Novo teste para bovinos pode ajudar a controlar a tuberculose em humanos

26/07/2019 às 02:002 min de leitura

A tuberculose é uma doença bacteriana que geralmente afeta os pulmões – apesar de poder atingir outras partes do corpo também – e, embora exista uma vacina para prevenir a infecção (a BCG), ela oferece um índice de proteção entre 50% e 80%. Tanto que a tuberculose ainda está entre as doenças infecciosas mais perigosas e disseminadas do planeta e, segundo as estimativas, 3 pessoas morrem a cada minuto por conta desse mal.

Em humanos, a tuberculose geralmente é causada pela bactéria Mycobacterium tuberculosis, mas, também pode ocorrer de outros organismos da mesma família provocarem a doença. Um deles é comum em bovinos e, de acordo com Kristy Hamilton, do site IFLScience!, levantamentos apontaram que, de todos os casos de tuberculose registrados no mundo, 10% são causados pelo contágio dessa bactéria encontrada no gado, muitas vezes por conta do consumo de leite não pasteurizado.

Controle problemático

Nos animais, a tuberculose também causa diversos problemas de saúde e impacta a produtividade, o que não é nada interessante para os criadores de gado. Esse tipo de infecção é mais prevalente em países pouco desenvolvidos, obviamente, onde o acesso às vacinas é bastante mais restrito. Mas, mesmo em locais onde o acesso existe, como os medicamentos são produzidos a partir de versões inativas da bactéria, caso sejam realizados testes, os resultados acabam detectando a presença dos patógenos no organismo dos animais, ainda que eles jamais tenham contraído a doença – e mesmo depois de um longo período após a vacinação.

(Fonte: Unsplash / Marc Pell / Reprodução)

Acontece que um dos métodos mais comuns para se combater a tuberculose em bovinos consiste em realizar exames e, caso o resultado seja positivo, sacrificar o animal contaminado. Então, muitas vezes não se aplica a vacina para evitar a morte de vaquinhas que não estão, de fato, doentes e, com isso, o controle da tuberculose não só acaba sendo prejudicado, como existe pouco interesse por parte das autoridades e dos criadores em promover a vacinação dos rebanhos – o que, por sua vez, tem impacto negativo no controle da doença em humanos. No entanto, esse quadro pode mudar graças a um novo tipo de teste. 

Alternativa

Segundo Kristy, pesquisadores da Universidade Estadual da Pensilvânia estão trabalhando em um método capaz de diferenciar animais contagiados com tuberculose dos que foram vacinados. Se trata de um novo teste que consiste em uma variedade de substâncias que reagem apenas quando entram em contato com a bactéria que causa a doença – e não com os anticorpos que ficam presentes no organismo após a vacina –, provocando uma reação imunológica dos animais doentes.

(Fonte: Unsplash / Juliana Amorim / Reprodução)

O bacana é que, ao evitar que animais imunizados e saudáveis sejam sacrificados, o teste poderá motivar os governos a lançar campanhas de vacinação e os criadores de animais a aderir às iniciativas, o que, consequentemente, trará impactos positivos no controle da doença em humanos. Ademais, o método pode ser especialmente vantajoso em países onde o abate de bovinos não é realizado por questões religiosas ou culturais, como é o caso da Índia, por exemplo, nação cujos números de tuberculose são bastante expressivos.

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