Este rapaz ficou 11 dias sem dormir por causa de uma feira de ciências

12/03/2018 às 07:312 min de leitura

Todo mundo sabe que ficar sem dormir pode ter consequências devastadoras sobre a nossa saúde física e mental, certo? Só que há algumas décadas os cientistas não tinham muita noção dos malefícios que a falta de sono podia causar — e, aliando a falta de conhecimento ao fato de que os jovens não costumam se importar demasiadamente em correr certos riscos, temos a história de um rapaz de 16 anos que, em 1963, resolveu permanecer desperto o máximo de tempo que conseguisse para que seu projeto vencesse uma feira de ciências.

Projeto maluco

O nome do jovem era Randy Gardner e o projeto consistia em bater o recorde anterior de maior quantidade de dias sem dormir — que era de um DJ de Honolulu, no Havaí, que tinha ficado 260 horas (ou pouco menos de 11 dias) sem pregar os olhos. Para isso, Randy convocou seus amigos Bruce McAllister e Joe Marciano para se revezar e ajudar o colega a ficar acordadão.

Randy Gardner (Curiosity/San Diego Historical Society)

O experimento dos garotos acabou ganhando bastante atenção da mídia e virando manchete nos EUA — e, por sorte, um médico chamado William Dement (olha esse sobrenome...), que conduzia pesquisas sobre o sono, decidiu se envolver e dar uma mão aos jovens. Pois, para manter Randy desperto, Joe e Bruce ficavam inventando coisas para manter o amigo ativo e, enquanto isso, o bom especialista ficava de olho nas constantes vitais, fazia leituras da atividade cerebral de Randy e o submetia a testes sensoriais e cognitivos.

No total, o garoto permaneceu por exatamente 264,4 horas sem dormir — o ou equivalente a por volta de 11 dias e 25 minutos acordado. E o que, exatamente, aconteceu com Randy durante esse período? Segundo os registros coletados por Bruce, Joe e o Dr. Dement(e), apenas dois dias após iniciar o projeto, ele começou a apresentar dificuldades na realização de testes em que tinha que repetir trava-línguas simples.

Randy também começou a apresentar dificuldades de reconhecer objetos comuns apenas pelo toque dois dias depois de iniciar o experimento. No quinto dia, o garoto começou a sofrer de alucinações e a ter problemas para formar memórias recentes, mas nem todas as consequências da falta de sono foram ruins.

Alguns dos sentidos de Randy aparentemente se tornaram mais aguçados, especialmente o olfato, sem falar que algumas de suas habilidades inclusive melhoraram — segundo os amigos, surpreendentemente, ele passou a jogar basquete melhor ao longo dos dias que ficou sem dormir!

Medalha e insônia

Randy e seus amigos ficaram em primeiro lugar na feira de ciências do colégio e o projeto se tornou tão popular que, na época, o feito chegou a ser registrado pelo Guinness Book, o Livro dos Recordes. Ademais, a coisa toda ganhou gerou tanto falatório que se tornou na terceira história mais “escrita” da imprensa norte-americana, ficando atrás apenas do assassinato de Kennedy e da visita dos Beatles aos EUA.

Randy insone(Curiosity/San Diego Historical Society)

Depois de tudo, Randy tirou um pouco do sono atrasado — dizem que ele dormiu durante 14 horas após terminar o projeto —, mas, 60 anos mais tarde, se tornou insone e passou a ter sérios problemas para conseguir descansar as pestanas. Ninguém sabe dizer se a dificuldade surgiu em consequência do projeto na juventude, mas Randy está convencido que sim.

Outras pessoas conseguiram bater o recorde de Randy — como foi o caso dos estudantes Jim Thomas e Maureen Weston, que teriam ficado 266,5 e 449 horas sem dormir, respectivamente —, mas o Guinness parou de certificar esse feito por considerar o esforço arriscado demais para a saúde. E você, caro leitor, qual foi o maior período que ficou acordado?

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