
Ciência
07/08/2017 às 10:24•2 min de leitura
Quando a gente pensa em nossa casa, normalmente nos lembramos de conforto e seguranças, mas um italiano chamado Alex Bellini resolveu dar as costas para esses conceitos: ele está planejando morar durante 12 meses dentro de uma cápsula largada em um iceberg na Groenlândia!
E não vá pensando que ele é um maluco sem teto que resolveu fazer algo insano, não... Atualmente, Bellini, de 37 anos, mora com a esposa e duas filhas em uma aconchegante casa na cidade de Oxford, no Reino Unido, mas resolveu trocar a segurança desse lar para estudar como as mudanças climáticas estão afetando o planeta.
Sua ideia é viver durante um ano nesse local ou até o momento em que o iceberg “virar”. Depois que a plataforma Larsen C, na Antártida, rompeu e soltou um gigantesco bloco de gelo no mar, o assunto se tornou “aquecido” no mundo todo. Apesar disso, Bellini garante não ser um dos maiores fãs do gelo, resolvendo fazer a “maior aventura de sua vida” para testar os limites nos quais o ser humano consegue sobreviver.
Alex Bellini e sua esposa
Em entrevista ao site IFLScience, Bellini conta que pretende ficar em um iceberg próximo ao povoado de Ilulissat, o terceiro maior da Groenlândia, que tem uma população estimada em pouco menos de 5 mil habitantes. Porém, ele ainda precisa de aprovação da Dinamarca, que gerencia a região, para seguir com o projeto adiante. Do contrário, precisará procurar outro lugar no planeta para fazer seu experimento. De preferência que seja algum que tenha heliporto e estrutura para sua equipe de apoio ficar bem acomodada – possivelmente no Canadá.
O iceberg a ser habitado por Bellini precisa cumprir alguns pré-requisitos, como possuir ao menos 60 metros quadrados de extensão, estar flutuando em direção ao norte e ter uma base bastante plana. O maluco pretende analisar os potenciais blocos de gelo o mais breve possível para escolher o mais adequado para a aventura.
Ele também deverá contar com o apoio da empresa Survival Capsule, que tem desenvolvido cápsulas para pessoas que vivem em ambientes propícios a tsunamis: no caso de problemas de evacuação, elas poderiam entrar nessas cápsulas e boiar enquanto espera o socorro.
Protótipo de cápsula: empresa deverá desenvolver um modelo específico para o aventureiro
Como você pode imaginar, o cara está colocando a vida em risco. A cápsula teria oxigênio para umas 10 horas, portanto, caso o iceberg vire, um GPS mandaria as coordenadas para a equipe de Bellini, que precisaria agir rápido em seu socorro.
Apesar dos riscos, o lugar terá monitoramento por câmeras e “janelinhas” para que o aventureiro possa admirar a paisagem. A ideia é que ele viva fora da cápsula e só entre nela para dormir – inclusive, existe a possibilidade de essas cápsulas serem usadas, sendo uma equipada apenas com instrumentos de pesquisa.
Outro detalhe é que Bellini ainda precisa de um financiamento de US$ 500 mil para realmente levar seu projeto adiante, mas ele está otimista que a iniciativa privada vai ajudá-lo a atingir esse objetivo. No iceberg, ele irá praticar muita ioga e fazer exercícios, até que o período se 12 meses terminar. “Será muito chato. Por isso, eu ficarei muito feliz em pesquisar para departamentos ou universidades, e se você tiver alguma ideia, compartilhe-a comigo!”, disse o aprendiz de pinguim.
Vilarejo de Ilulissat é recheado de icebergs