Ciência
16/01/2015 às 06:11•2 min de leitura
Sabe aquelas pessoas que largam seus empregos estáveis para se arriscar em áreas completamente diferentes? O cara que você vai conhecer agora é uma dessas pessoas, e, como se não bastasse, a mudança que ele fez foi tão radical que, em um primeiro momento, talvez você pense que é mentira.
Alex Noble, um jovem de 26 anos, tinha um trabalho na área financeira que o estava deixando estressado e acabando com sua vida pessoal. Como sempre foi apaixonado por histórias de zumbi, Noble resolveu que não apenas iria abandonar seu trabalho como se tornaria um zumbi. Profissionalmente falando.
Se você está se perguntando como é possível que uma pessoa trabalhe como zumbi, saiba que Noble fez participação como figurante em filmes com a temática, em programas de TV e até em alguns jogos sobre o assunto. Na maioria dos casos, ele aceitava trabalhar de graça, e, com o passar do tempo, conseguiu ter a experiência de que precisava para começar a receber pelo que fazia.
Só para você ter ideia, Noble foi convidado para trabalhar na Slingshot, a companhia responsável pelo 2.8 Hours Later, um jogo real que cria eventos para atrair pessoas que gostariam de ser perseguidas por comedores de cérebro. “As pessoas começaram a reparar em mim porque eu estava fazendo coisas diferentes”, disse o zumbi profissional em declaração publicada no Oddity Central. E aí a coisa ficou séria.
Noble disse também que muitos de seus amigos o julgaram quando decidiu abandonar um emprego seguro antes de qualquer perspectiva de outro trabalho. Até mesmo na hora de pedir demissão, Noble precisou se explicar ao antigo chefe, que ficou sem entender a atitude do jovem corajoso.
Atualmente, Noble trabalha em tempo integral com o 2.8 Hours Later. Cada evento precisa de 60 zumbis voluntários, 12 atores, 12 gestores de cena, cinco maquiadores, 10 assistentes de produção, seguranças e funcionários de bar, que depois dão conta da festa com zumbis. Fora os funcionários, cerca de 600 pessoas lotam cada edição do evento, que acontece em diversas cidades diferentes. O que você acharia de ter um emprego desses?
Cada temporada do 2.8 Hours Later tem uma temática diferente. Nesse ano, os participantes vão ser informados a respeito do fim da raça humana, que está sendo completamente aniquilada por uma invasão zumbi de proporções gigantescas. Os participantes são, portanto, o grupo de humanos que sobrou, e eles deverão resgatar crianças que estão escondidas em uma região afastada, além, é claro, de acabar com os zumbis famintos.
Assim que conhece o roteiro, Noble fica encarregado de treinar os zumbis voluntários – esse treinamento acontece geralmente uma semana antes do evento em si. Nessa ocasião, os voluntários ficam por dentro do jogo, são informados a respeito da coreografia e aprendem também algumas dicas de primeiros socorros. A coisa toda é uma brincadeira, mas são quase 700 pessoas correndo, então é possível que alguém acabe se machucando.
Noble explica que fica sempre de olho nos homens maiores, que geralmente acabam sendo os que mais levam o jogo a sério e podem acabar machucando alguém, mesmo que seja sem a intenção. Ele explica também, com relação aos zumbis, que os melhores não são os mais velozes, mas aqueles que parecem mais reais, que entram no personagem e acabam assustando de verdade.
O jogo acontece sempre à noite e, segundo Noble, é preciso ter um bom preparo físico para dar conta do recado. Que fique claro que ele não é responsável apenas pelo treinamento dos zumbis: nos dias de jogo, ele vira zumbi também, o que significa correr por quase três horas.
A popularidade do evento é tamanha que o número de cidades que participam simplesmente dobrou no último ano. A brincadeira já faz sucesso há alguns anos no Reino Unido. Você participaria de um jogo como esse? Lá, os ingressos custam 48 libras, o equivalente a R$ 193,00. Será que alguma ação parecida daria certo aqui no Brasil?