Saúde/bem-estar
08/03/2019 às 05:00•2 min de leitura
Que os níveis de poluição nos mares não param de aumentar não é segredo para ninguém, e os cientistas inclusive já descobriram fragmentos de plástico e outros detritos em algumas das regiões mais remotas e profundas do oceano – materiais esses que podem prejudicar incontáveis formas de vida. Agora, um estudo revelou que baleias-azuis que habitam o Hemisfério Sul também estão se tornando vítimas da contaminação das águas.
De acordo com César Muñoz, do site FayerWayer, a situação já havia sido detectada em animais do Hemisfério Norte em um grau mais severo, mas a pesquisa – realizada por um cientista do Instituto de Química da Universidade de Barcelona, na Espanha – revelou que o problema pode ser mais abrangente e grave do que se pensava.
(Reprodução / BBC Earth)
Segundo César, o estudo envolveu a análise de amostras de 37 baleias, coletadas no litoral do Chile por uma ONG do país chamada Centro de Conservación Cetácea, focada na conservação de espécies de cetáceos e seus ecossistemas. Os exames revelaram a presença de diversos químicos, entre eles os policlorobifenilos e os hexaclorobenzenos, compostos altamente contaminantes e de degradação bastante lenta, nas camadas adiposas das baleias.
A descoberta é preocupante porque as baleias-azuis (Balaenoptera musculus) – que, com seus 30 metros de comprimento e até 200 toneladas de peso, são os maiores animais em existência na Terra – quase entraram em extinção por conta da caça durante o século 20. Inúmeras iniciativas de preservação e a criação de um tratado internacional de proteção meados dos anos 60 conseguiram que as populações se recuperassem um pouco ao longo dos anos, mas, desde a década de 70, esses cetáceos se encontram na lista de animais ameaçados de extinção.
(Reprodução / EurekAlert! / Florian Schulz)
Atualmente, embora as baleias-azuis tenham voltado a ser caçadas no litoral japonês, infelizmente, as maiores ameaças a esses animais são a perda de habitat e a contaminação por agentes tóxicos, e a pesquisa realizada pelo cientista catalão sugere que, pelo menos no que diz respeito à presença de compostos químicos, o problema está ganhando mais espaço no mundo – e aumentando as chances de que esses espantosos animais desapareçam do planeta.