Cientistas identificam “vórtice de extinção” na Mata Atlântica

28/09/2018 às 12:002 min de leitura

Todos os brasileiros estão carecas de saber que, ao longo dos séculos, a Mata Atlântica foi alvo de uma imensa e intensa devastação. Acontece que um estudo recente apontou que não é apenas a vegetação que está encolhendo nesse já vulnerável conjunto de formações florestais — que se distribuem ao longo do litoral brasileiro, do Rio Grande do Norte até o Rio Grande do Sul —, e que o risco de que a Mata Atlântica desapareça por completo é real.

Mata AtlânticaA interferência humana é inegável (Nature.org)

Um levantamento realizado por time de cientistas apontou que, desde a chegada dos colonizadores europeus por aqui, no século 16, a área original da Mata Atlântica não só foi reduzida de pouco mais de 1,3 milhão de km2 para pouco mais de 143 mil km2. Mas a coisa não para por aí. Isso porque, nas últimas 3 décadas, ela perdeu entre 71% e 44% de sua fauna — e isso é muito, muito ruim.

Vórtice de extinção

Os cientistas — da Universidade de São Paulo (USP), da Universidade Federal de Santa Catarina (Ufsc), e da Universidade de East Anglia, na Inglaterra — descobriram que cerca de 500 espécies de animais sofreram perdas dramáticas nos últimos 30 anos, com as maiores reduções sendo registradas entre os grandes carnívoros e herbívoros, entre os quais os quais os pesquisadores destacaram os pumas, as onças pintadas e as antas.

Onça pintadaOs bolsões de mata estão ficando vazios (We Forest)

O problema é que esses animais exercem papel vital como disseminadores de sementes e como reguladores de populações de determinadas espécies. Assim, o que os pesquisadores observaram é que, apesar de algumas áreas da Mata Atlântica apresentarem uma cobertura vegetal relativamente aceitável, a floresta se encontra... vazia — e a biodiversidade está desaparecendo rapidamente.

De acordo com o time, a redução da área da Mata Atlântica ao longo dos séculos se deu por conta de ações humanas, principalmente a agricultura e a extração madeireira. Atualmente, ela é formada por remanescentes florestais grandes, mas não o suficiente, e o que ocorre é que os animais ficam limitados a esses habitats restritos — presos ao que os cientistas chamaram de vórtice de extinção aberto.

Mata AtlânticaNão podemos deixar que ela desapareça (Wikimedia Commons/Ilosuna)

E o assustador de tudo isso é que, mesmo se considerarmos o cenário mais otimista — ou seja, de que 44% dos animais desapareceram —, a ausência da fauna traz impactos negativos importantes para a já bastante fragilizada Mata Atlântica.

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