Estilo de vida
02/07/2015 às 03:11•2 min de leitura
Segundo os cientistas, o planeta já passou por cinco extinções em massa nas quais diversas espécies importantes foram inteiramente dizimadas há milhões de anos. A última delas, ocorrida durante o período Cretáceo, pôs fim a todos os dinossauros e destruiu cerca de 60% da Terra.
Um estudo alarmante divulgado por um grupo de pesquisadores norte-americanos indica que nosso mundo atual está caminhando para o mesmo rumo. De acordo com a análise, as espécies estão desaparecendo em uma taxa 100% mais rápida do que a normal. Essa súbita perda da fauna terrestre possui um impacto direto na vida humana.
Por exemplo, sem os insetos para realizar a polinização, não há como novas árvores nascerem, e diversas espécies da flora também acabam morrendo. Além disso, com o sumiço dos pantanais e da vegetação ribeirinha, o processo de purificação da água acaba comprometido.
Segundo Paul Ehrlich, especialista em estudos populacionais biológicos e sênior da Stanford Woods Institute for the Environment, se o desaparecimento das espécies continuar no mesmo ritmo, em apenas três gerações a humanidade perderá diversos benefícios oferecidos pela biodiversidade.
“Estamos serrando o galho em que estamos sentados”, alerta o professor. Desde 1500, mais de 320 vertebrados terrestres foram extintos. Além disso, a média das espécies que restaram está decaindo em 25%. No grupo dos invertebrados, a situação também é alarmante: cerca de 16 a 33% dos animais estão em risco ou sob ameaça de sumir da face da Terra.
Todavia, os animais de grandes proporções que fazem parte da megafauna – incluindo nesse grupo os elefantes, rinocerontes e ursos polares – são os com maior taxa de desaparecimento, algo comparável aos acontecimentos de aniquilação anteriores.
Ehrlich defende que, de acordo com o estudo, nós estamos entrando no sexto grande evento de extinção em massa. O artigo publicado na Science Advances relata que, mesmo com estimativas mais conservadoras, os animais estão sumindo 100 vezes mais rápido do que o valor normal considerado em uma situação de extermínio em massa.
Gerardo Ceballos, pesquisador da Universidad Nacional Autónoma de México, informa que a espécie humana será uma das primeiras a desaparecer se as coisas continuarem como estão – sem contar que o planeta demoraria milhões de anos para se recuperar da catástrofe.
O aumento populacional do homem, o consumo exacerbado e a economia inadequada alteraram e destruíram o meio ambiente, dizem os cientistas. Por exemplo, a emissão de carbono ajudou a mudar o clima e transformar a acidificação do mar. Já as toxinas colaboraram na modificação e no envenenamento do ecossistema.
Atualmente, a taxa de extermínio de todos os anfíbios é de 41% e dos mamíferos de 26%, relata a União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais. Entretanto, Ehrlich acredita que ainda exista uma saída.
“Para evitar o verdadeiro sexto evento de extinção em massa, é necessário um esforço rápido e intensificado, visando assim preservar as espécies em risco e atenuar a pressão exercida sobre suas populações – a perda do habitat natural, a exploração exagerada para fins financeiros e as mudanças climáticas”, explica o professor.
Ceballo diz estar otimista. “No passado, nós já fizemos grandes avanços quando trabalhamos juntos para resolver um problema”, conclui.