esperavam se manterem neutros em rela&ccedil;&atilde;o ao regime fascista italiano.
Em 6 de abril de 1941, a Alemanha e a It&aacute;lia lan&ccedil;aram ataques simult&acirc;neos &agrave; Iugosl&aacute;via e &agrave; Gr&eacute;cia, que era a &uacute;ltima grande aliada da Inglaterra que ainda se mantinha "em p&eacute;" na Europa. Com a invas&atilde;o do Eixo, a Iugosl&aacute;via se viu em meio a uma guerra civil.
O general italiano Mario Roatta (887-1968) ordenou que os suspeitos inimigos do ex&eacute;rcito italiano fossem presos e executados, e tantos outros transportados para <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/116259-hoeryong-e-os-bizarros-campos-de-concentracao-da-coreia-do-norte.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">campos de concentra&ccedil;&atilde;o</a>. Os soldados tamb&eacute;m deflagraram um rastro de terror pelo pa&iacute;s, queimando casas, destruindo aldeias e terrenos agr&iacute;colas para poder colocar todos de joelhos.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/10/01/01141417343208.jpg" alt="(Fonte: HIstoric Clothing/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: HIstoric Clothing/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
J&aacute; a Gr&eacute;cia foi controlada por Mussolini desde sua invas&atilde;o e ocupa&ccedil;&atilde;o, com seus recursos esgotados at&eacute; o m&aacute;ximo ap&oacute;s ter derrotado a It&aacute;lia em uma guerra ins&iacute;pida v&aacute;rios anos antes, que deixou mais escombros do que a Primeira Guerra Mundial para a Inglaterra. Os gregos at&eacute; tentaram resistir, mas Mussolini coibiu qualquer tentativa com execu&ccedil;&atilde;o &agrave; primeira vista.
O processo de destrui&ccedil;&atilde;o que sofreu a Iugosl&aacute;via n&atilde;o foi muito diferente da Gr&eacute;cia. Aldeias inteiras tamb&eacute;m foram queimadas, bem como fazendas, e civis pendurados pelas ruas ou arrastados em tanques para dar o exemplo. No entanto, em vez de se ajoelharem &agrave; domina&ccedil;&atilde;o, o instinto de resist&ecirc;ncia apenas cresceu, levando &agrave; expuls&atilde;o do ex&eacute;rcito italiano em 1943 do territ&oacute;rio, mas n&atilde;o antes de sofrer de uma fome generalizada que "soprou a vida" para fora dos corpos de 300 mil gregos.
Mas esses dois pa&iacute;ses n&atilde;o foram os &uacute;nicos a serem massacrados pela pol&iacute;tica genocida de Mussolini, pois o mesmo aconteceu com a L&iacute;bia na mesma &eacute;poca. Resistindo &agrave; ocupa&ccedil;&atilde;o desde 1912, o povo l&iacute;bio foi alvo de ataques brutais, baleados diariamente nas ruas ou atropelados por tanques de guerra de maneira deliberada ou transportados por avi&otilde;es apenas para serem torturados e jogados em pleno ar.
<span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;The Guardian&nbsp;" data-fonte-url="https://i.guim.co.uk/img/media/162f16ccea3418c6f6ebfbfd49aa6e16e408b11c/0_222_3006_1803/master/3006.jpg?width=1200&amp;height=900&amp;quality=85&amp;auto=format&amp;fit=crop&amp;s=2fc34fb2da1479a1f7d46c7783b43227"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/10/01/01141705046209.jpg" alt="(Fonte: The Guardian/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: The Guardian/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Os bedu&iacute;nos foram expulsos do pa&iacute;s ou for&ccedil;ados a campos de concentra&ccedil;&atilde;o e trabalho escravo, sucumbindo a surtos de doen&ccedil;as que ocasionaram a morte de cerca de 40 a 100 mil pessoas, conforme dados do TheInfoList. As crian&ccedil;as tamb&eacute;m n&atilde;o escaparam das atrocidades feitas pelo ex&eacute;rcito italiano, que as estuprou at&eacute; a morte, bem como as mulheres.
Todo o horror disseminado por Mussolini durou at&eacute; 25 de julho 1943, ap&oacute;s 3 anos lutando na Segunda Guerra Mundial, em que o povo italiano sofreu grandes baixas devido ao seu n&iacute;vel de despreparo para lutar em um conflito daquela magnitude. O homem ainda governou no norte do pa&iacute;s a mando das for&ccedil;as nazistas que invadiram a It&aacute;lia, por&eacute;m ele foi obrigado a fugir quando os Aliados invadiram o pa&iacute;s em 1945.
Benito Mussolini encontrou seu fim em 28 de abril daquele ano, executado no vilarejo de Giulino di Mezzegra, no norte da It&aacute;lia, por guerrilheiros antifascistas.

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As atrocidades cometidas por Mussolini não conheceram limites

Imagem de Arthur Conan Doyle e sua obsessão pelo Espiritismo no megacurioso

Responsável por dar vida ao detetive Sherlock Holmes, o autor foi totalmente cegado pela doutrina

O m&eacute;dico e escritor escoc&ecirc;s ficou eternizado na hist&oacute;ria do romance policial quando come&ccedil;ou a lan&ccedil;ar suas hist&oacute;rias sobre o famoso detetive<a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/116353-enola-e-sherlock-holmes-nao-sao-reais-internet-descobre-a-verdade.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">&nbsp;Sherlock Holmes</a>, em meados de 1890. Enquanto seu personagem ficou conhecido atrav&eacute;s dos anos como a personifica&ccedil;&atilde;o da raz&atilde;o e l&oacute;gica, Doyle sempre foi exatamente o seu oposto, acreditando em for&ccedil;as sobrenaturais e espirituais.
Na virada do s&eacute;culo XIX, um per&iacute;odo considerado o momento em que o avan&ccedil;o cient&iacute;fico foi &ldquo;abra&ccedil;ado&rdquo;, bem como o renascimento religioso da Inglaterra vitoriana, Doyle aderiu &agrave; doutrina que ganhava for&ccedil;a.&nbsp;
Foi assim que ele se tornou um nome c&eacute;lebre do Espiritismo, dedicando parte de sua vida a persuadir os outros a acreditar em esp&iacute;ritos e na vida ap&oacute;s a morte, enquanto Holmes, sua cria&ccedil;&atilde;o, fazia o oposto.
<h2>Religi&atilde;o e f&eacute;</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/09/30/30152717908304.jpg" alt="(Fonte: Impressio/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Impressio/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Criado como cat&oacute;lico romano, a vida religiosa de Doyle come&ccedil;ou na escola jesu&iacute;ta, onde tamb&eacute;m passou a questionar a pr&oacute;pria f&eacute;. Ele n&atilde;o conseguia reconciliar doutrinas, como a concep&ccedil;&atilde;o imaculada, com seu pr&oacute;prio desejo cient&iacute;fico pela verdade e o respeito intelectual.
Quando entrou para a Universidade de Edimburgo, ele j&aacute; se considerava um agn&oacute;stico, e foi durante esse per&iacute;odo que suas cren&ccedil;as se alinharam mais estreitamente com as de sua futura cria&ccedil;&atilde;o, contando com a observa&ccedil;&atilde;o e dedu&ccedil;&atilde;o. Sua empreitada em estudar cren&ccedil;as religiosas est&aacute; refletida em seu livro A Study in Scarlet, em que &eacute; poss&iacute;vel perceber que ele estava interessado no mormonismo &mdash; apesar de sua descri&ccedil;&atilde;o dos m&oacute;rmons ter sido influenciada por autores sensacionalistas.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/09/30/30152926986305.jpg" alt="(Fonte: Pinterest/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Pinterest/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Em&nbsp;Espectros Fr&aacute;geis: Como as mulheres da Gr&atilde;-Bretanha Vitoriana Usaram o Movimento Ocultista e Espiritualista para Criar Autonomia, Patricia Clarke ressalta que os seguidores do movimento esp&iacute;rita daquela &eacute;poca acreditavam ser poss&iacute;vel &ldquo;liberar os poderes da espiritualidade pela comunica&ccedil;&atilde;o com o Al&eacute;m&rdquo;. Doyle abra&ccedil;ou essa ideia de continuidade da vida ap&oacute;s a morte e dos dons ps&iacute;quicos que as pessoas teriam para se comunicar com os esp&iacute;ritos.
Muitas pessoas relacionam a morte de seu filho, Arthur Alleyne Kingsley, em 1918, com seu desejo desesperado por se agarrar &agrave; espiritualidade para tentar se comunicar com os mortos &mdash; embora esse fasc&iacute;nio tenha come&ccedil;ado muito antes. De fato, tanto ele quanto outros cientistas foram impulsionados para a doutrina por suas perdas pessoais e pelo per&iacute;odo obscuro causado pela <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/119011-as-tropas-britanicas-sofreram-com-as-ists-na-primeira-guerra-mundial.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Primeira Guerra Mundial</a>.
<h2>Obsess&atilde;o e controv&eacute;rsias</h2>
<span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;The Public Domain Review&nbsp;" data-fonte-url="https://the-public-domain-review.imgix.net/essays/sir-arthur-and-the-fairies/9022533967_d855ed9599_o.jpg?fit=max&amp;w=1200&amp;h=850"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/09/30/30153338018309.jpg" alt="(Fonte: The Public Domain Review/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: The Public Domain Review/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Por incr&iacute;vel que pare&ccedil;a, Doyle se agarrou tanto ao Espiritismo porque, ao contr&aacute;rio de muitas religi&otilde;es, foi considerada a &uacute;nica que prometia evid&ecirc;ncias. Nada nunca abalou a f&eacute; de Doyle sobre o movimento, nem mesmo quando as not&oacute;rias Irm&atilde;s Fox, que diziam se comunicar com esp&iacute;ritos e fadas atrav&eacute;s de um sistema de batidas em paredes e escrita autom&aacute;tica, confessaram em 1888 que estavam fingindo sua habilidade desde o in&iacute;cio.
Tampouco sua esposa, Jean Leckie, que n&atilde;o s&oacute; se tornou apaixonada pela cren&ccedil;a de Doyle, como tamb&eacute;m se descobriu <a href="https://www.megacurioso.com.br/neurociencia/32940-estudo-revela-o-funcionamento-do-cerebro-de-mediuns-brasileiros.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">m&eacute;dium</a>. Seu dom principal era a psicografia: a capacidade de escrever mensagens ditada por esp&iacute;ritos, um m&eacute;todo que se tornou popular na Inglaterra vitoriana.
Leckie afirmava se comunicar com um esp&iacute;rito chamado Phineas, que vivia com o casal, que levaram a possibilidade muito a s&eacute;rio. Por outro lado, como afirmado por Christopher Sandford em um artigo do The Guardian, as coisas que o esp&iacute;rito queria sempre eram muito convenientes ao que a m&eacute;dium tamb&eacute;m desejava.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/09/30/30153857268311.jpg" alt="(Fonte: Pinterest/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Pinterest/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
A habilidade dela se tornou controversa principalmente em 1922, quando os Doyle realizaram uma sess&atilde;o esp&iacute;rita privada em que Leckie afirmou que conseguiria contatar a amada m&atilde;e de <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/105244-15-fatos-sobre-harry-houdini-o-ilusionista-mais-celebre-da-historia.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Harry Houdini</a>, o c&eacute;lebre m&aacute;gico que nutria uma amizade com o escritor.
A m&eacute;dium criou uma mensagem de 15 p&aacute;ginas, supostamente canalizada da m&atilde;e de Houdini, escrita em um ingl&ecirc;s perfeitamente correto, que revoltou o m&aacute;gico em vez de emocion&aacute;-lo, contrariando as expectativas do casal. Isso porque a m&atilde;e dele pouco falava ingl&ecirc;s, e tamb&eacute;m a mensagem come&ccedil;ava com uma cruz, sendo que ela e Houdini sempre foram judeus.&nbsp;
A partir desse epis&oacute;dio, a amizade dos dois desmoronou, e Houdini passou a dedicar sua vida para desmascarar m&eacute;diuns e diminuir o Espiritismo.
<h2>&ldquo;A coisa mais importante do mundo&rdquo;</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/09/30/30154133081313.jpg" alt="(Fonte: All About History/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: All About History/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Al&eacute;m da psicografia, Doyle tamb&eacute;m acreditava plenamente na fotografia esp&iacute;rita (arte de capturar fen&ocirc;menos e apari&ccedil;&otilde;es de esp&iacute;ritos em imagens), tanto que ele contatou um popular fot&oacute;grafo m&eacute;dium brit&acirc;nico, William Hope, na esperan&ccedil;a de capturar uma imagem de seu filho que havia morrido de maneira tr&aacute;gica na Primeira Guerra Mundial.
Em Faces of the Living Dead: the Belief in Spirit Photography, de Martyn Jolly, Doyle afirma que era muito prov&aacute;vel que a imagem produzida no est&uacute;dio do m&eacute;dium &mdash; que tinha uma semelhan&ccedil;a geral, mas n&atilde;o muito exata com a apar&ecirc;ncia de seu filho &mdash; tivesse sido copiada a partir de alguma imagem existente. No entanto, ainda que tudo indicasse uma fraude, Doyle seguiu acreditando haver algo de espiritual envolvido no processo.
Essa n&atilde;o foi a primeira vez que o escritor se mostrou irredut&iacute;vel em reconhecer que o Espiritismo desencadeou uma &ldquo;onda&rdquo; de pessoas charlat&atilde;s e m&eacute;todos criados de m&aacute;-f&eacute;. Quando ele participou de uma sess&atilde;o privada em 1919 com um detetive e um legista, ele se recusou tamb&eacute;m a acreditar que tudo havia sido fabricado para testar o quanto as pessoas estavam sujeitas aos truques. Ele afirmou que os artistas envolvidos estavam mentindo para esconder suas habilidades espirituais.
Ao longo de sua vida, Doyle escreveu mais de 1.200 ensaios e artigos de n&atilde;o fic&ccedil;&atilde;o, muitos deles sobre a doutrina esp&iacute;rita. O fervor de sua cren&ccedil;a foi t&atilde;o grande que ele afirmou que ficaria feliz em desistir de sua carreira liter&aacute;ria se em troca mais pessoas acreditassem no Espiritismo.
Como deixou claro no livro A Hist&oacute;ria do Espiritismo, publicado em 1926, Arthur Conan Doyle enxergava o movimento como &ldquo;o mais importante na hist&oacute;ria do mundo desde o epis&oacute;dio com Cristo&rdquo;.

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Arthur Conan Doyle e sua obsessão pelo Espiritismo

Imagem de Estudo diz que 10 anos nos separam de uma catástrofe climática no megacurioso

O ano de 2050 será o fim do mundo se a humanidade continuar trilhando nesse caminho de destruição

Quantas vezes voc&ecirc; j&aacute; ouviu falar que o mundo acabaria?
Em 2800 a.C., uma t&aacute;bua ass&iacute;ria feita de argila j&aacute; continha a inscri&ccedil;&atilde;o: &ldquo;Nossa Terra est&aacute; degenerada nestes &uacute;ltimos dias; h&aacute; sinais de que o mundo est&aacute; chegando ao fim rapidamente; suborno e corrup&ccedil;&atilde;o s&atilde;o comuns; os filhos n&atilde;o obedecem mais aos pais; todo homem quer escrever um livro e o fim do mundo est&aacute; evidentemente se aproximando&rdquo;.
Apesar de sua data&ccedil;&atilde;o, o tom da inscri&ccedil;&atilde;o parece atemporal se for comparado com tudo o que j&aacute; aconteceu ao longo dos s&eacute;culos, inclusive at&eacute; fazendo mais sentido que o mundo acabasse atualmente, e n&atilde;o naquele remoto fragmento do passado em que os povos ass&iacute;rios estavam vivendo. E, como a profecia n&atilde;o se findou, 4 s&eacute;culos mais tarde, os ass&iacute;rios estabeleceram um imp&eacute;rio que abrangeu a maior parte do Oriente Pr&oacute;ximo. O reinado todo teve um fim abrupto em 612 a.C., quando a capital do imp&eacute;rio foi atacada pelo ex&eacute;rcito babil&ocirc;nico.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/10/07/07202619476456.jpg" alt="(Fonte: Time and Date/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Time and Date/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Al&eacute;m disso, &eacute; imposs&iacute;vel mencionar o fim da civiliza&ccedil;&atilde;o humana sem tocar no nome de <a href="https://www.megacurioso.com.br/futurologia-e-previsoes/98733-5-coisas-que-voce-nao-previu-sobre-a-vida-de-nostradamus.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Nostradamus</a>, o respons&aacute;vel por compilar em sua &ldquo;b&iacute;blia prof&eacute;tica&rdquo; de 1555, intitulada Les Proph&eacute;ties, premoni&ccedil;&otilde;es sobre o fim do mundo, as quais foram interpretadas e reinterpretadas ao longo dos s&eacute;culos, muitas delas sendo assertivas em aspectos bizarros.
Nessa "bacia prof&eacute;tica", tamb&eacute;m &eacute; importante adicionar os maias, cujas revela&ccedil;&otilde;es geraram alarde mundial, especialmente em 2012, e os Segredos de F&aacute;tima.
Em meio ao frenesi religioso e m&iacute;stico, o que a Ci&ecirc;ncia acha n&atilde;o est&aacute; muito longe do que j&aacute; foi previsto. Com os cientistas da organiza&ccedil;&atilde;o Bulletin of Atomic Scientists tendo movido os ponteiros do simb&oacute;lico Rel&oacute;gio do Ju&iacute;zo Final para 100 segundos &agrave; meia-noite, o mais pr&oacute;ximo que j&aacute; chegamos de uma <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/119983-holocausto-nuclear-como-seria-a-aniquilacao-da-civilizacao-humana.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">cat&aacute;strofe nuclear</a>, a probabilidade est&aacute; cada vez mais pr&oacute;xima e inclusive existe at&eacute; uma data para ela: 2050.
<h2>O come&ccedil;o do fim &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp;</h2>
<span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;Scientific American&nbsp;" data-fonte-url="https://static.scientificamerican.com/sciam/cache/file/18E8AC0F-509A-4CD8-9E680D64D57DFC5F_source.jpg?w=590&amp;h=800&amp;29B3B6BA-34A3-4C1C-B19A05D44AE8E8C1"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/10/07/07202739210457.jpg" alt="(Fonte: Scientific American/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Scientific American/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Em 2019, antes mesmo dos ponteiros do rel&oacute;gio serem movidos para t&atilde;o perto da meia-noite, um artigo chamado Existential Climate-related Security Risk: A scenario approach, publicado no National Center for Climate Restoration, apontou que, se n&atilde;o forem tomadas medidas dr&aacute;sticas pelos formuladores de pol&iacute;ticas para reduzir a taxa de mudan&ccedil;a clim&aacute;tica, o ano de 2050 ser&aacute; o fim da ra&ccedil;a humana.
Escrito pelo pesquisador clim&aacute;tico David Spratt e o ex-executivo de combust&iacute;veis f&oacute;sseis Ian Dunlop, o artigo foi criado com o intuito de teorizar um cen&aacute;rio poss&iacute;vel de fim do mundo, em vez de prov&aacute;vel &mdash; porque as probabilidades dependem muito do que &eacute; conhecido da hist&oacute;ria, e ainda n&atilde;o h&aacute; algo que corresponda &agrave; situa&ccedil;&atilde;o de urg&ecirc;ncia que o mundo se encontra.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/10/07/07202926023459.jpg" alt="(Fonte: Inside Climate News/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Inside Climate News/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
A Terra est&aacute; mais quente desde que os humanos come&ccedil;aram a caminhar nela. Como uma mat&eacute;ria de Madaleine Stone para o National Geographic ressaltou, uma onda de calor que assolou o oeste dos Estados Unidos no ano passado elevou as temperaturas a 54 &deg;C, a mais alta registrada em qualquer lugar do planeta desde 1931, e o 3&deg; dia mais quente da hist&oacute;ria.
E tudo indica que o calor aumentar&aacute; e, em um futuro muito distante, a Terra pode atingir os 484 &deg;C da superf&iacute;cie de V&ecirc;nus. Isso porque os gases do efeito estufa na atmosfera e os quase 8 bilh&otilde;es de humanos est&atilde;o competindo pelos recursos naturais do planeta. Conforme o estudo de Spratt e Dunlop: &ldquo;os impactos da mudan&ccedil;a clim&aacute;tica acelerada apresentam grandes consequ&ecirc;ncias negativas para a humanidade que podem n&atilde;o ser desfeitas por s&eacute;culos&rdquo;.&nbsp;
<h2>Ponto de ruptura</h2>
<span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;Foreign Affairs&nbsp;" data-fonte-url="https://cdn-live.foreignaffairs.com/sites/default/files/styles/x_large_1x/public/public-assets/images/articles/2017/04/20/rtsytt.jpg?itok=rqZWJvg0"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/10/07/07203244226461.jpg" alt="(Fonte: Foreign Affairs/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Foreign Affairs/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Segundo os autores, haver&aacute; o colapso de muitos dos sistemas dos quais os humanos dependem devido &agrave;s cat&aacute;strofes clim&aacute;ticas, como secas severas, inunda&ccedil;&otilde;es, inc&ecirc;ndios florestais e calor extremo. As migra&ccedil;&otilde;es em massa de bilhares de pessoas para outras partes do mundo para fugir dessas condi&ccedil;&otilde;es desestabilizariam governos, culminando em um conflito armado por recursos &mdash; o que poderia levar ao inevit&aacute;vel: uma guerra nuclear.
O estudo de Spratt e Dunlop estima que at&eacute; 2050 os ecossistemas, incluindo a Amaz&ocirc;nia, o &Aacute;rtico e os sistemas de recifes e corais dos oceanos, podem entrar em colapso. O que muitas pessoas podem considerar bobagem ou algo extremo, os estudiosos pontuam que cientistas e governos insistem em minimizar a gravidade do caminho que a humanidade est&aacute; trilhando.
Esse ponto de ruptura global tamb&eacute;m significaria o desabar da mente humana, que mergulharia ainda mais fundo em v&aacute;rios sistemas de cren&ccedil;as opostas para tentar dar sentido ao caos, ampliando cen&aacute;rios de destrui&ccedil;&atilde;o e guerras.
<h2>A esperan&ccedil;a</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/10/07/07203454945462.jpg" alt="(Fonte: RZN/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: RZN/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Para os escritores, 10 anos &eacute; o que nos separam desse cen&aacute;rio catastr&oacute;fico, e eles alegam que estamos mal preparados para lidar com esse tipo de mudan&ccedil;a clim&aacute;tica se continuarmos seguindo o curso atual em rela&ccedil;&atilde;o &agrave;s emiss&otilde;es globais de carbono.
O objetivo ent&atilde;o, segundo os pesquisadores, &eacute; evitar a perspectiva de uma Terra amplamente inabit&aacute;vel, levando ao colapso das na&ccedil;&otilde;es e da ordem internacional. O artigo tamb&eacute;m serve como carta de apelo aos atuais pol&iacute;ticos, pedindo pela necessidade de uma mobiliza&ccedil;&atilde;o emergencial de m&atilde;o de obra e recursos em curto prazo em toda a sociedade, em uma escala sem precedentes em tempos de paz, para construir um sistema industrial de emiss&atilde;o zero e retirar o carbono para proteger a civiliza&ccedil;&atilde;o humana.
No entanto, o que a atual <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/118567-a-era-das-pandemias-sera-essa-a-nossa-realidade.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">pandemia</a> tem mostrado &eacute; que estamos mais despreparados do que imaginamos, tanto como seres humanos quanto em rela&ccedil;&atilde;o &agrave; nossa mentalidade pol&iacute;tica. Ao que tudo indica, o que acabar&aacute; com a humanidade ser&atilde;o o retrocesso, a desconfian&ccedil;a na Ci&ecirc;ncia e a egolatria &mdash; visto que n&atilde;o acreditar no desmoronar clim&aacute;tico do planeta "est&aacute; em alta".

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Estudo diz que 10 anos nos separam de uma catástrofe climática

Imagem de Napoleão Bonarpate quase foi morto por coelhos domesticados no megacurioso

Em 7 de julho de 1807, o not&oacute;rio <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/119827-o-inacreditavel-plano-de-salvar-napoleao-bonaparte-do-exilio.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Napole&atilde;o Bonaparte</a> assinou os Tratados de Tilsit, respons&aacute;veis por colocar fim &agrave; guerra entre a Fran&ccedil;a e a R&uacute;ssia Imperial. O segundo Tratado criava o Reino da Vestf&aacute;lia e o Ducado de Vars&oacute;via, que serviu para o czar Alexandre I ganhar tempo contra os franceses, invadindo a Finl&acirc;ndia enquanto isso, e Napole&atilde;o associar a R&uacute;ssia ao bloqueio continental, for&ccedil;ando a Inglaterra a capitular.
Para celebrar esse grande momento na hist&oacute;ria europeia, o l&iacute;der franc&ecirc;s prop&ocirc;s a seus homens e a alguns militares uma ca&ccedil;ada a&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/115787-coelhos-e-uma-ma-ideia-thomas-austin-quase-destruiu-a-australia.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">coelhos</a>. Ocupado demais para organizar todo o evento &mdash; apesar de ser conhecido como um homem que costumava fazer tudo com as pr&oacute;prias m&atilde;os &mdash; ele incumbiu a tarefa ao seu chefe de gabinete, Alexandre Berthier.
Foi ent&atilde;o que o problema come&ccedil;ou.
<h2>O grande erro &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp;</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/10/07/07203943664467.jpg" alt="(Fonte: Portable Press/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Portable Press/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Berthier pensou nos m&iacute;nimos detalhes. Para ele, o evento deveria ser como um passeio perfeito que relaxaria Napole&atilde;o e o faria desfrutar das coisas simples da vida ap&oacute;s o cansa&ccedil;o da guerra, como um almo&ccedil;o ao ar livre.
Para o momento da ca&ccedil;a, ele coletou cerca de 3 mil coelhos &mdash; embora a exata quantidade seja questionada at&eacute; hoje &mdash; e os armazenou em gaiolas at&eacute; o dia do evento. Quando Napole&atilde;o e seus convidados chegaram, os animais foram soltos para que os ca&ccedil;adores fossem atr&aacute;s deles com suas armas.
No entanto, para surpresa dos homens e do pr&oacute;prio Napole&atilde;o, em vez de os coelhos fugirem deles, eles come&ccedil;aram a atac&aacute;-los. A princ&iacute;pio, achando a situa&ccedil;&atilde;o engra&ccedil;ada, os militares debocharam e fizeram piadas da cena hil&aacute;ria, por&eacute;m n&atilde;o demorou muito para perceberem que a situa&ccedil;&atilde;o come&ccedil;ava a amea&ccedil;ar a vida de todos, principalmente de Napole&atilde;o.
Eles tentaram atirar e espancar os animais na inten&ccedil;&atilde;o de faz&ecirc;-los parar, mas nada os deteve. Aterrorizado com o ataque, Napole&atilde;o conseguiu fugir e se esconder em sua carruagem, ap&oacute;s tentar, em v&atilde;o, repelir os coelhos que se amotinavam contra ele.
<h2>O motivo</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/10/07/07204853026469.jpg" alt="(Fonte: Quora/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Quora/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
&ldquo;Com um entendimento mais apurado da estrat&eacute;gia napole&ocirc;nica do que a maioria de seus generais, a horda de coelhos se dividiu em duas alas e se espalhou em dire&ccedil;&atilde;o &agrave; carruagem imperial&rdquo;, descreveu o historiador David Chandler, sobre como os animais seguiram a carruagem de Napole&atilde;o e atacaram de maneira ordenada.
Os cocheiros tentaram amedront&aacute;-los com o estalar de seus chicotes, mas sem sucesso. Em pouco tempo, a horda de coelhos invadiu a carruagem, e Napole&atilde;o s&oacute; conseguiu se safar os lan&ccedil;ando pela janela da cabine.
No final das contas, a culpa foi de Berthier, que pediu aos seus lacaios que procurassem coelhos domesticados criados por fazendeiros nas cidades pr&oacute;ximas, em vez de ca&ccedil;ar e capturar lebres selvagens. A diferen&ccedil;a entre um e outro, &eacute; que os coelhos selvagens temem a aproxima&ccedil;&atilde;o do homem, muito diferente dos domesticados.
Ent&atilde;o &eacute; prov&aacute;vel que os animais atacaram Napole&atilde;o e seus homens porque imaginaram que eles iriam lhes fornecer comida, assim como os donos que os criavam.
Por essa ningu&eacute;m esperava.

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Napoleão Bonaparte quase foi morto por coelhos domesticados

Imagem de Andrew Jackson: o maior arrependimento do ex-presidente dos EUA no megacurioso

Entre atitudes que deveria ter tomado, medidas, leis e implementa&ccedil;&otilde;es, <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/115624-george-h-w-bush-escapou-do-canibalismo-de-chichijima.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">George W. Bush</a> (1946-), presidente dos Estados Unidos de 2001 a 2009, se arrependeu de ter iniciado a Guerra do Iraque &mdash; alvo de oposi&ccedil;&atilde;o pol&iacute;tica e civil. J&aacute; Barack Obama (1961-) lamentou a desastrosa mudan&ccedil;a de regime de seu governo na L&iacute;bia. O controverso Bill Clinton (1946-), por outro lado, gostaria de ter feito um trabalho melhor quando encontrou uma solu&ccedil;&atilde;o pac&iacute;fica para a animosidade intermin&aacute;vel envolvendo Israel e Palestina.
Em 4 de mar&ccedil;o de 1837, quando Martin Van Buren (1782-1862) foi eleito, o ex-presidente Andrew Jackson (1767-1845) se censurou muito, por&eacute;m seu arrependimento n&atilde;o envolvia n&atilde;o ter executado alguma tarefa pol&iacute;tica nobre durante o mandato.
<h2>O grande arrependimento</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/10/06/06195219449490.jpg" alt="Andrew Jackson. (Fonte: HIstory Collection/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />Andrew Jackson. (Fonte: HIstory Collection/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
A passagem do s&eacute;timo presidente pelo gabinete da Casa Branca foi conturbada para a hist&oacute;ria dos EUA, sobretudo em fun&ccedil;&atilde;o de suas pol&iacute;ticas expansionistas, da preserva&ccedil;&atilde;o da Uni&atilde;o nacional e de sua empreitada para remover hist&oacute;rica e socialmente os &iacute;ndios nativos americanos do territ&oacute;rio do pa&iacute;s.
Militar e advogado, Jackson ganhou notoriedade como general do Ex&eacute;rcito e acumulou fortuna com sua passagem por ambas as casas no Congresso. Ele liderou tropas na Guerra Creek (1813&ndash;1814), venceu a Batalha de Horseshoe Bend contra os &iacute;ndios nativos e fez uma vit&oacute;ria emblem&aacute;tica na guerra de 1812 contra a Inglaterra, tornando-se her&oacute;i nacional na Batalha de Nova Orleans.
Um dia ap&oacute;s sua derrota nas urnas eleitorais, em 1836, Jackson foi indagado por um amigo se tinha algum arrependimento referente a algo que deixou de fazer como presidente do pa&iacute;s. Ele disse ent&atilde;o que lamentava n&atilde;o ter assassinado seus rivais pol&iacute;ticos.
&ldquo;N&atilde;o atirei em Henry Clay nem enforquei John C. Calhoun&rdquo;, disse Jackson, segundo o livro Crazy S*** Presidents Said: The Most Surprising, Shocking, and Stupid Statements from George Washington to Barack Obama.
<h2>Uma rixa virulenta</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/10/06/06195359778492.jpg" alt="John C. Calhoun. (Fonte: Senate/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />John C. Calhoun. (Fonte: Senate/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Durante a elei&ccedil;&atilde;o de 1828, que colocou Jackson no poder do pa&iacute;s, Calhoun se tornou companheiro de chapa de seu futuro desafeto. Com a vit&oacute;ria dele, Calhoun tamb&eacute;m emplacou seu segundo mandato como vice-presidente, ap&oacute;s ter cumprido o primeiro durante a vig&ecirc;ncia do governo de John Quincy Adams (1767-1848).
Assim que Jackson ascendeu ao poder, aconteceu o Caso Petticoat, tamb&eacute;m conhecido como Caso Eaton, um esc&acirc;ndalo pol&iacute;tico envolvendo membros do gabinete de Jackson e suas esposas. Tudo come&ccedil;ou quando o presidente indicou John Eaton (1790-1856), senador do Tennessee, para servir como Secret&aacute;rio de Guerra, mas ele era casado com Peggy O'Neale (1799-1879), cujo pai era dono de um famoso bordel em Washington.
Peggy havia ganhado fama de "namoradeira" e conhecia muitos segredos dos poderosos pol&iacute;ticos, ent&atilde;o tamb&eacute;m n&atilde;o era considerada um membro da alta sociedade. Al&eacute;m disso, os homens temiam que ela revelasse o que eles faziam no estabelecimento de seu pai.
Quando seu marido foi nomeado por Jackson, todas as outras esposas a rejeitaram de maneira organizada, lideradas por Floride, casada com Calhoun. Como consequ&ecirc;ncia desse ostracismo, os Eaton n&atilde;o eram convidados para festas, n&atilde;o recebiam visitas de outros membros do gabinete e n&atilde;o eram recebidos quando faziam visitas.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/10/06/06195516731495.jpg" alt="John Eaton. (Fonte: Alchetron/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />John Eaton. (Fonte: Alchetron/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Ainda emocionalmente afetado pela tortura social que sua esposa, Rachel Jackson (1767-1828), sofreu em 1828 ap&oacute;s uma acusa&ccedil;&atilde;o &mdash; verdadeira &mdash; de bigamia que causou sua morte precoce no mesmo ano, Jackson se irritou com o comportamento e culpou os Calhouns por toda a confus&atilde;o.
Apenas alguns membros do gabinete permaneceram leais a Jackson com sua censura ao Caso Petticoat, como o secret&aacute;rio de Estado Van Buren, que forneceu cobertura para Jackson, se oferecendo para abdicar de seu cargo para que o presidente pedisse a ren&uacute;ncia de todos os membros do gabinete anti-Eaton.
O vice-presidente foi o &uacute;nico que se manteve, ent&atilde;o Jackson nomeou Eaton Ministro da Espanha, para tir&aacute;-lo de Washington, e empossou Van Buren como Ministro do Reino Unido. Quando Jackson concorreu &agrave; reelei&ccedil;&atilde;o, Van Buren se tornou seu novo companheiro de chapa, mas Calhoun permaneceu como vice.
<h2>Eternamente odiado</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/10/06/06195758904496.jpg" alt="Peggy O'Neale. (Fonte: Alamy/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />Peggy O'Neale. (Fonte: Alamy/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Durante o come&ccedil;o do mandato de Jackson, foi aprovada a Tarifa Dallas, destinada a ajudar as ind&uacute;strias, mas Calhoun n&atilde;o gostou porque acreditava que afetava desproporcionalmente os propriet&aacute;rios de escravos sulistas. Jackson apoiava a tarifa, ent&atilde;o seu vice passou a falar publicamente contra as pol&iacute;ticas do presidente sempre que surgia algo com que ele n&atilde;o concordava, como uma esp&eacute;cie de pirra&ccedil;a por n&atilde;o ter sido apoiado.
Essa tarifa foi a respons&aacute;vel pela Crise de Anula&ccedil;&atilde;o de 1832, que aconteceu depois que a Carolina do Sul declarou as tarifas adicionais inconstitucionais, portanto, nulas e sem efeito nos limites soberanos do estado, apoiada por Calhoun.
Ent&atilde;o Jackson tomou medidas radicais, obtendo a aprova&ccedil;&atilde;o do Congresso para dissolver as alf&acirc;ndegas em Charleston, que eram administradas pelo governo estadual da Carolina do Sul, e as substituir por nomeados federais para assumir a alf&acirc;ndega de importa&ccedil;&otilde;es estrangeiras no porto de Charleston.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/10/06/06200027046497.jpg" alt="Henry Clay. (Fonte: Wikiwand/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />Henry Clay. (Fonte: Wikiwand/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
&Agrave;quela altura, Calhoun j&aacute; havia renunciado ao cargo de vice para concorrer ao Senado, posi&ccedil;&atilde;o em que poderia defender melhor a anula&ccedil;&atilde;o. A quest&atilde;o s&oacute; foi resolvida em 1833, quando ele e Henry Clay (1777-1852), ex-presidente da C&acirc;mara dos Representantes, conseguiram aprovar a nova tarifa que substituiria as antigas e aplacaria as preocupa&ccedil;&otilde;es dos estados do Sul.
Isso resultou no adiamento de 25 anos da quest&atilde;o controversa dos "direitos dos estados", que contribuiu para o colapso das rela&ccedil;&otilde;es entre Norte e Sul, culminando em um dos cen&aacute;rios da Guerra Civil Americana.

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Andrew Jackson: qual foi o maior arrependimento do ex-presidente dos EUA

Imagem de As duas possíveis explicações científicas para as Dez Pragas do Egito no megacurioso

Só ciência, só religião, ou ciência e religião?

De acordo com &Ecirc;xodo 7:11, para convencer o fara&oacute; a libertar os hebreus (ou israelitas) liderados por Mois&eacute;s e maltratados pela escravid&atilde;o, o Deus de Israel teria transformado as &aacute;guas do&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/118486-febre-do-nilo-o-que-e-quais-sao-os-sintomas-e-o-tratamento.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Rio Nilo</a> em puro sangue; feito r&atilde;s surgirem por toda a parte; infestado a popula&ccedil;&atilde;o com piolhos; levado uma revoada de moscas a tornar noite os c&eacute;us; causado a morte sistem&aacute;tica dos animais e o surgimento de p&uacute;stulas pelo corpo das pessoas; provocado a chuva de granizo que destruiu planta&ccedil;&otilde;es; formado uma nuvem de gafanhotos; mantido tr&ecirc;s dias de escurid&atilde;o; e ocasionado a morte dos filhos primog&ecirc;nitos e de animais.
Essas teriam sido as Dez Pragas que assolaram o Egito, como reflexo da f&uacute;ria divina ap&oacute;s o fara&oacute; negar o pedido feito por Mois&eacute;s e seu irm&atilde;o Aar&atilde;o. At&eacute; hoje, a passagem b&iacute;blica &eacute; vista como um exemplo do que pode acontecer a uma pessoa se ela duvidar ou se recusar a reconhecer o poder de Deus Todo Poderoso.
Enquanto muitos crist&atilde;os fervorosos acreditam que as dez pragas aconteceram exatamente desse jeito, ainda que pare&ccedil;a fant&aacute;stico &mdash; muito embora o poder do pr&oacute;prio Deus seja reconhecido como tal &mdash;, algumas teorias cient&iacute;ficas que surgiram ao longo dos s&eacute;culos sugerem que as pragas do Egito, de fato, ocorreram, mas de maneira diferente do que diz a B&iacute;blia.
<h2>A teoria Trevisanato</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/10/04/04204542087022.jpg" alt="(Fonte: MonPlaneta/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: MonPlaneta/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Em As Pragas do Egito: Arqueologia, Hist&oacute;ria e Ci&ecirc;ncia Olhe na B&iacute;blia, o microbiologista Siro Trevisanato escreveu que cinzas vulc&acirc;nicas da Ilha de Santorini, localizada a sudeste do continente grego, teriam sido carregadas at&eacute; o Egito e contaminado a &aacute;gua com uma colora&ccedil;&atilde;o vermelha, atribu&iacute;da ao sangue na B&iacute;blia.
Isso teria acontecido devido &agrave; erup&ccedil;&atilde;o minoica, tamb&eacute;m chamada Erup&ccedil;&atilde;o de Tera, uma das maiores cat&aacute;strofes vulc&acirc;nicas da hist&oacute;ria dos &uacute;ltimos 10 mil anos, ocorrida em meados do II mil&ecirc;nio a.C., entre 1650 e 1450 a.C. Suas cinzas conteriam um mineral conhecido como cin&aacute;brio, o sulfeto de merc&uacute;rio, do nome grego que significa &ldquo;sangue perdido de drag&atilde;o&rdquo;.
Contudo, esse flagelo n&atilde;o foi o &uacute;nico relacionado &agrave; erup&ccedil;&atilde;o minoica. Na verdade, de alguma forma Trevisanato conseguiu associar todas as pragas lan&ccedil;adas sobre o Egito ao que aconteceu em Santorini.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/10/04/04204415212021.jpg" alt="(Fonte: Testify God/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Testify God/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Como ressalta um artigo da Time, a segunda praga teria acontecido exatamente pela quantidade expressiva de cin&aacute;brio na &aacute;gua, que teria a tornado &aacute;cida, fazendo as r&atilde;s saltarem de um ponto a outro em busca de &aacute;gua limpa.
A terceira e a quarta pragas, das moscas e dos piolhos, podem ter come&ccedil;ado ap&oacute;s os insetos se enterrarem nos corpos de humanos vivos e animais mortos enquanto o Egito continuava a sentir os efeitos da erup&ccedil;&atilde;o.
Da quinta &agrave; oitava pragas, haveria liga&ccedil;&atilde;o com os efeitos da chuva &aacute;cida, o subproduto das cinzas vulc&acirc;nicas, que envenenara a grama. Os animais teriam consumido essa pestil&ecirc;ncia e a passado para os humanos, causando os ferimentos na pele.
<span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;The Not So Innocents Abroad&nbsp;" data-fonte-url="https://images.squarespace-cdn.com/content/v1/56c13cc00442627a08632989/1597093490864-RLQ8BU131ZI07GIRWU11/plagueoflocusts.jpg?format=1000w"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/10/04/04204806292023.jpg" alt="(Fonte: The Not So Innocents Abroad/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: The Not So Innocents Abroad/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
As tempestades de granizo foram, ent&atilde;o, ocasionadas pela pr&oacute;pria chuva &aacute;cida, que s&oacute; n&atilde;o era t&atilde;o violenta quanto a B&iacute;blia alega. Os gafanhotos seriam uma consequ&ecirc;ncia direta das condi&ccedil;&otilde;es muito &uacute;midas, prosperando nesse ambiente ideal para o desenvolvimento. E, como &eacute; de se esperar em qualquer grande erup&ccedil;&atilde;o, os 3 dias de escurid&atilde;o deram origem &agrave; pen&uacute;ltima praga, com a quantidade de cinzas no ar.
Segundo os estudos de Trevisanato, a morte de todo filho homem primog&ecirc;nito pode ter acontecido devido a uma esp&eacute;cie de histeria coletiva motivada por um medo divino, visto que os primog&ecirc;nitos sempre foram encarados como um arauto dos C&eacute;us. Os pais os teriam sacrificado em um esfor&ccedil;o desesperado para atenuar a ira de Deus.
<h2>A teoria Marr</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/10/04/04205007638024.jpg" alt="(Fonte: Art Prints On Demand/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Art Prints On Demand/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Trevisanato n&atilde;o foi o &uacute;nico, por&eacute;m, a formular uma teoria para como teriam surgido as dez pragas do Egito. Em um artigo publicado no The New York Times em 1996, o epidemiologista Dr. John Marr sugeriu que a presen&ccedil;a de algas vermelhas nas &aacute;guas do Nilo teria causado uma sucess&atilde;o de acontecimentos semelhantes aos desencadeados pela erup&ccedil;&atilde;o minoica proposta pelo microbiologista.
Essa "mar&eacute; vermelha" n&atilde;o s&oacute; teria tingido as &aacute;guas do rio, mas tamb&eacute;m matado os peixes, for&ccedil;ando as r&atilde;s a procurarem outro lugar ao perderem uma fonte prim&aacute;ria de sustento. Segundo essa teoria, quando elas come&ccedil;aram a morrer de fome, insetos voaram em bando para se alimentarem de seus corpos.
Marr prop&ocirc;s que os piolhos tamb&eacute;m poderiam ser insetos chamados culicoides, que botam ovos na poeira e causam doen&ccedil;as como a peste&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/119282-gripe-equina-a-pandemia-que-transformou-os-eua-no-seculo-xix.htm#:~:text=A%20crise,-(Fonte%3A%20Pinterest%2F&amp;text=N%C3%A3o%20demorou%20muito%20para%20que,8%20milh%C3%B5es%20de%20cavalos%20morreram." rel="noopener noreferrer" target="_blank">equina</a>. Nos humanos, o mormo teria sido a raz&atilde;o dos fur&uacute;nculos na pele, uma condi&ccedil;&atilde;o descrita por Arist&oacute;teles em 330 a.C. e gerada pela ingest&atilde;o de carne contaminada pelo contato de insetos.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/10/04/04205217468025.webp" alt="(Fonte: BeliefNet/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: BeliefNet/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
J&aacute; as mortes dos primog&ecirc;nitos e dos animais teriam sido causadas por uma toxina deixada pelos gafanhotos nas planta&ccedil;&otilde;es mofadas e transportada pelo ar pelas tempestades de granizo que, de acordo com Marr, aconteceram de forma independente. Os tr&ecirc;s dias de escurid&atilde;o, inclusive, teriam sido resultado de uma tempestade de areia.
"Para mim, n&atilde;o importa se os cientistas s&atilde;o capazes de encontrar uma base hist&oacute;rica para algo que aconteceu h&aacute; 3,5 mil anos. A mensagem central &eacute; que Deus trouxe as pragas sobre o Egito para libertar os escravos israelitas", disse o rabino Yonathan Neril, diretor-executivo do Centro Interfaith para o Desenvolvimento Sustent&aacute;vel, em entrevista &agrave; Time.
Ele &eacute; apenas um dos que n&atilde;o est&atilde;o dispostos a acreditar em toda essa especula&ccedil;&atilde;o cient&iacute;fica. No entanto, Neril reconhece que a ci&ecirc;ncia pode ajudar as pessoas a entenderem o motivo de as pragas, supostamente, terem acontecido.
E voc&ecirc;, no que acredita?

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As 2 possíveis explicações científicas para as 10 pragas do Egito

Imagem de Dentes podres já foram padrão de riqueza no megacurioso

E o culpado disso era ninguém menos que o açúcar

S&oacute; em 2019, a ind&uacute;stria norte-americana importou cerca de 3,86 milh&otilde;es de toneladas de a&ccedil;&uacute;car, em sua maioria do M&eacute;xico, para poder dar conta da demanda, tornando a maior importa&ccedil;&atilde;o desde 1981. Isso porque as condi&ccedil;&otilde;es clim&aacute;ticas resultaram na queda de 10% das colheitas com a destrui&ccedil;&atilde;o das safras por neve e fen&ocirc;menos da natureza, al&eacute;m de que tamb&eacute;m serviu para contabilizar o quanto a sociedade norte-americana consome de a&ccedil;&uacute;car.
Desde que come&ccedil;ou a ser produzido, em 1501, o a&ccedil;&uacute;car passou a desempenhar um papel primordial na vida do ser humano, com os pa&iacute;ses modernos importando-o em quantidades recordes ao longo dos s&eacute;culos.
Na &Iacute;ndia antiga, na Gr&eacute;cia e em Roma, o a&ccedil;&uacute;car foi tratado como rem&eacute;dio para v&aacute;rias doen&ccedil;as, por&eacute;m nenhum deles sabiam as verdadeiras consequ&ecirc;ncias de uma dieta rica em a&ccedil;&uacute;car. Demorou at&eacute; 1942 para que os efeitos prejudiciais do produto fossem discutidos de maneira s&eacute;ria. Estudos realizados em 1966 sobre a rela&ccedil;&atilde;o do a&ccedil;&uacute;car com a diabetes tamb&eacute;m impactaram a ind&uacute;stria dos ado&ccedil;antes alternativos.
Antes que a humanidade soubesse dos perigos que o a&ccedil;&uacute;car poderia causar ao organismo, o produto se tornou sin&ocirc;nimo de riqueza.
<h2>Quanto mais podre, melhor</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/10/01/01192120599360.png" alt="(Fonte: Pinterest/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Pinterest/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Mesmo quando o cultivo da cana-de-a&ccedil;&uacute;car e o uso culin&aacute;rio do produto se espalharam da &Iacute;ndia para a China, Oriente M&eacute;dio e Europa, ele ainda permaneceu um aditivo caro, de uso raro e indicativo de requinte e poder.
A descoberta europeia das Am&eacute;ricas, no entanto, veio para mudar essa realidade, visto que o ambiente caribenho era perfeito para o cultivo de enormes planta&ccedil;&otilde;es de cana-de-a&ccedil;&uacute;car, que tamb&eacute;m, diretamente, foram a for&ccedil;a motriz para a <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/119943-cais-do-valongo-a-vitrine-da-escravidao-no-rio-de-janeiro.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">escravid&atilde;o</a> no mundo inteiro &mdash; principalmente no Brasil.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/10/01/01192451833362.jpg" alt="(Fonte: Briefings for Britain/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Briefings for Britain/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Com o aumento da produ&ccedil;&atilde;o de a&ccedil;&uacute;car, tamb&eacute;m veio a alta demanda dos ricos pelo produto na Europa. Ent&atilde;o, consequentemente, a capacidade de comprar a&ccedil;&uacute;car n&atilde;o s&oacute; se tornou um s&iacute;mbolo de status, como o quanto se podia comprar. A consequ&ecirc;ncia disso foi o verdadeiro regresso nos h&aacute;bitos de higiene bucais que, por incr&iacute;vel que pare&ccedil;a, foi prezado antes da era moderna, ainda que de maneira intuitiva.
Antes da introdu&ccedil;&atilde;o do a&ccedil;&uacute;car no cotidiano, os povos das Ilhas Brit&acirc;nicas tinham m&eacute;todos de higiene oral rigorosos, como mastigar sementes, usar uma pasta de dente org&acirc;nica e realizar bochechos com &aacute;gua para lavar os dentes.
<h2>A m&aacute; influ&ecirc;ncia</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/10/01/01192718286364.jpg" alt="(Fonte: Pinterest/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Pinterest/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Quando o a&ccedil;&uacute;car entrou na vida dos ricos, eles foram os primeiros a jogarem o progresso pela janela. A obsess&atilde;o da Rainha Elizabeth I pelo produto fez com que seus dentes escurecessem de tanta c&aacute;rie, e isso foi enaltecido por todos e tido como meta para a vida.
Com o capitalismo rapidamente aflorado, a sociedade elitizada se encarregou de fazer de tudo para induzir uma apar&ecirc;ncia semelhante para transmitir a mesma ideia de riqueza. Foi criado, por exemplo, um creme dental &agrave; base de puro a&ccedil;&uacute;car, que degradava os dentes das pessoas em pouco tempo.
<span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;South China Morning Post&nbsp;" data-fonte-url="https://cdn.i-scmp.com/sites/default/files/styles/1200x800/public/d8/images/methode/2019/12/11/e87a4194-1a2a-11ea-8971-922fdc94075f_image_hires_165854.jpg?itok=CuiKsAg1&amp;v=1576054739"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/10/01/01193100536365.jpg" alt="(Fonte: South China Morning Post/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: South China Morning Post/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
A Casa de Tudor, extinta em 1603 ap&oacute;s mais de 200 anos de reinado, foi a principal respons&aacute;vel por promover esse tipo de decomposi&ccedil;&atilde;o oral, que seria a desgra&ccedil;a na vida dos dentistas se ainda existisse.
Ao longo de muitos anos, o sorriso de dentes apodrecidos se tornaram t&atilde;o significativos que perdiam em compara&ccedil;&atilde;o a joias ou roupas caras. Esse movimento considerado &ldquo;moderno&rdquo; foi apenas mais uma v&iacute;rgula no passado doentio dos s&eacute;culos anteriores, sentando-se ao lado de bizarrices como a <a href="https://www.megacurioso.com.br/misterios/114877-a-bizarra-industria-cosmetica-ao-longo-dos-seculos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">maquiagem &agrave; base de chumbo</a> e <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/115045-vitimas-da-moda-as-roupas-assassinas-da-era-vitoriana.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">roupas altamente inflam&aacute;veis</a> &mdash; essas que ficaram por mais tempo do que deveriam.

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Dentes podres já foram padrão de riqueza

Imagem de Indonésia destrói habitat de dragões-de-Komodo para construir resort no megacurioso

Não é para menos que o projeto foi apelidado de 'Jurassic Park da vida real'

<a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/115190-dinossauro-famoso-de-jurassic-park-nao-era-nada-como-imaginamos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Jurassic Park</a>,&nbsp;filme de <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/106525-spielberg-filmes-lancados-por-empresas-como-a-netflix-nao-merecem-oscar.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Steven Spielberg</a> baseado no livro hom&ocirc;nimo de Michael Crichton, &eacute; uma esp&eacute;cie de f&aacute;bula moral sobre os perigos da manipula&ccedil;&atilde;o da tecnologia pelos humanos, o fracasso da humanidade por meio&nbsp; disso, a influ&ecirc;ncia da tecnologia na condi&ccedil;&atilde;o humana e os avan&ccedil;os cient&iacute;ficos que d&atilde;o errado.
O trabalho de Crichton, pioneiro no g&ecirc;nero moderno denominado techno-thriller, foi sempre salientar e discutir a perigosa aceita&ccedil;&atilde;o do poder tecnol&oacute;gico pela humanidade sem considerar a seguran&ccedil;a ou repercuss&otilde;es &eacute;ticas. Isso &eacute; observado em todas as obras do autor, de The Andromeda Strain (1969) a sua s&eacute;rie ER &ndash; Plant&atilde;o M&eacute;dico&nbsp;(1994), em que Crichton afirma que o homem n&atilde;o deve perder de vista sua humanidade ao lidar com a aplica&ccedil;&atilde;o da ci&ecirc;ncia e da tecnologia, explorando os perigos de confiar nessa mesma tecnologia.
Al&eacute;m disso, apesar de a maioria do p&uacute;blico que assiste Jurassic Park sa&iacute;rem do cinema apenas chocados com a magnitude do CGI e da produ&ccedil;&atilde;o, o filme tamb&eacute;m d&aacute; longas pinceladas sobre os perigos que a ambi&ccedil;&atilde;o humana pode oferecer, como a cegueira, acompanhada pelo ego&iacute;smo e a gan&acirc;ncia, respons&aacute;veis por guiarem os avan&ccedil;os cient&iacute;ficos.
Muito embora a hist&oacute;ria tenha um contexto dist&oacute;pico, alguns aspectos dela, como os mencionados acima, est&atilde;o mais presentes do que nunca, e os &uacute;ltimos pseudodinossauros vivos da Terra, os drag&otilde;es-de-Komodo, s&atilde;o testemunhas disso.
<h2>Destrui&ccedil;&atilde;o sistem&aacute;tica</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/10/01/01190318426354.jpg" alt="(Fonte: The Independent/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: The Independent/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
A Ilha Rinca, no Parque Nacional de Komodo, parte do arquip&eacute;lago da Indon&eacute;sia, &eacute; um ref&uacute;gio de 1126 quil&ocirc;metros quadrados de pura fauna e flora, tornado Patrim&ocirc;nio Mundial da&nbsp;Organiza&ccedil;&atilde;o das Na&ccedil;&otilde;es Unidas para a Educa&ccedil;&atilde;o, a Ci&ecirc;ncia e a Cultura&nbsp;(UNESCO) desde 1980 e transformado pelo governo indon&eacute;sio em um ponto tur&iacute;stico premium.
O local deveria ser onde os drag&otilde;es-de-Komodo pudessem viver para sempre sem serem incomodados pela influ&ecirc;ncia humana, visto que &eacute; o &uacute;nico lugar na Terra que sobrou para eles, que chegaram ao arquip&eacute;lago h&aacute; cerca de 4 milh&otilde;es de anos, vindos da Austr&aacute;lia.
Ao longo dos anos, os drag&otilde;es se espalharam por Flores, Bornea e outras ilhas, quando os n&iacute;veis de &aacute;gua eram mais baixos, o que permitiu conservar a sua ra&ccedil;a &mdash; visto que, com a chegada dos primeiros abor&iacute;genes ao territ&oacute;rio australiano (atrav&eacute;s do mar do sudeste asi&aacute;tico entre 40 e 70 mil anos atr&aacute;s), os animais come&ccedil;aram a ser extintos.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/10/01/01190644395355.jpg" alt="(Fonte: Cruising Indonesia/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Cruising Indonesia/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Por muito tempo, o Parque Nacional de Komodo permaneceu livre de humanos, at&eacute; que o governo indon&eacute;sio o fechou aos visitantes &mdash; que nem sequer deveriam pisar no habitat dos animais &mdash; ap&oacute;s den&uacute;ncias de que uma quadrilha estava contrabandeando os lagartos da ilha. Segundo a BBC, dos 45 animais roubados, 41 foram vendidos at&eacute; o momento que a mat&eacute;ria foi escrita.
Esse esc&acirc;ndalo serviu apenas de pretexto para alimentar a ideia capitalista e ambiciosa das autoridades indon&eacute;sias, que deram in&iacute;cio ao processo de terraplanagem do Parque Nacional de Komodo para a constru&ccedil;&atilde;o de um mega resort&nbsp;tur&iacute;stico, com o intuito de fazer dele uma nova Bal&iacute;.
<h2>A natureza contra o homem</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/10/01/01190835426356.jpeg" alt="(Fonte: UCA News/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: UCA News/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Contas pela rede social Twitter, como a do usu&aacute;rio @KawanBaikKomodo, fizeram o poss&iacute;vel para divulgar a profana&ccedil;&atilde;o do ambiente natural pelo projeto de constru&ccedil;&atilde;o. Uma foto compartilhada pelo grupo ativista Save Komodo Now surgiu no Instagram no ano passado, causando a f&uacute;ria dos ambientalistas ao capturar trabalhadores sentados no topo de um caminh&atilde;o observando um drag&atilde;o-de-Komodo andando pela terra revirada na zona de obra.
Como aponta a IFL Science, funcion&aacute;rios da UNESCO entraram em contato com o governo indon&eacute;sio para afirmar que o projeto, cujos detalhes n&atilde;o foram divulgados, levanta a quest&atilde;o de como esse modelo de turismo se encaixa na vis&atilde;o do Estado de se afastar do turismo de massa para abordagens mais sustent&aacute;veis.
Em resposta, o Diretor-Geral de Conserva&ccedil;&atilde;o da Natureza e Ecossistemas do Minist&eacute;rio do Meio Ambiente da Indon&eacute;sia disse, de maneira c&iacute;nica, que o projeto prosseguiria, e que provava que n&atilde;o oferecia nenhum impacto ao habitat dos drag&otilde;es.
<span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;The Business Times&nbsp;" data-fonte-url="https://www.businesstimes.com.sg/sites/default/files/styles/article_img_retina/public/image/2020/10/27/file77k4hxa7wqw1at51bot0.jpg"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/10/01/01191110676358.jpg" alt="(Fonte: The Business Times/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: The Business Times/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Contudo, a foto simb&oacute;lica do drag&atilde;o e o caminh&atilde;o dividindo espa&ccedil;o diz o contr&aacute;rio. Foi por isso que a imprensa mundial apelidou o projeto indon&eacute;sio de "Jurassic Park da vida real", que continua sendo desenvolvido sem informa&ccedil;&otilde;es.
&ldquo;Esse tipo de desenvolvimento massivo perturba a intera&ccedil;&atilde;o dos animais. Isso mudar&aacute; totalmente seu habitat&rdquo;, disse Greg Afioma, membro da Save Komodo Now. Atualmente, cerca de 2 mil habitantes ind&iacute;genas vivem nas ilhas de Komodo, Rinca, Padar, Nusa Kode e Gili Motag ao lado dos animais.
Como questiona a mat&eacute;ria da BBC: qual ser&aacute; o impacto desse projeto no futuro? Algu&eacute;m ainda se preocupa com a preserva&ccedil;&atilde;o?

Julio Cezar de Araujo